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36 Citricultura

Cultivares copa e porta-enxertos para a


citricultura brasileira
Débora Costa Bastos 1
Ester Alice Ferreira 2
Orlando Sampaio Passos 3
Jucieny Ferreira de Sá 4
Elma Machado Ataíde 5
Marcelo Calgaro 6

Resumo - Embora exista grande diversidade de gêneros, espécies, cultivares e clones


de citros, os pomares comerciais brasileiros têm, como base genética, um número
reduzido de cultivares, seja como copa, seja como porta-enxerto. Esse fato tem con-
tribuído não só para a vulnerabilidade da cultura a pragas e a doenças, mas também
para restringir o período de colheita e limitar sua expansão e produtividade. A diver-
sificação da citricultura, mediante a utilização de cultivares avaliadas e recomenda-
das pelas instituições de pesquisa, poderá reduzir os riscos de ataques fitossanitários
e fortalecer a citricultura brasileira pela agregação de características desejáveis, como
escalonamento da colheita, aumento da produtividade e melhor qualidade dos frutos
para atender às exigências do mercado, seja de mesa seja de indústria. Além disso,
pode ser a garantia de maior competitividade ao setor e sua permanência na lideran-
ça mundial de maior produtor e processador de suco de laranja.
Palavras-chave: Citros. Variedade. Porta-enxerto. Produção.

INTRODUÇÃO vigor, produtividade, precocidade de pro- tricas, sejam laranjas, tangerinas, limões,
dução, composições orgânica e inorgânica limas e pomelos, considerados de maior
Há mais de um século, a citricultura
das folhas e frutos, absorção e utilização importância comercial. Entretanto, nas
tem-se beneficiado das vantagens da enxer-
tia, em que uma planta cítrica comercial é de nutrientes, tolerância à salinidade, re- principais regiões citrícolas do Brasil,
formada pelo enxerto ou copa e pelo porta- sistência à seca, geada, doenças e pragas, ainda predomina um número reduzido de
enxerto, agregando os benefícios de cada influenciando também a qualidade e pós- cultivares, tanto copa quanto porta-enxerto.
uma dessas partes e sua interação. colheita dos frutos. Assim, a escolha do A principal consequência desse fato é não
A copa é a principal responsável pelas porta-enxerto é tão importante quanto a da só a vulnerabilidade das plantas ao ataque
características dos frutos e busca atender às copa, uma vez que as principais caracterís- de fitopatógenos, como se tem observado
exigências, tanto do mercado consumidor ticas agronômicas são determinadas pela no decorrer da história da citricultura, mas
de fruta de mesa ou in natura, quanto da interação entre ambos, a qual irá proporcio- também a limitação da competitividade
indústria de suco. nar melhor desempenho da planta cítrica. do setor.
O porta-enxerto, por sua vez, exerce É grande a variedade de cultivares e Nesse cenário, novas cultivares vêm
influência importante sobre a copa, como de clones entre e dentro das espécies cí- sendo introduzidas e avaliadas no Brasil e,

1
Enga Agra, D.Sc., Pesq. EMBRAPA Semiárido, Petrolina-PE, e-mail: debora.bastos@embrapa.br
2
Enga Agra, D.Sc., Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista FAPEMIG, Lavras-MG, e-mail: ester@epamig.br
3
Engo Agro, M.Sc., Pesq. EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas-BA, e-mail: orlando.passos@embrapa.br
4
Graduanda Ciências Biológicas UPE/Bolsista EMBRAPA Semiárido, Petrolina-PE, e-mail: jucieny.sa@gmail.com
5
Enga Agra, D.Sc., Prof. Adj. UFRPE-UAST, Serra Talhada-PE, e-mail: elmaataide@yahoo.com.br
6
Engo Agro, D.Sc., Pesq. EMBRAPA Semiárido, Petrolina-PE, e-mail: marcelo.calgaro@embrapa.br

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junto com os programas de melhoramento nos tratos culturais, impossibilidade de à ‘Pera’, ‘Natal’ e ‘Valência’ (POZZAN;
genético, tem-se ampliado a base genética plantios mais adensados, e, principalmente, TRIBONI, 2005).
dos pomares e, assim, fortalecido a citri- dificuldade na colheita dos frutos. São con- Na distinção das cultivares de laranja
cultura brasileira. sideradas de porte alto cultivares acima de de mesa ou de consumo in natura, estas
5,0 m; de porte baixo, menores de 1,5 m; e são separadas em três grupos principais:
PRINCIPAIS CULTIVARES de porte médio, entre essas duas medidas. a) laranjas de baixa acidez: como as
COPA USADAS NO BRASIL cultivares Lima e Piralima, que
Laranjeiras apresentam acidez entre 0,005% e
No gênero Citrus, a família Rutaceae é a
mais importante, do ponto de vista econômi- Segundo Lorenzi et al. (2006), as la- 0,1%;
co, em que se destacam as espécies do grupo ranjeiras (Citrus sinensis L. Osbeck) são b) laranjas-de-umbigo: ‘Bahia’ e
das laranjas doces (Citrus sinensis (L.) árvores de porte médio, as quais atingem ‘Baianinha’, com 0,92% a 0,94%
Osbeck); das tangerinas (Citrus reticulada 5,0 a 10,0 m de altura, e copa de forma- de acidez;
Blanco e Citrus clementina hort. ex Tanaka); to esférico. Em função do fruto, podem c) laranja comum: ‘Pera Rio’, ‘Natal’,
das mexericas (Citrus deliciosa Ten.); dos ser subdivididas em quatro subgrupos: ‘Folha Murcha’, ‘Valência’ e ‘Se-
limões verdadeiros (Citrus limon (L.) comum, sem nenhuma característica leta’, que possuem 0,95% a 1% de
Brum. F. e Citrus aurantiifolia (Christm.), evidente; do grupo Navel ou as laranjas- acidez.
Swingle); das limas ácidas (Citrus latifolia de-umbigo; as sanguíneas, e as de baixa
(Yu.Tanaka) Tanaka); das limas doces acidez. As cultivares em cada um desses Tangerineiras
(Citrus limettioides Tanaka); pomelos (Citrus subgrupos diferenciam-se quanto à matu-
As tangerinas são o segundo grupo de
paradisi Macfad.), e das cidras (Citrus ração, que pode ser precoce, meia-estação
frutas cítricas mais produzidas no Brasil
medica L.). O grupo das laranjas doces ou tardia, e, ainda, quanto à coloração do
e, assim como os demais grupos cítricos,
é o mais expressivo nos pomares dos endocarpo, que pode ser mais claro, mais possuem muitas variedades e tipos origina-
países citrícolas, com, aproximadamen- alaranjado ou apresentar polpa vermelho- dos de mutações entre diferentes espécies,
te, dois terços dos plantios, seguido das intensa, pela presença de antocianinas. o que dificulta sua classificação botânica.
tangerinas, dos limões e das limas ácidas. No Brasil, maior produtor mundial de Nessa distinção, os principais grupos são:
Independentemente do grupo a que per- laranja, os plantios mais expressivos estão ‘Satsuma’, ‘Clementinas’ e ‘Híbridos’.
tençam, os frutos cítricos devem apresentar no estado de São Paulo, cuja produção O grupo ‘Satsuma’ é composto pelas
características peculiares, para atender às destina-se à indústria, especificamente para tangerineiras originárias do Japão, as quais
exigências do mercado a que se destinam: a produção de suco de laranja concentrado se caracterizam pela tolerância a baixas
indústria ou consumo in natura, também congelado para exportação. temperaturas, o que possibilita o amadu-
conhecido como frutos de mesa. As principais cultivares de laranjas recimento precoce de seus frutos e amplia
Os principais aspectos externos obser- doces utilizadas na citricultura brasileira a adaptação climática para seu cultivo.
vados nos frutos são: coloração da casca, estão apresentadas no Quadro 1. As culti- No grupo das ‘Clementinas’, as princi-
que deve ser intensa e uniforme; ausência vares Pera; Valência; Natal e Folha Murcha pais características são o tamanho do fruto,
ou número reduzido de sementes; epicarpo são as mais conhecidas no subgrupo das entre pequeno e médio, e o inconveniente
ou casca com espessura fina, para facilitar laranjas doces comuns, sendo as mais de ser alternante na produtividade, ou seja,
o descascamento, e o tamanho e gomos plantadas e comercializadas no Brasil, em um ano proporcionam uma intensa
com parede delicada. Nos parâmetros de destinadas, principalmente, ao processa- produção de frutos de pequeno calibre e,
qualidade, busca-se rendimento de suco mento para suco. no ano seguinte, a produção é baixa, com
acima de 35%, com teores de sólidos A ‘Pera’ é a cultivar de maturação me- frutos de maior calibre.
solúveis com, aproximadamente, 10o Brix diana ou meia-estação e, nas condições do O grupo dos ‘Híbridos’, por sua vez,
para laranjas e tangerinas, e acidez entre estado de São Paulo, está apta para colheita engloba as tangerineiras resultantes do
0,5% e 1%. A relação sólidos solúveis/ entre 10 e 14 meses após a antese. cruzamento entre espécies.
acidez titulável deve ser acima de 8, para o Já as cultivares Natal, Valência e Fo- Mesmo com a diversidade de grupos e
consumo in natura, e de 14, para os frutos lha Murcha são tardias ou muito tardias, dentro destes, nos cultivos com tangerinei-
destinados à indústria. atingindo o ponto de colheita entre 12 e ra, no Brasil, predominam a ‘Ponkan’ e a
Nas características agronômicas, a 18 meses. ‘Murcott’, cujas principais características
altura ou o porte da planta é o principal A ‘Hamlin’ apresenta maturação estão apresentadas no Quadro 1.
parâmetro observado. Plantas de porte alto precoce e baixo valor comercial para pro- Originária da Ásia, a ‘Ponkan’ repre-
apresentam como desvantagens dificuldade cessamento do suco, quando comparada senta cerca de 60% dos plantios dos poma-
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QUADRO 1- Resumo das características das principais cultivares dos grupos cítricos: laranjas, tangerinas, limas e limões plantados no Brasil
Característica da planta Característica do fruto
Grupo cítrico Cultivar Mercado
Porte Copa Maturação Semente Teor de suco Acidez
Laranja Pera Médio Ereta Ano todo Ausente Alto Baixa Indústria e mesa
Valência Alto Arredondada Tardia Ausente Alto Média Indústria e mesa
Natal Alto Compacta Tardia Ausente Alto Média Indústria e mesa
Folha murcha Médio Arredondada Tardia Ausente Alto Baixa Indústria e mesa
Hamlin Médio Arredondada Precoce Presente Baixo Alta Indústria e mesa
Bahia Alto Arredondada Meia-estação Ausente Baixo Média Mesa
Baianinha Alto Arredondada Meia-estação Ausente Baixo Média Mesa
Lima Médio Arredondada Meia-estação Ausente Baixo Baixa Mesa
Rubi Alto Arredondada Meia-estação Ausente Médio Média Mesa
Westin Baixo Semiereta Precoce Ausente Médio Media Mesa
Tangerina Ponkan Médio Cônica Meia-estação Presente Médio Média Mesa
Murcott Médio Arredondada Tardia Presente Baixo Média Mesa
Lima - limão Lima-da-pérsia Alto Arredondada Meia-estação Ausente Médio Baixa Mesa
Tahiti Alto Arredondada Precoce Ausente Médio Alta Indústria e mesa
Galego Baixo Ereta Meia-estação Presente Médio Alta Indústria e mesa

res brasileiros de tangerinas. São árvores se das tangerinas pelo tamanho e sabor ‘Tahiti’ (Citrus latifolia), que não é um
de porte médio, com crescimento ereto, dos frutos, que são pequenos e levemente limão verdadeiro e sim uma lima ácida.
produtivas, mas com tendência a apre- ácidos, e, principalmente, por exalar um Sua planta apresenta porte alto, copa ar-
sentarem alternância de produção. Frutos intenso aroma característico, enquanto redondada, com fruto de tamanho médio,
grandes, de maturação meia-estação, com são descascados. Os gaúchos chamam as sabor doce, sem acidez e sem sementes,
casca solta e sabor bastante doce, o que os mexericas de bergamotas que são o grupo casca lisa, coloração verde-clara, uniforme,
torna muito apreciados para consumo in cítrico mais importante do estado do Rio polpa amarelo-pálida, maturação variável
natura. Um dos principais entraves do seu Grande do Sul. entre os meses de junho e julho.
cultivo é a suscetibilidade dessa cultivar As duas principais variantes de mexe- Além desse, o popular limão-cravo, li-
à mancha-marrom-de-Alternaria, causada ricas são a ‘Rio’, denominada ‘Caí’ pelos mão-rosa ou limão-capeta (Citrus limonia),
pelo fungo Alternaria alternata f. sp. citri. gaúchos, e a ‘Montenegrina’, provável também é uma lima ácida, mas conheci-
O tangor ‘Murcott’ (C. sinensis x C. híbrido de ‘Caí’ ou ‘Rio’ com ‘Murcott’, do como limão, por ser utilizado como
reticulata) é o segundo mais plantado no que se diferencia da primeira por ser de condimento. É também um dos principais
Brasil. É um híbrido obtido na década dois a três meses mais tardia e por possuir porta-enxertos utilizados na citricultura
de 1920, e seu nome deve-se a uma casca mais resistente. brasileira.
homenagem a Charles Murcott, respon- A ‘lima-da-pérsia’ (C. limettioides
sável por sua propagação nos Estados Limeiras e limoeiros Tanaka) e a lima ácida, ‘Galego’, são as
Unidos da América. O ‘Murcott’, por Este é o terceiro grupo cítrico de im- mais plantadas no Brasil, e suas princi-
possuir geneticamente metade dos ge- portância comercial no Brasil; e destaca-se pais características estão apresentadas
nes da laranja, não apresenta a mesma por ter o sistema de cultivo mais simples e no Quadro 1.
facilidade ao ser descascado, e o fruto é possuir menor custo de produção.
Pomeleiros ou grapefruits
muito mais firme. O fato de o limão verdadeiro (Citrus
As mexericas, muitas vezes confun- limon) ser utilizado na Europa e em ou- O pomeleiro ou grapefruit (C. paradisi
didas com as tangerinas e até conside- tros países de clima frio na elaboração de Macfad.) é o grupo cítrico menos cultivado
radas como a mesma fruta, também têm bebidas ou de condimento tem feito com no Brasil. Seus pomares comerciais estão
participação expressiva no cultivo de que outras frutas cítricas, usadas para as localizados nos estados de São Paulo e
tangerineiras no Brasil. Originaram-se mesmas finalidades, sejam popularmente Bahia, com produção destinada principal-
na Itália, no século 19, provavelmente a conhecidas também como limão. O prin- mente ao mercado externo. As principais
partir de plantas chinesas. Diferenciam- cipal exemplo disso é o conhecido limão cultivares plantadas estão citadas a seguir.
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‘Flame’ menor que os demais pomelos, formato há mais de 30 anos. Copas enxertadas
redondo-achatado, casca delgada, de co- com esse porta-enxerto apresentam bom
As plantas desta cultivar apresentam
loração amarelo-avermelhada, polpa rosa- desenvolvimento e uniformidade, mas com
formato arredondado e crescimento aberto.
avermelhado com acidez e teor de açúcar produção inicial lenta, sendo mais exigente
Os frutos são grandes, também arredonda-
elevados, e sabor ligeiramente amargo. em nutrientes e menos tolerante à seca,
dos, com casca fina e lisa. Sua coloração é
Pode conter de uma a seis sementes por em relação ao limão-cravo, e resistente a
laranja, com manchas avermelhadas, polpa
fruto. Possui maturação de média estação a doenças.
vermelha e sem sementes. A maturação
tardia. A produção é destinada ao mercado
ocorre de média estação a tardia, sendo a ‘Citrumelo Swingle’
in natura e à industrialização.
produção destinada tanto ao mercado in
natura quanto à industrialização. ‘Citrumelo Swingle’ (Citrus paradisi x
PRINCIPAIS PORTA- Poncirus trifoliata) é um híbrido testado
‘Marsh Seedless’ ENXERTOS USADOS NO como porta-enxerto, desde os anos de
BRASIL
1940 em variedades comerciais em alguns
É a cultivar mais conhecida e mais
plantada no mundo, principalmente nos O porta-enxerto é fundamental na países. Foi introduzido no Brasil por ser
importantes polos produtores de citros formação da muda cítrica, visto que pode resistente à tristeza, à gomose, ao nematoi-
de mesa, como África do Sul, Argentina, interferir em várias características da copa, de e ao frio. É produtivo, porém as plantas
Espanha, Estados Unidos, Israel, México como desenvolvimento, vigor, precocidade com esse porta-enxerto são exigentes
e Uruguai. As plantas são vigorosas, arre- de produção, quantidade e qualidade da em adubação, principalmente o potássio,
dondadas e de crescimento aberto, fruto produção, período de maturação dos frutos, para alcançar tamanho de frutos similar
de tamanho médio a grande, com formato resistência a pragas e a doenças e capaci- ao produzido com uso do porta-enxerto
redondo-achatado, casca fina e lisa, de co- dade de adaptação da planta às condições limoeiro ‘Cravo’.
loração amarelo-brilhante, polpa amarela, edafoclimáticas desfavoráveis, preservan-
do as características fundamentais das co- ‘Sunki’
sabor ligeiramente amargo. A maturação
dos frutos é de média estação a tardia. No pas desejadas (POMPEU JUNIOR, 2005). ‘Sunki’ (C. sunki (Hayata) hort. ex
Rio Grande do Sul, a colheita é realizada No Brasil, cerca de 80% dos pomares Tanaka) é uma tangerineira originária da
de maio a agosto. utilizam-se do porta-enxerto limoeiro ‘Cra- China, onde é muito utilizada como porta-
vo’ (C. limonia Osbeck), pelo seu vigor, to- enxerto. No Brasil, este porta-enxerto
‘Ruby Red’ lerância ao estresse hídrico, fácil obtenção apresenta poucas sementes, em média
Também conhecida por ‘Redblush’, de sementes, grande vigor no viveiro, bom uma a duas por fruto, quando utilizado no
‘Red Marsh’, ‘Red Seedless’ ou ‘Ruby’. pegamento de mudas no plantio, rápido estado de São Paulo. Passou por seleções
Originou-se, provavelmente, por mutação crescimento, produção alta e precoce, com naturais na Bahia, dando origem à seleção
espontânea de gema da cv. Thompson, frutos de qualidade regular. É compatível ‘Sunki Tropical’, com número maior de
tendo sido selecionada no Texas, EUA, com todas as variedades copa, e apresenta sementes viáveis.
em 1931. Planta vigorosa, porte alto, copa média tolerância ao frio, além de bom com- Copas sobre tangerineira ‘Sunki’
arredondada e crescimento aberto, frutos portamento em solos arenosos (POMPEU geralmente apresentam precocidade de
grandes, de formato redondo-achatado, JUNIOR, 2005). Porém, o fato de ser o produção em relação a cultivares copa
casca fina e amarela, polpa rosa-aver- principal porta-enxerto utilizado no Brasil sobre ‘Cleópatra’, além de maior produ-
melhado, sem sementes, maturação de desde a década de 1960, tem contribuído tividade e menores oscilações de safra.
média estação a tardia, sabor ligeiramente para a vulnerabilidade da citricultura Por esse porta-enxerto ser mais tolerante
amargo, com menores valores de sólidos brasileira a novas doenças, a exemplo da à seca, a maturação dos frutos é tardia.
solúveis e acidez. Sua produção destina-se morte súbita dos citros, registrada a partir É considerado intermediário, quanto às
ao mercado in natura e à industrialização, de 1999. características do limoeiro ‘Cravo’, e
sendo recomendada para as regiões mais Outros porta-enxertos usados na ci- ‘Cleópatra’, em relação à copa.
quentes, onde se produzem frutos de me- tricultura brasileira estão apresentados a
lhor qualidade. seguir. ‘Trifoliata’
‘Trifoliata’ (Poncirus trifoliata), de
‘Star Ruby ’ ‘Cleópatra’
origem chinesa tem sido utilizado como
Planta com copa de tamanho médio ‘Cleópatra’ (C. reshni hort. ex Tanaka) porta-enxerto cítrico, desde o início do
a grande e formato arredondado, fruto é uma planta pequena, utilizada comercial- primeiro milênio. Esta planta apresenta
de tamanho médio a grande, geralmente mente como porta-enxerto, em São Paulo, dormência, após períodos contínuos de
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baixas temperaturas, seguida de perda das DIVERSIFICAÇÃO DE ‘Salustiana’


folhas, o que favorece maior resistência CULTIVARES
Oriunda de Valência, Espanha. Trata-
ao frio. Como porta-enxerto, induz ao O Brasil possui três dos principais se de planta de porte alto, copa arredon-
lento crescimento da copa, recomendando bancos ativos de germoplasmas de citros dada, com ramos sobressaindo no topo,
menor espaçamento. É consideravelmente do mundo. Nesses bancos são mantidos fruto de tamanho médio a grande, sucoso,
suscetível à seca, com bons resultados de os novos materiais genéticos ou plantas esférico e sem sementes, com maturação
produção, quando cultivado no Sul do cítricas, provenientes de outros países e meia-estação. Possui boa aceitação, tanto
País, sem irrigação, onde o número de introduzidos no Brasil, e são a base dos para o mercado de fruta fresca, como para
brotações é menor e há possibilidade de programas de melhoramento genético de processamento de suco.
safras tardias, que, por sua vez, podem citros conduzidos no País. São eles: Ban-
ser prejudicadas por geadas. Contribui co Ativo de Germoplama de Citricultura ‘Cara-Cara’
para a redução do tamanho da copa, o que (BAG Citros IAC) do Centro Apta Citros
favorece o manejo da cultura e a colheita, Sylvio Moreira, localizado em Cordeirópo- Originária de Carabobo, Venezuela.
além de frutos com maior teor de açúcar, lis, SP; Banco de Germoplasma da Embra- Apresenta porte alto, copa arredondada,
quando combinado com a acidez levemen- pa Mandioca e Fruticultura, localizado em frondosa, fruto grande e sem sementes,
te acentuada, proporcionando ótimo sabor. Cruz das Almas, BA; e Banco da Estação esférico, polpa doce e cor avermelhada,
Experimental de Citricultura de Bebedouro umbigo proeminente e maturação meia-
‘Trifoliata Flying Dragon’ estação (Fig.1). Pode ser recomendada
(EECB), localizado em Bebedouro, SP.
‘Trifoliata Flying Dragon’ (Poncirus Esses bancos ativos de germoplasma como alternativa para a diversificação de
trifoliata L.): variedade surgida no Japão. possuem grande diversidade genética frutos de mesa.
Tem como principal característica a presen- de laranjeiras, tangerineiras, limoeiros,
‘Rubi’
ça de espinhos curvados, ramos sinuosos limeiras, cidreiras, pomeleiros e híbridos,
em forma de zigue-zague. Apresenta frutos porém, grande parte desse material genéti- Apresenta porte alto, copa arredon-
pequenos, coloração amarela, precoce, co ainda é desconhecida dos citricultores. dada, fruto de tamanho médio, esférico e
com mais de 20 sementes. Em geral, é um Tendo em vista a diversificação da ci- sem sementes, casca ligeiramente rugosa,
porta-enxerto ananicante, em que as copas, tricultura brasileira, novas cultivares vêm coloração da polpa alaranjada e maturação
neste enxertadas, possuem desenvolvimento sendo introduzidas e estudadas em diversas meia-estação. Destaca-se para o mercado
lento e porte baixo, exceto as tangerineiras e regiões do País, buscando identificar as de fruta fresca.
limoeiro ‘Tahiti’, que atingem porte médio. que se destacam em produtividade, con-
servação pós-colheita, maior porcentagem ‘Navelina’
Limoeiro ‘ Volkameriano’ de suco, alto teor de sólidos solúveis e de É uma das cultivares de laranja de
L i m o e i r o ‘ Vo l k a m e r i a n o ’ ( C . acidez, e reduzido número de sementes, umbigo ou Navel, de cor intensa, com
volkameriana) apresenta vigor semelhante dentre outras características agronômicas.
características próximas à ‘Bahia’.
Como resultados de pesquisa do Centro
ou maior que o limão-cravo, resistência à As ‘Navelinas’ apresentam porte mé-
Apta Citros Sylvio Moreira, em Cordei-
gomose e à seca. Tem produção precoce e dio, com copa relativamente arredondada,
rópolis, SP, e da Embrapa Mandioca e
possui boa produtividade. As característi- bem desenvolvida, aspecto globoso, fo-
Fruticultura, em Cruz das Almas, BA, e
cas dos frutos são semelhantes àquelas do lhagem abundante, densa e de cor verde-
Embrapa Clima Temperado, em Pelotas,
limoeiro ‘Cravo’, também tem alta susce- escuro.
RS, diferentes cultivares potenciais de la-
tibilidade a declínio dos citros. A planta é bastante produtiva com
ranjeiras, tangerineiras, limeira e limoeiro
floração abundante (SAUNT, 1990; AMO-
Limoeiro ‘Rugoso’ e porta-enxertos são apresentados a seguir.
RÓS, 1995).
O limoeiro ‘Rugoso’ (Citrus jambhiri Laranjeiras Seus frutos apresentam forma redonda
Lush) teve origem no nordeste da Índia, e ou ligeiramente oval, com peso que oscila
‘Pineapple’ entre 220 e 260 g. O umbigo externo é
é tolerante às principais doenças viróticas,
exceto ao declínio. Com melhor adaptação É originária da Flórida, EUA. Possui menos saliente que nas outras cultivares
a solos arenosos, induz grande vigor às planta de porte alto, copa arredondada, do grupo Navel. Não possui semente e a
cultivares copa, favorece a coloração tardia fruto de tamanho médio, esférico, com polpa é suculenta.
da casca do fruto, quando comparada aos média de 16 sementes e maturação meia- Os frutos produzidos em Rosário do
porta-enxertos menos vigorosos, como a estação. Apresenta elevada produtividade Sul, RS, apresentaram um peso médio de
laranjeira azeda e o citrangeiro ‘Carrizo’. e excelente qualidade de suco. 248,6 g, conteúdo de sólidos solúveis totais
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Fotos: Débora Costa Bastos


Figura 1 - Cultivar Cara-Cara

(SST) de 11,3 ºBrix, acidez total titulável A polpa amarelo-alaranjada é firme, do Rio Grande do Sul. Tem produção mé-
(ATT) de 0,70% de ácido cítrico, pH de 3,8 suculenta e de sabor muito agradável, por dia de 30 t/ha, além de apresentar teor de
e relação SST/ATT de 16,4, representando causa dos reduzidos teores de acidez e li- vitamina C superior às tradicionais e não
uma equilibrada relação açúcar/acidez. O monina. Não possui sementes, e apresenta possuir sementes. Foi lançada em junho
rendimento de suco foi alto, com valores de um rendimento de suco superior a 45%. de 2013 pela Embrapa Clima Temperado,
62,7% do peso da fruta. A espessura do albe- Possui ciclo de maturação meia-estação. Pelotas, Rio Grande do Sul.
do foi de 53 mm, e a coloração da epiderme
apresentou ângulo Hue (Oh) de 78,0, o que ‘Lane Late’ Tangerineiras
representa uma coloração laranja-intensa Originou-se por mutação espontânea ‘Robinson’
(OLIVEIRA; WREGE, 2004). Estes auto- da cultivar Washington Navel, detectada
res relatam, ainda, que a precocidade dessa Originária da Flórida, EUA, híbrido do
em 1950.
cultivar, na referida região, inicia-se a partir cruzamento da tangerineira ‘Clementina’
A árvore é vigorosa, grande, com copa
da segunda quinzena de abril. (C. clementina hort. ex Tanaka) x tange-
arredondada e bom desenvolvimento. A
Já na região de Capão Bonito, SP, folhagem é densa, com coloração escura. leiro ‘Orlando’ (pomeleiro ‘Duncan’ C.
onde a cultivar foi avaliada sob diferentes Os ramos apresentam poucos espinhos. A paradisi x tangerineira ‘Dancy’ C. tangerina
porta-enxertos (‘Citrumelo Swingle’ e cultivar é muito produtiva e precoce na hort. ex Tanaka), a ‘Robinson’ é planta de
Poncirus trifoliata), não houve diferença entrada em produção. A floração é muito porte alto, copa globosa, fruto de tamanho
significativa. A colheita dos frutos iniciou- abundante. Possui flores de tamanho gran- médio, casca lisa e aderente, com média
se no mês de maio, com boa qualidade de, com grãos de pólen e sacos embrioná- de 17 sementes, coloração externa e polpa
(BARROS et al., 2008). rios estéreis (AMORÓS, 1995). laranja-avermelhado e maturação precoce.
As amostras de laranja da cultivar Lane
‘Navelate’ ‘Dancy ’
Late, produzidas em Rosário do Sul, apre-
Laranja do grupo Bahia, caracterizada sentaram 240,3 g de peso médio, conteúdo Originária da Flórida, EUA, a ‘Dancy’
pela presença de umbigo. Originária de SST de 12,6 ºBrix, ATT de 0,74% de ácido (C. tangerina hort. ex Tanaka) é uma plan-
mutação espontânea de gema da cultivar cítrico, pH de 3,9 e relação SST/ATT de ta de porte alto, copa com crescimento ere-
Washington Navel, identificada em Cas- 17,0, representando bom equilíbrio entre to, fruto de tamanho médio, forma achatada
tellón de La Plana, na Espanha, em 1948. açúcar e acidez (OLIVEIRA et al., 2005). e sabor doce, com média de 16 sementes.
As plantas desta cultivar possuem porte A cultivar apresenta amplo período de Possui casca lisa e semiaderente (fácil
superior a 1,50 m. colheita que pode iniciar coincidindo com a de descascar), de cor alaranjado-intenso,
Os frutos apresentam forma arredonda- cultivar Washington Navel ou ser realizada uniforme, polpa fortemente alaranjada e
da, com uma base ligeiramente oval e um após vários meses. maturação meia-estação a tardia.
umbigo pouco proeminente, mas muito
‘BRS Tarouco do Pampa’ ‘Lee’
desenvolvido no interior do fruto. Possui
casca lisa, de espessura média, cor laranja É uma laranjeira do grupo sanguínea, Originária da Flórida, EUA, a ‘Lee’ é
e muito aderente à polpa. selecionada para as condições climáticas resultado do cruzamento da tangerineira
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‘Clementina’ (C. clementina hort. ex A planta apresenta porte de pequeno frutos devem ser colhidos em maio e junho,
Tanaka) x tangeleiro ‘Orlando’ (pome- a médio, copa arredondada, com fruto de no estado de São Paulo. Possuem hábito de
leiro ‘Duncan’ C. paradisi x tangerineira tamanho médio, forma globosa a achatada, crescimento aberto e muitas características
‘Dancy’ C. tangerina hort. ex Tanaka), é com média de 20 sementes, casca lisa e do grupo das Clementinas. Geralmente
uma planta de porte alto (acima de 5,0 m), aderente, coloração externa e polpa laranja- seus ramos não possuem espinhos, suas
copa globosa, atípica de tangerineira, com avermelhado (Fig. 2B). folhas são de cor verde-claro, de tamanho
fruto de tamanho médio, forma interme- A maturação é tardia e ocorre a partir de médio a grande, lanceoladas e com um
diária entre oblata e globosa, casca lisa e agosto. Essa característica, aliada à excelente curto pecíolo. A floração ocorre de forma
aderente, coloração externa e polpa laranja- coloração do fruto e à facilidade no transpor- abundante e de uma só vez.
avermelhado, com média de 18 sementes te, faz com que essa cultivar apresente-se É uma variedade autoincompatível,
e maturação precoce (Fig. 2 A). como real opção à citricultura de mesa (PAS- produzindo frutos sem sementes, quando
SOS; SOARES FILHO; ALMEIDA, 2011). cultivada isoladamente. Porém, se plantada
‘Fremont’ próxima a variedades compatíveis, pode
‘Page’
Este híbrido é resultante do cruzamento produzi-los com sementes. Seus frutos são
das tangerineiras ‘Clementina’ e ‘Ponkan’, O tangeleiro ‘Page’ é um híbrido inte- de tamanho médio e de forma achatada.
e é muito semelhante à ‘Clementina’. A respecífico entre tangerineira ‘Clementina’ Possui coloração laranja-avermelhado
cultivar foi estudada primeiramente na (C. clementina hort. ex Tanaka) x tange- (Fig. 2D) muito atrativa casca lisa, porém
Flórida e, posteriormente, selecionada na leiro ‘Minneola’ (Pomeleiro ‘Duncan’ C. aderente, o que dificulta o descascamento,
Califórnia, antes de ser liberada nos Estados paradisi Macfad. x tangerina ‘Dancy’ C. mas facilita o transporte a longas distâncias
Unidos, em 1964 (PIO et al., 2006). Esses tangerine Tanaka), e teve origem na Fló- (IAC, 2003).
autores relatam que essa tangerineira tem rida, EUA (PASSOS; SOARES FILHO;
PEIXOUTO, 2005). Possui planta de ‘Okitsu’
porte reduzido (semianãs). Os frutos apre-
sentam características excepcionais para copa arredondada e porte pequeno, o que Sua origem é nucelar. Surgiu a partir
consumo in natura, sendo atraentes não só permite o cultivo adensado. de uma semente da ‘Satsuma’ ´Miyagawa´,
pelo aspecto visual, mas também por suas Produz frutos pequenos arredondados por meio da polinização controlada com
características físico-químicas. Apresenta e sem sementes, casca lisa e aderente, de Poncirus trifoliata.
maturação meia-estação e período de colhei- cor alaranjado-intenso, uniforme e polpa A árvore possui porte médio e bastante
ta que se estende por até três meses, sendo, também fortemente alaranjada (Fig. 2C). vigor. Seus ramos têm tendência ao cres-
dessa maneira, boa opção para plantios, Apresenta maturação precoce a meia- cimento vertical, podendo aparecer alguns
visando à entressafra da ‘Ponkan’. estação entre abril e julho, e os frutos espinhos, sendo estes pouco frequentes.
Uma das principais características podem ser mantidos na planta por mais de Apresenta, geralmente, uma flor por broto
desejáveis dessa cultivar é a tolerância à quatro meses. que, normalmente, dá origem a um fruto,
mancha-marrom-de-Alternaria (Alternaria quando a planta está bem nutrida. A folha-
alternata) (FEICHETENBERGER et al., ‘Nova’
gem é pouco densa e tem coloração verde-
2005). O tangeleiro ‘Nova’ [C. clementina intensa. A árvore resiste ao frio, é muito
Em estudos realizados por Núñez, hort. ex Tanaka x (C. paradisi Macfad. x produtiva e muito precoce na colheita. Os
Mourão Filho e Stuchi (2007), em dife- C. tangerina hort. ex Tanaka)] é um híbrido grãos de pólen e o saco embrionário das
rentes porta-enxertos, não foi verificada entre ‘Clementina Fina’ (C. clementina flores são estéreis (AMORÓS, 1995), razão
alternância de produção, que se apresentou hort. ex Tanaka) e tangelo ‘Orlando’ (C. pela qual o fruto não possui sementes, mes-
com eficiência. paradisi Macfad. x C. tangerina hort. ex mo na presença de cultivares polinizadoras.
Tanaka) obtido por Gardner & Bellows, na Apresenta bom tamanho, ainda assim, é
‘Piemonte’ Flórida, em 1942 (BONO; O’CONNOR; conveniente realizar o raleio, para melhorar
O tangeleiro ‘Piemonte’ é um híbrido AZNAR, 1989). É uma cultivar comercial a uniformidade. Possui bom conteúdo de
do cruzamento de tangerineira ‘Clemen- importante na Espanha e em Israel, onde açúcares e suco de qualidade aceitável.
tina’ x tangor ‘Murcott’, realizado pelo é conhecida pelas denominações ‘Clemen- Tolera o transporte e o armazenamento.
Programa de Melhoramento Genético do villa’ e ‘Suntina’, respectivamente. A fruta possui sabor muito agradável,
Departamento de Agricultura dos Esta- As plantas apresentam porte de médio a pelo equilíbrio na relação SST/ATT, cuja
dos Unidos – United States Department grande, são vigorosas, bem desenvolvidas maturação, nas condições das Regiões Sul
of Agriculture (USDA) (HODGSON, e frondosas. É uma variedade de maturação e Sudeste, ocorre no mês de março (OLI-
1967). precoce a meia-estação, sendo que seus VEIRA et al., 2005ab; COELHO, 2002).
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Citricultura 43

Fotos: Orlando Sampaio Passos


A B

Fotos: Débora Costa Bastos


C D
Figura 2 - Frutos de cultivares copa de tangerineira
NOTA: Figura 2A - ‘Lee’; Figura 2B - ‘Piemonte’; Figura 2C - ‘Page’; Figura 2D - ‘Nova’.

‘Clemenules’ por cultivares compatíveis. A polpa é de co- Com características marcantes das tan-
loração laranja-avermelhada, fundente, com gerinas, os frutos apresentam um pequeno
A cultivar Clemenules (C. reticulata
poucos resíduos após a mastigação, e o suco umbigo, alto teor de suco, sabor típico e ado-
Blanco) é originária de uma mutação
é de boa qualidade. As frutas da cultivar são cicado, porém a casca é relativamente difícil
espontânea de ‘Clementina’ Fina, Nules
facilmente descascadas e, estando em matu- de remover (OLIVEIRA et al., 2005a).
(Castellón de la Plana), na Espanha.
ração avançada, apresentam maior propensão Suas árvores são vigorosas e altamente
A árvore apresenta bom vigor e desenvol-
vimento, ramos com hábito de crescimento a soltar a casca (OLIVEIRA et al., 2005a). produtivas, possuem porte médio e formato
aberto, estrutura globosa e folhagem densa, esférico.
‘Ortanique’ Os frutos são abundantes, com predo-
com folhas compridas, de coloração verde-
clara. A entrada em produção é relativamente O tangeleiro ‘Ortanique’ é um híbrido minância nos meses de agosto e setembro,
rápida, e esta cultivar possui regularidade natural entre laranja doce e tangerina que apresentam tamanho médio, ligeiramente
de produção. Apresenta tendência a uma foi descoberto na Jamaica, e é resultado achatado, casca ligeiramente rugosa, com
floração escalonada, em que a primeira dessa combinação. A denominação ‘Orta- grande quantidade de óleo essencial, ade-
é mais uniforme, e, depois, duas ou três nique’ vem da junção dos termos em inglês: rente, oferecendo certa dificuldade para
mais heterogêneas (HODGSON, 1967; orange – laranja; tangerine – tangerina e descascar, o que é, entretanto, favorável ao
DAVIES; AIBRIGO 1994). O fruto é de unique − única. transporte a longas distâncias. Coloração
bom tamanho, com peso entre 130 e 180 g, Apesar da origem tropical, seu cultivo alaranjado-intensa, quando cultivado em re-
de cor laranja-intenso e forma arredondada ou expandiu-se nas regiões subtropicais, onde giões de clima mais ameno. Suco abundante
ligeiramente plana, não possuindo sementes, os frutos desenvolvem melhor coloração na (mais de 55% de rendimento), de sabor
ainda que possa polinizar ou ser polinizado casca e no suco. agradável, com relação bastante adequada
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44 Citricultura

de açúcares e de ácidos, por ocasião do pico que iniciou-se na década de 1970, por meio Citrandarin ‘Riverside’
de colheita. A variedade é apirênica, quan- de sementes. Apresenta produtividade acen-
É um híbrido do cruzamento entre a
do em plantios isolados, mas, se colocada tuadamente superior à média regional (t/ha)
tangerineira ‘Sunki’ Citrus sunki (Hayata)
próxima a variedades compatíveis, pode e tendência a florescimento ao longo do ano.
hort. ex Tanaka x Poncirus trifoliata (L.). É
ocorrer sementes (CANTILLANO et al., Dentre as principais vantagens competi-
um porta-enxerto oriundo da U.S. Date &
2004; OLIVEIRA et al., 2005ab). tivas, citam-se: resposta à indução de flores-
Citrus Station da USDA, Califórnia, intro-
A maturação é tardia. Nas condições do cimento por manejo da adubação, permitindo
duzido na Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Rio Grande do Sul, Cantillano et al. (2004) a produção na entressafra, além de maior
Apresenta ótimo comportamento, quando
relatam que a maturação ocorreu entre os tempo de prateleira e menor taxa de aborta-
enxertado com laranjas doces, tangerinas,
meses de agosto e outubro, destacando-se mento floral. Foi lançada em dezembro de
limeiras ácidas e pomelos. Possui porte mé-
que o fruto dessa cultivar pode-se manter 2012, pela Embrapa Mandioca e Fruticultura.
dio, copa ereta, diâmetro em torno de 2,3 m,
na planta por longo período sem perder folha trifoliada, com frutos pequenos e
Porta-enxertos
suas qualidades organolépticas. Nas con- achatados, altura média de 5,0 cm, diâmetro
dições de Capão Bonito, SP, Borges e Pio Na diversificação de porta-enxertos médio de 4,4 cm, com 23 a 26 sementes e
(2003) relatam que a cultivar Ortanique cítricos, buscam-se os chamados anani- taxa de poliembrionia em torno de 99%.
apresentou valores de massa, diâmetro cantes, que induzem a planta a um porte A floração principal ocorre no mês de
e forma do fruto e rendimento de suco, menor, uma vez que isto possibilita maior setembro, e a maturação é meia-estação.
semelhantes aos do tangor ‘Murcott’, com eficiência produtiva pelo aumento na den- Tem produtividade em torno de 1.200
colheita em agosto e setembro. sidades de plantio, e, consequentemente, frutos por planta.
maior produção por unidade de área.
‘URSBRS Hada’ A redução no porte da planta, conferida Citrandarin ‘San Diego’
A tangerina ‘URSBRS Hada’ é resul- pelos porta-enxertos ananicantes, também
É um híbrido do cruzamento entre a
tado de trabalho conjunto entre Embrapa facilita os tratamentos fitossanitários e reduz
tangerineira ‘Sunki’ Citrus sunki (Hayata)
Clima Temperado e Universidade Federal os custos na colheita. O principal fator a ser
hort. ex Tanaka x Poncirus trifoliata (L.).
do Rio Grande do Sul (UFRGS), lançada considerado na escolha de um porta-enxerto Trata-se de planta de porte médio, copa
em março de 2013. é a condição da região, onde este será uti- ereta, diâmetro em torno de 2,6 m, folha
Trata-se de uma cultivar tardia, tole- lizado. Para a região do Sul de Minas, por trifoliada, frutos pequenos e achatados,
rante ao cancro cítrico, bastante produtiva exemplo, considerando-se a predominância altura média de 4,8 cm, diâmetro médio
e vigorosa, com copa de porte médio e do limoeiro ‘Cravo’, é necessário que haja: de 4,2 cm, com 14 a 18 sementes e taxa de
formato aberto, coloração verde-clara. Os tolerância ao vírus-da-tristeza, à morte poliembrionia em torno de 88%.
frutos são grandes, de casca lisa e de fácil súbita, ao declínio dos citros; resistência à A floração principal acontece no mês
descascamento. Possui considerável teor seca e compatibilidade com cultivares copa. de setembro, e a maturação é meia-estação,
de açúcar, com maturação entre os meses Os porta-enxertos mais utilizados são com produtividade média de 1.200 frutos
de outubro e dezembro. os derivados ou híbridos de ‘Trifoliata’, por planta.
descritos a seguir. É um porta-enxerto oriundo da U.S.
Limeira e limoeiro Date & Citrus Station da USDA, introdu-
Citrandarin ‘Índio’
Limão ‘Fino’ zido na Embrapa Mandioca e Fruticultura
Híbrido do cruzamento entre a por intermédio do Instituto de Pesquisas e
Originário da Espanha, é uma planta tangerineira ‘Sunki’ Citrus sunki (Hayata) Experimentação do Centro-Sul (IPEACS).
de porte alto (acima de 5,0 m), copa hort. ex Tanaka x Poncirus trifoliata (L.). Apresenta ótimo comportamento, quando
arredondada, fruto de tamanho médio, Planta de porte médio, copa ereta e diâmetro enxertado com laranjeiras doces, tangeri-
formato ovoide, com média de até seis médio de 2,4 m, folha trifoliada, típica do neiras, limeiras ácidas e pomeleiros.
sementes por fruto, casca rugosa, de cor Poncirus trifoliata. Possui frutos pequenos
amarelo e polpa esbranquiçada, e matu- e achatados, com diâmetros longitudinal REFERÊNCIAS
ração meia-estação. médio de 4,4 cm e transversal de 5,0 cm, AMORÓS, C.M. Producción de agrios. Va-
com média de 22 sementes por fruto. lencia: Mundi-Prensa, 1995. 286p.
Lima ácida ‘BRS Passos’
A floração principal ocorre no mês de
BARROS, V.L.N.P. et al. Determinação da
É resultado de uma seleção realizada a setembro, e a colheita principal de maio a maturação de frutos da laranjeira Nave-
partir do clone de lima ácida da Embrapa julho, com maturação meia-estação e pro- lina para região de Capão Bonito, SP. In:
Mandioca e Fruticultura denominada Clone 1, dutividade média de 1.200 frutos por planta. CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICUL-

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