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Limite Temporal
Refere-se a limite de tempo estabelecido para a CF seja ou não reformada, em outros
termos, a reforma constitucional está limitada temporalmente. No Brasil, no limite
temporal estabelecido ao procedimento de revisão constitucional conforme o art. 3º do
ADCT.
Contudo, a referida limitação temporal não alcança a reforma constitucional via
processo/procedimento de emenda propriamente dito. Em outros termos, podemos
afirmar que o limite temporal não é uma limitação ao Poder Reformador, mas apenas ao
procedimento específico da Revisão Constitucional.
Obs.: Alguns autores e até mesmo o STF (Dias Toffoli) defendem que o §5º, do art. 60
também seria uma limitação temporal, nesse caso ao Poder Reformador, que impediria a
reforma pelo procedimento de emenda propriamente dito.
Crítica: O limite é formal, procedimental. Posso reformar durante esse período, apenas
não posso quanto à matéria rejeitada.
Limites Implícitos
A doutrina entende, com base em interpretação sistemática e teleológica, que existem
limites implícitos ao Poder Reformador, cabendo destaque os seguintes:
1) Titularidade do Poder Constituinte Originário – “todo poder emana do José”
2) Procedimento de Reforma da CF, que não poderia, portanto, ser alterado, pois
estabelecido originariamente pela CF.
Obs.: Existe divergência quanto à possibilidade de se alterar o procedimento de reforma
da CF, desde que seja para torná-lo mais exigente, mais dificultoso. Por exemplo,
alterando o turno de votação e discussão em cada casa (aumentando), aumentando o
quórum.Pode
1ª Corrente: José Afonso da Silva- Admite alteração, desde que para tornar o
procedimento mais trabalhoso
2ª Corrente: Gilmar Mendes – não se pode mudar nem para mais, nem para menos, pois
quem define o procedimento de reforma da CF é o Poder Constituinte Originário. O
PCDR é limitado.
3) A CF reconhece a existência de direitos fundamentais implícitos que decorram dos
princípios ou do regime constitucional adotado, conforme o §2º, do art. 5º, da CF.
Obs.: Parte da doutrina – por todos Flavia Piovesan, defende que direitos fundamentais
incorporados através de tratados internacionais de direitos humanos seriam por força do
§2º, do art. 5º, da CF, normas constitucionais, ou direitos constitucionais fundamentais,
consequentemente, a partir dessa ideia, estariam protegidos pelo art. 60, §4º, IV.
Aprovado o tratado, o
Congresso edita um Sendo rejeitado o tratado,
Decreto Legislativo. por um ou outro
procedimento, o
Obs.: Existe controvérsia Congresso envia
se a aprovação do tratado mensagem ao Presidente
com a edição do respectivo da República comunicando
decreto legislativo torna que o tratado não
obrigatória a observância referendado não poderá ser
no âmbito interno do ratificado.
ordenamento brasileiro.
1ª Corrente: Vazzuoli, Sendo o tratado
Piovesan, Cançado referendado, por um ou
Trindade – defendem, com outro procedimento, o
base em uma interpretação Congresso edita um
sistemática e teleológica Decreto Legislativo.
de incorporação dos
tratados c/c art. 5º,§§1º e
2º, levaria à conclusão de
que os tratados teriam
força obrigatória a partir
da aprovação do tratado.
Junção das 2 vontades
(Executivo + Legislativo)
2ª Corrente: O STF tem
posição consolidada de
que a aprovação pelo
Congresso, com a
consequente edição do
decreto legislativo não
torna o tratado obrigatório,
seja no plano interno ou
internacional, pois ainda
não finalizado o processo
legislativo complexo de
incorporação dos tratados;
devendo ser submetido ao
Presidente da República
para que adote as
respectivas medidas que
gerem efeito no plano
interno e externo.
3ª Fase Poder Executivo Cabe ao Presidente 2 Igual
Art. 84, IV, parte final medidas:
1) Ratificação – pode se
dar por troca (bilaterais)
ou depósito
A ratificação torna o
tratado obrigatório no
plano externo, mas,
conforme o STF, ainda
não o torna obrigatório no
plano interno.
Cabe, agora, ao Presidente,
Decreto Promulgador
1. Promulgar = Introduzir
formalmente o tratado
em nosso ordenamento
2. Publicar
3. Executoriedade no
plano interno
Decreto Legislativo
Decreto Promulgador
4. Promulgar = Introduzir
formalmente o tratado
em nosso ordenamento
5. Publicar
6. Executoriedade no
plano interno
→Procedimentos de Denúncia dos Tratados Internacionais no Brasil
O STF está examinando ADI o procedimento a ser adotado quanto à denúncia dos
Tratados Internacionais, podendo destacar 2 correntes distintas:
1. (Ainda é a posição do STF - Capitaneada pelo Min. Nelson Jobim) O ato de
denúncia é privativo do Presidente da República como chefe de Estado, portanto,
não depende de aprovação ou referendo pelo Congresso Nacional. Basta o
Presidente formalmente proceder a denúncia no plano internacional e comunicar ao
Congresso que o tratado foi denunciado e, consequentemente, se torna inaplicável
no âmbito interno.
Denúncia = ato simples
a) Anteriormente à EC 45
b) Posteriormente à EC 45
Obs.: Nós temos atualmente 2 atos internacionais aprovados pelo procedimento especial
do §3º, do art. 5º. O 1º, o Tratado de Nova York, o Tratado de Proteção à Pessoa com
Deficiência. O 2º ato é o Protocolo Complementar a esse mesmo tratado.
Tendo o tratado status constitucional ele fará parte do BLOCO DE
CONSTITUCIONALIDE, o que significa que poderá ser utilizado como parâmetro para
o controle de constitucionalidade.
Seria, portanto, viável, a propositura de ADI impugnando determinada lei (objeto de
controle), por violação à norma do respectivo tratado com status constitucional. Por
exemplo, do Tratado de Nova York Dec. 6949
Os Tratados que não tenham status constitucional não se prestam, não podem ser
utilizados como parâmetro de controle de constitucionalidade. Tendo o tratado status
supralegal, dará margem ao controle de convencionalidade.
Importante, inclusive a diferença, para o manejo de recurso. Tendo o Tratado status
constitucional – RE, status supralegal REsp.