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realidade. De qualquer forma a estratégia era seguida e usada para criticar o
proletariado brasileiro em formação.3
É importante observar que haviam diversos modelos a serem seguidos, sendo os
principais o francês, alemão e o modelo britânico de organização da classe
trabalhadora, servindo como pontos de referencia para a causa operaria
brasileira.4
Um dos pontos mais importantes do texto trata sobre a formação da identidade
operaria e as barreiras que dificultaram essa formação. A identidade operaria é
precedida em muitos casos pela a identificação social. As condições de
existência no Brasil entre 1900 e 1910 eram extremas para as classes mais
pobres, que assim como no caso europeu (salvo as particularidades) sofreu com
o processo de urbanização e industrialização. As moradias eram precárias, as
doenças se proliferavam e o alcoolismo era um grave problema social para as
autoridades e para os sindicatos.5
Assim como o texto mostra, houve problemas na formação dessa identidade. Era
difícil, sobretudo para os trabalhadores informais, se reconhecerem enquanto
grupo homogêneo, já que sua associação com pessoas marginalizadas era
comum.
O trabalho era a única coisa que separava um “bom cidadão” de um
“vagabundo”. A oposição ócio e trabalho era uma forte ferramenta de distinção
social.
O sentimento de pertencimento a uma determinada classe trabalhadora, era mais
comum aos trabalhos que exigiam qualificação. Logo, a própria profissão
legitimava o grupo perante uns aos outros, o que não ocorria facilmente com os
trabalhadores ocasionais, que eram muito mais dispersos e distantes uns dos
outros.6
A forma como o trabalho vai legitimar ou não o sentimento de classe varia muito
conforme a profissão exercida.
2. Passagens mais difíceis:
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A parte final do texto que trata sobre questões voltadas a ética do trabalho e a
formação do sentimento de classe foram as mais difíceis de se assimilar, principalmente
o primeiro paragrafo da pagina 123. Textos do próprio autor completam essas ideias.
3. Relação do texto com possíveis outros autores e textos lidos sobre o tema:
No meu ponto de vista foi possível estabelecer um dialogo com os escritos de
Thompson acerca da classe operaria inglesa. Ao lembrar, mesmo que de forma rápida,
as condições sociais que os trabalhadores viviam, o autor faz esse paralelo importante
com o historiador inglês. Para além disso, a noção da formação do proletariado
enquanto classe tem muitas semelhanças com Thompson, inclusive no emprego de
termos semelhantes como “classes perigosas”, estabelecendo uma relação hierárquica
semelhante a noção thompsiana, onde o operário representa uma espécie de “meio
termo”, estando a baixo das classes dominantes, mas acima das classes mais
marginalizadas.
Essa forma de pensar o operário e suas problemáticas para além do cenário das
fabricas, o inserindo em uma dinâmica social mais ampla, corresponde muito ao
momento que o texto é escrito, onde a historiografia, juntamente com a antropologia e
sociologia expandiram a forma de se pensar os movimentos operários. No livro O
movimento operário na primeira república Claudio Batalha expande sua análise,
inclusive dedicando um capitulo para a cultura operaria, demonstrando os avanços da
analise historiográfica.