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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

INSTITUTO METRÓPOLE DIGITAL


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INOVAÇÃO
EM TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
PRÁTICAS EDUCATIVAS COM TECNOLOGIAS DIGITAIS

O USO DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR


DE LÍNGUA INGLESA: LIMITES E PERSPECTIVAS

MARIA DA CONCEIÇÃO LIMA VIEIRA

NATAL
2020
MARIA DA CONCEIÇÃO LIMA VIEIRA

O USO DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR


DE LÍNGUA INGLESA: LIMITES E PERSPECTIVAS

Trabalho de dissertação apresentado ao Programa


de Pós-graduação em Inovações Tecnológicas do
Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, com requisito para
obtenção do título de Mestre em Inovações em
Tecnologia Educacional.

Linha de pesquisa: Práticas Educativas com


Tecnologias Digitais

Orientadora: Profa. Dra. Adja Ferreira de Andrade

NATAL
2020
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Vieira, Maria da Conceição Lima.


O uso da lousa digital interativa na formação do professor de
língua inglesa: limites e perspectivas / Maria da Conceição Lima
Viera. - 2020.
136 f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande


do Norte, Instituto Metrópole Digital, Programa de Pós-Graduação
em Inovações Tecnológicas, Natal, RN, 2020.
Orientadora: Profa. Dra. Adja Ferreira de Andrade.

1. Lousa digital interativa - Dissertação. 2. Formação de


professores - Dissertação. 3. Metodologias ativas - Dissertação.
4. Estratégias metodológicas de ensino - Dissertação. I.
Andrade, Adja Ferreira de. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 377.8

Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinoco - CRB-15/262


MARIA DA CONCEIÇÃO LIMA VIEIRA

O USO DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR


DE LÍNGUA INGLESA: LIMITES E PERSPECTIVAS

Trabalho de dissertação submetido à comissão


examinadora designada pelo colegiado do
Programa de Pós-graduação em Inovações
Tecnológicas do Instituto Metrópole Digital da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito para obtenção do título de Mestre
em Inovação em Tecnologias Educacionais.

Aprovado em: ____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Professora Dra. Adja Ferreira de Andrade – (UFRN)
(Orientadora – Presidente)

______________________________________________
Professor Dr. Lucélio Dantas de Aquino – (UFRN)
(Primeiro Membro)

______________________________________________
Professora Dra. Akynara Aglaé Rodrigues Santos da Silva Burlamaqui – (UFERSA)
(Segundo Membro)

______________________________________________
Professora Dra. Fernanda Sumika Hojo de Souza – (UFSJ)
(Membro externo)
AGRADECIMENTOS

A minha mãe e ao meu pai (in memoriam), pelo exemplo de luta e determinação,
com os quais aprendi a nunca desistir e honrar os princípios éticos e humanos.

Ao meu marido, Alberto Alexandre, pelo apoio na caminhada, sempre me


incentivando para o fim da batalha. Gratidão estendida aos meus filhos Arthur e Matheus,
pelo amor constante, com os quais meu entusiasmo se revigora constantemente.

As minhas irmãs, por me fortalecerem com ânimo e incentivo nas mais diversas
esferas.

A estimada professora e orientadora Adja Ferreira, que, com muito compromisso,


sabedoria, paciência, ética e responsabilidade, me orientou no decorrer desse período tão
rico para o meu aprimoramento pessoal e profissional.

A todos os professores do mestrado, especialmente à banca de qualificação, cujas


contribuições foram de extrema relevância para o aprimoramento e efetivação da
dissertação.

Aos professores, coordenadores e demais colaboradores envolvidos na minha


pesquisa, sem os quais as trocas de experiências não seriam possíveis.

Ao professor Audimar, a quem devo o que aprendi sobre o manuseio e as descobertas


sobre os recursos da lousa.

Aos meus colegas do mestrado, pelas interações e amizade no período de aulas.

A minha amiga Socorro Souza, companheira de estudos e de muitas histórias.

Ao supremo Deus, que tudo realiza no universo e promove o desabrochar da vida.


Minha maior gratidão pelos sentidos e interações realizadas.

Que minhas forças nunca se esgotem ao pensar e fazer pela educação.


RESUMO

Este trabalho versa sobre o uso da Lousa Digital Interativa (LDI), recurso tecnológico
presente nas escolas da rede pública de Natal, tendo como objetivo compreender os fatores
que tornam o referido instrumento metodológico pouco utilizável nas aulas de Língua
Inglesa. Para tanto, foi feito um estudo exploratório a fim de averiguar o objetivo proposto
nesta pesquisa. A referência empírica deste estudo contou com a participação de 21
professores do componente curricular de Língua Inglesa, atuantes na formação continuada
dos anos finais do ensino fundamental, na qual, buscou-se averiguar as dificuldades que
impactam na inserção dessa tecnologia no planejamento-didático pedagógico. Também é
propósito deste trabalho apontar estratégias metodológicas para o uso e aproveitamento do
referido recurso para a sala de aula. A partir deste estudo, foi possível interferir na atuação
docente, através da realização de oficinas no sentido de mediar as práticas educativas com
estratégias de ensino que integram o currículo escolar com o uso das tecnologias e das
metodologias ativas, de acordo com Bacich e Moran (2018). A pesquisa enfatiza que uma
das possibilidades de intensificar o uso das TICs, na prática, é investir na formação de
professores, apontando, nas metodologias modernas, instrumentos possíveis de interação e
engajamento para a compreensão dos conteúdos que favoreçam a aquisição da autonomia
no ato de aprender, como nos aponta Freire (1996). Desse modo, foi feito o uso da pesquisa-
ação enquanto metodologia deste instrumento investigativo, de acordo com Gil (2002) e
Severino (2007). Como resultados, foram elaboradas estratégias metodológicas e um guia
de uso da LDI para os docentes, com o intuito de trazer contribuições relevantes ao fazer
pedagógico, em atividades com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs).

Palavras-chave: Lousa Digital Interativa. Formação de Professor. Metodologias Ativas.


Estratégias Metodológicas de Ensino.
ABSTRACT

This work deals with the use of the Interactive Digital Whiteboard (IDW), a technological
resource present in public school in Natal, with the objective of understanding the factors
that make the referred methodological instrument little usable in English language classes.
To this end, an exploratory study was carried out to ascertain the objective proposed in this
research. The empirical reference of this study counted with the participation of 21 teachers
of the English language curriculum component, active in the continuing education of the
final years of elementary school, in which, it was sought to ascertain the difficulties that
impact the insertion of this technology in the pedagogical didactic planning. It is also the
purpose of this work to point out methodological strategies for the use and use of this
resource for the classroom. From this study, it was possible to interfere in the teaching
performance, through the realization of workshops in order to mediate educational practices
with teaching strategies that integrate the school curriculum with the use of technologies and
active methodologies, according to Bacich and Moran (2018). The research emphasizes that
one of the possibilities of intensifying the use of ICTs, in practice, is to invest in teacher
training, pointing out, in modern methodologies, possible instruments of interaction and
engagement to understand the contents that favor the acquisition of autonomy in the act of
learn, as Freire (1996) points out. Thus, action research was used as a methodology for this
investigative instrument, according to Gil (2002) and Severino (2007). As a result,
methodological strategies, and a guide for the use of IDW were developed for teachers, with
the aim of bringing relevant contributions to teaching, in activities with the use of
Information and Communication Technologies (ICTs).

Keywords: Interactive Digital Whiteboard. Teacher Training. Active Methodologies.


Teaching Methodological Strategies.
A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E
ensinar e aprender não pode dar-se fora da
procura, fora da boniteza e da alegria.
Paulo Freire
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- INTERFACE DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA DESK BOARD ............................................................. 19


FIGURA 2- INSTRUMENTOS QUE COMPÕEM UMA LDI ................................................................................................. 20
FIGURA 3- INFOGRÁFICO DAS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC ......................................................................... 54
FIGURA 4- CALIBRAÇÃO DA LDI PRÁTICA DAS OFICINAS .......................................................................................... 62
FIGURA 5- OBJETIVOS DA APLICAÇÃO DAS METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA DAS OFICINAS ...... 63
FIGURA 6 - PRÁTICA DAS OFICINAS COM JOGOS ............................................................................................................. 64
FIGURA 7- REPRESENTAÇÃO ILUSTRATIVA DA OFICINA APRENDIZAGEM POR PARES ............................. 66
FIGURA 8- APRESENTAÇÃO DAS DISCUSSÕES DO TEMA ............................................................................................ 67
FIGURA 9 - PRÁTICA DAS OFICINAS COM A SALA DE AULA INVERTIDA ............................................................. 68
FIGURA 10 - PRÁTICA DA OFICINA DA METODOLOGIA DE PROJETO ................................................................... 69
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1– DADOS DE FONTES DE BUSCA DOS TRABALHOS CORRELATOS. .................................................. 39


QUADRO 2- DADOS BIBLIOGRÁFICOS DOS TRABALHOS CORRELATOS DA PESQUISA................................. 40
QUADRO 3 - ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM POR PARES ...................................................................................... 49
QUADRO 4- ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM POR PARES ....................................................................................... 50
QUADRO 5- ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM POR PARES ....................................................................................... 50
QUADRO 6 - ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS ................................................................... 51
QUADRO 7- ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM SALA DE AULA INVERTIDA ...................................................... 52
QUADRO 8 - ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS .......................................................... 52
QUADRO 9 - ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS ..................................................... 53
QUADRO 10 - SÍNTESE DO PLANEJAMENTO DAS OFICINAS ...................................................................................... 59
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- VOCÊ COSTUMA USAR AS TICS NA SALA DE AULA? ............................................................................ 56


GRÁFICO 2- VOCÊ UTILIZA A LDI NA SUA AÇÃO DOCENTE? .................................................................................... 57
GRÁFICO 3- VOCÊ CONSIDERA RELEVANTE O USO DA LDI NA SALA DE AULA? ............................................ 57
GRÁFICO 4- A ESCOLA INCENTIVA O USO PEDAGÓGICO DA LDI?.......................................................................... 58
GRÁFICO 5- VOCÊ CONHECE A GALERIA DA LDI? ........................................................................................................... 71
GRÁFICO 6 - O PROCESSO DE CALIBRAR E RECALIBRAR É PRÁTICO QUANTO AO USO DA LDI? ............ 72
GRÁFICO 7- O TAMANHO AMPLO DA INTERFACE FACILITA O MANUSEIO TÁTIL DOS ÍCONES? ............ 73
GRÁFICO 8 - VOCÊ CONHECE OU JÁ TRABALHOU O WORD OU EXCEL USANDO A LDI? .............................. 73
GRÁFICO 9- A LOUSA SEM A CONEXÃO COM A INTERNET, INTERFERE NA ESCOLHA DE USO? .............. 74
GRÁFICO 10- O PLANEJAMENTO DA AULA SE TORNA MAIS PRÁTICO COM O USO A LDI? ........................ 75
GRÁFICO 11- VOCÊ SE SENTE MOTIVADO PELA EQUIPE GESTORA PARA USAR A LDI?............................. 75
GRÁFICO 12- AS BARREIRAS TÉCNICAS INTERFEREM NO USO DA LDI? ........................................................... 76
GRÁFICO 13- VOCÊ IDENTIFICA FÁCIL AS FERRAMENTAS DISPOSTAS NO LAYOUT DA LDI? .................. 77
GRÁFICO 14- A FUNÇÃO TOUCHSCREEN TORNA O MANUSEIO DA LDI PRÁTICO? ....................................... 77
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12
1.1 PROBLEMÁTICA E PROBLEMA DE PESQUISA 13
1.2 JUSTIFICATIVA 15
1.3 OBJETIVOS 16
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO 18
2.1 LOUSA DIGITAL INTERATIVA (LDI) 18
2.2 O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E A LDI. 24
2.3 AS METODOLOGIAS ATIVAS 26
2.4 A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 34
2.5 LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO 37
2.6 APRECIAÇÃO DOS TRABALHOS CORRELATOS 41
3 METODOLOGIA DA PESQUISA 43
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 43
3.2 LOCUS E SUJEITOS DA PESQUISA 45
3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA E LEVANTAMENTO DE DADOS 45
3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS 46
4 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA USO DA LOUSA DIGITAL
INTERATIVA NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA 47
4.1 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS COM METODOLOGIAS ATIVAS 49
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 56
5.1 DIFICULDADES DE USO DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA 56
5.2 REALIZAÇÃO DAS OFICINAS 58
5.3 LIMITES E POSSIBILIDADES DA LDI ENQUANTO FERRAMENTA
METODOLÓGICA DE ENSINO 70
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 80
REFERÊNCIAS 82
APÊNDICE 86
APÊNDICE A - Folha de Rosto para pesquisa envolvendo seres humanos 86
APÊNDICE B - Folha de Identificação do pesquisador 87
APÊNDICE C - Termo de Confidencialidade 88
APÊNDICE D - Questionário 1 91
APÊNDICE E - Questionário 2 93
APÊNDICE F - O Guia de práticas inovadoras com o uso da LDI 94
12

1 INTRODUÇÃO

No contexto da cultura tecnológica atual somos instigados a utilizar equipamentos


cada vez mais modernos, com funções inovadoras e que exigem de nós uma visão mais
crítica e global dos recursos presentes nesses equipamentos. Logados a diversos acessos,
independentemente de localização, tempo e espaço, realizamos novas articulações e
interações humanas. Tais interações ocorrem de forma ágil e instantânea, as quais se
reproduzem nos dispositivos com informações das mais variadas naturezas que intensificam
o modelo de articulação comunicativa.
Na natureza dessas interações, outras relações se formam entre o sujeito e a
construção da sua identidade diante das redes sociais e da disposição de aplicativos,
despertando novos hábitos provenientes da relação com a comunicação virtual. Tais
interações intensificam os contatos interpessoais nas mais vastas esferas territoriais, trazidas
pela conectividade dos dispositivos portáteis com acesso à internet.
Essa comunicação foi ganhando cada vez mais espaço em todos os recantos do
mundo num intercâmbio de informações sem fronteiras, pela facilidade da conexão com a
internet. Esse conjunto de redes incentiva novas ações que permitem, de um lado, profundas
mudanças sociais e, do outro, o surgimento de novos modos de operação cognitiva
(ARAÚJO; BIASI- RODRIGUES, 2005).
Tal acesso favorece uma maior praticidade ao dinamismo individual e coletivo nas
mais vastas esferas sociais, que ora se faz cada vez mais presente. Inevitavelmente, esse
acesso se reflete também dentro do espaço escolar, área na qual nossa pesquisa está
ancorada, sendo o papel da escola utilizar a linguagem, escrita, verbal e digital, estimular os
estudantes ao manuseio adequado da tecnologia, interpretar sua utilidade, desempenhar e
solucionar diversos desafios provenientes dessa interação que se expande de forma acelerada
e vem modificando a forma de aprender dos sujeitos nas suas relações pessoais e
profissionais como um todo (KENSKI, 2007).
Nesse sentido, o trabalho docente ganha mais um desafio: apropriar-se da melhor
forma possível dos recursos tecnológicos da Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) e agregar potencialidades ao ensino.
13

Neste trabalho, referimo-nos às TIC a todos os instrumentos técnico-científico


informacionais utilizados no âmbito escolar, que possibilitam a aprendizagem, sendo a
Lousa Digital Interativa (LDI) o recurso em destaque, diante da existência de outros.
Reconhecemos na LDI uma ferramenta que substitui as lousas tradicionais, tendo
como grande diferencial os recursos da tecnologia digital agregada no seu programa de
instalação. Ela funciona como um computador com tela ampliada com acesso à internet.
Dessa forma, pelo seu potencial tecnológico e a inteligência criativa do professor, em
especial, os de língua inglesa, público correspondente desta pesquisa. Esse instrumento se
ajusta, a partir, do manuseio de suas ferramentas, a mediação de práticas que subsidiam o
desenvolvimento do trabalho pedagógico, com vistas a criar uma cultura de expressão da
linguagem que faça fluir o pensamento reflexivo, crítico, criativo dos aprendentes e que
favoreçam a aprendizagem participativa a partir de propostas e planos de ensino.
Nesse processo, ensinar envolvendo as TICs dinamiza o planejamento didático-
pedagógico, de modo que possibilite a interação com os conteúdos propostos e os dispostos
na web. Essa possibilidade diz respeito ao conhecimento não dissociado da realidade dos
aprendentes, o qual implica no despertar de competências e habilidades vivenciadas na era
digital. A interferência e orientação educativa às mais diversas expressões e manifestações
da linguagem é imprescindível para a aquisição de hábitos e posturas relacionados ao idioma
a que nos referimos.
As hipóteses dessa pesquisa sobre o uso da LDI na formação docente dos professores
de língua inglesa estão destacadas a seguir:
Hipótese 1: As estratégias didáticas, usando metodologias ativas, podem favorecer a
prática pedagógica dos professores através do uso da LDI;
Hipótese 2: As dificuldades de manuseio e conhecimento técnico na execução básica
das ferramentas da LDI provocam insegurança e receio quanto ao proveito do equipamento,
tornando-se empecilhos para a prática do processo de ensino;
Hipótese 3: A subutilização da LDI é proveniente da falta de tempo e familiaridade
do professor resultando na necessidade de formação do professor para o uso da lousa.

1.1 PROBLEMÁTICA E PROBLEMA DE PESQUISA

A problemática desta pesquisa versa em torno de alguns fatores: a subutilização da


Lousa Digital Interativa nas unidades de ensino das escolas públicas de Natal, tendo por
14

premissa os relatos de práticas malsucedidas no processo de ensino, bem como a resistência


à utilização do referido equipamento e as dificuldades apontadas nas formações, sobre o
manuseio dela por grande parte dos professores da rede municipal de educação.
Nos últimos anos, alguns dispositivos tecnológicos foram encaminhados para as
escolas públicas do Estado do Rio Grande do Norte, disponibilizados pelo Ministério da
Educação e Cultura (MEC), dentre eles a LDI. Num primeiro momento, alguns desses
equipamentos eram acessíveis apenas aos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE), para
fins de cursos específicos. Diante do avanço computacional, a LDI foi lançada no mercado
e foi adquirida pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e instalada nas escolas, sendo
de responsabilidade delas fazerem o melhor uso desse recurso no ambiente de ensino.
Perante a expectativa do ingresso do recurso tecnológico e do reflexo que poderia
provocar ao ensino, surpreendentemente, não surtiu o efeito positivo devido a algumas
peculiaridades e dificuldades de uso.
A priori, reconhecemos como problema que, apesar de haver formação específica
oferecida pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) e formação por área de ensino,
grande parte dos professores nunca utilizaram o recurso nem conseguem mediar as práticas
com as novas ferramentas da tecnologia da informação e comunicação.
Supostamente, os profissionais que participam e recebem orientações para
diversificar o trabalho de sala de aula, ainda não o fazem. Presumimos que, para realizar
trabalhos correlacionados com a LDI, faltam ideias para o desenvolvimento e preparação de
atividades, tempo para o reconhecimento das ferramentas que aperfeiçoem o trabalho com
o uso das novas tecnologias e aplicação das novas metodologias que ainda não foram
incorporadas ao plano de ensino.
Nesse sentido, identificamos que há uma carência do melhor aproveitamento da LDI
no espaço de sala de aula de modo que agregue as potencialidades do referido recurso ao
planejamento de ensino. Tendo em vista que ainda impera algumas relutâncias a essa prática
atualmente.
Para amenizar tais relutâncias faz-se necessário algumas iniciativas, tais como:
investir em formação continuada para professores; planejamento para agregar às novas
abordagens metodológicas ao uso da LDI; disponibilização de acesso à internet e
investimento em tecnologia de qualidade por parte da administração pública nas unidades
de ensino. Neste último caso, é imperativo contar com políticas públicas eficientes para a
manutenção e atualização constante dos aparelhos que são utilizados pelos professores e
15

alunos dentro das escolas, para que eles utilizem os recursos tecnológicos, agregados ao
ensino, sem perder de vista as inovações midiáticas.
O problema ou questão dessa pesquisa visa compreender as práticas e os fatores que
tornam a LDI um instrumento metodológico pouco utilizável nas aulas de língua inglesa.
Em face a esse problema, quais as medidas podem ser adotadas para o incentivo e a inserção
do referido equipamento no planejamento escolar?

1.2 JUSTIFICATIVA

A justificativa desta pesquisa embasa-se em alguns fatores relevantes para o tema em


discussão. Primeiro, durante minha trajetória docente, enquanto professora de língua inglesa
de escolas públicas, busquei motivar os estudantes utilizando materiais didáticos impressos
em livros, os quais muitas vezes estavam descontextualizados da realidade local e rotineira
dos estudantes. Diante dessa realidade, procurei dinamizar o espaço de sala de aula,
aproveitando-me de jornais, revistas, músicas, textos, diálogos, desenhos, cartazes, jogos,
dramatizações e outros instrumentos desagregados da tecnologia digital, nos quais a
criatividade era uma necessidade imperiosa na culminância de tarefas.
O desafio se externava na perspectiva de fazer o estudante interpretar, da melhor
maneira possível, as formas e representações comunicativas de uma segunda língua com o
auxílio desses recursos para a compreensão da escrita, da leitura, da tradução e de repetição
de frases prontas, com instrumentos mínimos.
Outro empecilho era a carência de recursos didáticos que oferecessem condições
adequadas para que professores e alunos pudessem, de maneira concreta, estudarem com
materiais que oportunizassem de forma visual, a comunicação, no processo de ensino-
aprendizagem, sendo desafiador também à excessiva quantidade de alunos em sala de aula.
Um segundo fator, deu-se em função da minha participação no quadro de
assessoramento de formação de professores da rede municipal de Natal e diante das
dificuldades relatadas pelos professores da supracitada rede, de usar o equipamento da LDI
em suas práticas de ensino, configurando-se uma maior e urgente necessidade de adequar a
formação e inserir o uso didático-pedagógico deste instrumento tecnológico nas formações.
Além desses fatores, a escolha da LDI se deu em virtude de reconhecer neste
equipamento a capacidade de englobar muitas tarefas da tecnologia, além das ferramentas
do seu próprio dispositivo de instalação, que, aliado a uma proposta pedagógica, oportuniza
16

o professor ao seu manuseio e desempenho docente informatizado. Além do mais, é um


equipamento que está dentro da escola há alguns anos e ainda não teve seu potencial
tecnológico devidamente explorado para o desenvolvimento de trabalhos com esse público.
Para mais das justificativas citadas, um terceiro argumento fundamenta a escolha
dessa temática de pesquisa. Conforme, elucida a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
documento oficial do Ministério da Educação, um dos pressupostos básicos da educação
moderna consiste em incentivar as práticas mediadas pelas Tecnologias de Informação e
Comunicação, as quais estimulam a participação de estudantes em atividades que demandam
experimentar e criar novas linguagens e modos de interação social.

1.3 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Elaborar propostas formativas com estratégias de uso da Lousa Digital Interativa para
a formação de professores de língua inglesa da rede municipal de Natal, tendo por base as
contribuições das metodologias ativas e os recursos digitais de aprendizagem.

Objetivos Específicos

● Fazer um diagnóstico das dificuldades e barreiras apontadas pelos professores


ao usarem a LDI;
● Realizar oficinas pedagógicas com o objetivo de averiguar o planejamento de
trabalho pedagógico desenvolvido com o recurso da LDI;
● Propor estratégias metodológicas considerando as potencialidades de uso da
Lousa Digital Interativa como recurso para o ensino de Língua Inglesa;
● Planejar ações formativas intermediadas com a tecnologia na prática;
● Criar um Guia Didático de utilização da LDI.

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO


17

A dissertação desta pesquisa está estruturada em seis capítulos. No capítulo


introdutório destacamos o problema, a problemática, a justificativa, os objetivos gerais e
específicos, além da estruturação da dissertação.
No capítulo segundo, destacamos o referencial teórico a respeito da Lousa Digital
Interativa, o ensino de língua inglesa e a LDI, as metodologias ativas, a formação de
professores, um levantamento sistemático e a apreciação dos trabalhos correlatos.
O terceiro capítulo trata do percurso metodológico da pesquisa e das fases
desenvolvidas para o cumprimento dos objetivos, no qual está delimitado a caracterização
da pesquisa, o lócus e sujeito da pesquisa, os instrumentos de pesquisa realizado no
levantamento de dados e nos procedimentos de análise e tratamento de dados da pesquisa.
No quarto capítulo são descritas as estratégias metodológicas para o uso da LDI. As
estratégias sugeridas apontam metodologias ativas com a inserção das TICs, pensadas no
âmbito de sala de aula para o desenvolvimento das competências da BNCC. Neste capítulo,
também foi avaliado o uso tecnológico da LDI e os efeitos dos seus recursos para o ensino.
No quinto capítulo, que trata dos resultados e discussões, foi descrito o relato das
oficinas, em que foram avaliados os efeitos da testagem das etapas do planejamento,
execução e avaliação de uso da LDI. Ainda como resultado, foram relatados os limites e as
possibilidades encarados pelos docentes para uso dessa tecnologia em aulas de língua
inglesa.
O sexto e último capítulo aborda as considerações Finais, traçando um relato das
fases vivenciadas na pesquisa, de algumas indagações, encantamento e desapontamento
decorrentes da trajetória durante a realização desta pesquisa, a qual trazem alguns
dificuldades e barreiras que tornam a metodologia de ensino com o uso da tecnologia,
empecilhos para o aprimoramento de suas potencialidades no processo de ensino.
18

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresentamos as características referente a fundamentação teórica, a


saber: Lousa Digital Interativa (LDI); o ensino de língua inglesa e a LDI; as metodologias
ativas; formação continuada de professor; levantamento sistemático e apreciação dos
trabalhos correlatos.

2.1 LOUSA DIGITAL INTERATIVA (LDI)

A LDI é um equipamento de ampla expansão visual, capaz de projetar informações


processadas da internet ou de mídias de armazenamento. Conforme Souza e Guidoni, (2015)
Pelo manejo dos seus recursos o usuário pode favorecer o ensino com trabalhos pedagógicos
mais criativos e conectados com as inovações tecnológicas do século vigente. Ela é eficiente
para o desenvolvimento de práticas educativas em todos os níveis, desde as séries iniciais
aos níveis mais avançados de ensino.
O equipamento descrito é um dos recursos técnico-científico informacionais. Existe,
no mercado, uma série de fabricantes da LDI, mas esta pesquisa trabalhou com a lousa Desk
Board 6.0. Essa versão funciona a partir da interação em sua tela com o toque da caneta ou
dos dedos. Para fazer o melhor uso das ferramentas presentes nesse instrumento é necessário
se familiarizar com os ícones manipuláveis do seu drive, tratados, na ergonomia, por
affordances1. Esse conjunto de sinais visuais ou embutidos no desktop do equipamento
devem ser reconhecidos pelos usuários, implicando num exercício de raciocínio e prática
entre o homem e o sistema, os quais são ativados pelos processos mentais de percepção,
memória, raciocínio, interação, dentre outros.
Os ícones estão graficamente representados no dispositivo tecnológico da LDI, sendo
eles responsáveis pelo processamento de informações realizadas a partir da execução do
homem no seu sistema operacional, o qual gerencia a organização de tarefas em seu desk
board. A representação gráfica desses ícones, estrategicamente se refere ao que ele
desempenha, embora, nem todos estejam visíveis ao usuário.

1
Affordances, termo usado na ergonomia, proposto pelo psicólogo James Gibson em 1977, o qual faz
referência a qualquer objeto que permite ao indivíduo identificar as funcionalidades referentes a sua ação
mediante a necessidade de uso que são estabelecidas entre o homem e um dado instrumento.
19

Figura 1- Interface da Lousa Digital Interativa Desk Board

Fonte: Arquivos do pesquisador, a partir do manual da LDI.

A figura acima, apresenta uma ilustração do layout da LDI versão Desk Board. O
diferencial desse recurso é que, pela manuseio das suas ferramentas, é possível criar
múltiplos procedimentos de ensino e ressignificar o espaço de sala de aula, desenvolvendo
uma relação de aproximação e manipulação pessoal com objetos selecionados, sendo
possível, recortar, ampliar, diminuir, copiar imagens, utilizar vídeos, tabelas, gráficos, criar
anotações em dezenas de tarefas, filmar aulas, etc. Sampaio (2016), destaca que o
equipamento tem uma grande quantidade de funções e que para além dos recursos visuais,
existe a interação tátil, diretamente no quadro.
De acordo com Souza e Guidoni (2015), a LDI possui seu próprio armazenamento e,
a partir dele, pode-se explorar os diversos conteúdos existentes no computador, como
também, identificar armazenamentos de mídias móveis sem nenhuma dificuldade.
Uma das principais ações após ligar o sistema da lousa é a calibração, esse
procedimento pode ser realizado com um dos dedos das nossas mãos, posicionados a noventa
graus ou com a caneta nos locais indicados na tela pela função touch screen que ela possui.
A partir do programa instalado na lousa, é possível manusear uma série de
ferramentas: canetas, apagador, régua, marca-texto, transferidor, relógio, calculadora, editor
de texto, formas geométricas, planilhas, câmera, filmadora, entre outros recursos que a
tornam um instrumento inovador e de grandes possibilidades de uso.
20

Além da tela, outros recursos compõem a LDI. Como demonstra a figura abaixo, ela
é composta por uma tela eletrônica, um computador, um projetor, e uma caneta (de uso
opcional).
Figura 2- Instrumentos que compõem uma LDI

Fonte: Arquivos do pesquisador, a partir do manual da LDI.

Segundo Nakashima e Amaral (2006), a lousa é um equipamento de tecnologia


“híbrida”, ou seja, possui vários recursos que podem ser potencializadores de situações de
aprendizagem, dentre elas, o modo de filmar ou gravar aulas presenciais, salvá-las e utilizá-
las em outras ocasiões. Sobre esse aspecto, ele reproduz som e imagem em alta qualidade.
Por ser um equipamento completo, ela tem um alto poder de conversão de mídias e
disposição visual.
Pelo acesso à internet é possível a comunicação remota em redes sociais ou caminhar
em lugares distantes, virtualmente, quando o aplicativo maps, por exemplo, for acionado.
Em tarefas envolvendo jogos é possível agregar outros equipamentos à LDI. Essa
articulação entre diferentes mídias desperta e incentiva a troca de comunicação pelas
informações visíveis na tela de forma animada ou estática, dependendo do objetivo de cada
tarefa de jogo ou da atividade proposta pelo docente.
Outra característica da lousa, é que ela possui em seu drive uma vasta quantidade de
imagens referentes às diversas áreas de conhecimento, as quais podem ser ampliadas,
reduzidas, customizadas e trabalhadas de modo que estabeleça uma relação entre os objetos
e o conteúdo em estudo.
21

Esses objetos estão disponíveis em sua galeria de armazenamento interno, os quais


são estimuladores da compreensão visual, tais como: alfabeto, números, relógio, calendário,
animais, pessoas no trabalho, artigos da química, mapas, computação, moedas, livros,
vestimentas, artigos de bombeiro, bandeiras, alimentos, flores, mobílias, corpo humano, etc.
Os Objetos de Aprendizagem (OA) caracterizam-se como ferramentas para o ensino.
Podem ser trabalhados com qualquer conteúdo didático, desde que estejam relacionados aos
objetivos educacionais referentes às séries e à faixa etária dos estudantes, cabendo ao
professor identificar, selecionar e atribuir a intencionalidade pedagógica do uso destes e sua
aplicação no contexto de sala de aula ou fora dela. De acordo com TAROUCO et al., (2014,
p. 14).

Um Objeto de Aprendizagem é qualquer recurso, suplementar ao processo de


aprendizagem, que pode ser reusado para apoiar a aprendizagem, termo
geralmente aplicado a materiais educacionais projetados e construídos em
pequenos conjuntos visando a potencializar o processo de aprendizagem onde o
recurso pode ser utilizado.

Dependendo da proposta de trabalho, esses recursos podem ser utilizados pelos


estudantes de modo que haja a interação pela capacidade de organização, customização em
tela ou conforme as ideias e a imaginação intrínseca de elaboração.
A partir das propostas pedagógicas de ensino, pode ser criado um banco de dados da
turma por meio desses objetos que podem ser armazenados e reutilizados em outros
momentos de aulas, sendo esses “repositórios” para revisão em aulas posteriores. A
retomada desses objetos, confere ao estudante o nível de compreensão do assunto já visto, e
ao professor, uma análise no seu próprio planejamento.
O compartilhamento e reutilização desses recursos é um dos princípios da mediação
Tecnológico-Pedagógica do Conteúdo, a esse respeito, a mediação tecnológica não deve
estar desvinculada da metodologia, em virtude de a tecnologia digital favorecer uma melhor
compreensão de conceitos quando vinculada às técnicas pedagógicas, apontada por Mishra
e Koehler (2006) de forma construtiva.
A articulação entre professor e estudante nesse processo, estabelece um maior
engajamento cognitivo e favorece a construção do conhecimento preexistente do aluno, de
modo a desenvolver novas epistemologias vinculadas a uma produção por meio dos recursos
digitais por eles reconhecidos e utilizados.
22

Conforme Bacich e Moran (2018, p. 132) “Conhecer os recursos tecnológicos e saber


como utilizá-lo não é suficiente se não houver uma associação com a metodologia mais
adequada e relações eficiente entre o recurso e os conteúdos.”
A esse respeito, uma nova perspectiva educativa, conhecida por letramento digital,
segundo Pereira (2016) enfoca que o recurso, objeto de aprendizagem, pode promover um
maior engajamento entre professores e estudantes, de forma que eles se posicionem
criticamente diante de textos e informações decorrentes do mundo da tecnologia digital.
Em face ao novo perfil de utilização das tecnologias digitais e na perspectiva de
propostas pedagógicas inovadoras, a educação deve aprimorar o uso do equipamento já
presente na escola e encontrar meios para configurar uma nova identidade metodológica de
ensino que estimule o estudante a participar de práticas colaborativas que promovam
resoluções de problemas, descrito por Souza e Dourado (2015), a partir de tarefas associadas
aos conteúdos.
A partir do trabalho pedagógico e criatividade do professor com o uso da LDI é
possível mediar outros modos de ensino aplicado ao instrumento, tendo em vista que essa
mediação pode oferecer ao aluno, diversas características de conteúdos virtuais, bem mais
próximas às suas realidades, o que não seria viável em uma lousa convencional. Conforme
Rodrigues e Moralis (2015) integrar ferramentas tecnológicas as práticas pedagógicas é uma
possibilidade de produzir condição de observação na própria ação, tendo em vista, às
diversas ferramentas do equipamento.
A respeito da proposta metodológica com o uso da LDI, ela se embasa na teoria da
educação progressiva apontada por Dewey (1899), sob a ótica de que se aprende mediante o
enfrentamento de situações-problema e que cada ser aprende de forma diferente. O autor
atesta que, diante de um desafio inédito, o pensamento recorre a experiências anteriores para
resolver novas situações e, dessa maneira, o conhecimento se constitui pela sabedoria já
adquirida e se amplia a cada novo problema lançado. Na teoria de Dewey (1899) a criança
não chega na escola sem nenhum conhecimento.
Seguindo a mesma linha de pensamento de Dewey, Westbrook (2010) enfatiza que
a criança leva consigo quatro impulsos inatos: o de comunicar, o de construir, o de indagar
e de expressar-se de forma mais precisa. Dessa forma, a escola se torna um espaço de
construção e troca de saberes, sendo o papel dela apresentar aos estudantes, de maneira
progressiva, a compreensão das coisas mais simples pela realização de tarefas associadas
aos conceitos. Diante disso, constitui-se o conhecimento mais complexo. É por meio da
23

problematização, associando a teoria à prática, que se refina a compressão e se estabelece


uma aprendizagem significativa, gerada na ênfase do fazer de forma concreta, no qual o
aprender vai se constituindo no processo de formação do indivíduo.
Sobre as possibilidades de práticas metodológicas com a LDI, identifica-se que, o
equipamento permite que até quatro pessoas possam desenhar, fazer quadros criativos e
escrevam ao mesmo tempo, e que, a partir dessa e de muitas outras possibilidades, haja a
participação, a colaboração, o engajamento, o envolvimento com o recurso pela troca de
informação e aquisição do saber.
Conforme Carli e Soares (2013), o professor deve oportunizar aos estudantes: o
contato e manuseio tátil com o equipamento e que, a partir desse contato, eles passem a
interagir com seus pares; realizem tarefas que estabeleçam a relação da aprendizagem com
os conteúdos e sobre os quais, a partir das funções do equipamento, padronizarem
apresentações da própria autoria; pela proposta de diferentes abordagens com os temas,
estimule os procedimentos de autonomia no engajamento de tarefas de cunho pessoal e
social; sugira a criação de arquivos pessoais ou pastas para armazenar pesquisas e
informações; apresente-os aos objetos da galeria de modo que saibam associá-los,
conceituá-los, distingui-los em diversos contextos; favoreça as possibilidades do recurso e
possa integrá-lo na prática para que, no processo de ensino-aprendizagem, com o uso da
LDI em sala de aula, possa refletir efetivamente em um melhor desenvolvimento cognitivo
do estudante.
Estima-se que o ensinar e o aprender tornam-se muito mais intensos quando estão
ancorados na experiência do fazer, do elaborar, do construir. Essa atitude requer não somente
a apreensão dos conceitos adquiridos pelas propostas no contexto de sala de aula, mas
também o conhecimento de mundo, possibilitando que a ação e a reflexão conjunta
constituam um saber globalizado.
No que concerne a prática metodológica de uso da LDI voltada para o ensinar e o
aprender, na concepção de Rodrigues e Morales (2015 p.138) “o trabalho com a lousa digital
pode modificar o ensinar e o aprender, assumindo a ideia de que somos sujeitos ativos e
aprendentes, em constante processo de transformação na/pela convivência com o outro”.
A forma democrática como tudo isso se processa transfere ao educando outras
percepções da realidade, propiciando o seu engajamento nos diversos temas discutidos em
sala de aula, além de estabelecer relações entre os saberes pré-existentes e os conteúdos
24

abordados, o que torna a interação uma grande aliada das multiplicidades de visões
semióticas despertadas com a projeção da lousa.
Nesse sentido, destacamos a necessidade de refletirmos a respeito do seu melhor
aproveitamento nos processos de aprendizagem que rompem com alguns conceitos
tradicionais de ensino, buscando uma nova práxis pedagógica para o uso das TIC. (HESS;
ASSIS; VIANA, 2019).

2.2 O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E A LDI.

Integrar o uso da LDI e dos diferentes recursos midiáticos ao ensino, pode favorecer
o desenvolvimento de compreensão das múltiplas linguagens, identificada no diálogo, na
escrita, na prática de vocabulário, na interpretação de imagens e nas mais diversas
manifestações sociais. Moita Lopes (1996) destaca que o processo de construção do
conhecimento acontece pela interação entre professor e aluno. Esse conhecimento é
construído conjuntamente através de uma dinâmica que envolve negociação, compreensão,
falhas, acordos etc., entre ambos. Dessa forma, a aprendizagem pela interação se processa a
partir de percepção de mundo em um contexto mental comum em que o professor tem a
função de construir andaimes para o aluno aprender.
Dentro desse contexto, possibilitado pelo alcance midiático, a LDI favorece o acesso
as informações referentes aos costumes, hábitos, comportamentos e diferentes maneiras de
interação entre os sujeitos da língua em estudo, a partir da pesquisa referente a essa
finalidade. Conforme Almeida Filho (1993), a aula de língua estrangeira pode possibilitar
ao aluno não só a sistematização de um novo código linguístico, mas também a chance de
transportá-lo para dentro de outros lugares.
Sob essa perspectiva, e de forma menos abstrata, o acesso da LDI com a internet,
pode favorecer o contato entre estudantes de outros países, num intercâmbio visual mais
concreto, estabelecendo as informações da língua em estudo, de modo que essas informações
transfiram aos aprendentes uma nova percepção da comunicação visual e na compreensão
dos diversos signos linguísticos que promovem a interlocução social da linguagem entre os
sujeitos e sobre as quais se formula clarões indeléveis a memória.
Nesse sentido, integrar o ensino às tecnologias envolve técnicas, instrumentos e
métodos que requerem uma maior atenção por parte do docente, no sentido de apontar
caminhos e propostas pedagógicas para um maior desempenho das habilidades
25

comunicativas. Conforme observado por Vogt e Sá (2016), a prática docente com o uso das
TICs ocorre quando o professor consegue abstrair informações do contexto de ensino e faz
uso dessas informações para intensificar a sua prática.
Se não bem aproveitada a LDI nas escolas, estima-se um prejuízo considerável para
o ensino. O debate acerca da sua subutilização nas aulas de língua inglesa, ocorreu em
função dos relatos das diversas necessidade de melhor usufruir das ferramentas do referido
instrumento, no qual a formação se constituiu no espaço mais apropriado para a discussão a
acerca de novas propostas educativas e sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores
a esse respeito.
Nessa perspectiva, um documento da British Council (2015) identifica dificuldades
específicas do ensino de língua inglesa na Educação Básica da rede pública brasileira,
destacando a carência de recursos didáticos adequados, o desnivelamento de turmas, alunos
com problemas básicos de leitura e escrita, estrutura física da escola, desvalorização
profissional docente, dentre outras. Entre as dificuldades apontadas estão algumas carências
no gerenciamento para o uso das tecnologias que impactam nas novas propostas de ensino.
Ensinar uma segunda língua atualmente requer do professor de língua inglesa
conhecimento linguístico, de vocabulário, de regras e normas gramaticais, fluência do
idioma e, além disso, requer o conhecimento do manuseio dos recursos tecnológicos, pois
ter esse conhecimento atualizado é essencial para integrar as inovações da tecnologia e
desvendar outros meios de realizar a prática docente.
Nos dias atuais, os docentes se sentem “pressionados” pela necessidade de inserir os
recursos tecnológicos ao ensino, tendo em vista que os alunos não se contentam mais com
os conteúdos escritos, pronúncias e repetições de frases, estudo de novos vocabulários,
regras em aulas expositivas, respostas dadas em folhas impressas, sem que haja o auxílio de
recursos que intermedie de forma inovadora, essas informações.
Compreende-se que a mediação pelas TICs amplia a compreensão imagética e
favorece competências de colaboração, participação, questionamentos na ação do ato de
aprender, as quais estabelecem o protagonismo mútuo no processo de ensino-aprendizagem.

A tecnologia invade as salas de aula e basta um breve passeio [...] para se descobrir
a oferta insistente de novos recursos educacionais. Da lousa eletrônica aos livros
interativos, da proposta para envolvimento dos alunos em redes sociais da internet
a novos telefones celulares, da preparação do estudante em robótica a laboratórios
para estímulo às memórias e às inteligências. Se para qualquer disciplina as
26

propostas desses recursos são insinuantes, o que dizer de Língua Inglesa, que, por
sua natureza e essência, mais precisa aproximar saberes e atualizar
pessoas. (SELBACH, 2010, p. 115).

Pensar na inclusão do recurso da LDI no planejamento escolar, a partir de propostas


pedagógicas, nos remete a uma discussão que demanda a retomada de uma reflexão sobre
seu aproveitamento na rede de ensino, tendo em vista que a eficácia do referido instrumento
só pode ser mensurada mediante a disseminação de sua prática. Como referendada em Lima
(2011), a mediação com suportes da informação eletrônica para o ensino, tem um papel
preponderante, não somente para compreensão da língua inglesa, mas para o contato
multilíngue.
Assim sendo, partindo das dificuldades vivenciadas pelos profissionais da educação
em conciliar as tecnologias à prática de sala de aula, ainda há muito para se desenvolver.

O professor convive com esse dilema cotidianamente. As suas dificuldades ao


manusear o computador, desenhar uma nova ação pedagógica ou lidar com
imprevistos diante dos alunos caracterizam situações que provocam emoções
desagradáveis e reações a eles. Uma delas é querer desistir da tecnologia ou resistir
à sua adoção. GOMES et al., (2015, p. 30).

Por conseguinte, compreendemos que a tríade comunicação, educação e tecnologia


constitui-se de elementos essenciais a serem explorados no ensino de língua inglesa pelos
seus agentes engajados no processo de ensino-aprendizagem.
Na seção seguinte, traremos algumas considerações sobre as metodologias ativas e
suas especificidades para aplicação em sala de aula.

2.3 AS METODOLOGIAS ATIVAS

As metodologias ativas favorecem o processo de ensino-aprendizagem e contribuem


para a formação e construção do conhecimento. Elas dão ênfase ao papel protagonista do
aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas de aquisição
do conhecimento. Conforme Moran (2017, p. 4), “Metodologias são grandes diretrizes que
orientam os processos de ensino e aprendizagem e que se concretizam em estratégias,
abordagens e técnicas concretas, específicas, diferenciadas”.
27

Elas se diferenciam das metodologias tradicionais por colocarem o aluno no centro


do processo de ensino-aprendizagem, favorecendo sua participação autônoma na construção
do conhecimento, na tomada de decisões, no exercício criativo, a partir de tarefas vinculadas
ao conteúdo em estudo, por meio de uma problematização planejada pelo professor.
No que se refere às estratégias de ensino, as metodologias, quando articuladas ao
planejamento e aplicadas à docência, podem despertar saberes, instigar sentidos que
ressignificam a aprendizagem efetiva do aluno, tornando-o mais receptivo, participativo,
colaborativo, em virtude do conhecimento previamente apreendido. Dessa forma, o aluno
poderá adquirir maior autonomia nas discussões e compartilhar suas reflexões com os
colegas, sempre com a mediação dialógica do professor, bem como se subsidiar do
conhecimento para aplicá-lo nas vivências e rotinas diárias.
As tarefas realizadas por meio das metodologias ativas permitem que o processo de
assimilação e construção do conhecimento ocorra mais rapidamente e que o estudante possa
refletir e posicionar-se, de forma crítica, frente aos desafios que se apresentam em sala de
aula e fora dela.
No que se refere às abordagens de ensino no processo metodológico, elas se
apresentam como mediadoras dos conteúdos, relacionando o real, o virtual e o científico,
com o objetivo de despertar novas inteligências no ato de apreender, frente às múltiplas
informações disponíveis nos ambientes de aprendizagem, de forma a tornar o sujeito mais
crítico e observador nas suas interpretações, uma vez que as metodologias ativas exigem
dele ações e construções mentais variadas. No dizer de (MORAN, 2015, p. 16).

O que a tecnologia traz hoje é integração de todos os espaços e tempos. O ensinar


e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, constante entre o que
chamamos mundo físico e mundo digital. Não são dois mundos ou espaços, mas
um espaço estendido, uma sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza
constantemente.

As metodologias ativas possibilitam que na atuação docente o professor se ampare


em práticas diferenciadas e que possibilitem a mediação do conhecimento a partir da
execução do planejamento, e que estas sejam desenvolvidas em ações que venham favorecer,
por meio dos procedimentos, as potencialidades cognitivas, garantindo aos estudantes uma
melhor assimilação dos conteúdos pela realização de tarefas com o uso das TICs.
28

Essas metodologias constituem práticas incentivadoras de novas abordagens de


ensino e devem estar em consonância com os procedimentos teórico-metodológicos, os quais
implicam na articulação de saberes e devem ser intermediados pela didática de ensino de
modo a favorecer a aprendizagem aos discentes pelas proposições dos conteúdos. Quanto
mais interativa for a transmissão do conteúdo, maior será a compreensão e o reconhecimento
dele. A execução dessa tarefa, atualmente, requer do professor, não só o conhecimento
relativo ao que se ensina, como também o exercício das metodologias que facilitam a
exposição de conceitos e do uso da tecnologia, aportes da mediação e transposição do saber.
Nesse contexto, o desenvolvimento das propostas metodológicas deve estar inserido
num plano global de ensino, referenciado nas propostas do planejamento político-
pedagógico escolar, como também no planejamento individual do professor e na prática
docente que desfecha todas as etapas citadas anteriormente.
Nesse processo, o professor necessita de mais embasamentos que possam favorecer
a transposição das suas propostas de ensino, que ultrapassam a utilização do livro didático,
da lousa tradicional e da exposição oral. Contudo, nossa pesquisa se ancora em uma das
muitas ferramentas que, agregadas ao conhecimento do professor, podem potencializar o
ensino e contribuir para a aquisição de novos conhecimentos, informações e interações.
Dentre as metodologias ativas que aprimoram o processo de ensino-aprendizagem,
podemos destacar:

Aprendizagem baseada em problemas (APB)

Em inglês Project Based Learning (PBL) – tem por objetivo fazer com que os alunos
adquiram conhecimento por meio da solução colaborativa de desafios. No que se refere a
essa aprendizagem, encontramos a seguinte definição em (SOUZA e DOURADO, 2015,
p.185).

ABP promove a aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades,


de competências e atitudes em todo processo de aprendizagem, além de favorecer
a aplicação de seus princípios em outros contextos da vida do aluno. Assim, a ABP
apresenta-se como um modelo didático que promove uma aprendizagem integrada
e contextualizada.
29

Essa metodologia tem por princípio a utilização de um problema para a aquisição e


integração de novos conhecimentos de forma que promova uma aprendizagem
transdisciplinar, centrada no desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes
adquiridas pelos estudantes durante o processo de aprendizagem. Para Behrens (2000), o
professor, ao propor problemas aos estudantes, estimula a prática do diálogo, favorecendo
seu posicionamento crítico e dialético que se configura em movimento constante de ação,
reflexão e ação.
Na execução dos problemas, os estudantes são instigados a resolver situações, as
quais servem de impulso para realizar suas pesquisas e descobertas, ao mesmo tempo em
que desvendam os problemas, adquirem conhecimento e aprendizagem. Esse processo
transfere princípios educativos relevantes que podem ser disseminados em outros contextos
de vida do estudante.
Os desafios podem ser desenvolvidos de forma individual ou em equipe. Ao serem
agrupados com essa incumbência, são levados a se familiarizar com conceitos, anotar
dúvidas e dificuldades que tiverem para compreender os desafios.
A interação com o grupo propicia o compartilhamento de ideias e opiniões, e nessa
convivência fomentam a troca de conhecimento em situações significativas e valiosas
provenientes das concepções intelectuais e participação social.
Nessa proposta o professor é um facilitador do processo de aprendizagem e da
mediação didático-pedagógica, e tem de estar preparado para corrigir concepções
equivocadas (ou criar situações para que os estudantes percebam o equívoco) e aponte
caminhos que ampliem o conhecimento.

A aprendizagem baseada em projetos

A aprendizagem baseada em projeto, termo em inglês, Project Based Learning


(PBL), é uma alternativa de prática educativa da atualidade que se converte em projetos de
situações-problema reais, que podem ser estudadas, refletidas, analisadas etc. À medida em
que as pesquisas se aprofundam, os estudantes vão amadurecendo o discernimento dos seus
saberes em relação à situação-problema do mundo que os cerca. O estado autêntico de
consciência adquirido no processo é a maturação desse aprendizado.
Portanto, a metodologia de projetos adota a postura de que o interesse pelo tema a
ser pesquisado parta do conhecimento prévio do estudante, levando em conta seu contexto
30

histórico, social e cultural. Para que isso ocorra é necessário que o conteúdo seja trabalhado
de tal forma que confronte questões do senso comum com o conhecimento científico e que
ele seja redefinido pelas descobertas e pesquisas realizadas durante sua aplicação. Desse
modo, após os conceitos serem discutidos e realinhados, podem ser replicadas pelos
estudantes em sala de aula e nas suas vivências sociais. Conforme Bender (2014, p. 15), “é
uma das mais eficazes formas disponíveis de envolver os alunos com o conteúdo de
aprendizagem e, por essa razão, é recomendada por muitos líderes educacionais como uma
das melhores práticas educacionais na atualidade”.
Essa metodologia, ao valorizar o trabalho em equipe desenvolvido em sala de aula,
aumenta a motivação na busca das descobertas, amplia o desenvolvimento de habilidades
colaborativas, favorece a retomada de resolução de problemas. Além disso, o trabalho se
torna mais cooperativo e participativo. Bender (2014), considera que a APB pode ser
definida pela utilização de projetos autênticos e realistas, baseados em uma questão, tarefa
ou problema altamente motivador e envolvente, com o objetivo de ensinar conteúdos
acadêmicos aos alunos, no contexto de trabalho cooperativo voltado para a resolução de
problemas.

A integração de disciplinas variadas com as diversas habilidades de pensamento


na ABP ajuda os professores a trabalharem por meio de padrões de conteúdos
vastos, ensinando os alunos a enxergarem a conectividade das grandes ideias
dentro das várias áreas do currículo. (BENDER, 2014, p. 25).

A inserção dos recursos da tecnologia na ABP é relevante e significativa, uma vez


que os estudantes, além de utilizarem as ferramentas para se apropriarem do conhecimento,
passarão a produzi-lo, desenvolvendo as potencialidades do conhecimento, transformando-
as em arquivos digitais no formato de vídeo, apresentação de PowerPoint, portfólios ou
algum tipo de mídia por eles elaborados. De consumidores, passarão a ser produtores do
saber adquirido, tendo em vista que suas aprendizagens poderão ser publicadas no universo
virtual da web. A efetivação dessa aprendizagem contribui para a formação de jovens de
forma a deixá-los bem mais preparados nas vivências educativas e sociais. Sem dúvida, a
experiência de se ver no processo de construção do conhecimento pode repercutir de modo
intensivo e significativo na sua postura e compreensão mediante a maturidade intelectual.
Nesse sentido, buscaremos estabelecer a interdisciplinaridade da Língua Inglesa com
outros componentes curriculares para a articulação de um trabalho integrado, em que os
31

alunos possam interagir com o conhecimento, de forma que os conteúdos das diferentes
disciplinas possam dialogar entre si, promovendo a compreensão global do conhecimento
científico.

Interdisciplinaridade é o movimento (inter) entre as disciplinas, sem a qual a


disciplinaridade se torna vazia; é um ato de reciprocidade e troca, integração e
voo; movimento que acontece entre o espaço e a matéria, a realidade e o sonho, o
real e o ideal, a conquista e o fracasso, a verdade e o erro, na busca da totalidade
que transcende a pessoa humana. Creio que a interdisciplinaridade leva o aluno a
ser protagonista da própria história, personalizando-o e humanizando-o, numa
relação de interdependência com a sociedade, dando-lhe, sobretudo, a capacidade
crítica no confronto da cultura dominante e por que não dizer opressora, por meio
de escolhas precisas e responsáveis para a sua libertação e para a transformação
da realidade. (FAZENDA, 2008, p. 165).

Nesse processo, o professor, além dos conhecimentos e experiências profissionais de


educação, atuará como facilitador e orientador durante todo o percurso do projeto,
conduzindo o grupo nos avanços dos resultados, através de feedback nas observações e
reflexões elencadas pela turma.
Essas práticas oferecem dinamismo na execução das aulas expositivas, de tal forma
que a mediação pedagógica não acontece apenas entre professores e alunos, mas também
entre o aluno e seus pares.

A sala de aula invertida ou flipped classroom

Em inglês flipped Classroom, é uma outra metodologia que tem como finalidade
mudar os paradigmas do ensino presencial, alterando a logística do ensino tradicional. Seu
principal objetivo é que o aluno tenha acesso antecipado ao material estudado. A esse
respeito, Moran (2015) considera a sala de aula invertida um dos modelos mais interessantes
da atualidade para mesclar tecnologia com metodologia de ensino, pois concentra no virtual,
o que é informação básica e na sala de aula, atividades criativas, supervisionadas pelo
docente. Uma combinação de aprendizagem por desafios, projetos, problemas reais e jogos.
Sobre essa metodologia, Bergmann; Overmyer e Willie (2012), inferem que a
Flipped Classroom, ou sala de aula invertida pode aprimorar a interação entre os estudantes
e o professor, bem como promover um ambiente de aprendizagem no qual os estudantes se
32

tornem responsáveis pelo seu próprio aprendizado, como também pode promover a
aprendizagem construtivista, na qual o conteúdo fica permanentemente disponibilizado ao
estudante, numa mídia, de modo que possa visitá-lo e editá-lo quantas vezes quiser.
Convém ressaltar que esse método não pode ser encarado como uma simples
substituição do professor pelos recursos disponíveis em sites ou em redes de aprendizagem,
tampouco como um modelo que promova o estudo solitário dos estudantes, sem a devida
mediação do professor, evitando que eles desprendam seu tempo de navegação na rede com
atividades alheias ao processo de ensino-aprendizagem.

Ensino híbrido

É um dos modelos educacionais conhecido como educação disruptiva. É proveniente


da palavra em inglês e-learning, m-learning ou blended learning. Ensinar por esse método
não significa ter de substituir ou extinguir o ensino tradicional, mas de reunir, em um mesmo
ambiente, o melhor de ambos.

Dessa maneira, a aprendizagem online é gradualmente misturada com o ensino


presencial, mas sem alterar o modelo básico de ensino em sala de aula. Aqui, a
aprendizagem online está sendo usada como um complemento ao ensino
tradicional. Embora não haja definições padrões ou acordadas em comum nesta
área, usarei o termo “blended learning” (aprendizagem híbrida) para esse uso da
tecnologia. (BATES, 2017, p. 69).

Nesse aspecto, o ensino tradicional tem o professor no centro do processo de


transposição do conteúdo de forma presencial, sendo essa ação modificada pelo modelo
metodológico do ensino híbrido. O professor, nessa proposta, coordena e acompanha a
aprendizagem.
Um dos objetivos do ensino híbrido é propor desafios aos estudantes, de forma que
eles se tornem aptos e estimulados a elaborar conceitos, desenvolver projetos e resolver
problemas, possibilitando maior aproximação dos materiais disponíveis na internet para
pesquisa com os temas encaminhados pelo docente.
Esse modo diferenciado de pesquisar o conteúdo possibilita ao estudante uma maior
oportunidade de reflexão e formação de ideias, desenvolvimento crítico e global em relação
à aprendizagem, cujos fatores relevantes são: maior envolvimento dos estudantes;
33

aproveitamento do tempo do professor; ampliação do potencial da ação educativa;


planejamento acompanhado pelo aluno; troca de experiências pelas diferentes formas de
aprender dos estudantes e aproximação do conteúdo em estudo com a realidade cotidiana do
estudante. Dessa forma, o ensino híbrido enseja uma ininterrupta articulação para além da
fronteira escolar. Conforme Moran (2017) o trabalho educativo de forma híbrida destaca a
flexibilidade, a mistura e compartilhamento de espaços, tempos, atividades, materiais,
técnicas e tecnologias que compõem esse processo ativo.

Aprendizagem por pares ou team based learning (TBL)

A aprendizagem por pares ou times ou Team Based Learning (TBL), possibilita a


formação de equipes com o intuito de oportunizar a interação e a colaboração entre os pares,
através da formação de pequenos grupos de aprendizagem.
Ao escolher essa metodologia, o professor forma os pares, mas não de forma
aleatória. O agrupamento é intencional, de modo que as habilidades se complementam entre
os pares, sendo assim, uns ensinam aos outros com os conhecimentos que cada um possui.
Essa abordagem desperta nos estudantes a prática da comunicação, a confiança, a
responsabilidade e a colaboração nas suas relações interpessoais no contexto educativo.
Conforme atestam Marques, et al., (2018), esse procedimento é perceptível na efetivação do
diálogo entre eles, pela troca de experiências, a qual se firma nessa parceria de interação
mútua e autônoma.
O professor deve acompanhar o progresso da descoberta entre os estudantes, de
forma que lhes garantam a participação na expressão de suas aprendizagens. O
desenvolvimento das tarefas no processo do TBL gera responsabilidade a todos, tanto no
trabalho individual quanto no coletivo.

Aprendizagem baseada em jogos ou Game Based Learning (GBL)

Os jogos educativos são instrumentos que contribuem para o desenvolvimento da


aprendizagem, uma vez que sua aplicação em grupo ou individual implica no trabalho de
uso do raciocínio para os diversos desafios dispostos nas regras definidas em cada jogo. Os
participantes interagem pelo feedback dos resultados na duração de cada sessão que se
efetiva. Os desafios normalmente têm resultados quantitativos, os quais favorecem
34

significativas reações emocionais aos participantes, dentre elas, a atenção, a abstração, a


confiança, a relevância do estímulo cognitivo e a satisfação (KAPP, 2012).
O método da gamificação pode ser aplicado em várias áreas profissionais, mas vem
crescendo no âmbito educacional pela capacidade de entusiasmar os estudantes a trabalhar
seus conhecimentos e aprender de forma diferente. A partir do uso dos games, os estudantes
passam a cumprir metas e objetivos, os quais servem de encorajamento e estímulo para
impulsioná-los a alcançar, cada vez mais, novos desafios. Outra característica despertada
pela gamificação é a de engajar e motivar pessoas no processo de desenvolvimento
cognitivo, afetivo e moral, além de estimular a criatividade, a concentração e a resolução de
problemas de forma dinâmica.
Muitos jogos estão disponíveis no ciberespaço, porém alguns foram apresentados e
testados na formação dos professores, como o kahoot e o plickers.
Destacamos na próxima seção algumas considerações a respeito da formação
continuada de professores.

2.4 A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

A formação continuada é o espaço de troca de diálogo e discussão referentes às


dificuldades e avanços obtidos pelas mediações realizadas no contexto escolar. Ela se
fundamenta na construção permanente de competências desenvolvidas nas vivências da
prática docente, de tal forma que a reflexão da prática seja construída num processo contínuo
do fazer pedagógico e alimentada pelas discussões do trabalho coletivo da profissão
(NÓVOA, 1999).
Nesse cenário, a formação continuada exerce um papel essencial, sendo instrumento
de motivação e de engajamento profissional que estimula os docentes ao compartilhamento
de experiências pela autorreflexão e pelo autoconhecimento, de maneira que os professores
partam de suas histórias pessoais, de vida, de sua subjetividade, para então formatar a sua
identidade profissional.
A respeito da revolução digital que caracteriza a contemporaneidade e dos recentes
debates sobre o uso das tecnologias digitais no ambiente escolar, o fazer pedagógico é, a
priori, o campo que precisa intensificar mais o diálogo acerca das mudanças. Dessa forma,
urge a necessidade da disponibilização, por parte do poder público, de direcionar um trabalho
de formação continuada aos professores, a fim de integrar as novas Tecnologias da
35

Informação e Comunicação à sala de aula (SAMPAIO, 2016). Formar o docente para os


novos desafios é uma condição indispensável no atual cenário da educação.

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental


é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico,
necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que se confunda com
a prática. (FREIRE, 1996, p. 43).

Porém, esse acompanhamento no processo formativo, por meio da tecnologia digital,


ainda se apresenta em marcha lenta. Há uma lacuna a ser preenchida e atualizada, no sentido
de melhorar e diversificar o ensino, no que tange à compreensão das metodologias, para que
estas estejam efetivamente presentes no planejamento pedagógico.
Entre os fatores que impactam a gerência do trabalho pedagógico do professor está a
articulação dos conteúdos associados aos conhecimentos dos recursos disponíveis nas
ferramentas tecnológicas. Essas dificuldades ainda residem em muitos docentes que não
dominam e ou desconhecem o manuseio dos artefatos digitais para que possam integrá-los
em suas aulas e transformem a rotina de sala de aula em um ambiente mais ativo, mais lúdico,
mais conectado. Capazes de fornecer as suas aulas, além do conhecimento, informações,
promovida pela mediação pedagógica com os mais diversos temas, cuja perspectiva é a de
favorecer ao aprendiz posicionamento crítico diante de situações sociais, éticas, políticas,
morais e outras.

As novas tecnologias criam novas chances de reformular as relações entre alunos


e professores e de rever a relação da escola com o meio social, a diversificar os
espaços de construção do conhecimento, ao revolucionar os processos e
metodologias de aprendizagem, permitindo um novo diálogo com os indivíduos e
com o mundo. (MERCADO, 1999, p.27).

Na tentativa de reverter o atual cenário, é preciso mudar paradigmas e criar novos


hábitos estabelecendo vínculos, no fazer pedagógico, entre os conteúdos curriculares de
ensino, a atualização sobre as novas metodologias e o uso das tecnologias, uma vez que é
perceptível o quanto as mídias digitais instigam as novas gerações a utilizarem os modernos
recursos.
36

Frente à necessidade de melhorar a relação do professor com o instrumento


tecnológico, em questão, faz-se necessário apresentar algumas propostas na formação dos
professores de língua inglesa, que podem facilitar o trabalho docente, com vistas ao
manuseio do equipamento (conhecimento técnico) e da inserção das novas metodologias aos
recursos tecnológicos (conhecimento didático-pedagógico).
É com base nesses princípios que os professores de língua inglesa, devem reconhecer
nas metodologias ativas, de acordo com Bacich e Moran (2018), elementos que podem
incentivar seus alunos a interpretarem de forma ativa as novas maneiras de aprender.
Conforme os mesmos autores, a aprendizagem ativa aumenta a flexibilidade cognitiva, e a
chance de nos adaptarmos a situações diversas, superando modelos mentais rígidos e
automatismos pouco eficiente.
Sobre as metodologias ativas, algumas serão apresentadas durante as oficinas com a
utilização da LDI as quais trarão propostas de aulas mais criativas que podem agregar, a
eficácia de uso das TICs pelos professores, numa ação dialógica que intensifique os
processos informacionais e comunicativos provocados pela interação/interatividade
proposta no currículo escolar.
Assim sendo, é preciso conhecer melhor os recursos já disponibilizados nas unidades
de ensino e deles fazer o melhor uso e aproveitar suas potencialidades em projetos e trabalhos
criativos que envolvam os alunos, com tarefas que melhor despertem a curiosidade e seus
interesses.
Inserir o uso das ferramentas da tecnologia nas práticas pedagógicas pressupõe que
toda prática pedagógica reflete certa concepção do que seja ensinar e aprender. Como nos
afirma Freire (1996, p. 98), “O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição,
as emoções, a capacidade de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou
do achado de sua razão de ser”.
A escola é um dos espaços mais privilegiados para a reflexão, discussão, elaboração
e produção de conteúdo, propensa a difundir o conhecimento entre seus pares e oportunizar
aos profissionais e estudantes o uso consciente dos recursos tecnológicos, com vistas a
aumentar as conexões entre os conteúdos conceituais e as ferramentas tecnológicas para a
ampliação do processo de ensino e aprendizagem. De acordo com Flores (2018, p. 4), “Se
a escola não acompanhar a tecnologia, acaba tornando-se pouco interessante para essa nova
geração”.
37

Compreende-se o quanto é urgente a integração dos recursos tecnológicos em sala de


aula para que educandos e educadores, através de uma relação dialógica, possam partilhar
uma dinâmica de ensino-aprendizagem reflexiva, comunicativa, participativa e inclusiva na
aquisição do conhecimento. Para tanto, urge que as inovações tecnológicas existentes no
mundo moderno possam estar presentes no cotidiano da sala de aula e contribuam de forma
eficiente nas práticas e interações entre os diferentes agentes do processo de ensino-
aprendizagem.
Dessa forma, buscaremos equacionar a formação continuada estimulando o debate
sobre o uso dos recursos da tecnologia, de modo a tornar o ambiente de sala de aula mais
propício à aprendizagem provocada por sua utilização. Compreendemos, assim, que o
professor, em processo contínuo de formação, estabelece novos sentidos a sua prática e busca
um melhor desempenho no ato de ensinar quando integra a mediação dos instrumentos
tecnológicos à realidade de sala da aula.
A seguir, apresentamos o levantamento sistemático da literatura deste trabalho, a qual
traz elementos que contribuíram de forma relevante para as informações dispostas nesta
pesquisa.

2.5 LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO

O levantamento sistemático foi realizado de forma on-line, conforme as normas e


estratégias estabelecidas para a organização da pesquisa. Teve como objetivo buscar as
informações e orientações em trabalhos já realizados, para que, a partir deles, fosse possível
confrontar dados e aprimorar a pesquisa que ora se desenvolve. Por meio desse levantamento
foi possível fazer um apanhado das pesquisas correlatas ao tema em estudo, as quais
possibilitaram a descoberta de lacunas ou imprecisões, que apontaram novos
direcionamentos à pesquisa, contribuindo para a ampliação das ideias primárias da mesma.
O levantamento sistemático teve como base as seguintes questões da pesquisa:
QP1. Quais as dificuldades dos professores para adequar o uso didático da LDI às
metodologias de ensino?
QP2. Quais os benefícios da LDI no processo de ensino-aprendizagem?
QP3. Como equacionar o trabalho docente com o uso da LDI?
38

Com a finalidade da obtenção dos resultados foi feita uma busca dos artigos no
Google scholar, Scielo, workshop de informática da educação e em periódicos.
O processo de busca dos artigos foi realizado a partir de bases de dados obtidos no
repositório digital. A seleção e síntese das informações partiram de um termo chave,
identificado como descritor. Foram utilizados, em língua portuguesa, os termos: “lousa
digital interativa”; “recursos interativos”; “uso das TICs”; “ensino de língua inglesa” e
“formação de professor/prática docente,”. Em língua inglesa, foram utilizados os seguintes
termos: “digital interactive whiteboard”; “Interactive resource”; “English teaching”;
“teacher training”. Nos termos de aplicação e refinamento da busca de inclusão e exclusão
foram estimados os seguintes critérios:
Inclusão: a) publicado em anais, periódicos, repositórios, workshop; b) está
disponível na internet; c) trabalhos completos; d) publicados em Língua Portuguesa e Língua
Inglesa; e) trabalhos concluídos entre os anos de 2014 a 2019.
Exclusão: a) trabalhos que estejam fora do período citado; b) publicações que não
contenham a palavra-chave “lousa digital interativa”; c) trabalhos que não são do tipo
artigos, dissertações ou conference papers; d) trabalhos que não estejam disponíveis na
íntegra, de forma gratuita e on-line; e) publicações que não estejam em Língua Portuguesa
ou Língua inglesa.
Português: “lousa digital interativa” OR “lousa digital” OR “TIC” AND
(“educação” OR “ensino”) AND (“ensino de língua inglesa” OR “ensino de língua
estrangeira”) AND (“formação continuada” OR “formação de professor”) AND (“Objetos
de aprendizagem” OR “softwares educacionais”) AND (“recurso interativo” OR “recurso
didático”).
Ingles: (“digital interactive whiteboard” OR “Digital Whiteboard” OR “interactive
whiteboard” OR “interactive projector” OR “Quadro interativo”) AND (“Education” OR
“teaching”) AND (“English language teaching” OR “foreign language teaching”) AND
(“Teacher training” OR “Professor training”) AND (“learning objects” OR “educational
software” OR “Interactive resource” OR “didactic resource”).
A partir das buscas realizadas, obteve-se os resultados dos trabalhos publicados na área de
interesse da pesquisadora, disponível em periódicos, revistas científicas, workshop, Google
acadêmico em junho 2020.
39

Quadro 1– Dados de fontes de busca dos trabalhos correlatos.

Fonte Palavras-chave Resultados

Google “lousa digital interativa” OR “lousa interativa” OR “projetor 9.780


Acadêmico interativo” AND “ensino e aprendizagem”

Science “Interactive whiteboard” OR “lousa interativa” AND


1.369
Direct “teaching”.

“lousa digital” OR “lousa interativa” AND “ensino de língua


Capes 180
estrangeira”

“lousa digital interativa” OR “lousa digital” OR “lousa


interativa” AND “formação de professor” OR “formação 03
Wie
continuada”

Sbie “objetos de aprendizagem” OR “recursos digitais” 18

Scielo “formação docente” OR “Quadro interativo “ 24

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A busca dos trabalhos foi feita, a princípio, de forma eletrônica. Os resultados obtidos
estão dispostos no Quadro 1 acima.
O levantamento dos dados ocorreu em outras etapas, como estabelecem Petersen et
al., (2008): a partir do levantamento das questões de pesquisa; busca dos trabalhos
relacionados às questões da pesquisa; na seleção de artigos a partir dos critérios de inclusão
e exclusão. Após essas fases, uma quantidade menor de artigos foi selecionada de forma
manual para contribuir com os questionamentos da pesquisa. Esses artigos estão dispostos
no Quadro 2 abaixo.
40

Quadro 2- Dados bibliográficos dos trabalhos correlatos da pesquisa.

Ano e local da Descritores


ID Autor Título
publicação utilizados

Interagir: pensando a
Utilização didático-
extensão, Rio de Tecnologias
pedagógica da lousa
Souza. F. S. H. Janeiro, n. 20, p. 100- digitais; Lousa
digital interativa:
ID1 de; Guidoni. 115, jan./dez. 2015 digital interativa;
capacitando
D. L. ISSN: 1519-8847 E- Capacitação de
professores do ensino
ISSN: professores.
fundamental
2236-4447

Laplage em
Revista
Hess. L. W. B.; Tecnologia.
(Sorocaba), Inserção das
Assis. R. M. Prática Docente.
ID2 vol.5, n.2, mai.-ago. tecnologias digitais
N.; Formação
2019, p.119- na prática docente
Viana. H. B. Continuada.
127
ISSN:24466220

Quaestio,
Lousa digital. O uso pedagógico
Sorocaba, SP,
Prática da lousa digital
Vogt. P. e Sá. v. 18, n. 2 - edição
ID3 docente. interativa: o caso da
R. A especial, p. 555-567,
ensino de língua prática docente em
set.
Estrangeira. língua estrangeira
2016.
Cadernos PDE
Formação
(Programa de
Lousa Digital Continuada de
Almeida. D. da Desenvolvimento
Interativa Professores para o
ID4 S.; Carvalho, Educacional), Versão
Formação uso da Tecnologia
M.A de Online ISBN 978-
continuada Educacional: Lousa
85-8015-080-3
Digital Interativa
2014
Conhecimento
Ensaio: aval. pol. tecnológico dos
publ. Educ. [online]. professores de
Sampaio. P. Quadro interativo.
Matemática sobre
ID5 Alexandra da 2016, v. 24, n. 93, p. Formação de
quadros interativos
Silva Ribeiro 845-865. ISSN 1809- Professor
segundo as políticas
4465 públicas de
formação contínua
Fatores que
influenciam o uso
Lopes. N; Rev. Actual. Investig. Lousa Digital
do Quadro
Escola, J; Educ, dez 2018, Fatores que
ID6 Interativo
Raposo-Rivas, vol.18, no.3, p.390- influenciam o uso
Multimidia (QIM):
M. 414. ISSN 1409-4703 da LDI
um estudo no norte
de Portugal.

Fonte: Elaborado pela autora atualizado em junho (2020).


41

2.6 APRECIAÇÃO DOS TRABALHOS CORRELATOS

Nesta seção identificou-se, nos trabalhos selecionados os instrumentos que


colaborassem com esse procedimento investigativo de forma relevante. As avaliações desses
resultados estão destacadas nos comentários de cada questão da pesquisa referendada com a
ID (identificação) destes artigos.

QP1. Quais as dificuldades dos professores para adequar o uso didático da LDI ao
ensino?
O acúmulo de tarefas do professor com atividades extra sala de aula têm feito com
que muitos deles deixem de inserir esse recurso, em virtude do número de aulas a serem
preparadas, correções de atividades e outras tarefas decorrentes do trabalho desenvolvido no
âmbito escolar. (ID2; ID3; ID4; ID5).
Insegurança ou desconforto quanto ao manuseio dos recursos. Esses fatores
dificultam o trabalho de atuação docente no sentido de estabelecer práticas inovadoras. (ID2;
ID5).
Dificuldade de operacionalização das ferramentas para uso didático pedagógico. Sem
essa compreensão é possível que o ensino não se desenvolva de forma satisfatória devido à
falta de integração entre os elementos tecnológico e pedagógico. (ID1; ID2; ID4; ID5; ID6).
Empecilho pela falta de manutenção dos equipamentos. (ID1; ID3; ID4).

QP2. Quais os benefícios da LDI ao processo de ensino aprendizagem?


A utilização dos recursos da tecnologia otimiza o tempo do professor durante as
aulas. (ID2; ID3; ID5; ID6).
O equipamento da LDI pode trazer contribuições para a prática do ensino, em virtude
da sua ampla projeção, a qual impulsiona o desempenho cognitivo no processo da
aprendizagem. (ID1; ID4; ID6).
A disposição das linguagens audiovisuais e textuais auxiliam na aprendizagem de
uma segunda língua, a qual favorece a aquisição de vocabulário pela variedade de recursos. (ID3)
A contribuição das tecnologias pode favorecer a interação e estabelecer novas
relações entre os atores sociais (professor-aluno e aluno-aluno), proporcionando novas
relações com o conhecimento. (ID1; ID2; ID3; ID4; ID5: ID6).
42

QP3. Como equacionar o trabalho docente com o uso da LDI?


Necessidade de um planejamento efetivo para adequar o equipamento ao ensino.
(ID2; ID3; ID4; ID6).
A formação continuada de professores tem função significativa para a atualização
profissional docente. (ID1; ID2; ID3; ID4; ID5: ID6).
Integração das antigas metodologias aos novos recursos para que o docente
desenvolva suas atividades, equacionando o uso da LDI e outros recursos tecnológicos
existentes no ambiente escolar. (ID1; ID6).
Operacionalização das tecnologias digitais e uso didático-pedagógico dos recursos e
suas ferramentas. (ID1; ID2; ID3; ID4; ID5).
Investimento em políticas públicas que favoreça o uso eficiente dos recursos da
tecnologia. (ID1; ID2; ID3; ID5).
43

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A seguir, será detalhado o percurso metodológico utilizado para a construção do


presente estudo, cuja estrutura foi dividida em seções, a saber: caracterização da pesquisa,
lócus e sujeitos da pesquisa, instrumentos e procedimentos de coleta de dados,
procedimentos de análise e tratamento dos dados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

As etapas decorrentes deste trabalho de investigação estão respaldadas em Gil (2002)


e Severino (2007) e caracterizam-se pelo exercício de descobertas como parte da prática.
A pesquisa realizada permitiu a observação e a participação para a obtenção de novos
conhecimentos. Conforme Gil (2009) a pesquisa social pode decorrer de razões de ordem
intelectual, quando no desejo de descobrir respostas para problemas pela simples satisfação
de agir a qual requer planejamento, coleta de dados, análise e interpretação e por fim, a
redação do relatório. Segundo Gil (2009, p.31) “Cada uma das grandes etapas pode ser
subdividida em outras mais específicas, dando origem aos mais diversos esquemas[...] Não
há uma teoria suficientemente abrangente para tal”. Essa pesquisa efetivou-se a partir de
uma adaptação das fases da pesquisa ação, na qual o investigador, de maneira engajada,
participou do processo de mediação junto ao grupo pesquisado.
Conforme Thiollent (1986, p.15) “Na pesquisa-ação os pesquisadores desempenham
um papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados, no acompanhamento e na
avaliação das ações desencadeadas em função dos problemas.” Respaldado nesse princípio,
essa pesquisa cabe nesse contexto, uma vez que o investigador interviu no sentido de trazer
reflexões da pesquisa para o centro da discussão, bem como despertou junto aos envolvidos,
algumas abordagens de ensino trazidas pelas referências das metodologias ativas que
agregam o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação, intencionando
mudanças no processo de ensino através das referências estudadas.
Partindo desse princípio, esta pesquisa se referência na abordagem qualitativa. No
campo educacional, essa abordagem, tem encontrado o método mais apropriado para a
difusão do conhecimento científico. Conforme Gerhardt e Silveira (2009), ela se pauta na
44

interpretação subjetiva e não mensurável de dados, os quais são aprofundados conforme a


realização e construção de suas etapas.
Nessa perspectiva, a pesquisa qualitativa se torna essencial para a educação, tendo
em vista a sua relevância social para a difusão do conhecimento, identificada na
autorreflexão do grupo envolvido, de maneira a ampliar a racionalidade e observância das
diferenças entre o contexto simbólico e o real.
Construir, de forma fidedigna, os resultados que dizem respeito ao caráter interativo
sobre os objetivos buscados pelos investigadores e suas observações teóricas de dados
empíricos, são algumas características dessa abordagem. A partir de sua análise, procura-se
estreitar caminhos e encontrar soluções para a transformação da realidade em curso.
Uma das fases da pesquisa-ação, deu-se com a fase exploratória, conforme Gil
(2002), o planejamento nessa esfera, ocorre de forma flexível, em virtude da ação do
pesquisador e do grupo pesquisado, além das peculiaridades referentes da própria pesquisa.
No decorrer da fase exploratória foi possível identificar o campo de investigação.
Essa ação implica no reconhecimento visual do local, na consulta de documentos diversos
e, sobretudo, na discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa.
O reconhecimento e coleta de informações do pesquisador no campo de investigação,
possibilitou que o mesmo interagisse com o grupo, a fim de aprimorar alguns aspectos desse
instrumento investigativo.
Durante a fase exploratória, foi realizado num primeiro momento, um diagnóstico
sobre o uso da LDI, em um segundo momento, uma pesquisa bibliográfica para a elaboração
das estratégias metodológicas. Para o levantamento do diagnóstico, foi feito um questionário
com alguns setores da Secretaria Municipal de Educação, incluindo o setor de informática,
o coordenador dos cursos do CEMURE e os professores. Através dos relatos dos
participantes, foi possível efetivar uma reflexão coletiva, de forma a identificar algumas
razões da subutilização da LDI nas ações pedagógicas.
Dessa forma, foram elaboradas oficinas com estratégias de ensino que atendessem
aos pressupostos da pesquisa, levando em consideração as necessidades de orientação para
a inserção e o manuseio da LDI, a partir da calibração e das ferramentas da LDI; apropriação
das metodologias ao uso do recurso com implementação de atividade pedagógica e da
elaboração de um guia/tutorial que melhor oriente os docentes para o manuseio do
equipamento.
45

Para a realização das oficinas foi feito um planejamento de atividades de


apresentação das ferramentas e funcionalidades da LDI, bem como as estratégias de ensino
tomando por base as metodologias ativas com práticas técnico-metodológica de uso da LDI.

3.2 LOCUS E SUJEITOS DA PESQUISA

O lócus deste trabalho é a Secretaria Municipal de Educação de Natal/RN. Este


estudo debruçou-se sobre a Lousa Digital Interativa, tendo como premissa a subutilização
do referido instrumento tecnológico em práticas educativas na formação dos professores de
língua inglesa da referida rede de ensino. A amostra contou com a participação de 21 (vinte
e um) professores que atuam no ensino básico dos anos finais (do 6º ao 9º ano) e que
desenvolvem os seus trabalhos com o ensino de língua inglesa.
Além dos professores em formação, outros profissionais contribuíram
significativamente para a realização desta pesquisa, entre os quais destacamos
coordenadores, professores de outras áreas e servidores do município. A participação desses
profissionais foi relevante no processo de investigação informal para melhor compreender e
situar algumas pressuposições e distinguir evidências na realização da pesquisa.

3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA E LEVANTAMENTO DE DADOS

Como instrumentos de pesquisa deste trabalho foram aplicados questionários


eletrônicos aos professores de língua inglesa em formação, com perguntas fechadas e abertas
sobre o uso da LDI.
Também foi realizada uma entrevista presencial, com coordenador do CEMURE
sobre a chegada e a aquisição do equipamento na rede, sobre o processo de capacitação,
instalação, finalidade, para quais níveis de ensino foi destinado, a quantidade de
equipamentos distribuídos na rede, e sobre as especificações do programa de instalação
determinado para a LDI.
O setor de informática, também respondeu a entrevista a respeito da quantidade de
lousas, a distribuição por escolas, as verbas para aquisição e propostas iniciais de
implantação da LDI. Esses questionamentos contribuíram para a coleta dos dados e análise
dos registros para essa investigação.
46

As coletas de dados com o coordenador do CEMURE e com o setor de informática


foram feitas por meio uma entrevista informal, da qual se teve uma visão geral do
instrumento pesquisado. Conforme Gil (2009, p.111) “A entrevista informal é reconhecida
nos estudos exploratórios, que visa abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador,
ou então oferecer visão aproximativa do problema pesquisado.”
Quanto ao uso da Lousa Digital Interativa pelos professores participantes da
formação continuada de língua inglesa, foi feito um questionário aberto com todos os
participantes especificamente sobre sua utilização em tarefas no cotidiano de ensino. A partir
desse resultado, foi traçado um trabalho pedagógico para ser mediado com os recursos da
LDI.

3.4 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS

A Análise dos dados efetivou-se através do questionário eletrônico pela interpretação


dos gráficos e dos registros realizados durante as fases da pesquisa destacados no item 5.1.
Ainda nessa fase foi feito uma análise das etapas desenvolvidas durante as oficinas a partir
da realização do trabalho com as metodologias ativas e o uso das ferramentas da LDI que
será detalhada na seção 5.2 deste trabalho.
47

4 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA USO DA LOUSA DIGITAL


INTERATIVA NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA

Estratégia Metodológica é a elaboração de roteiros pedagógicos que tem como ponto


central o ensino e a aprendizagem. Consiste em procedimentos e técnicas, utilizadas pelo
docente no decorrer da aula, com o propósito de auxiliar a sequência dos seus trabalhos de
ensino. É o planejamento de uma ação para se conseguir um resultado. A esse respeito,
Braga (2015, p. 54) “Quanto melhor planejada a aula, maiores são as possibilidades que o
professor tem de adequar suas estratégias ao contexto e às demandas que surgem durante as
atividades.”
Em outras palavras, estratégias metodológicas é a arte da habilidade humana de
aplicar e explorar, a partir de condições e meios favoráveis, o exercício da criatividade, da
ludicidade, da descoberta, com foco na obtenção de resultados educativos. As respostas aos
incentivos são provenientes dos estímulos despertados pela interação interpessoal, visando
atingir os objetivos de uma determinada proposta de ensino. Porém alguns elementos são
favorecedores do processo de ensino aprendizagem.

As concepções educacionais que embasam as atividades propostas, a articulação


de propostas e/ou atividades desencadeadora de aprendizagens, a organização do
ambiente físico, a utilização de áudio-visuais, o planejamento de ações e o tipo e
a forma como o material é utilizado. (KRAHE; TAROUCO; KONRATH, 2006,
p.6).

No ensino de língua inglesa, trabalhar estratégias metodológicas utilizando os


recursos da LDI, estimula a aprendizagem tendo em vista a potencialidade dos recursos
áudio audiovisuais nela existente. Esses recursos favorecem a prática de habilidades
comunicativas estabelecidas durante o exercício da audição, leitura, escrita e fala, sendo suas
ferramentas, instrumentos oportunos para auxiliar o docente no exercício de atividades
práticas, capaz de promover a aprendizagem e propiciar a interpretação, memorização,
criatividade, sociabilidade, entre outros. É através dos desafios educativos, da interação e da
argumentação que os estudantes desenvolvem sua aprendizagem.
48

Os procedimentos metodológicos são realizados em etapas de um planejamento,


conforme as especificidades de cada conteúdo ou temática. Neste trabalho, as estratégias
foram desenvolvidas nas seguintes fases: Como fazer (indagações sobre o tema), recurso
utilizado (uso das ferramentas tecnológicas); porque fazer (objetivo); como os estudantes
interagem (interação entre conteúdo associado a tecnologia); competências desenvolvidas
(aquisição da aprendizagem); avaliação (averiguar a aprendizagem). Essas fases constam
nos quadros das estratégias de ensino realizadas durante as oficinas.
O ponto primordial de uma estratégia metodológica está no objetivo que se pretende
alcançar. Dessa forma, através do uso da LDI, é possível que o docente, a partir dos objetos
de aprendizagem, elabore propostas com apresentação para que, com base nelas, os
estudantes compreendam conceitos, identifiquem palavras, construam mentalmente frases
em tempos verbais diferentes nas formas afirmativas, negativas e interrogativas, estabeleçam
associações diversas a partir das proposições trazidas pelo professor em seu plano de ensino.
Diante da interação com as imagens é possível uma maior fixação e assimilação dos
conteúdos e consequentemente, maior facilidade das relações que se estabelece com os
conteúdos.
Dessa forma, estima-se que a formação de professores acompanhe e integre os
recursos midiáticos inovadores, para que a partir de propostas metodológicas de ensino
provoquem mudanças da prática pedagógica.
Diante das novas demandas educativas, é necessário refletir sobre antigas práticas
pedagógicas e tentar inovar as abordagens que mantêm o ensino sintonizado com os novos
requisitos educativos.
A seguir, apresentamos algumas estratégias metodológicas com o uso das TIC. Essas
estratégias cabem em diferentes temas e podem servir de guia para a realização de atividades
que favoreçam o trabalho pedagógico. A intenção é ajudar a fomentar a integração e a
utilização dos recursos da LDI que possam subsidiar a prática do ensino mais ativo.
49

4.1 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS COM METODOLOGIAS ATIVAS

As sequências abaixo, fazem parte das estratégias voltadas para o ensino com o uso
das metodologias ativas. A partir dos objetivos, pode-se criar ambientes favoráveis com
trocas de experiências e aprendizagens, promovidos pela interação, conforme o programa de
ensino da disciplina, de acordo com cada série ou ano de escolaridade.

Quadro 3 - Estratégia de aprendizagem por pares

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

No caso da primeira estratégia, é importante ressaltar o idioma do vídeo, o qual será


preferencialmente apresentado em língua inglesa, motivo pelo qual os alunos terão o texto
por escrito e, a partir dele, o acesso ao vocabulário usado durante sua apresentação. O
documentário de vídeos pode ser adquirido nos repositórios do Youtube, Netflix, Amazon
prime vídeo ou outros.
50

Quadro 4- Estratégia de aprendizagem por pares

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A prática com HQs em tarefa escolar incentiva a criatividade, a participação dos


alunos na realização de tarefas com o uso de aplicativos que favorecem o desempenho de
leitura e expressão gráfica pela sequência de ações e de diálogos escritos.

Quadro 5- Estratégia de aprendizagem por pares

Fonte: Elaborado pela autora (2020).


51

O uso do podcast em atividades de sala de aula possibilita o engajamento entre os


estudantes, principalmente para aqueles mais tímidos, tendo em vista que esse recurso
permite a criação de conteúdos inspirados a diversos assuntos que possam está presente no
dia-a-dia dos estudantes, e que, a partir do exercício da interlocução, eles se sintam
encorajados a utilizarem o aplicativo para comunicar uma informação, ler uma poesia, contar
uma história, fazer uma entrevista, participar de um diálogo, fazer uma narrativa por meio
da expressão da linguagem oral.

Quadro 6 - Estratégia de aprendizagem baseada em jogos

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Os jogos, normalmente, são grandes incentivadores da participação e do


envolvimento dos estudantes. No caso de jogos voltados para a aprendizagem, devem
enfatizar a curiosidade, a participação, o engajamento dos alunos na tentativa de responder
questionamentos e de aprender a partir das respostas, quer estejam corretas ou não, tendo em
vista que, pelos erros, também há aprendizagem.
52

Quadro 7- Estratégia de aprendizagem sala de aula invertida

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Trazer para a sala temas geradores relativos a mudanças provocadas pela ciência,
tecnologia, arte, dentre outros, possibilita ao estudante a interpretação da evolução e do
processo desses temas em relatos históricos e suas implicações pelo tempo, os quais
contribuíram para o crescimento da humanidade e que impulsionam mudanças no modo de
ver e pensar do homem e das suas necessidades como um todo.
Quadro 8 - Estratégia de aprendizagem baseada em projetos
53

Fonte: Elaborado pela autora (2020).


Fazer o estudante refletir acerca das questões da natureza e da sociedade oportuniza
uma tomada de consciência em relação aos cuidados que se deve ter por si e pelos outros no
tempo presente e também para as gerações futuras.

Quadro 9 - Estratégia de aprendizagem baseada em problemas

Fonte: Elaborado pela autora (2020).


A prática dessa tarefa oportuniza que o estudo esteja relacionado a situações
concretas ao invés do conhecimento abstrato, tendo em vista que é realizada de forma
conectada com a vida e a experiência de cada estudante é reforçada nos relatos, uma vez que
ela abre espaço para os jovens se conhecerem, dialogarem e refletirem sobre diversas
questões, nas quais muitos deles se enquadram, e desse modo reflitam acerca dos fatos.
As estratégias apresentadas podem ser trabalhadas e mobilizadas de várias maneiras
e com qualquer área de conhecimento, a depender da visão crítica e proficiente do professor
a respeito de cada temática. Como afirmam Moran (2015) e Moreira (2011), as metodologias
devem estar adequadas aos conteúdos e, consequentemente, aos objetivos propostos em um
percurso de aprendizagem pertinente e o uso dos recursos deve se enquadrar na realidade
dos agentes participantes.
O compromisso com o ensino deve estar em sintonia com o planejamento escolar e
com as propostas de habilidades e competências dispostas na BNCC, num processo
transversal que deve ocorrer em todas as fases da aprendizagem. O referido documento
54

ressalta a importância desse processo ao destacar a necessidade de se “utilizar novas


tecnologias, com novas linguagens e modo de interação, para pesquisar, selecionar,
compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em práticas de letramento na língua inglesa,
de forma ética, crítica e responsável” (BRASIL, 2017, p. 244).
Entre os eixos de conhecimento linguísticos, dispostos no referido documento, que
abordam a prática de linguagens destacam-se a oralidade, leitura, escrita e dimensão
intercultural. Concebendo a língua como construção social, os sujeitos que a interpretam,
criam novas formas de identificar e expressar ideias, sentimentos e valores.
Considerando esses pressupostos das práticas de linguagem, destacamos no
infográfico abaixo as competências gerais da Educação Básica do referido documento
presentes nas estratégias de ensino da referida pesquisa.
Figura 3- Infográfico das competências gerais da BNCC

Fonte: Base Nacional Comum Curricular (2018).

E como avaliar o conhecimento a partir do uso pedagógico das tecnologias tendo como
princípios as competências? A avaliação de tarefas com o uso da tecnologia, deve se amparar
55

no enfoque pedagógico, de modo que não haja incoerência entre os conteúdos, os objetivos,
as interações e as competências pretendidas no processo de aprendizagem.
Conforme Bacich e Moran (2018) a avaliação pressupõe etapas: o planejamento da
instrução, avaliação durante a instrução e avaliação somativa. A primeira, deve levar em
conta a identificação dos conteúdos que compõem o currículo. A segunda, tem por base o
plano de atividade com o propósito de atingir os objetivos da aprendizagem. Nessa fase,
entra os recursos tecnológicos para elaboração de questionários, formulários, coleta de
dados, e através da determinação consciente do professor com seu projeto de ensino, um
diagnóstico com avaliação da turma. A terceira, a avaliação somativa, mostra um panorama
dos trabalhos desenvolvidos com a turma. Dessa maneira, os estudantes têm a oportunidade
de checar seus avanços e melhorar nos resultados.
A priori, os resultados podem ser mensurados pela qualidade das apresentações nas
atividades realizadas, tendo em vista que avaliar é um processo, não um fim. Por meio de
diagnósticos e observação é possível identificar se houve compromisso e maturação da
aprendizagem.
56

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este trabalho trouxe alguns resultados para a área de Formação Continuada de


Professores e Tecnologia Educacional. O primeiro resultado foi a oferta de formação, na
qual ocorreu todo um planejamento e execução de oficinas com os procedimentos técnicos
e manuseio da LDI. O segundo resultado, ainda como um desdobramento desse primeiro,
foi a execução de um conjunto de estratégias e sequências metodológicas para uso da LDI.
O terceiro resultado foi feito a partir da coleta de impressões e considerações dos professores,
trazendo uma discussão sobre os limites e as possibilidades que, pressupostamente,
impactam no trabalho docente com o uso da lousa digital no ensino de língua inglesa. E por
último, a elaboração de um Guia de práticas pedagógicas inovadoras, especificando as
ferramentas de acesso da Lousa Digital Interativa, sem necessariamente, está conectado a
ela, bem como, a disposição de algumas estratégias voltadas ao ensino.

5.1 DIFICULDADES DE USO DA LOUSA DIGITAL INTERATIVA

Para realizar o levantamento das dificuldades, foi feito um questionário com os


docentes sobre seu perfil com o uso das TIC, e do aproveitamento da LDI nas atividades de
sala de aula. Os resultados do questionário estão dispostos nos gráficos abaixo, como
também os comentários sobre esses resultados.
Gráfico 1- Você costuma usar as TICs na sala de aula?

Fonte: Elaborado pela autora (2019)


57

A partir dos resultados obtidos, constatou-se que a maior parte dos professores
pesquisados, 60% (sessenta por cento), pouco utilizam a tecnologia na prática docente

Gráfico 2- Você utiliza a LDI na sua ação docente?

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Ao serem questionados sobre a utilização da LDI nas aulas, 50% (cinquenta por
cento) dos professores nunca fizeram uso do recurso nas suas aulas; 40% (quarenta por
cento) usam moderadamente e apenas 10% (dez por cento) usam bastante.

Gráfico 3- Você considera relevante o uso da LDI na sala de aula?

Fonte: Elaborado pela autora (2019)


58

Embora 50% (cinquenta por cento) dos professores entrevistados não façam uso da
LDI nas suas aulas, 90% (noventa por cento) reconhecem a relevância do equipamento para
o ensino e apenas 10% (dez por cento) consideram pouco relevante.

Gráfico 4- A escola incentiva o uso pedagógico da LDI?

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Em relação ao incentivo do uso da LDI por parte da escola, 60% (sessenta por cento)
dos entrevistados responderam não receber incentivo para seu uso, mesmo que considerem
a relevância do equipamento para práticas comunicativas.
A partir dessas respostas houve uma compreensão geral sobre as razões pelas quais
esse equipamento ainda não faz parte da rotina, do planejamento e do trabalho pedagógico
do professor, bem como, a identificação de algumas dificuldades dentro do contexto no qual
a lousa está inserida e que, hipoteticamente, estejam relacionadas a ausência do seu manejo
e exercício nas atividades de ensino. Esses aspectos, limitam a escola a não incentivar o uso
do referido recurso no seu planejamento.
Dessa forma, a fim de instigar o debate sobre o tema da pesquisa, buscou-se analisar
a práxis docente inserindo, em seu roteiro, estudos sobre os instrumentos técnicos para o
acesso das ferramentas de trabalho com a LDI, integrando atividades metodológicas que
propiciem o uso desse recurso enquanto elemento estimulador das múltiplas linguagens.

5.2 REALIZAÇÃO DAS OFICINAS


59

Mediante as informações colhidas sobre os recursos das tecnologias utilizados e das


dificuldades sobre elas, realizou-se um planejamento de oficinas voltado para o uso técnico,
tecnológico e pedagógico da lousa, a fim de direcionar o docente em atividades que
contemplem o manejo do recurso e suas funcionalidades dentro do âmbito escolar.
Essas atividades foram realizadas com o propósito de fornecer informações sobre o
uso técnico da LDI e apresentar as novas metodologias que agreguem o uso do dispositivo
eletrônico, a funcionalidade das ferramentas de trabalho que favorecem a articulação dos
objetos de aprendizagem a partir da utilização desse instrumento.
As oficinas foram planejadas em cinco etapas: 1- Determinar uma data e local da
oficina; 2- Incentivar a participação dos docentes; 3- Explicar a metodologia da oficina; 4-
Determinar o tempo previsto de início e fim das atividades e finalmente a fase 5- Dividir por
etapas cada proposta apresentada, tendo como premissa incentivar o diálogo, a participação
de modo que todas as propostas desenvolvidas fossem interpretadas e discutidas.
Essa ação contou com a participação de 21 (vinte e um) em formação da rede pública
de ensino de Natal, que lecionam o componente curricular de língua inglesa nos anos finais
do ensino fundamental. As oficinas foram planejadas a partir da sequência abaixo.

Quadro 10 - Síntese do planejamento das oficinas

Planejamento da Sequência Didática

Propor atividades de procedimentos metodológicos aplicado ao uso das TICs,


especificamente a LDI para professores em formação de língua inglesa.

OFICINAS OBJETIVOS TEMPO

PREVISTO
60

Demonstrar os pontos mais importantes de


funcionamento da LDI, (calibração, disposição
1.Procedimento do teclado, uso do mouse e outras funções da 2h
técnico e manuseio da ferramenta)
Lousa Digital
Interativa Sugerir que os professores que nunca usaram a
LDI, realizem tarefas de treinamento condizentes
com os recursos acima citados.

Apresentar metodologias ativas apontadas como


modelos do ensino disruptivo e relacioná-las ao
uso dos objetos de aprendizagem existentes na
galeria da LDI, bem como outros recursos da
2. Metodologias ativas 2h
internet.
de ensino
Esclarecer que um dos pontos primordiais das
metodologias ativas é combinar atividades
presenciais e atividades realizadas por meio das
tecnologias da informação e comunicação
(TDICs).

3. Apresentar a Ler a sequência das estratégias didáticas e


sequência de tarefas apresentar os procedimentos relativos a cada
que podem ser uma.
desenvolvidas com os
estudantes para Convidar os professores a manusearem a lousa,
aquisição do realizando tarefas nas pastas de armazenamento
4h
conhecimento e da do dispositivo da lousa ou em dispositivos
inserção das móveis ou ainda pela busca da internet.
metodologias
Possibilitar que o professor reflita ou sugira
tecnologias digitais ao
outras possibilidades referentes às apresentadas,
ensino.
nessa proposta de trabalho.

4- Discussão de pontos Dialogar sobre todas as etapas desenvolvidas na


específicos, dúvidas e oficina e sugerir que o professor elabore seu
encaminhamento de próprio planejamento onde as metodologias 2h
tarefa para serem ativas possam ser trabalhadas.
realizadas nas escolas
61

5- Descrição e registro Realizar um questionário a respeito das tarefas 2h


da sequência realizadas e coletar respostas
apresentada.

Tempo total previsto 12h


Fonte: Elaborado pela autora (2020).

A elaboração desse planejamento foi realizada mediante os relatos de algumas


dificuldades dos professores quanto ao manejo e uso da LDI nas aulas de língua inglesa.
Em função de algumas dificuldades, a LDI não surtiu grandes impactos desde sua
inserção no ano de 2014 dentro do espaço escolar, a qual não trouxe muitas mudanças ao
ensino, identificadas também nos seguintes termos: estrutura física da escola, falta de
manutenção do equipamento, dificuldade de acesso à internet, descontrole no agendamento,
pouco tempo dos professores dedicados para cursos formação e uso contínuo do recurso,
conforme apresentados na seção 5.3 sobre os limites e potencialidades da LDI.

OFICINA 1 – INSTRUMENTALIZAÇÃO DO USO DA LOUSA DIGITAL PELOS


PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA

O passo inicial das oficinas foi apontar as principais ferramentas de acesso à


inicialização e funcionamento da LDI, a partir de sua calibração. A esse respeito, foi feito
uma apresentação em powerpoint sobre os principais ícones de acesso à LDI, os quais foram
demonstrados a partir da leitura visual e das informações pertinentes a cada um deles,
estabelecendo-se suas distinções. Os ícones das tarefas de funcionamento da LDI, são
responsáveis pelas diferentes ações que estão direcionadas nas barras de tarefas e
funcionalidades (SOUZA; GUIDONE, 2015).
A prática da calibração foi realizada, com os professores, de forma individualizada,
a fim de amenizar o receio do contato direto com o instrumento, principalmente para aqueles
que nunca tinham realizado atividades com a LDI na prática. Sendo assim, o primeiro fator
limitante entre os professores e a LDI residia no acesso básicas de calibração para o uso do
equipamento (SOUZA; GUIDONI, 2015). Apesar do recurso ser semelhante ao computador,
esse procedimento tem muita importância no processo, pois a lousa só realiza outras tarefas
mediante sua prévia calibração. A ação de recalibrar interfere na praticidade da comunicação
62

entre máquina-homem. Cada vez que a lousa travar é necessário, haver a repetição da ação
de calibrar. Se a calibração não acontecer, a lousa não desempenha sua funcionalidade.

Figura 4- Calibração da LDI prática das oficinas

Fonte: Arquivos da pesquisadora.

A lousa possui um vasto menu contendo barras de propriedades, barra de


ferramentas, janelas de trabalho e, dentro de cada barra, existem ferramentas diversificadas
para as ações que se deseja realizar. O domínio dessas funções se consolida pelo exercício
do seu manuseio. Não podemos esperar que a lousa trabalhe sozinha. Ela precisa da ação
humana para projetar os comandos e exibir as potencialidades tecnológicas nela armazenada.

OFICINA 2 – METODOLOGIAS ATIVAS

Em um segundo momento, foi apresentado aos professores as metodologias ativas


para o reconhecimento da abordagem metodológica, conforme Bacich e Moran (2018).
Nesse sentido, as metodologias ativas se destacam pelas significativas propostas nas quais
os estudantes, junto com seus pares, passam a ter um papel importante na aquisição do
conhecimento e se tornam autônomos da ação da aprendizagem pelos desafios propostos em
sala de aula e fora dela.
Desse modo, aplicou-se, com os professores em formação, um plano de ensino,
utilizando estratégias que inserisse uso da LDI nas atividades cotidianas de sala de aula.
63

A partir das propostas das metodologias ativas, foram apresentados alguns dos
objetivos para a formação específica do componente curricular de língua inglesa, os quais
envolveram a utilização da LDI em diferentes temas de ensino.

Figura 5- Objetivos da aplicação das metodologias ativas na prática das oficinas

Fonte: Arquivo da pesquisadora.

OFICINA 3 – APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS OU GAME BASED


LEARNING (GBL)

Na prática dessa metodologia, foi apresentado dois aplicativos de jogos que podem
ser utilizados para elevar o desempenho de memória e do raciocínio dos educandos: o
Kahoot e o Plickres. Porém, há muitos outros jogos que podem ser escolhidos e trabalhados
com tarefas dessa natureza. Além desses, indicamos outros em inglês para crianças-Pili Pop,
Crossword Puzzles, Duolingo e muitos outros.
Ao indagarmos sobre os jogos citados anteriormente, apenas um professor conhecia
o Kahoot, mas nunca havia trabalhado com ele.
Os jogos escolhidos para o trabalho com esta estratégia metodológica trazem nas suas
ferramentas, a possibilidade de elaboração de perguntas preparadas pelo próprio docente.
As informações sobre o acesso, e o cadastro dos aplicativos foram explicitados utilizando a
LDI, como também os ambientes do aplicativo do jogo, especialmente a seção de elaboração
das questões, os formatos de respostas, como acessar o código pin, no caso do Kahoot, e da
necessidade de imprimir o cartão, no caso do Plickers.
64

Foi advertido aos docentes que o jogo estabelece um sentido maior para as aulas se
as perguntas forem elaboradas em consonância com os temas trabalhados, podendo a partir
da aplicação do jogo, o professor, fazer revisões e trabalhar de forma lúdica os conteúdos.
Foi informado ainda aos professores que ambos os jogos dispõem de atividades já prontas,
mas o ideal é que elas sejam preparadas pelo professor para estimular a participação dos
alunos, a partir dos conteúdos que eles já dominam.
Essa estratégia, enquanto instrumento de aprendizagem, convida a turma a uma
atividade ativa, uma vez que há um tempo estabelecido para cada resposta. O modo como o
jogo é apresentado tem efeito competitivo, pois ele mostra, em tela, quem está numa melhor
classificação, contudo cabe ao professor enfatizar que o objetivo do jogo é a aprendizagem
e não a competição em si.
Ambos os jogos exigem o acesso à internet e um dispositivo móvel. Nesse caso,
utilizamos, além do dispositivo móvel, a LDI. Os professores fizeram a leitura das perguntas
na LDI e responderam nos seus smartphones. Em ambos os aplicativos é possível que os
alunos realizem trabalhos em dupla e o professor possa pontuá-los pela quantidade de
respostas corretas.
Figura 6 - Prática das oficinas com jogos

Fonte: Arquivos da pesquisadora.


65

Os registros das imagens foram feitos na oficina realizada com o jogo do Plickers.
Ele é um jogo de perguntas de múltipla escolha, de verdadeiro ou falso. Ao fazer um jogo
no aplicativo ele fornece uma imagem (uma espécie de cartão) que é disponibilizado para
que o usuário imprima e distribua com os alunos. Esses cartões contém as respostas das
alternativas e são apresentados durante a realização do jogo de modo que os participantes
possam informar suas respostas e o professor faz o escaneamento com a câmera do seu
dispositivo móvel.
O jogo é gratuito, mas precisa do acesso da internet para ser utilizado em sala de aula.
Na execução dessa tarefa, as perguntas foram visualizadas na LDI e as respostas capturadas
pelo dispositivo móvel da pesquisadora.

OFICINA 4 – APRENDIZAGEM EM PARES OU TIMES OU TEAM BASED


LEARNING (TBL)

Na estratégia da metodologia baseada em pares, foi apresentado um vídeo sem


explicar seu contexto. Solicitamos que fosse identificado sua problemática e, após a sua
exibição, os docentes, em pares, discutiram entre si seu conteúdo e apresentariam uma
reflexão, na linguagem oral, escrita ou ilustrativa. A temática do vídeo foi referente ao tema
bullying. A escolha do tema leva o professor a pensar em propostas e abordagens a serem
discutidas e trabalhadas com a turma como meio de prevenção à discriminação, ao respeito,
e ao trato com as diferenças.
O resultado dessa discussão foi compartilhado com todos através de uma
apresentação, na qual foram expostas diferentes opiniões e pontos de vista a partir das
imagens ilustradas pelos professores como parte representativa da tarefa.
Ao discutirmos sobre a relevância da tarefa aplicada para a sala de aula, os
professores concordaram sobre os efeitos do trabalho em pares, considerando que ele
favorece a troca de opiniões e que a apresentação da tarefa, com a utilização de vídeo,
incentiva o aluno a posicionar-se criticamente e expressar seus pontos de vista.
Outro ponto levantado é que a atividade provocaria divergência no debate sobre o
tema em questão. A partir dessas discussões, os conteúdos curriculares são inseridos, como,
por exemplo: pronomes, tempos verbais, artigos, substantivos dentre outros. O intuito da
inserção do vídeo na realização desta tarefa é que, partindo de uma projeção midiática, os
estudantes têm um instrumento base para se expressarem verbalmente e o professor, a partir
66

dele, insere conceitos e regras que regem a construção da linguagem de forma construtiva.
Nesse caso, a lousa pode ser, também, explorada na perspectiva de agrupar e projetar
múltiplas representações do conhecimento, em contextos diversos e na criação de um de
vocabulário, com ilustração das imagens da galeria. Desse modo, o trabalho pode ser salvo
em pastas de armazenamento interno.

Figura 7- Representação ilustrativa da oficina aprendizagem por pares

Fonte: Arquivos da pesquisadora.


As ilustrações acima, foram registradas após o resultado do encaminhamento da
tarefa de aprendizagem por pares.

OFICINA 5 – SALA DE AULA INVERTIDA OU FLIPPED CLASSROOM

Para exemplificar a abordagem de sala de aula invertida, simulou-se uma pesquisa


preparada de forma antecipada, com o tema “Tecnologia, Sociedade e Comunicação: o link
do século XXI” e o filme A Era do Gelo.
Na primeira atividade, um grupo de professores discutiu sobre as diversas utilidades
das mídias, levando em consideração os efeitos delas no tocante ao uso das redes sociais.
A partir da sugestão do tema encaminhado, antecipadamente, cada grupo deveria
elaborar uma apresentação utilizando um artefato da tecnologia digital (PowerPoint, Word,
vídeo ou através de imagem) e demonstrar os resultados na LDI. Dessa forma, a preparação
67

antecipada, norteia o estudante sobre os objetivos da sua pesquisa e estimula sua


participação, em virtude da orientação previamente preparada.
A discussão sobre essa temática trouxe o relato de situações vivenciadas no âmbito
escolar. Conforme a narrativa dos professores, as atividades podem amenizar situações de
conflito e possibilitar posturas éticas frente ao tema abordado.
Os professores utilizaram as mídias digitais da informação e comunicação para
expressar os seus relatos e opiniões sobre o tema exposto.

Figura 8- Apresentação das discussões do tema

Fonte: Arquivos da pesquisadora.

Na segunda atividade, foi sugerido que os professores elaborassem um mapa


conceitual, de forma a recordar situações ocorridas no filme A Era do Gelo, com os seguintes
tópicos: identificar na película cinco situações, e para cada situação, deveriam ser
identificados 5 (cinco) substantivos e, a partir deles, serem adicionadas mais 5 (cinco)
palavras relacionadas aos mesmos. Os docentes se envolveram na tarefa da construção de
um mapa conceitual de forma colaborativa e, a partir dele, foi possível obter uma lista maior
de vocábulos e um mapeamento dos trechos do filme. Esse exercício favoreceu a aquisição
e a memorização de palavras. No relato dos docentes, a tarefa é significativa para que os
estudantes se apropriem da habilidade da escrita e do uso de um recurso midiático que
68

enriqueça seu vocabulário e favoreça ao processo de memorização para a prática de


expressões oral e escrita.
O mapa mental foi construído na plataforma Coggle. A tarefa estimula a organização
de assuntos em uma sequência mínima de informações e colabora com o envolvimento
coletivo para a construção dele.

Figura 9 - Prática das oficinas com a sala de aula invertida

Fonte: Arquivos da pesquisadora.

Os professores utilizaram a LDI para apresentar os resultados da elaboração da


atividade como também para exemplificar sobre a possibilidade de interação dos estudantes
a partir da construção do vocabulário a partir do exercício da escrita.

OFICINA 6 –APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS OU PROJECT BASED


LEARNING (PBL)

A aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia que pode ser realizada


interdisciplinarmente e implica em confrontar questões e problemas reais que são
enfrentados pela comunidade escolar. Efetivamente, alguns temas escolhidos podem fazer
parte da realidade vivida pelo aluno. Dessa forma, os estudantes buscam soluções para os
problemas, ao mesmo tempo em que desenvolvem tarefas colaborativas no processo de
aprendizagem.
69

A proposta do trabalho com projetos proporciona ao aluno a chance de atribuir


significado aos conceitos, amplia a percepção de mundo, favorece a aquisição da autonomia
na aprendizagem e agrega conhecimentos nas diversas áreas de estudo.
Por se tratar de projeto, as disciplinas, a partir de um tema, dialogam entre si e cada
área trabalha seus respectivos conceitos num ambiente de aprendizagem interdisciplinar.
A prática pedagógica ocorre pela participação dos envolvidos, favorecendo a troca
de informações e possibilitam a retomada de conceitos em aplicação de situações concretas
em vez de conhecimento abstrato. Os estudantes podem demonstrar suas descobertas
utilizando as mídias digitais. Dessa forma, os estudantes devem se debruçar sobre os desafios
propostos e encontrar as respostas para seus próprios questionamentos e atingir seus
objetivos de aprendizagem. Na busca autônoma pelo conhecimento, eles adquirem maior
confiança em suas decisões, aprendem a se expressar melhor, descobrem maior interesse em
resolver problemas, exercitam a resiliência, a frustração, a tolerância, dentre outros.
Desse modo, discutiu-se com os docentes a abordagem da metodologia baseada em
projetos e foi solicitado que fosse feito o planejamento com um tema de livre escolha. A
partir de uma problemática, eles deveriam elaborar e listar soluções para uma dada situação.
Após essa etapa, os docentes construíram, juntos, a produção de um vídeo. Lembrando que
nas etapas de aula, o professor convidaria os alunos a construir e apresentar suas pesquisas
utilizando as mídias, em tarefas como gráficos, relatos, imagens, tabelas, vídeos, entrevistas,
notícias, e apresentariam os resultados utilizando os recursos da LDI.
Na culminância da tarefa encaminhada, os docentes construíram um vídeo referente
ao tema, “Drogas, estou fora!” usando a língua inglesa nas suas falas.
Figura 10 - Prática da oficina da metodologia de projeto

Fonte: Arquivos da pesquisadora.


70

Na realização e troca de experiências com o uso da LDI, embasado nas metodologias


ativas e com outros instrumentos midiáticos, identificou-se que as metodologias norteiam a
ação didático-pedagógica docente. Porém, é necessário que o professor utilize uma
abordagem possível de ser realizada e que possibilite aos estudantes a fluência dos conteúdos
e do conhecimento digital, de forma que estes lhes favoreçam sentido para as suas constantes
situações de experimentação nas vivências coletivas.
As oficinas trouxeram contribuições pois favoreceram a prática da LDI, pelo treino
da calibração, o reconhecimento e distinção dos ícones de acesso da área de trabalho, as
funções das ferramentas de ações e do reconhecimento da galeria de objetos.
Houve a compreensão das metodologias ativas, trazendo resultados para o fazer
pedagógico no cotidiano de sala de aula, como também a reflexão de ampliar a comunicação
entre os falantes da língua materna, centrada na construção da aprendizagem de uma segunda
língua, mediada pelos meios tecnológicos acessíveis aos falantes desses idiomas.
Durante essa fase, identificou-se alguns motivos que levam os profissionais de
educação a relegarem a existência da LDI dentro da escola. Além desses motivos, verificou-
se também que, mesmo estimulados a utilizarem a lousa, alguns professores apresentaram
uma certa resistência ao contato com o equipamento. Os resultados estão identificados nos
gráficos abaixo sobre os limites e potencialidades.
O questionário foi disponibilizado aos participantes de forma online pelo google form
e pode ser encontrado no Apêndice item B neste trabalho.

5.3 LIMITES E POSSIBILIDADES DA LDI ENQUANTO FERRAMENTA


METODOLÓGICA DE ENSINO

Nesta seção, serão destacadas alguns limites e potencialidades da LDI, identificadas


durante a pesquisa sobre sua inserção ao planejamento. No que se refere aos limites,
destacam-se as barreiras que dificultam seu acesso, sua usabilidade, seu aproveitamento para
mediar o ensino. No que concerne às possibilidades, dizem respeito às funções inerentes do
equipamento que, aliado ao trabalho docente, são potencializadoras de atividades
pedagógicas ativas para o ensino.
Em se tratando dessas possibilidades, o professor pode levar o conhecimento ou a
informação para dentro de sala, aprimorar seu trabalho docente, como, por exemplo, dar a
volta ao mundo utilizando o google Earth, visitar o google artes e cultura para conhecer
71

museus, pinacotecas, acessar o google livros para obter material bibliográfico, buscar auxilio
no youtube para assistir uma reportagem, um clip, um documentário, etc. Utilizar essa
variedade de recursos para deixar o aluno mais informado e conectado a partir das
informações processadas pelo alcance midiático desse recurso tecnológico.
As descobertas a respeito dos limites e as potencialidades estão dispostos nos dados
percentuais dos gráficos, sobre os diversos motivos que impactam no gerenciamento de uso
desse instrumento. Tais motivos contribuem com a falta de empenho pessoal, por parte da
maioria dos docentes, em aliar esse tipo de tecnologia digital à prática pedagógica em sala
de aula. Na sequência abaixo, destacamos alguns desses resultados.

OAs (Objetos de Aprendizagem) da galeria

A LDI, muitas vezes, é utilizada apenas como instrumento de projeção, em virtude


do desconhecimento que os usuários têm das ferramentas básicas da galeria. Na galeria, está
disponível uma grande quantidade de imagens que podem ser utilizadas enquanto objetos de
aprendizagem para a criação de portfólios, fazer descrições e aproveitamento deles em
diferentes propostas de ensino.
Os OAs podem ser também encontrados na internet, nas midiatecas, nos portais de
educação, dentre outros. Eles podem ser usados e revisados em qualquer lugar e hora. Podem
também ser aplicados em diversas situações de ensino. Para ter acesso é imprescindível que
o professor reconheça a importância e a necessidade de sua utilização no contexto educativo
que contribuam com o processo de ensino-aprendizagem.
Gráfico 5- Você conhece a galeria da LDI?

Elaborado pela autora (2020)


72

Calibração ou Recalibração da LDI

Os ícones de apresentação dos drivers de calibração e das ferramentas de trabalho,


no modelo Desk Board 6.0, têm aparência muito semelhantes quando representados na área
de trabalho. Essa semelhança pode confundir o usuário ao iniciar ou reiniciar o
processamento de trabalho na lousa. A semelhanças identificada, diz respeito a aparência
simbólica desses ícones. Além disso, há a necessidade de recalibrar o equipamento quando
ele travar, paralisar a imagem ou deixar de rodar a apresentação a partir da ação involuntária
do usuário com o manejo da lousa. Esses fatores podem provocar insegurança, deixando o
professor confuso em realizar a próxima ação para continuar suas tarefas.

Gráfico 6 - O processo de calibrar e recalibrar é prático quanto ao uso da LDI?

Elaborado pela autora (2020)

Interface da Lousa

A LDI apresenta um tamanho de projeção fora do padrão convencional de exposição


tátil de tela. Dessa forma, o usuário pode demorar um pouco a habilitar suas funções e “se
perder” na busca dos ícones de acesso e, assim, ter dificuldade de identificar as ferramentas
de trabalho, enquanto não se familiariza ou as identifica durante o seu manuseio. A
dificuldade na busca também acontece porque a lousa funciona em conjunto com alguns
dispositivos, sistemas ou programas que trocam dados entre si, os quais, precisam ser
reconhecidos por quem a manipula. Outra observação é em relação a quantidade de funções
das ferramentas disponíveis na área de trabalho que não estão aparentes, afetando a
praticidade de identificação e manuseio com o equipamento. Concordamos com Hess; Assis
73

e Viana (2019), quando afirmam que os docentes manifestam preocupação em demonstrar


insegurança por não saberem manusear a tecnologia comparada a seus alunos. Os estudantes
têm maior facilidade por utilizarem com maior frequência os recursos da tecnologia, sem o
comprometimento com a aprendizagem.
Gráfico 7- O tamanho amplo da interface facilita o manuseio tátil dos ícones?

Elaborado pela autora (2020)

Arquivos de tarefas

O equipamento está acoplado ao processador (CPU). Muitos usuários não atentam


que, nele, também podem ser criados arquivos em Word ou Excel e vídeos que podem ser
salvos no próprio sistema de armazenamento, sendo possível separar pastas, criar tarefas por
turmas, também se pode nomear atividades individualmente.

Gráfico 8 - Você conhece ou já trabalhou o Word ou Excel usando a LDI?

Elaborado pela autora (2020)


74

Desconexão com internet

A instabilidade do acesso à internet é outro fator condicionante para o desestímulo


quanto ao uso da lousa digital.

Gráfico 9- A lousa sem a conexão com a internet, interfere na escolha de uso?

Elaborado pela autora (2020)

Necessidade de planejamento

Mediante ao desconhecimento com o manuseio do equipamento e pelas diversas


necessidades apontadas anteriormente, o planejamento pensado com a integração do recurso
é um dos maiores entraves. Sua discussão deve está diretamente relacionada ao PPP (Projeto
Político Pedagógico) das escolas, que muitas vezes são arquivados e só voltam a ser
lembrados quando muda de gestão ou quando ele precisa ser revisado.
Para uma eficaz melhoria da utilização da LDI no ensino, dentro do espaço escolar,
há que se organizar o planejamento individual, diário e contínuo para que haja uma
comunicação mais efetiva entre os segmentos da escola, no sentido de se viabilizar um
trabalho mais harmônico e engajado com vistas a inserção dos recursos da tecnologia digital
no ensino que diversifique a prática docente.
75

Gráfico 10- O planejamento da aula se torna mais prático com o uso a LDI?

Elaborado pela autora (2020)

A gestão

Os docentes alegam que não existe incentivo ao uso do recurso por parte da gestão
das escolas, em virtude da falta de um planejamento pedagógico que envolva os segmentos
de ensino nas atividades que possibilitem a utilização da LDI.
Outro fator conflitante é que a instalação de alguns equipamentos está inadequada.
Os ambientes não são propícios para que professores e estudantes se sintam confortáveis e
motivados ao exercício de sua aplicabilidade, tendo em vista que, em muitas escolas, as
lousas estão instaladas em ambientes alheios à sala de aula. Os docentes alegam que há perda
de tempo na preparação e harmonização do ambiente para dar início ao trabalho docente,
destacando que, em algumas escolas, as lousas estão colocadas na biblioteca, na sala dos
professores, na sala de informática etc.

Gráfico 11- Você se sente motivado pela equipe gestora para usar a LDI?

Elaborado pela autora (2020)


76

Barreiras técnicas

Identificou-se também as dificuldades e barreiras técnicas, ou seja, se no momento


de uso as conexões de instalação não estiverem em perfeito funcionamento ou se algum cabo
estiver desinstalado ou desconectado, a lousa não funciona. Isso parece óbvio, mas para a
segurança do professor é necessário haver um prévio diagnóstico de funcionamento da LDI,
antes dele iniciar suas atividades com os estudantes.

Gráfico 12- As barreiras técnicas interferem no uso da LDI?

Elaborado pela autora (2020)

Layout da LDI

Outro fator que pode provocar estranhamento ao professor é o layout da LDI. Ele
pode ser comparado a um computador gigante, por sua ampla superfície de tela. Na busca
pelo acesso, o professor pode ser contrariado pelo aluno, o qual tem uma visão mais ampla
do equipamento.
O alcance dos ícones pelo toque dos dedos, apesar da praticidade, pode se tornar mais
desconfortável, principalmente para aquelas pessoas que têm estatura mediana, mesmo
sendo possível inverter as ferramentas de trabalho para a parte inferior da lousa, o professor
pode ter seu campo de visão prejudicado devido à proximidade do equipamento ao seu
77

corpo, o que não ocorre com o aluno, o qual tem uma visão mais ampla da LDI devido a
distância que se encontra em relação a ela.

Gráfico 13- Você identifica fácil as ferramentas dispostas no layout da LDI?

Elaborado pela autora (2020)

Substituição do mouse pelo Touchscreen

O controle e uso de algumas ferramentas, que devem ser manuseados através de


toques do botão direito ou esquerdo, mesmo sem a presença do mouse, deve ser de
reconhecimento do usuário. Para abrir ícones correspondentes ao botão direito, clica e
segura. A ação de clicar e segurar, permite selecionar, recortar, arrastar, colar. Já para abrir
tarefas, com o botão esquerdo, faz dois toques rápidos. Para usar o teclado virtual, puxa e
arrasta o teclado para o centro da tela. Esse manuseio se torna automático e familiar a partir
do treino e uso.
Gráfico 14- A função touchscreen torna o manuseio da LDI prático?
78

Elaborado pela autora (2020)

As dificuldades alegadas pelos docentes de utilizarem instrumentos da tecnologia


digital, são decorrentes de uma sequência de fatores que já existiam mesmo antes da chegada
da lousa nas escolas: falta de diálogo quanto à inserção do equipamento e dos procedimentos
de trabalho; carência de formação para capacitar o professor para o manuseio do recurso das
mídias; escassez de tempo para produzir ou selecionar material correspondente às unidades
temáticas ou conteúdos; falta de inclusão do recurso ao planejamento escolar.
Outro fator é que não houve critério para a distribuição da Lousa nas unidades de
ensino. Não foram levados em consideração aspectos como: indicadores de desempenho de
aprendizagem; estrutura física das escolas; acesso à internet. Essa falta de critério fez com
que algumas unidades de ensino não recebessem nenhum equipamento enquanto outras
foram contempladas com mais de um.
Os recursos são necessários, mas deve haver um planejamento eficiente por parte da
gestão pública quanto a aquisição e distribuição de equipamentos nos estabelecimentos de
ensino.
Conforme dados coletados junto a SME, o processo de aquisição do equipamento foi
realizado sem haver um diálogo prévio e preparação antecipada para a recepção dele no
ambiente de trabalho. Não houve formação docente, nem debates direcionados à importância
de sua utilidade e manuseio.
Segundo informações prestadas pelo NTE/SME, as LDI foram recebidas pelas
unidades de ensino no ano de 2012 e somente dois anos depois foram instaladas. A empresa
que ganhou a licitação não se comprometeu em acompanhar nem orientar a instalação, muito
menos em fazer a demonstração do seu uso para o corpo docente. Deixando a
responsabilidade do aporte técnico, para ser resolvido pelos setores receptores.
Tendo por base a forma pela qual ela chegou nas escolas, tornou-se inconsistente a
sua inclusão no planejamento escolar, pois sem conhecer seus recursos no processo
formativo, pouquíssimos se arriscaram a dialogar com a “nova” tecnologia.
Haja vista essas dificuldades, não basta ter aparatos computacionais ou ter internet
de alta velocidade nas escolas. Esses instrumentos, por si só, não transformam, não inovam,
não modificam ou capacitam. A simples introdução de uma ou outra tecnologia nas salas de
aula não revolucionará necessariamente o ensino se as práticas pedagógicas se mantiverem
as mesmas (LOPES; ESCOLA; RAPOSO-RIVAS, 2018; SAMPAIO, 2016). As
79

dificuldades que ocasionam o desinteresse do professor em usar o equipamento são de


diversas dimensões, as quais têm levado esses profissionais a ignorarem o desempenho
tecnológico das suas ferramentas na prática de ensino.
Conforme Kenski (2012), o processo de integração, domínio e utilização dos recursos
é gradual, e se dá a longo prazo. Mesmo que os professores não utilizem os instrumentos da
tecnologia, é preciso tempo para se sentirem seguros e confortáveis em inserir os recursos
da tecnologia e pensarem instintivamente como melhor utilizá-los em suas aulas. Ainda
assim, não basta apenas oferecer ferramentas e conhecimento instrucional de como operar
os novos recursos, é preciso haver propostas para o aproveitamento dele a partir da mediação
docente.
Nos dias atuais, a falta de conhecimento e manuseio da LDI gera frustração e
insatisfação frente às expectativas criadas quanto à presença dela no ambiente de trabalho.
O fator desmotivador, gerado pelo descrédito, acentua a omissão e o desinteresse pelo uso
da ferramenta, em face ao mau direcionamento e organização para o uso, dentro do ambiente
escolar
80

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo desta pesquisa foi focado no equipamento da LDI e seu aproveitamento


para o ensino, contemplando sua subutilização no contexto de sala de aula, apresentado por
muitos profissionais de ensino que já convivem com o equipamento dentro da escola.
As lacunas decorrentes do uso das TICs foram apresentadas numa pesquisa, na qual
a maior parte dos docentes apontaram dificuldades em utilizar as tecnologias. Nesse universo
pesquisado, a metade dos participantes nunca tinha manuseado a LDI nas suas práticas, mas,
apesar disso, reconhecem a relevância dela para o ensino.
Com o intuito de estreitar o distanciamento entre a tecnologia e a prática docente,
procurou-se apresentar o manuseio técnico da LDI de tal forma que facilitasse a
compreensão dos docentes quanto à execução das ferramentas nela existentes, tendo em vista
que a falta de conhecimento técnico desperta resistência no que se refere ao seu
aproveitamento em sala de aula.
Durante a realização da pesquisa, os docentes foram receptivos e trouxeram um
diagnóstico sobre as estratégias desenvolvidas na mesma, as quais foram aplicadas com o
intuito de apontar os recursos técnicos da LDI, seus diferentes instrumentos de trabalho e
algumas metodologias ativas que, incorporadas ao ensino, diversificam e dinamizam o
espaço de sala de aula.
Ao adquirir o conhecimento para o manuseio da lousa digital é necessário manter sua
utilidade na prática, do contrário, os conhecimentos adquiridos se perdem com o passar do
tempo, o recurso se torna obsoleto e, dessa maneira, os alunos continuarão a sentir
necessidade de aulas mais diversificadas e atrativas. Para que as tarefas estejam consonantes
com a realidade dos alunos, faz-se necessário que o professor insira os instrumentos da
tecnologia no trabalho pedagógico.
Não se pode mirar nos instrumentos tecnológicos o milagre e a salvação para a
educação sem pensar nos agentes engajadores dessa utilização, os quais precisam se
apropriar dos recursos, e estes devem estar integrados às novas abordagens metodológicas.
Para tanto, é imprescindível que o profissional se mantenha atualizado, de modo que possa
se qualificar no trabalho docente e se sinta instigado a trabalhar e usufruir das diferentes
maneiras de se relacionar com as novas tecnologias, bem como experienciar diversas
possibilidades de uso, motivado pelo ato de ensinar.
81

Na contemporaneidade, a ação didático-pedagógica, integrada à tecnologia, requer


do profissional de educação competências no manuseio e familiaridade de diversos aparelhos
eletrônicos, como também o domínio sobre os sistemas operacionais e aplicativos que lhes
dão suporte. Essa tecnologia, que desperta a atenção de todos, nunca esteve tão presente e
de forma tão visível quanto atualmente, exigindo o seu domínio para aliar o trabalho
pedagógico ao uso dessas ferramentas tecnológicas.
Compreendemos que há uma necessidade de investir e melhorar a estrutura física das
escolas, fornecer suporte e manutenção técnica, disponibilizar acesso à internet, adequar a
formação continuada do professor e incluir no planejamento o uso do equipamento, na
tentativa de reverter a atual situação, de forma que as novas medidas possam motivar o
profissional de educação a melhorar o ensino, a partir do desempenho tecnológico na prática,
especificamente em relação ao equipamento supracitado.
Dessa forma, após a realização desta pesquisa, concluímos que integrar as
metodologias aos recursos da tecnologia deve ser um processo contínuo, cabendo aos setores
responsáveis investir na formação do professor, na qual o trabalho docente seja aprimorado
com a mesma proporção em que a evolução tecnológica ocorra.
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir de forma positiva com as práticas
educativas para os professores de língua inglesa e de outros componentes curriculares para
que e estes possam colaborar com futuros trabalhos relacionados a essa temática, de forma
a trazer reflexões para a formação docente quanto à integração e às possibilidades das TICs
com o reflexo para a sala de aula.
82

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86

APÊNDICE

APÊNDICE A - Folha de Rosto para pesquisa envolvendo seres humanos


87

APÊNDICE B - Folha de Identificação do pesquisador


88

APÊNDICE C - Termo de Confidencialidade


89
90
91

APÊNDICE D - Questionário 1

Questionário aplicado aos professores em fase inicial da pesquisa:

O presente questionário tem como objetivo, investigar se o ensino com as


metodologias tradicionais continuam atrativas na perspectiva da aprendizagem
significativa; se o repasse dos conteúdos sem o auxílio dos recursos digitais contempla as
necessidades dos aprendentes nos dias atuais; se os recursos da lousa têm sido inseridos na
proposta de trabalho docente e se o seu uso tem contribuído para instigar as percepções e
ampliar o conhecimento do aluno.

1-Você costuma usar a tecnologia digital em suas aulas?

Muito

Pouco

Não uso

2- A lousa digital interativa é um recurso tecnológico presente no espaço escolar. Qual a


utilização dela em sua ação docente?

uso bastante

uso moderadamente

nunca usei.

3- Qual o grau de satisfação você aponta ao inserir a lousa digital interativa ao seu
planejamento?

facilidade de manuseio

dificuldade de manuseio

4- Sabemos que a lousa digital interativa instiga percepções e favorece o trabalho das
habilidades comunicativas. Como você considera a relevância de uso em sala de aula?

muito relevante
92

pouco relevante

sem nenhuma relevância.

5- A escola incentiva a integração da lousa digital interativa no seu fazer pedagógico?

sim

não
93

APÊNDICE E - Questionário 2

Questionário realizado em fase final da pesquisa a respeito dos limites e


potencialidades de uso da LDI. As respostas continham três escolhas: sim, talvez ou não.

1-A lousa possui uma galeria de imagens. Você reconhece onde fica essa galeria de objetos
na LDI?
2- Para o trabalho com a lousa, é imprescindível que você realize a calibração ou a
recalibração. Esse processo é simples e prático para o uso do equipamento?
3-A interface da LDI, se refere a parte física da LDI, ao seu painel. Quanto ao tamanho
amplo da interface, você considera fácil e pratico o manuseio tátil dos ícones?
4-A lousa Digital possui drives de tarefas, tal qual o pacote office: Word, Excel, powerpoint.
Você já trabalhou ou conhece algum desses arquivos na LDI?
5- Se a lousa não tiver conectada com a internet isso interfere na sua escolha de uso?
6- O planejamento da sua aula se torna mais prático se envolver o uso da LDI?
7- Você se sente motivada em fazer uso da LDI nas suas aulas pela equipe gestora?
8- As barreiras técnicas, ou seja, (cabo desligado, falta de internet, descalibração da lousa)
interferem no uso do equipamento nas suas aulas?
9- O layout da LDI se refere a exposição dos ícones de acesso a todos os ambientes que você
precisa trabalhar nela. Quanto ao seu conhecimento dessas ferramentas você identifica fácil.
10- A lousa Desk Board possui função touchscreen, você manuseia com o toque dos dedos.
Esse manuseio é prático, considerando que alguns comandos equivalem ao que você faria
com o mouse?
94

APÊNDICE F - O Guia de práticas inovadoras com o uso da LDI

O guia intitulado guia de práticas inovadoras com o uso da lousa digital interativa foi
elaborado a partir da necessidade de uma orientação para a utilização do recurso da lousa
digital interativa.
O processo de elaboração desse material de apoio pedagógico ocorreu durante a fase
escrita do trabalho de pesquisa de mestrado em Inovações Tecnológicas em Educação do
Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(MPITE/PPgITE/IMD/UFRN), sob a perspectiva de explorar práticas inovadoras de ensino
com o uso da Lousa Digital Interativa na formação de professores de língua inglesa e,
consequentemente, ser utilizado na escola.
Esse guia pode ser acessado através de uma mídia móvel, um computador, um
notebook ou qualquer outro aparelho que tenha acesso a internet. Ele pode ser compartilhado
através de um link em seu formato disponível em PDF que permite uma fácil leitura e
visibilidade dos conteúdos e símbolos nele expresso.
Ele oferece a visualização de alguns ícones que, comumente, só são identificados
mediante o acesso do equipamento quando ele estiver em pleno funcionamento. Dentre esses
ícones destacam-se o de calibração, barras de ferramentas, ações e tarefas.
Convém ressaltar aqui o passo a passo para o manuseio das funcionalidades do
referido equipamento, desde o processo de calibração às informações técnicas sobre os
distintos recursos visuais do modelo da lousa Desk Board versão 6.0. Essas informações
devem ser utilizadas de forma complementar para a identificação e manuseio da LDI.
Além das informações sobre as ferramentas da LDI, o guia possui sugestões de
estratégias de ensino voltadas para o componente curricular de língua inglesa, tendo por base
as metodologias ativas.
O objetivo das estratégias é auxiliar os professores no processo de ensino-
aprendizagem e a partir delas, trabalhar pedagogicamente os conteúdos utilizando as
ferramentas da lousa, não somente na sala de aula de língua inglesa, mas também, em
distintas disciplinas e séries de escolaridade, de tal forma que professores e estudantes
venham a desenvolver o conhecimento significativo, a partir da usabilidade e manuseio desse
instrumento.
Em suma, o guia é uma produção tecnológica que foi pensada para auxiliar os
educadores em tarefas e planejamento multidisciplinar. Ele é produto de uma pesquisa
95

desenvolvida com a finalidade de contribuir para o fazer pedagógico daqueles que veem nas
novas tecnologias uma importante ferramenta de transformação educacional.

● O guia está constituído nas seguintes etapas:


● Apresentação
● Guia de prática inovadoras com o uso da LDI
● Guia da lousa
● Multi-Touch Board Driver
● Multi-Touch Lite Board
● Multi-Touch Board
● Estratégias didáticas com metodologias ativas

A validação do guia será realizada mediante sua utilização pelos profissionais de


educação ou por estudantes que tenham interesse em conhecer as ferramentas do referido
instrumento.
Maria da Conceição Lima Vieira 1a Edição
Adja Ferreira de Andrade

GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS
COM USO DA
LOUSA DIGITAL INTERATIVA
GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM O
USO DA LDI

FICHA TÉCNICA

ORGANIZAÇÃO
Maria da Conceição Lima Vieira
Adja Ferreira de Andrade

DESENVOLVIDO POR
Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN)
Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais
(PPgITE-IMD)

COMO REFERENCIAR
VIEIRA, Maria da Conceição Lima; ANDRADE, Adja Ferreira. Guia de
Práticas Pedagógicas Inovadoras Com o Uso da LDI. 1 ed. 2020.

1ª Edição
Natal, 2020

1
GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

SOBRE AS AUTORAS

Maria da Conceição Lima Vieira


Possui graduação Plena em Letras (Língua portuguesa e Língua inglesa)
pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), é
Especialista em Formação docente – Escolas Facex e Mestre em
Tecnologias Educacionais pelo Programa de Pós-graduação em
Inovação em Tecnologias Educacionais do Instituto Metrópole Digital
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(MPITE/PPgITE/IMD/UFRN). Trabalha como servidora pública no Estado
do Rio Grande do Norte e como assessora pedagógica da Prefeitura
Municipal de Natal RN.

Adja Ferreira de Andrade


Possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (1995), mestrado em Ciências da
Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (1999),
doutorado em Informática na Educação pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (2003) e doutorado em School of Computing-
Doutorado Sandwich - Leeds Metropolitan University (2002).
Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Tem experiência na área de Ciência da Computação,
com ênfase em Informática na Educação, atuando principalmente nos
seguintes temas: informática na educação, acessibilidade, educação a
distância e aprendizagem colaborativa.

2
GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ………………………………………………………………………………….. 4

GUIA DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM O USO


DA LDI ……………………………………………………………………………………………………. 5

Breve relato do tema

O GUIA DA LDI …………………………………………………………………………………….. 6

Lousa Digital Interativa (LDI)

MULTI TOUCH BOARD DRIVER ……………………………………………………… 7

Passos para calibração

MULTI TOUCH LITE BOARD …………………………………………………………... 9

Ícones e suas funções

Como customizar a barra da versão Lite?

MULTI TOUCH BOARD ……………………………………………………………………. 11

Ferramenta principal da área de trabalho

ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS COM METODOLOGIAS ATIVAS ….. 29

3
GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

APRESENTAÇÃO

O guia de práticas pedagógicas inovadoras com o uso da LDI,


destina-se a profissionais de educação que fazem uso do recurso da
Lousa Digital Interativa no âmbito educacional. O referido suplemento
pedagógico foi pensado para facilitar o trabalho docente quanto a
instrumentalização e facilidade para o uso do recurso da LDI nas
práticas de ensino. A Lousa Digital Interativa é um recurso da alta
tecnologia que a partir da ação humana é capaz de projetar na sua tela
ampliada, as informações de busca armazenadas no seu próprio driver
ou pela busca da Internet. Ela pode ser utilizada por professores dos
diversos componentes curriculares e pode transformar o espaço de
sala de aula em ambientes informativos, educativos e mais interativos.
Além das informações sobre os recursos da lousa, este guia, vem
acompanhado de algumas estratégias metodológicas para o ensino de
língua inglesa ou para outros componentes curriculares de ensino.

4
GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM O
USO DA LDI

Breve relato do tema

O mundo da conexão virtual já faz parte da rotina dessa


geração. Isso vem acontecendo de forma acelerada, desproporcionada
ao manuseio e inserção de equipamentos nos ambientes de sala da
aula, o que vem impactando na maneira de ensinar. Avultam-se outros
modos de interação que intensifiquem a dinâmica e o desempenho
pedagógico em sala de aula.

No entanto, novas propostas de interação já podem ser


aprimoradas pela ação metodológica e intervenção docente em sala de
aula, agregando à tecnologia da informação e comunicação
procedimentos de cunho didático-metodológico que viabilizem a
aprendizagem menos superficial e desenvolva outras mais autênticas e
aletradas.

Nesse contexto, com muito orgulho, apresentamos nesta


publicação um recorte do trabalho “O uso da lousa digital interativa na
formação do professor de língua inglesa: limites e perspectivas”
realizado no Mestrado em Inovações Tecnológicas do Instituto
Metrópole Digital da UFRN.

Bom proveito!
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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

O GUIA DA LDI

Lousa Digital Interativa (LDI)


A LDI é um equipamento de ampla expansão visual, capaz de
projetar informações processadas da internet ou de mídias de
armazenamento. Pelo manejo dos seus recursos o usuário pode
favorecer o ensino com trabalhos pedagógicos mais criativos e
conectados com as inovações/dimensões tecnológicas do século
vigente. Ela é eficiente para o desenvolvimento de práticas educativas
em todos os níveis, desde as séries iniciais aos níveis mais avançados
de ensino. Ela funciona a partir do conjunto de três equipamentos. O
projetor, o computador e a tela ampla. Esse equipamentos se
conectam simultaneamente a partir da calibração, que pode ser feita
com a caneta específica ou com o toque dos dedos a 90º da tela.

Fonte: Autoria própria

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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

MULTI TOUCH BOARD


DRIVER
Passos para calibração

A Calibração é feita no ícone


Multi-touch Board Driver. O usuário o
encontrará na barra inferior direita da
LDI, quando o programa da lousa já
estiver instalado.
As seguintes opções surgirão: 

● Perfil do Usuário Fonte: Arquivo do pesquisador

● Calibração 
● Definições
● Sair

Para realizar o processo de calibração é necessário dar um click


no ícone Multi-Touch Board Driver. Com a caneta específica ou com a
ponta do dedo, clica em calibração e seleciona o que se deseja fazer, no
caso, a calibração, descrita no procedimento abaixo:

Fonte: Arquivo do pesquisador

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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

Passos para calibração

Como a calibração da lousa pode também ser feita com o toque


do dedo é necessário levar em consideração os seguintes pontos:
● O contato do dedo com a lousa deve ficar em um ângulo
aproximado de 90 graus em relação à superfície dela;
● Atente para que os outros dedos, parte da mão ou até mesmo o
seu próprio corpo, não toquem a lousa.
● Esse mesmo cuidado se deve ter com parte da roupa (sobretudo
a manga da blusa ou camisa).
Após tocar em todos os pontos de calibração surgirá uma janela
solicitando a confirmação do processo de calibração, designada nos
seguintes passos:

Fonte: Arquivo do pesquisador

Após todos os passos de calibração realizados, a LDI está pronta


para ser utilizada. Lembrando que durante o manuseio da lousa, é
possível que novas calibrações possam ser necessárias.

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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

MULTI TOUCH LITE BOARD


Ícones e suas funções

Na versão Lite do software Desk Board, o usuário fará click duplo


no ícone Multi-Touch Lite Board para abri-lo. Em seguida, aparecerá a
imagem semelhante a um controle remoto.

Essa barra de ícones pode ser customizada a partir do software


Desk Board ou do botão “iniciar” do Windows, aparente na barra de
ferramenta. Essa organização depende da necessidade do usuário.
Deixá-los aparentes e visíveis na barra do controle é uma opção que
pode tornar mais prático o trabalho do usuário. As funções de cada
ícone estão detalhadas nas imagens abaixo.

Iniciando com a versão Lite: Duplo clique no ícone Desk Board


para abrí-lo. Originalmente, a versão traz as seguintes funções:

Fonte: Arquivo do pesquisador

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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

Como customizar a barra da versão Lite?


Você pode organizá-la a partir do botão “iniciar” do Windows ou a
partir do software Desk Board. O usuário clica e arrasta para fora da
barra o item que deseja, podendo levá-lo de volta, repetindo o mesmo
procedimento, arrastando-o de volta para a barra dos ícones. É
possível, nesse procedimento, trocar a ordem dos ícones desejados.

Para excluir um ícone da barra, clique e arraste-o para fora dela.


Você pode adicioná-lo de volta arrastando-o novamente para a barra.

Para adicionar atalhos de software de terceiros, clique em “Add”


(adicione) e selecione o aplicativo desejado. Ao terminar a seleção dos
ícones, aperte a tecla “close” (feche) como sugere a imagem abaixo:

Fonte: Arquivo do pesquisador

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

MULTI TOUCH BOARD

Ferramenta principal da área de trabalho


Esse ícone dá acesso a todas as ferramentas de trabalho da LDI.
Ele está dividido em seis áreas que estão especificadas com as letras A,
B, C, D, E e F.

A área de trabalho fica bem no centro da lousa, tal qual uma


página em branco, semelhante a página de powerpoint ou word. Esse
local é disponível para inserir imagens, gravuras, desenhos, escritas,
mapas etc.

As tarefas estão assim distribuídas:

Fonte: Arquivo do pesquisador

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

A: MENU é a ferramenta de disposição que permite acessar a maioria


das funcionalidades do software. Nele, estão disponíveis as abas:
Arquivo, Editar, Visualizar, Inserir, Ferramentas e Ajuda. Essas
ferramentas têm as mesmas funções e utilidades que fazemos no
computador. Elas ficam na parte superior da área de trabalho.

B: A BARRA DE FERRAMENTAS permite acessar a maioria das


funcionalidades dos softwares, que também ficam na parte superior,
logo abaixo do Menu. Ela pode ser permutada ou trocada de posição.
O usuário pode deslocá-la para baixo ou para cima. Esse mesmo
procedimento pode ser feito com a Barra ou a Janela de Propriedades,
deslocando-as para a direita ou esquerda. Você pode também
ocultá-las, ativando ou desativando-a, pela opção “Visualizar” no Menu
ou clicando no “X” vermelho.

A Barra de Ferramentas está dividida em três janelas: Ações,


Ferramentas e Propriedades. Vamos conhecer cada uma delas:

Ações Esta área permite acesso às funções básicas. Também é possível


adicionar atalhos a outros softwares nesta áre de Ações.

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O USO DA LDI

Os ícones da janela de ações apresentam ferramentas já bastante


familiares, discriminados como: avançar, retroceder, recortar, salvar e
excluir. Faremos a apresentação dos outros instrumentos menos
familiares.

Inserir imagem

As imagens podem ser inseridas a partir da galeria ou da busca na


internet pelo buscador Google de forma simples e rápida. Basta digitar
a palavra-chave no campo de pesquisa e clicar em “Pesquisar”. As
imagens associadas à palavra-chave aparecerão automaticamente. Dê
duplo clique ou arraste a imagem escolhida para a área de trabalho.

Captura de Tela

A partir dessa função, é possível inserir uma imagem por sua captura.
Os formatos de imagem podem ser capturados com as seguintes
dimensões:

A- Formato Retangular;

B- Formato Livre;

C- Página inteira

D- Janela;

E- Captura Direto em uma


nova Página

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

Apresentação

Essa ferramenta é útil quando se desejar visualizar todo o documento


elaborado na área de trabalho. Neste modo, você poderá usar canetas
para anotar sobre o conteúdo e depois salvar sua anotação,
incorporando-a ao conteúdo original. Permite ainda a navegação entre
as páginas de forma ágil.

Expressões Matemáticas

A função dessa ferramenta destina-se a inserir e editar expressões


matemáticas no documento de trabalho. Até mesmo as mais
complexas. Permite também selecionar o tipo, tamanho e cor da fonte.

Lente de Aumento

No ícone da “Lente de Aumento” o usuário poderá aproximar e dar foco


a áreas específicas do seu conteúdo. É possível ainda, optar por
diferentes níveis de transparência, além da forma e tamanho da lente
de aumento. Especificadas nas seguintes funções:

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O USO DA LDI

Ícone Funções

Lente de aumento retangular

Lente de aumento de elipse

Ajuste do nível de transparência

Ajuste do nível de aumento

Playback

A ferramenta “Playback” refaz o processo do desenho do início ao fim,


quando for acionada. O usuário poderá regular a velocidade de
reprodução. Se a animação for inserida, elas serão exibidas ao final da
reprodução.

Câmera

A Câmera pode ser utilizada para capturar imagens de projetos


mostrados pela câmera do notebook, como, por exemplo, uma fumaça
saindo de uma reação química ou detalhes que precisam de ampliação.
Ela captura imagens projetadas em vídeos ou outras editadas. Após a
captura da imagem pode ser ampliada e reproduzida na área de
trabalho da lousa com ampla visualização.

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

Tocador de Vídeo

O Tocador de vídeo é uma ferramenta que possibilita rodar vídeos da


maioria dos formatos disponíveis. Para abrir um vídeo salvo no
computador, clica-se na pasta correspondente. Pode ser usada para
retomar conteúdos de aulas já salvas no arquivo da LDI. É possível
também fazer anotações na tela e capturar a imagem junto com as
anotações para a área de trabalho. Para assistir o vídeo em tela cheia,
dá-se duplo-clique no vídeo.

Gravador de Tela

Essa ferramenta permite a gravação de aulas na área de trabalho. O


usuário pode selecionar entre gravar (videoaulas) da tela inteira ou
somente de uma área específica. Ao selecionar uma das duas opções, a
gravação começará imediatamente. Durante a gravação, é possível
pausar e reiniciar ou simplesmente pará-la em qualquer momento. Ao
finalizar a gravação, deve-se escolher onde salvar o arquivo.

Pronúncia

Essa função quando acionada, faz pronúncia de palavras em diferentes


idiomas, mas nessa versão está disponível apenas em inglês e
espanhol. Ao ser digitada a palavra, clica-se sobre ela e o som da
pronúncia será emitido. É preciso que se verifique as definições de
reconhecimento de fala no Windows em “Painel de Controle”,
“Reconhecimento de Fala” e “Conversão de Texto em Fala”.
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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

Relógio

A função Lembrete quando acionada pode cronometrar o tempo de


tarefas na forma progressiva ou regressiva. Pode também fazer avisos,
ativar alarmes e exibir a hora exata.

Função Matemática

Essa função permite desenhar a curva de um gráfico de uma função


matemática, para isso, é necessário abrir a função e entrar com a
fórmula matemática na área de edição estabelecendo os parâmetros
de X e Y.

Ferramenta 3D

Essa ferramenta, permite a visualização de modelos em terceira


dimensão. Ao exibir a imagem é possível mover, rodar, aproximar e
afastar um modelo 3D. O usuário pode anotar sobre o objeto e
capturar a imagem para seu documento de trabalho e com
duplo-clique voltará para a ferramenta 3D.

Janela de Ferramentas

Esta janela permite o acesso às funções mais úteis do software como o


ícone que você precisa ativar(clicar) sempre que for trocar a ferramenta
de uso. Por exemplo, se for usar a caneta, e depois usar o apagador,
clica no cursor “Selecionar” para neutralizar a ferramenta

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ferramenta anteriormente acessada e utilizar outra ferramenta. Repete


o procedimento, sempre que for mudar a opção de uso para uma outra
ferramenta. Estão disponíveis nesta janela: caneta, apagador, inserir
texto, inserir som, preenchimento com cores, formas geométricas,
compasso, régua, transferidor, linhas, modo de apresentação etc.

Ferramentas

Esta área permite o acesso às funções mais úteis do software como


canetas, apagadores, desenho de linhas, etc.

Essas ferramentas permitem realizar atividades de diferentes


interesses. No entanto, a maior parte delas se referem a elementos
trabalhados na geometria e podem ser acionados pelo clique nos
ícones de cada ferramenta. Destacamos cada um deles:

Essa ferramenta deve ser acionada cada vez que se deseja


modificar uma ação na lousa. Ao realizar um procedimento, você deve
tocar na seta para neutralizar a tela e utilizar outra ferramenta e assim
sucessivamente.

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

A caneta pode ser usada em diferentes estilos que vai


determinar a forma da linha desenhada. A seguir estão as diferentes
possibilidades de formas gráficas de caneta.

Ícone Função Ícone Função

Caneta Caneta caligráfica

Caneta de
Caneta laser reconhecimento de
forma
Caneta de
Pincel reconhecimento de
escrita
Marca texto Caneta para dois
usuários simultâneos
Caneta para 4
usuários simultâneos

Apagador

Existem dois tipos de apagador no Software Desk Board: o comum e


um outro de área. O apagador comum possui 3 tamanhos diferentes,
um que apaga somente a escrita realizada pelas canetas (exceto a
caneta laser e a caneta de reconhecimento de escrita e de forma) O
apagador de área, permite apagar todo tipo de objeto ao selecionar
uma determinada área.

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Inserir texto

Selecione a ferramenta e clique na área em que deseja redigir ou


inserir o texto. Você poderá selecionar o tipo de fonte, cor ou tamanho.

Geometria

Nessa função você poderá desenhar formas específicas com facilidade.


Escolha o tipo de forma que deseja desenhar e arraste na área de
trabalho definindo o tamanho desejado. Diferentes formas estão
disponíveis.

Polígono

Essa função permite desenhar polígonos regulares. Você ainda pode


editar o polígono adicionando ou diminuído o número de lados.

Linhas Retas e Curvas

A função de linhas retas e curvas, é para desenhos de linhas retas ou


curvas. Ainda pode ser usado diferentes espessuras, cores e níveis de
transparência para desenhar diferentes tipos de linhas.

A função régua, transferidor e compasso, essas


ferramentas permitem realizar as medidas correspondentes além de
desenhar. Discriminadas nas informações a seguir:

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Ícone Funções Descrição

Definição Definir unidade de medida,


nível de transparência e
fechar régua
Régua
Rotacionar Rotacionar a régua

Medir Ajustar o tamanho da régua

Ícone Funções Descrição

Tamanho Ajustar tamanho do


transferidor

Fechar Fechar transferidos

Rotacionar Rotacionar transferidor


Transferidor
Ângulo Definir o ângulo do
transferidor

Descrição
Ajustar tamanho do compasso

Fechar o compasso

Rotacionar o compasso

Definir o raio da circunferência

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Barra de Propriedade

A área de Propriedades da Barra de Ferramentas varia conforme a


função selecionada. Ela permite o rápido acesso para alterar as
propriedades da função selecionada. Trocar a cor ou a espessura de
uma linha para fazer um desenho, por exemplo.

Ela pode ser utilizada conforme o procedimento abaixo:

A B C A: Selecionar cor

B: Selecionar propriedades da linha

C: Selecionar nível de transparência

C: FUNÇÕES DA BARRA DE PROPRIEDADES 

A Barra de Propriedades, permite o rápido acesso a determinadas


funções de navegação no software. Algumas possuem conteúdo
específico que é mostrado na Janela de Propriedades. Cada ícone
está especificado na imagem abaixo.

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O USO DA LDI

Páginas de Arquivo de Trabalho

Essa ferramenta abre a janela criada no atual documento da área de


trabalho e permite a elaboração de trabalhos com imagens, desenhos
ou outros elementos. Conforme criatividade, pode ser feita edição de
páginas a partir das funções: copiar, colar, alterar a ordem e salvar
cada página com o nome de quem elaborou. Para acrescentar mais
uma página, a ação é realizada no menu da barra de ferramenta
propriedade da nova página.

Galeria

Nessa ferramenta se encontra grande parte dos desenhos. Ela conta


com mais de 3 mil objetos de aprendizagem. Para utilizar os objetos
disponíveis no software Desk Board, basta arrastar as imagens da

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

galeria para a área de trabalho. Pode-se criar uma galeria própria em


uma pasta de armazenamento com os objetos relativos a determinado
conteúdo. Para realizar essa ação, o usuário seleciona a imagem, clica
no ícone de menu do objeto e clica em “Salvar na Biblioteca”. Ao salvar
na biblioteca, o usuário pode nomear sua pasta. É também possível
criar outras pastas em “Minha Biblioteca”. Para esse procedimento,
clica-se no ícone de menu da pasta “Minha Biblioteca” e selecione
“Adicionar Pasta”.

Para importar objetos e imagens diretamente de seu


computador, clique no menu da pasta e selecione “Importar”.

Propriedade de Uma Nova Página

Você pode selecionar a propriedade de uma nova página pela barra


inferior do software ou pelo menu de cada página na Lista de Páginas.
Por padrão, todas novas páginas terão a mesma configuração, mas
você poderá trocar para formato A4, ou alternar entre as proporções
de tela 4:3, 16:9 e 16:10. A definição terá efeito quando você criar uma
nova página.

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Propriedade de Linha e Preenchimento

Você pode definir as propriedades de linha e preenchimento a partir da


Barra de Propriedades, elas se distinguem em espessuras e cores.

Ícone de Adição de Hyperlink

Ele pode ser utilizado para conectar o objeto à uma página da web, à
outra página do seu documento ou a um arquivo local em seu
computador. Clique no Ícone de “Hyperlink” para abrir a página de
definições.

Gerenciador de Hiperlink

Use esse recurso para editar e gerenciar os hyperlinks de seus objetos.


Você pode antes definir um novo link no gerenciador, e depois utilizá-lo
quando for inserir um link nos objetos ao longo do documento de
trabalho. Da mesma forma, você pode excluir esses links a partir do
gerenciador.

Inserir imagem a partir do Google

Com o uso da ferramenta de busca do google, é possível adquirir


imagens de forma simples e rápida. Basta digitar a palavra-chave no
campo de pesquisa e clicar em “Pesquisar”. As imagens associadas à
palavra-chave aparecerão automaticamente. Dê duplo clique ou arraste
a imagem escolhida para a área de trabalho.

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D: JANELA DE PROPRIEDADES

A janela de Propriedades, refere-se a área onde você vai realizar o seu


trabalho de edição. Nela Você pode editar páginas com imagens ou
textos, utilizando de alguns recursos, tais como: copiar, colar,
renomear, excluir dentre outros, a página criada.

Para acrescentar uma nova página na sequência de uma


apresentação, pode ser feito pela barra inferior do software ou pelo
menu, clicando na opção “Inserir nova página”. 

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O USO DA LDI

Por padrão, todas as novas páginas terão a mesma configuração,


mas é possível trocar para formato A4, ou alternar entre as proporções
de tela, já mencionadas anteriormente. A definição terá efeito quando
for criada uma nova página. 

O usuário pode rotacionar a página em 90 graus tanto no sentido


horário quanto no anti-horário, clicando nos ícones correspondentes
na Barra Inferior. 

A cor do pano de fundo pode ser trocada na área de trabalho.


Basta clicar com o botão da direita na área de trabalho e selecionar
“Cor do pano de fundo”. Você poderá preencher a área com uma nova
cor ou gradiente de duas cores.

E: ÁREA DE TRABALHO

A área de trabalho é onde se desenvolve os mais diversos


procedimentos de edição de trabalho. As atividades podem ser
elaboradas a partir das imagens da galeria ou aquelas encontradas no
navegador de busca da internet ou ainda conforme o planejamento de
trabalho. Essa área se apresenta em tamanho amplo e com boa
visibilidade.

F: BARRA INFERIOR

Nesta barra estão os ícones que realizam a exposição da área de


trabalho no formato que o usuário desejar. Eles realizam o trabalho de
exibição, rotação, zoom, definidas na imagem abaixo:  

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O USO DA LDI

O ícone correspondente na
imagem (A), refere-se à opção de Tela
Cheia. Para obter uma área de trabalho
maior e limpa. No modo Tela Cheia, é
A: Proporção de tela da nova página
possível ter acesso à maioria das B: Girar 90 graus no sentido horário
C: Girar 90 graus no sentido
ferramentas para desenhar, escrever e
anti-horários
interagir. O usuário pode também D: Voltar a 100%
E: Ajuste de Zoom
alternar entre programas e o software
F: Status de conexão com a lousa
da lousa. 
Quando em modo Tela Cheia uma barra com ferramentas será
exibida com as seguintes funções:  

A: Utilizar o Windows G: Criar nova página

B: Alternar fundo original e H: Excluir objeto selecionado


transparente I: Limpar página
C: selecionar J: Menu
D: Caneta K Retornar para o modo de exibição
E: Página Anterior original

F: Próxima Página

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ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS
COM METODOLOGIAS ATIVAS
Estratégia Metodológica é a elaboração de roteiros pedagógicos
que têm como ponto central o ensino e a aprendizagem. Consistem em
procedimentos e técnicas, utilizadas pelo docente no decorrer da aula,
com o propósito de auxiliar a aprendizagem. É a arte da habilidade
humana de planejar, aplicar e explorar, a partir de condições e meios
favoráveis, o exercício da criatividade, da ludicidade, da descoberta,
com foco na obtenção de resultados educativos. As respostas aos
incentivos são provenientes dos estímulos despertados pela interação
interpessoal, visando atingir os objetivos de uma determinada proposta
de ensino. 
Essas estratégias podem ser trabalhadas e mobilizadas de várias
maneiras e com qualquer área de conhecimento, a depender da visão
crítica e proficiente do professor a respeito de cada temática, a
depender dos conteúdos e, consequentemente, dos objetivos
propostos de cada etapa.

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 1
Aprendizagem por pares ou Team Based
Learning (TBL)
O professor apresenta, na LDI, um documentário em vídeo sobre algum tema, o
qual trará uma situação problema a ser resolvida pelo aluno. Essa tarefa requer
dividir a turma em grupos de quatro a seis componentes. Após os alunos verem o
vídeo, será distribuído, com os grupos, um texto literal de todas as falas do vídeo.
O texto será lido entre os grupos até que não se tenha nenhuma dúvida quanto
aos termos e vocabulário. (Improve your vocabulary using vídeos)
Como fazer O professor estabelece um tempo de “X” minutos para que os grupos elaborem
estratégias e soluções para aquele problema em questão, utilizando textos curtos
com à ajuda do google tradutor, ou pesquisados em canais internacionais, como
também utilizar exemplos de situações reais. À apresentação pode ser expressa
em apresentação de verbalização na língua alvo; em formato de powerpoint com
textos contendo ilustrações, imagens, ou com vídeos prontos ou elaborado pelos
alunos ou como melhor resolverem apresentar.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet, papel, lápis de cor, caneta.

O emprego dessa tarefa, no âmbito escolar, além de facilitar o diálogo, favorece


Por que fazer ao aluno fixação e treino de vocabulário, de expressões e prática de leituras
usando as técnicas de inferência, skimming, scanning, falsos cognatos e cognatos.

A atividade favorece a elaboração de conceitos e tomada de decisões. Ela é um


Como os instrumento favorável para a formação de opinião e a solução de problema, quer
estudantes seja de natureza educacional, cultural, social ou política. O resultado desenvolvido
interagem por cada estudante aprimora seu ponto de vista e sua conduta ética diante do
tema apresentado e faz refletir sobre a postura do outro.

Elaborar repertórios linguístico-discursivos da língua inglesa, usados em diferentes


países e por grupos sociais distintos dentro de um mesmo país, de modo a
Competência reconhecer a diversidade linguística como direito e valorizar os usos
heterogêneos, híbridos e multimodais emergentes nas sociedades
contemporâneas.

Ao longo do processo, o professor analisa a participação ativa dos estudantes na


realização de todas as etapas das atividades contribuindo e encorajando-os no
Avaliação processo de pesquisa e do levantamento de dados. A avaliação é realizada de
forma continuada observada no respeito mútuo, na utilização da tecnologia
desenvolvida no protagonismo estudantil.

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 2
Aprendizagem por pares ou Team Based
Learning (TBL)
Utilizar o aplicativo do Storyboard, para Criar História em Quadrinhos Hq’s.
Existe versões pagas, mas também gratuitas (free) desse recurso. O aplicativo
Como fazer é um ótimo instrumento para criação de histórias em quadrinhos, utilizando
vocabulário com expressões de saudações, tempos verbais, tag questions,
pronomes interrogativos ou conforme conteúdo ministrado nas aulas.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet.

A tarefa de criação de quadrinhos leva os estudantes a se expressarem


utilizando a mediação tecnológica pelo diálogo em produção escrita. A
criatividade pode ser desenvolvida em tarefas de seleção dos desenhos no
próprio aplicativo. Sendo possível escolher o cenário, os personagens, as
Por que fazer caixas de texto, os infográficos. Algumas fichas textuais podem ser arrastadas
e elaboradas com criativos desenhos. A organização de sequência e coerência
textual, exposta no diálogo é uma das competências que o aluno deverá
desenvolver na construção dessa tarefa, bem como a organização e
sequência das imagens associadas ao contexto da escrita.

A elaboração dessa tarefa pode ser realizada primeiramente em sala de aula


Como os com a participação da escrita colaborativa dos estudantes e pelo uso do
aplicativo na LDI. Outra possibilidade é que ela possa ser encaminhada para
estudantes
ser realizada individualmente ou em dupla, utilizando o mesmo aplicativo, a
interagem qual oportuniza os estudantes a se expressarem através dos quadrinhos e
socializarem as produções num cenário exclusivo da referida tarefa.

Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para


Competência pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em
práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável.

Os estudantes são avaliados sobre a elaboração do HQ’s sua expressão


escrita no contexto imagético. Pode também ser avaliado o desenvolvimento
Avaliação de competências transversais, como engajamento, processo criativo,
organização, argumentação, comunicação e coerência do contexto em geral.

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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 3
Aprendizagem por pares ou Team Based
Learning (TBL)
Utilizando a ferramenta Podcast. O uso do gravador de voz é um recurso das
mídias, presente em muitos aplicativos. O podcast, o Anchor e outros, são
fáceis de trabalhar e alguns estão presentes nos aplicativos de redes sociais.
Como fazer Esse recurso está também na LDI, ele é interessante para praticar a oralidade
e a desenvoltura da linguagem e na expressividade espontânea dos
estudantes.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet.

Exercitar a expressão oral, a entonação e o acento das palavras quando


pronunciadas. Identificar que o tom da voz muda conforme a pontuação e
Por que fazer alguns acentos recebidos pela fonética da palavra. O uso do recurso pode ser
bem aproveitado para a leitura de um pequeno texto, um diálogo, levando em
conta a aprendizagem e o treino pela desenvoltura da oralidade.

A interação entre os estudantes é feita a partir da seleção dos narradores.


Cada um escolhe qual personagem vai assumir na narrativa. Se houver
Como os necessidade de descrever o cenário, será feito em uma rubrica. Durante a
estudantes gravação é necessário que o estudante se expresse com sentimento e atribua
interagem? emoção ao áudio. Após os resultados, os estudantes irão compreender o
contexto da narrativa expressa nas falas pelo exercício da audição e
compreensão linguística narrada.

Comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado de linguagens em


mídias impressas ou digitais, reconhecendo-a como ferramenta de acesso ao
Competência conhecimento, de ampliação das perspectivas e de possibilidades para a
compreensão dos valores e interesses de outras culturas e para o exercício do
protagonismo social.

O professor avalia a participação e a interação dos estudantes durante toda a


elaboração da atividade, além do registro escrito com as análises da produção
da linguagem falada e a coerência na expressão de entonação de voz.O
Avaliação professor avalia a participação e a interação dos estudantes durante toda a
elaboração da atividade, além do registro escrito com as análises da produção
da linguagem falada e a coerência na expressão de entonação de voz.

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GUIA DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 4
Aprendizagem Baseada em Jogos ou Game
Based Learning (GBL)

O Kahoot é um aplicativo, que favorece a aprendizagem baseada em jogos e


pode ser usada como uma tecnologia educacional em sala de aula. Para
acessar a plataforma Kahoot, basta se cadastrar com uma conta e inserir
login, senha e escolher qual tipo de tarefa vai desenvolver com a turma.
Com esse aplicativo, o Professor pode criar seu próprio jogo para revisar
Como fazer assuntos relacionados ao conteúdo trabalhado. O formato das respostas pode
ser por meio de Quiz, true or false, type answer, puzzle, pool, slide os quais
podem ser acrescentados imagens às questões. As telas que aparecem são
intuitivas o suficiente para o cadastro de perguntas e respostas a serem
realizadas sem nenhuma dificuldade, outros jogos com o mesmo perfil é o
Socrative, o Pickles, dentre outros.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet,

Essa estratégia promove o exercício do raciocínio, concentração, participação,


Por que fazer
engajamento, esforço, atenção, memorização. Dentre outras.

Como os A leitura das perguntas é feita individualmente na tela da LDI e as respostas


são realizadas individualmente pelo celular do aluno. O aluno não precisa
estudantes baixar o aplicativo, apenas acessá-lo pela internet e inserir o código PIN que
interagem será fornecido pelo professor, antes do jogo iniciar.

Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para


Competência pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em
práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável.

O próprio jogo avalia a quantidade de acertos do aluno e ele faz um pódio


durante sua execução, apontando quem está liderando o jogo em acertos.
Avaliação
Nesse sentido é recomendado que o professor converse com a turma sobre
competição e conhecimento.

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 5
Sala de Aula Invertida ou Flipped
Classroom
Encaminhar uma pesquisa sobre “As formas de comunicação vivenciadas pela
sociedade e as mudanças ocorridas com a evolução da tecnologia digital” ou
outro tema que agregue informações e conhecimento ao aluno. Elaborar uma
apresentação em portfólio utilizando uma ferramentas de apresentação ou
Como fazer
criar a partir da barra de tarefas da LDI. As produções poderão ser no
formato de um vídeo, um jogos ou um ebook, dentre outros. Os conteúdos
podem ser pesquisados no buscador google pelo acesso de artigos, revistas,
blogs, imagens.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet,

Compreender as mudanças ocasionadas pela evolução da tecnologia digital e


Por que fazer como as pessoas usam essa comunicação para suas necessidades
cotidianamente.

Por ser um tema bastante amplo, os estudantes podem trazer diversos


Como os resultados os quais podem estar nas seguintes possibilidades: evolução dos
estudantes meios de comunicação, uso das redes sociais, cyberbullying, consumo, mídias
interagem digitais, dentre outros. A partir dos estudos pesquisados, os estudantes
apresentarão seus resultados utilizando a LDI.

Identificar similaridades e diferenças entre a língua inglesa e a língua


Competência materna/outras línguas, articulando-as a aspectos sociais, culturais e
identitários, em uma relação intrínseca entre língua, cultura e identidade.

A avaliação é realizada durante o transcorrer da aula. O professor faz


comentários a partir da participação dos envolvidos e faz observações
Avaliação
complementares sobre a pesquisa realizada e sobre as ferramentas da
tecnologia utilizada.

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PEDAGÓGICAS INOVADORAS COM
O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 6
Aprendizagem Baseada em Projeto ou
Project Based Learning (PBL)
Identificar na galeria da LDI a variedade de peixes e demonstrar os diferentes
seres marinhos, averiguar se os estudantes conhecem espécies de vida
marinha. Nessa tarefa, o professor avalia os conhecimentos prévios dos
estudantes sobre as variedades de vida marinha.
Em um outro momento, deve ser encaminhada uma pesquisa relacionada ao
meio onde essa espécie vive e sobre os efeitos causados a essas vidas, quanto
ao descuido humano, sua ação predatória, modo de vida, reprodução e o que
acontece quando eles são submetidos ao contato com resíduos tóxicos, lixo,
Como fazer dejetos, entre outros. Dividir a turma em grupos e encaminhar pesquisas que
possam trazer informações sobre o habitat marinho. A atividade pode ser
intercalada com outras disciplinas (ciências, geografia, artes), por exemplo.
Orientar a pesquisa online para aquisição de conteúdo e utilizar recursos
gráficos, textos, vídeos, objetos de aprendizagem, entrevistas pelo g oogle
forms, edição de imagens, infográficos, powerpoint. Elaborar resultados
encontrados se apropriando dos instrumentos da tecnologia para a
apresentação e explanação na língua inglesa, descrever nomes de espécies
etc.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet,

Conhecer espécies variadas de vida marinha, tornar os estudantes


Por que fazer conscientes do seu papel ambiental e despertar para os danos provocados
pela falta de cuidado ao meio ambiente.

Cada grupo encontrará uma maneira conveniente de apresentar suas


Como os pesquisas e comentar qual recurso midiático foi predominante para a
estudantes realização da pesquisa e da apresentação. Os resultados serão apresentados
interagem na LDI, os quais trarão reflexões e discussões das consequências ambientais
se o homem não executar a sua parte.

Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para


Competência pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em
práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável.

Ao longo do processo, o professor analisa a participação ativa dos estudantes


na realização de todas as etapas das atividades contribuindo e
Avaliação encorajando-os no processo de pesquisa e do levantamento de dados. A
avaliação é realizada de forma continuada observada no respeito mútuo, na
utilização da tecnologia despertada no protagonismo estudantil.

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O USO DA LDI

ESTRATÉGIA 7
Aprendizagem Baseada em Problema ou
Problem Based Learning (APB)
O professor polemiza a aula trazendo uma problemática ou um tema da
atualidade que provoca grande repercussão social, tal qual, um
acontecimento que gera grande impacto a nível local, regional, nacional ou
mundial.
Cria-se brainstorming (tempestade de ideias), faz-se uma lista de palavras dos
fatores prós e contras, relativos ao tema em evidência.
Os alunos expressam em palavras sobre esses fatores. O professor faz
Como fazer anotações na lousa ou convoca os alunos para escreverem suas palavras,
criando uma lista as quais são mencionadas por eles.
As anotações escritas, a partir do que os alunos pronunciaram, pode ser
complementado com uma leitura já pré-selecionada pelo professor e
compartilhada sobre o respectivo tema. A partir da junção desse material, os
alunos devem construir um artigo de opinião em relação ao tema abordado e
apresentá-lo utilizando os recursos da lousa.

Recurso LDI, smartphone, computador com acesso à internet.

Desenvolvimento de habilidade e do raciocínio na apresentação de ideias,


desenvolvimento da capacidade criativa, concisão e associação de vocábulos
Por que fazer na relação de pertinência ao assunto em foco. Atentar para a opinião do outro
em relação um dado assunto, trazer para sala de aula reflexões sobre
problemas ocorridos em diversos esferas sociais.

Como os A linguagem visual, falada e escrita são fatores preponderantes dessa tarefa.
A apresentação e a narrativa é livre e fica a critério do aluno fazer o bom uso
estudantes da tecnologia para apresentar sua pesquisa em forma de um infográfico,
interagem mapa conceitual, apresentação em word, powerpoint, dentre outros.

Identificar o lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e


multicultural, refletindo, criticamente, sobre como a aprendizagem da língua
Competência inglesa contribui para a inserção dos sujeitos no mundo globalizado, inclusive
no que concerne ao mundo do trabalho.

A avaliação é realizada pela observação no tocante a receptividade das


Avaliação contribuições trazidas pelos colegas, levando em conta o respeito, a
autonomia, a criatividade dedicada a cada apresentação.

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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Prática e formação de professores na
integração de mídias. Prática pedagógica e formação de professores com projetos:
articulação entre conhecimentos, tecnologias e mídias. In: ALMEIDA, Maria
Elizabeth Bianconcini de; MORAN, José Manoel (Org.). Integração das tecnologias
na educação: salto para o futuro. Brasília: Ministério da Educação; Seed, 2005. p.
39-45.

BACICH, Lilian; Moran, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora:
uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018

BENDER, William N. Aprendizagem baseada em projetos: educação


diferenciada para o século XXI. Tradução de Fernando de Siqueira Rodrigues.
Porto Alegre: Penso, 2014.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): complementa e revisa a


segunda versão e cumpre a atribuição do Ministério da Educação (MEC). 2017.
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.
pdf>. Acesso em: 23 mar. 2018.

MERCADO, Luiz Paulo Leopoldo. Formação continuada de professores e novas


tecnologias. Maceió: EDUFAL, 1999.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos Tarciso; BEHRENS, Marilda Aparecida.


Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.

NÓVOA, A. Esboço de um modelo de análise de profissão docente. In: NÓVOA,


A. Profissão professor. Portugal: Porto Editora, 1999.

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