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[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof.

Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Estrutura da Indústria Química


As indústrias químicas, um dos maiores setores industriais do mundo, envolvem o
processamento ou alteração de matérias-primas obtidas por diversas fontes, formando
novos materiais e substâncias que podem ou não ter utilidade imediata. No caso de não
terem, o novo material vai para uma outra etapa da cadeia produtiva até chegar no cliente
final.

Breve Histórico
Eram Características da antiga indústria química (metade do século XX pra trás)

 Fontes-base não renováveis (carvão  petróleo)


 Poucos produtos ; usos específicos
 Desenvolvidos por tentativa e erro (sem formulação científica)
 Ênfase na química inorgânica

O cenário passa a mudar quando a Alemanha começa a realizar pesquisas com ênfase em
aplicação e quando ela começa a gerenciar fábricas e investir em infraestrutura social para
essas mudanças. Por esse motivo a Alemanha deteve + de 70% desse mercado no início do
século XX

As indústrias mais poderosas da época eram:

 Indústria de corantes
 Indústria de farmacêuticos
 Indústria de borracha sintética

A Atual Indústria Química


A indústria química atual começa no pós-segunda guerra com o desenvolvimento de novos
processos, aumento no tamanho das plantas e a ênfase na química orgânica.

Hoje em dia as indústrias químicas são cada vez mais essenciais, participando e muito na
produção de muitos produtos. Veja a tabela.
Seja o produto da IQ o produto final ou não,
diversos produtos finais comercializados se
utilizam de produtos da IQ.

Os valores dos ativos da indústria química e dos


seus gastos são elevadíssimos. Esse gigantismo
é explicado pela onipresença dos produtos da
indústria química e pela sua essencialidade em
qualquer atividade humana.

Recorte de ADM 1 – Definição de Ativos


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Os ativos representam o destino dos recursos da empresa, isto é, as aplicações desses recursos. Os ativos de
uma empresa são a soma de seus bens e seus direitos. Entende-se por Bens tudo que possa ser avaliado
economicamente (valor expresso em moeda), que satisfaça alguma necessidade da empresa e sobre a qual a
empresa detenha a posse (esteja em seu poder) e o domínio (seja o dono). Os bens podem ser tangíveis (têm
existência física, como imóveis, máquinas, etc) ou intangíveis (não têm existência física, como patente, marca,
etc). Entende-se por direitos os bens de propriedade da empresa que se encontram em poder de terceiros
(dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, pagamentos a receber, etc.)

São Características da atual indústria química:

 Ainda muito centrada no petróleo, mas com constante busca por fontes renováveis
(final do século XX e início do XIX essa característica começou a se tornar mais
acentuada)
 Muitos produtos com diversos usos
 Formulação científica e pesquisa para desenvolver cada vez mais produtos cada vez
mais eficientes (Elevados gastos com P&D. Os gastos com P&D tendem a cair em
época de crise. Curiosamente, o Japão é um país que não tem esse costume)
 Indústria de Capital Intensivo  Elevados e contínuos investimentos são feitos

Uma outra característica extremamente importante é a definição do preço do produto. O


preço deve ser alinhado ao dos concorrentes e, por vezes, acabam sendo muito caros para
compensar altos custos. A matéria prima da IQ geralmente representa 60-70% do custo do
produto. Nesse sentido, a IQ tem duas formas de se organizar para reduzir o custo médio por
unidade produzida:

Economia de Escala Economia de Escopo


A economia de escopo acontece quando a
redução no custo médio se dá pela produção
conjunta de mais de um produto ou serviço.
Custo médio cai devido à elevada escala de
Uma empresa produzindo dois bens tem
produção. Ou seja, produz-se muito (as
menor custo do que duas empresas
vezes mais do que a demanda local) e assim,
produzindo esses bens separadamente.
os custos por unidade caem. A escala de
A existência de matérias-primas comuns
produção é ainda um fator fundamental da
entre esses dois ou mais produtos e a
competitividade.
complementariedade na sua produção são
alguns dos fatores que podem gerar
economias de escopo.

A atual IQ também se caracteriza muito por outros custos: os custos com as legislações. Leis
mais rígidas sobre...

 Uso e produção de químicos


 Consumo de energia
 Emissões e processos industriais
 Segurança de trabalho
 Comércio de produtos químicos
 Transporte de produtos químicos
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...levaram ao aumento dos custos por parte da IQ para se manter correta perante a legislação.
Um gráfico muito interessante encontra-se abaixo:

Em verde, o custo por empregado ao longo dos anos. Com o aumento dos custos
trabalhistas, é possível ver essa curva crescer. Cresce também a curva azul, que é a curva de
custo da mão de obra. No entanto, vemos a curva vermelha, que é a curva do número de
empregados, decrescer com o tempo. Se compararmos os custos de mão de obra da IQ e da
manufatura, ambos cresceram com os anos de forma praticamente idêntica.

Falando agora de custos energéticos, vamos estabelecer duas definições:

 Intensidade Energética (IE)  O quanto de energia se gasta por unidade produzida


 Eficiência Energética (EE)  O quanto de energia se aproveita efetivamente para
produzir uma unidade (desconta-se gastos). Está relacionada com a capacidade de
aproveitar o máximo da fonte de energia

De certa forma, EE e IE são conceitos contrários

É uma tendência o consumo de energia cair na indústria química. Não só para evitar gastos,
mas também por causa dos crescentes investimentos em EE e da crescente preocupação
ambiental. Certamente essa tendência é mais fácil de ver em países com IQ's mais fortes. Com
o aumento da EE, vem a diminuição da IE. Em relação às outras indústrias, a EE da IQ cresceu
muito mais ao longo dos anos.

Quanto a preocupação ambiental, isso é algo recente. O mesmo vale pra diminuição no gasto
de energia: Países com IQs mais fortes são capazes de melhor manter suas agendas
ambientais. A união europeia, por exemplo, reduziu sua emissão de gases do efeito estufa em
61% entre 1990 e 2016. Além disso, hoje em dia usa uma grande variedade de matérias
primas renováveis, das quais cerca de 40% são açúcar e óleos vegetais.
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Estatísticas da IQ
Legenda
Resto Asiático Ásia menos China, Índia, Japão e Coreia do Sul
Resto Europeu Europa menos Suíça, Noruega, Turquia, Rússia e Ucrânia
* Valor estagnado no intervalo de tempo proposto
** Valor reduzido no intervalo de tempo proposto
Negrito e Vermelho Brasil ou bloco em que o Brasil esteja incluso

1. China
2. União Europeia
Países que mais 3. USA
venderam 4. Japão
produtos 5. Coreia do Sul
químicos em 6. India
2017 7. Taiwan
8. Brasil
9. Russia
10. Indonesia
Blocos que mais 1. China
cresceram suas 2. Resto Asiático
vendas em 3. India
produtos 4. Coreia do Sul*
químicos de 2007 5. Japão**
à 2017 6. NAFTA**
7. União Europeia**
1. China
2. Coreia do Sul
Crescimento da
3. Rússia
produção de
4. Índia
produtos
5. Brasil
químicos 2007-
6. União Europeia**
2017
7. Japão**
8. México**
9. EUA**
Projeção de
crescimento nas
1. China
percentagens de
2. América Latina
participação das
3. NAFTA**
vendas de
4. Resto Europeu**
produtos
5. Japão**
químicos 2017-
6. Resto Asiático**
2030

Distribuição de 1. Químicos especialistas (tintas, pigmentos, auxiliares industriais,


vendas na União etc)
Europeia por 2. Petroquimicos
segmento de 3. Polímeros (plásticos, borrachas sintéticas, etc)
produto (2017) 4. Químicos consumíveis
5. Inorgânicos básicos (gases industriais, fertilizantes)
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1. DowDuPont
2. BASF
3. Sinopec
As 10 maiores
4. SABIC
empresas
5. Mitsubishi Chemical Holdings
químicas do
6. LyondellBasell
mundo (2017)
7. INEOS
8. ExxonMobil Chemical
9. Air Liquide
10. LG Chem
1. China
Países ou blocos 2. Resto Asiático
com maiores 3. NAFTA
evoluções em 4. Coreia do Sul
investimentos na 5. América Latina
IQ em 2017 6. Resto Europeu
7. India
8. Japão**
1. China
Países ou blocos
2. USA
com maiores
3. União Europeia
evoluções em
4. India
gastos com P&D
5. Japão
na IQ entre 2007
6. Coreia do Sul
e 2017
7. Suiça
8. Brasil
1. China
2. Estados Unidos
3. Japão
4. Alemanha
5. Coreia
Faturamento
6. Índia
líquido da
7. França
indústria química
8. Brasil
mundial em 2016
9. Irlanda
10. Reino Unido
11. Suiça
12. Itália
13. Taiwan
1. Produtos Químicos de uso industrial
Faturamento 2. Produtos farmacêuticos
líquido da 3. Higiene pessoal, perfumes e cosméticos
indústria química 4. Fertilizantes
brasileira por 5. Defensivos agrícolas
segmento em 6. Produtos de limpeza e afins
2017 7. Tintas, esmaltes e vernizes
8. Fibras artificiais e sintéticas
Evolução do 1. Produtos Químicos de uso industrial
Faturamento 2. Produtos farmacêuticos
líquido da 3. Fertilizantes
indústria química 4. Higiene pessoal, perfumes e cosméticos
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brasileira por 5. Produtos de limpeza e afins


segmento 1996- 6. Defensivos agrícolas
2017 7. Tintas, esmaltes e vernizes
8. Fibras artificiais e sintéticas
Evolução do
faturamento  Pico do intervalo em 2011
líquido (1995-  Tendência crescente de 1995-2017
2017) brasileiro  Baixa queda até 2017
da IQ em bilhões  O valor de 1995 é 35% do de 2017
de reais
Evolução da
balança
 Déficit cresceu de forma explosiva. Em 1991 era de US$ 1,5 bi,
comercial de
em 2017 de US$ 23,2 bi
produtos
 Brasil importa mais produtos químicos do que exporta
químicos no
Brasil
Participação da  Pico em 2004 com participação de 3,6%
IQ no PIB  Participação em 2016 foi de 2,4%
brasileiro (%)  Participação em 1995 foi de 2,1%
1995-2016  Os valores mais altos estão nos anos mais próximos de 2004
Participação da
indústria química
brasileira na  IQ brasileira tem a 3ª maior participação no PIB industrial,
indústria de perdendo para Alimentos e bebidas (1ª) e para coque, produtos
transformação derivados do petróleo e biocombustíveis (2ª)
(em % sobre o
PIB industrial)
Produtos
químicos de uso
 961 fábricas de produtos químicos de uso industrial
industrial.
 535 estão em São Paulo
Distribuição das
plantas no Brasil
 Pico em 2012 com 4,8
Investimentos  Segundo maior pico em 2008 com 3,5
realizados e  Entre 2012 e 2016 foram inclusos os 2,3 bi já investidos em
programados em projetos que não entraram em operação. Queda
US$ bilhões acentuadíssima nesse intervalo para subir para 2,3 no final do
1995-2022 no mesmo
Brasil  Entre 2017 e 2022 tem uma enorme queda, totalizando 3,3 bi
somando todos esses anos

Desenvolvimento da IQ Brasileira
O PADIQ (Programa de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química) é um programa
com financiamento do BNDS que tem 6 linhas temáticas:
 Aditivos para alimentação animal
 Materiais compósitos e fibras de carbono
 Aditivos químicos para exploração e produção de petróleo
 Derivados de Silício
 Químicos a partir de fontes renováveis (excluindo biocombustíveis)
 Insumos Químicos para Higiene Pessoal, perfumaria e Cosméticos (HPPC)
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A maior parte das propostas válidas do PADIQ contempla a linha de químicos (66% dos planos).
Obstáculos do desenvolvimento da IQ brasileira e fatores indutores de novos investimentos
são:

Obstáculos Fatores Indutores


Custo e disponibilidade de insumos para Fácil acesso a MP usados em commodities
investimentos de longo prazo (pré-sal)
Restrição do mercado de capitais financeiros Custos locais de capital, logística, energia,
de longo prazo MDO e impostos menores que as escalas dos
investimentos atuais
Legislação local, regulações rígidas Tamanho, crescimento e sofisticação de
alguns mercados de especialidades
Limitações da infraestrutura local Melhorias nos marcos e processos
regulatórios, agilizando agentes econômicos
Atuais padrões educacionais Maior integração com cadeias de
fornecedores globais
Elevada carga tributária Uso de matérias primas renováveis

A visibilidade da IQ
Visibilidade é uma coisa importante. Quanto melhor for a imagem da IQ, mais ela conseguirá
vender seus produtos. A percepção negativa da indústria química é clássica. Alguns motivos
para isso são:

Moléculas que exigem conhecimentos específico e capacidade de


abstração pra entender o que são. Além disso, mesmo os nomes
Produtos complexos das moléculas são complexos, afastando o público geral da
vontade de entende-las e conhece-las.

Produtos Milhões de moléculas catalogadas diferentes, cada um contendo


demasiadamente uma ou mais utilidade. As utilidades são, geralmente,
variados desconhecidas pelo público geral
A imagem predominante é que a química não faz bem à vida
humana e que, ao contrário, tudo que é natural faz bem. Não é à
toa que chamam comidas com menor teor de conservantes, por
exemplo, de orgânicas, como se comida com conservante não
Produtos comumente fosse orgânica. A ideia dessa nomenclatura é afastar os químicos
classificados como não do meio consumidor ao classifica-lo como não natural.
naturais e prejudiciais à
saúde. Mesmo o “natural” pode fazer mal. O público geral não sabe
disso. Poderia saber se a IQ divulgasse melhor os benefícios de se
consumir produtos “menos naturais”. Os benefícios dos produtos
químicos não são muito divulgados, contribuindo pra essa
imagem negativa.
Produtos com A IQ não é boa mesmo em divulgação. Predomina no público
periculosidades geral o sentimento de que os químicos são perigosos. Quando
desconhecidas pelo não são, não tem ninguém pra contar pra elas. Quando são,
público geral também não tem. Por via das dúvidas as pessoas se afastam.
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No viés atual de proteção ambiental, isso é um absurdo até. Mas


Processo produtivo
mesmo que as empresas tenham feito avanços tecnológicos para
causa impactos no meio
reduzir essas emissões, também não é de conhecimento do
ambiente
público geral esses avanços.

A Indústria Química 4.0


Boatos por ai dizem que estamos entrando já na era da Indústria 4.0. Se por um lado as
revoluções indústrias anteriores foram caracterizadas por:

1. Química do Carvão
2. Petroquímica
3. Química Especializada e Globalizada

A IQ 4.0 será caracterizada pela produção digitalizada e de economia circular. Comparando a


revolução anterior com a atual, temos as seguintes características

Química 3.0 Química 4.0


Globalização, competitividade
Força crescente da química baseada em
Revolução digital, sustentativilidade,
motriz gases, influência do mercado
proteção ambiental, fechamento de
para seu financeiro nas estratégias das
ciclos produtivos dos materiais
surgimento corporações

Uso intensivo de dados digitais,


reciclagem de materiais baseados em
Materiais Materiais renováveis e gás natural
carbono. uso de H2 de energias
usados
renováveis, uso de CO2 para produzir
químicos básicos
Novos processos usando
Tecnologia Digitalização do processo de produção
biotecnologia e tecnologia gênica
Descentralização do setor de P&D.
Cooperação universidade- Utilização do Big Data, um grande
corporações para orientar conjunto de dados gerados e
Pesquisa pesquisas voltadas para armazenados com os quais os aplicativos
aplicações reais de processamento de dados tradicionais
ainda não conseguem lidar em um tempo
tolerável.
Cooperação mais flexível por parte das
Estrutura Comercio internacionalizado,
corporações. Consolidação de modelos
corporativa criação de parques químicos
digitais de negócio
Expansão da variedade e
Expansão da ideia de criação de valor. A
especialidade dos produtos.
IQ se torna uma fornecedora de soluções
Produtos Produtos químicos passaram a
sustentáveis para seus consumidores e
substituir materiais tradicionais
para o meio ambiente
Meio
Proteção ambiental integrada no Formação de um modelo compreensível
ambiente,
processo produtivo e aplicável de um processo produtivo
segurança
sustentável.
e saúde
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São tendências capazes de provocar mudanças na economia global:

 Urbanização
 Evelhecimento da população
 Mudanças Tecnológicas
 Globalização

Os dois primeiros são mais concretos, enquanto os dois últimos dependem dos cenários da
economia global.

Classificação dos Produtos Químicos


Classificar produtos químicos é complicado porque não existe homogeneidade entre as
classificações e entre os aproximadamente 70.000 diferentes produtos. Diferentes órgãos
emissores possuem diferentes sistemas de classificação que podem classificar os produtos
químicos por

 Produto  Sistemas que permitem análises tributárias e aduaneiras


 Atividade  Sistemas que permitem coleta, disseminação e análise de estatísticas
econômicas

As duas principais classificações são Tipologia Tradicional e a Tipologia Kline

Tipologia Tradicional
Baseia-se na sua posição na cadeia produtiva

 Produtos Básicos  São os “building blocks” que dão origem aos produtos
intermediários e finais; Exemplos: eteno, propeno, butadieno, benzeno, orto e
paraxilenos, metanol, etc.;
 Produtos Intermediários  São produtos a serem ainda transformados quimicamente
antes de serem entregues para outros elos da cadeia produtiva ampliada; Exemplos:
etilbenzeno, octanol, anidrido ftálico, óxido de eteno, cumeno, DCE/MVC, etc.;
 Produtos Finais  São produtos entregues ao mercado transformador que fabrica os
produtos para consumo dos clientes finais; Exemplos: polietilenos, polipropileno,
nylon, acrilatos, PET, etc.;
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Tipologia Kline
Baseia-se na forma de comercialização dos produtos, em particular a forma como os produtos
são especificados pelos compradores. Os produtos químicos podem ser especificados pelos
compradores segundo duas dimensões: a composição química e o desempenho

Commodities Pseudoommodities
Especificações padronizadas com base na
Especificações por desempenho
composição química
Diferenciados
Homogêneos
Larga escala
Larga escala
Preço baixo
Preço baixo
Exemplo: Resinas termoplásticas
Exemplo: Eteno
Química Fina Especialidades
Especificações pela composição química; Especificações por desempenho;
Homogêneos Diferenciados;
Pequena Escala Pequenas Quantidades;
Preços altos Preços altos
Exemplo: Fármacos Exemplo: Catalisadores
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Metodologia de Análise de
Projetos
É AQUI que a matéria começa. Nosso objetivo é analisar um projeto e decidir pelo
investimento nele ou não. O processo decisório deve contar com um conjunto de informações
internas e/ou externas à empresa, que são processadas a fim de decidir: eai, vai investir ou
não? Perguntas que devem ser feitas nesse processo são:

 O que produzir?
 Do que produzir?
 Como produzir?
 Quanto produzir?
 Onde produzir?

Devemos sempre lembrar que os recursos da economia são considerados escassos, logo a
empresa deve analisar a viabilidade econômica da produção, bem como o custo-benefício e
impacto social da mesma. O projeto é parte integrante do processo decisório, desde a ideia de
investir até sua implantação

Projetos e Gastos
Qualquer projeto, em seu início, possui poucas informações, todas não refinadas. Logo, a
confiabilidade desse projeto é baixa. Deve-se investir em estudo para refinar e melhorar o
projeto. A tendência pode até ser essa, porém, para se aumentar a confiabilidade, deve-se
necessariamente aumentar-se os gastos:

O gráfico acima mostra como um projeto nunca pode ter 100% de confiabilidade, porém
quanto mais confiável ele for, mais cara será o processo de busca, coleta e processamento das
informações. Já o gráfico de gasto por risco, mostra que existe um gasto inicial (custo fixo). Dai
em diante, quanto mais arriscado for um projeto, mais caro ele é.

Tipos de Projetos e Aspectos a serem estudados


Os tipos de projetos existentes dependem de como você deseja classifica-los. Pelo setor
econômico talvez? Então temos os tipos:

 Agrícola
 Industrial
 De serviços
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Mas mais importante é a classificação do ponto de vista microeconômico (impacto na


empresa):

Classificação Exemplo
Implantação Implantar uma planta ou tecnologia em um
processo
Expansão Aumento do tamanho de uma planta
Realocação Realocar empresa, planta e/ou serviços. Pra
IQ realocar uma planta é beeeeem difícil
Diversificação Criação de um novo produto

Cada projeto é um caso e cada caso é diferente (filosofei). Mas, em se tratando de projetos
industriais, existem alguns aspectos ditos estruturais que precisam ser considerados sempre.

Aspectos diferentes de um projeto são feitos por grupos diferentes, cujos agentes possuem
especialidades específicas pra cada aspecto. Os resultados são apresentados ao CEO
(tomador de decisões da empresa) que verá tudo e decidirá ou não pelo investimento

Aspectos Descrição
Econômicos Mercado, localização, escala
Técnicos Processos, engenharia, arranjo físico
Financeiros Composição do capital, financiamento
Estrutura organizacional, treinamento de
Administrativos
pessoal
Contratos, seguros, impostos, forma
Jurídicos e Legais
societária
Metodologia de elaboração dos
Contábeis
cronogramas financeiros e das projeções
Ambientais -
Projetos podem ser feitos para serem
guardados e aplicados somente quando
determinada política pública se tornar
viável.
Político-estratégicos
Estratégias governamentais que visem à
redução da dependência das importações, o
desenvolvimento de cadeias produtivas
locais: políticas industriais.
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Metodologia de Análise de Projetos


Seguindo a metodologia UNIDO, temos 3 fases para analisar um projeto e decidir pelo seu
investimento:

Fase Descrição
Identificação de oportunidades de investimento (Estudos de oportunidades)
Estudos de pré-viabilidade
Pré-
Estudos de viabilidade
Investimento
Estudos de Apoio
Relatório de aprovação
Negociações e contratação
Projeto de engenharia
Construção
Investimento
Organização gerencial e marketing pré-operacional
Treinamento
Pré-Operação
Expansão
Inovações
Operacional Melhoria da eficiência operacional
Desengargalamento
Partida

Cada fase/etapa conta então com uma série de estudos que devem ser feitas. Dessas, uma
atenção especial deve ser dada para a fase de pré-investimento.

Essa fase é dividida em estágios que evita com que pulemos direto da ideia abstrata para o
estudo final de viabilidade. Fazer isso pode nos levar a não pensar em possíveis alternativas
e, por consequência, pode nos levar a soluções distorcidas

Estudo de Oportunidade
Nesse estágio a ideia conceitual começa a se transformar em uma proposta de investimento

São características desse estágio:

 Baixos custos
 Ponta-pé para seleção de projetos e priorização de recursos.
 Baixo nível de detalhamento, sendo por natureza um estágio superficial, criativo
 Baseado mais em estimativas abrangentes do que em informações detalhadas
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 Realçam principais aspectos do possível investimento


 Define as necessidades críticas para estudos de apoio

Estudo de Apoio
Cobrem os aspectos específicos do projeto de investimento

 Mercado
 Fornecedores
 Testes de laboratório e planta piloto
 Localização
 Impactos ambientais
 Economia de escala
 Seleção de equipamentos

São pré-requisitos ou suportes para os estudos de pré-viabilidade ou de viabilidade

Estudo de Pré-Viabilidades
 Discussões mais intensas
 Maior nível de detalhamento do projeto
 Eliminação das alternativas dominadas (alternativas inferiores às demais dentro de
seus limites) e impossíveis (violam restrições técnicas, financeiras, legais, etc.)
 Conclusões claras para direcionar próximos estágios

Estudo de Viabilidades
 Feito após o mapeamento dos aspectos financeiros dos projetos saídos do estudo de
pré-viabilidade
 Nessa etapa é efetuada escolha final das características do projeto
 Dada uma escolha final, determina a viabilidade dos projetos e aspectos selecionados
 Deve prover todos os dados necessários para a decisão de investimento

Relatório de Aprovação
Tratam do projeto, da indústria onde ele está inserido e suas implicações para a economia. Um
bom estudo de viabilidade gera um relatório mais fácil de ser aprovado. A forma com a qual o
relatório é escrito é importante também, pois pode ajudar a direcionar as questões mais
relevantes dos estudos realizados, ajudando a convencer o CEO pelo investimento.

Gastos com os Estudos


Quanto maior o projeto, mais complexas serão as
informações necessárias. Os estudos têm por
vantagem evitar gastos com possíveis investimentos
fracassados e como desvantagens o gasto inerente
em fazê-los, independentemente da decisão por
investir ou não.
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Fase de Investimento
Agora saímos da primeira fase, a fase em que todos os estudos de viabilidade (pré-
investimento) foram feitos. Bagulho ficou sério. É importante observar que, na fase de
investimento o fator TEMPO é crítico, pois irá impactar nas previsões feitas na fase anterior.

Engloba muito trabalho de consultoria e engenharia

 Estabelecimento das bases (legal, financeira e organizacional) para a implementação


do projeto
 Aquisição de tecnologia, incluindo engenharia básica
 Detalhamento
 Aquisição de terreno, construção e instalação
 Negociação de contratos
 Recrutamento e treinamento de pessoal
 Pré-operação

Uma comparação contínua das previsões feitas no estudo de viabilidade com os dados
gerados durante a fase de investimento é necessária de modo a monitorar e controlar
possíveis mudanças na rentabilidade do projeto como um todo, o que pode requerer ajustes
de curto prazo.

Fase Operacional
Os problemas encontrados na fase operacional devem ser considerados sob dois pontos de
vista distintos:

 Curto prazo: origem na fase de implementação (produtividade, operação de


equipamentos,...)
 Longo prazo: relação direta com as projeções realizadas na fase de pré-investimento
(nível de produção, receita das vendas,...). DIFÍCIL SOLUÇÃO

RESUMO: Metodologia de Análise de Projetos


 Projetos são relatórios organizados que apresetam todas as informações necessárias
para uma rota de produção de um produto final singular
 Projetos podem ser aprovados ou não. Sua aprovação vai depender da escolha do CEO
(tomador de decisão da empresa). Relatórios mais bem feitos e organizados tem mais
chances de serem aprovados
 Projetos começam com poucas informações, todas não refinadas, gerando baixa
confiabilidade. Para se conseguir mais e melhores informações deve-se gastar mais. O
gasto com isso aumenta a confiabilidade
 Quanto mais arriscados forem os projetos, mais caros eles serão
 Os projetos podem ser classificados pelo setor econômico que atendem ou pelo
impacto que eles tem na empresa
 Estudos devem ser feitos por grupos diferentes com especialidades diferentes para se
entender todos os diferentes aspectos de um projeto
 A decisão pelo investimento depende de uma análise com três etapas: pré-
investimento, investimento e operacional
 A etapa de pré investimento é extremamente importante por faz com que evitemos
pular da ideia abstrata direto para o estudo final de viabilidade. Ao fazer isso, soluções
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distorcidas podem ser encontradas ou alternativas mais viáveis podem ser deixadas de
lado
 Na etapa de pré investimento temos alguns estudos pra fazer. Esses estudos são
divididos em estudos de identificação, seguidos de estudos de pré-seleção e análise
preliminar e estudos de análise final. Após esses 3 estágios sequenciais, o projeto é
avaliado pela leitura do relatório de avaliação e a tomada de decisão é feita:

 Os estudos têm por vantagem evitar gastos com possíveis investimentos fracassados e
como desvantagens o gasto inerente em fazê-los, independentemente da decisão por
investir ou não.
 Ao fim da fase de pré-investimento, o investimento em si começa e ai sim dinheiro de
verdade começa a ser desembolsado
 A fase de investimento deve ser rápida para não impactar as previsões feitas na fase
de pré-investimento
 A fase de investimento engloba muito trabalho de consultoria e engenharia e prepara
a empresa para o processo produtivo
 Para garantir compatibilidade entre previsão da fase de pré-investimento e
ocorrências da fase de investimentos é necessária uma comparação contínua que
acompanhe ajustes de curto prazo
 A fase operacional, última, envolve expansões, inovações e otimização do processo
produtivo
 Problemas encontrados na fase operacional de curto prazo de resolução tem origem
na fase de implementação e são mais fáceis de se corrigir que problemas de longo
prazo. Esses, por sua vez, de difícil solução, são reflexos de estudos mal feitos na fase
de pré-investimento
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Estudo de Mercado
O estudo de mercado visa conhecer o mercado atual e prever o mercado futuro. Através do
estudo podemos

 Compreender a estrutura da indústria


 Prever escassez de demanda futura (sinalizando investimento em nova planta)
 Compreender a influência geográfica do processo produtivo
 Estimar preço de venda, custos de comercialização e prever formação de estoques nos
canais de distribuição
 Projetar custos

Duas leis regem o estudo de mercado: A Lei de Oferta (O) e A Lei de Demanda (D). As duas leis
relacionam preço com quantidade fazendo curvas como as abaixo:

Importante frisar que essas leis são função do tempo também. Portanto o gráfico acima só é
válido para determinado intervalo de tempo em que o estudo de oferta e demanda está sendo
feito.

A oferta é a é a quantidade de bem que os produtores desejam vender. É crescente pois é


normal os produtores quererem arrecadar mais por unidade produzida quando eles têm muito
para vender. A demanda é a quantidade de bem que os consumidores desejam e podem
comprar. Quanto mais de um produto a gente quer comprar mais a gente quer que o preço
unitário seja baixo, por isso a demanda é decrescente.

A interseção das curvas de oferta e demanda representam o equilíbrio de mercado. É o ponto


em que tudo que é produzido é comprado, e o preço unitário é fixado para tornar isso
possível. O equilíbrio só ocorre em mercados perfeitos. Mercados Perfeitos são mercados
onde nenhum agente produtor detém poder de mercado. Chamamos de poder de mercado a
capacidade de algum agente econômico de influenciar indevidamente os preços de mercado.
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Quem tem um monopólio, por exemplo, tem enorme poder de mercado. A existência de poder
de mercado impede a ação da mão invisível do mercado, conceito que dita que “uma mão
invisível sempre leva o mercado para seu ponto de quilíbrio”. Uma intervenção governamental
pode ser necessária para manter a “mão” agindo (removendo o poder de mercado que a
impede).

Elasticidade
A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada reage a uma
mudança no preço. A demanda por um bem é chamada de elástica se a quantidade
demandada responde, substancialmente, a mudança no preço. Por outro lado, se uma
mudança no preço resulta em pouca ou nenhuma mudança na demanda, ela é dita inelástica.

Exemplo de elasticidade-preço da demanda


Se para os consumidores um produto possui substitutos próximos, é muito mais fácil trocá-
lo por outro. Um pequeno aumento no preço de sorvetes de casquinha pode resultar em
uma grande queda da demanda pelo mesmo, se em determinado local picolés são de fácil
acesso. Por outro lado, produtos como ovos são inelásticos pois não possuem substitutos
próximos.

Medimos a elasticidade-preço da demanda por variações percentuais:


∆%𝑄
𝑒𝑝 =
∆%𝑃
Onde:

 ∆%𝑄  Variação percentual da quantidade demandada


 ∆%𝑃  Variação percentual do preço de um produto

Quando temos:

 𝑒𝑝 > 1 Demanda Elástica


 𝑒𝑝 = 1  Demanda Inelástica
 𝑒𝑝 < 1  Elasticidade é unitária, o preço e a demanda variam na mesma proporção, a
receita se mantém.

Além da elasticidade-preço da demanda, os economistas usam outras elasticidades para


descrever o comportamento dos compradores num mercado. A elasticidade-renda da
demanda, por exemplo, mede o quanto a quantidade demandada varia conforme a renda do
consumidor varia. A diferença dessa elasticidade para a anterior é somente o fator motivador
da variação da quantidade demandada. Calculamos então a elasticidade-renda da seguinte
forma:
∆%𝑄
𝑒𝑟 =
∆%𝑅
Onde:

 ∆%𝑅  Variação percentual da renda dos consumidores

Quando temos:
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 𝑒𝑝 > 1 Bem supérfluo


 0 < 𝑒𝑝 < 1  Bem normal
 𝑒𝑝 < 0  Bem inferior

Exemplo de elasticidade renda


Chamamos de bem normal um bem que cai com a queda da renda e de bem inferior todo
bem cuja demanda sobe com a queda da renda. Um exemplo de bem inferior é a passagem
de ônibus. Alguns bens supérfluos, como lanchas, têm elevadíssima elasticidade-renda, o
que significa dizer que uma grande variação da renda de uma pessoa implica numa enorme
variação na quantidade ofertada de lanchas. Afinal, pessoas com menores rendas não vão
comprar lanchas quando a prioridade é comprar comida, deixando a quantidade
demandada praticamente toda para quem tem elevadas rendas.

A elasticidade-preço cruzada da demanda mede o quanto a quantidade demandada de um


bem varia à medida que o preço de outro bem varia. Calculamos:
∆%𝑄1
𝑒𝑝𝑐 =
∆%𝑃2
Onde:

 ∆%𝑄1  Variação percentual da quantidade demandada de um bem 1


 ∆%𝑃2  Variação percentual do preço de um produto de um bem 2

Quando temos:

 𝑒𝑝𝑐 > 1 Bem substitutos


 𝑒𝑝𝑐 < 0  Bens complementares

Exemplo de elasticidade preço cruzada


Picolé e Sorvete são bens substitutos e terão elasticidade-preço cruzado da demanda
positiva. Sendo o picolé mais barato que o sorvete, se a demanda de sorvete cair, o preço do
picolé também cai. Negativo sobre negativo da positivo
Açúcar e Sorvete são bens complementares. Se a demanda de sorvete diminui, o preço do
açúcar aumenta pois parte-se do princípio que os sorvetes estarão mais caros e o sorvete
precisa de açúcar pra ser produzido. Elasticidade cruzada negativa.
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Classificação dos Produtos


A classificação correta do seu produto ajuda a considerar direito as variáveis para entender a
demanda do mesmo.

Tipo de
Descrição
Classificação
Um produto pode ser classificado como durável ou não durável. A
Durabilidade durabilidade de um produto é estabelecida pelo produtor e é classificada
como alta ou baixa dependendo do produto.
Podemos classificar um bem conforme sua posição na cadeia produtiva. É
importante saber essa posição pois o estudo de mercado sempre leva em
consideração as etapas anteriores da cadeia produtiva e, dependendo da
posição do produto, prevê o comportamento de mercados diferentes.

Se o produto estiver em uma posição intermediária, como é o caso da


maioria dos produtos da indústria química, o estudo terá que considerar
as condições futuras de suprimento de insumos, a tendência do consumo
dos bens finais que utilizam os insumos produzidos pela cadeia produtiva e
considerar os planos de produção das empresas que comprarão seus
produtos.
Posição na
Por exemplo, algum produto alimentício. É necessário entender os
cadeia
mercados de embalagens e de possíveis substitutos. Além disso, entender
produtiva
onde o produto final está inserido. Quanto mais possíveis usos, ou mais
atrás o produto está na cadeia de consumo mais difícil é tornar esses
números reais e mais dados serão necessários. Outro exemplo é o do
produtor de PVC, que precisa entender o mercado de tubulações.

Além dos bens intermediários temos também os bens de capital ou bens


de produção. São os equipamentos, instalações, bens ou serviços
necessários para a produção de outros bens ou serviços. O bem de capital
não é diretamente incorporado no produto final. Indivíduos, organizações
e governos usam bens de capital na produção de outros bens ou
mercadorias.
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Tipo de
Descrição
Classificação
Um produto possui diferentes etapas em seu ciclo de vida. Pode ser um
produto em fase de adoção, expansão, maturidade, etc.

As explicações de cada fase do ciclo de vida encontram-se abaixo:

Fase da adoção  Quando não se sabe extremamente os usos do


Ciclo de vida produto.
do produto
Fase de expansão  Quando entra vários atores, aumento da escala de
produção. Momento de euforia do mercado.

Maturidade  Maioria dos produtos químicos estão nessa fase.


Demanda que cresce muito pouco. Concorrência mais acirrada. Entradas
são complicadas em mercados nessa etapa do ciclo de vida. O produto já
encontrou todos os seus clientes

Declínio  Procurar parcerias, vender tecnologia ou vender tudo mesmo e


pronto, ficar até o final para garantir os consumidores mais fiéis.

A identificação das fases é importante para que não identifiquemos de


forma errada. Crises econômicas ou políticas podem levar a gente a crer
que um produto está em fase de declínio quando, na ausência de crise,
normalmente estaria em fase madura.

A fase é externa a empresa produtora e é capaz de provocar mudanças


estratégicas da mesma.
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Canais de Comercialização
Até chegar no consumidor final, um produto passa por diferentes caminhos:

O atacadista é aquele agente de canal de comercialização que compra os produtos em grandes


quantidades e os revende igualmente por lotes aos comerciantes do varejo ou ao consumidor
diretamente. Lojas como o Makro são grandes atacadistas. Como compram em lotes acabam
conseguindo vender a unidade num preço mais barato que os varejistas, que fazem o exato
contrário: vendem em pequenas quantidades.

O produtor precisa de canais de comercialização para chegar ao consumidor. De outra forma,


ele não vende né. Muitas vezes as empresas criam canais de comercialização quando as já
existentes dificultam as vendas.

O estudo dos canais de comercialização deve ser feito para que se entenda o mercado.
Aspectos a serem considerados são:

 Práticas comerciais usuais


 Políticas de estoque adotadas (o controle de liberação do estoque para o mercado
pode mudar drasticamente o preço dos produtos)
 Porte e capacidade financeira dos agentes envolvidos
 Possibilidades de mudanças

Cenários Econômicos
Entender os cenários econômicos também é essencial para
correto estudo de mercado. Dependendo do meu produto, o
estudo de mercado deve ser feito em escala global mas as
vezes é um produto utilizado a nível mundial no qual um
recorte pode ser feito a nível de país para entender o
mercado nacional a fim de se decidir pela construção de
uma nova fábrica.
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Caracterização do Mercado Atual


Para caracterizar o mercado atual, diferentes grupos devem reunir para discutir informações
relevantes sobre o produto. Esses grupos são:

Grupo 1 - Identificação

Antes de investir em um determinado negócio, o investidor deve pensar, em primeiro lugar, na


necessidade social do produto. Faz parte do grupo de identificação coletar informações sobre:

1. Definição do produto
2. Uso do produto
3. Características técnicas
4. Componentes do produto
5. Tecnologia de fabricação
6. Apresentação do produto

Perguntas que podem ser feitas para se obter essas informações são:

 O que é o produto?
 Pra que serve o produto?
 Quem consome o produto?
 Como utilizar o produto?
 Quais as propriedades que tornam o produto desejável?
 Quais as propriedades que tornam o produto indesejável?
 Do que é feito o produto?
 Quais os coeficientes técnicos do processo produtivo e como eles vêm evoluindo?
 Quais as tecnologias disponíveis para fabricá-lo?
 Quais os detentores da tecnologia de produção escolhida?
 Como negociar a tecnologia de produção escolhida?
 Como apresentar o produto?

Grupo 2 - Análise da Relação entre Empresa e Consumidor

Grupos de informação para se pesquisar:

 Área geográfica alvo


 Consumo e Características socioeconômicas dos consumidores
 Comportamento do consumidor
 Canais de distribuição

Perguntas:

 Qual a região de pesquisa? Mercado externo? Mercosul? ...


 Quanto é consumido?
 Como é composto o consumo?
 Como evoluiu no passado o consumo?
 Qual o nível de escolaridade, idade, sexo, estrutura de família, posse de bens, nível de
renda, etc. dos consumidores?
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 Como o consumidor é sensível aos atributos do produto? São atributos do produto:


preço, qualidade, forma de apresentação, propaganda, confiabilidade de entrega,
crédito, garantias, políticas de manutenção e outros aspectos que constituem a
diferenciação entre produtos.
 Como distribuir os produtos?
 Quais os canais adequados de distribuição?
 Seria melhor usar atacadistas já estabelecidos ou montar sua própria rede de
distribuição?

Grupo 3 - Análise da concorrência

Grupos de informações a se pesquisar

 Nível de oferta dos concorrentes


 Tecnologia dos concorrentes
 Estrutura econômico-financeira dos concorrentes
 Recursos humanos dos concorrentes

Perguntas a se fazer:

 Qual a capacidade atual dos concorrentes?


 Têm planos de expansão?
 Qual seu nível de utilização da capacidade instalada*?
 Desenvolvem tecnologia própria?
 São eficientes, isto é, produzem a baixo custo?
 Seus produtos têm qualidade?
 São confiáveis quanto a prazos de entrega?
 São inovadores?
 Têm flexibilidade de produção, isto é, modificam seu mix de produtos com facilidade?
 Estão obtendo lucro?
 Quais suas margens?
 Estão endividados?
 Quais seus índices de liquidez, giro dos ativos e outros indicadores retirados dos
balanços patrimoniais e demonstrativo de resultados que permitem caracterizar a
estrutura econômico-financeira dos concorrentes?
 Qual o nível de satisfação dos empregados dos concorrentes?
 Há ocorrência de greves e paralisações?
 Investem os concorrentes em treinamento de pessoal?
 Possuem outros aspectos que permitam caracterizar a capacitação dos recursos
humanos dos concorrentes (por exemplo, publicações, patentes, etc.)?

*  Conceito que será apresentado posteriormente com mais detalhes


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Grupo 4 - Estrutura de mercado

Grupos de informações a se pesquisar:

 Fatias de mercado dos concorrentes


 Formas de Competição
 Preços praticados

Perguntas a se fazer:

 Qual o faturamento de cada concorrente?


 Como o mercado está segmentado?
 Há empresas líderes que ditam os procedimentos do mercado?
 É o mercado concorrencial (muitas empresas oferecem produtos similares)?
 A concorrência é interna ou externa (empresas estrangeiras)?
 É um mercado oligopolizado (poucas empresas)?
 Há formação de nichos de mercado (concorrência diferencial, por exemplo, via
qualidade)?
 Quais os preços FOB (Free on Board)*?
 Quais os preços CIF (Cost, Insurance and Freight)*?
 Qual a relevância dos custos de transporte na formação do preço final?
 Quais os impostos embutidos nos preços e como estes variam de acordo com a área
geográfica?

*  Conceito que será apresentado posteriormente com mais detalhes

Grupo 5 - Outras informações relevantes

Grupos de informações a se pesquisar:

 Substitubilidade do produto
 Fornecedores
 Governo

Perguntas a se fazer:

 Qual o grau de substitubilidade do produto?


 Quais os atuais substitutos e como ocorre a substituição?
 Quais os substitutos potenciais de longo prazo devido à evolução tecnológica?
 Há exclusividade nas relações entre produtor e fornecedor?
 São essas relações fortes?
 Operam integrados?
 Praticam políticas de just in time?
 Desenvolvem juntos novos produtos?
 O governo é normalizador e regulador ou cliente? Governo como normalizador e
regulador: normas, regulamentações e outros aspectos que possam afetar o mercado
(alíquotas de importação, cotas de importação). Governo como cliente: normas de
licitações, requisitos para cadastramento de empresas e exigências legais
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Concentração do Mercado
Calcular a concentração do mercado (livre concorrência, oligopólio, monopólio) é importante
ao se estudar o mercado e decidir-se por um investimento. Na IQ a maioria dos produtos é de
competição mundial com tendência a formação de oligopólio.

Existem dois tipos de índices que quantificam o grau de concentração da fabricação de


determinado produto:

Índices discretos Índices sumários


Baseados na participação de mercado de um Levam em conta todas as empresas do
número pequeno de empresas de maior mercado (mais conhecido: índice de
porte (CR4 e CR8 mais comuns) Herfindahl – somatório dos quadrados das
participações individuais de todas as
empresas do mercado)

Os índices discretos CR4 e CR8 se calculam da seguinte forma:


𝟒

𝑪𝑹𝟒𝒋 = ∑ 𝑺𝒊𝒋
𝒊=𝟏
𝟖

𝑪𝑹𝟖𝒋 = ∑ 𝑺𝒊𝒋
𝒊=𝟏

Onde:

 𝐶𝑅4𝑗  índice 𝐶𝑅4 de determinada indústria 𝑗. Pra gente vai ser interessante sempre
considerar que 𝑗 = 𝐼𝑛𝑑ú𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑄𝑢í𝑚𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝑄)
 𝐶𝑅4𝑗  índice 𝐶𝑅8 de determinada indústria 𝑗.
 𝑆𝑖𝑗  Participação percentual de uma empresa 𝑖 na capacidade instalada total do
mercado 𝑗. Entenda-se por capacidade instalada o quanto que uma empresa
consegue, no máximo, produzir por ano. Mais detalhes sobre esse número serão vistos
posteriormente
 𝐼𝑛𝑑í𝑐𝑒𝑠 4 𝑒 8  Respectivamente as 4 ou 8 empresas com maiores valores de 𝑆𝑖𝑗

EXEMPLO:

𝑆1,𝐼𝑄 = 40% 𝑆2,𝐼𝑄 = 30%


𝑆3,𝐼𝑄 = 10% 𝑆4,𝐼𝑄 = 10%
𝑆5,𝐼𝑄 = 2% 𝑆6,𝐼𝑄 = 2%
𝑆7,𝐼𝑄 = 2% 𝑆8,𝐼𝑄 = 2%
𝑆9,𝐼𝑄 = 2% 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 100%

Os índices serão:

𝐶𝑅4𝑗 = 𝑆1,𝐼𝑄 + 𝑆2,𝐼𝑄 + 𝑆3,𝐼𝑄 + 𝑆4,𝐼𝑄 𝐶𝑅8𝑗 = 𝑆1,𝐼𝑄 + 𝑆2,𝐼𝑄 + 𝑆3,𝐼𝑄 + 𝑆4,𝐼𝑄 + 𝑆5,𝐼𝑄
+ 𝑆6,𝐼𝑄 + 𝑆7,𝐼𝑄 + 𝑆8,𝐼𝑄
𝐶𝑅4𝑗 = 40% + 30% + 10% + 10% 𝐶𝑅8𝑗 = 40% + 30% + 10% + 10% + 2%
= 90% + 2% + 2% + 2% = 98%
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A interpretação do valor dos índices é dada abaixo:

Outra técnica usual para se medir concentração de mercado é o Índice de Herfindahl (HI),
adotado pela Divisão Anti-truste do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ). Para se chegar ao
resultado, são somados os quadrados da parcela de participação de cada empresa, levando-se
em conta todas as empresas presentes no cenário da indústria analisada, conforme ilustra a
expressão abaixo:
𝒏
𝟐
𝑯𝑰𝒋 = ∑(𝑺𝒊𝒋 )
𝒊=𝟏

Onde:

 𝑛  Número total de empresas 𝑖 participantes no mercado 𝑗

Para o mesmo exemplo anterior, o HI fica:


2
 𝐻𝐼𝐼𝑄 = ∑9𝑖=1(𝑆𝑖,𝐼𝑄 )
2 2 2 2 2 2 2
 𝐻𝐼𝐼𝑄 = (𝑆1,𝐼𝑄 ) + (𝑆2,𝐼𝑄 ) + (𝑆3,𝐼𝑄 ) + (𝑆4,𝐼𝑄 ) + (𝑆5,𝐼𝑄 ) + (𝑆6,𝐼𝑄 ) + (𝑆7,𝐼𝑄 ) +
2 2
(𝑆8,𝐼𝑄 ) + (𝑆9,𝐼𝑄 )
 𝐻𝐼𝐼𝑄 = (0,4)2 + (0,3)2 + (0,1)2 + (0,1)2 + (0,02)2 + (0,02)2 + (0,02)2 +
(0,02)2 + (0,02)2
 𝐻𝐼𝐼𝑄 = (0,16) + (0,09) + (0,01) + (0,01) + (0,0004) + (0,0004) + (0,0004) +
(0,0004) + (0,0004)
 𝐻𝐼𝐼𝑄 = 0,272

A interpretação desse índice é dada abaixo:


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O cálculo desses índices é uma função do tempo também. É possível evidenciar a evolução dos
mesmos ao longo dos anos para determinada indústria. Veja abaixo como o mercado de ácido
fosfórico na europa ocidental foi crescendo:

Projeção de Oferta
Agora iremos começar a falar das projeções de oferta e demanda, peças chaves num estudo de
mercado para se identificar um possível bom investimento.

Dois conceitos importantes em projeção de oferta são:

 Capacidade instalada  O limite da produção ou a capacidade máxima de produção


de uma fábrica. É a quantidade de unidades de produto que as máquinas e
equipamentos instalados são capazes de produzir.
 Grau (nível ou %) de utilização  É dado pela relação entre o volume efetivamente
produzido pela indústria (ou unidade industrial) e o que poderia ser produzido
(capacidade instalada).

OBS IMPORTANTÍSSIMO: Como geralmente os dados obteníveis de produção não são


exatamente os dados de produção e sim os dados de vendas, é possível acharmos grau de
utilização superior a 100% ou 1. Isso acontece quando de um período pro outro a empresa
estocou e vendeu. Logo a soma das vendas dos estoques + a venda do produzido pode
ultrapassar a capacidade instalada da empresa

Os cálculos de concentração feitos anteriormente podem ser feitos usando a Capacidade


Instalada. Afinal, essas percentagens de participação no mercado vieram de algum lugar. A
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empresa 𝑆1,𝐼𝑄 que tem 40% de participação no mercado, por exemplo, poderia ter CI de 4000
toneladas/ano enquanto a soma de todas as capacidades instaladas de todas as empresas é
10.000 t/a. A divisão daria 40%

A previsão de oferta nada mais é do que a análise da capacidade instalada do mercado em


análise. A existência de capacidade ociosa (% de utilização menor que 1) pode ser causada por
escassez de matérias-primas ou queda na demanda, eventualmente ligada a um período de
recessão econômica; mas pode também estar associada a manobras monopolistas, que visem
criar uma escassez artificial do produto e assim forçar um aumento de preços

A análise de oferta pode ser feita de duas formas diferentes. Podemos

Forma de Analisar Setores onde usamos essa forma


Projeção com base no crescimento passado Sem economia de escala
(oferta acompanha demanda) Pouco intensivos em capital
Presença de barreiras à entrada
Análise de projetos já aprovados, intenções Economia de escala
de investir. Intensivos em capital
Mercado concentrado
Presença de barreiras à entrada

Projeção de Demanda
O objetivo da previsão de demanda analisar como será a evolução do consumo ao longo de
certo período de tempo. A principal forma de analisar a demanda é a interpretação do
consumo aparente (CA), cuja fórmula é:

Onde:
 𝑃  Produção
𝐶𝐴 = 𝑃 + 𝐼 − 𝐸
 𝐼 Importação
 𝐸  Exportação
Para entender o CA é necessário mapear quais fatores influenciam seu crescimento ou queda.
Tal mapeamento exige uma análise estrutural da indústria, do(s) mercado(s), do(s)
segmento(s) em que o produto atua. A esses fatores vamos dar o nome de variáveis. O
conhecimento das variáveis nos leva à adequadas projeções.

Exemplos de variáveis:

 Taxas de crescimento dos mercados a jusante


 PIB/ Economia
 Presença ou não de produtos substitutos (podem impactar a elasticidade produto x
renda)/ custo de mudança
 Impacto dos preços no consumo (elasticidade-preço)
 Aumento e/ou redução da renda do mercado consumidor
 Aspectos ambientais ou legais
 Políticas de incentivo ao consumo podem acelerar as taxas de crescimento do produto
 Posição do produto na curva de ciclo de vida
 Entrada em novos mercados (regiões/países)
 Novos usos e aplicações
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Métodos Qualitativos

Existem métodos qualitativos e quantitativos de se analisar a demanda. Vamos começar pelos


qualitativos. Importante frisar que mesmo os métodos qualitativos usam números, porém a
sua interpretação é mais subjetiva.

Os métodos qualitativos privilegiam principalmente dados subjetivos, os quais são difíceis de


representar numericamente. Estão baseadas na opinião e no julgamento das pessoas
envolvidas, especialistas nos mercados onde atuam estes produtos.

Situações onde os métodos qualitativos são bem vindos:

 Sem tempo irmão  Por serem técnicas mais rápidas, , são empregadas quando não
se dispõe de tempo para coleta e análise de dados da demanda passada
 Introdução de um produto novo  Ausência de dados passados a se considerar
 Instabilidade político-econômica  Dados passados muito obsoletos

As técnicas/métodos que veremos são:

Método Informações
Trata-se de uma consulta, sem interação direta, de especialistas. A
interação direta poderia causar o que chamamos de viés. Outro nome
pra isso são lábia e retórica: quem tiver mais, tem mais chances de
influenciar o resultado do grupo.

A técnica por não ser direto parte da premissa que o julgamento


coletivo bem organizado apresenta melhores resultados que os
Técnica Delphi individuais

São feitas rodadas onde as respostas são avaliadas. Concordâncias e


discordâncias são analisadas. O processo se reinicia até que haja
relativa convergência. Geralmente 3 rodadas é o suficiente.

É uma técnica muito utilizada para inovações tecnológicas e quebras


de paradigma
O painel de especialistas é parecido com a técnica anterior.
Especialistas são consultados de forma direta. A interação direta
Painel de
entre eles pode levar a formação do viés.
Especialistas
A vantagem é ser mais barato e rápido que a Técnica Delphi
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Método Informações
Consiste em construir cenários hipotéticos e pensar em como a
demanda iria se comportar nesses cenários. É uma técnica
interessante quando a quantidade de variáveis a serem analisadas é
grande. Muitas variáveis levam à difícil previsão de demanda.

Por tratar de muitas variáveis, seu resultado é uma função de quais


você escolhe para influenciar cada cenário. Essas escolhas podem
Análise de Cenários
levar a dramatização de situações. Geralmente os cenários apenas
descritivos são de pouca utilização, demandando também
quantificações/ probabilidades.

É uma técnica barata, porém perigosa. Pequenas variações nas


variáveis podem acarretar em grandes mudanças na previsão dos
cenários.
Essa é a técnica mais interessante para lançamento de novos
produtos, uma vez que a ideia é comparar os mesmos ao sucesso de
produtos similares cujos dados já são conhecidos (um sorvete de limão
siciliano usando dados da demanda de picolé de limão siciliano talvez?). Por se tratar de
uma analogia histórica, requer que exista um mercado de produto
similar já bem estabelecido para ser analisado.
Analogia Histórica
A identificação desse produto/mercado similar pode ser difícil.
Características similares como funcionalidades dos produtos, classe
de consumidores, demanda histórica, concorrentes, etc. devem ser
identificadas para se estimar a demanda do produto novo.

Técnica de custo relativamente baixo e rápida


Parece um pouco com cenários, pra ser sincero. Cria-se uma matriz
ou um mapa de eventos e analisa-se o possível impacto de
determinado evento sobre os seguintes.

Essa técnica só faz sentido quando a probabilidade desses eventos é


Análise de Impacto
levada em consideração. E para se pensar nesses eventos antes de
Cruzado
calcular a interdependência deles, outras técnicas qualitativas
devem ser utilizadas.

Por esse motivo, a análise de impacto cruzado tem custo elevado e é


mais caro quanto mais complexo for o cenário.
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Métodos Quantitativos

A evolução do CA, nos métodos quantitativos, é feito de forma matemática. Modelos


numéricos, não subjetivos, são usados para prever demandas futuras. Esses modelos são
ajustados a partir da série histórica conhecida.

A começar pelo critério de taxas, temos duas fórmulas:

Critério da taxa aritmética Critério da taxa geométrica


𝑛
𝑄𝑛 = 𝑄𝑜 ∙ (1 + 𝑖𝑎 ∙ 𝑛) 𝑄𝑛 = 𝑄𝑜 ∙ (1 + 𝑖𝑔 )

Onde:

 𝑄𝑛  último valor observado


 𝑄𝑜  Primeiro valor observado
 𝑛  Número de períodos da série (não é o número de dados)
 𝑖𝑎  Taxa aritmética
 𝑖𝑔  Taxa geométrica

Se quisermos isolar as taxas pra fazer contas, fica assim:

Taxa aritmética Taxa geométrica


1
1 𝑄𝑛 𝑄𝑛 𝑛
𝑖𝑎 = ∙ ( − 1) 𝑖𝑔 = ( ) − 1
𝑛 𝑄𝑜 𝑄𝑜

Vamos ver um exercício. Dada a tabela:

Ano CA Taxa Aritmética Taxa Geométrica


2011 768
2012 930
2013 905
2014 1171
2015 1118
2016 1173
2017 1475
2018 -
2019 -
2020 -
2021 -
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Com os valores de 2017 como 𝑄𝑛 e de 2011 como 𝑄𝑜 . Sendo 𝑛 = 6 o número de anos,


conseguimos achar os valores de 𝑖𝑎 e 𝑖𝑔

Taxa Aritmética Taxa Geométrica


Ano CA
0,153 0,115
2011 768
2012 930
2013 905
2014 1171
2015 1118
2016 1173
2017 1475
2018 -
2019 -
2020 -
2021 -

Agora falta preencher os dados da tabela com as fórmulas montadas pra cada projeção:

𝑄𝑛 = 𝑄𝑜 ∙ (1 + 0,153 ∙ 𝑛) 𝑄𝑛 = 𝑄𝑜 ∙ (1 + 0,115)𝑛

Lembre-se que para o ano de 2011, 𝑛 = 0 pois nenhum período se passou. A tabela usando as
fórmulas montadas acima fica:

Taxa Aritmética Taxa Geométrica


Ano CA
0,153 0,115
2011 768 768 768
2012 930 886 856
2013 905 1004 955
2014 1171 1122 1064
2015 1118 1239 1187
2016 1173 1357 1323
2017 1475 1475 1475
2018 - 1593 1644
2019 - 1711 1833
2020 - 1829 2044
2021 - 1946 2279

Plotando os três gráficos, temos:


[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Projeção de CA vs CA conhecido
2500

2000

1500
CA

CA
1000 Taxa Aritmética
Taxa Geométrica
500

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano

Podemos ainda pegar só os pontos desconhecidos calculados na projeção e fazer uma curva de
CA Aritmético e CA Geométrico. No caso, os dados até 2017 serão idênticos, mudando
somente de 2018 em diante. A tabela e o gráfico ficarão:

CA Aritmético CA Geométrico
Ano
0,153 0,115
2011 768 768
2012 930 930
2013 905 905
2014 1171 1171
2015 1118 1118
2016 1173 1173
2017 1475 1475
2018 1593 1644
2019 1711 1833
2020 1829 2044
2021 1946 2279
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Projeção de CA
2500

2000

1500
CA

CA Aritmético
1000
CA Geométrico
500

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano

Ok, terminamos por aqui com critério de taxas, vamos falar de extrapolação de tendências.
Esse método consiste em ajustar a série conhecida à um tipo de função. Linhas de tendências
são construídas para se obter os parâmetros de cada tipo de função. Seja 𝑄𝑡 = 𝑓(𝑡) o nível de
consumo na época 𝑡, as funções mais utilizadas são:

Função Equação
Linear 𝑄𝑡 = 𝑎 + 𝑏𝑡
Potência 𝑄𝑡 = 𝑄0 ∙ (1 + 𝑏)𝑡
Exponencial 𝑄𝑡 = 𝑄0 ∙ 𝑒 𝑏𝑡
(𝑎+𝑏)
Curva S 𝑄𝑡 = 𝑒 𝑡

Esse método tem como vantagem ser bem simples, e como desvantagem não ter uma variável
explicativa de conteúdo econômico sendo considerada. A única consideração é que o passado
determina o futuro.

Vamos exercitar usando os mesmos dados mas para extrapolação linear e exponencial
somente. Na real são os mais importantes. Sendo a tabela:

Ano CA Extrapolação Linear Extrapolação Exponencial


2011 768
2012 930
2013 905
2014 1171
2015 1118
2016 1173
2017 1475
2018 -
2019 -
2020 -
2021 -

O gráfico dos dados conhecidos seguido de uma linha de tendência linear dá:
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

CA
1600
1400
1200
1000
CA

800
CA
600
400 Linear (CA)
200 y = 100,71x - 201761
0 R² = 0,8744
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano

Como 𝑦 = 100,71𝑥 − 201761, nesse modelo, temos a equação:

𝑄𝑡 = 𝑏𝑡 + 𝑎
𝑄𝑡 = (100,71) ∙ 𝑡 − (201761)

Quando essa equação é plotada do lado dos valores conhecidos, temos:

Ano CA Extrapolação Linear


2011 768 775
2012 930 876
2013 905 976
2014 1171 1077
2015 1118 1178
2016 1173 1279
2017 1475 1379
2018 - 1480
2019 - 1581
2020 - 1681
2021 - 1782
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

CA
2000

1500
CA

1000
CA

500 Extrapolação Linear

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano

Novamente, podemos inserir nos valores da extrapolação os valores que já conhecemos e usar
dela só os números que não conhecemos:

Ano CA Extrapolação Linear


2011 768 768
2012 930 930
2013 905 905
2014 1171 1171
2015 1118 1118
2016 1173 1173
2017 1475 1475
2018 - 1480
2019 - 1581
2020 - 1681
2021 - 1782

CA
2000

1500
CA

1000
CA

500 Extrapolação Linear

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Vamos fazer a mesma brincadeira agora com o exponencial. A linha de tendência com os CA
conhecidos fica:

CA
1600
1400
1200
1000
CA

800
CA
600
400 Exponencial (CA)
200 y = 6E-80e0,0941x
0 R² = 0,8909
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano

Logo a equação fica:

𝑄𝑡 = 𝑄0 ∙ 𝑒 𝑏𝑡

𝑄𝑡 = (6𝐸 − 80) ∙ 𝑒 (0,0941)∙𝑡

Quando essa equação é plotada do lado dos valores conhecidos, temos:

Ano CA Extrapolação Exponencial


2011 768 796
2012 930 875
2013 905 961
2014 1171 1056
2015 1118 1160
2016 1173 1275
2017 1475 1400
2018 - 1538
2019 - 1690
2020 - 1857
2021 - 2040
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

CA
2500

2000

1500
CA

1000 CA
Extrapolação Exponencial
500

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano

Novamente, podemos inserir nos valores da extrapolação os valores que já conhecemos e usar
dela só os números que não conhecemos:

Ano CA Extrapolação Exponencial


2011 768 768
2012 930 930
2013 905 905
2014 1171 1171
2015 1118 1118
2016 1173 1173
2017 1475 1475
2018 - 1538
2019 - 1690
2020 - 1857
2021 - 2040

CA
2500

2000

1500
CA

1000 CA
Extrapolação Exponencial
500

0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Em todas as linhas de tendência acima tem um treco


chamado R². Este é o coeficiente de determinação
que mostra o quão bem a linha de tendência ajusta
os valores conhecidos. É normal as vezes não termos
informações em quantidade o suficiente pra gerar um
R² alto. Quanto mais próximo de 1, melhor é o ajuste.

Por vezes, inclusive, pode ser interessante eliminar


valores conhecidos muito distantes da linha de
tendência para melhorar o R².

Deve ficar claro, entretanto que a interpretação não


pode ser literal: uma regressão entre duas variáveis
quaisquer pode apresentar um coeficiente de
determinação elevado, mas isso não significa que
haja, necessariamente, uma relação causal entre as
mesmas.

Por fim, vamos falar dos Métodos Econométricos. Esse método consiste em 3 etapas:

 Busca de variáveis explicativas da evolução passada (variáveis independentes)


 Estabelecimento de um modelo explicativo (as variáveis são correlacionadas com o
consumo histórico para obter o modelo matemático)
 Estabelecimento das projeções da variável

Variáveis independentes mais utilizadas:

 Tempo (cai na extrapolação de tendências)


 PIB (mais utilizado para produtos industriais)
 População
 Tipo de produto (industrial / agrícola)
 Natureza do bem (consumo perecível, durável, produto intermediário, bens de capital)

O modelo matemático pode envolver apenas uma variável explicativa ou mais de uma.
Exemplo:

𝑄𝑡 = 𝑎0 − 𝑎1 𝑝 − 𝑎2 𝑟

Onde:

 𝑎0 , 𝑎1 , 𝑎2  Constantes a serem ajustadas por mínimos quadrados


 𝑝  Variável independente “preço do bem”
 𝑟  Variável independente “renda do consumidor”

Outro exemplo interessante:


[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

 Valores de PIB brasileiro ajustam bem linearmente com o tempo


 Faz-se projeção linear do PIB em relação aos anos para se obter valores de PIB para
anos que não chegaram
 Analisa-se a relação do CA com o PIB e percebe-se que os CA’s conhecidos ajustam
bem linearmente com valores de PIB conhecidos (Linha de tendência linear com CA
como eixo Y e PIB como eixo X)
 Faz-se projeção linear do CA em relação ao PIB para se obter os CA’s desconhecidos
em relação aos PIB’s anteriormente desconhecidos porém projetados linearmente
também
 Plota-se CA em relação ao tempo e não em relação ao PIB. Como em relação ao PIB a
projeção é linear, a mudança do eixo pode mostrar um CA com cara de exponencial
em relação ao tempo. No entanto a projeção usou não o tempo como variável
independente e sim o PIB.

O exemplo acima é interessante porque podemos estimar que o PIB vai evoluir de forma
otimista, pessimista ou realista dependendo de como fizermos a projeção. A forma que
projetamos o PIB no ano, altera a relação do CA com o PIB

Breve entendimento dos resultados anteriores


É comum plotarmos 6 gráficos um do lado do outro: CA Otimista, CA Pessimista, CA Realista,
Projeção Linear, Projeção Exponencial e Capacidade Instalada ao longo dos anos:

Lembre-se que a capacidade instalada é a representação da previsão de oferta e as projeções


diferentes de CA são diferentes cenários de projeção de demanda. Veja que no gráfico
exemplo acima, a partir de aproximadamente 2011, a capacidade instalada fica abaixo de
todas as curvas de CA.

Se CI está sempre abaixo do CA previsto pelos diferentes métodos, é possível fazer a leitura
de que há uma oportunidade de investimento. Se vale a pena meeeesmo investir, só será
possível dizer realizando o estudo de viabilidade econômica (matéria da P2). Mas já temos
um bom indício que vale o investimento, uma vez que há falta de oferta e sobra de
demanda.
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Formação de preços
A projeção dos preços dos produtos é mais difícil de fazer do que a projeção da demanda. Isso
acontece porque preços se formam essencialmente de três formas:

 Pelos custos  Custos de produção e transporte determinam preço base e margem de


lucro
 Pelo mercado  Presença e pressão dos concorrentes ajuda a determinar o preço
 Pelo valor percebido  O quanto o cliente acha que um produto vale determina o
quanto ele vale. É costume brasileiro aceitar pagar mais caro pelas coisas

Usando uma ou mais dessas considerações, estratégias diferentes de precificação podem ser
adotadas, à saber (Kotler 1980):

Método Conceitos, características e limitações

Método de simples acréscimo de margem padrão ao custo do produto para formar o preço
de venda.

Popular porque os vendedores têm mais certeza dos custos do que da demanda, o cálculo é
Markup simples quando os custos se alteram, quando todas as empresas usam o método, os preços
(Cost plus) tendem a ser similares.

Os preços são mais altos em itens de especialidade. Notando-se uma enorme influência de
itens de custo e despesas que não existem nas commodities, como: Custos de P&D,
Despesas de Marketing, Despesas de Distribuição, assistência técnica.

As percepções de valor dos compradores, não custos, são fatores-chave para determinar
preço.

A chave para o uso de valor percebido é determinar corretamente através da pesquisa de


marketing a percepção do mercado em relação ao valor da oferta.
Preço de
É fundamental o pensamento do posicionamento do produto.
Valor
Percebido Medir o valor percebido de cada um dos benefícios do produto: (precificação pelos
componentes de valor) durabilidade, confiabilidade, serviço superior, garantia em peças,
entre outros.

Deve-se mostrar ao consumidor porque o produto é mais caro, ou seja, o valor que a oferta
de fato representa.

A fixação de um preço baixo em relação à alta qualidade do produto quando comparado ao


Preço de seu concorrente.
Valor Não é a simples redução do preço, mas sim um esforço de redução dos custos sem perder a
qualidade.
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A empresa baseia seu preço em função dos preços cobrados pelos concorrentes, dedicando
Preço de
menor atenção aos custos ou à demanda.
Seguidor do
Concorrente É a estratégia usada para os commodities e pseudocommodities devido à intensa
competição internacional. A margem de lucro desses produtos está dentro da redução de
(price taker)
custos visto que o preço é dado.

A fixação do preço é fortemente orientada para a concorrência.


Preço de Maior o preço, menor serão as chances da empresa de vencer a licitação, sendo possível o
Licitação cálculo do lucro esperado de cada alternativa de preço com as respectivas probabilidades
de vitória.

Compreender os ciclos de formação de preço é extremamente complicado pois existem


diferentes efeitos ocorrendo ao mesmo tempo no mercado que alteram os preços. Podemos
citar a instabilidade nos preços do petróleo, por exemplo, influenciáveis pelos fatores:

 Futuros investimentos – “nova oferta”


 Presença de produtos substitutos
 Balanço oferta e demanda
 Taxas de ocupação
 Custos desembolsados– determinação dos players que permanecerão no jogo
 Curva de experiência
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

 Aumento da capacidade produtiva (novas plantas)


 Inovação tecnológica
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Tipos de Mercado Internacional na IQ


Internacionalmente, os preços podem ser dado dependendo do tipo de mercado o produto
está inserido. Existem dois tipos de mercado. O primeiro é o Mercado de Contrato, que
essencialmente é o mercado onde o produto é fornecido, segundo contrato, regularmente em
grandes quantidades, de forma que o preço é associado a uma fórmula com base nos preços
dos insumos e/ou rentabilidade mínima da indústria.

O Mercado Spot é o segundo, que trata-se do mercado imediato, de venda de excedente de


capacidade. Por ser uma venda de excedente, é mais volátil, com preços mais flutuantes. O
Mercado Spot compensa uma demanda extra. Os preços Spot podem influenciar no preço de
contrato.

Chegando mais perto da 3ª geração da cadeia produtiva, é mais fácil do mercado de Spot ser
necessário

Preço FOB e CIF


Entender a evolução desses preços é fundamental para o estudo de preços em mercados com
competição internacional

 FOB (Free on Board)  Representa o valor do bem no porto de origem. O preço pelo
qual o exportador compromete-se a colocar a mercadoria em condições de ser
embarcada
 CIF (Cost, Insurance and Freight)  Preço em que a mercadoria é posta no porto de
destino

Estão incluídos no preço FOB o valor da mercadoria, da embalagem, do frete interno, do


seguro interno etc. Já no CIF, estão incluídos o valor FOB mais o valor do frete internacional,
do seguro internacional etc.
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

𝐶𝐼𝐹 = 𝐹𝑂𝐵 + 𝑓𝑟𝑒𝑡𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 + 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑜

Exemplo:

O AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) é uma taxa que visa
valorizar o transporte marítimo de bandeira nacional e que se destina à União para apoio ao
desenvolvimento da indústria da construção naval e outras atividades da Marinha Mercante
do Brasil. O valor é cobrado de empresas de navegação que usam os portos brasileiros. O
adicional é pago na entrada do porto de descarga.

Ciclos na IQ
As vendas da IQ são cíclicas. Em alguns anos há alta, em outro, há baixa. Diferentes eventos
podem ocorrer para afetar o ciclo. O ciclo, e os eventos, influenciam fortemente no preço dos
produtos:
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]

Podemos ver então que fatores exógenos (evolução da demanda; situação econômica geral e
processos de mudança tecnológica) e fatores endógenos (variações da oferta e efeito
substituição) funcionam de forças motrizes para afetar a ciclicidade.

A variação de preços decorrente dos ciclos não afeta igualmente todos os produtores de um
mesmo produto pois eles podem possuir diferentes estruturas de custo

Dumping
Trata-se da imposição de sanções legais para defender os interesses das empresas
prejudicadas. Considera-se que a prática desleal do dumping ocorre quando uma empresa
exporta um produto a preço inferior àquele que pratica para o produto similar nas vendas
para o mercado interno. Ao fazer isso, as empresas do ramo do país que importou são
prejudicadas com a concorrência desleal.

O dano à indústria local é difícil de ser provado, pois é preciso provar que a importação causou
baixa de preços ou redução de rentabilidade, as quais não teriam ocorrido com importações a
preço de mercado (relações causais).

Por regra geral, a exportação a preços inferiores aos praticados no mercado, devido a natureza
capital-intensiva da indústria e a conveniência de operação de unidades contínuas a plena
capacidade é economicamente atrativa.

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