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Aula 3

Continuação Poder Constituinte Derivado Reformador:

Promulgação pela Mesa do Congresso e do Senado – Não pela Mesa do Congresso


Promulgado pelas Mesas, a CF não traz qualquer outra etapa, cabendo ao Presidente do
Senado Federal, que é Presidente do Congresso, a publicação que ato não presente na
Constituição – é ato regimental.
Obs.1: Havendo Emenda Parlamentar à PEC feita na Casa Revisora, deve a mesma
retornar à Casa Iniciadora, pois é necessário a manifestação das 2 casas Legislativas –
aplicação do p. ú. do art. 65.
Exceção: As Emendas realizadas pela Casa Revisora conforme do p. ú. do art. 65,
implica o retorno do emendado à Casa Iniciadora, SALVO em 2 situações:
1) Emenda meramente formal para correção de erro de linguagem;
2) Emenda igualmente formal para correção de erro técnico-jurídico – sem
alteração substancial (E.g.: Cabe ao MP oferecer queixa – denúncia)
Obs.2: O §5º do art. 60 diz que matéria de proposta de emenda rejeitada ou havida
prejudicada não pode ser objeto de nova PEC na mesma sessão legislativa. Em relação a
esse dispositivo, precisamos, primeiro, identificar a natureza jurídica do dispositivo e,
posteriormente, definirmos a expressão “sessão legislativa” que delimite ou impeça
novo procedimento legislativo
1ª Corrente (ainda majoritária): É um limite formal procedimental, pois ele impede que
se instaure novo procedimento de reforma da CF na mesma sessão legislativa para
apreciar ou discutir matéria rejeitada ou prejudicada na respectiva sessão legislativa.
O que se impede não é a reforma da CF e sim o mesmo tema.
2ª Corrente: (Dias Toffoli) É uma limitação temporal, pois se impede a reforma da CF
naquele período de tempo, compreendido entre o termo inicial e final da sessão
legislativa.
Prof. discorda  o limite temporal que temos é para a Revisão Constitucional – art. 3º
ADCT.
→ Funcionamento do Poder Legislativo
O Poder Legislativo funciona em Legislaturas, período de funcionamento do Poder
Legislativo tem duração de 4 anos – art. 44, parágrafo único.
P: O Senado tem uma legislatura de 4 anos também! Os Senadores são eleitos para um
mandato de 8 anos – 2 legislaturas.
Poder Legislativo – Bicameral. A Câmara é composta por representantes do povo,
fundamento, portanto do princípio democrático. Já o Senado é composto por
representantes dos Estado, tendo por fundamento o princípio Federativo.
Já no âmbito Estadual, Distrital e Municipal, o Poder Legislativo será Unicameral. Nos
Estados: Assembleias Legislativas, nos Municípios: Câmara dos Vereadores. no DF:
Câmara Legislativa.
Essa é a estrutura externa do Poder Legislativo.
Internamente, o Poder Legislativo se estrutura em Comissões, que podem ser
Permanentes ou Temporárias. Comissão Permanente funciona durante toda a legislatura,
e.g.. CCJ. Já as Comissões temporárias, como o próprio nome já indica são constituídas
para funcionarem por período de tempo determinado e não por toda a legislatura (e.g.:
CPI).
Podemos ainda falar em Comissões Autônomas ou Independentes, que são aquelas
criadas especificamente por uma das Casas Legislativas.
Já a 2ª espécie, Comissão Mista, são aquelas criadas em conjunto pelas 2 Casas
Legislativas, formada por Deputados e Senadores – art. 62, §9º.
Atenção, as Comissões Mistas serão em regra temporárias. A CF, contudo, traz uma
exceção – art. 166, §1º - Comissão Mista Permanente sobre o Orçamento.

Legislatura: 4 anos

Sessão Legislativa (57): Anual Sessão ordinária 1º período: 2/2 a 17/7


2º período: 1/8 a 22/12
Sessão Extraordinária: art. 57, §§ 6º, 7º, 8º - se
dá, justamente nos
espaços deixados pela
sessão legislativa
ordinária

STF: Nova PEC somente poderá se apresentada no próximo ano legislativo. A


respectiva matéria somente poderá objeto de nova PEC em próximo ano legislativo.
Limites ao Poder Constituinte Reformador
3. Limitado Implícitos
Expressos Circunstancial
Formal
Material
Temporal (art. 3º ADCT – 1ª corrente ou + art. 60, §5º 2ª
corrente)

 Limite Formal (procedimento)


◦ Revisão – art. 3º ADCT
◦ Reforma – 60, §§ 2º, 3º e 5º

 Limites Circunstanciais:
Vêm indicados no §1º do art. 60, demonstram grave instabilidade social, política,
jurídica e, consequentemente, impedem a reforma da CF.
Obs.1.: A intervenção Federal é a 1ª limitação circunstancial. Ela inviabiliza a reforma
da CF, pois estando um Estado sob intervenção, a estrutura federativa está abalada, não
estando o Estado em uma situação de normalidade, requisito fundamental para a
reforma da CF.
Muito cuidado, pois o que impede o procedimento de reforma da CF é a intervenção
federal DECRETADA, não a mera presença de situação justificadora da intervenção.
Eventual intervenção de Estado em Município – ou seja, intervenção Municipal, não
inviabiliza a reforma da CF.
Muito cuidado para uma situação excepcional que é a possibilidade de intervenção da
União em Município, desde que localizado em Território, nesse caso, se trata de
Intervenção Federal, que impede a reforma da CF. – art. 60 §1º combinado com o art.
34, caput e art. 35, in fine.
A intervenção pode ser total ou parcial, pouco importando a modalidade, sendo
intervenção federal, impede-se a reforma. A finalidade da intervenção é afastar
autoridades estaduais ou distritais, afastar as atribuições (e.g.: Governador na área de
segurança pública -RJ), sendo substituído por uma autoridade nomeada pelo presidente
da República que é o Executor da Intervenção. A natureza do cargo é civil, ainda que
ocupado por militar.
O Estado de Defesa e Sítio fazem parte do Sistema Constitcional de crises, fazem parte,
portanto, de situação excepcional em que se instaura, durante respectivo período, de
vigência (do Estado de Defesa ou de Sítio), instaurando um sistema de legalidade
extraordinária, com a finalidade proteger, evitar prejuízos ou reestabelecer a própria
ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito.
Legalidade Extraordinária = pois durante esse período haverá um regime constitucional
próprio, diferindo da situação ordinária, admitindo-se, por exemplo, restrições a direitos
fundamentais que não seriam/não são viáveis nas situações ordinárias.

Estado de Defesa e Estado de Sítio

Estado de Defesa Estado de Sítio


Fundamento 136 137, I e II + 138 e 139
Legitimado para Presidente da República, Presidente da República.
Decretação independentemente de
autorização. No Estado de Sítio, a
decretação depende de
O controle político- Autorização do Congresso
legislativo será exercido Nacional, portanto, haverá
pelo Congresso Nacional controle político-
após a decretação E legislativo prévio e,
concomitante. também, superveniente e
concomitante.
Controle Superveniente (à Ou seja, o Congresso
decretação) e autoriza a decretação, uma
Concomitante à execução). vez decretado o Estado de
Sítio pelo Presidente,
caberá ao Congresso o
controle das medidas feitas
durante o ES.

Controle Prévio,
Superveniente (à
decretação) e
Concomitante à execução).
Manifestação dos Cabe, portanto, aos respectivos Conselhos emitir
Conselhos da República e parecer de caráter meramente opinativo, não
Defesa Nacional vinculando, portanto, a manifestação do Presidente da
República.
O parecer emitido pelos respectivos Conselhos não é
vinculante.
Âmbito de Incidência Localidade Restrita Abrangência Nacional
Espacial (não precisa ser apenas em Exceto quando se der
1 local) decretação na hipótese de
ter sido insuficiente o
Estado de Defesa.
Espécies Preventivo ou Repressivo
Sistema de Restrições O sistema adotado é o  Regra: Sistema Rígido
ANGLO-SAXÃO, (art. 139 – referência 137,
chamado de SISTEMA I)
RÍGIDO, o que significa  Exceção: Quando for
dizer, que poderão ser decretado Estado de Sítio
adotadas apenas as com base no inciso II do
medidas restritivas art. 137, ocorre uma
indicadas de forma mitigação do sistema
EXPRESSA E rígido, chegando alguns
TAXATIVA na CF, não se autores a admitir que a CF
podendo adotar outras teria adotado o sistema
medidas além das franco-germânico,
indicadas – art. 136, §1º e flexível, podendo, em tese,
incisos. ser adotada qualquer
medida, já que ela não
indica nenhuma medida.
Prazo de vigência Art. 136, §2º  Com base no art. 137, I
Prazo Máximo: 30 dias (art. 138, §1º)
(Mínimo – pode ser Prazo Máximo: 30 dias
menos) Prorrogação: máximo 30
E.g.: Presidente decretou dias
por 15 dias. Poderá ≠ não há limite de
prorrogar por 30 dias. prorrogação
A prorrogação se dá pelo
prazo máximo de 30 dias,  Com base no art. 137, II
independentemente de ter Não está submetido a
sido decretado por menos qualquer prazo. O Estado
tempo. de Sítio será decretado
Arg. 1: De antemão, não pelo período que perdurar
se sabe se o prazo será a situação justificadora.
suficiente.
Arg. 2: A prorrogação visa
evitar o Estado de Sítio
Prazo total: 30 + 30

Obs.: A Guerra Civil, por si só, não impede a reforma da Constituição; contudo, haverá
uma situação justificadora para a decretação do Estado de Sítio, com fundamento no art.
137, I, o que impede, consequentemente, a reforma da CF. Muito cuidado, nesse caso,
com as medidas restritivas aplicáveis a esse caso: o sistema será o rígido, não aplicável
a exceção que se dá apenas no caso do art. 137, II.

 Limites Materiais
Dizem respeito às matérias, temas, assuntos que não podem ser eliminados, abolidos da
CF.
Existe divergência quanto à:
1) Eliminação ou não de cláusula pétrea;
2) Extensão de modificação de cláusula pétrea.

1) Eliminação ou não de cláusula pétrea;


a) Manoel Gonçalves Ferreira Filho defende a possibilidade de se abolir cláusula
pétrea desde que através de um procedimento duplo, o que ele chamou de
DUPLA REFORMA ou DUPLA REVISÃO.
E.g.: PEC1 para revogar o §4º, do art. 60 - constitucional. PEC2- não havendo mais
o §4º, poderiam as matérias ser abolidas.
b) José Afonso da Silva e Majoritária. Interpretação sistemática e teleológica do
dispositivo. Se o §4º impede a eliminação de determinadas matérias é implícito que
ele também é cláusula pétrea. Trata-se de uma consequência lógica, portanto a dupla
reforma ou dupla revisão seria inconstitucional.

2) Extensão de modificação de cláusula pétrea.


 1ª Corrente: Admite modificação de cláusulas pétreas desde que para ampliar,
nunca para reduzir. Por 2 motivos:
1. Por interpretação teleológica do próprio §4º. “Tendente a abolir”, basta tender a
abolir. Por restringir, já haveria violação ao art. 60, §4º.
2. Princípio da vedação do retrocesso. O referido princípio é aplicado quando se
atinge um estágio da sociedade, em especial, quanto aos direitos fundamentais,
consequentemente impedindo-se o retrocesso. O termo efeito “CLIQUET” foi
trazido ao direito pela engenharia mecânica, na qual determinadas estruturas
mecânicas, atingido determinado ponto ou estágio, bloqueia o retrocesso.
 2ª Corrente: Gilmar Mendes. Admite modificação de cláusula pétrea mesmo
restritiva, desde que a restrição seja de pequena monta, desde que não descaracterize
a essência da cláusula pétrea alterada.

Obs.: Questão ainda importante diz respeito à possibilidade de criação de novas


cláusulas pétreas. É pacífico o entendimento quanto à possibilidade de se introduzir
em nosso ordenamento jurídico constitucional de se introduzirem novos direitos.
Questão polêmica é se esses novos direitos introduzidos serão cláusulas pétreas.
1ª Corrente: (José Afonso da Silva, Pedro Lenza, Flavia Piovesan) Novos direitos
introduzidos por Emenda Constitucionais ou até mesmo decorrentes de Tratados
Internacionais são tidos como cláusulas pétreas, não podendo, assim ser abolidos.
§2º, art. 5 + 60, §4º
2ª Corrente:

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