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Alfabeto fonético

internacional
Sistema de notação fonética baseado no
alfabeto latino

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O alfabeto fonético internacional
(referenciado pela sigla AFI[1][2][3] e pela
sigla em inglês IPA,[4][5][6] de International
Phonetic Alphabet) é um sistema de
notação fonética baseado no alfabeto
latino, criado pela Associação Fonética
Internacional como uma forma de
representação padronizada dos sons do
idioma falado.[7] O AFI é utilizado por
linguistas, fonoaudiólogos, professores e
estudantes de idiomas estrangeiros,
cantores, atores, lexicógrafos e
tradutores.[8][9]

O AFI foi projetado para representar


apenas aquelas características da fala
que podem ser distinguidas no idioma
falado: fonemas, entonação, e a
separação de palavras e sílabas.[7] Para
representar características adicionais da
fala, como o ranger dos dentes,
sigmatismo (língua presa) e sons feitos
com lábios leporinos, utiliza-se de um
conjunto ampliado de símbolos,
chamados de extensões ao AFI.[8]
Ocasionalmente letras ou diacríticos são
adicionados, removidos, ou modificados
pela Associação Fonética Internacional.
A partir da alteração mais recente em
2015,[10] existem 107 letras, 52
diacríticos, e quatro marcas de prosódia
no AFI.

Os símbolos do alfabeto fonético


internacional são divididos em três
categorias: letras (que indicam os sons
básicos), diacríticos (que especificam
mais esses sons básicos) e supra-
segmentais (que indicam características,
como velocidade, tom e acento tônico).
Essas categorias são divididas em
seções menores: as letras podem ser
vogais ou consoantes e os diacríticos e
supra-segmentais são classificados de
acordo com o que indicam: articulação,
fonação, tom, entonação ou acentuação
tônica.

História
No século XVII,[carece de fontes

?
] Francis Lodwick propôs a criação de um
alfabeto universal, após observar a
grande dificuldade que existia para
escrever de forma precisa o que era
falado, e de pronunciar corretamente o
que era escrito. Ele identificou quatorze
vogais distintas, representadas pelas
palavras (em inglês, francês e baixo
holandês) tall, tallow, tale, tell, teal, till,
dure (fr.), muis (hol.), tile, tone, tunne, une
(fr.), tool e could.[11]

As consoantes foram agrupadas em 10


colunas de 6 linhas, porém algumas
foram omitidas porque seus sons seriam
tão parecidos que causariam confusão.
Por exemplo, a coluna 2 continha as
consoantes dark, tart, name, this, thing e
dante (fr.); em cada coluna estão
consoantes que são pronunciadas pelas
mesmas partes da boca.[11]

Em 1886, um grupo de professores de


idiomas franceses e britânicos, liderados
pelo linguista francês Paul Passy, formou
o que passaria a ser conhecido (de 1897
em diante) como Associação Fonética
Internacional (em francês: Association
phonétique internationale).[12] O alfabeto
original teve como base uma reforma
ortográfica do inglês conhecida como
alfabeto rômico, porém para adequá-lo a
outros idiomas os valores dos símbolos
tornaram-se variáveis de acordo com as
características de cada língua.[13] Por
exemplo, o som IPA ʃ (ch em "chave") era
representado originalmente com a letra
<c> no inglês, porém com a letra <x> em
francês.[12] Em 1888, entretanto, o
alfabeto foi revisado e uniformizado em
todos os idiomas, e adquiriu assim uma
base para todas as revisões
futuras.[12][14]

Desde a sua criação o AFI passou por


diversas revisões. Depois das principais
revisões e expansões, ocorridas em
1900 e 1932, permaneceu inalterado até
a convenção de Kiel, realizada em 1989.
Uma revisão de menor importância
ocorreu em 1993, com a adição de
quatro vogais semicentrais[8] e a
eliminação dos símbolos para as
implosivas surdas.[15] O alfabeto foi
revisado pela última vez em maio de
2005, com a adição de um símbolo para
o flape labiodental.[16] Além da adição e
eliminação de símbolos, as mudanças no
AFI consistiram na sua maior parte da
renomeação dos símbolos e de suas
categorias, e na modificação das fontes
utilizadas.[8]

Recentemente o alfabeto foi expandido:


As extensões do alfabeto fonético
internacional foram criadas em 1990, e
oficialmente adotadas pela Associação
Internacional de Linguística e Fonética
Clínica em 1994.[17]

A maioria das letras do alfabeto é


originária do alfabeto romano ou
derivada dele, algumas são do alfabeto
grego e outras não parecem pertencer a
alfabeto nenhum.
Descrição
O princípio geral do alfabeto fonético
internacional é fornecer um símbolo para
cada som ou segmento de fala
distinto.[18] Isto significa que o alfabeto
não se utiliza de combinações de letras
para representar sons únicos, ou de
letras únicas para representar mais de
um som (como o <x> pode representar
[ks] no português). Não existem letras
que têm valores sonoros diferentes de
acordo com o contexto (como o <c>
possui no português e em outros
idiomas europeus) e, finalmente, o AFI
não costuma ter letras separadas para
dois sons, se nenhuma língua conhecida
fizer distinção entre eles (uma
propriedade conhecida como
"seletividade"[8]).[selective]

Entre os símbolos do alfabeto, 107


representam consoantes e vogais, 31
são diacríticos utilizados para
especificar ainda mais estes sons, e 19
são utilizados para indicar
características como quantidade, tom,
tonicidade e entonação.

Formatos das letras

Os símbolos escolhidos para o alfabeto


fonético internacional têm como
intenção a harmonia com o alfabeto
latino.[harmony] Por este motivo, a maioria
dos símbolos ou é derivada das próprias
letras latinas ou das gregas, ou
modificações de ambas. Existem, no
entanto, símbolos que não pertencem a
nenhuma das duas: por exemplo, o
símbolo que indica a oclusiva glotal, <ʔ>,
tem a forma de uma espécie de ponto de
interrogação, e era originalmente um
apóstrofo.[question] Outros símbolos,
como aqueles da faringal fricativa
sonora, <ʕ>, embora modificados para
serem utilizados em conjunto com o
alfabeto latino, foram inspirados por
glifos em outros sistemas de escrita
(neste caso, a letra ‫ع‬, `ain, do alfabeto
árabe).[15]
Apesar desta preferência por letras que
se harmonizem com o alfabeto latino, a
Associação Fonética Internacional
admitiu ocasionalmente símbolos que
não têm esta propriedade. Por exemplo,
antes de 1989, os símbolos do AFI para
os cliques eram <ʘ>, <ʇ>, <ʗ>, e <ʖ>,
todos derivados tanto de símbolos já
existentes para representá-los, ou de
letras greco-latinas. No entanto, com a
exceção de <ʘ>, nenhum destes
símbolos era utilizado pelos
hotentotistas ou bantólogos, e, como
resultado disso, foram substituídos por
símbolos não-latinos porém mais
difundidos entre os povos que os
utilizam: <ʘ>, <ǀ>, <ǃ>, <ǂ>, e <ǁ> na
Convenção de Kiel, realizada em 1989.[19]

Símbolos e sons

O alfabeto fonético internacional baseia-


se no alfabeto latino, utilizando-se de
quanto menos formas não latinas
possível.[12] A Associação Fonética
Internacional criou o AFI para que os
valores sonoros da maioria das
consoantes retiradas do alfabeto latino
corresponderiam ao seu "uso
internacional".[12] As letras <b>, <d>, <f>,
<k>, <l>, <m>, <n>, <p>, <t>, <v>, <w> e <z>
têm os mesmos valores utilizados no
português; e as vogais, também do
alfabeto latino (<a>, <e>, <i>, <o>, <u>)
correspondem aos seus valores sonoros
do português, equivalentes aos sons
originais latinos. Outras letras
representam valores diferentes do
português, representando valores que lhe
são dadas em outras línguas, como <j>,
<x> e <y>.

Este inventário foi ampliado com o uso


de formas maiúsculas ou cursivas,
diacríticos e rotações. Existem ainda
diversas letras que foram derivadas ou
adaptadas do alfabeto grego, embora os
valores sonoros nem sempre tenham
permanecido equivalentes. Por exemplo,
<ʋ> é uma vogal no grego, porém é
apenas uma consoante indiretamente
relacionada, no AFI. Três destas letras
derivadas do grego (<β>, <θ> e <χ>) são
utilizadas sem quaisquer modificações à
sua forma, enquanto outras (incluindo
<ɣ>, <ɛ>, <ɸ>, e <ʋ>) tenham sido
levemente modificadas, e codificadas
separadamente de suas "letras-mãe" no
Unicode.

Os valores sonoros das letras latinas


modificadas frequentemente são
derivados daqueles utilizados nas letras
originais.[20] Por exemplo, letras que
apresentam em sua grafia um gancho
para baixo e para a direita representam
consoantes retroflexas, enquanto letras
maiúsculas em tamanho pequeno
costumam representar consoantes
uvulares. Além do fato de que certos
tipos de modificação ao formato de uma
letra geralmente correspondem a certos
tipos de modificação aos sons que elas
representam, normalmente não há
maneira de deduzir o som representado
por um símbolo através da forma de sua
grafia (ao contrário, por exemplo, da Fala
Visível).

Além das próprias letras, existe uma


grande variedade de símbolos
secundários que auxiliam na transcrição
fonética. sinais diacríticos podem ser
combinados às letras do AFI de maneira
a transcrever os valores fonéticos
modificados, ou articulações
secundárias. Existem também símbolos
especiais para características
suprasegmentais, como tonicidade e
entonação, que são utilizados com
frequência.

Utilização

 
Ébauche é "esboço" em francês.

Existem duas maneiras de utilizar os


caracteres do alfabeto fonético
internacional para transcrever um
determinado idioma: pode-se representar
os fonemas, através da a transcrição
fonológica (que transcreve os caracteres
entre barras) e a transcrição fonética,
que representa os sons dos fonemas (e
costuma transcrever os caracteres entre
colchetes).

Embora o AFI ofereça mais de cem


símbolos para transcrever a fala, não é
necessário que se utilize de todos os
símbolos relevantes ao mesmo tempo; é
possível transcrever a fala com
diferentes níveis de precisão. O tipo mais
preciso de transcrição fonética, no qual
os sons são descritos com o maior nível
de detalhe que o sistema permite, sem
qualquer preocupação com a
significância linguística das distinções
feitas desta maneira, é conhecido como
transcrição estreita, ou detalhada.
Qualquer outra coisa recebe o nome de
transcrição larga ou ampla, embora estes
termos sejam, obviamente, relativos. Os
dois tipos de transcrição são
representadas geralmente entre
colchetes,[21] porém a transcrição larga
por vezes pode estar entre barras e não
colchetes.

Duas transcrições fonéticas da palavra


"international" ("internacional", em inglês), as quais
demonstram duas pronúncias distintas.
demonstram duas pronúncias distintas.

A transcrição larga apenas distingue


entre os sons que são considerados
diferentes pelos falantes de um
determinado idioma. Os sons que são
pronunciados diferentemente de acordo
com os dialetos ou estilos do idioma, ou
de acordo com os sons vizinhos, podem
ser considerados como sendo sons
"iguais" já que são alófonos dos mesmos
fonemas. Por exemplo, a pronúncia da
palavra "porta" pode ser transcrita de
maneira ampla utilizando-se do AFI
como /pɔɾtɐ/, e esta transcrição larga (e
imprecisa) é uma descrição correta de
muitas, ainda que não todas, as
pronúncias da palavra no português.
Esta transcrição ampla meramente
identifica os diferentes componentes
foneticamente relevantes da palavra,
sem indicar a variedade de sons
correspondentes. Por outro lado, as
transcrições estreitas (colocadas entre
colchetes) especificam a maneira com
que cada som é pronunciado. Uma
transcrição mais estreita de "porta" iria
variar de acordo com a maneira, o
sotaque ou o dialeto em que for falada:
[pɔːhtɐ], [pɔːɹtɐ] e [pɔːɾtə]̆ são algumas
das possibilidades.

Nem a transcrição larga nem a estreita


para o alfabeto fonético internacional
fornecem uma descrição absoluta; elas
são descrições relativas dos sons
fonéticos. Esta definição se aplica
especialmente às vogais no AFI: não
existe um mapeamento rápido e
consistente entre os símbolos do
alfabeto e as faixas de frequência
formantes, dependendo da fonologia do
idioma em questão.

Linguistas

Embora o alfabeto fonético internacional


seja popular entre os linguistas para
transliterações, outros métodos, como a
notação fonética americanista ou
mesmo o AFI aliado a certos símbolos
não-oficiais, são utilizados por motivos
que incluem a redução da margem de
erros na leitura de transcrições
manuscritas, ou uma suposta
inadequação do AFI a certas situações.
A prática exata varia consideravelmente
de idioma para idioma e mesmo entre
cada estudioso ou pesquisador, de
maneira que os autores frequentemente
optam por incluir uma explicação do
motivo de suas escolhas.[22]

Dicionários

O alfabeto fonético internacional não é


universal entre os dicionários dos
diversos idiomas do mundo. Na
República Tcheca, por exemplo, os
dicionários de grande circulação no
mercado tendem a utilizar o AFI apenas
para os sons que não existem no
tcheco.[23]

Nos Estados Unidos da América, para


representar os sons do inglês, muito
dicionários se utilizam de um alfabeto
fonético diferente, chamado American
phonemic transcription. O sistema
americano foi concebido para usar
diacríticos em vez de caracteres
especiais, o que facilita muito para quem
usa computadores sem as fontes do AFI
ou máquina de escrever. Contudo, com o
crescente uso de computadores e
processadores de texto que podem
produzir os caracteres do AFI, o sistema
de transcrição americano vem sendo,
aos poucos, suplantado.

Ortografias e variantes
maiusculizadas

Os símbolos do alfabeto fonético


internacional foram incorporados às
ortografias-padrão de várias línguas,
principalmente na África subsaariana,
assim como em outras regiões daquele
continente; entre os principais exemplos
estão o hauçá, o fula, o akan, o gbe e o
mandinga.
Um exemplo das formas maiusculizadas
dos símbolos AFI está no kabiyé do norte
do Togo, que tem Ɔ Ɛ Ɖ Ŋ Ɣ Ʃ Ʊ (ou Ʋ) -
formas maiúsculas de ɔ ɛ ɖ ŋ ɣ ʃ ʊ (ou
ʋ): MBƱ AJƐYA KIGBƐNDƱƱ ŊGBƐYƐ
KEDIƔZAƔ SƆSƆƆ TƆM SE. Outros
formas maiúsculas do alfabeto utilizadas
incluem Ɑ Ɓ Ƈ Ɗ Ə/Ǝ Ɠ Ħ Ɯ Ɱ Ɲ Ɵ Ʈ Ʒ Ɽ.

Letras
As letras representam os sons básicos
do AFI. Os valores dos sons das
consoantes são idênticos aos do
alfabeto latino e, em muitos casos,
correspondem ao uso na língua
portuguesa. Os símbolos das vogais são
idênticos aos do alfabeto latino ([a], [e],
[i], [o], [u]), correspondendo, grosso modo,
às vogais da língua espanhola ou
italiana. Já as consoantes do alfabeto
latino que foram mantidas nem sempre
equivalem aos sons que suas
equivalentes têm na língua portuguesa
ou nas línguas latinas; o [j], não
representa o que aparenta na língua
portuguesa, mas o j alemão e holandês,
que equivale ao som produzido em
ditongos com "i", no português, como na
palavra "ideia"; o y corresponde ao u
francês). O princípio é usar um só
símbolo por som, e não como, por
exemplo, na língua portuguesa, em que
ch e rr, são combinações de símbolos
para um som.

O alfabeto fonético internacional divide


seus caracteres que representam letras
em três categorias: As consoantes
egressivas, as consoantes não
egressivas, e as vogais.[24] Cada
caractere recebe um número, para evitar
confusão entre letras semelhantes
(como ɵ e θ), e cada categoria diferente
de som recebe diferentes sequências
numéricas.

Abaixo estão os símbolos do alfabeto


segundo estas divisões. Para saber os
códigos correspondentes no Unicode,
veja AFI no Unicode. Para mais
informações sobre os sons (fonemas)
em si, veja Fonética.

As letras que possuem correspondente


no alfabeto latino, geralmente recebem
também fonema equivalente ao da
mesma letra em algum idioma que as
usa. Algumas delas aparecem também
ligeiramente modificadas. Quando isso
ocorre, correspondem a um som similar
ao da letra-base. Por exemplo, todas as
consoantes retroflexas têm o mesmo
símbolo que as consoantes alveolares
equivalentes, exceto por adicionarem um
"gancho" no canto inferior esquerdo da
letra.
Diacríticos podem ser combinados com
os símbolos do AFI para transcreverem
ligeiras modificações fonéticas ou
articulações secundárias. Também, há
símbolos especiais para características
supra-segmentais, como a tonicidade e o
tom.

Consoantes

Consoantes egressivas

Uma consoante egressiva é uma


consoante que é produzida com a
obstrução da glote (o espaço entre as
cordas vocais) ou da cavidade oral (a
boca), e uma emissão de ar, simultânea
ou subsequente, vinda dos pulmões.
Estas consoantes são a maior parte das
consoantes existentes no alfabeto
fonético internacional, bem como em
todos os idiomas humanos. Todas as
consoantes do português, e do inglês,
por exemplo, estão nesta categoria.[25]

A tabela está dividida em linhas que


designam o modo de articulação,
indicando como a consoante é
produzida, e por colunas que indicam o
ponto de articulação, indicando em que
lugar do trato vocal a consoante foi
produzida. A tabela principal inclui
apenas consoantes com um único ponto
de articulação.
Labial Coronal Dorsal Radical
Ponto de
articulação →
Palato- Glotal
Bilabial Labiodental Linguolabial Dental Alveolar Retroflexa Palatal Velar Uvular Faringal Epiglotal
Modo de alveolar
articulação ↓

Nasal
   m    ɱ n̼    n̪ n n̠    ɳ    ɲ    ŋ    ɴ  
Oclusiva
pb p̪ b̪ t ̼ d̼ t ̪ d̪ td ʈɖ cɟ kɡ qɢ   ʡ ʔ
h
Fricativa ɸβ fv θ̼ ð̼ θð sz ʃʒ ʂʐ çʝ xɣ χʁ ħʕ ʜʢ
ɦ
Aproximante
   β̞    ʋ    ð̞    ɹ    ɻ    j    ɰ    ʁ̞    ʕ̞    ʢ̞    ʔ̞
͡
ts tʃ͡
Africada
dz͡ dʒ ͡
Vibrante
múltipla    ʙ    r    r̠    ʀ    я*
Vibrante
       
simples    ⱱ̟†    ⱱ† ɾ̼    ɾ ɽ  ɢ̆ ʡ̯
Fricativa
lateral ɬɮ *    *    *         
Aproximante
lateral     l   ɭ    ʎ  ʟ      
Vibrante
simples    ɺ ɭ̆ ʎ̯ ʟ̆        
lateral

Notas
Asteriscos (*) ao lado dos símbolos
indicam sons que (até agora) ainda
não têm símbolos oficiais no AFI. Ver
os respectivos particos para os
símbolos ad hoc encontrados na
literatura específica.
Cruzes (†) marcam aqueles símbolos
do AFI que foram adicionados
recentemente ao Unicode. Até o
Unicode 5.1.0 este é o caso da
vibrante simples labiodental,
simbolizada por um v com um
"gancho" para a direita: . Estas serão
exibidas corretamente com uma
instalação de alguma versão recente
das seguintes fontes: Charis SIL,
Doulos SIL ou DejaVu Sans.
Nas linhas onde alguns símbolos
aparecem em pares (as obstruentes),
o símbolo à direita sempre representa
uma consoante sonora, com exceção
do [ɦ]) sussurrado. No entanto, o [ʔ]
nunca é sonoro, e a sonoridade do [ʡ] é
ambígua.[26] Nas outras linhas (as
soantes), cada símbolo representa
uma consoante sonora.
Embora exista um símbolo específico
para o ponto coronal de articulação
para cada uma das consoantes exceto
as fricativas, em se tratando de
determinados idiomas os símbolos
podem ser tratados como
especificamente dentais, alveolares ou
palatoalveolares, de acordo como for
apropriado para cada idioma, sem o
uso dos diacríticos.
Áreas escurecidas indicam
articulações tidas como impossíveis.
Os símbolos [ʁ, ʕ, ʢ] representam
aproximantes ou fricativas sonoras.
Em muitos idiomas, como o inglês, [h]
e [ɦ] não são exatamente glotais,
fricativas, ou aproximantes; ao invés
disso, são tidas como meras
fonações.[27]
A forma assumida pela língua, e não a
sua posição, que distingue as
fricativas [ʃ ʒ], [ɕ ʑ], e [ʂ ʐ].
Alguns estudiosos sustentam a
opinião de que a nasal labiodental [ɱ]
não existe como fonema em qualquer
idioma.
Co-articulação
As consoantes complexas são sons que
envolvem dois pontos de articulação
simultâneos, isto é, são pronunciados
com o uso de duas partes diferentes do
trato vocal ao mesmo tempo. Em inglês
o [w] do verbo went ("foi") é uma
consoante complexa, ou co-articulada,
pois é pronunciada com o
arrendondamento dos lábios enquanto o
fundo da língua é erguido. Outros
idiomas, como o francês e o sueco,
possuem diferentes consoantes co-
articuladas.
ʍ Aproximante velar labializada surda

w Aproximante velar labializada sonora

ɥ Aproximante palatal labializada sonora

ɕ Fricativa pós-alveolar (alvéolo-palatal) palatalizada surda

ʑ Fricativa pós-alveolar (alvéolo-palatal) palatalizada sonora

ɧ Fricativa "palatovelar" surda

ɫ Aproximante lateral alveolar velarizada

Nota
[ɧ] é descrito como "simultaneamente
[ʃ] e [x]".[28] No entanto, esta visão é
contestada.
Africadas e articulação dupla

Consoantes africadas e oclusivas


duplamente articuladas são
representadas por dois símbolos unidos
por uma linha, que pode ocorrer tanto na
sua parte superior como inferior. As seis
africadas mais comuns podem ser
representadas ainda por ligaduras,
embora esta não seja mais a prática
oficial do alfabeto fonético
internacional,[21] já que um número
excessivo de ligaduras seria necessário
para representar todos as africadas
desta maneira. Outra notação também
costuma ser utilizada para transcrever as
africadas, como tˢ no lugar de t͡s, de
maneira paralela a kˣ ~ k͡x. Os símbolos
para as plosivas palatais <c ɟ>,
frequentemente são utilizados como
uma forma mais conveniente de [t͡ʃ d͡ʒ]
ou africadas parecidas, mesmo em
publicações oficiais que usam o AFI, e
portanto tais símbolos devem ser
interpretados com cuidado.
Linha Ligadura Descrição

͡
ts ʦ africada alveolar surda

dz͡ ʣ africada alveolar sonora

tʃ͡ ʧ africada pós-alveolar surda

͡
dʒ ʤ africada pós-alveolar sonora

͡
tɕ ʨ africada alvéolo-palatal surda

͡
dʑ ʥ africada alvéolo-palatal sonora

tɬ͡  – africada alveolar lateral surda

͡
kp  – oclusiva labiovelar surda

ɡ͡b  – oclusiva labiovelar sonora

ŋ͡m  – oclusiva nasal labiovelar

Nota
Se seu browser se utiliza da fonte Arial
Unicode MS para mostrar os
caracteres AFI, as seguintes
sequências poderão ser formadas
incorretamente devido a um bug nesta
fonte: ts͡, tʃ͡, tɕ͡, dz͡, dʒ͡, dʑ͡, tɬ͡, kp͡, ɡb͡, ŋm.͡
Consoantes não egressivas
As consoantes não egressivas são sons
cujo fluxo de ar não depende dos
pulmões. Entre eles estão os cliques
(encontrados nas línguas khoisan, da
África) e implosivas (encontradas no
suaíli, outro idioma africano).

Cliques Implosivas Ejetivas

ʘ bilabial ɓ bilabial ʼ por exemp

ǀ dental ɗ dental/alveolar pʼ bilabial

ǃ pós- ʄ palatal tʼ dental/alve


alveolar

ǂ palatal ɠ velar kʼ velar

ǁ lateral ʛ uvular sʼ fricativa


alveolar alveolar
Notas
Os cliques são duplamente
articulados, e foram descritos
tradicionalmente como tendo tanto
uma 'liberação' de ar para a frente
como um 'acompanhamento' na parte
de trás, com as letras do clique
representando a liberação de ar.
Portanto todos os cliques precisariam
de duas letras para uma notação mais
adequada [k͡ǂ, ɡ͡ǂ, ŋ͡ǂ, q͡ǂ, ɢ͡ǂ, ɴ͡ǂ] etc., ou
[ǂ͡k, ǂ͡ɡ, ǂ͡ŋ, ǂ͡q, ǂ͡ɢ, ǂ͡ɴ]. Quando a
articulação dorsal foi omitida, um [k]
poderá ser presumido. Pesquisas
recentes, no entanto, vêm
questionando este conceito do
'acompanhamento'.[29] Nestes casos, a
letra do clique representa as duas
articulações, não há distinção uvular-
velar, e a letra que acompanha
representa o tipo de clique: [ǂ, ɡǂ, ŋǂ]
etc.
Os símbolos para as implosivas
surdas [ƥ, ƭ, ƈ, ƙ, ʠ] não são mais
reconhecidas como parte do AFI,
embora ainda permanecam no
Unicode. Atualmente o alfabeto se
utiliza da equivalente sonora com um
diacrítico indicando que é surda: [ɓ̥, ʛ̥ ],
etc.
Embora ainda não tenha sido
confirmado em qualquer idioma, e,
portanto, não seja reconhecido
explicitamente pela AFI, uma implosiva
retroflexa, [ᶑ], está disponível em
suplementos para a Unicode (Unicode
Phonetic Extensions Supplement),
acrescentados à versão 4.1 do
Unicode Standard, ou podem ser
criadas como um [ɗ̡] composto.
O símbolo para a ejetiva
frequentemente toma o lugar de uma
oclusiva glotal sobrescrita nas soantes
glotalizadas porém egressivas, como
[mˀ], [lˀ], [wˀ], [aˀ]. Estes podem ser
transcritos também pelos pouco
acurados [m̰ ], [l ̰], [w̰ ], [a̰].

Vogais
Quase Quase
Editar Anterior Central Pos
anterior posterior
Fechada
Quase
fechada
 
Semifechada
i • y ɨ • ʉ ɯ 
Média ɪ • ʏ ɯ̽ •
Semiaberta e • ø ɘ • ɵ ɤ 
ə  ʊ
Quase ɛ • œɜ • ɞʌ •
æ ɐ
aberta a ɶ ɑ
Aberta

As vogais são produzidas sem nenhum


impedimento na passagem da corrente
de ar: [i], [e], [a], [o], [u], etc.

As semivogais, conforme o nome diz,


são sons que têm ao mesmo tempo
traços de consoantes e de vogais: [j], [w].
As vogais constituem uma classe de
sons cuja produção não envolve uma
constrição significativa dos articuladores
na cavidade oral, espaço onde a maioria
das vogais é produzida. Contrariamente
às consoantes, que requerem três
parâmetros para a sua descrição, a
descrição de vogais requer o
fornecimento de informação sobre
quatro aspectos da sua articulação,
nomeadamente:

1. Subida ou descida do corpo da


língua (altura: altas, medias,
baixas);
2. Avanço ou recuo do corpo da língua
(anteriores vs. posterior/recuadas);
3. Arredondamento ou não dos lábios
(arredondadas vs. não
arredondadas);
4. Realização deste movimentos com
gestos tensos ou relaxados.

Alternativa
Jakub Marian desenvolveu um alfabeto
fonético[30] mais genérico e universal em
contraposição ao IPA que é baseado e
referenciado tão somente ao Alfabeto
latino. Cada Consonante é definida por
um símbolo gráfico formado por dois
parâmetros "maiores" (modo e ponto de
articulação) e um "menor" (sonora ou
surda). Por suas vez, cada vogal
apresenta dois parâmetros maiores para
abertura e posição (frontal, média,
posterior, etc), havendo um menor o
"arredondamento" da mesma.

Ver também
SAMPA, um método de mapear sinais
IPA para ASCII, e Kirshenbaum, outro
método
X-SAMPA
Alfabeto fonético da OTAN
(informalmente conhecido como
"alfabeto Zulu" na aeronáutica
brasileira)

Referências
1. «Anais da Academia
Brasileira de Estudos da
Letras Língua
(2001), p. Portuguesa
181-182» (1985), pp.
2. « "Letras de 59-62»
hoje" - Curso 3. Borba,
de Pós- Francisco da
Graduação Silva.
em Pequeno
Linguística e vocabulário
Letras de linguística
(Pontifícia moderna . 2ª
Universidade edição.
Católica do Companhia
Rio Grande Editora
do Sul) e Nacional,
Centro de
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Ligações externas
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«Curso de fonética de Peter
Ladefoged» . (com arquivos de som)
«Tabela do IPA pronunciável»
«Origem das tabelas do IPA»
«Teclado IPA (AFI)»
«Ouvir e conhecer o alfabeto
português» . (com arquivos de som;
pt–fr).
«Ouvir e pronunciar as letras do
alfabeto português» . (exemplos,
exercícios, ditados, arquivos de som;
pt–fr).
«Tabela IPA com pronúncia» (em
inglês). Laboratório de Fonética,
Universidade de Torino, Itália .
«Transcrição fonética AFI de texto
Inglês» . utilizando o Alfabeto Fonético
Internacional (britânica e americana
pronunciação).

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