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TRATAMENTO DE ÁGUAS E RESÍDUOS


Coagulação e floculação
PROBLEMA
Qual o produto que
queremos?

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO
§ Processos de tratamento de água
ü Clarificação: remoção de sólidos
ü Desinfecção: eliminação de micro-organismos
ü Fluoretação: prevenção de cáries
ü Controle de corrosão: aspectos econômicos

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INTRODUÇÃO
§ Tratamento convencional:

CLARIFICAÇÃO FILTRAÇÃO DESINFECÇÃO

§ Coagulação
§ Floculação
§ Decantação/flotação

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COAGULAÇÃO
§ Consiste na desestabilização das partículas coloidais e
suspensas

§ Realizada rapidamente pela junção ações físicas e reações


químicas
§ Coagulante: sal de alumínio ou de ferro de caráter catiônico
§ Objetivo: formação de flocos com tamanhos maiores

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COAGULAÇÃO
§ Resultado esperado:
ü Remover turbidez
ü Remover matéria orgânica coloidal
ü Remover substâncias tóxicas
ü Remover MO
ü Remover outras substâncias capazes de conferir sabor
ou odor estranhos

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COAGULAÇÃO
§ Em geral, as partículas das impurezas,
em sua maioria, são carregadas
negativamente

§ As cargas negativas, interagindo entre


si, formam um campo elétrico
§ Isso faz com que as partículas
permaneçam em suspensão

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COAGULAÇÃO
§ Nesse ponto, o coagulante entra em ação
§ Quebram essa interação, permitindo a aglomeração das
partículas (coágulos)

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COAGULAÇÃO

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FLOCULAÇÃO
§ Conjunto de fenômenos físicos aplicados para diminuir o
número de partículas suspensas e coloidais da água
§ Etapa promove choques mecânicos entre as partículas devido à
agitação
§ Objetivo é a formação de flocos
§ Esses serão removidos por sedimentação ou flotação
posteriormente

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FLOCULAÇÃO

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FLOCULAÇÃO

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FLOCULAÇÃO
§ Fatores que influenciam a floculação:

ü Êxito da coagulação
ü Tempo de detenção
ü Gradiente de velocidade
ü Geometria dos agitadores e câmaras

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FLOCULAÇÃO
§ Na unidade de floculação ocorrem dois fenômenos opostos:
ü Agregação
ü Ruptura dos flocos

§ A agitação da água pode ser promovida por meios mecânicos


ou hidráulicos
§ O material a ser tratado é obrigado à percorrer um caminho
com várias mudanças de direção
§ A intensidade de agitação resulta da resistência hidráulica ao
escoamento, medida pela perda de carga (H)

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador de chicanas
ü Chicanas verticais (fluxo vertical)
ü Chicanas horizontais (fluxo horizontal)

§ Floculador tipo Alabama


§ Floculador em meio poroso

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador de chicanas verticais
ü Velocidade ao longo dos canais entre 10-20 cm/s para evitar
sedimentação
ü Espaçamento mínimo entre chicanas: 0,60 m

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador de chicanas verticais

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador de chicanas verticais

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador de chicanas horizontais

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador de chicanas horizontais

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador tipo Alabama
ü Muito eficiente
ü Não há necessidade de manter a velocidade de escoamento
superior à 0,10 m/s pois não há interesse em arrastar os
flocos para cima

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Floculador tipo Alabama

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Vantagens
ü Fácil operação
ü Não necessita equipamentos
ü Sem consumo de energia elétrica
ü Baixo custo
ü Instalações de médio porte

§ Desvantagens
ü Impossibilidade de alterar a velocidade de agitação

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: gradiente de velocidade (G) para um
compartimento do floculador

𝑔ℎ
𝐺=
𝜈𝑡

G: gradiente de velocidade (s-1)


g: aceleração da gravidade (m.s-2)
h: perda de carga no compartimento (m)
ν: viscosidade cinemática (m2.s-1)
t: período de detenção no compartimento (s)
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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: gradiente de velocidade (G) para um
compartimento do floculador
ü Não sendo possível realizar ensaios, considerar no primeiro
compartimento Gmáx=70 s-1 e no último, Gmín=10 s-1

G ≤ 70 s-1
G ≥ 10 s-1

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: gradiente de velocidade (G) para um
compartimento do floculador

𝛾Δℎ
𝐺=
𝜇𝑇

G: gradiente de velocidade (s-1)


𝛾: peso específico da água (N.m-3)
Δℎ: perda de carga (m)
µ: viscosidade dinâmica da água (N.s.m-2)
T: período de detenção no compartimento (s)
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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: tempo de floculação (Tf)
ü Não havendo possibilidade de ensaios, considerar:

20 min < Tf < 30 min

§ Parâmetros de projeto: volume do floculador (Vf)

𝑉! = 𝑇! 𝑄

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: número de chicanas (n)

"
! 𝑎𝐿𝐺
𝑛 = 0,045 𝑇
𝑄

n: número de chicanas
Fluxo vertical: largura (B)
a: dimensão relacionada (m)
Fluxo horizontal: altura (h)
L: comprimento do floculador (m)
G: gradiente de velocidade (s-1)
Q: vazão volumétrica (m3.s-1)
T: período de detenção hidráulico (min)
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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: espaçamento entre chicanas (e)

!"#$
𝑒=
$

n: número de chicanas
E: espessura da chicana (m)
L: comprimento do floculador (m)

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: área superficial do floculador (As)
$"
𝐴𝑆 =
%

h: altura do canal (m)

§ Parâmetros de projeto: largura do floculador (Bf)


𝐴#
𝐵! =
𝐿
§ L: comprimento do canal (m)
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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: velocidade de escoamento (v)

&
ü Trechos retos (escoamento): 𝑣1 = '

"
ü Curvas de 180° (passagens): 𝑣2 = 𝑣)
(

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: extensão média percorrida pela água em
cada canal (Li)

𝐿𝑖 = 60𝑣1𝑡

Li: extensão percorrida pela água no canal (m)


t: período de detenção em cada canal (min)

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: raio hidráulico dos canais entre chicanas

'
𝑅𝐻 = *

A: área molhada (m2)


P: perímetro molhado (m)

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: perda de carga por atrito (fórmula de
Manning)
,# -$ ".!
𝐻+! = !
#,!!!
/%

Hai: perda de carga por atrito no canal (m)


v1i: velocidade de escoamento (m.s-1)
Li: extensão percorrida pela água no canal (m)
Km: coeficiente de Manning

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: perda de carga por atrito (fórmula de
Manning)
Km

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: perda de carga nas passagens ou curvas

1!2) ,#' 21!,''


𝐻0! = "3
! !

Hai: perda de carga nas passagens (m)


v1i: velocidade de escoamento (m.s-1)
v2i: velocidade nas passagens (m.s-1)
ni: número de chicanas

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
§ Parâmetros de projeto: perda de carga total em um canal

𝐻𝑡 = 𝐻+! + 𝐻0!

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
Ex 4.1 Dimensione um floculador hidráulico de chicanas tipo
vertical de concreto alisado, constituído por 3 canais de floculação
com chicana e com vazão a ser tratada de 120 L/s, considerando as
seguintes informações:
a. Gradientes de velocidade obtidos via ensaio: 45, 35 e 30 s-1
b. Largura do canal: 0,5 m
c. Comprimento do canal: 12 m
d. Tempo de detenção: 18 min
e. Peso específico da água à 20°C: 9789 N.m-3
f. Espessura das chicanas (madeira): 30 mm
g. Profundidade do canal: 3 m

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FLOCULADORES HIDRÁULICOS
Ex 4.2 Dimensione um floculador hidráulico de chicanas tipo
horizontal considerando os seguintes dados:
a. Vazão: 40 L.s-1
b. Número de canais: 3
c. Número de chicanas por canal: 20
d. Comprimento do canal: 15 m
e. Lâmina de água: 1,1 m
f. Velocidades de escoamento nos canais 1, 2 e 3: 0,20, 0,13 e 0,08 m.s-1
g. Dimensões das chicanas: espessura 15 mm, altura 1200 mm e largura
2450 mm
h. Material das chicanas: fibrocimento
i. Tempo de detenção: 27 min (8,5 min; 9 min; 9,5 min)

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculadores adicionados de equipamentos capazes de manter a
água em constante agitação

§ Classificados em dois grupos:


1. Agitadores do tipo de paletas
ü Floculadores de paletas de eixo vertical
ü Floculadores de paletas de eixo horizontal
ü Floculadores de paleta única de eixo vertical

2. Agitadores do tipo de fluxo axial


ü Floculadores com turbinas ou hélices
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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo paletas de eixo vertical
ü Intensidade de agitação é diminuída sucessivamente em
cada câmara
ü Gradiente de velocidade (G) depende da rotação do eixo e
das características da paleta (altura, espessura,
espaçamento, etc.)

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo paletas de eixo vertical

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo paletas de eixo horizontal
ü Similarmente ao de eixo vertical, a
intensidade de agitação é diminuída
sucessivamente em cada câmara
ü Gradiente de velocidade (G) depende da
rotação do eixo e das características da
paleta (altura, espessura, espaçamento,
etc.)

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo paletas de eixo horizontal

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador de paleta única de eixo vertical
ü Raramente aplicados no Brasil
ü Possui as mesmas características dos
anteriores
ü Eixos são movimentados por conjuntos
motor-redutor instalados sobre
as passarelas do floculador

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador de paleta única de eixo vertical

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo de fluxo axial: turbinas e hélices
ü Cada vez mais utilizados no Brasil por permitirem fácil regulagem
do grau de agitação
ü Água é introduzida em série de câmaras com gradiente de
velocidade decrescente de uma para outra
ü Gradiente de velocidade depende da rotação do eixo e das
características da hélice/ turbina (tipo e diâmetro)
ü Motor que movimenta as hélices/turbina dispõe de variadores
de frequência
ü Motores são instalados sobre as passarelas dos floculadores

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo de fluxo axial: turbinas e hélices

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo de fluxo axial: turbinas e hélices

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Floculador do tipo de fluxo axial: turbinas e hélices

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Vantagens
ü Facilidade de variação de condições de agitação
ü Baixa perda de carga devido ao menor número de câmaras
ü Facilidade de instalação
ü Facilidade de adaptação em ETA já ativas

§ Desvantagens
ü Alto consumo energético
ü Possibilidade de curtos-circuitos
ü Zonas mortas

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)

𝑃 = 𝐹𝑑𝑉

ü P: potência dissipada na massa líquida (W)


ü Fd: força de arraste (N)
ü V: velocidade da paleta em relação à água (m.s-1)

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)
ü A força de arrasto é dada por:

𝐶𝑑. 𝐴𝑝. 𝑉 " 𝜌


𝐹𝑑 =
2

ü Fd: força de arraste (N)


ü Ap: área de seção transversal das paletas normal ao fluxo (m2)
ü Cd: coeficiente de arraste
ü V: velocidade da paleta em relação à água (m.s-1)
ü 𝜌: densidade da água (kg.m-3)
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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)
ü Unindo as duas equações, temos:

𝐶𝑑. 𝐴𝑝. 𝑉 ( 𝜌
𝑃=
2

ü Ap: área de seção transversal das paletas normal ao fluxo (m2)


ü Cd: coeficiente de arraste
ü V: velocidade da paleta em relação à água (m.s-1)
ü 𝜌: densidade da água (kg.m-3)

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)
ü Para regime turbulento (Re > 1000), Cd se relaciona com
comprimento (L) e largura (B) da paleta:

Relação L/B 1 2 4 10 18 20 ∞
Cd 1,10 1,15 1,19 1,29 1,40 1,46 2,01

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)
ü Dependendo das dimensões da paleta, a diferença entre as
velocidades pode ser nula
ü Assim, temos:
𝐶𝑑. 𝐴𝑝. (𝑉𝑝 − 𝑉𝑎)" 𝜌
𝐹𝑑 =
2

ü Vp: velocidade da paleta em relação à câmara (m.s-1)


ü Va: velocidade da água em relação à câmara (m.s-1)

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)
ü É comum expressar Fd, nesse caso, em termos do coeficiente k
ü Sendo Va=k.Vp, temos:

𝐶𝑑. 𝐴𝑝. 𝜌𝑉𝑝2(1 − 𝑘)"


𝐹𝑑 =
2
ü Vp: velocidade da paleta em relação à câmara (m.s-1)
ü Va: velocidade da água em relação à câmara (m.s-1)

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)
ü Para adicionar Vp à equação, consideramos:

2𝜋𝑁𝑅
𝑉𝑝 = 𝜔𝑅 =
60
ü ω: velocidade angular da paleta em relação à câmara (rad.s-1)
ü R: distância do eixo do agitador ao eixo da paleta (m)
ü N: rotação do agitador (rpm)

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)
ü Juntando as duas equações e integrando em relação à área da
paleta, temos:

𝑃 = 1,46. 1045 𝐶𝑑𝑁 ( 𝜌 1 − 𝑘 3𝐿(𝑅𝑒 5 − 𝑅𝑖 5 )

ü Re: distância entre a extremidade externa da paleta e o eixo


do agitador (m)
ü Ri: distância entre a extremidade interna da paleta e o eixo do
agitador (m)
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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)

ü Para um agitador de paletas paralelas ao


eixo com número de braços iguais (B) e
com n paletas por braço, temos:

𝑃 = 1,46. 1045 𝐶𝑑𝑁 ( 𝜌 1 − 𝑘 3𝐿𝐵 M(𝑅𝑒 5 − 𝑅𝑖 5 )


678

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)

§ Para um agitador de paletas


perpendiculares (Ri=0 e Re=R) tem-se
para uma paleta e um braço:

𝑃 = 1,46. 1045 𝐶𝑑𝑁 ( 𝜌 1 − 𝑘 3𝐿𝑅4

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: relação entre velocidade da paleta e da
água no interior da câmara (k)

§ Para um agitador de paletas


perpendiculares com mais de um braço
e mais paletas:
1

𝑃 = 1,46. 1045 𝐶𝑑𝑁 ( 𝜌 1 − 𝑘 3𝐿𝑁𝑐𝐵 M(𝑅𝑒 5 − 𝑅𝑖 5 )


678
§ B: número de braços
§ Nc: número de conjunto de braços

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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: gradiente de velocidade (G)

ü Para paletas paralelas ao eixo:

𝐶𝑑 1 − 𝑘 ( 𝑛( 𝑏𝑙(𝑁) 𝑟)( + 𝑁" 𝑟"( + ⋯


𝐺 = 112
𝜇𝑉

k: relação entre a velocidade da água e das


𝑃
𝐺= palhetas (no geral k=0,25)
𝜇𝑉 n: rotação das paletas (rps)
N1; N2: número de paletas na posição 1 e 2
(no geral N=4)
V: volume da câmara (m³)
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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Variáveis de projeto: gradiente de velocidade (G)

ü Para paletas perpendiculares ao eixo:

𝐶𝑑 1 − 𝑘 ( 𝑛( 𝑏(𝑁) 𝐿5) + 𝑁" 𝐿5" + ⋯


𝐺 = 56
𝜇𝑉

k: relação entre a velocidade da água e das


𝑃
𝐺= palhetas (no geral k=0,25)
𝜇𝑉 n: rotação das paletas (rps)
N1; N2: número de paletas na posição 1 e 2
(no geral N=4)
V: volume da câmara (m³)
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FM: AGITADORES DE PALETAS
§ Padrões conhecidos:
ü Velocidade das paletas: < 0,70 m/s
ü Distância mínima entre paletas: ≥ 0,10 m
ü Comprimento da paletas: ≤ 4,0 m
ü Largura das paletas entre: 0,10 e 0,30 m
ü Distância mínima da extremidade superior da paleta em
relação ao nível da água: 0,15 m
ü Distância máxima da extremidade inferior da paleta em
relação ao fundo da câmara: 0,50 m

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FM: AGITADORES DE TURBINA
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)

ü Pode ser estimada pelo adimensional Número de Potência


(Np):
𝑃
𝑁𝑝 =
𝜌𝑁 ( 𝐷9

ü P: potência (W)
ü N: rotação (rps)
ü D: diâmetro da turbina (m)
ü ρ: densidade da água (kg.m-3)
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FM: AGITADORES DE TURBINA
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)

ü Para regime turbulento:

𝑃 = 𝐾: 𝜌𝑛( 𝐷9

ü P: potência dissipada (W)


ü KT: coeficiente do rotor
ü n: rotação (rps)
ü D: diâmetro do rotor (m)
ü ρ: densidade da água
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FM: AGITADORES DE TURBINA
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)

ü Para regime turbulento:

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FM: AGITADORES DE TURBINA
§ Variáveis de projeto: potência dissipada (P)

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FM: AGITADORES DE TURBINA

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FM: AGITADORES DE TURBINA
§ Variação das dimensões do sistema tanque-
turbina
𝐿 𝐻 ℎ 𝐷
2,0 ≤ ≤ 6,6 2,7 ≤ ≤ 3,9 0,9 ≤ ≤ 1,1 𝑤=
𝐷 𝐷 𝐷 8
ü L: largura do tanque (m)
ü D: diâmetro da turbina (m)
ü H: profundidade útil do tanque (m)
ü h: distância do disco da turbina até o fundo
do tanque (m)
ü w: altura da paleta (m)

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Variáveis de projeto: gradiente de velocidade nas passagens (Gp)
ü Para qualquer tipo de floculador, o G nas passagens deve ser
inferior ao das câmaras, dado por:

𝑓
𝐺𝑝 = 354. 𝑈!,#
4. 𝑅ℎ

ü Gp: gradiente de velocidade nas passagens (s-1)


ü Rh: raio hidráulico (m)
ü f: coeficiente de atrito da Equação Universal de Perda de carga
ü U: velocidade média através das passagens (m/s)
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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Variáveis de projeto: coeficiente de atrito (f)
ü É função da rugosidade do material da passagem e do número de
Reynolds, dado por:

1,323
𝑓= '
𝜀
ln 3,7𝐷 + 5,76𝑅𝑒 $%,&

ü ε: rugosidade absoluta do material da abertura (m)


ü D: diâmetro da abertura (m)
ü Re: número de Reynolds
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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Variáveis de projeto: diâmetro
ü Para aberturas de seção não circular, o diâmetro deve ser
substituído por:
𝐷 = 4𝑅ℎ

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Variáveis de projeto: número de Reynolds (Re)

𝑈. 𝐷
ü Para aberturas de seção circular: 𝑅𝑒 =
𝜈

ü Para aberturas de seção não circular:


𝑈. 4𝑅ℎ
𝑅𝑒 =
𝜈

ü 𝜈 : viscosidade cinemática (m²/s)

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Variáveis de projeto: rugosidade absoluta (ε)

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Layout dos floculadores

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FLOCULADORES MECÂNICOS
§ Ex 4.3 Uma ETA deve tratar 250 L/s de um efluente qualquer.
Dimensione a unidade de floculação mecanizada de eixo vertical
de 3 câmaras, com 4 braços e 4 paletas por braço, apta a conferir
os gradientes de velocidade de 60, 40 e 20 s-1 para as câmaras 1,
2 e 3, respectivamente. Paletas separadas por 20 cm entre si.

§ Dados: ü Volume do floculador (Volf): 450 m³


ü Tempo de floculação (Tf): 30 min ü Dimensões das câmaras: 6,2 x 6,2 m
ü Profundidade média (h): 4 m ü Distância da extremidade externa da
ü Comprimento da paleta (L): 3 m paleta mais interna ao eixo do agitador
ü Largura da paleta (b): 0,20 m (Re1): 1,40 m
ü Coeficiente de arraste (Cd): 1,4 ü Relação entre velocidades (k): 0,25
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1
§ Ex 4.3
𝑃 = 1,46. 1045 𝐶𝑑𝑁 ( 𝜌 1 − 𝑘 3𝐿𝐵 M(𝑅𝑒 5 − 𝑅𝑖 5 )
678
P=?
Cd = 1,4
N=?
ρ = 1000 kg.m-3
k = 0,25
L=3m
B=4
Re1 = 1,4 m
b = 0,2 m
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FLOCULADORES MECÂNICOS
1
§ Ex 4.3
𝑃 = 1,46. 1045 𝐶𝑑𝑁 ( 𝜌 1 − 𝑘 3𝐿𝐵 M(𝑅𝑒 5 − 𝑅𝑖 5 )
678

P = 1,46. 10!" . 1,4. N # . 1000. 1 − 0,25 # . 3.4. [ 1,4" − 1,2" + 1,8" − 1,6" + 2,2" − 2,0" + 2,6" − 2,4" ]

P = 26,55. N³ G1 = 60 s-1
𝑃 G2 = 40 s-1
𝐺= 26,55. 𝑁 ( = 𝐺 " . 𝜇. 𝑉𝑜𝑙
𝜇𝑉 G3 = 20 s-1
! 𝐺 " . 𝜇. 𝑉𝑜𝑙 μ = 1,002.10-3 Pa.s
P = G" . µ. Vol 𝑁=
26,55
Vol = 450 m³
Vol,cam = 150 m³
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§ Ex 4.3
𝑈. 4𝑅ℎ
N1 = 2,73 rpm 𝑅𝑒 =
N2 = 2,08 rpm 𝜈
N3 = 1,31 rpm

Considerando abertura da câmara de 1 𝑚


0,25 . 4.0,25(𝑚)
𝑅𝑒 = 𝑠
x 1 m², velocidade na passagem U=0,25
4K 𝑚²
m/s e o material sendo concreto liso 1,002. 10
𝑠
ε = 0,25
𝑅𝑒 = 2,5. 109
𝐵. ℎ !.!
𝑅ℎ = 𝑅ℎ = ⇒ 𝑅ℎ = 0,25 m
2𝐵 + 2ℎ '.!)'.!

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§ Ex 4.3
1,323
𝑓= f
𝜀 ' Gp = 354. U!,#
ln 3,7𝐷 + 5,76𝑅𝑒 $%,& 4. Rh

1,325
f= 0,18
0,25 ' Gp = 354. 0,25!,#
ln 3,7.1 + 5,76. 2,5.10# $%,& 4.0,25
Gp = 18,77 𝑠 $!
f = 0,18

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TRATAMENTO DE ÁGUAS E RESÍDUOS


Coagulação e floculação

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