1 Legislação, Padrões de Potabilidade e Características Da Água

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TRATAMENTO DE ÁGUAS E RESÍDUOS

Legislação, padrões de potabilidade e características da água
AVALIAÇÃO
§ 1° Semestre
§ Prova 1 (30%)
§ Prova 2 (30%)
§ Trabalho + defesa (40%)
§ 2° Semestre
§ Prova 1 (30%)
§ Prova 2 (30%)
§ Trabalho + defesa (40%)
§ Obs.: voltando para o presencial, o cenário muda
Prof. João M. Folador | Tratamento de Águas e Resíduos | Engenharia de Alimentos | UNICENTRO | 2021 2
ÁGUA
§ Quantidade de água hoje é igual há 3 bilhões de anos
§ O que mudou foi sua distribuição
ÁGUA
§ Dois pontos notáveis:
1. Pouca disponibilidade de água doce
2. Extensão dos oceanos (cobrem 71% da superfície da Terra)
ü Ciclo da água
ü Regulação do clima do planeta
ü Habitat mais abundante da Terra
ÁGUA
§ Água doce cobre apenas 1% da superfície da Terra
§ Responsáveis por diversos serviços de importância ecológica e
econômica ao ser humano
ü Regulação do clima local e regional
ü Controle de enchentes
ü Reposição das águas subterrâneas
ü Tratamento e diluição de detritos
ÁGUA
§ Água doce: consumo direto, na
indústria e na agricultura
POTABILIDADE
§ Portaria n° 2914 de 12 de dezembro de 2011
(http://site.sabesp.com.br/uploads/file/asabesp_doctos/kit_arsesp_p
ortaria2914.pdf)
§ Procedimentos de controle e de vigilância de qualidade da água para

consumo humano e seu padrão de potabilidade
ü Água potável: água que atenda ao padrão de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que não
ofereça riscos à saúde
PADRÕES DE POTABILIDADE
§ Padrão microbiológico:
§ Substâncias nocivas à saúde:
§ Radioatividade:
Becquerel (Bq): 1 desintegração por segundo
§ Tabela de padrão sensorial de potabilidade
§ Tabela de padrão sensorial de potabilidade
CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA
§ Água pura é um líquido incolor, inodoro e insípido
§ Ótimo solvente que nunca é encontrado em estado de absoluta
pureza
§ Os 103 elementos químicos podem ser encontrados em diferentes
tipos de águas naturais
§ A natureza do solo em que a água escoa determina seu conteúdo de
impureza
§ Impurezas mais comuns e seus efeitos
ü Algas e protozoários: causa sabor, odor, cor e turbidez
ü Areia, silte e argila: turbidez
ü Resíduos industriais e domésticos
ü Bactérias e vírus: patogênicos e alguns podem causar prejuízos
às instalações
ü Substâncias de origem vegetal: cor, acidez e sabor
ü Sílica e argilas: turbidez
ü Substâncias de origem mineral (Ca e Mg): efeitos da sua
composição, concentração e de reações com outras substâncias
§ Características físicas: cor
§ Água pura não possui cor
§ Substâncias dissolvidas ou em suspensão alteram a cor da água

§ Normalmente, a cor da água se deve à ácidos húmicos e tanino
proveniente da decomposição vegetal
§ Não representam risco para a saúde
§ Cor afeta o psicológico do consumidor
§ Água contendo ferro e matéria orgânica pode produzir cor de
elevada intensidade
§ Cor é sensível ao pH
§ Remoção facilitada com pH baixo
§ Quanto maior o pH mais intensa é a cor
§ Quando além da cor, há uma turbidez que pode ser removida por
centrifugação: cor aparente
§ Removida a turbidez, o residual é a
cor verdadeira
§ Cor é facilmente removida por coagulação
química
§ Em alguns casos de cor extremamente elevada, o processo pode
ser auxiliado por oxidação química
§ Utiliza-se: permanganato de potássio, cloro,
ozônio, etc.
§ Evitar cloro elementar para oxidar

devido à matéria orgânica; componente
resultantes podem ser cancerígenos
§ Não há relação direta entre concentração
de substâncias corantes e a cor resultante
§ Cor é medida comparando-a com uma
escala arbitrária de cor
§ Características físicas: turbidez
§ Característica devida à presença de partículas
§ Tamanho variando de suspensões grosseiras
aos coloides
§ Essas partículas provocam a dispersão e
absorção de luz, gerando aparência nebulosa
§ Esteticamente indesejável e potencialmente

perigosa
§ Causada por partículas de argila ou lodo, descarga

de esgoto doméstico ou industrial ou a presença de
grande número de MO
§ Pode ser causada também por bolhas finamente

divididas
§ Fenômeno que ocorre com frequência nas redes

de distribuição ou instalações domiciliares,
gerando queixas dos consumidores
§ Determinação da turbidez é baseada no

método de Jackson
§ Princípio: determinar qual a profundidade que

pode ser vista a imagem da chama de uma vela,
através da água colocada em tubo de vidro
§ Limitado à valores entre 25 e 1000 Unidades

Jackson de Turbidez (UJT ou JTU)
§ Equipamento mais utilizado: nefelômetro
§ Princípio: mede-se, em uma célula

fotoelétrica, a quantidade de luz dispersa
através da amostra de água a 90° da luz
incidente
§ Não há relação direta entre o método de

Jackson e o método do nefelômetro,
portanto, calibra-se, em Unidades
Nefelométricas de Turbidez (UNT ou NTU)
§ Características físicas: sabor e odor
§ Consideradas sempre em conjunto pela forte relação
§ Difícil avaliação por tratar-se de sensações subjetivas

§ Causadas por impurezas dissolvidas de natureza orgânica (fenóis,
clorofenois, resíduos industriais, gases dissolvidos, etc.)
§ Sólidos totais em alta concentração também produzem gosto
sem odor
§ Características físicas: temperatura
§ Importante devido à influência sobre outras propriedades
ü Acelera reações químicas

ü Reduz a solubilidade dos gases
ü Acentua a sensação de sabor e odor
§ Características físicas: condutividade elétrica
§ Parâmetro dependente da quantidade de sais dissolvidos na
água
§ Sua determinação permite obter uma estimativa rápida do
conteúdo de sólidos de uma amostra
§ Unidade de medida: S/cm ou μS/cm (Siemens)
§ Características químicas: pH
§ Mede a concentração de H+ ou sua atividade
§ Parâmetro importante em várias etapas de tratamento de

água: coagulação, floculação, desinfecção e controle de
corrosão
§ Algumas substâncias sofrem alterações de cor de acordo com
a variação de pH
§ São usados como indicadores e permitem aproximação do
valor do pH
§ Adiciona-se algumas gotas à uma amostra e
compara-se com o disco colorimétrico
§ Faixas de utilização dos indicadores mais
usuais em ET:
ü Vermelho de clorofenol pH 5,2-6,8
ü Vermelho de fenol pH 6,8-8,4
ü Azul de bromotimol pH 6,0-7,6
ü Azul de timol pH 8,0-9,6
§ Mais moderno e preciso: pHmetros
§ Não sofrem interferências de cor, turbidez e vários íons
§ Nos sistemas de abastecimento público: 6,5 ≤ pH ≤ 9,5
§ pH baixos: corrosivos e agressivos à paredes de

concreto
§ pH altos: tendem a formar incrustações
§ Características químicas: dureza
§ Característica proporcionada pela presença de íons metálicos:
ü Íons de cálcio (Ca++)

ü Íons de magnésio (Mg++)
ü Íons ferrosos (Fe++)
ü Íons de estrôncio (S++) MENOR GRAU
§ Proporciona propriedade de impedir formação de espuma (sabão)

§ Produz incrustações nos sistemas de água quente
§ Expressa em termos de CaCO3 e classificada de duas formas:

ü Pelos íons metálicos (distingue-se a dureza do Ca e Mg)
ü Pelos ânions associados com íons metálicos (classificada em
dureza de carbonatos e de não carbonatos)
§ Águas podem ser classificadas conforme seu grau de dureza:
DENOMINAÇÃO [CaCo3]
Mole < 50 mg/L
Dureza moderada 50-149 mg/L
Dura 150-300 mg/L
Muito dura > 300 mg/L
§ Não existem problemas relacionados à consumir águas duras
§ Existem estudos que revelam que há ligação entre consumo de

águas moles e doenças cardíacas
§ Na Europa, utilizam-se as seguintes unidades de medida:
ü 1 grau francês = 10 mg CaCO3/ L
ü 1 grau alemão = 17,8 mg CaCO3/ L
§ Características químicas: ferro e manganês
§ Fe, muitas vezes + Mn, confere à água um sabor amargo
adstringente e coloração amarelada e turva
§ Isso é decorrente da precipitação do Fe quando oxidado
§ Sais férricos e ferrosos como os cloretos são bastante solúveis nas
águas
§ Sais ferrosos são facilmente oxidados na água, formando hidróxidos
férricos insolúveis >> tendem a flocular e decantar
§ Características químicas: ferro e manganês
§ Adota-se [Fe] inferior a 0,3 mg/L; sugestão: [Fe]<0,1 mg/L
§ Recomendação por razões estéticas, pois sais de ferro podem

ocasionar nódoas em roupas e porcelanas
§ [Fe]> 0,5 mg/L pode provocar gosto na água
§ Grande problema para indústrias de bebidas
§ Características químicas: cloretos, sulfatos e sólidos totais
§ Conjunto de sais pode conferir a água sabor salino e propriedade
laxativa
§ Teor de cloretos é indicador de contaminação por esgotos
domésticos
§ Limite máximo para consumo humano é de 200 mg/L
§ Não prejudicial mesmo em concentrações maiores que 1000 mg/L;
restrição é pelo gosto salgado
§ Características químicas: cloretos, sulfatos e sólidos totais
§ Variações no teor de cloretos devem ser investigadas pois indicam
provável poluição
§ Íon sulfato promove propriedade laxativa acentuada
§ Quando associado com íons de Ca e Mg, promove dureza
permanente >> poluição
§ Teor de sólidos totais deve ser de no máximo 1000 mg/L; sugere-se
500 mg/L
§ Características químicas: nitratos
§ Elemento importante no ciclo biológico; tratamento de esgotos só é
possível com uma quantidade mínima de N
§ N pode ocorrer sob diversas formas: orgânico, amoniacal, nitrito,
nitrato e mineral
§ Água com muito N amoniacal e orgânico indicam poluição por
esgotos
§ Águas com muito nitrato, indicam poluição remota, pois são o
produto final da oxidação do N
§ Limite máximo é de 50 mg/L de NO3
§ Acima disso pode provocar cianose em crianças

§ Doença associada à descoloração da pele em consequência de
alterações no sangue
§ Características químicas: oxigênio dissolvido (OD)
§ Determinação muito importante do CQ da água
§ O conteúdo de O na água depende da quantidade e tipo de

matéria orgânica presente
§ Quantidade de O na água é baixa devido sua baixa solubilidade
(9,1 mg/L a 20°C)
§ Águas de superfícies limpas apresentam-se saturadas de O; mas
pode ser consumido pela demanda de O dos esgotos domésticos
§ Características químicas: oxigênio dissolvido (OD)
§ O na água, juntamente com o CO2 deve ser considerado na
prevenção da corrosão de materiais ferrosos
§ Características químicas: demanda de oxigênio
§ Maioria dos compostos orgânicos são instáveis e podem ser
oxidados biológica ou quimicamente
§ Resultado são compostos finais mais estáveis: CO2, NO3 e H2
§ Matéria orgânica possui uma necessidade de O, denominada
demanda
§ Características químicas: demanda de oxigênio
§ Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): medida de quantidade
de oxigênio necessária ao metabolismo de bactérias aeróbias que
destroem matéria orgânica
§ Demanda Química de Oxigênio (DQO): permite a avaliação de

carga de poluição de esgotos domésticos ou industriais em termos
de quantidade de oxigênio necessária para a sua total oxidação
em CO2 e água
§ Características químicas: fenóis e detergentes
§ Evolução industrial provocou o surgimento de compostos
fenólicos e detergentes nas águas
§ Fenol é toxico e, mesmo em baixas concentrações, provoca gosto
e odor desagradáveis
§ A maioria dos detergentes são indestrutíveis naturalmente
§ O maior problema é a formação de espuma quando a água é
agitada
§ Características químicas: substâncias tóxicas
§ Arsênico: maioria solúvel em água
ü Proveniente de inseticidas, fabricação de tintas, vidro,
resíduos de curtumes
ü Tóxico aos seres humanos; limite a curto prazo 20 mg/L
ü Ingestão prolongada com concentrações acima de 0,2 mg/L
pode ocasionar efeitos tóxicos após 2 anos
§ Cobre: ocorrem em traços nas águas naturais
ü Presença pronunciada pode ser em decorrência da corrosão
de tubos, efluentes industriais, etc.
ü Essencial para a nutrição: 4 mg/dia para crianças e 3 mg/dia
para adultos
ü Cobre pode ser o causador de hemocromatose
ü Aplicação de cobre para controle de algas é uma prática
recomendada e não prejudicial ao organismo humano
(dosagens normais)
§ Chumbo: águas moles e corrosivas dissolvem Pb das canalizações
ü Cumulativo no organismo; pode causar saturnismo
ü Sintomas: cólicas, atrasos de desenvolvimento e alterações
neurológicas
§ Chumbo: padrões americanos limitam o teor em 0,1 mg/L
ü Deve-se restringir o emprego de materiais de Pb
ü Tratar a água para diminuir a corrosividade
ü Evitar águas que estiveram em contato prolongado com Pb
§ Selênio: encontrado naturalmente nas águas ou resultado de
despejos industriais
ü Tóxico para humanos, mas não se conhecem os sintomas
ü Admite-se que aja similarmente ao arsênico
ü Em alimentos, limite é de 3 mg/L
ü Para a água, padrões estabelecem o limite máximo de 0,05
mg/L
§ Características biológicas
§ Organismos presentes nas águas são considerados impurezas e
têm importância no CQ
§ Alguns vírus, bactérias e protozoários são patogênicos
§ Outros, como algas podem provocar sabor e odor desagradáveis
§ As características biológicas da água são determinadas a partir da
contagem de bactérias (coliformes)
§ Características hidrobiológicas: organismos denominados
plâncton
ü Algas (principalmente)
ü Protozoários (organismos unicelulares)
ü Rotíferos (organismos multicelulares)
ü Crustáceos
ü Vermes
ü Larvas de insetos (visíveis a olho nu)
§ Características hidrobiológicas: organismos denominados
plâncton
ü Exames hidrobiológicos são feitos por meio de técnicas
apropriadas utilizando microscópio
ü Inclui identificação das espécies dos organismos e estimativa
do número
ü Adota-se área padrão de 400 μm²
ü Volume padrão é de 8000 μm³
ü Contagem de MO leva em conta área ou volume padrão
ü Protozoários, rotíferos e outros animais são contados
individualmente
§ Características hidrobiológicas
ü Exames devem ser feitos regularmente
ü Prevenir desenvolvimento de organismos que causem:
ü Bolores e odores desagradáveis
ü Obstrução de filtros e canalizações
ü Dificuldades de operação nas estações de tratamento
§ Características radioativas: águas podem adquirir uma pequena
quantidade de radioatividade natural de rochas e minerais
ü Laboratórios, hospitais, indústrias e instalações experimentais
podem poluir as águas com substâncias radioativas
ü Unidade de medida: curie (3,7.1010 desintegrações por
segundo)
ü Mais usual o milicurie, microcurie e picocurie
ü Aceitável água com radioatividade menor que 10 picocuries/L
ü Limite máximo permissível menor que 100 picocuries/L
§ Características radioativas:
§ Alguns processos são utilizados para a remoção:
FRAÇÃO DE RADIOATIVIDADE REMOVIDA (%)

PROCESSO
SOLÚVEL EM SUSPENSÃO
Coagulação, decantação 25-85 50-90
e filtração
Abrandamento a cal e 30-90 50-98
soda
Pós-tratamento por troca 99-99,9 99-99,9
iônica
§ Características radioativas: pesticidas
ü Produtos extremamente tóxicos
ü Classificados em inseticidas, algicidas, fungicidas e herbicidas
ü Concentração máxima de Endrin é 0,0002 mg/L
ü Análise feita por cromatografia
ü Emprego de carvão ativado ajuda na remoção

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§ Obs.: voltando para o presencial, o cenário muda

§ Procedimentos de controle e de vigilância de qualidade da água para

ü Água potável: água que atenda ao padrão de

Becquerel (Bq): 1 desintegração por segundo

§ Substâncias dissolvidas ou em suspensão alteram a cor da água

§ Evitar cloro elementar para oxidar

§ Esteticamente indesejável e potencialmente

§ Causada por partículas de argila ou lodo, descarga

§ Pode ser causada também por bolhas finamente

§ Fenômeno que ocorre com frequência nas redes

§ Determinação da turbidez é baseada no

§ Princípio: determinar qual a profundidade que

§ Limitado à valores entre 25 e 1000 Unidades

§ Equipamento mais utilizado: nefelômetro

§ Princípio: mede-se, em uma célula

§ Não há relação direta entre o método de

§ Difícil avaliação por tratar-se de sensações subjetivas

ü Acelera reações químicas

§ Parâmetro importante em várias etapas de tratamento de

§ Não sofrem interferências de cor, turbidez e vários íons

§ Nos sistemas de abastecimento público: 6,5 ≤ pH ≤ 9,5

§ pH baixos: corrosivos e agressivos à paredes de

§ pH altos: tendem a formar incrustações

ü Íons de cálcio (Ca++)

§ Proporciona propriedade de impedir formação de espuma (sabão)

§ Expressa em termos de CaCO3 e classificada de duas formas:

§ Águas podem ser classificadas conforme seu grau de dureza:

§ Não existem problemas relacionados à consumir águas duras

§ Existem estudos que revelam que há ligação entre consumo de

§ Recomendação por razões estéticas, pois sais de ferro podem

§ Acima disso pode provocar cianose em crianças

§ O conteúdo de O na água depende da quantidade e tipo de

§ Demanda Química de Oxigênio (DQO): permite a avaliação de

FRAÇÃO DE RADIOATIVIDADE REMOVIDA (%)

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