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Cristina Queirós
O crime, definido como um "ato que ofende certos sentimentos coletivos", apesar da
sua natureza aparentemente patológica, não deixa de ser considerado como um
fenômeno normal, no entanto, com algumas precauções. O que é normal é que "exista
uma criminalidade, contanto que atinja e não ultrapasse, para cada tipo social, um certo
nível".
Para além disso, o crime deverá ser reconhecido não como um «mal» mas pela sua
função utilitária enquanto um indicador da sanidade do sistema de valores que constitui
a consciência coletiva. Nesse sentido, o crime será mesmo um elemento promotor da
mudança e da evolução da sociedade. É a este propósito que Durkheim refere
peculiarmente que, face aos sentimentos atenienses, a condenação de Sócrates «nada
tinha de injusto»23. Efetivamente, será esta dimensão do crime que explica que a
mesma conduta poderá ser censurada por uma determinada sociedade num
determinado momento da sua evolução cultural como poderá nada ter de censurável
na mesma sociedade num outro e diferente momento da sua evolução cultural. Isso
permitir-nos-á compreender que um ato criminoso transpõe, de modo negativo, uma
construção valorativa, de tal modo que poderá dizer-se que "não há ato algum que
seja, em si mesmo, um crime. Por mais graves que sejam os danos que ele possa
causar, o seu autor só será considerado criminoso se a opinião comum da respectiva
sociedade o considerar como tal"(veja o artigo)
http://gballone.sites.uol.com.br/forense/criminologia.html