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PETRÓPOLIS, RJ.
2021
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Sumário:
Onde ela está na história e nos nossos pratos? ------------------------- 2
Soja o grão hoje valorizado no Brasil não surge do nada, ele tem sua história começando
na China, não coincidentemente o maior comprador da soja brasileira hoje em dia, mas
o grão rico em proteínas tinha uma grande importância na alimentação da população em
períodos de grave fome naquela região. Japão e China chegam a guerrear pelo território
da Manchúria onde os japoneses pretendiam aumentar seu espaço de plantação do grão,
aí já podemos perceber que aquele não era um simples grão como os tantos outros
cultivados em diversas culturas, nenhum desses outros consegue atingir o patamar de
valorização do grãozinho dourado, nem o milho da américa do sul, nem o trigo da
Europa esses dois que em uma percepção nos parecem até mais presentes na nossa
alimentação que a soja em si. Porém ela está sim muito presente na nossa alimentação
ainda mais de nós Brasileiros, talvez por não ser tão familiar como o milho ou tão
bonita como o trigo ela não apareça tanto nas embalagens, mas o óleo de soja é regra
para as famílias brasileiras em geral, a comida típica é frita ou leva óleo em sua
preparação em geral, seus avós provavelmente usavam banha de porco em muitas
dessas comidas típicas antes do óleo de soja dominar o mercado brasileiro. Além do
óleo de soja os exemplos começam a ficar escassos, são produtos mais específicos
dificilmente consumidos pela população em geral um exemplo são os alimentos
voltados para o mercado vegano, mas aí está o trunfo da soja, ela chega muito e
principalmente indiretamente aos nossos pratos, pois após a extração do óleo que está
presente em todas as compras de mês das casas brasileiras, a soja ainda gera muitos
derivados, compondo os ingredientes de milhares de produtos muito consumidos pelos
brasileiros e principalmente através da carne que nós brasileiros tanto amamos, a soja
engorda bois, frangos e porcos que chegam as mesas dos brasileiros, e em tempos de
crise, os ovos vem de galinhas que também são alimentadas com ração a base de soja.
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Assim nós percebemos o tamanho do mercado da soja que as vezes sem fazer uma
assimilação, não vemos sentido nenhum ela possuir todo esse tamanho na agricultura
brasileira, apesar de ela não estar tão próxima afetivamente da gente como uma espiga
de milho ela está quase que diariamente indireta ou diretamente nos nossos pratos, isso
pensando só nos brasileiros que possuem essa forma de consumo mas existem países
que consomem ainda mais o grão.
Do sul ao norte
A soja chega ao Brasil na Bahia pelo menos é plantada lá pela primeira vez como
mostrado por (BONATO¹ e BONATO², 1987, p.8), mas o lugar onde ela se fixa mesmo
é no sul, mais precisamente no estado do Paraná que encontrou a soja em um momento
chave, o estado até então tinha grande ligação com o café como mostrado por
(VALVERDE, 1963, P.92), mas as geadas que começam prejudicar os cafezais, e a soja
surge como opção, e o que começou como alternativa ao café rapidamente se torna a
principal cultura
do estado, a soja
se adaptou muito
bem ao clima, e
território
brasileiro e assim
rapidamente saiu
do sul e começou
a subir pelo
território
brasileiro.
Fonte: INDE.
Própria autoria.
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Observando mapa acima que demonstra o avanço da soja no território, como dito seu
primeiro desenvolvimento se dá nos estados do sul do Brasil, visto a grande
concentração que existia no estado até os anos de 2010. Outro ponto interessante é
como a área de plantação de soja se estende perfeitamente dentro da área do complexo
agroindustrial, projeto dos governos militares de uma divisão territorial brasileira como
mostrado por (MOREIRA, 2014, p.267) e não coincidentemente o que se vê apesar do
projeto de divisão territorial não ter andado pra frente, o plantio e a produção de soja
que ocorre nessa região funciona como um complexo agroindustrial.
F
Fonte: (MOREIRA, 2014, p.264)
Um ponto crucial para a subida da soja pelo território brasileiro foi o avanço
tecnológico, tanto das próprias sementes e seus genes, mas também de tratamento do
solo e irrigação. Isso em conjunto possibilitou primeiro a subida para o centro oeste
onde hoje se encontra o maior complexo agroindustrial da soja no país, e posteriormente
como podemos olhar no primeiro mapa o pontinho amarelo em Roraima, a soja cruzou
o país do sul onde ela começa a sua produção, até o estado mais ao norte do país, onde
ela também encontrou ambiente propício para produção. Na verdade hoje em dia com o
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nível tecnológico a soja pode ser produzida em quase qualquer ponto do Brasil, e tendo
em vista que essa produção interessa a países que tem tecnologia de ponta para isso a
tendência e a fronteira crescer mais ainda. Hoje o Brasil é o maior produtor de soja no
mundo e tem como maior destino de exportação a China.
de Janeiro, Campo dos Goytacazes aparece no primeiro mapa mas já não aparece mais
produzindo em 2017, talvez outras culturas agrícolas se tenham mostrado mais
lucrativas para a região.
A ser observado também, a ocupação ao redor da região amazônica, a cultura da soja já
vem chegando as fronteiras da região que apesar de não possuir um relevo tão vantajoso
para o plantio como é o caso do centro oeste e Roraima com seus relevos mais planos, a
soja hoje com toda tecnologia presente no agro brasileiro pode ser plantada em quase
todo o Brasil, mas a região amazônica se apresenta como um caso delicado onde um
avanço sobre aquela região que não vai ser algo do dia pra noite, é um processo lento,
que talvez nunca aconteça, por ser um ambiente muito mais trabalhoso que os campos
de cerrado do centro oeste por exemplo foram, porém se esse avanço se concretizar os
resultados podem trazer prejuízos enormes para toda a agricultura brasileira, visto que
pode alterar os ciclos de chuva do país como mostrado por (SOUZA, 2010, p.66). O rio
amazonas hoje já é utilizado para escoar as produções de Belém e Roraima, balsas com
até cinquenta mil toneladas de soja podem ser vistos descendo o rio em épocas de
colheita, que é durante praticamente todo ano, afinal Belém e região tem colheita no
mesmo ciclo que o resto do país mas Roraima tem colheita no mesmo período do
hemisfério norte.
Referências:
BONATO¹, Emídio Rizzo. BONATO², Ana Lidia Variani. A soja no Brasil: História e
Estatística. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1987. 61p.
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