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Table of Contents
Leitura ativa .................................................................................................................................1
Por que tomar notas durante a leitura? ...............................................................................2
Leitura inspecional ...................................................................................................................2
Anotações estruturais ..........................................................................................................2
Leitura analítica ........................................................................................................................2
Anotações conceituais ..........................................................................................................2
As regras da leitura analítica ................................................................................................3
Resumo das regras de leitura analítica .........................................................................................6
O PRIMEIRO ESTÁGIO DA LEITURA ANALÍTICA, OU AS REGRAS PARA DESCOBRIR SOBRE O
QUE É O LIVRO .........................................................................................................................6
O SEGUNDO ESTÁGIO DA LEITURA ANALÍTICA, OU REGRAS PARA DESCOBRIR O QUE DIZ O
LIVRO (INTERPRETAÇÃO DO CONTEÚDO) ................................................................................6
O TERCEIRO ESTÁGIO DA LEITURA ANALÍTICA, OU REGRAS PARA CRITICAR O CONTEÚDO .....6
A. Preceitos da etiqueta intelectual .....................................................................................6
B. Critérios especiais para o exercício da crítica ...................................................................6
Leitura ativa
A arte da leitura em qualquer nível acima do elementar consiste no hábito de fazer (e
responder) as perguntas certas na ordem certa:
“As anotações são, literalmente, a expressão das concordâncias e discordâncias que o leitor
teve com o autor. É a melhor mostra de respeito do leitor para com o autor.” (M. Adler).
“Se não vale uma nota, também não vale o tempo que eu vou gastar lendo.” (A. Faggion).
Leitura inspecional
Nenhum livro deve ser lido mais lentamente do que merece, e nenhum livro deve ser lido mais
rapidamente do que seu aproveitamento e compreensão exigirem.
A sondagem ou pré-leitura de um livro é sempre uma boa ideia - é uma prática necessária
quando você não sabe se o livro merece uma leitura mais precisa e cuidadosa.
Não tente entender toda palavra ou página de um livro difícil pela primeira vez.
Anotações estruturais
As perguntas respondidas na leitura inspecionai são:
Você pode, e provavelmente deve, tomar nota das respostas a essas perguntas (no sumário ou
na folha de rosto) , especialmente se sabe que levará dias ou meses até que o leia
analiticamente. Essas notas devem estar mais voltadas à estrutura do livro, e não
propriamente à substância - pelo menos não aos detalhes. Essas anotações são chamadas,
portanto, de anotações estruturais.
Leitura analítica
Anotações conceituais
Você terá de elaborar respostas às perguntas sobre a veracidade e a importância do livro. As
anotações que fizer ao longo dessa leitura não serão estruturais, mas conceituais. Elas se
ocupam dos conceitos do autor, bem como, dos seus próprios conceitos, à medida que forem
se aprofundando e alargando durante a leitura.
As regras da leitura analítica
1. Delineamento da estrutura do livro: Este livro é sobre o quê?
REGRA 1. VOCÊ TEM DE SABER QUAL TIPO DE LIVRO ESTÁ LENDO E DEVE SABER O MAIS CEDO
POSSÍVEL; ANTES DE COMEÇAR A LÊ-LO, DE PREFERÊNCIA.
Obras expositivas ou de ficção; teóricas ou práticas; de história, ciência ou filosofia...
Essas duas regras podem, portanto, ser usadas para separar os livros bons dos ruins.
Essas duas regras também podem ser usadas para ler qualquer parte importante de
uma obra expositiva, e não apenas a obra inteira.
“A primeira parte versa sobre a felicidade como o fim (o objetivo) da vida e sobre
sua relação com os demais bens práticos; a segunda parte versa sobre a natureza da
ação voluntária e sua relação com a formação de bons e maus hábitos; a terceira parte
discute as diversas virtudes e vícios, tanto morais quanto intelectuais; a quarta parte
versa sobre os estados morais que não são nem virtuosos nem viciosos; a quinta parte
versa sobre a amizade; e a sexta e última parte fala sobre o prazer, complementando a
explicação sobre felicidade humana iniciada na primeira parte” 3.
1
Trecho do parágrafo 104, parte XVII, da Poética de Aristóteles.
2
A unidade da Ética de Aristóteles, segundo o autor (cf. Pág. 96)
3
Divisão da Ética de Aristóteles em suas partes principais, segundo o autor (cf. Pág. 103-104)
REGRA 4. DESCUBRA QUAIS FORAM OS PROBLEMAS DO AUTOR.
0 autor começa um livro com uma pergunta (ou com um conjunto de perguntas). O livro nada
mais é do que sua resposta (ou suas respostas).
Mesmo que o autor não as forneça, o leitor tem a obrigação de formular as perguntas (a
principal e as subordinadas a ela, caso o problema seja muito complexo e tenha muitas partes)
o mais precisamente possível.
Cumprir a quarta regra é um instrumento útil e opera em conjunto com as duas regras
anteriores.
Perguntas teóricas
Existe algo?
Que tipo de coisa é?
O que causou sua existência, ou sob quais condições ela pode existir, ou por que ela
existe?
A quais propósitos serve?
Quais as consequências de sua existência?
Quais são suas propriedades características, seus traços típicos?
Quais suas relações com as outras coisas semelhantes, ou diferentes?
Como se comporta?
Perguntas práticas
Quais fins busca?
Quais meios devem ser escolhidos para determinado fim?
Que passos devem ser tomados para atingir-se determinado objetivo, e em que ordem?
Sob tais condições, qual a coisa certa a fazer, ou qual a melhor coisa a fazer?
A segunda consiste em determinar o sentido dessas palavras, conforme são usadas, com
precisão.
Ou o autor está usando essas palavras com um mesmo sentido ao longo do texto (um só
termo), ou com dois ou mais sentidos, alternando-os aqui e ali (vários termos).
Você tem de descobrir o sentido de uma palavra que não entende por meio do significado de
todas as palavras que você entende no contexto.
REGRA 6. MARQUE AS FRASES MAIS IMPORTANTES DO LIVRO E DESCUBRA AS PROPOSIÇÕES
QUE ELAS CONTÊM.
As propostas de um autor não passam de sua opinião, a não ser que sejam fundamentadas por
boas razões.
Do ponto de vista do autor, as frases mais importantes são aquelas que expressam os
julgamentos sobre os quais o livro se baseia. Do seu ponto de vista de leitor, as frases mais
importantes para você são aquelas que exigem esforço interpretativo.
Se você já marcou as palavras importantes, elas provavelmente o levarão até as frases que
merecem sua atenção. Assim, o primeiro passo da leitura interpretativa o prepara para o
segundo. Mas o inverso também pode ser verdadeiro.
Elas pertencem aos principais argumentos do livro. Elas podem ser premissas ou conclusões.
O estilo da maioria dos escritores não matemáticos tende a apresentar dois ou mais
argumentos em um só parágrafo, ou apresentar um argumento em vários parágrafos.
REGRA 10. QUANDO DISCORDAR, FAÇA-O DE MANEIRA SENSATA, SEM GERAR DISPUTAS OU
DISCUSSÕES.
O leitor deve estar tão preparado para concordar quanto para discordar.
As primeiras três observações têm a ver com os termos, proposições e argumentos do autor. A
quarta observação tem a ver com a estrutura do livro.