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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

AS PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES NO CONDOMÍNIO

Bárbara Carvalho Borges


Rafaela Lima
Kaira Figueiredo

FLORIANÓPOLIS
2019
1. INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos os condomínios se tornam mais presentes e mais necessários na
vida de milhares de pessoas. Com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento se
multiplicando, o mundo se torna pequeno para todos viverem em casas.

Nesse contexto, podemos perceber que os condomínios são essenciais na atualidade e


estão presentes na vida de muitas pessoas. É de suma importância termos conhecimento sobre
suas principais obrigações e normas.

A Lei nº 10.406/2002 do código Civil é a lei principal que trata sobre os direitos e
obrigações dos síndicos e condôminos. Com base na legislação os gestores irão defender e criar
a Convenção do Condomínio, o Regimento Interno e a organização das Assembleias.

Esse conhecimento é importante para evitar situações onde pode ocorrer ações judiciais
contra o condômino com prejuízos à gestão. Existem situações onde o síndico pode ser
responsabilizado, sendo possível responder judicialmente caso ocorra descumprimento das
regras de convivência que podem trazer risco aos moradores ou ao patrimônio.

Além de conhecer bem a legislação que rege suas atividades e responsabilidades na


gestão condominial, é dever do síndico comunicar amplamente os moradores sobre as
principais disposições da lei para que as normas não sejam desrespeitadas.

Para contribuir com o entendimento do síndico e condôminos com relação à legislação,


apresentaremos as principais normas do Código Civil em condomínios. O documento reúne as
principais questões em torno das atribuições de responsabilidade do síndico e moradores, que
precisam ser respeitadas por todos.

Lembrando que ao tratar das funções do síndico, o novo Código Civil acrescentou
alguns deveres que antes não constavam da revogada Lei n° 4.591/1964. O documento aborda
cerca de vinte e sete artigos sobre a gestão de condomínios.

Nosso objetivo neste trabalho é apresentar as principais obrigações no condomínio e


alguns dos pontos em relação aos direitos e obrigações de síndicos e moradores de
condomínios.

2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Estrutura Administrativa

Segundo Tabosa (2011), a administração de um condomínio se assemelha à de uma


empresa. O condomínio se estrutura de maneira que demanda um controle organizacional, a
fim de atingir seus objetivos.
A administradora, assim como o conselho consultivo, exerce funções de assessoria. A
Assembleia Geral deve ser composta do síndico e do Conselho Consultivo. O organograma
abaixo demonstra a estrutura básica de um condomínio:

As assembleias se configuram enquanto elemento-chave de governança dos


condomínios. Exemplo disto é a Assembleia Geral do Conselho Fiscal do Condomínio, que
objetiva que os recursos arrecadados sejam empregados de forma eficiente e eficaz na missão,
objetivos e metas dessa estrutura organizacional. Daí a importância de um sistema de controle
das custódias e do desempenho, a fim de assegurar a governação pelos que têm o dever e o
direito de exercerem esse papel.
A Assembleia Geral é o órgão máximo de um condomínio, deve ser convocada pelo
síndico ou por condôminos, de maneira que a convenção vier a determinar e é por meio deste
instrumento, que os moradores de um condomínio decidem sobre os assuntos de ordem de
interesse do bem comum. Estes assuntos constam numa pauta, que deve obrigatoriamente
constar no Edital de Convocação da Assembleia. Entretanto, as assembleias acabam sendo
espaços esvaziados. Esse fenômeno ocorre muito por conta da falta de compreensão da
importância dessa ferramenta de articulação política (no sentido pleno da palavra).
Acima, havíamos comentado sobre os instrumentos de organização da estrutura
condominial. Agora apresentaremos as representações administrativas dessa estrutura.
O síndico e o subsíndico são figuras elementares nos condomínios. O síndico é a
pessoa escolhida pelos condôminos, para zelar pelos interesses do condomínio. O subsíndico é
a figura que pode substituir o síndico, e suas funções não estão previstas em lei. No entanto, é
comum que as Convenções prevejam a sua existência. Algumas de suas atribuições são:
realizar assembleias entre os condôminos, representar o condomínio formalmente, garantir que
os moradores cumpram suas obrigações, administrar as despesas e o planejamento financeiro
do condomínio,dedicar-se à proteção e preservação das áreas comuns.
Segundo Schwartz, há também o sistema de cogestão, onde a administração é realizada
pelo síndico e conselheiros, com o auxílio de profissionais externos, que poderá ser uma
administradora, um escritório de contabilidade e advogados.
Ainda de acordo com o Código Civil , art. 1323, a administração será exercida por um
administrador eleito pela maioria. Este representante pode ser alguém estranho ao condomínio.
Cabe destacar que os papéis desempenhados pelo síndico e o administrador são diferentes. A
Lei nº 4.591/64 estabelece que a responsabilidade pela guarda dos documentos é do síndico.
Cabe a este a guarda dos documentos do condomínio, inclusive os originais dos recolhimentos
dos encargos sociais, contratos, cadastro dos moradores, sejam mantidos no prédio. Portanto,
logo após o fechamento do demonstrativo financeiro mensal, a administradora deverá enviar a
pasta para o síndico. Essa prática contribuirá para que não haja perda de documentos ao longo
do tempo, principalmente quando é feita mudança de empresa. Por isso, a importância de
atentar-se às questões relacionadas à documentação, por se tratar de fundamental detalhe de
uma boa gestão condominial.
A comunicação é um dos pilares de sustentação do síndico. Os síndicos brasileiros hoje
devem ter consciência da importância de uma boa comunicação para sua gestão. Afinal, em
tempos em que a velocidade da informação está a um clique do seu smartphone, é fundamental
saber usar esse tipo de ferramenta a seu favor.
Segundo Wellington A. Pinto (O manual do síndico) a figura principal e de maior
importância no Condomínio é a do Síndico. O Síndico poderá ser um Condômino, uma Pessoa
Física ou Jurídica fora do Condomínio. Devido às funções que o Síndico exerce é sempre
requisitado até para resolver problemas que não são de sua responsabilidade. Por isso o Síndico
deve ser uma pessoa cordial, enérgica e respeitada.

Em Higienópolis e Perdizes, na cidade de São Paulo, um. O Grupo de Síndico elaborou


um conjunto de regras, que ajudaram no. Desempenho da função. São elas:

1. Observar a Lei do Condomínio e as disposições posteriores sobre os Condomínios.


2. Cumprir e mandar cumprir as determinações da Convenção, do Regimento Interno e
das Assembleias.
3. Defender o patrimônio do Condomínio, mantendo o prédio. Em boas condições,
evitando a sua desvalorização por eventual. Falta de conservação geral, pintura ou por
abusos que. Descaracterizem a sua fachada. Estar atento sempre com a segurança do
Condomínio e de seus habitantes, dando prioridade ao cumprimento das exigências dos
poderes públicos.
4. Manter bom relacionamento com os Condôminos, facilitando. Contatos pessoais ou
telefônicos, pois os diálogos democráticos. Facilitam a harmonia e a paz no
Condomínio, sejam Condôminos. Ou Administradores.
5. O Síndico não deve ser apenas um somador de despesas, deve economizar tudo o que
for possível, sem prejudicar o bom. Funcionamento do Condomínio, especialmente o
consumo de água. E de energia elétrica.
6. Informar os condôminos sobre as reformas ou obras que se tornem necessárias,
apresentando com antecedência os. Orçamentos e levar em consideração que boa
conservação economiza alto custo de reformas.
7. Aplicar os recursos aprovados pela assembleia para os seus fins específicos.
8. Propor na assembleia a criação de comissão de obras.
9. Apresentar os balancetes de cada mês, o mais tardar até o. Dia 15 do mês subsequente e
o do ano findo até o dia 31 de Janeiro, com os devidos esclarecimentos. A
documentação deve estar sempre à disposição dos condôminos.
10. Insistir e conscientizar sobre a presença dos condôminos nas assembleias.
11. Proporcionar aos filhos dos Condôminos recreação condizente com as facilidades que o
condômino dispõe, solicitando, porém, a colaboração necessária dos pais para que se.
Evite estrago nos jardins, quebra dos aparelhos e o uso indevido da parte térrea de
recepção do edifício.

2.2 Principais Obrigações dos Condomínios


Cada condomínio possui diversos elementos que precisam de fiscalização constante por
parte de seus administradores, essa responsabilidade pode ser transferida para o zelador ou para
o síndico. O zelador e síndico são treinados para cuidar das atividades diárias, levando os
problemas ocorridos para os administradores só quando necessário.

A área comum de um condomínio é toda aquela que compõe o prédio, cujo domínio é
de uso de todos. A Tabela 1 mostra os itens encontrados com maior frequência na área comum
e seus cuidados específicos.

Tabela 1 – Itens encontrados na área comum e seus cuidados específicos.

Itens Cuidados específicos

Jardins Um jardim bem cuidado transmite aos moradores e


visitantes que seu condomínio está sendo bem cuidado.
Importante contratar um profissional capacitado.

Área de lazer e hall de entrada A limpeza deve ser bem feita e deve possuir uma
manutenção mensal.

Lixeiras Verificar a legislação quanto ao horário da coleta de lixo e


compartimento adequado previsto pela norma.

Portaria Manter a portaria fechada, monitorar a entrada de todos.


Estabelecer normas para a recepção de encomendas e
entrega de chaves.

Garagem Verificar se os veículos respeitam a faixa marcada das


vagas e se não há vazamento de óleo, que pode provocar
acidentes.

Banheiros de uso dos Agendar limpeza para essas áreas principalmente de


empregados e do uso dos manhã.
condôminos

Playground Deverá atender a NBR 16.071/2012. Deve ter alto nível de


segurança e sempre estar limpo.

Salão de jogos Manter o local limpo e cuidar da manutenção.


Salão de festas e churrasqueira Manter o local limpo e cuidar da manutenção. Adotar um
Termo de Responsabilidade para o uso.

Depósito de materiais Conservar o local e mantê-lo sempre limpo. Instalar


prateleiras para organizar materiais.

Escadarias Atender as orientações do corpo de bombeiros e cuidar


para que não haja nenhum objeto que possa atrapalhar a
passagem.

Telhado Manter o local limpo e cuidar da manutenção para evitar


vazamentos.

Encanamentos Realizar a troca de canos que apresentem vazamentos,


evitando as cintas de borrachas que devem ser usadas
apenas para emergências.

Vidraças Manter limpas. Trocar vidraças que apresentam trincas,


evitando acidentes.

Barrilete Verificar o estado de conservação, segurança e limpeza


dessa área que fica localizada abaixo das caixas-d'água
superiores. Esse local geralmente é de difícil acesso e deve
ser um local seguro, devido a inspeção constante do
zelador ou gerente predial.

Pode-se observar com a Tabela 1 que os itens encontrados na área comum do


condomínio precisam de cuidado e manutenção específica. Todos os locais devem estar sempre
limpos e seguros para garantir a segurança e bem estar de todos os moradores e funcionários do
condomínio.

A manutenção efetiva é de extrema importância para o condomínio, é tão essencial para


a segurança quanto investir em equipamentos modernos de monitoramento. A ausência dessa
prática pode gerar problemas nos equipamentos de uso contínuo do condomínio.
Os serviços de manutenção possuem contratos que devem ser observados
cuidadosamente em relação ao prazo de duração, forma de pagamento, tipo de serviço
prestado, forma de rescisão e atendimento à legislação.

Os elevadores precisam de uma manutenção muito eficiente e segura, pois infelizmente


a grande maioria dos síndicos e moradores desconhecem ou até subestimam os riscos que esse
meio de transporte pode oferecer. De acordo com uma pesquisa constatada por DE OLIVEIRA
SCHWARTZ (2018), sobre o uso de elevadores:

● Frequentemente as cabines dos elevadores são danificadas, acarretando problemas no


funcionamento e riscos não previstos;
● As placas com orientações sobre o número de pessoas ou peso máximo permitido nem
sempre são obedecidas, gerando um risco para o próprio usuário;
● Os síndicos, muitas vezes quando pressionados pelos próprios condôminos para
diminuir os custos, acabam contratando empresas de conservação não qualificadas;
● As portas dos elevadores são abertas além de noventa graus, esse procedimento
constante provoca um desgaste rápido dos amortecimentos das portas.
● Quando a cabina for desnivelada o resgate realizado pelos funcionários do prédio ou
curiosos é muito desaconselhável, podendo colocar em sério risco seus ocupantes. O
resgate deve ser feito pela empresa ou por meio do corpo de bombeiros;
● Quando há falta de energia, as pessoas presas na cabina infelizmente são resgatadas
pelo zelador ou encarregado, sem ao menos desligar a chave geral dos elevadores. Sem
o conhecimento que, caso a energia retorne de repente e o elevador não esteja com
manutenção adequada, há possibilidade de que o aparelho volte a funcionar
machucando ou até matando gravemente quem está sendo resgatado.

É recomendado que os condôminos sejam sempre alertados para realizarem o uso


correto e seguro desse aparelho, pois essas ações de conscientização contribuem para que haja
mais segurança para os usuários.

Além dos síndicos e seus colaboradores, os moradores também devem ter informações
sobre o tipo de contrato firmado com as empresas conservadoras, para evitar
descontentamentos desnecessários.

São três os tipos de conservação dos elevadores:


● Cobertura simples: compreende uma visita mensal de rotina para lubrificar peças e
fazer ajustes, porém sem a troca de peças. Para efetuar uma troca de peças deve-se fazer
um orçamento. Esse contrato é mais econômico, mas tem desvantagem referente ao
tempo de espera para um conserto efetivo.
● Cobertura parcial: além dos serviços normais, está incluída no contrato a troca de peças
básicas que se desgastam no dia a dia. Esse tipo de contrato permite que a maioria dos
problemas sejam resolvidos com agilidade.
● Cobertura geral: é o tipo de contrato mais completo e inclui todas as peças, com
exceção dos amortecedores das portas, acessórios danificados por vandalismo, troca de
interfones, pintura das portas e trocas de luzes.

As piscinas também necessitam de cuidados especiais, é fundamental que o síndico e os


condôminos estejam atentos à qualidade da água, pois esta pode ser fonte de doenças causadas
por microorganismos.

Para manter a água saudável é preciso que haja uma limpeza física da piscina utilizando
equipamentos e acessórios da superfície, folhas, insetos e outras sujeitas. Deve-se também
aspirar o fundo.

Ajustar o PH da água também é necessário para uma água saudável. Esse ajuste é feito
através de um bom kit de mediação. É muito importante manter a piscina clorada para eliminar
as sujeiras que não são visíveis a olho nu.

O tratamento e limpeza da piscina não é necessário que seja realizado por uma empresa
especializada, pois não é um trabalho difícil, embora exija muita responsabilidade. Cabe ao
síndico proporcionar treinamento específico ao funcionário que será encarregado a essa tarefa.

A piscina não acarreta muitas despesas, pois os produtos utilizados no tratamento são
encontrados com facilidade em mercados, com preço acessível e de longa duração. Hoje,
muitos condomínios, para evitar o uso de grande quantidade de cloro, instalam ozonizador.

A Tabela 2 mostra os demais itens da manutenção efetiva e seus devidos cuidados.

Tabela 2 – Itens de manutenção e seus cuidados específicos.

Itens Devidos cuidados

Interfone É considerado um equipamento de segurança e deve ser mantido


com bom funcionamento.

Caixas d'água O abastecimento de água no condomínio é um item essencial para


os moradores e necessita de atenção especial por parte dos gestores.

Bombas de água Precisam sempre estar funcionando para que haja abastecimento de
água.

Antena coletiva de TV Mesmo que todos os moradores tenham sua antena de TV, o
condomínio deve ter uma antena coletiva.

Antena – Estação Deve ser verificado o contrato com atenção para que sejam
Rádio Base para instaladas o número correto de antenas. A manutenção deve sempre
celulares estar em dia.

Aquecimento central Inspecionar o equipamento da maneira recomendada pelo


fabricante.

Caldeira Realizar inspeções conforme recomendado pelo fabricante.

Minuterias e sensores Verificar se estão funcionando, atendendo o tempo de


funcionamento.

Portões Automáticos Devem possuir item de segurança que evite que ele caia e
despenque sobre as pessoas ou prense carros.

Casas de máquinas Proibida a entrada de funcionários do condomínio no local em


função do perigo de alta voltagem, sendo a limpeza feita pelos
próprios mecânicos.

Nota-se a partir da Tabela 2, que os cuidados específicos dos itens de manutenção são
de suma importância para a segurança e contentamento dos moradores e funcionários.

Em relação a segurança, os extintores, portas corta-fogo, mangueiras de incêndio, para-


raios, iluminação de emergência e quadro de força devem ser verificados com frequência, pois
são de extrema importância seus funcionamentos.

Sobre os funcionários, é necessário que tenha quadro de horários, condição dos


uniformes, livro de ponto e quadro de horários.
2.3 Documentos – Prazo de expurgo

O condomínio sendo pessoa física ou jurídica deve ter sob guarda alguém que seja
confiável, obedecidas as determinações legais, os documentos exigidos na constituição, seu
funcionamento e relativos a seus empregados.

Embora seja facilmente encontrado na internet, toda legislação referente aos


condomínios e suas relações, ter determinados documentos ajudam o condomínio para
eventuais consultas.

Os documentos mostrados na Tabela 3 são obrigatórios e devem ser guardados sobre


responsabilidade do condomínio, alguns possuem seu prazo estabelecido como disposto na
legislação para as empresas de personalidade jurídica:

Tabela 3 – Documentos que tem obrigação de serem guardados e seu prazo estabelecido.

Documento Prazo

Convenção – devidamente registrada Indeterminado

Regimento interno Indeterminado

Cartão do CNPJ Indeterminado

Cadastro dos condomínios Indeterminado

Planta e escritura do terreno Indeterminado

Plantas de engenharia e arquitetura (civil, estrutura, Indeterminado


elétrica, hidráulica, sanitária, telefonia, televisão, instalação
de gás etc.)

Habite-se do edifício Indeterminado

Licenças. Laudos, vistorias etc. Indeterminado


Plantas de correspondência Um ano

Convocações de assembleias Um ano

Protocolos das convenções Um ano

Livro de atas Indeterminado

Livros ou lista de presença Indeterminado

Previsões orçamentárias Um ano

Notas fiscais de compras e duplicatas Cinco anos

Prestação de contas (demonstrações) Cinco anos

Movimento de caixa Cinco anos

Contratos de prestação de serviços Um ano

Extratos de conta (correspondente a aplicações) Cinco anos

Conciliação bancária Cinco anos

Contas de água, luz e telefone Cinco anos

IPTU, IPVA, Imposto de Renda de Pessoa Física, ISSQN, Cinco anos


Imposto de Transmissão de Bens Imóveis

Nota fiscal de fornecedor Cinco anos

Nota fiscal de venda de imobilizado Cinco anos

Recibo de pagamento autônomo (RPA) Cinco anos


Apólice de seguro Um ano

Ordens de serviço Cinco anos

Recibo de depósito bancário Cinco anos

Reembolso de despesas/Despesas de viagens Cinco anos

Alguns dos prazos especificados partem do princípio da independência ou demanda


judicial referente ao documento a ser especificado.

Sobre os empregados, também existem documentos que se devem manter sob guarda.
Documentos exigidos e seu prazo serão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 – Documentos sobre os funcionários que tem obrigação de serem guardados e seu
prazo estabelecido.

Documento Prazo

Livro de registro dos empregados Permanente

Livro de inspeção do trabalho Permanente

Convenções anuais de dissídio coletivo Permanente

Fichas financeiras – prontuários Permanente

Contratos de experiência Trinta anos

Livros, cartões ou folhas de ponto Seis anos

Matrículas no INSS Trinta anos

Quadro de horário de trabalho Trinta anos


Folhas de pagamento Trinta e cinco anos

Termos de rescisão de contratos de trabalho Trinta anos

DIRF, e guias (IR, FGTS, INSS etc.) Sete anos

Programa de Integração Social (PIS) Dez anos

Documentos da comissão interna de Trinta anos

prevenção de acidentes, se houver.

Documentos do Programa de Controle Médico de Saúde Trinta anos


Ocupacional (PCMSO)

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) Trinta anos

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) Indeterminado

Processos trabalhistas Permanente

PPRA – Laudo Vinte anos

Apólice de seguro de vida – vigência Cinco anos

Exames médicos (adimensional, admissional e periódico) Vinte anos

CAGED Dez anos

Documentos relativos a vale transporte, Dez anos

salário-família etc.
Os prazos de expurgo dos documentos foram verificados no livro: O condomínio ao
Alcance de todos – Inaldo Dantas – páginas 22 e 23. Os prazos observados são longos e devem
cobrir eventual discrepância.

3.4 Os direitos e deveres dos condôminos presentes no Art. 1.335 e 1.336 são:

DIREITOS

I - Usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;

II - Usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização
dos demais compossuidores;

III - votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite.

IV - alugar sua vaga na garagem, de acordo com o critério previsto no Código Civil: têm
preferência os proprietários, em seguida os inquilinos, e finalmente pessoas estranhas ao
condomínio.

V - vender a vaga de garagem a outro condômino. A comercialização só pode ser feita com
não-condôminos se assim o permitir a Convenção do condomínio.

DEVERES

São deveres do condômino:

I - Contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo
disposição em contrário na convenção;

II - Não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;

III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;

IV - não prejudicar o sossego, salubridade e segurança dos demais moradores.

Obrigações dos Condôminos

Concorrer para as despesas do condomínio .

Despesas ordinárias: despesas mensais.

Despesas extraordinárias: ocorrência esporádica;

Obrigatoriedade do seguro de toda edificação contra incêndio ou destruição (Art. 1.346 CC).

Não alterar a forma e a cor da fachada, bem como as esquadrias externas (Art. 1.336, II CC).
Redes para segurança dos filhos são toleráveis.

Ajuizar Ação de Nunciação de Obra Nova (obra em andamento) ou Ação Demolitória (obra
concluída).

Cláusula penal moratória de 2% (Art. 1.336, §1°).

Não se trata de relação de consumo STJ Resp n° 239.578/SP.

Cobrança pelo procedimento sumário (Art. 275, II, CPC).

Inadimplente não pode ser impedido de exercer poderes inerentes à propriedade.

Multa para comportamento nocivo ou anti-social (Art. 1.337 CC) por ferir a função social da
propriedade; abuso de direito (Art. 187 CC).

4. CONCLUSÃO

Neste trabalho, abordamos as noções gerais de administração de um condomínio.


Tratamos do planejamento estratégico, da gestão financeira, dos recursos humanos que são
demandados durante o período de gestão e concluímos que a gerência de um espaço
condominial é semelhante a de uma empresa, podendo variar de pequeno a grande porte.

Os condomínios são espaços coletivos onde o diálogo pode permear a dinâmica da


gestão do viver em comunidade, com democracia e com respeito às diferenças para ocorrer
uma gestão com liberdade e respeito a cada indivíduo, sem exceção.

O Condomínio para uma boa convivência social é regida por inúmeras leis. Nos
Condomínios existem normas, a maioria delas as mesmas que regulam o convívio social, a
começar pela Constituição, as do Código Civil e do Código Penal, Decretos, Regulamentos,
Portarias etc.

O maior desafio para que os condomínios implantem uma gestão alicerçada nos
princípios de valores de controle interno, é seu ambiente de organização. Pois o fato de
gestores e condôminos residirem no mesmo espaço, acabam por gerar conflitos de interesse ou
até mesmo a falta de interesse de participação na gestão.
4. REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Osmar Reis; SENNE, Silvio Lencione. Obrigações Fiscais das Sociedades
Cooperativas, Entidades sem Fins Lucrativos (Terceiro Setor) e Condomínios. São Paulo:
Editora IOB, 2015.

DE OLIVEIRA SCHWARTZ, Rosely Benevides. Revolucionando o condomínio. Editora


Saraiva, 2018.

MARKETING KIPPER. Manutenção predial: por que o síndico deve se preocupar? 2018.
Disponível em: <https://kiper.com.br/blog/manutencao-predial/>. Acesso em: 28 ago. 2019.

SCAVONE ADVOGADOS. O dever de conservação do edifício imposto ao síndico pelo novo


Código Civil. Disponível em: <http://www.scavone.adv.br/o-dever-de-conservacao-do-
edificio-imposto-ao-sindico-pelo-novo-codigo-civil.html>. Acesso em: 28 ago. 2019.

TABOSA FILHO, Mário. Gestão de condomínio: Direto ao assunto. Brasília: SENAC DF,
2011.

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