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Breve Histórico
Eram Características da antiga indústria química (metade do século XX pra trás)
O cenário passa a mudar quando a Alemanha começa a realizar pesquisas com ênfase em
aplicação e quando ela começa a gerenciar fábricas e investir em infraestrutura social para
essas mudanças. Por esse motivo a Alemanha deteve + de 70% desse mercado no início do
século XX
Indústria de corantes
Indústria de farmacêuticos
Indústria de borracha sintética
Hoje em dia as indústrias químicas são cada vez mais essenciais, participando e muito na
produção de muitos produtos. Veja a tabela.
Seja o produto da IQ o produto final ou não,
diversos produtos finais comercializados se
utilizam de produtos da IQ.
Os ativos representam o destino dos recursos da empresa, isto é, as aplicações desses recursos. Os ativos de
uma empresa são a soma de seus bens e seus direitos. Entende-se por Bens tudo que possa ser avaliado
economicamente (valor expresso em moeda), que satisfaça alguma necessidade da empresa e sobre a qual a
empresa detenha a posse (esteja em seu poder) e o domínio (seja o dono). Os bens podem ser tangíveis (têm
existência física, como imóveis, máquinas, etc) ou intangíveis (não têm existência física, como patente, marca,
etc). Entende-se por direitos os bens de propriedade da empresa que se encontram em poder de terceiros
(dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, pagamentos a receber, etc.)
Ainda muito centrada no petróleo, mas com constante busca por fontes renováveis
(final do século XX e início do XIX essa característica começou a se tornar mais
acentuada)
Muitos produtos com diversos usos
Formulação científica e pesquisa para desenvolver cada vez mais produtos cada vez
mais eficientes (Elevados gastos com P&D. Os gastos com P&D tendem a cair em
época de crise. Curiosamente, o Japão é um país que não tem esse costume)
Indústria de Capital Intensivo Elevados e contínuos investimentos são feitos
A atual IQ também se caracteriza muito por outros custos: os custos com as legislações. Leis
mais rígidas sobre...
...levaram ao aumento dos custos por parte da IQ para se manter correta perante a legislação.
Um gráfico muito interessante encontra-se abaixo:
Em verde, o custo por empregado ao longo dos anos. Com o aumento dos custos
trabalhistas, é possível ver essa curva crescer. Cresce também a curva azul, que é a curva de
custo da mão de obra. No entanto, vemos a curva vermelha, que é a curva do número de
empregados, decrescer com o tempo. Se compararmos os custos de mão de obra da IQ e da
manufatura, ambos cresceram com os anos de forma praticamente idêntica.
É uma tendência o consumo de energia cair na indústria química. Não só para evitar gastos,
mas também por causa dos crescentes investimentos em EE e da crescente preocupação
ambiental. Certamente essa tendência é mais fácil de ver em países com IQ's mais fortes. Com
o aumento da EE, vem a diminuição da IE. Em relação às outras indústrias, a EE da IQ cresceu
muito mais ao longo dos anos.
Quanto a preocupação ambiental, isso é algo recente. O mesmo vale pra diminuição no gasto
de energia: Países com IQs mais fortes são capazes de melhor manter suas agendas
ambientais. A união europeia, por exemplo, reduziu sua emissão de gases do efeito estufa em
61% entre 1990 e 2016. Além disso, hoje em dia usa uma grande variedade de matérias
primas renováveis, das quais cerca de 40% são açúcar e óleos vegetais.
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Estatísticas da IQ
Legenda
Resto Asiático Ásia menos China, Índia, Japão e Coreia do Sul
Resto Europeu Europa menos Suíça, Noruega, Turquia, Rússia e Ucrânia
* Valor estagnado no intervalo de tempo proposto
** Valor reduzido no intervalo de tempo proposto
Negrito e Vermelho Brasil ou bloco em que o Brasil esteja incluso
1. China
2. União Europeia
Países que mais 3. USA
venderam 4. Japão
produtos 5. Coreia do Sul
químicos em 6. India
2017 7. Taiwan
8. Brasil
9. Russia
10. Indonesia
Blocos que mais 1. China
cresceram suas 2. Resto Asiático
vendas em 3. India
produtos 4. Coreia do Sul*
químicos de 2007 5. Japão**
à 2017 6. NAFTA**
7. União Europeia**
1. China
2. Coreia do Sul
Crescimento da
3. Rússia
produção de
4. Índia
produtos
5. Brasil
químicos 2007-
6. União Europeia**
2017
7. Japão**
8. México**
9. EUA**
Projeção de
crescimento nas
1. China
percentagens de
2. América Latina
participação das
3. NAFTA**
vendas de
4. Resto Europeu**
produtos
5. Japão**
químicos 2017-
6. Resto Asiático**
2030
1. DowDuPont
2. BASF
3. Sinopec
As 10 maiores
4. SABIC
empresas
5. Mitsubishi Chemical Holdings
químicas do
6. LyondellBasell
mundo (2017)
7. INEOS
8. ExxonMobil Chemical
9. Air Liquide
10. LG Chem
1. China
Países ou blocos 2. Resto Asiático
com maiores 3. NAFTA
evoluções em 4. Coreia do Sul
investimentos na 5. América Latina
IQ em 2017 6. Resto Europeu
7. India
8. Japão**
1. China
Países ou blocos
2. USA
com maiores
3. União Europeia
evoluções em
4. India
gastos com P&D
5. Japão
na IQ entre 2007
6. Coreia do Sul
e 2017
7. Suiça
8. Brasil
1. China
2. Estados Unidos
3. Japão
4. Alemanha
5. Coreia
Faturamento
6. Índia
líquido da
7. França
indústria química
8. Brasil
mundial em 2016
9. Irlanda
10. Reino Unido
11. Suiça
12. Itália
13. Taiwan
1. Produtos Químicos de uso industrial
Faturamento 2. Produtos farmacêuticos
líquido da 3. Higiene pessoal, perfumes e cosméticos
indústria química 4. Fertilizantes
brasileira por 5. Defensivos agrícolas
segmento em 6. Produtos de limpeza e afins
2017 7. Tintas, esmaltes e vernizes
8. Fibras artificiais e sintéticas
Evolução do 1. Produtos Químicos de uso industrial
Faturamento 2. Produtos farmacêuticos
líquido da 3. Fertilizantes
indústria química 4. Higiene pessoal, perfumes e cosméticos
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Desenvolvimento da IQ Brasileira
O PADIQ (Programa de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química) é um programa
com financiamento do BNDS que tem 6 linhas temáticas:
Aditivos para alimentação animal
Materiais compósitos e fibras de carbono
Aditivos químicos para exploração e produção de petróleo
Derivados de Silício
Químicos a partir de fontes renováveis (excluindo biocombustíveis)
Insumos Químicos para Higiene Pessoal, perfumaria e Cosméticos (HPPC)
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
A maior parte das propostas válidas do PADIQ contempla a linha de químicos (66% dos planos).
Obstáculos do desenvolvimento da IQ brasileira e fatores indutores de novos investimentos
são:
A visibilidade da IQ
Visibilidade é uma coisa importante. Quanto melhor for a imagem da IQ, mais ela conseguirá
vender seus produtos. A percepção negativa da indústria química é clássica. Alguns motivos
para isso são:
1. Química do Carvão
2. Petroquímica
3. Química Especializada e Globalizada
Urbanização
Evelhecimento da população
Mudanças Tecnológicas
Globalização
Os dois primeiros são mais concretos, enquanto os dois últimos dependem dos cenários da
economia global.
Tipologia Tradicional
Baseia-se na sua posição na cadeia produtiva
Produtos Básicos São os “building blocks” que dão origem aos produtos
intermediários e finais; Exemplos: eteno, propeno, butadieno, benzeno, orto e
paraxilenos, metanol, etc.;
Produtos Intermediários São produtos a serem ainda transformados quimicamente
antes de serem entregues para outros elos da cadeia produtiva ampliada; Exemplos:
etilbenzeno, octanol, anidrido ftálico, óxido de eteno, cumeno, DCE/MVC, etc.;
Produtos Finais São produtos entregues ao mercado transformador que fabrica os
produtos para consumo dos clientes finais; Exemplos: polietilenos, polipropileno,
nylon, acrilatos, PET, etc.;
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Tipologia Kline
Baseia-se na forma de comercialização dos produtos, em particular a forma como os produtos
são especificados pelos compradores. Os produtos químicos podem ser especificados pelos
compradores segundo duas dimensões: a composição química e o desempenho
Commodities Pseudoommodities
Especificações padronizadas com base na
Especificações por desempenho
composição química
Diferenciados
Homogêneos
Larga escala
Larga escala
Preço baixo
Preço baixo
Exemplo: Resinas termoplásticas
Exemplo: Eteno
Química Fina Especialidades
Especificações pela composição química; Especificações por desempenho;
Homogêneos Diferenciados;
Pequena Escala Pequenas Quantidades;
Preços altos Preços altos
Exemplo: Fármacos Exemplo: Catalisadores
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Metodologia de Análise de
Projetos
É AQUI que a matéria começa. Nosso objetivo é analisar um projeto e decidir pelo
investimento nele ou não. O processo decisório deve contar com um conjunto de informações
internas e/ou externas à empresa, que são processadas a fim de decidir: eai, vai investir ou
não? Perguntas que devem ser feitas nesse processo são:
O que produzir?
Do que produzir?
Como produzir?
Quanto produzir?
Onde produzir?
Devemos sempre lembrar que os recursos da economia são considerados escassos, logo a
empresa deve analisar a viabilidade econômica da produção, bem como o custo-benefício e
impacto social da mesma. O projeto é parte integrante do processo decisório, desde a ideia de
investir até sua implantação
Projetos e Gastos
Qualquer projeto, em seu início, possui poucas informações, todas não refinadas. Logo, a
confiabilidade desse projeto é baixa. Deve-se investir em estudo para refinar e melhorar o
projeto. A tendência pode até ser essa, porém, para se aumentar a confiabilidade, deve-se
necessariamente aumentar-se os gastos:
O gráfico acima mostra como um projeto nunca pode ter 100% de confiabilidade, porém
quanto mais confiável ele for, mais cara será o processo de busca, coleta e processamento das
informações. Já o gráfico de gasto por risco, mostra que existe um gasto inicial (custo fixo). Dai
em diante, quanto mais arriscado for um projeto, mais caro ele é.
Agrícola
Industrial
De serviços
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Classificação Exemplo
Implantação Implantar uma planta ou tecnologia em um
processo
Expansão Aumento do tamanho de uma planta
Realocação Realocar empresa, planta e/ou serviços. Pra
IQ realocar uma planta é beeeeem difícil
Diversificação Criação de um novo produto
Cada projeto é um caso e cada caso é diferente (filosofei). Mas, em se tratando de projetos
industriais, existem alguns aspectos ditos estruturais que precisam ser considerados sempre.
Aspectos diferentes de um projeto são feitos por grupos diferentes, cujos agentes possuem
especialidades específicas pra cada aspecto. Os resultados são apresentados ao CEO
(tomador de decisões da empresa) que verá tudo e decidirá ou não pelo investimento
Aspectos Descrição
Econômicos Mercado, localização, escala
Técnicos Processos, engenharia, arranjo físico
Financeiros Composição do capital, financiamento
Estrutura organizacional, treinamento de
Administrativos
pessoal
Contratos, seguros, impostos, forma
Jurídicos e Legais
societária
Metodologia de elaboração dos
Contábeis
cronogramas financeiros e das projeções
Ambientais -
Projetos podem ser feitos para serem
guardados e aplicados somente quando
determinada política pública se tornar
viável.
Político-estratégicos
Estratégias governamentais que visem à
redução da dependência das importações, o
desenvolvimento de cadeias produtivas
locais: políticas industriais.
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Fase Descrição
Identificação de oportunidades de investimento (Estudos de oportunidades)
Estudos de pré-viabilidade
Pré-
Estudos de viabilidade
Investimento
Estudos de Apoio
Relatório de aprovação
Negociações e contratação
Projeto de engenharia
Construção
Investimento
Organização gerencial e marketing pré-operacional
Treinamento
Pré-Operação
Expansão
Inovações
Operacional Melhoria da eficiência operacional
Desengargalamento
Partida
Cada fase/etapa conta então com uma série de estudos que devem ser feitas. Dessas, uma
atenção especial deve ser dada para a fase de pré-investimento.
Essa fase é dividida em estágios que evita com que pulemos direto da ideia abstrata para o
estudo final de viabilidade. Fazer isso pode nos levar a não pensar em possíveis alternativas
e, por consequência, pode nos levar a soluções distorcidas
Estudo de Oportunidade
Nesse estágio a ideia conceitual começa a se transformar em uma proposta de investimento
Baixos custos
Ponta-pé para seleção de projetos e priorização de recursos.
Baixo nível de detalhamento, sendo por natureza um estágio superficial, criativo
Baseado mais em estimativas abrangentes do que em informações detalhadas
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Estudo de Apoio
Cobrem os aspectos específicos do projeto de investimento
Mercado
Fornecedores
Testes de laboratório e planta piloto
Localização
Impactos ambientais
Economia de escala
Seleção de equipamentos
Estudo de Pré-Viabilidades
Discussões mais intensas
Maior nível de detalhamento do projeto
Eliminação das alternativas dominadas (alternativas inferiores às demais dentro de
seus limites) e impossíveis (violam restrições técnicas, financeiras, legais, etc.)
Conclusões claras para direcionar próximos estágios
Estudo de Viabilidades
Feito após o mapeamento dos aspectos financeiros dos projetos saídos do estudo de
pré-viabilidade
Nessa etapa é efetuada escolha final das características do projeto
Dada uma escolha final, determina a viabilidade dos projetos e aspectos selecionados
Deve prover todos os dados necessários para a decisão de investimento
Relatório de Aprovação
Tratam do projeto, da indústria onde ele está inserido e suas implicações para a economia. Um
bom estudo de viabilidade gera um relatório mais fácil de ser aprovado. A forma com a qual o
relatório é escrito é importante também, pois pode ajudar a direcionar as questões mais
relevantes dos estudos realizados, ajudando a convencer o CEO pelo investimento.
Fase de Investimento
Agora saímos da primeira fase, a fase em que todos os estudos de viabilidade (pré-
investimento) foram feitos. Bagulho ficou sério. É importante observar que, na fase de
investimento o fator TEMPO é crítico, pois irá impactar nas previsões feitas na fase anterior.
Uma comparação contínua das previsões feitas no estudo de viabilidade com os dados
gerados durante a fase de investimento é necessária de modo a monitorar e controlar
possíveis mudanças na rentabilidade do projeto como um todo, o que pode requerer ajustes
de curto prazo.
Fase Operacional
Os problemas encontrados na fase operacional devem ser considerados sob dois pontos de
vista distintos:
distorcidas podem ser encontradas ou alternativas mais viáveis podem ser deixadas de
lado
Na etapa de pré investimento temos alguns estudos pra fazer. Esses estudos são
divididos em estudos de identificação, seguidos de estudos de pré-seleção e análise
preliminar e estudos de análise final. Após esses 3 estágios sequenciais, o projeto é
avaliado pela leitura do relatório de avaliação e a tomada de decisão é feita:
Os estudos têm por vantagem evitar gastos com possíveis investimentos fracassados e
como desvantagens o gasto inerente em fazê-los, independentemente da decisão por
investir ou não.
Ao fim da fase de pré-investimento, o investimento em si começa e ai sim dinheiro de
verdade começa a ser desembolsado
A fase de investimento deve ser rápida para não impactar as previsões feitas na fase
de pré-investimento
A fase de investimento engloba muito trabalho de consultoria e engenharia e prepara
a empresa para o processo produtivo
Para garantir compatibilidade entre previsão da fase de pré-investimento e
ocorrências da fase de investimentos é necessária uma comparação contínua que
acompanhe ajustes de curto prazo
A fase operacional, última, envolve expansões, inovações e otimização do processo
produtivo
Problemas encontrados na fase operacional de curto prazo de resolução tem origem
na fase de implementação e são mais fáceis de se corrigir que problemas de longo
prazo. Esses, por sua vez, de difícil solução, são reflexos de estudos mal feitos na fase
de pré-investimento
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Estudo de Mercado
O estudo de mercado visa conhecer o mercado atual e prever o mercado futuro. Através do
estudo podemos
Duas leis regem o estudo de mercado: A Lei de Oferta (O) e A Lei de Demanda (D). As duas leis
relacionam preço com quantidade fazendo curvas como as abaixo:
Importante frisar que essas leis são função do tempo também. Portanto o gráfico acima só é
válido para determinado intervalo de tempo em que o estudo de oferta e demanda está sendo
feito.
Quem tem um monopólio, por exemplo, tem enorme poder de mercado. A existência de poder
de mercado impede a ação da mão invisível do mercado, conceito que dita que “uma mão
invisível sempre leva o mercado para seu ponto de quilíbrio”. Uma intervenção governamental
pode ser necessária para manter a “mão” agindo (removendo o poder de mercado que a
impede).
Elasticidade
A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada reage a uma
mudança no preço. A demanda por um bem é chamada de elástica se a quantidade
demandada responde, substancialmente, a mudança no preço. Por outro lado, se uma
mudança no preço resulta em pouca ou nenhuma mudança na demanda, ela é dita inelástica.
Quando temos:
Quando temos:
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Quando temos:
Tipo de
Descrição
Classificação
Um produto pode ser classificado como durável ou não durável. A
Durabilidade durabilidade de um produto é estabelecida pelo produtor e é classificada
como alta ou baixa dependendo do produto.
Podemos classificar um bem conforme sua posição na cadeia produtiva. É
importante saber essa posição pois o estudo de mercado sempre leva em
consideração as etapas anteriores da cadeia produtiva e, dependendo da
posição do produto, prevê o comportamento de mercados diferentes.
Tipo de
Descrição
Classificação
Um produto possui diferentes etapas em seu ciclo de vida. Pode ser um
produto em fase de adoção, expansão, maturidade, etc.
Canais de Comercialização
Até chegar no consumidor final, um produto passa por diferentes caminhos:
O estudo dos canais de comercialização deve ser feito para que se entenda o mercado.
Aspectos a serem considerados são:
Cenários Econômicos
Entender os cenários econômicos também é essencial para
correto estudo de mercado. Dependendo do meu produto, o
estudo de mercado deve ser feito em escala global mas as
vezes é um produto utilizado a nível mundial no qual um
recorte pode ser feito a nível de país para entender o
mercado nacional a fim de se decidir pela construção de
uma nova fábrica.
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Grupo 1 - Identificação
1. Definição do produto
2. Uso do produto
3. Características técnicas
4. Componentes do produto
5. Tecnologia de fabricação
6. Apresentação do produto
Perguntas que podem ser feitas para se obter essas informações são:
O que é o produto?
Pra que serve o produto?
Quem consome o produto?
Como utilizar o produto?
Quais as propriedades que tornam o produto desejável?
Quais as propriedades que tornam o produto indesejável?
Do que é feito o produto?
Quais os coeficientes técnicos do processo produtivo e como eles vêm evoluindo?
Quais as tecnologias disponíveis para fabricá-lo?
Quais os detentores da tecnologia de produção escolhida?
Como negociar a tecnologia de produção escolhida?
Como apresentar o produto?
Perguntas:
Perguntas a se fazer:
Perguntas a se fazer:
Substitubilidade do produto
Fornecedores
Governo
Perguntas a se fazer:
Concentração do Mercado
Calcular a concentração do mercado (livre concorrência, oligopólio, monopólio) é importante
ao se estudar o mercado e decidir-se por um investimento. Na IQ a maioria dos produtos é de
competição mundial com tendência a formação de oligopólio.
𝑪𝑹𝟒𝒋 = ∑ 𝑺𝒊𝒋
𝒊=𝟏
𝟖
𝑪𝑹𝟖𝒋 = ∑ 𝑺𝒊𝒋
𝒊=𝟏
Onde:
𝐶𝑅4𝑗 índice 𝐶𝑅4 de determinada indústria 𝑗. Pra gente vai ser interessante sempre
considerar que 𝑗 = 𝐼𝑛𝑑ú𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑄𝑢í𝑚𝑖𝑐𝑎 (𝐼𝑄)
𝐶𝑅4𝑗 índice 𝐶𝑅8 de determinada indústria 𝑗.
𝑆𝑖𝑗 Participação percentual de uma empresa 𝑖 na capacidade instalada total do
mercado 𝑗. Entenda-se por capacidade instalada o quanto que uma empresa
consegue, no máximo, produzir por ano. Mais detalhes sobre esse número serão vistos
posteriormente
𝐼𝑛𝑑í𝑐𝑒𝑠 4 𝑒 8 Respectivamente as 4 ou 8 empresas com maiores valores de 𝑆𝑖𝑗
EXEMPLO:
Os índices serão:
𝐶𝑅4𝑗 = 𝑆1,𝐼𝑄 + 𝑆2,𝐼𝑄 + 𝑆3,𝐼𝑄 + 𝑆4,𝐼𝑄 𝐶𝑅8𝑗 = 𝑆1,𝐼𝑄 + 𝑆2,𝐼𝑄 + 𝑆3,𝐼𝑄 + 𝑆4,𝐼𝑄 + 𝑆5,𝐼𝑄
+ 𝑆6,𝐼𝑄 + 𝑆7,𝐼𝑄 + 𝑆8,𝐼𝑄
𝐶𝑅4𝑗 = 40% + 30% + 10% + 10% 𝐶𝑅8𝑗 = 40% + 30% + 10% + 10% + 2%
= 90% + 2% + 2% + 2% = 98%
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Outra técnica usual para se medir concentração de mercado é o Índice de Herfindahl (HI),
adotado pela Divisão Anti-truste do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ). Para se chegar ao
resultado, são somados os quadrados da parcela de participação de cada empresa, levando-se
em conta todas as empresas presentes no cenário da indústria analisada, conforme ilustra a
expressão abaixo:
𝒏
𝟐
𝑯𝑰𝒋 = ∑(𝑺𝒊𝒋 )
𝒊=𝟏
Onde:
O cálculo desses índices é uma função do tempo também. É possível evidenciar a evolução dos
mesmos ao longo dos anos para determinada indústria. Veja abaixo como o mercado de ácido
fosfórico na europa ocidental foi crescendo:
Projeção de Oferta
Agora iremos começar a falar das projeções de oferta e demanda, peças chaves num estudo de
mercado para se identificar um possível bom investimento.
empresa 𝑆1,𝐼𝑄 que tem 40% de participação no mercado, por exemplo, poderia ter CI de 4000
toneladas/ano enquanto a soma de todas as capacidades instaladas de todas as empresas é
10.000 t/a. A divisão daria 40%
Projeção de Demanda
O objetivo da previsão de demanda analisar como será a evolução do consumo ao longo de
certo período de tempo. A principal forma de analisar a demanda é a interpretação do
consumo aparente (CA), cuja fórmula é:
Onde:
𝑃 Produção
𝐶𝐴 = 𝑃 + 𝐼 − 𝐸
𝐼 Importação
𝐸 Exportação
Para entender o CA é necessário mapear quais fatores influenciam seu crescimento ou queda.
Tal mapeamento exige uma análise estrutural da indústria, do(s) mercado(s), do(s)
segmento(s) em que o produto atua. A esses fatores vamos dar o nome de variáveis. O
conhecimento das variáveis nos leva à adequadas projeções.
Exemplos de variáveis:
Métodos Qualitativos
Sem tempo irmão Por serem técnicas mais rápidas, , são empregadas quando não
se dispõe de tempo para coleta e análise de dados da demanda passada
Introdução de um produto novo Ausência de dados passados a se considerar
Instabilidade político-econômica Dados passados muito obsoletos
Método Informações
Trata-se de uma consulta, sem interação direta, de especialistas. A
interação direta poderia causar o que chamamos de viés. Outro nome
pra isso são lábia e retórica: quem tiver mais, tem mais chances de
influenciar o resultado do grupo.
Método Informações
Consiste em construir cenários hipotéticos e pensar em como a
demanda iria se comportar nesses cenários. É uma técnica
interessante quando a quantidade de variáveis a serem analisadas é
grande. Muitas variáveis levam à difícil previsão de demanda.
Métodos Quantitativos
Onde:
Agora falta preencher os dados da tabela com as fórmulas montadas pra cada projeção:
𝑄𝑛 = 𝑄𝑜 ∙ (1 + 0,153 ∙ 𝑛) 𝑄𝑛 = 𝑄𝑜 ∙ (1 + 0,115)𝑛
Lembre-se que para o ano de 2011, 𝑛 = 0 pois nenhum período se passou. A tabela usando as
fórmulas montadas acima fica:
Projeção de CA vs CA conhecido
2500
2000
1500
CA
CA
1000 Taxa Aritmética
Taxa Geométrica
500
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
Podemos ainda pegar só os pontos desconhecidos calculados na projeção e fazer uma curva de
CA Aritmético e CA Geométrico. No caso, os dados até 2017 serão idênticos, mudando
somente de 2018 em diante. A tabela e o gráfico ficarão:
CA Aritmético CA Geométrico
Ano
0,153 0,115
2011 768 768
2012 930 930
2013 905 905
2014 1171 1171
2015 1118 1118
2016 1173 1173
2017 1475 1475
2018 1593 1644
2019 1711 1833
2020 1829 2044
2021 1946 2279
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Projeção de CA
2500
2000
1500
CA
CA Aritmético
1000
CA Geométrico
500
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
Ok, terminamos por aqui com critério de taxas, vamos falar de extrapolação de tendências.
Esse método consiste em ajustar a série conhecida à um tipo de função. Linhas de tendências
são construídas para se obter os parâmetros de cada tipo de função. Seja 𝑄𝑡 = 𝑓(𝑡) o nível de
consumo na época 𝑡, as funções mais utilizadas são:
Função Equação
Linear 𝑄𝑡 = 𝑎 + 𝑏𝑡
Potência 𝑄𝑡 = 𝑄0 ∙ (1 + 𝑏)𝑡
Exponencial 𝑄𝑡 = 𝑄0 ∙ 𝑒 𝑏𝑡
(𝑎+𝑏)
Curva S 𝑄𝑡 = 𝑒 𝑡
Esse método tem como vantagem ser bem simples, e como desvantagem não ter uma variável
explicativa de conteúdo econômico sendo considerada. A única consideração é que o passado
determina o futuro.
Vamos exercitar usando os mesmos dados mas para extrapolação linear e exponencial
somente. Na real são os mais importantes. Sendo a tabela:
O gráfico dos dados conhecidos seguido de uma linha de tendência linear dá:
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
CA
1600
1400
1200
1000
CA
800
CA
600
400 Linear (CA)
200 y = 100,71x - 201761
0 R² = 0,8744
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
𝑄𝑡 = 𝑏𝑡 + 𝑎
𝑄𝑡 = (100,71) ∙ 𝑡 − (201761)
CA
2000
1500
CA
1000
CA
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
Novamente, podemos inserir nos valores da extrapolação os valores que já conhecemos e usar
dela só os números que não conhecemos:
CA
2000
1500
CA
1000
CA
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Vamos fazer a mesma brincadeira agora com o exponencial. A linha de tendência com os CA
conhecidos fica:
CA
1600
1400
1200
1000
CA
800
CA
600
400 Exponencial (CA)
200 y = 6E-80e0,0941x
0 R² = 0,8909
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
𝑄𝑡 = 𝑄0 ∙ 𝑒 𝑏𝑡
CA
2500
2000
1500
CA
1000 CA
Extrapolação Exponencial
500
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
Novamente, podemos inserir nos valores da extrapolação os valores que já conhecemos e usar
dela só os números que não conhecemos:
CA
2500
2000
1500
CA
1000 CA
Extrapolação Exponencial
500
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Por fim, vamos falar dos Métodos Econométricos. Esse método consiste em 3 etapas:
O modelo matemático pode envolver apenas uma variável explicativa ou mais de uma.
Exemplo:
𝑄𝑡 = 𝑎0 − 𝑎1 𝑝 − 𝑎2 𝑟
Onde:
O exemplo acima é interessante porque podemos estimar que o PIB vai evoluir de forma
otimista, pessimista ou realista dependendo de como fizermos a projeção. A forma que
projetamos o PIB no ano, altera a relação do CA com o PIB
Se CI está sempre abaixo do CA previsto pelos diferentes métodos, é possível fazer a leitura
de que há uma oportunidade de investimento. Se vale a pena meeeesmo investir, só será
possível dizer realizando o estudo de viabilidade econômica (matéria da P2). Mas já temos
um bom indício que vale o investimento, uma vez que há falta de oferta e sobra de
demanda.
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Formação de preços
A projeção dos preços dos produtos é mais difícil de fazer do que a projeção da demanda. Isso
acontece porque preços se formam essencialmente de três formas:
Usando uma ou mais dessas considerações, estratégias diferentes de precificação podem ser
adotadas, à saber (Kotler 1980):
Método de simples acréscimo de margem padrão ao custo do produto para formar o preço
de venda.
Popular porque os vendedores têm mais certeza dos custos do que da demanda, o cálculo é
Markup simples quando os custos se alteram, quando todas as empresas usam o método, os preços
(Cost plus) tendem a ser similares.
Os preços são mais altos em itens de especialidade. Notando-se uma enorme influência de
itens de custo e despesas que não existem nas commodities, como: Custos de P&D,
Despesas de Marketing, Despesas de Distribuição, assistência técnica.
As percepções de valor dos compradores, não custos, são fatores-chave para determinar
preço.
Deve-se mostrar ao consumidor porque o produto é mais caro, ou seja, o valor que a oferta
de fato representa.
A empresa baseia seu preço em função dos preços cobrados pelos concorrentes, dedicando
Preço de
menor atenção aos custos ou à demanda.
Seguidor do
Concorrente É a estratégia usada para os commodities e pseudocommodities devido à intensa
competição internacional. A margem de lucro desses produtos está dentro da redução de
(price taker)
custos visto que o preço é dado.
Chegando mais perto da 3ª geração da cadeia produtiva, é mais fácil do mercado de Spot ser
necessário
FOB (Free on Board) Representa o valor do bem no porto de origem. O preço pelo
qual o exportador compromete-se a colocar a mercadoria em condições de ser
embarcada
CIF (Cost, Insurance and Freight) Preço em que a mercadoria é posta no porto de
destino
Exemplo:
O AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) é uma taxa que visa
valorizar o transporte marítimo de bandeira nacional e que se destina à União para apoio ao
desenvolvimento da indústria da construção naval e outras atividades da Marinha Mercante
do Brasil. O valor é cobrado de empresas de navegação que usam os portos brasileiros. O
adicional é pago na entrada do porto de descarga.
Ciclos na IQ
As vendas da IQ são cíclicas. Em alguns anos há alta, em outro, há baixa. Diferentes eventos
podem ocorrer para afetar o ciclo. O ciclo, e os eventos, influenciam fortemente no preço dos
produtos:
[EQ UFRJ 2019.1] PAP P1 [prof. Flávia Chaves][por Rafael Ratier]
Podemos ver então que fatores exógenos (evolução da demanda; situação econômica geral e
processos de mudança tecnológica) e fatores endógenos (variações da oferta e efeito
substituição) funcionam de forças motrizes para afetar a ciclicidade.
A variação de preços decorrente dos ciclos não afeta igualmente todos os produtores de um
mesmo produto pois eles podem possuir diferentes estruturas de custo
Dumping
Trata-se da imposição de sanções legais para defender os interesses das empresas
prejudicadas. Considera-se que a prática desleal do dumping ocorre quando uma empresa
exporta um produto a preço inferior àquele que pratica para o produto similar nas vendas
para o mercado interno. Ao fazer isso, as empresas do ramo do país que importou são
prejudicadas com a concorrência desleal.
O dano à indústria local é difícil de ser provado, pois é preciso provar que a importação causou
baixa de preços ou redução de rentabilidade, as quais não teriam ocorrido com importações a
preço de mercado (relações causais).
Por regra geral, a exportação a preços inferiores aos praticados no mercado, devido a natureza
capital-intensiva da indústria e a conveniência de operação de unidades contínuas a plena
capacidade é economicamente atrativa.