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ESPAÇO PÚBLICO NA PÓS-MODERNIDADE

JACQUES, Paola. Notas sobre o espaço público e imagens da cidade. Arquitextos, jul. 2009.
HARVEY, David. Cidades Rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo:
Martins Fontes, 2014, pág 26-66

Profa. Angélica Costa


DIREITO À CIDADE
• CIDADE: direitos de propriedade privada
• CRIAÇÃO HUMANA
• HARVEY: Cidade que queremos não pode ser separada do tipo
de pessoas que querermos ser (relações sociais, relações com a
natureza, estilo de vida etc)
• Direito à cidade é mais que direito de acesso: direito de mudar
ou reinventar ou reconfigurar a cidade de acordo com nossos
desejos
• Direito COLETIVO – poder coletivo sobre o processo de
urbanização
• Revolução Industrial – transformações urbanas radicais
• Cidade da Era da Globalização, Megacidades
Londres, 1865
Mumbai, India
• Fácil enumerar as dificuldades e ansiedades diante das rápidas
transformações, mas o que fazemos diante das concentrações
de riquezas e direitos?
• Urbanização – capitalismo: cidades produzidas pela mais-valia
e seu crescimento controlado pelos donos dela
• Ao mesmo tempo as cidades absorvem essa produção
excedente produzida pelo capital na busca de mais-valia

• Contínua expansão do capital: papel


fundamental das cidades
• Novos: mercados (promovendo novos estilos de vida), mão de
obra, meios de produção
• Papel das cidades em épocas de crise
• Paris: crises econômica e política

• Revolução de 1830: chegada ao poder de Luís Filipe de


Orleans, conhecido como "o rei burguês"
• 1847 - grupos políticos de oposição ao governo de Luís
Filipe, impedidos de realizar manifestações públicas,
decidiram pela realização de banquetes
• 22 de fevereiro de 1848 - grande banquete impedido por
ordem do primeiro-ministro Guizot - violenta reação dos
proletariados parisienses
• Abdicação de Luís Filipe e proclamação da República
• Eleições – vitória dos monarquistas conservadores e de
Luís Bonaparte
• 1852 – Golpe de Estado – Napoleão III
• Plano Haussmann: aplicação do excedente produzido pelo
capital, ocupação da mão-de-obra, manutenção da ordem
• Criação de um novo estilo de vida urbano: “cidade luz” – moda,
cafés, exposições - CONSUMO
• 1871: Comuna de Paris (crise social e econômica – crédito)

• 1942 – Estados Unidos – aplicação dos excedentes do capital no


pós-guerra
• Robert Moses – remodelação de Nova Iorque e a
“suburbanização” – novo estilo de vida (08:57)
• Esvaziamento do centro – guetos
• Revoltas de 1968 e explosão da bolha imobiliária em 1973
• Boom imobiliário – megacidades
• Crise de 2008 – MERCADO AGORA GLOBAL
• Mudanças no estilo de vida: pluralismo pós-moderno e a
criação de nichos de mercado – aura de liberdade da
experiência urbana contemporânea (mas só para quem tem
dinheiro)
• Grandes projetos arquitetônicos
• Grandes projetos arquitetônicos ou o
• “novo urbanismo” contra a suburbanização – “estilo butique”
criado por agentes imobiliários: individualismo
• Grandes projetos arquitetônicos ou o
• “novo urbanismo” contra a suburbanização – “estilo butique”
criado por agentes imobiliários: individualismo

• Cidade cada vez mais fragmentada e dividida – concentração de


riquezas gerando fragmentos fortificados (PAG 48)

• E

• (PAG 52)
• Desapropriações violentas – mudanças de leis e etc
• “Soluções progressistas” – conceder direitos de propriedade
privada (ex: favelas) que são vendidos devido às dificuldade
financeiras e dificuldade de manter essas áreas
• Urbanização nas mãos de uma pequena parcela – revoltas
• MANIFESTAÇÕES BRASILEIRAS TAMBÉM NO VIÉS DO DIREITO À
CIDADE

• QUEM ESTÁ À MARGEM: COMO READQUIRIR O DIREITO À


CIDADE?
• REVOLUÇÃO URBANA
E A ESTÉTICA?
• PAOLA JACQUES: ESPETACULARIZAÇÃO das cidades –
negação dos conflitos urbanos: ocultamento dos espaços mais
populares das cidades (que buscam se tornar midiáticas e
espetaculares)
• Cidade-espetáculo: mercantilização da cidade - estetização,
culturalização, patrimonialização, museificação, musealisação,
turistificação, gentrificação, privatização, disneylandização,
shoppinização, cenograficalização
• Garantia de um lugar na rede das cidades globalizadas,
turísticas e culturais – peças publicitárias (consumo)
Museu do Amanhã, Santiago Calatrava (2015)
• Criação de imagens e construção de consensos – imagem com
finalidade de manipular o gosto e a opinião: espetacularização
• Publicidade – opinião pública como pesquisa de mercado
• Não há espaço para o contra-hegemônico
• Busca da transformação dos espaços públicos em cenários
• Mobiliário urbano globalizado

• Os cartões postais se parecem cada vez mais entre si


– o que já ocorre com: cadeias dos grandes hotéis
internacionais, dos aeroportos, das redes de fast food, dos
shopping centers, dos parques temáticos
• REM KOOLHAAS – CIDADE GENÉRICA
• Territórios históricos: simulacros para turistas
• Espaços públicos mimetizando espaços fechados, como
shoppings – o que antes era o contrário

• CENÁRIOS IDEALIZADOS E ADMINISTRÁVEIS


• Main Street, USA – centro de cidade ideal dos EUA do final do
sec XIX (“ASFALTO RESILIENTE” – feito para reduzir impactos)
• Espaços pacificados ou espaços apolíticos – política como
dissenso
• Rosalyn Deutsche: espaço social produzido e estruturado por
conflitos – se coloca contra as imagens nostálgicas do espaço
público
• Chantal Mouff – não há possibilidade de conciliação no espaço
público: espaços plurais e multiplicidade de discursos
• Manuel Delgado - "A cidade mentirosa, fraude e miséria do
modelo Barcelona” – cidade marketing, lugar onde se
materializam diversas categorias abstratas como cidadania,
convivência, civismo, consenso entre outras ‘supertições’
políticas contemporâneas: cidade desigual está escondida
• Cidade cheia de vivacidade – explicitação de dissensos: forma
de participação política
• Arte como arma de explicitação (não a arte servidora da
cidade-espetáculo) – experiência política
• Ocupar, se apropriar do espaço público para construir outras
experiências sensíveis – questão do corpo prioritária
• ARTE dando voz aos silenciados pela hegemonia
Avenida 23 de
maio, São
Paulo
Vhils, Alexandre Farto
Vhils, Alexandre Farto
Vhils, Alexandre Farto – Morro da Providência, Rio de Janeiro, 2012
Vhils, Alexandre Farto – Morro da Providência, Rio de Janeiro, 2012
Alexandre Orion
Alexandre Orion
Alexandre Orion

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