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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Cadeira de Sociologia Geral

Tema:

Determinantes da Criminalidade

Ano de frequência 1º Ano

Cadeira de Sociologia Geral

Discente:

Josefa Luís Inácio Vaz Código: 708214635

Quelimane, Outubro de 2021


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Cadeira de Sociologia Geral

Tema:

Determinantes da Criminalidade

Ano de frequência 1º Ano

Cadeira de Sociologia Geral

Docente:

Mestre: Ancha Manjane

Quelimane, Outubro de 2021


Nome do estudante: Ano de frequência:

Especialização: Turma:

Trabalho de: Código do Estudante:

Dirigido ao docente: Número de páginas:

Confirmado pelo responsável do CED Data de entrega: 1 de Outubro 2021

ASPECTOS A CONSIDERAR NA CORREÇÃO: Cotação Cotação

INTRODUÇÃO: exposição e delimitação do assunto em 2,0v


análise.

Desenvolvimento: 5,0v 10v

Fundamentação teórica (definição de conceitos e termos e


5,0v
apresentação dos pontos de vista dos autores).

Interligação entre teoria e prática (argumentos/ contra


argumentos e exemplificação)

Clareza expositiva 2,0

Citações bibliográficas (directas e indirectas) 2,0v

Conclusão 2,0

Referências bibliográficas (normas APA) 2,0v

Cotação Total: 20,0v

Assinatura do docente:

Assinatura do assistente pedagógico:

Índice
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................1

2. DEBATE CONCEPTUAL.............................................................................................................2

2.1. Criminalidade..............................................................................................................................2

2.2. Os Determinantes que Influencia na Criminalidade.....................................................................2

2.2.1. Teoria que Determinam o Crime..........................................................................................3

3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................5

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................6

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa tem como tema, a Determinantes da Criminalidade. A


criminalidade se constitui em um dos mais graves problemas da sociedade no Mundo,
consequentemente, é um dos temas mais debatidos quando se discutem políticas sociais. Por
conta disto, o crime e as formas de combatê-lo se tem tornado o tema central nas discussões
sobre os principais problemas da sociedade. Esse fenómeno sempre foi um dos principais
problemas de qualquer região, mas com o aumento nos indicadores de crime nos últimos
anos, a criminalidade se tem tornado o problema social com o maior destaque dentro das
preocupações dos governos e dos cidadãos.

Os economistas Becker (1968), usaram teoria económica e econometria para entender os


factores determinantes da criminalidade. Ehrilch (1973) foi o primeiro a desenvolver um
modelo explícito para entender a participação em actividades criminosas, onde cada agente
decide a alocação de seu tempo entre lazer, trabalho em actividades legais ou trabalho em
actividades criminosas. Dai que esta pesquisa procura perceber, quais sãos os determinantes
da criminalidade? Objectivo geral visa Conhecer os Determinantes da Criminalidade,
igualmente pretende Identificar os Tipos Determinantes da Criminalidade factores e
Descrever as consequências dos Determinantes da Criminalidade.

A construção de um arcabouço teórico sólido para a explicação das causas da criminalidade


em cidades certamente é uma tarefa difícil. Isto porque não são poucas as correntes teóricas
distintas que abordam o tema. Na literatura são encontradas diferentes teorias que explicam
os fenómenos da criminalidade. A ciência económica certamente tem uma ter o cuidado de
não dar um carácter excessivamente financista ao tema. Isto porque a decisão de praticar um
ato criminoso é um processo complexo em que a história do indivíduo e o seu ambiente
influenciam o resultado de sua decisão. A verdade é que a busca por uma explicação mais
completa pelos determinantes da criminalidade deve incorporar estes factores.

Quanto a abordagem do assunto teve carácter qualitativa que tem por objectivo compreender
um fenómeno por meio de uma análise holística, com a colecta de diferentes tipos de
informações no contexto em que tal fenómeno ocorre (Yin, 1994). O trabalho esta esturrado
por capa, contracapa, índice, seguindo-se da introdução, desenvolvimento, conclusão e
referencias bibliográficas.

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2. DEBATE CONCEPTUAL

Nesta secção é reservada a apresentação de um conjunto de conceitos e teorias de diversos


autores sobre esta temática.

2.1. Criminalidade

Considera-se crime a infracção penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção,
quer isoladamente, quer alternativamente ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infracção penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou
de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente (Brasil, 1941).

As variáveis a serem explicadas são as taxas de criminalidade violenta (homicídio, tentativa


de homicídio, estupro, roubo e roubo à mão armada). Conforme ressalta Cerqueira (2007), é
difícil compreender o que leva uma pessoa a praticar crimes. Desde o início do século XX,
esse tema vem despertando questionamentos por parte dos estudiosos de diversas áreas, que
buscam uma causa que pudesse ser considerada geral para o comportamento criminoso.

Sob o conceito analítico do crime, viu a necessidade de estudar o crime a partir do seu
suporte e de seus elementos, regularizando e aplicando o Direito penal. Em sua versão
Material, o crime é uma conduta lesiva que fere um bem jurídico tutelado pelo ordenamento
jurídico. Porém, analiticamente o crime é dividido de forma a dar mais clareza e
conhecimento na denominação do crime. Por isso, para a vertente analítica, o crime é um fato
penalmente típico, antijurídico e ilícito e por fim, culpável (Bitencourt, 2015).

2.2. Os Determinantes que Influencia na Criminalidade

Francisco-Filho (2004) destaca que alguns autores defendem a ideia de que o homem só se
torna violento devido à influência externa, sendo a violência, portanto, um estado imposto
pelo ambiente, e não inato. Outros autores, todavia, defendem que “a natureza violenta do
homem é instintiva, faz parte de sua genética, e o ambiente apenas permite que esse
comportamento aflore, em maior ou menor grau” (p.14).

Assim, uma das hipóteses clássicas sugeridas por essas abordagens teóricas para a explicação
da incidência da criminalidade violenta seria a desigualdade de condições socioeconómicas
nas localidades, regiões ou municípios (Blau & Blau, 1982).

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A abordagem que parte da privação relativa sugere que o mecanismo responsável pela maior
ou menor incidência da criminalidade surge da percepção dos indivíduos a respeito de sua
posição económica relativamente aos ideais de sucesso de uma sociedade. A violência seria o
resultado de um processo de frustração de indivíduos privados relativamente na realização de
objectivos socialmente legítimos. O segundo tipo de abordagem tem raízes na literatura
sociológica clássica e trata da pobreza absoluta como fonte de violência As poucas opções
disponíveis àqueles que se encontram submetidos a um estado de penúria para lidar com
problemas económicos, por um lado, e a dificuldade para enfrentar situações emocionais
difíceis, por outro, levariam a uma escalada de acções violentas. Alguns estudos sugerem a
importância de factores como o desemprego dos chefes de família e a instabilidade marital
como causas de violência doméstica não-letal. As desigualdades sociais e regionais ainda
persistem em grau bastante elevado para o surgimento da criminalidade (Engels, 1976).

Cerqueira e Lobão (2007) comentam que após a 1ª Guerra Mundial diversos trabalhos de
cunho psicológico foram desenvolvidos com o objectivo de medir o grau em que criminosos
eram psicologicamente diferentes dos não-criminosos.

Segundo Cressey (1968), num estudo realizado sob a perspectiva psicológica, defende que a
baixa inteligência é a hipótese básica para explicar a causa da criminalidade. Essas teorias
baseadas nas características psicológicas próprias de criminosos foram abandonadas após a 2ª
Guerra Mundial, sobretudo pelo seu conteúdo racista. Outra perspectiva que levou ao
abandono dessa abordagem foi o aparecimento de novos estudos que negaram a diferença
entre criminosos e não-criminosos, seja por grau de inteligência ou outra característica
psicológica intrínseca.

2.2.1. Teoria que Determinam o Crime

A Teoria das Janelas Quebradas foi desenvolvida por Wilson e Kelling (1982), da qual
originou o artigo Broken Windows. Eles defendem que uma simples janela quebrada sinaliza
a falta de preocupação ou cuidado com aquele imóvel por parte de seus donos, o que pode
levar a outros danos, e até mesmo contaminar toda a área, levando à deterioração física do
espaço, bem como das relações sociais. Nesse sentido, os autores supracitados argumentam
que os problemas devem ser corrigidos quando ainda estão no começo.

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Conforme Freitas (2004), essa teoria fundamentou a política de tolerância zero, cuja premissa
é a de que o combate às contravenções e delitos menores incide na redução do nível geral de
criminalidade.

A Teoria da Escolha Racional foi desenvolvida por Ronald Clarke, juntamente com Derek
Cornish. Conforme Carvalho (2005), tem como pressuposto a ideia de que o crime é fruto de
uma decisão económica, ou seja, o delinquente faz um cálculo entre as vantagens que pode
obter com o delito, por exemplo: dinheiro, sexo, aventura, perigos (a dor).

Conforme Ariza (1998) destaca que quando um delinquente identifica numa determinada
situação indícios que denotam oportunidade para a prática de um delito é quando se
estabelecem as condições para a prática do mesmo. Dessa forma, a conduta criminosa é o
resultado de uma decisão racional. Carvalho (2005) ressalta que o delito patrimonial é aquele
ao qual mais se aplica esta teoria.

A Teoria da Prevenção Situacional do Crime foi desenvolvida por Ronald Clarke. Para
Freitas (2004) ressalta que essa teoria se baseia na ideia de que o crime pode ser prevenido de
duas formas: 1) Com a redução das oportunidades presentes no espaço que favorecem a sua
perpetração; 2) Aumentando-se os riscos para o criminoso no que se refere à prática da
actividade delituosa. Teoria da Ecologia Humana A Teoria da Ecologia Humana ou Teoria
Ecológica defende que a sociedade e o espaço têm uma participação importante na génese da
criminalidade. Foi desenvolvida

Teoria da Desorganização Social, esta teoria foi inicialmente desenvolvida na Universidade


de Chicago, entre 1920 e 1930, pelos sociólogos Clifford Shaw e Henry McKay, cujo
enfoque era dado às comunidades locais, entendidas “como um complexo sistema de redes de
associações formais e informais, de relações de amizade, parentesco que, de alguma forma,
contribuam para o processo de socialização e aculturação do indivíduo” (Cerqueira & Lobão,
2007, p. 5).

Tais relações seriam condicionadas por factores estruturais, como: status económico,
mobilidade residencial, heterogeneidade étnica, desagregação familiar e urbanização.
Cerqueira (2007) ressalta que a criminalidade surgiria como consequência de efeitos
indesejáveis presentes na organização dessas relações sociais comunitárias e de vizinhança,
tais como redes de amizade dispersas, grupos de adolescentes sem supervisão, orientação ou
reduzida participação social.

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3. CONCLUSÃO

Da pesquisa feita sobre os determinantes da criminalidade, conclui-se que as taxas de


criminalidade devem ser positivamente relacionadas com a distribuição de renda, e
negativamente relacionadas com a probabilidade de prisão e com a taxa de crescimento, o
efeito da renda indeterminado. Tal constatação permite repensar que os efeitos e causas da
criminalidade abrangem inúmeros factores sociais, como a ausência de políticas sociais,
pobreza, desigualdade social, falta de acesso à educação. Indo da desordem social, até
unidade familiar.

Os tipos determinantes da criminalidade podem-se encontrar os seguintes: homicídio,


estupro, roubo, roubo à mão armada, furto, ofensas morais e corporais voluntárias, burla,
violência física grave, introdução na casa alheia, fogo oposto, vandalização de bens matérias
público ou privado, tanto como, as ofensas corporais.

As consequências da criminalidade provocam problemas económicos, por conta


principalmente das externalidades negativas que geram sobre as economias. Dentre outros
efeitos nocivos da criminalidade é sobre o bem-estar social, salientando o aumento dos gastos
públicos e privados com segurança, a retracção do turismo, dos investimentos e do valor dos
imóveis nas localidades, com impactos significativos sobre o PIB.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Becker, G. A. (1981). Treatise on the family, University of Chicago Press.

Bitencourt, C. (2015). Tratado de direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva.

Blau, J. Blau, P. M. (1982). The cost of inequality: metropolitan structure and violent crime.
American Sociological Review, 47: 114-129.

Brasil. (1941). Decreto lei nº 3.689, de 03 de Outubro de 1941. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-Lei/Del3689.htm

Carvalho, T. M. P. (2005). A ocasião faz o ladrão. Como prevenir a delinquência através do


controle situacional. Revista Electrónica de Ciências Jurídicas, n. 2, p.1-28, 2005.

Cerqueira, D. (2007). Posições teóricas e metodológicas a propósito da violência e da


criminalidade. Vitória: Gráfica e Editora/NEVI, 2007. p.17-36.

Cerqueira, D., & Lobão, W L. (2003). Determinantes da criminalidade: uma resenha dos
modelos teóricos e Resultados empíricos. Rio de Janeiro, IPEA. 2003.

Cressey, D. P. (1968). Crime: causes of crime in International. Encyclopedia of The Social


Sciences, v. 3. The Macmillian Company & The Free Press Ed. (David L. Sills ed.), 1968.

Ehrlich, I. (1973). Participation in illegitimate activities: A theoretical and empirical


investigation. Journal of Political Economy. v.81, n.3, , 521-565

Engels, F. (1976). A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo, Global.

Francisco-Filho, L. L. (2004). Distribuição espacial da violência em Campinas: uma análise


por geoprocessamento. 2004. 170 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de
Geociências – Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2004.

Freitas, W. C. de P. (2004). Espaço urbano e criminalidade: lições da Escola de Chicago.


São Paulo: Método.

Wilson, J. Q., & Kelling, G. L. (1982). Broken Windows. Atlantic Monthly. p. 29-38, mar.

Yin, R. K. (1994). Case study research: Design and methods. Thousands Oaks: Sage
Publications.

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