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Centro de Ensino Alcides Cesar Menezes

Caderno de conteúdos e
atividades de educação
física
Professor: Reginaldo Lopes

2º ano
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1º Bimestre

Caderno de conteúdos e atividades de educação física


Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
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Caderno de conteúdos e atividades de educação física


Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
Esporte, lazer, pessoas com deficiência e inclusão:
Novos avanços
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Romeu Kazumi Sassaki, 1998

À medida que o conceito de inclusão social ganha adeptos no mundo todo, mais e mais
profissionais de educação física, que atuam nos setores de esportes, turismo, lazer e recreação,
estão sendo chamados a enfrentar o desafio de incluir em suas atividades rotineiras as pessoas com
deficiência que, individualmente ou em grupos, procuram os clubes e associações desportivas
locais. Esta tendência vale também para profissionais com outra formação acadêmica que estejam
desenvolvendo atividades nos setores acima citados
De início, surge a pergunta: "Estão esses profissionais preparados para receber e orientar
pessoas com deficiência?". A mesma coisa acontece quando os professores do ensino regular estão
em vias de receber crianças ou adolescentes com deficiência nas classes comuns.
A resposta costuma ser: "Não". Isto se deve principalmente à idéia que se formou ao longo
de muitos anos, segundo a qual seria bastante difícil lidar com pessoas deficientes e por isso essa
tarefa deveria ser de exclusiva responsabilidade de especialistas, preferentemente com formação
acadêmica específica em cada tipo de deficiência.
Nada mais equivocado. As próprias pessoas com deficiência têm com freqüência
demonstrado que elas são como as demais pessoas e desejam ser incluídas e tratadas como as
demais pessoas em recintos comuns. Em alguns casos, acresce-se apenas a necessidade de algum
conhecimento específico sobre certos aspectos da deficiência. No mais, o importante é que haja
primeiro um contato direto dos profissionais de educação física com pessoas deficientes e a partir
daí buscar soluções para cada dificuldade que surgir, respeitando as necessidades e possibilidades
individuais
A experiência tem indicado que é assim que se começa com sucesso o processo de inclusão
de pessoas com deficiência nas atividades de esporte, lazer, turismo, lazer e recreação.
A titulo de estímulo ao engajamento de mais profissionais em atividades esportivas e
recreativas envolvendo pessoas com deficiência, apresento em seguida os fundamentos
conceituais, os endereços de alguns profissionais que já atuam na área das deficiências, os
endereços de alguns sites onde os interessados poderão encontrar interessantes informações
pertinentes a esta área e a bibliografia consultada..
Fundamentos conceituais
A Declaração de Princípios, proclamada em 1981 pela Disabled Peoples' lnternational, uma
organização mundial de pessoas com deficiência da qual o Brasil é um dos membros, traz a
seguinte conceituação sobre equiparação de oportunidades (grifo meu):
"Processo mediante o qual os sistemas gerais da sociedade, tais como o meio físico, a
habitação e o transporte, os serviços sociais e de saúde, as oportunidades educacionais e de
trabalho e a vida cultural e social, incluídas as instalações esportivas e de recreação, são feitos
acessíveis para todos."
Esse é um dos primeiros documentos internacionais que preconizaram a necessidade de
adequar as instalações esportivas e de recreação comuns para uso de pessoas com deficiência.
A ONU - Organização das Nações Unidas publicou em 1983 o Programa Mundial de Ação
Relativo às Pessoas com Deficiência, que passou a ser um texto da maior importância para as
décadas de 80 e 90. No seu parágrafo 134, este documento afirma (grifos meus):
"Os Países Membros devem garantir que as pessoas com deficiência tenham as mesmas
oportunidades nas atividades recreativas que têm os outros cidadãos. Isto envolve a possibilidade
de freqüentar restaurantes, cinemas, teatros, bibliotecas etc., assim como locais de lazer. estádios
esportivos, hotéis, praias e outros lugares de recreação. Os Países Membros devem tomar a
iniciativa removendo todos os obstáculos nesse sentido. As autoridades de turismo, agências de
viagem, organizações voluntárias e outras envolvidas na organização de atividades recreativas ou
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oportunidades de viagem devem oferecer seus serviços a todos e não discriminar as pessoas com
deficiência. Isto envolve, por exemplo, incorporar a informação sobre acessibilidade em suas
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informações regulares ao público."
A Carta Internacional de Educação para o Lazer, da Associação Mundial de Lazer e
Recreação, adotada em 1993, defende uma abordagem às atividades recreativas e de lazer que seja
abrangente, ou seja, que inclua todas as pessoas em suas políticas e estratégias - o que significa
que as pessoas com deficiência também devem estar incluídas. Explicitamente, a Carta
Internacional estabelece que (grifos meus):
"...a ninguém deverá ser negado este direito (ao lazer) em razão de...
deficiência..."(Preâmbulo, 2.4 - p. 4);
"Acessibilidade: trabalhar com grupos comunitários existentes a fim de minimizar barreiras
e otimizar o acesso aos serviços de lazer."(Educação para o Lazer na Comunidade, I.2 - p. 9);
"Inclusividade: desenvolver uma comunidade- inclusiva reconhecendo grupos
multiculturais, sócio-culturais (carentes), gênero, idade, capacidade e outros grupos que compõem
a sociedade."(Educação para o Lazer na Comunidade, I.6 - p. 9);
"Meta: compreender o papel da educação para o lazer na promoção do desenvolvimento
humano (por ex., questões relacionadas ao gênero, idade, populações ciais) dentro de uma
sociedade pluralista em rápidas transformações." (Preparação e Treinamento de Pessoal na
Educação para o Lazer, I.7 - p. 13).
Novamente a ONU reconhece a necessidade de informar o público sobre os avanços havidos
na questão da igualdade de oportunidades e publica o documento Normas sobre a Equiparação de
Oportunidades para Pessoas com Deficiência, em 1994. O texto foi traduzido pelo Centro de Vida
Independente Araci Nallin e publicado em 1996 em parceria com a APADE - Associação de Pais
e Amigos de Portadores de Deficiência da Eletropaulo. Nas páginas 35 e 36, consta a Norma I I,
que se refere a recreação e esportes, assim reproduzida (grifos meus)-.
"Os Países-Membros devem tomar medidas para garantir que pessoas com deficiência
tenham oportunidades iguais para recreação e esportes.
I . Os Países-Membros devem iniciar medidas para tomar acessíveis às pessoas com
deficiência os locais de recreação e esportes, hotéis, praias, estádios, quadras esportivas etc. Tais
medidas devem abranger a participação, a informação e os programas de treinamento e o apoio ao
pessoal dos programas de recreação e esportes, incluindo projetos para desenvolver métodos de
acessibilidade.
2. As autoridades de turismo, as agências de viagens, os hotéis, as organizações voluntárias
e outras entidades envolvidas em organizar atividades recreativas ou oportunidades de viagem
devem oferecer seus serviços a todas as pessoas, levando em consideração as necessidades
especiais das pessoas com deficiência. Deve ser provido um adequado treinamento para ajudar
neste processo.
3. As organizações esportivas devem ser estimuladas a desenvolver oportunidades para a
participação de pessoas deficientes nas atividades esportivas. Em alguns países, medidas de
acessibilidade arquitetônica são suficientes para abrir oportunidades para essa participação. Em
outros casos, serão necessários esquemas especiais ou jogos especiais. Os Países-Membros devem
apoiar a participação de pessoas com deficiência em eventos nacionais e internacionais.
4. As pessoas com deficiência que participem de atividades esportivas devem ter acesso às
instruções e aos treinamentos de qualidade igual àqueles de outros participantes.
5. Os organizadores de esportes e recreação devem consultar as organizações de pessoas
com deficiência quando desenvolverem seus serviços para pessoas deficientes."
A Lei Orgânica do Município de São Paulo, de 1990, obedecendo recomendações
internacionais sobre o assunto em foco, se pronuncia nos seguintes termos (grifos meus):
"Art. 231 - As unidades esportivas do Município deverão estar voltadas ao atendimento
esportivo, cultural, da recreação e do lazer da população, destinando atendimento

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específico às crianças, aso adolescentes, aos idosos e aos portadores de deficiência.
Art. 232 - O Município, na forma da lei, promoverá programas esportivos destinados aos
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portadores de deficiência, cedendo equipamentos fixos em horários que lhes permitam vencer as
dificuldades do meio, principalmente nas unidades esportivas, conforme critérios definidos em lei.
Art. 233 - O Município destinará recursos orçamentários para incentivar:
I - o esporte formação, o esporte participação, o jazer comunitário e, na forma da lei, o
esporte de alto rendimento; (... )
IV - a adequação dos locais já existentes e a previsão de medidas necessárias quando da
construção de novos espaços, tendo em vista a prática dos esportes, da recreação e de lazer por
parte dos portadores de deficiência, idosos e gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos."
Além desses artigos da Lei Orgânica, o município de São Paulo possui as seguintes leis
pertinentes ao tema desta matéria: a Lei ri' IO.832. de 5-1-90 (que resguarda às pessoas com
deficiência tratamento prioritário em estádios, locais de competição etc.)- a Lei ri' I 1. 065/91 (que
toma obrigatória a adaptação dos estádios desportivos); a Lei n' I I.345, de 14-4-93 (que estabelece
que nenhum próprio municipal será edificado, reformado ou ampliado, sem que o projeto atenda
as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas)- e a Lei ri' 12.03,7, de 11-4-96 (que
dispõe sobre a prioridade para as pessoas deficientes no uso de piscinas e outros equipamentos de
clubes municipais).

O Esporte Adaptado
http://www.efdeportes.com/efd51/esporte.htm
A realidade de grande parte dos portadores de necessidades educativas especiais no Brasil e
no mundo revela poucas oportunidades para engajamento em atividades esportivas, seja com
objetivo de movimentar-se, jogar ou praticar um esporte ou atividade física regular.
A prática de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência,
sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da
prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus
limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a
integração social do indivíduo.
As atividades físicas, esportivas ou de lazer propostas aos portadores de deficiências físicas
como os portadores de sequelas de poliomielite, lesados medulares, lesados cerebrais, amputados,
dentre outros, possui valores terapêuticos evidenciado benefícios tanto na esfera física quanto
psíquica.
Quanto ao físico, pode-se ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de
equilíbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação, coordenação motora,
dissociação de cinturas, de resistência física; enfim, o favorecimento de sua readaptação ou
adaptação física global (Lianza, 1985; Rosadas, 1989 e Souza, 1994). Na esfera psíquica, podemos
observar ganhos variados, como a melhora da auto-estima, integração social, redução da
agressividade, dentre outros benefícios ( Alencar, 1986; Souza, 1994; Give it a go, 2001).
A escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades
que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição sócio-econômica, das suas
limitações e potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e
transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais
preparados para atende-los, dentre outros fatores.
Diversos autores como Guttman (1976b), Seaman (1982), Lianza (1985), Sherrill (1986),
Rosadas (1989), Souza (1994), Schutz (1994) e Give it a go (2001), e ressaltam que os objetivos
estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores deficiência, seja esta física
mental, auditiva ou individual devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades

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individuais do aluno, adequando as atividades propostas a estes fatores, bem como englobar
objetivos, dentre outros:
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 Melhoria e desenvolvimento de auto-estima, autovalorização e auto-imagem;
 o estímulo à independência e autonomia;
 a socialização com outros grupos;
 a experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
 a vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
 a melhoria das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório, digestivo,
reprodutor e excretor);
 melhoria na força e resistência muscular global;
 ganho de velocidade;
 aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;
 melhora no equilíbrio estático e dinâmico;
 a possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
 prevenção de deficiências secundárias;
 promover e encorajar o movimento;
 motivação para atividades futuras;
 manutenção e promoção da saúde e condição física
 desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das
atividades de vida diária
 desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.
Os jogos organizados sobre cadeira de rodas forma conhecidos após a Segunda Guerra
Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com que muitos dos soldados que
combateram nas frentes de batalha voltassem aos seus países com seqüelas permanentes. Porem
este evento, terrível, proporcional ao portador de deficiência, melhores condições de vida, pois os
deficientes pós-guerra eram heróis e tinham o respeito da população por isto, bem como uma
preocupação governamental (Guttman, 1981, Adms e col., 1985; Alencar, 1986 Cidade e Freitas,
1999).
O pós-guerra, de acordo com Assumpção (2002), criou uma situação emergencial, onde a
construção de centros de reabilitação e treinamento vocacional, em todo o mundo foi
extremamente necessária. Os programas de reabilitação destes diferentes centros perceberam que
os esportes eram um importante auxiliar na reabilitação dos veteranos de guerra que adquiriram
algum tipo de deficiência.
As atividades desportivas foram introduzidas em programas de reabilitação pelo Dr. Ludwig
Guttmann no Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville no ano de 1944, como parte essencial
no tratamento médico de lesados medulares, auxiliando na restauração e manutenção da atividade
mental e na autoconfiança (Guttmann, 1981).
Concordando com o Dr. Guttmann, Sarrias (1976), ressalta que o esporte pode ser um agente
fisioterapêutico atuando eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência,
não devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa.
Os jogos paraolímpicos aconteceram oficialmente em 1960 em Roma, sendo instituída pela
Organização Internacional de Esportes a realização dos Jogos Paraolímpicos após a realização das
Olimpíadas (Alencar, 1986).
Souza (1994), enfatiza que o esporte adaptado deve ser considerado como uma alternativa
lúdica e mais prazerosa, sendo este parte do processo de reabilitação das pessoas portadoras de
deficiências físicas.
A ACMS (1997), relata que um programa de atividades físicas para os portadores de
deficiência física devem observar a princípio se a adaptação dos esportes ou atividades mantendo
os mesmos objetivos e vantagens da atividade e dos esportes convencionais, ou seja, aumentar a
resistência cardio-respiratória, a força, a resistência muscular, a flexibilidade, etc. Posteriormente,

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observar se esta atividade possui um caráter terapêutico, auxiliando efetivamente no processo de
reabilitação destas pessoas.
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Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores de necessidades
educativas especiais, em destaque aqui o portador de deficiência física, é a necessidade de
adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde esta atividade será
realizada.
A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz necessário, para
melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir
ou aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de manter os
objetivos iniciais atingíveis.
A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem que respeitar
todas as normas de segurança, evitando novos acidentes, deve-se estar atento a todos os tipos de
movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular sempre o
desenvolvimento da sua potencialidade.

Modalidades Esportivas
As modalidades esportivas para os portadores de deficiências físicas são baseadas na
classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade de opções. As modalidades
olímpicas são o arco e flecha, atletismo, basquetebol, bocha, ciclismo, equitação, futebol,
halterofilismo, iatismo, natação, rugby, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol (
ABRADECAR, 2002). Apresentaremos algumas das modalidades esportivas, as mais conhecidas,
que podem ser praticadas pelos deficientes físicos, sendo:
Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas andantes como
amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas como os lesados medulares. Todas as
deficiências físicas podem participar desta modalidade esportivas, respeitando estas duas
categorias, em pé e sentado. A participação em competições e o sistema de resultados são
semelhantes à modalidade convencional olímpica.
Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com qualquer tipo de
deficiência em categorias masculina e feminina, pois os atletas são divididos por classes de acordo
com o seu grau de deficiência, que competem entre si nas provas de pistas, campo, pentatlo e
maratona. Esta é uma modalidade esportiva que sofre freqüentes modificações, visando
possibilitar melhores condições técnicas para o desenvolvimento desta modalidade.
Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e atletas com
poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do basquetebol convencional,
sofrendo apenas algumas pequenas adaptações.
Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais severos. O
objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola branca.
Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com guias e
amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe. Pequenas alterações
foram realizadas nas regras do ciclismo convencional, melhorando a segurança e a classificação
dos atletas de acordo com sua deficiência, possibilitando adaptações nas bicicletas. Os atletas
participam de provas de estrada, velódromo e contra-relógio.
Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na categoria de
habilidades. Para esto é necessário analisar os possíveis deficientes que podem participar.
Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas como os lesados
medulares, amputados e paralisados cerebrais em categorias masculina ou feminina. Estes atletas
participam das modalidades de espada, sabre e florete, sendo provas individuais ou por equipes.
Para participação em eventos competitivos todos os atletas são presos ao solo, possuindo os
movimentos livres para tocar o corpo do adversário.

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Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de paralisia cerebral
compete na modalidade de campo e o atleta amputado compete na modalidade de quadra.
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Alterações nas regras como o número de jogadores, largura do gol e da marca do pênalti estão
presente.
Halterofilismo: Esta modalidade esportiva é aberta a todos os atletas portadores de
deficiência física do sexo masculino e feminino. A divisão de acordo com o peso corporal em 10
categorias.
Iatismo: Todos os atletas deficientes podem participar, as modificações são realizadas
apenas no equipamento e na tripulação, não havendo alterações nas regras da competição.
Lawn Bowls: é um esporte similar a Bocha, sendo este aberto à participação de todas os
portadores de deficientes físicas.
Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com adaptações quanto as
largadas, viradas e chegadas. As provas são variados e os estilos abrangem os estilos oficiais. As
competições são realizadas entre atletas da mesma classe. Podem participar desta modalidade
esportiva portadores de qualquer deficiência, sendo agrupados os portadores de deficiência visual
e os demais.
Racquetball: Este esporte pode ser praticado por atletas paralisados cerebral, é possui
características similares ao tênis de mesa.
Rugby em cadeira de rodas: Esta modalidade foi adaptada para lesados medulares com
lesões altas - tetraplégicos - que realizam um jogo com bola de voleibol com objetivo de marcar
pontos ao fazer com que a bola ultrapasse uma determinada linha no fundo da quadra.
Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do tipo de
deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e feminina. As regras sofrem
apenas uma adaptação em relação ao tênis de campo convencional, sendo esta que a bola pode
quicar duas vezes, a primeiro pingo deverá ser dentro da quadra. As categorias são: masculino e
feminino, individual e em duplas.
Tênis de mesa: Deficientes físicos como o lesado cerebral, lesado medular, amputados ou
portador de qualquer tipo de deficiência física pode-se participar desta modalidade esportiva, onde
as provas são realizadas em pé ou sentado. As provas podem ser realizadas em duplas e
individuais, sendo a classificação de acordo com o nível de deficiência. As regras sofrem poucas
modificações, em relação ao tênis de mesa convencional.
Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência física do sexo
masculino ou feminino, nas categorias sentado e em pé. As equipes podem possuir atletas de
ambos os sexos e diferentes tipos de deficiência física. As provas podem ser realizadas utilizando
pistola ou carabina.
Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que participaram da
modalidade de voleibol sentado e os amputados, que participarão desta modalidade em pé.

Comentário final
A participação de portadores de deficiência física em eventos competitivos no Brasil e no
mundo vem sendo ampliada. Por serem um elemento ímpar no processo de reabilitação, as
atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser orientadas e estimuladas, visando
assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação
alcanças os benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida

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Aptidão física
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Aptidão física é a capacidade de realizar atividades do dia a dia com tranquilidade e menor
esforço. Existem duas abordagens, uma é a aptidão física relacionada à saúde e a outra é a
relacionada à performance desportiva; ou é a capacidade geral que um indivíduo tem de responder
a uma multiplicidade de exigências e situações!
A primeira refere-se à condição física nas capacidades que estão intimamente relacionadas
com a saúde, e a qualidade de vida das pessoas, sendo a flexibilidade, a resistência aeróbica, a
força e composição corporal.
A flexibilidade aliada aos níveis de força está relacionada à incidência de dores, desvios
posturais e lesões músculo-esqueléticas, principalmente na região lombar, a resistência aeróbica
está ligada à saúde cardio-respiratória e a composição corporal determina níveis de sobrepeso e
obesidade, bem como subnutrição.
E a segunda refere-se à aptidão para o desempenho em atividades desportivas que associam,
além das capacidades acima citadas, a agilidade, velocidade, equilíbrio postural e coordenação
motora.
A aptidão para performance tem uma interferência das questões genéticas, já na aptidão
física para a saúde, os componentes podem ser melhorados mais facilmente, ou seja nós temos
uma maior interferência.
A prática de exercícios físicos regulares têm seu benefício amplamente divulgado,
principalmente na sua relação com a saúde, com a diminuição da incidência das doenças crônico-
degenerativas, incluindo as cardiovasculares.
A aptidão não significa ficar cansado na realização de esforços simples conseguindo cumprir
atividades diárias, mas sim suportando esforços físicos exigentes e inesperados.
A prática de exercício físico não só previne o aparecimento de doenças como facilita de
certo modo o desenvolvimento motor e psicológico da pessoa. É importante realizar todos os dias
pelo menos meia hora de atividade física.

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Relacionada ao esporte 11
Habilidade desportiva
Componentes das habilidades desportivas:

Agilidade:
Capacidade de realizar movimentos de curta duração e alta intensidade com mudanças de
direcção, ser-se ágil.
Depende da integridade do sistema nervoso e avalia a capacidade muscular. Componentes:
Velocidade de Reacção e Velocidade de movimento.

Equilíbrio:
Estado de repouso, em que se acham os corpos solicitados por forças iguais e contrárias;

Velocidade:
É a capacidade que o nosso corpo tem de se deslocar no menor tempo possível.

Potência, tempo de reacção e coordenação:


Potência: velocidade a que é transferida energia ou a que é realizado trabalho.

O tempo de reacção é definido como o tempo que decorre entre o início do estímulo e o início da
resposta solicitada. Este tempo de reacção pode ser dividido em dois tipos:

Tempo de reacção simples - É o tempo que separa uma excitação sensorial de uma resposta motriz
que o atleta já conhece previamente. Implica uma resposta simples a um estímulo já conhecido;

Tempo de reacção complexo - É uma variante do tempo de reacção que se manifesta muito na
actividade física em que a sua característica mais significativa é a variedade de estímulos a que o
atleta tem que atender, bem como às suas enormes possibilidades de resposta. De entre uma
variedade de estímulos o atleta terá que eleger, dentro das várias respostas possíveis, a mais
adequada para alcançar o máximo rendimento desportivo.

Coordenação: mecanismo regulador do funcionamento harmónico e inter-relacionado dos


músculos que produz movimentos conjugados e precisos.

Relacionada a saúde
A aptidão física relacionada a saúde é composta, basicamente, de cinco componentes:
resistência cardiorrespiratória, composição corporal, resistência e força muscular e flexibilidade.

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Componentes da Aptidão Física

Resistência cardiorrespiratória

A aptidão cardiorrespiratória está intimamente relacionada à capacidade de o coração


fornecer oxigênio aos músculos ativos e à capacidade desses músculos de gerar energia com a
utilização desse oxigênio (coração, pulmão e músculo).
O maior aprimoramento desse componente da aptidão física ocorre quando o exercício
envolve o uso de grandes grupamentos musculares por períodos prolongados e em atividades
físicas de natureza rítmica e aeróbica. Dessa forma, o instrutor da tropa poderá realizar nas
instruções os seguintes exercícios: caminhada, corrida, subida em escada, pular corda, natação,
entre outros.

Composição corporal

A composição corporal refere-se ao percentual relativo de peso corporal representado por


gordura e tecido isento de gordura (massa gorda e massa magra).
Sabe-se que o exercício físico modifica a composição corporal dos indivíduos,
consequentemente, a sua avaliação torna-se imprescindível para analisar o estado de saúde e o
nível de condicionamento físico dos militares da Corporação (SEDEC/CBMERJ).
É através da avaliação da composição corporal que podemos, por exemplo, caracterizar se
um bombeiro militar está acima do peso ou apresenta algum grau de obesidade.
A obesidade é um grave problema de saúde que reduz a expectativa de vida, pois aumenta o
risco do militar de desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes, entre outras
doenças. Consequentemente, a redução do peso e do percentual de gordura corporal deverá ser
um objetivo a ser alcançado por todos os militares.

Resistência e força muscular

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A aptidão muscular é composta pela força muscular - “força máxima que um músculo
consegue gerar para uma determinada velocidade” - e pela resistência muscular - “a capacidade
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que tem um músculo de realizar contrações repetidas ou de resistir a fadiga muscular” (ACSM,
2000).
Esse componente da aptidão física pode ser treinado, utilizando aparelhos de musculação ou
então utilizando exercícios já conhecidos por todos os militares, tais como, abdominal, flexão com
apoio no solo e flexão na barra. Todos esses exercícios aprimoram a força e a resistência muscular
dos militares, desde que realizados regularmente.

Flexibilidade

A flexibilidade pode ser definida como “a capacidade de movimentar uma articulação por
meio de sua amplitude de movimento completa” (ACSM, 2000). Consequentemente, o militar
deverá treinar sua flexibilidade para facilitar os movimentos corporais, que são extremamente
necessários em nossa profissão. Esse treinamento pode ser feito através do alongamento dos
membros corporais durante a instrução de manutenção de capacitação física. O militar que realizar
sua instrução de manutenção de capacitação física sempre que entrar de serviço, e a complementar
na sua folga, estará melhorando o estado em cada um desses componentes da aptidão física, e
dessa maneira estará reduzindo o risco de desenvolver doenças ou uma incapacidade funcional
(dispensa e/ou licença médica).
Durante as atividades profissionais (incêndio florestal, incêndio em edificações elevadas,
buscas diversas, salvamento de pessoas em locais adversos, entre outras), o bombeiro militar
(oficial e praça) estará a todo momento colocando à prova seu condicionamento físico. Caso não
realize uma atividade física regular, terá no mínimo uma queda no seu rendimento, prejudicando,
assim, o bom andamento da missão.
Em face do exposto, pode-se concluir a importância da realização da instrução de
manutenção de capacitação física e da aplicação do TAF (Teste de Aptidão Física) pelas OBMs,
pois é através desses testes que o CEFiD poderá mensurar a aptidão física dos nossos militares e,
posteriormente, traçar um programa de condicionamento físico o mais adequado possível,
evitando sobrecargas desnecessárias ao organismo dos militares

Princípios do Exercício
A adesão a certos princípios básicos do exercício é importante para desenvolver um
programa eficaz. Os mesmos princípios de exercício se aplicam a todos em todos os níveis de
treinamento físico, desde o atleta olímpico de alto calibre ao corredor de fim de semana.
Esses princípios básicos do exercício devem ser seguidos:
Regularidade – Para obter um efeito de treinamento, você deve exercitar-se com
frequência. Você deve exercitar cada um dos quatro primeiros componentes da aptidão pelo
menos três vezes por semana. Exercício pouco frequente pode fazer mais mal do que bem.
Regularidade é também importante em repouso, dormindo, e seguindo uma dieta sensata.
Progressão – A intensidade e/ou duração do exercício devem aumentar gradualmente para
melhorar o nível de aptidão (fitness).
Equilíbrio – Para ser eficaz, um programa deve incluir atividades que abordem todos os
componentes da aptidão, já que enfatizar demais qualquer um deles pode prejudicar os outros.
Variedade – Fornecendo uma variedade de atividades reduz o tédio e aumenta a motivação
e progresso.
Especificidade – A formação deve ser voltada para objetivos específicos. Por exemplo, as
pessoas se tornam melhores corredoras se sua formação enfatiza corridas. Embora a natação seja
um ótimo exercício, nadar 2 quilômetros não ajuda tanto alguém que busca aperfeiçoar sua corrida
quanto um programa focado em corridas.

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Recuperação – Um dia de treinamento pesado para um determinado componente da aptidão
deve ser seguido por um dia de treinamento mais leve ou de descanso para esse componente e/ou
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grupo muscular para ajudar a recuperação. Outra forma de permitir a recuperação é alternar os
grupos musculares exercitados todos os dias, principalmente quando em treinamento de força e/ou
resistência muscular.
Sobrecarga – A carga de trabalho de cada sessão de exercícios deve exceder as exigências
normais que o corpo está acostumado a atender, a fim de trazer um efeito de treinamento.

Capacidades Físicas

Capacidades Físicas são definidas como todo atributo físico treinável num organismo
humano. Em outras palavras, são todas as qualidades físicas motoras passíveis de treinamento
comumente classificadas em diversos tipos.
Muitas vezes, deficiências em algumas capacidade físicaspodem levar uma pessoa a
experimentar dificuldades para participar de certas manifestações da Cultura de Movimento.

É através das capacidades físicas que se conseguem executar ações motoras, desde as mais
simples às mais complexas (andar, correr, saltar, nadar, etc).
O fato de ser mais veloz, maisflexível ou mais forte tem uma origem hereditária,
transmissívelde pais para filhos, mas também tem a ver com a forma comovamos
desenvolvendo/treinando as referidas capacidades ao longo dos anos.

As capacidades físicas podem ser assim definidas:

AGILIDADE: "Capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com mudança


de direção."

FLEXIBILIDADE: "Capacidade de realizar movimentos em certas articulações com


amplitude de movimento apropriada."

FORÇA:

"Capacidade de exercer tensão contra uma resistência, que ocorre por meio de ações
musculares."

FORÇA ISOTÔNICA (DINÂMICA) – É o tipo de força que envolve os músculos dos


membros em movimento ou suportando o peso do próprio corpo em movimentos repetidos.

FORÇA ISOMÉTRICA (ESTÁTICA) – É o tipo de força que explica o fatode haver


força produzindo calor e não havendo produção de trabalho em forma de movimento.

FORÇA EXPLOSIVA (POTÊNCIA) – Habilidade de exercer o máximo de energia em


um ato explosivo.
P = Fdin x V
Potência é igual a Força dinâmica x a Velocidade.

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2º ano
RESISTÊNCIA
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RESISTÊNCIA: "Capacidade de sustentar uma dada carga de atividade o mais longo
tempo possível sem fadiga."

RESISTÊNCIA AERÓBICA:Permite manter por um determinado período de tempo,


um esforço em que o consumo de O2 equilibra-se com a sua absorção (STEADY – STATE),
sendo os esforços de fraca ou média intensidade.

RESISTÊNCIA ANAERÓBICA: Permite manter por um determinado período de


tempo, um esforço em que o consumo de O2 é superior a sua absorção, acarretando um
débito de O2 e que somente será recompensado em repouso, sendo os esforços de grande
intensidade.

RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA(RML): É a capacidade do músculo em


trabalhar contra uma resistência moderada durante longos períodos de tempo.

VELOCIDADE
"Capacidade de executar movimentos cíclicos na mais alta velocidade individual
possível."

VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Capacidade máxima de uma pessoa deslocar-


se de um ponto a outro.

VELOCIDADE DE REAÇÃO:Rapidez com a qual uma pessoa é capaz de responder a


um estímulo (visual, auditivo ou tátil). Tempo requerido para ser iniciada a resposta a um
estímulo recebido.

VELOCIDADE DE MEMBROS: Capacidade de mover membros superiores e ou


inferiorestão rápido quanto possível.

EQUILIBRIO

Equilíbrio: "É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares
com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade.
Pode ser de 3 tipos: dinâmico, estático e recuperado.

Equilíbrio estático: adquirido em determinada posição;


Equilíbrio dinâmico: adquirido durante o movimento;
Equilíbrio recuperado: explica a recuperação do equilíbrio após o corpo ter estado em
movimento.

COORDENAÇÃO MOTORA
Coordenação Motora (destreza): "É a capacidade física que permite realizar uma
sequência de exercícios de forma coordenada."

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2º ano
Fair Play (esportes)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Fair play (traduzido literalmente do inglês para o português: jogo justo) é
uma filosofia adotada em desporto que prima pela conduta ética nos esportes. A expressão nasceu
em 1896, durante as primeiras Olimpíadas da Era Moderna, em Atenas. Barão de Coubertin, o
organizador dos Jogos, idealizou a filosofia por meio da frase: "Não pode haver jogo sem fair
play. O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta".[1]
O conceito de fair play está vinculado à ética no meio esportivo. Os praticantes devem
procurar jogar de maneira justa, não prejudicando o adversário de forma proposital.[2]
No futebol
O fair play não está na regra do futebol. É apenas um acordo implícito, uma lei de conduta
surgida de um pacto de esportividade. Por exemplo: se um colega de profissão se machuca, é
preciso atendê-lo imediatamente. Para isso, quem estiver com a bola deve colocá-la fora de jogo
naquele mesmo instante.[3]
No futebol atual, o fair play é adotado por meio da Fair Play Campaign (também chamada
de FIFA Fair Play), que é uma campanha criada pela entidade máxima do futebol (FIFA) visando
a incentivar o cumprimento das regras, o bom senso e o respeito a jogadores, árbitros, adversários
e torcedores.[4]
A campanha começou na Copa do Mundo FIFA de 1986, após o famoso gol de mão de
Diego Maradona.[5]
Porém, a FIFA já promovia o fair play através do Troféu de Fair Play, que é entregue desde
1978 à equipe menos faltosa da Copa do Mundo FIFA.
Desde 1997, como parte da Fair Play Campaign, a FIFA dedica uma semana do seu
calendário internacional a celebrar e promover o Fair Play, solicitando as federações nacionais a
organizarem atividades para realçar a importância da desportividade dentro e fora de campo.[4]
A campanha é representada pelo slogan "My Game is Fair Play".[5]
Conforme José Eduardo, do site globoesporte.com, o Código Brasileiro de Justiça
Desportiva (CBJD) pune condutas antidesportivas de jogadores que se aproveitaram do fair
play para retardar o andamento de uma partida. Segundo ele, o artigo 156 do CBJD estabelece
que: "Infração disciplinar, para os efeitos deste Código, é toda ação ou omissão
antidesportiva, típica e culpável". A aplicação de tal dispositivo legal, conjugado ao artigo 170 do
CBJD, permite a aplicação de advertência, multa, suspensão por partida ou por prazo, de atletas
que tenham cometido condutas antidesportivas, tais quais a simulação de uma lesão, visando a
retardar o reinício da partida.[

FairPlay e Competição no esporte


http://era.org.br/2012/07/fairplay-e-competicao-no-esporte/

Até onde vai o espírito competitivo na prática esportiva? Até onde deve ir? Essa é uma
questão muito antiga, que vem à tona com recentes acontecimentos no futebol brasileiro. No ano
passado, num jogo Junior entre Vasco da Gama e Sport, o goleiro rubro-negro saiu correndo de
sua área somente para dar uma violenta voadora na cabeça de um jovem cruzmaltino. A vítima
saiu de campo dentro de uma ambulância. No jogo Flamengo e Palmeiras, pelo primeiro turno do
campeonato brasileiro em 2011, o palmeirense Kléber não devolveu a bola aos flamenguistas após
a partida ser interrompida para atendimento médico enquanto a bola estava com o time carioca.
Ao contrário, o atacante foi em direção ao gol adversário. Certamente todas as pessoas são
contrárias à atitude expressa no primeiro exemplo. A maioria reprova o comportamento do
atacante alviverde. Mas há uma diferença importante quanto aos dois exemplos. No primeiro, o
Caderno de conteúdos e atividades de educação física
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2º ano
Sport não tinha nada a ganhar com aquela conduta, sendo ela absolutamente antidesportiva e
ilegal. O jogador palmeirense, por sua vez, poderia marcar um gol para sua equipe, e ele não
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estava fazendo nada que fosse, a rigor, contra as regras do jogo.
O fairplay consiste em deixar de fazer algo benéfico ao competidor ou ao time em situações
cuja regra permite fazê-lo, mas o bom senso e a ética não. Abre-se mão da possibilidade de, por
exemplo, marcar um gol, em troca do “cavalheirismo” esportismo. Isso ajuda a manter uma
atmosfera amistosa, de confiança recíproca entre os adversários em contextos cuja obediência
somente às regras, em sentido estrito, pode gerar injustiças flagrantes.
É interessante pensar que entre as duas práticas explicitadas acima haja uma relação. Não
entre elas em concreto, é claro, mas uma relação entre seus tipos, indiretamente. Ou seja, a
violação de costumes do fairplay contribui para a existência de conflitos que ultrapassam os
limites da competição esportiva. O esporte tem como elemento basilar a competição, espécie de
conflito que se desenvolve dentro de determinadas regras. Não aderir aos ditames do fairplay –
que, como explicitado, não são as regras do jogo – é priorizar a competição sobre o bom senso e
companheirismo, mas não sobre o jogo em si. Abre-se espaço, no entanto, para ir mais adiante. A
atmosfera esportiva fica comprometida, e por mais que as regras não tenham sido violadas, o
imperativo do conflito pode estimular práticas violentas, que nada mais são do que o conflito em
outra forma, deixando de estar no campo do esporte (a não ser que seja luta livre).
Não bastasse, então, o prejuízo que o não cumprimento do fairplay acarreta diretamente,
qual seja o declínio do respeito pelo adversário e da beleza do espetáculo, ocorre, também, uma
influência negativa na cultura esportiva, estimulando atos de violência. O ethos esportivo é, sem
dúvida, constituído essencialmente pelo conflito, pela dualidade vitória/derrota, cuja polarização
se dá pelo desempenho no jogo. Ele é, assim, meritocrático, premiando os que conseguiram
alcançar os objetivos em questão. Dele, então, deve fazer parte o espírito do fairplay, que delineia
limites à competição para além das regras, justamente para prevenir o abuso da regra em
detrimento do mérito.

Handebol e Futsal
História do handebol

http://www.coladaweb.com/educacao-fisica/handebol

Em 29 de outubro de 1917, surgiu uma modificação no aperfeiçoamento do Handebol. O


professor alemão da Escola Normal de Educação Física de Berlim Karl Schelenz, com a
colaboração de dois patrícios, Max Heiser e Erich Konig trabalharam na formação do Handebol
como esporte competitivo.
No sentido de obter uma divulgação maior, enviou este trabalho, juntamente com as regras
especiais do Handebol de campo, a países como: Estados Unidos, Irlanda, Itália, Suíça, França,
etc.
Foi assim que surgiu este esporte competitivo, que anteriormente, era praticado apenas como
preliminar e mais pelo sexo feminino. Agora, já seria praticado também pelo sexo masculino, o
que aumentaria ainda mais o espírito de competição.
É por essa razão que chamamos Karl Schelenz, o pai do Handebol, já que foi ele quem
adaptou o Torball para o Handebol, forçando assim, a popularização do jogo em toda a Europa.
Este trabalho foi favorecido pelo fato de ter sido ele, professor da Faculdade de Educação Física
de Berlim, onde havia muitos alunos estrangeiros, que levaram para seus respectivos países os
conhecimentos ali obtidos. O professor Schelenz fez palestras sobre a nova modalidade em vários
países europeus, entre 1920 e 1930.
História do handebol no Brasil
Caderno de conteúdos e atividades de educação física
Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
Apesar de muitas pessoas no Brasil ainda não conhecem o Handebol, este já tem vasta
matéria a seu respeito, depois de sua introdução.
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Sabemos que há alguns anos atrás vários Estados começaram a prática de Handebol e, por
isso, têm suas histórias.
No ano de 2009 o Handebol brasileiro, completou 60 anos no Estado de São Paulo, onde até
1973 foi a base e o domínio.
Em 1978 aconteceu a crise e São Paulo perdeu a hegemonia, a liderança, que dominou
longos e longos anos seguidos.
Nesta época, sem ninguém esperar e para surpresa de muitos (para não dizer de todos)
surgiu o Estado de Minas Gerais pela sua prática de Handebol.
Aparecem após Rio de Janeiro, Brasília, os Estados do Paraná, Maranhão, etc., para constar
o desenvolvimento de Handebol nestes referidos Estados.
Regras básicas
1) Dimensões da quadra: 40x20m.
2) Distância que devem observar os jogadores adversários até que os tiros sejam cobrados:
3m.
3) É considerado gol: Quando a bola ultrapassar completamente a linha de gol.
4) Tiro de 7m: É cobrado quando um jogador de quadra passa a bola para o seu próprio
goleiro dentro da área de gol. Durante a execução de um tiro de 7m qual a colocação dos
jogadores de defesa e de ataque é fora da linha dos 9m
5) Sanções disciplinares: No jogo as sanções são progressivas seguindo a ordem:
advertência, exclusão, desqualificação, expulsão.
6) Passos:Pode-se dar, no máximo, 3 passos com a bola na mão.
7) 4 casos onde é ordenado Tiro Livre:
É ordenado Tiro Livre no handebol nos seguintes casos: entrada ou saída irregular de um
jogador, lance de saída irregular, manejo irregular da bola, comportamento incorreto para com o
adversário, execução ou conduta irregular no lance livre e no tiro de 7m; conduta anti-desportiva.
8) Os casos em que o jogo é reiniciado com um Tiro de Árbitro:
Um tiro de Árbitro de handebol é ordenado quando:
a) jogadores de duas equipes cometerem ações anti-regulamentares ao mesmo tempo na
quadra.
b) a bola encostar o teto ou objeto fixado sobre a quadra.
c) o jogo é interrompido sem que tenha acontecido qualquer infração e a bola não estar em
poder de nenhuma equipe.
d) o primeiro ou o segundo meio tempo tenha sido encerrado antes do tempo regulamentar e
os jogadores tenham abandonado a quadra. Neste caso, o jogo de handebol é retomado por um tiro
de árbitro executado do centro da quadra após o apito do árbitro. Sem apitar, o árbitro central
lança a bola para cima no local onde a bola se encontrava no momento da interrupção do jogo.
Caso, o local fosse situado na área do goleiro ou nos 9m, o tiro é executado do local mais próximo
fora da linha dos 9m. Neste tiro os jogadores, salvo um de cada equipe, devem estar pelo menos a
três metros do juiz. Os dois jogadores devem estar um de cada lado do árbitro, cada um do lado de
seu próprio gol.
9) Equipe de arbitragem: A equipe é composta por dois árbitros assistidos por um
secretário (que é o marcador dos gols, faltas,etc.) e por um cronometrista.
10) Tiro de meta: O tiro de meta no handebol é ordenado quando antes de ultrapassar a
linha de fundo, a bola tenha sido tocada, por último, num jogador da equipe que ataca ou pelo
goleiro da defensora.
11) Tiro de lateral: Na execução deste tiro, uma parte do pé do executor deve estar em
contato permanente com o solo. É permitido levantar o outro pé e recolocá-lo no solo diversas
vezes.

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Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
Fundamentos
O jogo de handebol é constituído por dois tempos de 30 (trinta) minutos com 10 (dez)
19
minutos de intervalo entre eles, nas últimas olimpíadas ¾ em Atlanta 1996 ¾ foi permitida a
utilização do tempo, como no voleibol.
O número de substituições é ilimitado mas elas tem de ser feitas no espaço de 4,45m que
cada time possui especialmente para isso, elas são feitas também sem a interrupção do jogo e é
preciso que um jogador saia completamente da quadra, antes que outro entre em seu lugar, caso
ocorra uma substituição incorreta, ela deve ser avisada ao árbitro da partida pela mesa do jogo,
que é constituída por um cronometrista e um marcador de gols. E, então, o jogador que cometeu a
infração recebe uma punição de dois minutos.
O objetivo básico do jogo de handebol é manobrar o adversário passando a bola hábil e
rapidamente entre os jogadores e quando possível arremessá-la ao gol adversário, marcando um
ponto caso a bola ultrapasse completamente a linha de gol. É preciso muito jogo de corpo para
enganar o adversário e deixar um companheiro livre. Como no futebol e no basquete, é preciso
mudar rapidamente de direção, velocidade e usar passes inesperados (às vezes no estilo NBA) para
atingir o gol.
As punições no handebol são bastante rígidas e variam desde a advertência com o cartão
amarelo até a desclassificação com o vermelho. A seguir, uma lista com todas as punições
possíveis:
Cartão amarelo (advertência): serve como advertência a um jogador, é usado em algumas
faltas, por reclamação ou quando o jogador não deixa a bola no lugar após a marcação do árbitro.
Dois minutos: o jogador de handebol que receber esta punição deve ficar por dois minutos
fora do jogo, sem direito à substituição, ou seja, seu time fica com um jogador a menos durante
dois minutos, esta punição é dada a faltas violentas ou a substituições incorretas. O jogador
também recebe dois minutos caso for receber o segundo amarelo e caso o time já tenha dois
amarelos, o próximo cartão será substituído por um dois minutos.
Cartão vermelho (desqualificação): quando um jogador receber um cartão vermelho ele deve
retirar-se da quadra, também do banco de reservas e não pode mais voltar para a quadra durante a
partida. O time fica com um jogador a menos durante dois minutos e depois desse tempo pode
completar o time com outro jogador, desde que não seja aquele que foi expulso. Um jogador de
handebol não pode receber mais de três durante uma partida, se isso acontecer ele é
desclassificado do jogo, como se tivesse ganho um cartão vermelho.

TUDO SOBRE FUTSAL


http://tudodefutsal.blogspot.com.br/2013/04/futsal-o-futsal-tambem-conhecido-
como_1756.html

5.2 Futsal

O Futsal, também conhecido como Futebol de Salão, é uma modalidade esportiva que
foi adaptada do Futebol de campo para as quadras.
Apesar de ser quase a mesma coisa que Futebol em termos de fundamento, o Futsal possui regras
totalmente diferentes. E são raros os atletas que se conseguem jogar com a mesma eficiência nas
duas modalidades.

Observação: Devido às proporções da área de jogo, o menor número de jogadores e a facilidade


em que se pode jogar uma partida, o futsal já é considerado por muitos como o esporte mais
praticado do Brasil, superando o futebol que ainda assim é o mais popular.
História
Caderno de conteúdos e atividades de educação física
Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
O Futsal foi criado em 1934, pelo uruguaio Juan Carlos Ceriani Gravier, na cidade de
Montevidéu (Uruguai), e batizou o esporte como Indoor-Foot-Ball. Nesta época (nos anos 30), o
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Uruguai era a grande referência no futebol, sua seleção foi bicampeã olímpica e sede da primeira
Copa do Mundo de Futebol, promovida pela FIFA, sendo também a primeira seleção campeã.
Mas foram os professores, João Lotufo e Asdrubal Monteiro, que trouxeram essa modalidade para
o Brasil, e logo então passou a ser chamado Futebol de Salão.
Durante anos, Lotufo e Monteiro, estudaram, observaram e ampliaram as novas regras, chegando
ao protótipo do esporte que encontramos hoje, ou seja, o limite de cinco jogadores e as marcações
da quadra. Ao chegar a um resultado satisfatório, que justificou na publicação dessa regra em
1950, o esporte foi intensamente praticado nas ACM de São Paulo e Rio de Janeiro.

Fundamentos
Os principais fundamentos do futebol de Salão são:
Passe: É quando o jogador passa a bola para um companheiro da sua equipe.
Drible: É o ato em que o jogador usa a bola para enganar o adversário, deixando-o para trás.
Finta: É o ato de enganar o adversário sem tocar na bola.
Cabeceio: É a ação de cabecear a bola que tem como objetivo defender ou marcar um gol.
Chute: É a ação de chutar a bola,quando a bola estiver parada ou em movimento, visando
dar a ela uma trajetória em direção a um objetivo, seja este o gol, outro jogador ou tirá-la de jogo
(existem varias formas de chute).
Recepção: É a ação de interromper a trajetória da bola vinda de passes ou arremessos.
Condução: É a ação de progredir com a bola por todos os espaços possíveis de jogo.
Domínio de bola: É a ação de dominar a bola com qualquer parte do corpo, exceto as mãos
(braços).
Finalização: É o ato de chutar a bola, visando realizar o objetivo mais esperado, que é
marcar o gol.

Posições dos Jogadores


Muito parecido com o futebol, o futsal apresenta quatro posições principais, que são:
Goleiro - Defende o gol de todos os ataques do adversário e também pode atacar.
Fixo - Defensor, semelhante ao zagueiro.
Ala (esquerdo e direito) – Joga pelas laterais da quadra.
Pivô - Movimenta-se no ataque e arma jogadas.

Características e Regras do Futsal


- As equipes são formadas por 5 jogadores de linha (sendo um goleiro) e 7 jogadores, no
máximo, como reservas.
- O Futsal é praticado em quadra retangular de piso rígido, com medidas que variam de
acordo com a categoria. Na Liga de Futsal Masculina, por exemplo, a quadra deve ter entre 38 e
42 metros de comprimento por 18 a 25 de largura.
- A bola de futsal (categoria adulto masculino) deve ter entre 62 e 64 cm de circunferência e
peso entre 400 e 440 gramas.
- O árbitro pode usar dois cartões para punir as faltas. O amarelo (advertência) e o vermelho
(expulsão por 2 minutos ou pode ser substituído ao tomar um gol).
- As substituições podem ocorrer a qualquer momento e em número indeterminado.
- Os jogos da categoria adulto ocorrem em 40 minutos (2 tempos de 20 minutos).
- O posicionamento de uma equipe de futsal segue o seguinte esquema: goleiro (defende o
gol com mãos e pés e também pode atacar), fixo (jogador de defesa), ala (joga mais pelas laterais),
pivô (movimenta-se no ataque e arma jogadas).

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Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
Futsal - Posições, Funções e Sistemas de Jogo
Introdução
21
No Futsal as colocações sempre são objetivas, como se estivéssemos diante de um tabuleiro
de xadrez. Poucos são os profissionais que admitem falhas estratégicas em suas ações.
Sendo o futsal um esporte de quadra, necessita de deslocamentos previamente ensaiados
para que possamos induzir o adversário ao erro, tirando assim proveito na movimentação da bola
para favorecer o gol.
Posições e Funções
Ao formar uma equipe de futsal visando o trabalho de uma temporada, o técnico deve se
preocupar não só em preencher as posições em quadra ou deficiências da equipe, mas também em
atribuir funções de acordo com as habilidades/qualidades de cada um dos atletas a sua disposição.
As funções a serem desempenhadas pelos atletas independem do esquema tático adotado
pela equipe, alem de nem sempre corresponder às posições em quadra. As funções a serem
desempenhadas e as características do jogador para cada funções são as seguintes:
Marcador
É aquele jogador que reúne as melhores condições de antecipação e marcação, às vezes
coincide o fato de que seja o fixo da equipe. Possui bom senso de cobertura, sabe utilizar bem o
corpo e geralmente tem bom nível de força física;
Passador
Geralmente é o jogador de melhor passe da equipe, dotado de uma boa visão de jogo e
precisão nos lançamentos de longa distância.
Muitas vezes é o segundo jogador mais habilidoso da equipe, mas por ter um excelente
senso de marcação, joga com segundo defensor cobrindo o fixo (marcador);
Armador
A maioria das vezes é o jogador mais rápido e habilidoso da equipe;
Possuidor de uma boa velocidade de raciocínio, quando jovem geralmente tem dificuldade
de jogar para a equipe, sendo um jogador experiente tende a buscar o jogo coletivo sem anular sua
habilidade natural;
Finalizador
É jogador com o talento natural para finalizar em gol. Antevê como poucos os lances que
poderão resultar em gol.
Dotado de boa técnica e habilidade, tem na velocidade de reação e antecipação sua principal
virtude físico-tática.
Para que entendamos a afirmação anterior que as funções nem sempre correspondem às
posições em quadra, devemos conhecer as definições das posições dos atletas em quadra. Diversos
autores tentam definir as posições no futsal, pessoalmente adotamos as definições de VOSER
(2001) para as mesmas:
Goleiro
"Este é o responsável por defender e impedir que a bola ultrapasse a linha de gol. (...) As
ultimas regras lhe dão a possibilidade de lançar a bola com as mãos diretamente para o outro lado
da quadra. (...) observa-se que o goleiro de futsal deverá possuir também as mesmas qualidades
técnicas dos demais jogadores de linha".
Fixo
"Sua função básica é defensiva, porém deve saber o momento exato participar de algumas
manobras ofensivas, como organizador, abrindo espaços para os companheiros e chegando como
homem surpresa para o arremate a gol. Este jogador devera também orientar os colegas durante a
marcação e ter um bom senso de cobertura".
Alas (direito e esquerdo)
"São os responsáveis pela construção das jogadas e tem a tarefa de marcar e atacar".
Pivô

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2º ano
"Este é o responsável pela distribuição das jogadas e, quando acionado, exerce as ações de
finalização e de abrir espaços na área adversária para a penetração de seus companheiros. A sua
22
característica básica é saber jogar de costas para o gol".
O técnico de futsal não deve se ater a estas conceituações, na hora de atribuir as funções em
quadra. Muitas vezes um jogador apesar de jogar numa determinada posição, exerce como maior
eficiência uma função em quadra que aparentemente não seria a sua, podemos citar o exemplo de
um ala ser o marcador ao invés do fixo, que seria a escolha natural. Ou um dos alas exercer a
função de finalizador da equipe ao invés do pivô, que no caso em estudo rende mais como
armador das jogadas da equipe.
A função de passador geralmente é exercida por um dos alas ou pelo fixo, quando este é
detentor de um bom passe de media e longa distancia, alem de bom nível de habilidade.
O trabalho de atribuição de funções é mais usual em equipes cujos jogadores não são
experientes, pouco experientes ou se tem pouco tempo para treinos táticos antes da competição
alvo da temporada. A atribuição de funções não exime os jogadores de executar (e bem) qualquer
uma das funções descritas anteriormente, mesmo que esta não seja a que lhe foi atribuída pelo
técnico. Para que qualquer um da equipe possa desempenhar as funções de outro jogador em
quadra o trabalho de treinamento dos fundamentos do futsal (passe, drible, condução, chute etc.) é
primordial, mesmo para aqueles jogadores mais experientes do elenco. Este treinamento parece
fácil, mas quando é realizado muitas vezes o numero de erros na sua execução são tantos, que
muitos poderão achar tratar-se de um jogador qualquer amador.
Sistemas Táticos de Jogo
Quanto aos sistemas a serem empregados, quer seja o 3-1, 2-2, 1-2-1, 4-0, todos da mais alta
importância desde que sejam bem aplicados, respeitando, é claro a forma pela qual se apresenta o
adversário no seu sistema defensivo e as características individuais, tanto da nossa quanto da
equipe adversária.
Porém existe um fundamento que tem sido motivo de muito comentário entre os que militam
no futsal, que é o drible.
Por várias vezes assistimos equipes saírem vitoriosas em quadra, com jogadas de puro
individualismo de seus jogadores.
Com a formação da equipe, seus aspectos iniciais, competirá ao técnico e/ou treinador,
idealizador de acordo com o material humano de que dispõe, a forma tática que irá atuar em suas
partidas, inclusive contando com todas as alterações que poderão ocorrer mesmo durante o
transcorrer desta. A esquematização de jogo é fator preponderante em uma equipe, pois sem esta
atividade, não se terá uma equipe e sim um grupo de elementos que estarão praticando um esporte
sem um objetivo específico. Como já foi observada, a tática de jogo pode e deve variar,
normalmente durante o transcorrer da partida, competindo ao profissional responsável as devidas
orientações neste sentido, no intuito de não fracassar em seu trabalho, mas, sempre tendo em
mente que uma derrota deve ser assimilada pelo grupo como um resultado previsto dentro de uma
competição, tendo sempre em mente que o importante será anotar e observar as falhas para que,
assim que corrigidas, venham a surtir o efeito desejado em um próximo confronto. Tática nada
mais é do que a teoria (técnica) colocada em prática na quadra de jogo, com todas as suas
variações que poderão acontecer conforme o desenvolvido pelo adversário.

Esquema de Jogo
Os esquemas de jogo mais adotado pelas equipes são: 2-2, 1-3, 3-1, 1-2-1. Estes esquemas
são os comumente praticados durante o desenvolver de uma partida, sendo que uma equipe varia
constantemente tais esquemas, de acordo com as necessidades e principalmente de acordo com o
adversário.

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Esquema 2-2: é um esquema defensivo, geralmente empregado por equipes iniciantes ou de 23
categorias menores, tendo como principal característica dificultar a dilatação do placar no caso de
inferioridade em relação ao adversário. Ofensivamente apresenta pouca objetividade, pois sua
movimentação é restrita. Em relação ao grupo de atletas, restringe as habilidades, pelo fato de não
oferecer uma mobilidade durante o desenvolver da partida, dificultando trabalho com bola,
lançamentos. Deve-se ter em mente que em determinados momentos, um esquema como este, o
determinado "caixote", quando bem aplicado, e muito bem treinado, realmente dificulta o
adversário a penetração no campo de ação da equipe, restando normalmente a esta, os chutes de
média e longa distância, que poderão resultar em algo, de acordo com o tamanho da quadra de
jogo.
Esquema 3-1, 1-3, 1-2-1: Estes esquemas são os mais empregados pelas equipes, pois
apresentam dupla objetividade: OFENSIVA E DEFENSIVA. Favorece aos atletas uma maior
mobilidade, criatividade e desenvolvimento de suas características técnicas, dando uma
movimentação maior no desenrolar da partida. As posições de cada atleta são pré-determinadas
durante os treinamentos, onde cada qual, dentro de suas características, desenvolverá o seu
trabalho, mas nunca ficando restrito a um posicionamento fixo, cada esquema destes, será aplicado
conforme orientação do profissional responsável pela equipe e principalmente de acordo com as
características do adversário.
Esquema 3-1: é um esquema mais defensivo, onde a equipe em determinados momentos da
partida, utilizará para evitar o crescimento do adversário e conseqüentemente a marcação de gols
por parte destes. Oferece no entanto a possibilidade de um contra ataque, valendo -se de um pivô
habilidoso para surpreender o adversário;
Esquema 1-3: é o esquema utilizado com o objetivo de mudar o resultado de uma partida,
onde somente a vitória interessa, e neste caso, a equipe valendo-se de um bom fixo, libera os
demais, alas e pivô, para sob pressão objetivar a mudança de resultado de acordo com o que
importa para a equipe;
Esquema 1-2-1: é o esquema utilizado em uma partida tranquila, com o desenvolvimento
normal das jogadas, que propiciam o desenvolvimento do jogo e principalmente a movimentação
dos atletas, variando as jogadas e alternando-se nos posicionamentos com o intuito de envolver o
adversário.

Sistema de Marcação

Por Homem a Homem


Na marcação homem a homem ou individual, o defensor marca individualmente o jogador
que lhe indicado acompanhando-o por toda a quadra. Esse sistema pode ser dividido em marcação
sob pressão e meia pressão. Neste sistema marca-se o jogador, não a bola. A marcação sob pressão
exige que o marcador exerça o combate direto ao oponente em qualquer setor da quadra,
procurando evitar que o oponente receba a bola. E entende-se por meia pressão o combate no setor
de ataque somente sobre o oponente que recebe ou que está de posse da bola, não sendo necessário
o combate sobre o jogador que está sem bola, ficando o responsável por este jogador adversário
mais retraído afim de dar cobertura ao companheiro que efetua o combate direto sobre aquele que
está com a bola, além de guarnecer o setor central da quadra. No setor defensivo a marcação é
efetuada sob pressão.
Por Zona
O sistema de marcação por zona consiste em atribuir a cada jogador da equipe uma zona
definida de defesa com a incumbência de ocupá-la e defendê-la integralmente. Neste sistema
marca-se a bola, não o jogador. Na marcação por zona o combate é exercido sobre o jogador
contrário mais diretamente quando ele penetra na zona confiada ao defensor, sem que, no entanto,
este seja obrigado a acompanhá-lo fora dela. O sistema de marcação por zona é muito vantajoso

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2º ano
pois favorece a cobertura de defesa, tornando a marcação altamente eficaz, além de ser muito
propício aos contra-ataques toda vez que a bola é tomada do adversário.
24
Dimensões da Quadra de Futsal

1- DIMENSÕES
A quadra de jogo será um retângulo com o comprimento de 40 metros e largura de 20
metros.
As linhas demarcatórias da quadra, na lateral e no fundo, deverão estar afastadas 2 (dois)
metros de qualquer obstáculo (rede de proteção, tela, grade ou parede).
2- A MARCAÇÃO DA QUADRA
Todas as linhas demarcatórias da quadra deverão ser bem visíveis, com 8 (oito) centímetros
de largura.
• As linhas limítrofes de maior comprimento denominam-se linhas laterais e as de menor
comprimento linhas de meta.
• Na metade da quadra será traçada uma linha divisória, de uma extremidade a outra das
linhas laterais, equidistantes às linhas de meta.
• O centro da quadra será demarcado por um pequeno círculo com 10 (dez) centímetros de
raio.
• Ao redor do pequeno círculo será fixado o círculo central da quadra com um raio de 3
(três) metros.
• Nos quatro cantos da quadra, no encontro das linhas laterais com as linhas de meta serão
demarcados ¼ (um quarto) de círculo com 25 centímetros de raio de onde serão cobrados os
arremessos de canto. O raio de 25 centímetros partirá do vértice externo do ângulo formado pelas
linhas lateral e de meta até o extremo externo da nova linha.
• As linhas demarcatórias integram e pertencem à quadra de jogo.
3- ÁREA DE META
Nas quadras, em cada extremidade da quadra, a 6 (seis) metros de distância de cada poste de
meta haverá um semicírculo perpendicular à linha de meta que se estenderá ao interior da quadra
com um raio de 6 (seis) metros. A parte superior deste semicírculo será uma linha reta de 3,16
(três metros e dezesseis centímetros), paralela a linha de meta, entre os postes. A superfície dentro
deste semicírculo denomina-se área de meta. As linhas demarcatórias fazem parte da área de meta.
4- PENALIDADE MÁXIMA
A distância de 6 (seis) metros do ponto central da meta, medida por uma linha imaginária
em ângulo reto com a linha de meta e assinalada por um pequeno círculo de 10 (dez) centímetros
de raio, serão marcados os respectivos sinais de penalidade máxima.
5- TIRO LIVRE SEM BARREIRA
A distância de 10 (dez) metros do ponto central da meta, medida por uma linha imaginária
em ângulo reto com a linha de meta, serão marcados o respectivos sinais, de onde serão cobrados
os tiros livres sem barreira, nas hipóteses previstas nestas regras. A distância de 5 (cinco) metros
do ponto central da meta em ângulo reto com a linha de meta, deverá ser marcado com uma linha
tracejada de 60 (sessenta) centímetros, paralela a linha de meta, para demarcar a distância mínima
em que o goleiro poderá ficar na cobrança dos tiros livres sem barreira.
6- ZONA DE SUBSTITUIÇÕES
É o espaço determinado na linha lateral, do lado onde se encontra a mesa de anotações e
cronometragem, iniciando-se a uma distância de 5 (cinco) metros para cada lado partindo da linha
divisória do meio da quadra. Para cada zona haverá um espaço de 5 (cinco) metros identificados
com linhas de 80 (oitenta) centímetros, ficando 40 (quarenta) centímetros no interior da quadra e
40 (quarenta) centímetros para fora da quadra. Por entre estas linhas de 80 (oitenta) centímetros os
atletas deverão entrar e sair da quadra por ocasião das substituições. O espaço a frente da mesa do

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anotador e cronometrista com 5 (cinco) metros de cada lado da linha divisória do meio da quadra
deverá permanecer livre.
25
7- METAS
No meio de cada área e sobre a linha de meta serão colocadas as metas, formadas por dois
postes verticais separados em 3 (três) metros entre eles (medida interior) e ligados por um
travessão horizontal cuja medida livre interior estará a 2 (dois) metros do solo.
• A largura e espessura dos postes e do travessão serão de 8 (oito) centímetros e quando
roliços terão o diâmetro de 8 (oito) centímetros.
• Os postes e travessão, poderão ser confeccionados em madeira, plástico, ferro ou material
similar e pintados de cor contrastante com o fundo da quadra, de preferência que não sejam
fixados ao solo. Os postes e travessão deverão ter a mesma largura e espessura.
• Serão colocadas redes por trás das metas e obrigatoriamente presas aos postes, travessão e
ao solo. Deverão estar convenientemente sustentadas e colocadas de modo a não perturbar ou
dificultar a ação do goleiro. As redes serão de corda, em material resistente e malhas de pequena
abertura para não permitir a passagem da bola. As metas não devem possuir ferro ligando o
travessão ao suporte de sustentação.
8- CONSTRUÇÃO
O seu piso deverá ser construído de madeira, material sintético ou cimento, rigorosamente
nivelado, sem declives, nem depressões, prevenindo escorregões e acidentes.
9- LOCAL PARA O REPRESENTANTE
As quadras deverão dispor, obrigatoriamente, em lugar central e inteiramente inacessível aos
assistentes, de mesa e cadeiras para que o representante da entidade, o anotador e o cronometrista
possam exercer com segurança e tranqüilidade suas funções.
10- LOCAL PARA OS ATLETAS RESERVAS E COMISSÃO TÉCNICA
As quadras deverão dispor de dois locais privativos e adequados, situados a margem das
linhas laterais ou de meta, inacessível aos assistentes, onde ficarão sentados os atletas reservas que
não estejam em aquecimento, técnico ou treinador, massagista ou atendente, médico ou
fisioterapeuta e preparador físico das equipes disputantes. A localização dos bancos de reservas
deverá ser do mesmo lado da mesa de anotações e da zona de substituições e cada equipe ficará
ocupando o banco colocado ao lado da meia quadra onde a equipe está defendendo e guardará,
obrigatoriamente uma distância nunca inferior a 5 (cinco) metros de cada lado da mesa. Quando
colocados junto a linha de meta, não deverão permanecer entre os postes e a marcação dos 5
(cinco) metros da linha lateral.
11- PLACAR OU MOSTRADOR E CRONÔMETRO ELETRÔNICO
As quadras possuirão, obrigatoriamente, em perfeitas condições de uso e visibilidade para o
público, atletas, membros da comissão técnica e para a equipe da arbitragem, placar ou mostrador
onde serão afixados ou indicados os tentos da partida e o cronômetro eletrônico para controle do
tempo de jogo.

Regras do Futsal

https://docs.google.com/document/d/1pFeh2fWMXCh7iiwzN_PVFGUUQZpglQ0A0QsWX
myIwTk/edit

Regras básicas do Futsal


NÚMERO DE JOGADORES – Cada equipe possui 5 jogadores, sendo um deles o
Goleiro. Normalmente um equipe é formada por um Goleiro, um Fixo, dois Alas e um Pivô.
DURAÇÃO DE UMA PARTIDA – Nas categoriasadulta/profissional, sub 20 e sub 17 uma
partida é disputada em dois tempos de 20 minutos cronometrados, já na sub 15 é disputada em
dois tempos de 15 minutos.

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AS SUBSTITUIÇÕES: O número de substituições no Futsal são ilimitadas.
O TIRO DE SAÍDA, TIRO LATERAL e TIRO de CANTO(ESCANTEIO): são
26
cobrados obrigatoriamente com os pés e o jogador terá 4 segundos para realizar a cobrança. Já o
ARREMESSO DE META é cobrado com as mãos, somente pelo Goleiro dentro da área de gol
que também deverá fazê-lo em 4 segundos.
REGRA DOS 4 SEGUNDOS – Não é permitido ao Goleiro ficar com o controle ou
domínio da bola por mais de 4 segundos em sua meia quadra de defesa em nenhum ocasião;
RECUO PARA O GOLEIRO – É permitido apenas um recuo de bola para o Goleiro e ele
não poderá pegá-la com as mãos. Após um recuo a bola somente poderá ser recuada novamente
após tocar em um adversário. Estando o Goleiro em sua meia quadra de ataque ele poderá receber
a bola quantas fezes for necessário sem limite de tempo;
FALTAS – Cada equipe poderá cometer um limite de 5 faltas por tempo de jogo, a partir da
5° falta a equipe será punida com um tiro livre direto sem barreira que poderá ser cobrado no local
da falta ou na marca de 10 metros.
CARTÕES: Assim como no Futebol, o cartão amarelo uma advertência e o vermelho
expulsão. O Jogador que tomar dois cartões amarelos receberá obrigatoriamente o cartão
vermelho. A equipe que tiver um jogador expulso deverá ficar 2 minutos com menos um jogador
ou até sofrer um gol, após um isso um outro jogador deve completar a equipe, o jogador expulso
não poderá mais retornar a partida.

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27

2º Bimestre

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1. Saúde
Conceito de Saúde segundo a OMS
28
A "OrganizaçãoMundial de Saúde" (OMS) define a saúde como "um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades".
A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo. É um direito
fundamental da pessoa humana, que deve ser assegurado sem distinçãode raça, de religião,
ideologia política ou condiçãosócio-económica (Almeida Gouveia). A saúde não é um bem in-
dividual, de vez que nenhum indivíduo sentirá es se bem quando, em seu derredor, sofrem muitos
e a comunidade reflita, em seu funcionamento, o sofrimento de muitos. A saúde é, portanto, um
valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente, sem prejuízo de
outrem e, solidariamente, com todos.
No passado, refere Gouveia (1960), a saúde era a perfeiçãomorfológica, acompanhada da
harmonia funcional, da integridade dos órgãos e aparelhos, do bom desempenho das funções
vitais; era o vigor físico e o equilíbrio mental, apenas considerados em termos do indivíduo e ao
nível da pessoa humana. Hoje, ela passou a ser considerada sob outro plano ou dimensão; saiu do
indivíduo para ser vista, também, em relaçãodo indivíduo com o trabalho e com a comunidade.
No que diz respeito ao indivíduo, quanto ao seu bem-estar físico, devemos referir que não há
saúde de órgãos porque a saúde é total, é o todo. Assim como não existem doenças estritamente
locais, não há também "saúde local".
O lado psíquico da saúde cresceu de importância na época agitada em que vive omundo.
Inquietudes, pressa, ânsias, incertezas, indagações ante os fatos da vida, particularmente da vida
econômica, trepidação, desgaste constante de energias mentais, etc., levam o indivíduo ao cansaço
e a sofrimentos psicossomáticos.
É preciso, porém, para o perfeito equilíbrio neura-psíquico, que o homem esteja bem
adaptado as condições de vida, dentro do ambiente em que vive; que haja entendimento,
equilíbrio, tolerância, compreensão dos indivíduos entre si, pois a mente e o corpo Sãos não
permanecerão sadios, por muito tempo, em ambiente agitado, adverso, tumultuoso e intranqüilo.
A necessidade de higiene mental é univer¬sal; é para todos. Para os efeitos da vida econômica e os
reclamos da vida social, a noçãode saúde mental é a de respostas psíquicas ajustadas, de boa
adaptação , de "relações humanas" satisfatórias na família, no trabalho e na comunidade.
Saúde representa, por isto, um bem-estar social. A "saúde social (bem-estar social) é aquela
resposta ou ajustamento as exigências do meio, e depende fundamentalmente das condições
socioeconómicas do agrupamento humano onde se vive, da distribuiçãoda riqueza circulante, da
oportunidade que se ofereça ao indivíduo para que tome parte no esforço organizado da
comunidade. A "saúde social" é mais coletiva que individual. Onde há miséria, fome e ignorância;
onde é grande a competiçãoda luta pela vida; onde há compreensão entre os homens; onde o
desenvolvimento e a economia
não oferecem oportunidades a todos; onde o clima político sufoca os direitos essenciais da pessoa
humana e a liberdade do homem foi suprimida para que o domínio de alguns se exença sobre a
comunidade; enfim, onde não há bem-estar social, a saúde física e a saúde mental se revelam mal
e poderão ser afetadas, se atingidas demoradamente.
O homem é um ser social, por excelencia; não pode viver só, por incapaz. A "saúde social",
refere Gouveia (1960), traduz-se na alegria de viver, no bem-estar físico, psíquico e economico do
indivíduo, relacionado a sua faIll11ia e ao meio em que vive. "Ela não se revela na cota de
imposto de renda, no cadastro bancário, no gozo da propriedade e no privilégio de prerrogativas
político-sociais. O que a expressa é o comportamento ajustado do indivíduo dentro da
comunidade; é a aceitaçãoe o exercício corretos dos padrões de vida adotados por esta; é a
eficiência social do indivíduo bem integrado na ordem e no esforço organizado da comunidade,
quando busca resolver os problemas fundamentais de sua gente; é a participaçãointeligente e
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interessada na soluçãodas necessidades sociais, suas próprias e da sua família; é manter boas 29
relações humanas; é ser livre; é ser feliz; é ser consciente de suas responsabilidades; é sentir a vida
e vencê-la com satisfação ".
De uma noção antiga de saúde, estática e formal, chega-se, agora, a uma outra noçãode
saúde - dinámico-social e socioeconômica -como resposta do indivíduo as condições do meio
onde vive, resposta esta que deve ser analisada sob três planos ou dimensões: saúde física, saúde
mental e saúde social.
O apreciado volume "Promoçãoda saúde materna" (Bahia, S.A. Artes Gráficas, 1960), de
autoria do ilustrado colega Almeida Gouveia, e do qual retiramos os tópicos essenciais para este
artigo, é um repositório de dados do mais alto valor para todos aqueles que se dedicam ao estudo
dos problemas médico e sociais.
Lordose,cifoseeescoliose:osdesviosnacolunaearelaçãocomexercícios
Ortopedista explica as causas e os tratamentos dos principais problemas na coluna,
os tipos de deformidades e avalia se é possível continuar com as atividades físicas

As deformidades da coluna vertebral raramente ocorrem num único plano e são geralmente
em três dimensões. Muitas vezes, são definidas como uma deformidade de torção tridimensional
da coluna vertebral e do tronco e podem ocorrer isoladas ou associadas.Os tipos mais comuns são:
cifose, escoliose e lordose.

Cifose é a excessiva curvatura da coluna vertebral no (A-


P) plano sagital. A parte de trás normal tem de 20° a 45° graus
de curvatura na parte superior das costas, e qualquer ângulo
acima de 45° é chamado cifose. A escoliose é a curvatura
anormal da coluna vertebral no plano coronal (lateral). A
escoliose de entre 10° e 20° é chamada leve. Menos do que 10°
é variação postural. Lordose ou ahiperlordose é o
encurvamento excessivo da parte inferior da coluna, e é muitas
vezes associada à escoliose ou cifose. Ele pode ser gerada por
má postura.

Epidemiologia
Esses desvios na coluna
correm na infância
emcerca de 60% dos
meninos. Nos adolescentes,
as meninas representam
90%. Chamamos de
escoliose do adolescente,
também denominado
escoliose idiopática do
adolescente (EIA), ocorre
em cerca de 2-3% da
população em geral.

A escoliose para a direita é muito mais comum do que à


esquerda, exceto no tipo infantil, onde uma curva do lado
esquerdo é mais comum. A escoliose torácica direita tem o

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convexa coluna torácica para a direita. EIA ocorre entre os 10 anos de idade e a maturidade
sexual. Pode começar no início da puberdade ou tornar-se evidente durante o pico de crescimento
30
do adolescente.

Mulheres estão em maior risco, muitas vezes necessitando de tratamento cirúrgico, se o tratamento
não-cirúrgico não consegue parar curvatura. Escoliose adulta ocorre após a maturidade sexual.

Fatores de risco
A curvatura anormal da coluna vertebral pode resultar de doença da coluna vertebral, incluindo
trauma ou desequilíbrio do sistema neuromuscular. Pode ser congênita. Pode ser produzido por
pernas de comprimentos diferentes. Em adultos, a cifose está muitas vezes relacionada com
osteoporose, mas em crianças pode ser devido a uma lesão, um tumor sobre a coluna vertebral, ou
uma desordem genética, tais como a síndrome ou espinha bífida de Hunter. Cerca de 80%
das escolioses são idiopáticas (sem causa definida).

Os sintomas
A doença leve é geralmente indolor, mas, como deformidade cresce, a dor normalmente pode
aparecer. A escoliose em crianças ou adolescentes é muitas vezes detectada em exames derotina.
Os pacientes com EIA mais frequentemente apresentam ombros desnivelados, cintura sem
assimetria (um quadril saindo mais do que o outro), ou uma proeminência na costela.

Pernas podem ser mais curtas após um trauma grave com fraturas ou se há desequilíbrio
neuromuscular antes da idade adulta, como com a poliomielite, mas o encurtamento de 1 cm ou 2
cm, muitas vezes ocorre sem causa aparente.

Tratamento
Tratar dos desvios da coluna depende do tipo de doença, a severidade, o prognóstico e a tolerância
do paciente para várias intervenções. Diagnóstico e intervenção precoce são benéficas.
Administração pode ser dividida em: observação, órtese, operação.

A Sociedade Científica Internacional sobre a escoliose ortopédica e Tratamento de Reabilitação


(SOSORT) produziu suas primeiras orientações em 2005. Eles foram recentemente revistos e sua
qualidade científica foi aumentado. O seu objetivo é oferecer a todos os profissionais e seus
pacientes evidências baseado na revisão atualizada da evidência real no tratamento conservador da
escoliose idiopática.

Os objetivos do tratamento são: parar a progressão da curva na puberdade (ou possivelmente até
mesmo reduzi-la), prevenir ou tratar a disfunção respiratória, prevenir ou tratar síndromes de dor
na coluna vertebral, melhorar a estética através da correção postural.

As diretrizes oferecem um padrão real de tratamento conservador, incluindo órteses,


exercícios, atividades desportivas e de avaliação. O principal objetivo da órtese para escoliose é
deter a progressão da curva. Um estudo prospectivo de corte recente mostrou que órtese em
pacientes com EIA é eficaz na redução da progressão e prevenir a cirurgia. Além disso, numa
combinação de órtese com exercícios foi mostrada para aumentar a eficácia do tratamento.

As famílias devem ser informadas de que há um risco de que a órtese pode não ser bem-sucedida,
mas que as chances de sucesso são melhoradas com a disciplina e a adesão ao uso da cinta durante
o tempo recomendado, que pode ser de até 23 horas por dia. Pode ser removida para lavar roupa e
natação.

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Cirurgia
Cerca de um em cada seis pacientes necessitam de cirurgia. Ela é geralmente indicada para o
31
tratamento de uma deformidade clínica significativa ou para corrigir uma deformidade escoliótica
que é susceptível de evoluir.

A cirurgia é recomendada em adolescentes com uma curva que tem um ângulo de Cobb superior a
45° a 50°. Os objetivos da cirurgia são, geralmente, para deter a progressão da curva de alcançar
uma fusão sólida, para corrigir a deformidade e para melhorar a aparência estética.

Exercícios e desvios posturais


Estudos mostram que a autocorreção ativa e exercícios orientados a tratar os desvios são
superiores aos exercícios tradicionais na redução de deformidades da coluna vertebral e melhorar a
saúde relacionados com qualidade de vida em pacientes com EIA.

Funcionamento do corpo
O corpo humano é formado por diversos sistemas, que atuam juntos para garantir o
funcionamento adequado do organismo. Esses sistemas, que podem ser definidos como
conjuntos de órgãos, apesar de estarem ligados, realizam atividades específicas.
Podemos dizer que o corpo humano apresenta doze sistemas principais. São eles:
→ Sistema Tegumentar: Formado pela pele e seus anexos, tais como pelos, unhas e
glândulas. Atua, entre outras funções, isolando o corpo, evitando a perda excessiva de água e
regulando a temperatura.
→ Sistema Esquelético: Constituído basicamente por ossos e cartilagens. A principal
função desse sistema é garantir a movimentação e sustentação do nosso organismo; proteger
órgãos de impactos; produzir células sanguíneas e atuar como depósito de cálcio.
→ Sistema Articular: Formado pelas articulações, esse sistema proporciona a união das
peças do esqueleto humano.
→ Sistema Muscular: Composto pelos músculos, esse sistema garante a movimentação do
nosso corpo e a contração de órgãos.
→ Sistema Cardiovascular: É composto pelo tecido sanguíneo, vasos sanguíneos e o
coração. O objetivo desse sistema é garantir que oxigênio e nutrientes sejam levados até as células
e os produtos indesejáveis sejam removidos.
→ Sistema Respiratório: Formado por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios,
bronquíolos e pulmões, esse sistema garante a hematose e, consequentemente, que oxigênio seja
levado às células.
→ Sistema Digestório: Composto pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado,
intestino grosso e glândulas associadas, tais como as salivares, o fígado e o pâncreas, esse sistema
quebra os alimentos em partículas menores para que possam ser aproveitadas pelo organismo.
→ Sistema Urinário: Formado por rins, ureteres, bexiga e uretra, esse sistema elimina as
substâncias tóxicas e em excesso no organismo.
→ Sistema Genital: O sistema genital masculino é formado por testículos e vias
espermáticas, enquanto o feminino é formado por ovários, tubas uterinas, útero e vagina. A
principal função desse sistema é garantir a reprodução e produção de hormônios.
→ Sistema Nervoso: Formado pelo Sistema Nervoso Central, constituído por encéfalo e
medula espinhal, e pelo Sistema Nervoso Periférico, constituído pelos nervos e gânglios, esse
sistema capta estímulos do meio externo e interno, bem como formula respostas para esses
estímulos.

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→ Sistema Endócrino: Ele é formado por todas as glândulas endócrinas do corpo, tais
como a hipófise, tireoide, pâncreas, testículos e ovários. Sua função principal é garantir a
32
produção de hormônios e, portanto, o controle das funções biológicas e a homeostase.
→ Sistema Linfático: Constituído pela linfa, vasos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides,
esse sistema recolhe o líquido intersticial e devolve para o sangue, além de ajudar na defesa do
organismo.

Funções dos Músculos:


http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-muscular/
a) Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e
correr.
b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos
estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em
pé ou sentar.
c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos
músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das
paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem
mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o
fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte
desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
Grupos Musculares:
Em número de nove. São eles:
a) Cabeça
b) Pescoço
c) Tórax
d) Abdome
e) Região Posterior do Tronco
f) Membros Superiores
g) Membros Inferiores
h) Órgãos dos Sentidos
i) Períneo

Populações especiais e exercícios físicos


Diabetes mellitus
O que é diabetes mellitus?

Diabetes mellitus é o nome dado a um grupo de distúrbios metabólicos que resultam em níveis elevados de
glicose no sangue. Conhecido popularmente com açúcar alto no sangue, existem vários tipos e várias causas de
diabetes. Todos os tipos, porém, costumam apresentar complicações semelhantes, como maior risco de lesão
dos rins, dos olhos e dos vasos sanguíneos.
O diabetes é uma das doenças mais comuns no mundo e sua incidência tem aumentado ao longo dos
anos, devido principalmente à má alimentação e à obesidade.
Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre diabetes:
 O que é glicose.
 O que é glicemia.
 Como se dá o controle da glicose no sangue.
 O que é diabetes.

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Tipos de diabetes.
O que é pré-diabetes.
33
O QUE É A GLICOSE?
A glicose, também chamada de dextrose, é uma molécula simples de carboidrato (monossacarídeo), cuja
principal função é fornecer energia para as células funcionarem. Praticamente todo alimento da classe dos
carboidratos possui glicose na sua composição.
A maioria dos carboidratos da nossa dieta é composta por três monossacarídeos: glicose, frutose e
galactose. Para ficar mais fácil de entender, pense nessas três moléculas como pequenos tijolos. O modo como
esses tijolos se agrupam dá origem aos diferentes tipos de carboidratos que comemos, desde as frutas, até
cereais, mel, massas, pão, vegetais, etc. Exemplos: o famoso açúcar de mesa, chamado de sacarose, é a junção
de apenas dois monossacarídeos, a glicose e a frutose. Já o carboidrato presente no leite, chamado de lactose, é a
junção de glicose com galactose.
O nosso corpo precisa de glicose para funcionar, ela é o nosso combustível. Na verdade, desde bactérias
até o ser humano precisam da glicose para sobreviver. A glicose é a única molécula de carboidrato que pode nos
fornecer energia. Tanto a frutose quanto a galactose precisam antes serem transformadas em glicose pelo fígado
para poderem ser aproveitadas pelas células.
Controle da glicose no sangue – Papel da insulina
Após uma refeição, os carboidratos que foram ingeridos passarão pelo processo da digestão. Digerir um
carboidrato significa quebrá-lo em vários micro pedaços até que se libertem todos os “tijolos” de glicose, frutose
e galactose. No intestino delgado, estas moléculas serão absorvidas, chegando à circulação sanguínea.
Após uma refeição, uma grande quantidade de glicose, frutose e galactose chegam à corrente sanguínea,
aumentando a glicemia[glicemia = concentração de glicose no sangue]. Sempre que há uma elevação na
glicemia, o pâncreas libera um hormônio chamado insulina, que faz com que a glicose circulante no sangue
entre nas células do nosso corpo. A insulina também estimula o armazenamento de glicose no fígado, para que,
em períodos de necessidade, o corpo tenha uma fonte de glicose que não dependa da alimentação. Estas duas
ações da insulina promovem uma rápida queda na glicemia, fazendo com que os níveis de glicose se
normalizem rapidamente.
O QUE É DIABETES?
Diabetes mellitus é o nome dado ao grupo de doenças que cursam com uma dificuldade do organismo
em controlar os níveis de glicose do sangue, mantendo-os sempre acima do normal. Dizemos que o diabetes é
um grupo de doenças porque existe mais de um tipo de diabetes, apresentando causas diferentes e mecanismos
distintos para a desregulação da glicemia.
Habitualmente o diabetes surge por falta de produção insulina ou por uma incapacidade das células
reconhecerem a presença da mesma, ou seja, existe insulina, mas ela não consegue colocar a glicose para dentro
das células. Há casos ainda em que o paciente apresenta os dois problemas, além de produz pouca insulina, ela
ainda funciona mal.
O resultado final desta redução da produção de insulina, ou do seu mal funcionamento, é o acúmulo de
glicose no sangue. O paciente se alimenta, recebe uma carga de glicose no sangue, mas as células não
conseguem captá-lo, mantendo a glicemia elevada constantemente. Esta glicemia elevada, chamada de
hiperglicemia, provoca dois grandes problemas. O primeiro, a curto prazo, é a falta de glicose nas células, que
precisam da mesma para funcionar adequadamente. O segundo, que ocorre após anos de doença, é a lesão dos
vasos sanguíneos. O excesso de glicose é tóxico para as células dos vasos, fazendo com que as artérias sofram
progressivas lesões, levando às complicações típicas do diabetes, como problemas renais, cegueira, doenças
cardiovasculares, lesões neurológicas, gangrena dos membros, etc.
Tipos de diabetes mellitus
Existem vários tipos de diabetes, mas três respondem pela imensa maioria dos casos, são eles:
 Diabetes tipo 1.
 Diabetes tipo 2.

Vamos explicá-los.

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DIABETES TIPO 1
34
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune, isto é, ocorre devido a produção equivocada de
anticorpos contra as nossas próprias células, neste caso específico, contra as células beta do pâncreas,
responsáveis pela produção de insulina.
Não sabemos exatamente o que desencadeia esta produção equivocada de auto anticorpos, mas sabe-se
que há um fator genético importante. Todavia, só a genética não explica tudo, já que existem irmãos gêmeos
idênticos em que apenas um deles apresenta diabetes tipo 1. Imagina-se que algum fator ambiental seja
necessário para o início da doença. Entre os possíveis culpados podem estar infecções virais, contato com
substâncias tóxicas, carência de vitamina D e até exposição ao leite de vaca ou glúten nos primeiros meses de
vida. O fato é que em alguns indivíduos, o sistema imunológico de uma hora para outra começa a atacar o
pâncreas, destruindo-o progressivamente.
Conforme as células beta do pâncreas vão sendo destruídas, a capacidade de produção de insulina vai se
reduzindo progressivamente. Quando mais de 80% destas células encontram-se destruídas, a quantidade de
insulina presente já não é mais capaz de controlar a glicemia, surgindo, assim, o diabetes mellitus tipo 1.
O diabetes tipo 1 é responsável por apenas 10% dos caso de diabetes e ocorre geralmente na juventude,
entre os 4 e 15 anos, mas pode acometer até pessoas de 30 a 40 anos.
Como o diabetes tipo 1 é uma doença que habitualmente surge nos primeiros anos de vida, costuma
provocar complicações ainda na juventude. Um paciente com apenas 25 anos pode ter diabetes há mais de 20
anos, sofrendo, assim, as consequências da doença ainda jovem, principalmente se o controle do diabetes não
tiver sido bem feito nestes anos todos.
Como o diabetes tipo 1 é provocado pela falta de insulina, o seu tratamento consiste basicamente na
administração regular de insulina para controlar a glicemia.
DIABETES TIPO 2
O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença que também apresenta algum grau de diminuição na produção
de insulina, mas o principal problema é uma resistência do organismo à insulina produzida, fazendo com que as
células não consigam captar a glicose circulante no sangue.
O diabetes tipo 2 ocorre em adultos, geralmente obesos, sedentários e com histórico familiar de diabetes.
O excesso de peso é o principal fator de risco para o diabetes tipo 2. A associação entre obesidade e diabetes tipo
2 é tão forte, que muitos pacientes podem até deixar de serem diabéticos se conseguirem emagrecer. O modo
como o corpo armazena gordura também é relevante. Pessoas com acúmulo de gordura predominantemente na
região abdominal apresentam maior risco de desenvolver diabetes.
O diabetes tipo 2 vem muitas vezes acompanhado por outras condições, incluindo hipertensão arterial e
colesterol alto. Esta constelação de condições clínicas (hiperglicemia, obesidade, hipertensão e colesterol alto) é
referida como síndrome metabólica, sendo um grande fator de risco para doenças cardiovasculares.
Para ler especificamente sobre cada uma delas:
– OBESIDADE | Definições e consequências.
– COLESTEROL HDL | COLESTEROL LDL | TRIGLICERÍDEOS.
– HIPERTENSÃO ARTERIAL | Sintomas e tratamento.
Além da obesidade e do sedentarismo, há outros fatores de risco para o diabetes tipo 2:
 Idade acima de 45 anos.
 História familiar de diabetes.
 Hipertensão arterial.
 História prévia de diabetes gestacional.
 Glicemia de jejum maior que 100 mg/dl (pré-diabetes).
 Ovário policístico.
 Colesterol elevado.
 Uso prolongado de medicamentos, como corticoides), tacrolimo, ciclosporina ou ácido nicotínico.
 Tabagismo
 Dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos e pobre em vegetais e frutas.

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2º ano
Inicialmente, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com medicações por via oral. Geralmente são drogas que
estimulam a produção de insulina pelo pâncreas ou aumentam a sensibilidade das células à insulina presente.
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Com o tempo, a própria hiperglicemia causa lesão das células beta do pâncreas, fazendo com que haja
uma redução progressiva da produção de insulina. Por este motivo, é comum que pacientes com diabetes tipo 2,
depois de muito anos de doença, passem a precisar de insulina para controlar sua glicemia.
DIABETES GESTACIONAL
O diabetes gestacional é um tipo de diabetes que surge durante a gravidez e habitualmente desaparece
após o parto. Este tipo de diabetes ocorre por uma resistência à ação da insulina.
Durante a gravidez a placenta produz uma série de hormônios, sendo que alguns deles inibem a ação da
insulina circulante, fazendo com que a glicemia da mãe se eleve. Imagina-se que parte deste efeito seja para
assegurar uma boa quantidade de glicose para o feto em desenvolvimento. É bom lembar que a mulher grávida
precisa de glicose para ela e para o feto. Se não existisse essa ação anti-insulina, haveria mais riscos de
hipoglicemia durante períodos de jejum, como, por exemplo, durante o sono noturno.
Na maioria das mulheres esta resistência à insulina não causa maiores problemas, já que o pâncreas é
capaz de controlar a glicemia aumentando a sua produção de insulina. As mulheres grávidas produzem em
média 50% mais insulina que as mulheres não grávidas.
O problema surge nas gestantes que já apresentam algum grau prévio de resistência insulínica ou cujo
pâncreas não consegue aumentar sua produção de insulina além do basal. Os principais fatores de risco para o
diabetes gestacional são o excesso de peso, gravidez tardia e o pré-diabetes (explico mais à frente, no tópico pré-
diabetes).
O diabetes gestacional costuma surgir somente após a 20ª semana de gestação, época em que os
hormônios anti-insulina começam a ser produzidos em grande quantidade.
O diabetes gestacional está associado a diversos problemas para o feto, incluindo parto prematuro,
problemas respiratório, hipoglicemia após o parto, bebês de tamanho acima do normal e maior risco de diabetes
tipo 2 para a mãe e para o filho.
PRÉ-DIABETES
O pré-diabetes é a situação na qual o organismo não consegue manter a glicemia em níveis normais, mas
ela ainda não encontra-se elevada o suficiente para o diagnóstico do diabetes.
Em pessoas com funcionamento normal da insulina, a glicemia de jejum (pelo menos 8 horas de jejum)
encontra-se sempre abaixo dos 100 mg/dl. Para o diagnóstico de diabetes é preciso uma glicemia de jejum
persistentemente acima de 126 mg/dl. Portanto, todos aqueles com glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl são
considerados pré-diabético
Habitualmente, o que ocorre nos pacientes com glicemia de jejum alterada é uma falta de resposta do
organismo à insulina produzida. O pâncreas pode funcionar bem, mas as células não respondem como deveriam
à insulina presente no sangue, fazendo com que a passagem da glicose para os tecidos fique prejudicada. A
principal causa desta resistência à insulina é o excesso de peso e o acúmulo de gordura na região abdominal. As
células de gordura têm mais dificuldades em utilizar a insulina do que as células dos músculos. Além disso, o
excesso de gordura produz vários mediadores químicos que diminuem o efeito da insulina no corpo. Como
podemos ver, os fatores de risco e os mecanismos do pré-diabetes são semelhantes aos do diabetes tipo 2.
Pacientes com pré-diabetes apresentam elevado risco de evoluírem para o diabetes tipo 2 em curto/médio
prazo. Na verdade, a cada 100 pacientes diagnosticados com pré-diabetes, 11 desenvolvem diabetes no prazo de
apenas um ano. Em 10 anos, mais de 50% dos pacientes terão evoluído para diabetes.

Hipertensão?
Normalmente, o sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos ou movimentar-se,
exerce uma força contra a parede das artérias. Quando a força que esse sangue precisa fazer está
aumentada, isto é, as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue dizemos que há
hipertensão arterial, ou popularmente pressão alta.

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O coração trabalha em dois tempos:
 Contração para expulsar o sangue. A força é máxima e esse processo é chamado de sístole.
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 Relaxamento do coração entre as contrações cardíacas. A força é mínina e esse processo é
chamado de diástole.
Órgãos-alvo da hipertensão: coração (risco de cardiopatia como a insuficiência cardíaca ou
infarto do miocárdio), cérebro (AVC – acidente vascular cerebral), vasos e rins (insuficiência
renal).
A pressão arterial é resultado de um produto:
Débito Cardíaco x Resistência Vascular Periférica.
Em outras palavras, quando houver um aumento no volume de sangue a ser ejetado, por
exemplo quando os rins não funcionam normalmente ou quando o coração contrai de modo
insuficiente, ou quando a freqüência cardíaca aumenta, isto é, o coração bate mais vezes por
minuto para ejetar um determinado volume de sangue, ou quando a resistência oferecida pelas
artérias para a passagem do sangue estiver aumentada, ocorre aumento da pressão arterial.
Outra possibilidade é as artérias de maior calibre perderem sua flexibilidade normal e
tornarem-se rígidas, de modo que elas não conseguem expandir para permitir a passagem do
sangue bombeado pelo coração. Assim, o sangue ejetado em cada batimento cardíaco é forçado
através de um espaço menor que o normal e a pressão arterial aumenta.
A marca registrada da pressão alta é, em última análise, o aumento da resistência vascular.
Isto pode acontecer, por exemplo, quando artérias muito finas (arteríolas) se contraem
temporariamente devido à estimulação nervosa ou por hormônios presentes no sangue.

Como se mede ?
A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Ela é medida em
milímetros de mercúrio.

Com esta medida, são determinadas duas pressões:


Máxima: Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima (sistólica)
Mínima: Quando ele se dilata, temos uma pressão mínima (diastólica)
A pressão arterial é transcrita com o valor da pressão sistólica seguido por uma barra e o
valor da pressão diastólica. Por exemplo: 120/80mmHg (milímetros de mercúrio) – Lê-se: cento e
vinte por oitenta.
Valor ótimo de pressão arterial: <120 x 80 mmHg (12 por 8)
Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg
Valor ideal de pressão arterial para pessoas com risco de diabetes e doença renal: <130 x 80
mmHg
Quando uma pessoa é considerada hipertensa?
Classificação da pressão arterial em adultos – quando as pressões sistólica e diastólica de um
indivíduo são classificadas em diferentes categorias, a mais alta é utilizada para classificar sua
pressão arterial. A pressão arterial ideal para a minimização do risco de problemas
cardiovasculares situa-se abaixo de 120/80 mmHg.
Para a maioria da população, a pressão arterial deve estar abaixo de 140 e/ou 90mmHg,
exceto para os diabéticos (<130/85 mmHg) e renais crônicos (indo até < 120/75 mmHg).
Quais são as causas?
Na maioria das vezes não conseguimos saber com precisão a causa da hipertensão arterial,
mas sabemos que muitos fatores podem ser responsáveis.
Fatores externos:

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 Hereditariedade: Recebemos a pré-disposição, que pode apresentar-se em vários membros
da família.
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 Idade: O envelhecimento aumenta o risco em ambos os sexos.
 Raça: Pessoas da raça negra são mais propensas a pressão alta.
 Peso: A obesidade é um fator de risco!

Fatores Internos:
 Falta de exercício: A vida sedentária contribui para o excesso de peso.
 Má alimentação: pouco consumo de frutas e verduras e aumento do consumo de comida
rápida
 Sal em excesso: pode facilitar e agravar a hipertensão arterial.
 Álcool: O consumo exagerado de compromete a pressão arterial.
 Tabagismo: é um fator de risco das doenças cardiovasculares
 Estresse: excesso de trabalho, angústia, preocupações e ansiedade podem ser responsáveis
pela elevação da pressão.

E os sintomas:
Na maioria dos indivíduos a hipertensão arterial não causa sintomas, apesar da coincidência
do surgimento de determinados sintomas que muitos, de maneira equivocada, consideram
associados à doença, como por exemplo, dores de cabeça, sangramento pelo nariz, tontura, rubor
facial e cansaço.
Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada,
apresenta dores de cabeça, vômito, dispnéia ou falta de ar, agitação e visão borrada decorrência de
lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins.
Quais são as conseqüências?
Se não tratada, a pressão alta pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração, como
infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito), insuficiência renal ou
paralisação dos rins e alterações na visão que podem levar à cegueira.
Como faço o diagnóstico?
A pressão arterial deve ser aferida com o paciente na posição sentada, respeitando um
período de repouso de 5 minutos. Medidas com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg são
consideradas altas, mas não é possível basear o diagnóstico apenas em uma leitura. Muitas vezes
são necessárias várias leituras para estabelecer o diagnóstico. Se a leitura inicial apresentar um
valor alto, deve-se então, medi-la novamente, em seguida, mais duas vezes e, em pelo menos mais
dois outros dias, para assegurar o diagnóstico de hipertensão arterial. As leituras não apenas
revelam a presença da hipertensão arterial, mas também auxiliam na classificação de sua
gravidade.
“Hipertensão do jaleco branco”: O estresse decorrente da consulta a um médico faz com que
seja diagnosticado como hipertensão em alguém que, fora do ambiente hospitalar apresentaria uma
pressão arterial normal.
“Hipertensão mascarada”: Hipertensão arterial mascarada é a situação na qual a média da
pressão arterial determinada através de monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) ou
monitorização residencial de pressão arterial (MRPA) está elevada e a medida de pressão arterial
em consulta médica está normal.
Como é o tratamento?
A hipertensão arterial essencial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir
complicações.
A menos que haja uma necessidade evidente para uso de medicamentos imediato, como no
caso de pacientes com níveis de pressão arterial acima de 180/110 mmHg, a maioria dos pacientes
deve ter a oportunidade de reduzir sua pressão arterial através de tratamento não farmacológico,

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por meio de medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de
vida
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 Meça sua pressão arterial regularmente
 Tenha uma alimentação saudável:
o Evite: açúcares e doces, frutas, derivados de leite na forma integral, com gorduras,
carnes vermelhas com gorduras aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados
que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados como embutidos, conservas,
enlatados, defumados, charque.
o Prefira: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais
como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos
desnatados.
 Pratique atividade física pelo menos 5 dias por semana. Faça caminhadas, suba escadas ao
invés de usar o elevador, ande de bicicleta, nade, dance.
Diminua a quantidade de sal na comida. Use no máximo 1 colher de chá para toda a
alimentação diária. Não utilize saleiro à mesa e não acrescente sal no alimento depois de pronto.
 Diminua o consumo de bebidas alcoólicas.
 Não fume! Depois da hipertensão, o fumo é o principal fator de risco de doenças
cardiovasculares
 Controle o estresse (nervosismo). Tente administrar seus problemas de uma maneira mais
tranqüila. A “arte de viver bem” é enfrentar os problemas do dia – a – dia com sabedoria e
tranqüilidade.
 Siga as orientações do seu médico, elas contribuirão para o controle da pressão arterial e
para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares: Se utilizar medicamentos:
o Tome as medicações conforme a orientação médica
o Se tiver qualquer dúvida sobre o medicamento, converse com seu médico
o Compareça às consultas regularmente
o Não abandone o tratamento
E os tratamentos medicamentosos?
O objetivo do tratamento medicamentoso é reduzir a resistência vascular periférica,
promovendo vaso-dilatação. Os diferentes agentes anti-hipertensivo o fazem por diferentes
mecanismos. Entre os agentes de primeira linha recomenda-se a utilização de:
diurético tiazídico: inicialmente promovem diminuição da quantidade de sal e água do
organismo, e posteriormente promovem dilatação das artérias, diminuindo desta forma a
resistência vascular e a pressão arterial.
antagonistas do cálcio: produz dilatação dos vasos sanguíneos através de um mecanismo
diferente. Especialmente indicado para os indivíduos de raça negra, idosos.
betabloqueadores: – bloqueia os efeitos do sistema nervoso simpático, sistema que pode
responder rapidamente ao estresse, elevando a pressão arterial.
inibidores da ECA - enzima conversora da angiotensina: reduzem a pressão arterial através
da dilatação das artérias.
bloqueadores do receptor da angiotensina II: reduzem a pressão arterial através de um
mecanismo similar ao mecanismo dos inibidores da enzima conversora da angiotensina – porém
de forma mais direta e com menos efeitos colaterais.
Além desses, outras classes usadas em associação são:

Simpatolítico de ação central: atualmente tem o uso mais indicado em gávidas.


Vasodilatadores diretos – dilatam os vasos sanguíneos com outro mecanismo.
Diazóxido / nitroprussionato, nitroglicerina / labetalol (via intravenosa) – utilizado em
emergências hipertensivas – como a hipertensão arterial maligna – exigem redução rápida da
pressão arterial.

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Obesidade
O que é a Obesidade?
39
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo.
Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa
corporal (IMC).
O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o
padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando
o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Veja a tabela completa e descubra o seu IMC
aqui. Para ser considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.
O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de
indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.
A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a
desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.
São muitas as causas da obesidade. O excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio
genético da pessoa, a maus hábitos alimentares ou, por exemplo, a disfunções endócrinas. Por
isso, na hora de pensar em emagrecer, procure um especialista.
Tratamento de Obesidade
Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do
organismo, a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais saudável,
com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca
redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do quadro saudável.
Entendendo IMC - Classificação de Obesidade
A obesidade pode ser definida por termos relativamente absolutos. Na prática, a obesidade é
avaliada em termos absolutos e também pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela
razão entre as circunferências da cintura e do quadril. Além disso, a presença de obesidade deve
ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem
aumentar o risco de complicações.

IMC IMC = 27,46 = Sobrepeso

IMC, ou índice de massa corporal, é As atuais definições estabelecem a seguinte


um método simples e amplamente difundido convenção de valores, acordada em 1997 e
de se medir a gordura corporal. A medida foi publicada em 2000:
desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e IMC Classificação
antropometrista, Adolphe Quételet. É < Abaixo do Peso
calculado dividindo o peso do indivíduo em 18.5
quilos pelo quadrado de sua altura em 18.5 Peso normal
metros. –24.9
25.0 Sobrepeso
Equação: IMC = kg / m2 –29.9
30.0 Obesidade grau
Onde kg é o peso do indivíduo em –34.9 I
quilogramas e m é sua altura em metros. 35.0 Obesidade grau
–39.9 II
Exemplo: Uma pessoa com peso de 89kg e ≥ Obesidade grau
altura de 1.80m. 40.0 III
IMC = 89kg / 1,80m x 1,80m
IMC = 89kg /3,24

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2º ano
Em analíses clínicas, médicos levam em consideração raça, etnicidade, massa muscular,
idade, sexo e outros fatores que podem influenciar a interpretação do índice. O IMC superestima a
2
gordura corporal em indivíduos muito musculosos e pode subestimá-la naqueles que tiveram perda
de massa corporal (ex. idosos).
Para crianças e adolescentes, também se utiliza o IMC, observando-se os percentuais para
idade e sexo, como critério de adiposidade. Há uma grande variedade de critérios para definir
sobrepeso e obesidade na infância, o que dificulta as comparações entre os estudos de prevalência.
O critério mais utilizado atualmente é aquele sugerido em 2000 pelo Center for Disease
Control (CDC)3 quando, revisando suas tabelas de crescimento que datam de 1977, incluiu as
tabelas de IMC para indivíduos de 2 a 19 anos de idade, e recomendou a utilização dos termos
“risco de sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais > 85 e o termo
“sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentuais > 95. Na prática clinica, tais
termos foram substituídos por sobrepeso e obesidade, respectivamente.
Procura-se encontrar um índice de pontos de corte de IMC que possa mostrar continuidade
desde a infância à idade adulta, com o objetivo de correlacionar a obesidade e comorbidades
nestas diferentes faixas etárias. Nesse sentido, o estudo realizado por Cole et al (2000)4, em seis
países (Inglaterra, Brasil, Hong Kong, Singapura, Holanda e EUA), tem sido aceito e
recomendado pelo IOTF para estudos epidemiológicos populacionais. Os autores desenvolveram
pontos de corte para sobrepeso e obesidade, a partir da correlação entre os percentuais de IMC >
85 e > 95 para idade e sexo na faixa etária pediátrica que, aos 18 anos, correspondem aos pontos
de corte para sobrepeso (> 25 kg/m²) e obesidade (> 30 kg/m²) na faixa etária adulta.

Circunferência da cintura

O IMC não distingue entre diferentes tipos de adiposidade, alguns dos quais podem estar mais
associados a doença cardiovascular. Estudos mais recentes dos diferentes tipos de tecido adiposo
têm demonstrado, por exemplo, que a obesidade central (em forma de maçã, tipicamente
masculina) tem uma correlação muito superior à doença cardiovascular que o IMC por si só.

A circunferência absoluta (>102 cm para homens e >88 cm para mulheres) e o índice cintura-
quadril (>0.9 para homens e >0.85 para mulheres) são, ambos, utilizados como medidas da
obesidade central.

Medição da gordura corpora l

Uma maneira alternativa de determinar obesidade é medindo a porcentagem de gordura corpórea.


Médicos e cientistas, em geral, concordam que homens com mais de 25% de gordura e mulheres
com mais de 30% de gordura são obesos. Porém, é difícil medir a gordura corporal com precisão.
O método mais aceito é a pesagem do indivíduo debaixo de água, mas só é possível em
laboratórios especializados que dispõem do equipamento. Os dois métodos mais simples são o
teste da dobra, no qual a pele do abdómen é pinçada e medida para determinar a grossura da
camada de gordura subcutânea; e o teste de impedância bioelétrica, que só pode ser realizado em
clínicas especializadas e não deve ser feito com frequência. Outras formas de medir a gordura
corporal incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Fatores de risco e co-morbidades

A presença de fatores de risco e outras doenças também é utilizada no diagnóstico da obesidade.


Arteriosclerose coronariana, diabetes mellitus tipo 2 e apneia do sono representam ameaças à vida
do paciente que indicariam a urgência de tratamento clínico da obesidade.

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3

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2º ano
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3º Bimestre

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Regras para uma Alimentação Saudável
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Fazer uma alimentação saudável e manter-se fisicamente activo, são dois factores vitais para
a saúde e o bem-estar.

A alimentação tem um papel fundamental na nossa qualidade de vida, sendo muito


importante adotar uma dieta saudável e adequada ao nosso estilo de vida.

O consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares pode


provocar problemas de saúde. Contudo, lembre-se: não há alimentos maus, apenas má
alimentação. Não é necessário deixar de comer determinados alimentos para ter uma alimentação
saudável, apenas fazer a combinação certa de alimentos, na quantidade adequada, e adotar
algumas regras no seu dia a dia.

Para uma alimentação saudável e equilibrada, recomenda-se a ingestão de diversos tipos de


alimentos todos os dias, incluindo:

 5 porções de fruta ou vegetais


 2-3 porções de leite, queijo ou iogurte
 2 porções de alimentos ricos em proteínas como peixe, carne, leguminosas ou ovos.
 5-6 porções de hidratos de carbono: pão, massa, cereais, arroz, trigo.

Dicas e regras para ter uma alimentação mais saudável

Adote algumas regras para tornar a sua alimentação diária mais saudável. Pequenas
alterações na sua rotina diária e nos seus hábitos alimentares podem fazer toda a diferença e
melhorar significativamente o seu bem-estar.

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Aqui ficam algumas dicas e regras para uma alimentação saudável:
1. Tome o pequeno-almoço
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Uma alimentação saudável começa sempre por um pequeno saudável e equilibrado. A
primeira refeição do dia é essencial para carregar energias e deve fornecer uma boa parte de
nutrientes para o organismo.
Um pequeno-almoço saudável deve incluir cereais, leite meio gordo ou magro e fruta. Estes
alimentos proporcionam nutrientes valiosos, ajudando a prevenir a vontade de ingerir snacks
pouco saudáveis a meio da manhã.

2. Faça 4 a 5 refeições por dia


É muito importante fazer refeições ligeiras ao longo do dia, não passando longos períodos de
tempo sem comer. Não ficar mais do que 3h/3h30 sem comer durante o dia é uma das principais
regras para uma alimentação saudável.
Fazer pequenos lanches com fruta, iogurte, batidos com leite meio gordo, algumas nozes ou
sementes de girassol, podem ser valiosos contributos para o aporte de nutrientes, energia e fibra.
Para além disso, é ainda uma forma de evitar comer demais à hora das refeições.

3. Consuma 5 porções de fruta e hortícolas por dia


Estabeleça o objetivo de ingerir pelo menos 5 porções de fruta e vegetais todos os dias.
Coma, por exemplo, 3 peças de fruta por dia, mais 2 porções de hortícolas, que podem estar
incluídas na sopa ou como acompanhamento da refeição. Facilite preparando batidos de fruta,
sopas de hortaliça e/ou escolhendo fruta como lanche.

4. Inclua sopa no início das refeições


Devido ao alto teor de vegetais, a sopa fornece uma grande quantidade de vitaminas e
minerais. O consumo de sopa não só tem efeitos benéficos nos níveis sanguíneos de colesterol e
na glicémia, como ajuda a regular o trânsito intestinal.
Para além disso, quando ingerida no início das refeições, a sopa tem um efeito saciante,
contribuindo para ajudar a controlar o apetite e levando a que se coma menos nos pratos seguintes.

5. Hidrate-se
A ingestão de líquidos, na quantidade adequada, é uma das mais importantes regras para
uma alimentação saudável. Os líquidos, e em especial a água, devem ser consumidos ao longo do
dia, de forma a hidratar o organismo.
Beba pelo menos 6-8 copos de líquidos por dia e tente que pelo menos 3-4 sejam de água. A
quantidade recomendada de água por dia é de 1,5 a 3 litros.
Uma boa hidratação previne o cansaço e a fadiga, ajuda a eliminar toxinas, mantém as
células saudáveis e melhora a aparência e a textura da pele. A água ajuda ainda a transportar
algumas vitaminas hidrossolúveis como a vitamina B1, B2, B6, B12 e a vitamina C.

6. Consuma peixe e carnes brancas


O peixe e a carne são importantes fontes de proteínas, devendo ser incluídos na sua
alimentação diária.
O peixe é rico em ácidos gordos ómega 3, importantes para a manutenção dos níveis de
colesterol no sangue e para o normal funcionamento do coração.
A carne, por sua vez, é uma boa fonte de proteínas, ferro e outros nutrientes. Contudo,
quando comer carne, remova a gordura visível e reduza o consumo de produtos com elevado teor
de gordura, como salsichas, hambúrgueres e chouriço. Opte antes por carnes brancas, tais como
peru, frango e coelho.

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7. Reduza o açúcar
Os alimentos com uma grande quantidade de açúcar refinado resultam de processos
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químicos na sua produção e possuem altíssimo índice de glicose, o que aumenta os índices de
glicemia do corpo.
Reduza a quantidade de açúcar que ingere diariamente, adotando este hábito como uma
regra para uma alimentação saudável.

8. Prefira alimentos com pouca gordura e reduza a gordura na preparação dos


alimentos
Reduza a quantidade de gordura na sua dieta. Escolha alternativas com menos gordura e
sempre que possível prefira grelhados em vez de fritos.
Na confeção dos alimentos, dê sempre preferência ao azeite. Este é um alimento rico em
gordura mono insaturada. Substituir gorduras saturadas por gorduras insaturadas na alimentação
contribui para a manutenção de níveis normais de colesterol no sangue.

9. Reduza o sal
Limite o sal na sua dieta para menos de 6g por dia (2.4g sódio). Reduza a quantidade de sal
usada nos cozinhados, substituindo-o por ervas aromáticas.
Diminua também o consumo de snacks salgados e verifique a quantidade de sal em
alimentos pré-confeccionados (1g de sal = 0.4g de sódio).

10. Escolha alimentos ricos em fibra


Os alimentos integrais proporcionam maior saciedade e contêm mais vitaminas, sais
minerais e fibra, que as variedades refinadas.
Os cereais, o pão, a massa e o arroz integrais, bem como as leguminosas e os produtos
hortícolas são importantes fontes de fibra e devem ser incluídos na alimentação diária.

11. Procure alimentos naturais


Siga uma alimentação o mais natural possível e tente evitar refeições com produtos
industrializados, que possuem altas quantidades de sódio e podem, a longo prazo, comprometer a
manutenção da qualidade de vida.

12. Tenha atenção ao tamanho das porções


As porções maiores encorajam-nos a comer mais, quando geralmente não precisamos do
excesso de calorias. Tenha particular atenção a este facto quando come fora, evitando sempre
comer mais do que o necessário.

13. Saboreie o que come


Experimente a velha máxima: ‘saboreie o que come e coma o que lhe dá prazer, e quando
parar de sentir prazer, pare de comer’. Muitas vezes comemos por hábito, e não saboreamos os
alimentos que ingerimos. Quando saboreamos realmente o que comemos podemos descobrir que
gostamos do que não sabíamos ou, ao contrário, que não gostamos de facto daquilo que
pensávamos gostar. Saborear realmente a comida que ingerimos torna mais fácil preferir alimentos
apropriados e quantidades adequadas, e abandonar os alimentos desadequados ou não
aconselháveis
O que é Desnutrição?
Desnutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção de
nutrientes. Dependendo da gravidade, a doença pode ser dividida em primeiro, segundo e terceiro
grau. Existem casos muito graves, cujas consequências podem chegar a ser irreversíveis, mesmo

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que a pessoa continue com vida. Entretanto, a desnutrição pode ser leve e traduzir-se, sem
qualquer registro de sintomas, numa dieta inadequada.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição contribui com mais de um
terço das mortes de crianças no mundo, apesar de raramente ser listada como a principal causa.
Nos anos 70, cerca de 30% das crianças entre 5 e 9 anos estavam com déficit de altura no Brasil,
um forte indicador de desnutrição de longa data na infância.
Falta de acesso a alimentos com alto valor nutritivo é uma causa comum de desnutrição.
Hábitos alimentares pobres, tais como amamentação inadequada, ingestão de alimentos pouco
nutritivos e a falta de instrução sobre o valor nutricional dos alimentos contribuem para a
desnutrição. Infecções frequentes ou persistentes, como diarreia, pneumonia e malária também
são determinantes para o aparecimento da desnutrição.
Os nutrientes com maiores índices de deficiência são:
 Ferro
 Zinco
 Cálcio
 Vitamina A
 Vitamina E
 Vitamina C
 Ácidos graxos essenciais
 Vitamina D.

SUBNUTRIÇÃO
Infelizmente, a subnutrição é um problema muito sério que atinge milhares de pessoas em
todo o mundo, sejam elas residentes em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. A subnutrição
pode ser causada por dois fatores: a alimentação deficiente ou a falta de alimentos.
A alimentação deficiente ocorre com pessoas que baseiam a sua dieta alimentar apenas em
carboidratos e gorduras, sendo essa alimentação muito pobre em frutas, verduras e proteínas como
a carne. Essa alimentação deficiente mata a fome, mas não fornece os elementos essenciais,
como vitaminas e sais minerais, necessários para o bom funcionamento do organismo.
A ingestão de alimentos em quantidade menor do que a necessária faz com que o organismo
gaste suas reservas de gordura para manter o metabolismo do corpo, levando à subnutrição.
O baixo consumo de nutrientes essenciais à vida, como vitaminas e sais minerais, pode
acarretar o aparecimento de inúmeras doenças, como raquitismo, escorbuto, dores de cabeça,
osteoporose, cegueira-noturna, e outras, sendo que a subnutrição é uma das principais causas de
morte de crianças em alguns países.
Dentre os fatores que agravam o problema da subnutrição, podemos citar alguns como:
- aumento da população;
- má distribuição de renda;
- precários sistemas de distribuição de alimentos;
- desastres naturais;
- baixa escolaridade;
- falta de água e áreas disponíveis para agricultura.
NUTRIENTES: SUBSTÂNCIAS FUNDAMENTAIS PARA A SAÚDE

Os nutrientes são substâncias utilizadas pelo organismo por meio da alimentação e têm como
objetivo fazer com que o organismo funcione perfeitamente. Eles são divididos em
‘macronutrientes’ e ‘micronutrientes’.

Os macronutrientes são os carboidratos, proteínas e as gorduras. Os micronutrientes são as


vitaminas, minerais, água e fibras. A explicação para cada um deles você verá a seguir.

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Carboidratos
Os alimentos ricos em carboidratos podem ser chamados de alimentos energéticos, uma vez que
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estes dão energia ao organismo para poder realizar, as atividades diárias, como por exemplo,
dirigir, andar, trabalhar, estudar, se exercitar, entre outros.
Dentro deste grupo encontram-se os cereais (arroz, trigo, milho, aveia, centeio, cevada),
tubérculos (batata, mandioca, mandioquinha, cenoura, beterraba, aipim) e os açúcares (mel,
frutose, geleias, compotas, bolos).
Eles são divididos em três grupos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Os
dois primeiros podem ser denominados carboidratos simples, que são formados por um ou dois
tipos de açúcares, e os polissacarídeos podem ser chamados de carboidratos complexos, que são
compostos por milhares de blocos de carboidratos simples, que abrangem os amidos e as fibras.

Proteínas
As proteínas têm um papel importantíssimo para o organismo, uma vez que elas regulam a
concentração muscular, ajudam na formação dos hormônios e de anticorpos e auxiliam a dilatação
e a concentração dos vasos sanguíneos. Ou seja, elas têm uma função construtora e reparadora
para o organismo.
Podem ser denominadas de proteína animal ou proteína vegetal. As proteínas de origem
animal são encontradas nas carnes, ovos, frangos, leites e derivados. Este tipo de proteína é
considerado essencial por fornecer a quantidade exata para o funcionamento do sistema.
Já as proteínas de origem vegetal, que são os feijões, lentilhas, grão-de-bico, entre outros,
são consideradas incompletas por serem pobres na produção de aminoácidos essenciais, o que faz
com que o organismo não funcione do modo correto.

Lipídios ou gordura

As gorduras que também são chamadas de lipídios têm a função não só de reserva de
energia, mas também são utilizadas para construir a membrana das células na produção de alguns
hormônios para proteger o corpo contra o frio e traumatismos.

Além disso, são muito importantes, pois têm ácidos graxos essenciais e vitaminas
lipossolúveis, mas devem ser consumidas com cuidado, pois o excesso pode levar à obesidade.
Elas podem ser encontradas tanto em alimentos de origem vegetal, quanto em alimentos de origem
animal. E são divididas em três grupos: Saturadas, Gordura Trans e Insaturadas. A seguir vamos
entender o que significa cada uma delas.

- Saturadas: Encontradas nos produtos de origem animal, são consideradas as mais perigosas.
Seus efeitos são a elevação dos níveis de colesterol no sangue, o que pode causar doenças
cardiovasculares futuramente.
- Gordura Trans: Faz parte das saturadas e podemos ingeri-las por meio de óleos vegetais. É
mais nociva que as gorduras saturadas, elevando o LDL (colesterol ruim) e diminuindo o HDL
(colesterol bom).
- Insaturadas: Essas têm um papel importante na redução do colesterol total. Por exemplo, os
peixes são ricos em gorduras insaturadas. São consideradas menos perigosas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, é recomendado que o consumo desses


tipos de gorduras seja moderado e controlado, mas são essenciais para qualquer dieta, uma vez que
estas protegem o organismo de doenças graves.

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Vitaminas
Junto aos nutrientes que vimos anteriormente, as vitaminas também estão entre os mais
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importantes para proteger o corpo contra as doenças e até mesmo contra certos tipos de câncer.
São essenciais, uma vez que sem elas muitos órgãos não poderiam funcionar corretamente.
Portanto é impossível achar um único alimento que tenha sozinho todas as vitaminas em
quantidade adequada para que o organismo aja de maneira exemplar. Por isso é preciso ter uma
alimentação variada. A seguir você verá informações importantes sobre as vitaminas e suas
funções. A vitamina A age na visão e também mantém saudável a pele e a membrana que forma os
órgãos internos, aumenta a resistência a infecções, estimula a formação de dentina e do esmalte,
entre outras funções.
Ela é uma vitamina lipossolúvel e não pode ser ingerida em excesso. Pode ser encontrada
na gema do ovo, em margarinas, cenouras, abóboras, batata-doce, brócolis, espinafres, entre outros
alimentos.
O complexo B inclui as vitaminas B1, B2, B5, B6, B12 e ácido fólico. Elas atuam em
muitas reações químicas do corpo, por exemplo, auxiliando a célula a oxidar carboidratos para
obter energia.
A vitamina B1 beneficia o crescimento e o metabolismo dos tecidos, aumenta o apetite e
também estabelece o equilíbrio do sistema nervoso. Você pode encontrar esta vitamina no feijão,
na soja, ervilha, miúdos de animais, gema do ovo, pinhão, maçã, pera, ameixa, entre outros. Na
ausência dessa vitamina pode aparecer a falta de apetite, debilidade muscular e irritabilidade.
As vitaminas B2 e B6 são hidrossolúveis e tem como função proteger a pele e os olhos, dá
energia às células, atua em algumas funções do sistema nervoso e ativa o metabolismo proteico.
Podem ser encontradas na carne, fígado, agrião, espinafre, couve, ovos, leite, cereais, queijos,
entre outros. A falta das vitaminas B2 e B6 pode causar dermatite, degeneração de vários órgãos,
disfunção do sistema nervoso central e estomatite.
A vitamina B5 auxilia no metabolismo em geral, ela normalmente é encontrada nas carnes,
gemas, batatas, ervilhas, couve-flor, tomate, entre outros. Quando você não tem a vitamina na
dose adequada podem surgir dermatites, transtornos gastrointestinais e distúrbios degenerativos do
sistema nervoso.
A vitamina B12 e o ácido fólico ajudam na fabricação do material genético da célula e na
síntese de aminoácidos, sendo muito importante para a renovação das células do corpo. Sua falta
pode aumentar o risco de anemia. Pode ser encontrada na laranja, ervilha, cenoura, levedura,
vegetais folhosos, entre outros.
Levedura é um fungo que está presente na produção de vinho, da cerveja e é fonte de
dióxido de carbono para a produção de pães. Atua também como suplemento alimentar e ajuda a
pessoa na prevenção de acnes, queda de cabelos e também no envelhecimento.
Uma vitamina essencial para a manutenção dos tecidos de sustentação do corpo é a
vitamina C. Além de ser antioxidante, fortalece os ossos, aumenta a resistência orgânica, reforça a
atuação do ferro e tem efeito antiestresse. Pode ser encontrada na goiaba, acerola, caju, cereja,
laranja, cajá, pimentão verde, ervilha, fígado e rins. Sua ausência pode causar gengivites,
diminuição da resistência a infecções e cansaço.
A vitamina D equilibra o cálcio e o fósforo e ajuda na retenção deles nos ossos e nos
dentes, a fim de fazer com que os ossos e os dentes fiquem mais firmes e resistentes. Além disso,
favorece também a absorção intestinal do cálcio, com a função de tornar melhor o funcionamento
do intestino. São encontradas em óleos de fígado de bacalhau, peixes, ovas de peixes, leite,
manteiga e cacau. Sua ausência pode causar raquitismo.
A vitamina E influencia a função reprodutora, tem papel antioxidante e protege as células
de danos e degeneração. É encontrada no óleo de fígado de bacalhau, ovos, leite, germes de cereal,
sementes, nozes, banana, repolho e vegetais. A falta desta vitamina causa distrofia muscular.
A vitamina K atua na coagulação do sangue e protege os vasos sanguíneos. Sua principal

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fonte é o repolho, espinafre, folhas em geral, vagem, cenoura e óleos vegetais. Sua carência causa
hemorragias espontâneas.
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Sais Minerais

Como as vitaminas, os sais minerais também são essenciais para regular as funções do
corpo. Existem oito principais tipos de minerais, são eles: cálcio, fósforo, ferro, potássio, sódio,
iodo, magnésio e enxofre. A seguir você conhecerá detalhadamente cada um deles.
O cálcio é o componente básico da estrutura óssea, ajuda a construir os dentes e tem
função antialérgica e desintoxicante, além disso, estabelece equilíbrio com o ferro e cicatriza
ferimentos. Você encontrará este mineral em leites e derivados, sardinha, salmão, verduras, frutas
cítricas e no pão integral.
O fósforo está ligado à formação de tecidos duros, protege os músculos, facilita a absorção
da glicose e da vitamina B2. Além disso, ele é um componente das células nervosas e cerebrais,
além de ter equilíbrio com o cálcio. O fósforo é encontrado em carnes em geral, feijão, cebola,
couve, abóbora, abacaxi, ameixa, ente outros.
O terceiro mineral é o ferro, sendo ele o responsável pela formação de glóbulos vermelhos
no sangue e auxilia na respiração celular e também previne a anemia. Você encontrará este
mineral em ostras, fígado, feijão, vagem, agrião, beterraba, tomate, pimentão, repolho, banana,
frutas secas, mel, entre outros.
Outro mineral importante para o funcionamento do organismo é o potássio. Ele interfere no
metabolismo das proteínas e proporciona flexibilidade aos músculos e boa disposição. O potássio
se encontra no melado, arroz integral, raízes, frutas, mel e entre outros.
O sódio ajuda na digestão, neutraliza a acidez, evita a fermentação, além disso, evita
cãibras e purifica o sangue. Pode ser encontrado em carnes em geral, peixes, cereais integrais,
coco, nabo, morango, figo, entre outros.
O sexto mineral essencial é o iodo. Ele protege a glândula tireoide, regula o metabolismo,
evita a queda de cabelo e auxilia no desenvolvimento sexual e na inteligência. Você encontrará o
iodo nos moluscos, camarão, mariscos, alho, cebola, tomate, repolho, agrião, aveia e algas
marinhas. O magnésio auxilia o metabolismo dos glicídios e do cálcio, participa na formação dos
ossos e no sistema enzimático. Pode ser encontrado em folhas verdes, feijão, vagens, lentilhas,
soja e na banana.
Por último, vem o mineral enxofre, que faz parte da molécula proteica, facilita na fixação
do hidrogênio e interfere no sistema respiratório. Ele pode ser encontrado no repolho, pepino,
pimentão, feijão, leguminosas e amendoim.

Água

Como para as plantas, a água também é fundamental para o funcionamento do organismo e de


cada órgão dos seres humanos. Para isso ela tem como função auxiliar na digestão, regular a
temperatura do corpo, diluir os alimentos sólidos, transportar os nutrientes e os resíduos. Além
disso, ela ajuda na absorção e excreção dos alimentos ingeridos e também na redução das celulites.

Manter-se hidratado é muito importante para que o corpo opere suas funções de modo adequado,
além de ser um hidratante natural da pele, sustenta também uma boa aparência. Seu parceiro
fundamental é o rim, uma vez que ele serve para eliminar substâncias tóxicas do corpo e estimula
o funcionamento do intestino.

Quando você bebe água, as formas na qual a água é eliminada do seu corpo é por meio da

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urina, a fim de eliminar as toxinas; pela evaporação nos poros (suor), que mantém a temperatura
do corpo certa e elimina os sais e as impurezas da pele e as lágrimas, que também são uma forma
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de eliminação do ácido hidroxílico.

Portanto, para equilibrar com uma alimentação saudável e balanceada, você tem que tomar
bastante água, não só para manter o corpo hidratado, mas para as funções do organismo serem
executadas de forma correta.

Fibra

A fibra, assim como os outros nutrientes, tem um papel fundamental para o sistema
digestivo. Suas funções essenciais são a redução de doenças relacionadas com o sistema digestivo,
por exemplo, hemorroidas, prisão de ventre, arteriosclerose, diverticulose, entre outros.
Ela pode ser utilizada no controle da obesidade, por exemplo, uma vez que esta oferece uma
sensação de saciedade, evita o excesso de colesterol e controla a diabetes. Quando consumida em
forma de cereais, leguminosas, arroz, batatas, entre outros, consequentemente, o consumo de
carnes, gorduras e açúcares diminuem, fazendo com que o controle para perda de peso seja
executado com sucesso.
Além disso, uma dieta equilibrada e variada com fibras alimentares faz com que a
mastigação e salivação aumentem o que faz a digestão melhorar. Você pode encontrar as fibras em
frutas, legumes e vegetais diversos.
Mas lembre-se, quando nos alimentamos temos que digerir um componente de cada grupo
alimentar para ter uma dieta saudável, variada e balanceada.

Nutrientes
Os nutrientes são substâncias utilizadas pelo organismo por meio da alimentação e têm
como objetivo fazer com que o organismo funcione perfeitamente. Eles são divididos em
‘macronutrientes’ e ‘micronutrientes’.
Os macronutrientes são os carboidratos, proteínas e as gorduras. Os micronutrientes são as
vitaminas, minerais, água e fibras.

Distúrbio Alimentar?
Os Distúrbios alimentares são as doenças mentais que causam distúrbios sérios na dieta
diária de uma pessoa. Pode manifestar como comendo extremamente pequenas quantidades de
alimento ou severamente comendo demais. A circunstância pode começar como apenas comendo
demasiado pouco ou demasiado mas a obsessão com comer e alimento sobre toma sobre a vida de
uma pessoa que conduz às mudanças severas.
Além do que comer anormal os testes padrões são aflição e interesse sobre o peso corporal
ou forma. Estas desordens coexistem freqüentemente com outras doenças mentais tais como a
depressão, o abuso de substâncias, ou as perturbações da ansiedade.
Os Distúrbios alimentares quando manifestados em uma idade nova podem causar o
prejuízo severo no crescimento, na revelação, na fertilidade e no bem estar mental e social total.
Além, igualmente levantam o risco de uma morte adiantada. Os Povos com anorexias nervosas são
18 vezes mais prováveis de morrer comparado cedo com os povos da idade similar na população
geral.

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Quem obtem distúrbios alimentares?
Os Distúrbios alimentares podem afectar homens e mulheres e são ligeira mais comuns entre
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mulheres. Frequentemente estas desordens começam durante a adolescência ou a idade adulta
nova mas podem igualmente tornar-se durante infância ou mais tarde na vida.
Tipos de distúrbios alimentares
 Anorexias nervosas - Isto é caracterizado por um medo intenso de ser obeso e de uma
perseguição continuada de tornar-se finamente.
 Nervosa da Bulimia
 Frenesi-Comendo a desordem
 Distúrbios alimentares especificados não de outra maneira (EDNOS) - isto inclui os
distúrbios alimentares que não encontram os critérios para o nervosa da anorexia ou da bulimia.
Comer do Frenesi podia ser um tipo de EDNOS. EDNOS é o diagnóstico o mais comum entre os
povos que procuram o tratamento
Sintomas dos distúrbios alimentares
 Anorexias nervosas
Há uma perda pelo menos de 15 por cento do peso corporal resultando da recusa para comer
adequadamente apesar do sentimento com fome. Há um medo não natural de tornar-se gordo. Há
uma distorção da auto-percepção. O anorexics Fino pode sentir que são gordos. Pode haver uma
tendência exercitar obsessiva. As mulheres Anoréxicos podem ir meses sem obter seus períodos,
sofrem a perda de peso e podem sofrer da infertilidade. Uma proporção significativa de povos com
anorexia igualmente desenvolverá a bulimia.
 Nervosa da Bulimia
Estes pacientes primeiramente comem demasiado (binging) e então removem-no ou
vomitar-l toda para fora. Comendo os frenesis envolvem o consumo de grandes quantidades de
alimentos caloria-ricos. A pessoa sente totalmente fora do controle e da auto-aversão durante estes
períodos. Após tais frenesis tentam franzir para fora o alimento para compensar frenesis e para
evitar o ganho de peso. Isto podia ser pelo vômito ou pelo emprego errado auto-induzido dos
laxante. Uma pessoa com bulimia é geralmente perto de seu peso corporal normal e é menos
reconhecível do que uma pessoa com anorexia.
 Distúrbio alimentar do Frenesi
Isto é caracterizado por episódios freqüentes de comer do frenesi. Os Indivíduos sentem a
perda de controle durante estes episódios do frenesi. Comer do frenesi pode conduzir às
conseqüências sérias da saúde tais como a obesidade, o diabetes, a hipertensão (hipertensão) e a
doença cardíaca.
Tratamento para distúrbios alimentares
Os Distúrbios alimentares podem eficazmente ser tratados. São detectados mais cedo, mais
fácil é tratá-los. A Recuperação pode tomar meses ou anos, mas a maioria dos povos recupera.
Uma Vez Que diagnosticado, o tratamento é uma aproximação multidisciplinar.
Os fornecedores de serviços de saúde envolvidos incluem psiquiatras, psicólogos, médicos,
dietistas ou conselheiros nutritivos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e enfermeiras.
O Tratamento inclui a educação e o conselho da dieta, intervenções psicológicas e
tratamento de doenças mentais simultâneas como a depressão e as perturbações da ansiedade.

VOLEIBOL
FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL
Definem-se fundamentos como sendo as partes que, quando somadas compõem o jogo como
um todo. Os fundamentos técnicos do jogo são: o saque, a recepção, o levantamento, o ataque, o
bloqueio e a defesa (RIBEIRO, 2004).
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De acordo com a sua dependência ou não do adversário, podem ser classificados como princípios
ofensivos, que são os que podem resultar em ponto (saque, levantamento, ataque); e princípios
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defensivos, que não resultam em ponto direto (recepção, defesa) (RIBEIRO, 2004). O bloqueio,
por suas particularidades pode ser considerado um princípio tanto ofensivo, quanto defensivo.
Além dos fundamentos, nós temos os chamados elementos, que são recursos técnicos utilizados
para a execução dos fundamentos. Nesta categoria temos as posturas básicas ou posições de
expectativa, deslocamentos, toque e manchete, além de outros menos utilizados.
Os fundamentos e elementos caracterizam o voleibol. Quanto melhor for a técnica de execução de
ambos, maior será o nível de proficiência na modalidade do praticante.

Descrição dos fundamentos:

Saque
Uma das principais características do saque é o fato de ser a única ação do jogo que depende
somente do executor. O saque é a primeira ação do rally. Portanto, o executor pode planejar com
antecedência todo o movimento, diferentemente das demais situações de jogo. Desta forma, O
saque é a única habilidade motora fechada do voleibol (ZACARON e KREBS, 2006).
Quando o voleibol foi criado, o objetivo do saque era eminentemente colocar a bola em jogo. Com
a evolução do desporto, passou a ser uma forma de dificultar as ações do adversário e, até mesmo,
um meio de conseguir o ponto em disputa diretamente (RIBEIRO, 2004).
Um bom saque se caracteriza pela sua precisão, potência, irregularidade da trajetória da bola,
emprego estratégico e nível de dificuldade imposto ao adversário. É interessante que o atleta de
voleibol domine mais de um tipo de saque (MACHADO, 2006).
Os tipos de saque mais utilizado são:
• Saque por baixo – É um tipo de saque que atualmente só é utilizado por crianças no início da
aprendizagem, praticantes com pouca habilidade ou que não tem condições físicas de realizar um
saque mais potente. Possui um índice de precisão satisfatório, sendo essa sua principal virtude.
Deve ser incentivado o seu uso em treinamento de iniciantes, pois a sua baixa potência permite a
continuidade do jogo por mais vezes (ROCHA, 2004).
• Saque por cima (tipo tênis) – Em virtude da velocidade do braço e do ângulo de contato com a
bola, o saque por cima é bem mais potente do que o por baixo. Exige um maior controle motor do
executante. É o tipo de saque mais utilizado por praticantes de nível intermediário, além de ser
utilizado no alto nível. É um saque mais agressivo do que o por baixo, porém mais conservador do
que os tipos que veremos adiante (ROCHA, 2005).
• Saque flutuante com salto: É uma evolução do saque por cima. O aluno deve manter os
procedimentos técnicos do saque anterior e acrescentar um salto antes de sua execução, devendo
buscar o contato com a bola no ponto de máximo alcance possível. O golpe na bola deve ser com a
palma da mão rígida, buscando imprimir uma trajetória irregular e sem giros no seu percurso
(BIZZOCHI, 2004).
• Saque viagem ao fundo do mar: É o saque mais forte que se conhece. Consequentemente é o
mais utilizado no alto nível atualmente. Para a sua execução o atleta deve lançar a bola para o alto
e fazer um gesto semelhante ao da cortada, golpeando a bola no ponto mais alto e imprimindo uma
rotação da bola de cima para baixo, através de uma violenta flexão do punho (RIBEIRO, 2004).
Os jogadores iniciantes devem se preocupar prioritariamente em acertar a técnica para a execução
do saque. Na medida em que o nível técnico vai aumentando e o aluno tem um maior controle
sobre o saque, deve ser incentivado que o aluno busque alvos específicos, direcionando o saque
para estes (MACHADO, 2006).

Recepção
Como visto anteriormente, a construção de uma jogada é realizada, normalmente, através dos três

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toques que a equipe tem direito. Quando a bola é originária de um saque do adversário, a ação de
jogo é denominada recepção (RIBEIRO, 2004).
15
Portanto, a recepção atua diretamente contra o saque do adversário. É um fundamento que tem
importância essencial na finalização da jogada ofensiva da equipe. Quanto mais precisa for, maior
possibilidade de êxito terá levantamento e, consequentemente, o ataque.
É realizada normalmente através do toque ou da manchete. Sua ineficácia pode proporcionar um
ponto direto para o adversário ou uma maior possibilidade disto acontecer. É importante em
situações de jogo delimitar a área de responsabilidade de cada aluno, dividindo as
responsabilidades (MACHADO, 2006).
O estado de prontidão, que permite ao atleta reagir o mais rapidamente possível quando da
detecção de uma ação do oponente e a capacidade de antecipação são pré-requisitos fundamentais
para a obtenção de uma recepção de qualidade.

Levantamento
É a ação preparatória para a finalização da jogada ofensiva da equipe, sendo normalmente
o segundo toque dos três que a equipe tem direito. É uma habilidade que requer extrema precisão,
sendo considerada uma habilidade motora fina. Assim, o toque é o recurso que mais é utilizado
para a sua realização (BOJIKIAN, 2003). Com a evolução do voleibol, o levantamento deixou de
ser apenas a ação de erguer a bola para o alto para ter um aspecto tático/estratégico vital para a
finalização das jogadas.
O levantamento é um fundamento primordial para o sucesso da jogada ofensiva da equipe.
O atleta que desempenha esta função deve ter uma visão apurada do jogo, conseguindo ter uma
boa leitura das características de seus adversários, para explorar suas possíveis falhas, além de
perceber as virtudes e o momento psicológico de seus atacantes. Por tantas atribuições complexas,
o levantador é considerado a alma da equipe (RIBEIRO, 2004).
Diversas formas de toque podem ser efetuadas para sua realização. O mais fácil e comum é
o toque para frente. Porém, levantadores habilidosos utilizam-se dos toques laterais, para trás e em
suspensão (toque com salto) para a sua realização. Em casos de recepção inadequada, recursos
como à manchete e o levantamento com apenas uma das mãos devem ser utilizados (RIBEIRO,
2004).
O levantador pode optar pela execução do levantamento obedecendo a diferentes empregos
estratégicos no contexto do jogo, condicionados a sua habilidade e a dos seus atacantes. Sendo
assim, temos as alternativas de ataque denominadas de ataque de ponta, com bolas altas ou
rápidas; ataque de meio (rápidas); jogadas combinadas; ataques de fundo da quadra; entre outras.

Ataque
É o fundamento do jogo que desperta o maior interesse na maioria dos praticantes. Constitui-se de
uma combinação de movimentos que culmina com um golpe na bola no ponto mais alto possível,
que na maioria das vezes encerra um rally.
O ataque é um fundamento que normalmente motiva o aprendiz e é praticado espontaneamente
pelos alunos nos momentos de intervalo de treinamento e mesmo nos momentos em que não está
treinando. Atualmente temos ciência de um grande número de brincadeiras que envolvem o
ataque. Tal situação favorece o aparecimento de alguns erros técnicos (BIZZOCHI, 2004).
É uma habilidade motora de execução bastante complexa. Sua preparação para a realização varia
em consequência da recepção e da trajetória do levantamento. Um bom atacante deve dominar
golpes variados para sua execução, já que o tempo que ele tem para decidir no momento da jogada
é pequeno (MACHADO, 2006).
O alcance do jogador no momento de golpear a bola e o entendimento da dinâmica do jogo e das
várias situações a ela inerentes são outros importantes requisitos, que podem ajudar na formação

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de um atacante de qualidade. De acordo com as regras atuais do jogo (sistema de pontos por rally),
o ataque assumiu um papel ainda mais importante para o resultado final da partida.

Bloqueio
É o fundamento que busca interceptar ou diminuir a velocidade do ataque do adversário
próximo a rede. Tem como particularidade o fato de poder ter um caráter tanto ofensivo quanto
defensivo, de acordo com seu emprego estratégico no jogo.
O bloqueio é um fundamento considerado de fácil aprendizado, porém de difícil
aplicabilidade no jogo. Este fato é decorrente dos poucos elementos inerentes à dinâmica da sua
execução, que contrasta com o reduzido tempo para o sucesso de sua ação, ou seja, conseguir
parar o ataque adversário (BIZZOCHI, 2004).
A dificuldade da sua aplicação em situações concretas de jogo está relacionada ao seu
confronto direto contra o ataque. Como a bola está de posse de seu adversário, este é quem decide
qual a natureza do ataque a ser realizado, com o bloqueador só tomando ciência após a efetivação
do levantamento. Sendo assim, toda movimentação necessária para sua realização tem que ser
feita em um tempo mínimo.
Talvez seja o fundamento que maior desgaste ocasiona em seu treinamento e, ao contrário
do ataque, não é dos mais estimulantes para o aluno, provavelmente pelos poucos sucessos
conseguidos em sua execução (RIBEIRO, 2004).

Defesa
É a ação que visa impedir o ataque adversário, quando este passa pelo bloqueio. É o fundamento
que mais recursos são utilizados para a sua execução, com o próprio corpo servindo como uma
espécie de escudo para defender a bola. A coragem é um pré-requisito indispensável para a
formação de um bom defensor (BIZZOCHI, 2004).
A importância da defesa na dinâmica do jogo pode ser entendida a partir da constatação que cada
vez que se executa uma defesa com sucesso, o adversário deixa de pontuar e a equipe que
defendeu tem condições de executar um contra-ataque, passando a ter uma maior possibilidade de
vencer o rally em disputa (RIBEIRO, 2004).
O ângulo descrito pelo ataque e a velocidade do mesmo são fatores que contribuem para a
dificuldade em obter sucesso nas ações defensivas. O jogador de defesa deve atuar em conjunto
com seu colega de bloqueio, procurando minimizar os espaços vulneráveis na quadra, já que o
tempo não é suficiente para realização de deslocamentos.
O entendimento do jogo faz com que o jogador tenha uma melhor leitura das ações do seu
oponente, podendo se antecipar à ação deste, diminuindo sua desvantagem. Aspectos importantes
a serem analisados pelo defensor são a velocidade da bola, a proximidade da bola com a rede, as
características individuais dos atacantes, entre outras (BOJIKIAN, 2003).

REGRAS DO VOLEIBOL
MOVIMENTOS
Os principais movimentos no vôlei são os seguintes:
 Saque, uma bola lançada na quadra adversária, no início da disputa por pontos;
 Cortada, uma forte batida na bola com uma das mãos;
 Bloqueio, uma jogada em que um ou mais jogadores interrompem a trajetória da bola,
próxima à rede, após a cortada de um adversário;
 Recepção, que é um início de defesa, sendo o movimento executado após o saque do
adversário;
 Defesa, um movimento executado após o ataque adversário, quando a bola passa pelo
bloqueio;
 Levantamento, que é o passe que antecede o ataque.

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2º ano
REGRAS DO VOLEIBOL – AS PRINCIPAIS REGRAS
O vôlei é iniciado após a execução do saque, situação em que o jogador do saque tem 8
17
segundos após o apito do árbitro para sua execução, sendo permitida apenas uma única tentativa
de saque.
Sempre que uma equipe adversária sacar e sofrer um ponto, a equipe atacante deve fazer um
rodízio na posição dos atletas na quadra.
Os atletas de defesa não podem atacar na área de ataque e nem bloquear, exceto com a bola
abaixo da borda superior da rede.
Cada equipe só pode tocar a bola três vezes seguida, sendo que a bola tocada no bloqueio
não é considerada como toque.
Aos jogadores não é permitido atacar a bola que está no espaço de campo da equipe
adversária.
No bloqueio, os bloqueadores podem tocar a bola além da rede, não podendo deixar que sua
ação interfira no golpe de ataque da equipe adversária.
A bola é considerada fora quando toca o solo fora das linhas demarcatórias, as antenas,
cabos, ou quando cruza o espaço fora das antenas.
O jogador não pode tocar em qualquer parte da rede.
Veja também: Regras do Basquete
REGRAS DO VOLEIBOL – OS JOGADORES E SUAS FUNÇÕES
O levantador é o jogador com habilidade específica para a preparação de jogadas de ataque.
O líbero é o jogador que deve recepcionar bem os saques e defender os ataques, passando a
bola para o levantador.
O ponta é o jogador com alto poder de definição, de força, de velocidade e de habilidade,
podendo atacar pelas pontas ou saltando de trás da linha de 3 metros.
O meio de rede é o jogador geralmente mais alto do time, que deve combinar duas
qualidades: ser bom de bloqueio e ter velocidade no ataque.
REGRAS DO VOLEIBOL – ALGUMAS DEFINIÇÕES DE JOGADAS
 Condução: infração cometida pelo jogador quando conduz a bola em vez de tocá-la;
 Dois toques: infração cometida ao tocar duas vezes a bola;
 Rodízio: movimentação no sentido horário dentro da quadra, mudando a posição dos
jogadores;
 Invasão: infração cometida com o corpo além da rede do adversário;
 Cravar: bater com violência a bola no chão da quadra do adversário;
 Deixadinha: um leve toque na bola, buscando espaço vazio na defesa do adversário;
 Bola de segunda: ataque no segundo toque, surpreendendo o adversário;
 Match point: ponto que pode definir o jogo;
 Set point: ponto que pode fechar o set;
 Tie break: é o set de desempate, disputado quando cada uma das equipes vence dois sets;
 Rally: sequência de jogadas começando no saque e terminando quando a bola estiver fora
de jogo;
 Manchete: tocar a bola com os braços esticados e mãos unidas;
 Toque: tocar a bola com os dedos e as mãos acima da cabeça.

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2º ano
Atividades de academia 18
Musculação

A Musculação é um meio de treinamento ou uma modalidade na qual se integram as


principais áreas de conhecimento sobre o comportamento fisiológico e motor do corpo humano,
objetivando entender e explicar as adaptações crônicas e agudas, decorrentes da aplicação de
diversas estratégias e técnicas de treinamento. O treinamento de força é uma das ferramentas
utilizadas na modalidade Musculação, que aborda também o treinamento aeróbico, o treinamento
de flexibilidade e possibilidades de intervenções profiláticas em alguns dos principais desvios
posturais.
A Musculação surgiu na busca por uma boa qualidade de vida, que compreende a saúde
musculoesquelética (boa condição anatômica e funcional dos ossos, músculos e articulações) com
a finalidade de melhorar aptidões físicas como força, resistência e flexibilidade que, uma vez bem
desenvolvidas são essenciais para se realizar com conforto e segurança atividades diárias, mesmo
em situações de solicitações mais acentuadas.
A musculação ou treinamento com pesos é um tipo de exercício resistido, com variáveis de
carga, amplitude, tempo de contração e velocidade controláveis. Desse modo pode ser aplicada da
forma isométrica (contração mantida), isocinética (com velocidade angular constante) ou isotônica
(alternância de contrações concêntricas e excêntricas), contínua ou intervalada, leve, moderada ou
intensa, com recursos aeróbios ou anaeróbios. Esta possibilidade de controle de tantas variáveis
torna a musculação uma atividade física altamente versátil que pode ser praticada por pessoas de
diversas idades para diferentes objetivos.

Ginástica
A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas e
envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação
motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental.
Desenvolveu-se, efetivamente, a partir dos exercícios físicos realizados pelos soldados
da Grécia Antiga, incluindo habilidades para montar e desmontar um cavalo e habilidades
semelhantes a executadas em um circo, como fazem os chamados acrobatas. Naquela época, os
ginastas praticavam o exercício nus (gymnos – do grego, nu), nos chamados gymnasios,
patronados pelo deus Apolo. A prática só voltou a ser retomada - com ênfase desportiva e militar -
no final do século XVIII, na Europa, através de Jean Jacques Rousseau, do posterior nascimento
da escola alemã de Friedrich Ludwig Jahn - de movimentos lentos, ritmados, de flexibilidade e de
força - e da escola sueca, de Pehr Henrik Ling, que introduziu a melhoria dos aparelhos na prática
do esporte. Tais avanços geraram a chamada ginástica moderna, agora subdividida.
Anos mais tarde, a Federação Internacional de Ginástica foi fundada, para regulamentar,
sistematizar e organizar todas as suas ramificações surgidas posteriormente. Já as práticas não
competitivas, popularizaram-se e difundiram-se pelo mundo de diferentes formas e com diversas
finalidades e praticantes.

Dança

Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia internacional da dança, instituído pela
UNESCO em homenagem ao criador do balé moderno, Jean-Georges Noverre.
A Dança é a arte de mexer o corpo, através de uma cadência de movimentos e ritmos,
criando uma harmonia própria.
Não é somente através do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos
podem acontecer independente do som que se ouve, e até mesmo sem ele.
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2º ano
A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na Pré-História, quando os
homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo
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que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.
O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que as
pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros
dessas danças mostram que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.
Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das
comemorações aos jogos olímpicos.
O Japão preservou o caráter religioso das danças. Até hoje, elas são feitas nas cerimônias
dos tempos primitivos.
Em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao deus Baco
(deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais.
Nas cortes do período renascentista, as danças voltaram a ter caráter teatral, que estava se
perdendo no tempo, pois ninguém a praticava com esse propósito. Praticamente daí foi que
surgiram o sapateado e o balé, apresentados como espetáculos teatrais, onde passos, música,
vestuário, iluminação e cenário compõem sua estrutura.
No século XVI surgiram os primeiros registros das danças, em que cada localidade
apresentava características próprias. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a
valsa, a polca, o tango, dentre outras. Estas, a princípio, não foram aceitas pelos mais
conservadores, até que no século XX surgiu o rock’n roll, que revolucionou o estilo musical e,
consequentemente, os ritmos das danças.
Assim como a mistura dos povos foram acontecendo, os aspectos culturais foram se
difundindo.
O maracatu, o samba e a rumba são prova disso, pois através das danças vindas dos negros,
dos índios e dos europeus esses ritmos se originaram.
Hoje em dia as danças voltaram-se muito para o lado da sensualidade, sendo mais
divulgadas e aceitas por todo o mundo. Nos países do Oriente Médio a dança do ventre é muito
difundida; e no Brasil, o funk e o samba são populares. Além desses, o strip-tease tem tido grande
repercussão, principalmente se unido à dança inglesa, pole dance, também conhecida como a
dança do cano

LUTAS - CONCEITOS BÁSICOS


ARTES MARCIAIS E LUTAS - BREVES CONCEITOS

As lutas e as artes marciais apresentam, em suas origens, características atribuídas à


sobrevivência, ao exercício físico, ao treinamento militar, à defesa e ao ataque pessoal, além das
implicações das tradições culturais, religiosas e filosóficas.
Com o surgimento de outras necessidades e o desenvolvimento de novas técnicas, o ser
humano atribuiu outro significado às lutas, e hoje assistimos a um processo de
esportivização
das mesmas.
As lutas orientais são originárias de países como Índia, China, Japão e Coréia. Em sua
formação, tinham um caráter voltado tanto para a defesa da nação, quanto para a do próprio
praticante. Com o passar dos anos, principalmente após o contato dessas lutas com o Ocidente,
surgiram alguns mestres que perceberam nelas potenciais possibilidades educativas, como
autodomínio, superação de limites, aumento de concentração, exercício físico e atividades de
lazer, situações que vão muito além dos preceitos formados em sua origem.
Alguns aspectospodem ser utilizados para diferenciar luta e artes marciais. As artes
marciais são práticas corporais de ataque e defesa, podendo ser também caracterizadas como lutas.
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2º ano
A principal diferença entre as duas é que os praticantes de artes marciais, principalmente as de
origem oriental, consideram que os conteúdos da cultura de origem da atividade teriam uma
20
orientação filosófica que determinaria a sua diferença com as lutas.
Atualmente, percebemos que em boa parte dos filmes a que assistimos sobre lutas de origem
oriental é preservada a imagem do mestre, o qual, por sua vez, possui uma postura de educador, e
ensina aos seus “discípulos” vários preceitos que vão além da própria prática da luta, ou seja,
lições que serviriam para a vida.

CENAS DOS FILMES KARATÊ KID (ACIMA VERSÃO DE 1984 E ABAIXO VERSÃO
DE 2010) QUE VALORIZAM A RELAÇÃO MESTRE E DÍSCIPULO
A expansão do caratê e de outras lutas é percebida em desenhos animados,
brinquedos, jogos de cartas, torneios de combate,jogos de vídeo game e tabuleiros e nos mangás,
histórias em quadrinhos conhecidas pelo público adolescente que aprecia o gênero.

Nesse sentido, as artes marciais possuem um caráter


introspectivo que pode ser muito benéfico à educação. As
metas sempre dizem respeito aos limites, às possibilidades
e peculiaridades de cada indivíduo em ação. Apesar de
aparentemente o foco estar no oponente, o objetivo
dessa prática é olhar e transformar a si
mesmo, independentemente do outro. Para o praticante, é
como se o “inimigo” fosse ele mesmo, com seus limites,
medos, defeitos e fraquezas.
A evolução desse “eu” depende do treinamento contínuo, da ação ininterrupta de lapidar a
integralidade do ser.

AS LUTAS COMO COMPONENTE DA CULTURA DO MOVIMENTO HUMANO


A seleção das lutas como conhecimento a ser ensinado e discutido na escola ainda é recente,
e muitas discussões surgem em relação à forma ideal que o assunto deve ser tratado. Mas as lutas

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2º ano
apresentam muitas possibilidades para o seu desenvolvimento na escola, mediante uma abordagem
intencional, de caráter pedagógico, já que esse é um dos espaços onde os alunos
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experimentam, vivenciam, criticam, compreendem e atribuem significados às suas experiências no
âmbito da Cultura de Movimento.
Esses conhecimentos variam, mas existem conceitos que são iguais em todas elas, como os
conceitos de esquiva, ataque, defesa, rounds, entre outros.
Cada luta possui uma época e um local onde se originou, bem como uma evolução histórica
própria. No entanto, o desenvolvimento de algumas modalidades cruza no tempo e espaço com
outras. Em algumas a origem é difícil de ser definida.
Os termos ARTES MARCIAIS e LUTAS fazem parte da cultura do movimento humano.
Podemos reconhecê-los tanto nas culturas milenares, quanto nos movimentos de proteção e defesa
encontrados desde a pré-história.
O substantivo luta, do latim lucta, significa “combate, com ou sem armas, entre pessoas
ou grupos; disputa”.
A expressão artes marciais é uma composição do latim arte, (“conjunto de preceitos ou regras
para bem dizer ou fazer qualquer coisa”), e martiale (“referente à guerra; bélico”, “relativo
a militares ou a guerreiros”).
Portanto é importante distinguir estes dois termos, de significado e emprego muito próximos, mas
que nem sempre devem ser usados para a mesma finalidade.
ARTES MARCIAIS
O termo “artes marciais” antigamente era utilizado para referir-se às artes de guerra e as
luta de origem militar. Entende-se como sistema de combate o conjunto de regras, regulamentos e
preceitos filosóficos.
Podiam definir as técnicas de combate de origem milenar utilizadas para ataque e
defesa. Eram usada também para definir as lutas de origem oriental.
Arte marcial é um termo mais abrangente, utilizado para definir um conjunto de
conhecimentos com finalidade de combate entre guerreiros ou militares. É uma forma de lutar que
foi aprimorada visando melhor desempenho contra um adversário.
As artes marciais não compreendem somente um apanhado de técnicas (golpes com as mãos, pés,
etc), mas também um conjunto de filosofias e tradições de combate.

Outra característica é que as artes marciais foram praticadas de forma restrita entre familiares ou
ensinada para poucos discípulos.
Nas artes marciais orientais são comuns preceitos filosóficos dando sentido aos movimentos
técnicos e a conduta dos lutadores:
No “TAEKWONDO”, são utilizados alguns conceitos norteadores para a arte marcial:
cortesia, integridade, perseverança e autocontrole e espírito indomável. "Tae", refere-se
ao "pé" ;"Kwon", refere-se a "mão" ; "Do", refere-se a "arte" ou ao "caminho".Por tanto,
coletiva e literalmente, "Taekwon-Do" significa "O caminho do pé e da mão".

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No AIKIDO, o princípio é o de lutar sem lutar. A técnica do Aikido engloba torções e
imobilização do oponente através dos membros superiores, e movimentos de
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lançamento. Ai = Harmonia;Ki = Energia;Do = Caminho.

No JUDÔ, usa-se a força do oponente contra ele mesmo. "JU" = gentil,


suave; "DO" =caminho, princípio; "JUDÔ" -quer dizer, portanto, princípio ou caminho da
suavidade.

O CARATÊ é uma arte onde uma pessoa aprende a utilizar as suas mãos ou outros
membros do corpo (pés, joelhos, …) para se defender. TE significa em
japonês Mão; KARA significa em japonês Vazio.Deste modo KARATE = KARA + TE significa
então “Mão vazia”.

O MUAY THAI, é uma luta originária da Tailândia, também conhecido como boxe
tailândes. Arte marcial tailandesa com mais de 2000 anos de existência usada como forma de
defesa nas guerras. MU = marcial; AY = arte; THAI = referente ao povo tailândes. Na
Tailândia também é chamada de "LUTA DA LIBERDADE", pois era com ela que o povo
tailandês se defendia dos inimigos que tentavam ocupar o seu territória.
É conhecida mundialmente como a Arte das Oito Armas, pois se caracteriza pelo uso
combinado dos dois punhos + dois cotovelos + dois joelhos + duas 'canelas e pés‘.Basicamente
seriam os movimentos do boxe acrescidos de joelhadas, cotoveladas e caneladas.
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23

A ESGRIMA (do antigo provençal escrima do vocábulo germânico skirmjan,


significa "proteger") é um desporto que evoluiu da antiga forma de combate, em que o objetivo é
tocar o adversário com uma lâmina ao mesmo tempo que se evita ser tocado por
ele. A ESGRIMA é considerada uma arte marcial de origem militar com utilização de arma, que
poder ser o florete, a espada e o sabre.

O KRAV MAGÁ (em hebraico: ‫מגע קרב‬, significa "combate próximo/de contato") é um
sistema de combate corpo a corpo, desenvolvido em Israel, que envolve técnicas de luta,
agarramento e golpeamento. O KRAV MAGÁ é um sistema de combate, utilizado basicamente
para defesa pessoal.

Na CAPOEIRA utiliza-se movimentos de tem um número relativamente pequeno de golpes


que podem, no entanto, atingir uma harmoniosa complexidade através de suas variações. O
contexto da capoeira ainda é uma discussão entre autores tentando contextualizá-la como Luta,
Dança e Jogo, por vários conceitos inseridos como religião, cultura e arte do movimento.

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24

Ao chegarem no ocidente, as lutas orientais perderam a conotação filosófica fundamentada


em crenças e religiões que preparavam o praticante fisicamente e espiritualmente, sendo
enfatizados os aspectos competitivos e o de defesa pessoal.
Hoje em dia o termo é utilizado generalizadamente tanto para todos os sistemas de combate
de origem oriental como ocidental, com ou sem o uso de armas tradicionais, visando diferentes
finalidades como desporto, lazer, participação de um grupo social, defesa pessoal, disciplina da
mente, condicionamento físico.

LUTAS

As lutas foram adaptadas para serem desenvolvidas na forma de competições sendo


viabilizadas para serem praticadas por pessoas alheias aos preceitos filosóficos e aos significados
culturais relacionados. A maioria das modalidades dos esportes de luta que conhecemos hoje estão
elevadas a um estado esportivo que descaracteriza o próprio conceito de arte marcial.
Entende-se que “luta” é um termo que pode ser empregado de forma geral a todo combate
entre dois ou mais indivíduos, dotados estes de treinamento especial para luta ou não.
É provável que a luta tenha surgido nos primórdios da civilização humana, junto com a
necessidade do homem de defender-se de inimigos ou animais, ou ainda, de atacar ou caçar com
mais eficácia.

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2º ano
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4º Bimestre

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A importância dos primeiros socorros 26
Abordagem da vítima A. B .C .D. E.
Choque elétrico
Corpos estranhos e asfixia
Envenenamento
Fraturas, entorses, luxações e contusões
Infarto e parada cárdio-respiratória
Picada de cobra
Queimaduras
Sangramentos
Ferimentos
Transporte de vítimas
Aborto
Afogamento
Imobilizações

A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns
conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo
salvar vidas.
O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve se manter a calma e ter em
mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um médico. Além
disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem
riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode comprometer
ainda mais a saúde da vítima.
O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: deixar de prestar socorro à vítima de
acidentes ou pessoas em perigo eminente, podendo fazê-lo, é crime.
Conceitos preliminares
Deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma assistência à vítima. A pessoa que
chama por socorro especializado, por exemplo, já está prestando e providenciando socorro.
Qualquer pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo,
estará cometendo o crime de omissão de socorro, mesmo que não seja a causadora do evento.
A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são os
principais motivos de mortes e danos irreversíveis nas vítimas de acidentes de trânsito.
Os momentos após um acidente, principalmente as duas primeiras horas são os mais
importantes para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das pessoas feridas.
Todos os seres humanos são possuidores de um forte espírito de solidariedade e é este
sentimento que nos impulsiona para tentar ajudar as pessoas em dificuldades. Nestes trágicos
momentos, após os acidentes, muitas vezes entre a vida e a morte, as vítimas são totalmente
dependentes do auxílio de terceiros.
Acontece que somente o espírito de solidariedade não basta. Para que possamos prestar um
socorro de emergência correto e eficiente, precisamos dominar as técnicas de primeiros socorros.
Algumas pessoas pensam que na hora de emergência não terão coragem ou habilidade
suficiente, mas isso não deve ser motivo para deixar de aprender as técnicas, porque nunca
sabemos quando teremos que utilizá-las.
Socorrista: É como chamamos o profissional em atendimento de emergência. Portanto, uma
pessoa que possui apenas o curso básico de Primeiros Socorros não deve ser chamado de
Socorrista e sim de atendente de emergência.

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2º ano
Devemos, sempre que possível, preferir o atendimento destes socorristas e paramédicos, que
contam com a formação e equipamentos especiais.
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Atendimento Especializado: Na maioria das cidades e rodovias importantes é possível
acionar o atendimento especializado, que chega ao local do acidente de trânsito em poucos
minutos.
O que são primeiros socorros?
Como o próprio nome sugere, são os procedimentos de emergência que devem ser aplicados
à uma pessoa em perigo de vida, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento, até que
ela receba assistência definitiva.
Quando devemos prestar socorro?
Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria.
Quais são as primeiras atitudes?
Geralmente os acidentes são formados de vários fatores e é comum quem os presencia, ou
quem chega ao acidente logo que este aconteceu, deparar com cenas de sofrimento, nervosismo,
pânico, pessoas inconscientes e outras situações que exigem providências imediatas.
Quando não estivermos sozinhos, devemos pedir e aceitar a colaboração de outras pessoas,
sempre se deixando liderar pela pessoa que apresentar maior conhecimento e experiência.
Se essa pessoa de maior experiência e conhecimento for você, solicite a ajuda das demais
pessoas, com calma e firmeza, demonstrando a cada uma o que deve ser feito, de forma rápida e
precisa.
Apesar da gravidade da situação devemos agir com calma, evitando o pânico.
 Transmita confiança, tranqüilidade, alívio e segurança aos acidentados que
estiverem conscientes, informando que o auxílio já está a caminho.
 Aja rapidamente, porém dentro dos seus limites.
 Use os conhecimentos básicos de primeiros socorros.
 Às vezes, é preciso saber improvisar.

Procedimentos Gerais No Local Do Atendimento

1. Adotar as precauções universais no contato com a vítima (EPI apropriado);


2. Utilizar EPI e EPR específicos de acordo com o tipo de atendimento de bombeiro que exijam
ações de salvamento;
3. Avaliar e assegurar a cena de emergência, precavendo-se, isolando ou eliminando riscos para si
e para a vítima;
4. Avaliar a Cinemática do Trauma e prever possíveis lesões nas vítimas de trauma;
5. Prestar informações imediatas sobre a situação encontrada e solicitar o apoio necessário para a
solução da ocorrência;
CONTATO COM A VÍTIMA

Se a vítima estiver consciente o socorrista deve:

1. Apresentar-se, dizendo seu nome e que esta para ajudar a socorrer;


2. Indagar se pode ajudá-la (obtenha o consentimento).
3. Questionar sobre o ocorrido;
4. Questionar a sua queixa principal;
5. Informar que vai examiná-la e a importância de fazê-lo.

Ao avaliar a vítima observe

1. Seqüência sistemática de avaliação da vítima (Análise Primária e Secundária);

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2. Sinais e sintomas específicos de emergência médica ou de trauma apresentados pela vítima;
3. Indícios de lesão na coluna vertebral, sempre que a vítima sofrer um trauma, ou ainda quando
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for encontrada inconsciente;
4. Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração em suas condições
em quaisquer das etapas de avaliação.

ANÁLISE PRIMÁRIA

(Processo ordenado para identificar e corrigir de imediato, problemas que ameacem a vida em
curto prazo).
(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar permeabilidade
das vias aéreas.
(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio.
(C) Verificar circulação e hemorragias.
(D) Realizar exame neurológico sucinto.
(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia).
(A) Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar
permeabilidade das vias aéreas.

1. Apoiar a cabeça da vítima para evitar movimentação (estabilização manual da coluna cervical)
até a colocação do colar cervical e protetor lateral de cabeça.
2. Chamar a vítima pelo menos três vezes (Ei, você está me ouvindo? Ei, você pode me ouvir? Ei,
fala comigo?) tocando em seu ombro sem movimentá-la.

Se a vítima estiver inconsciente, solicite imediatamente por apoio, no caso de Bombeiros, informe
ao Centro de comunicação;
Observe nas figuras abaixo qual tipo de manobra deverá ser efetuada...
1. Fazer abertura das vias aéreas, por uma das manobras:
· Manobra de elevação da mandíbula;
· Manobra de tração do queixo;
· Manobra de extensão da cabeça, nos casos em que não há suspeita de trauma de coluna cervical;
2. Fazer aspiração, caso haja vômito ou sangue nas vias aéreas;
3. Utilizar a cânula orofaríngea.
Se a vítima estiver consciente

· Verificar se as vias aéreas estão pérvias.


1. Manobra de Elevação da Mandíbula: (executada por equipe de Resgate em vítima de
trauma).
a. Posicionar-se atrás da cabeça da vítima;
b. Colocar as mãos espalmadas lateralmente a sua cabeça, com os dedos voltados para frente,
mantendo-a na posição neutra;
c. Posicionar os dedos indicadores e médios das mãos, em ambos os lados da cabeça da vítima, no
ângulo da mandíbula;
d. Posicionar os dois dedos polegares sobre o mento (queixo) da vítima;
e. Simultaneamente, fixar a cabeça da vítima com as mãos, elevar a mandíbula com os indicadores
e médios, abrindo a boca com os polegares.

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Observação
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Esta manobra aplica-se a todas as vítimas, principalmente
em vítimas de trauma, pois proporciona ao mesmo tempo
liberação das vias aéreas, alinhamento da coluna cervical e
imobilização.

2. Manobra de Tração do Queixo: (executada por socorrista atendendo isoladamente uma


vítima de trauma).
a. Apóie com uma das mãos a testa da vítima evitando que a cabeça se mova;
b. Segurar o queixo da vítima com o polegar e o indicador da outra mão e tracioná-lo para cima e
em seguida efetuar a abertura da boca.

Observação
Assim que possível, obtenha auxílio de outro socorrista para
auxiliar na manutenção da abertura das vias aéreas e na
estabilização da coluna cervical.

3. Manobra de Extensão da Cabeça: (executada em vítimas em que não há suspeita de


lesão raquimedular):
a. Posicionar uma das mãos sobre a testa e a outra com os dedos indicador e médio tocando o
mento da vítima;
b. Mantendo apoio com a mão sobre a testa, elevar o mento da vítima;
c. Simultaneamente, efetuar uma leve extensão do pescoço;
d. Fazer todo o movimento de modo a manter a boca da vítima aberta.

Observação
Este procedimento aplica-se apenas às vitimas que não
possua indícios de ter sofrido trauma de coluna vertebral,
especialmente, lesão cervical.

(B) Verificar respiração e ministrar oxigênio

Empregar técnica de “ver, ouvir e sentir”, (7 a 10 segundos de verificação):


· Se presente, ministrar imediatamente oxigênio à vítima;
· Se ausente, iniciar a ventilação artificial.

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PROCEDIMENTOS GERAIS NO LOCAL DO ATENDIMENTO
30
TÉCNICA

1. Empregar a técnica de “Ver, Ouvir e Sentir”, através da seguinte forma:

a.Liberar as VAS da vítima através da


manobra indicada;
b.Aproximar o ouvido da boca e nariz da vítima
voltando a face para seu tórax;
c.Observar os movimentos do tórax;
d.Ouvir os ruídos próprios da respiração;
e.Sentir a saída de ar das VAS da vítima.

Esta verificação deve


durar de 7 a 10 segundos.
ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

Se a vítima respira instale imediatamente uma fonte de oxigênio (máscara facial ou cateter).

Procedimentos Operacionais

1. Estabilizar a coluna cervical manualmente, verificar responsividade e verificar permeabilidade


das vias aéreas,
2. Ministrar, como primeira escolha, oxigênio por máscara com fluxo de 10 l/min.
2.1. nos casos de vítimas abaixo de 8 anos, ministrar oxigênio por máscara infantil com fluxo de
10 l/min, deixando a máscara afastada cerca de 5 cm da face;
2.2. permitir que os pais segurem a máscara, se for possível;
2.3. permitir que a criança assuma posição confortável, preferencialmente vertical, respeitando as
condições nas quais é prioridade o cuidado com a coluna cervical e com a liberação das vias
aéreas.
3. Ministrar oxigênio por catéter nasal com fluxo de 3 l/min, quando a máscara não for tolerada.
3.1. para vítimas com idade abaixo de 8 anos, não se utiliza catéter nasal;
3.2. se houver necessidade de realizar assistência ventilatória, conforme, observar o fluxo de
oxigênio da Tabela 1.
TABELA 1 Idade

abaixo de acima de
entre 28 dias e 8 anos
28 dias 8 anos

Máscara 10 lpm 10 lpm 10 lpm

Ressucitador
3 lpm 5lpm 10 lpm
manual c/ máscara
(C) Verificar circulação e hemorragias
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Apalpe o pulso carotídeo em vítimas acima de 1 ano de 31
idade

· No caso de vítimas com idade abaixo de 1 ano, palpar a artéria braquial.

Observações

Pulso carotídeo palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 60 mmHg;
Pulso femural palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 70 mmHg;
Pulso radial palpável indica uma pressão arterial sistólica no mínimo em 80 mmHg.
Verificar a perfusão capilar na extremidade

TÉCNICA

1. Pressione a polpa digital ou o leito ungueal (unha) e observe o retorno sanguíneo:


PERFUSÃO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Retorna-se em até 2 segundos Normal
Retorna-se após 2 segundos Hemorragia intensa
Se não retorna Choque - PCR
Verificar a temperatura, coloração e umidade da pele na testa da vítima

A temperatura normal do corpo é de 36.2 a 36.8 ºC. A pele é responsável, em grande parte, pela
regulação desta temperatura, irradiando o calor através dos vasos sangüíneos subcutâneos e
evaporando água sob forma de suor.
Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema nervoso simpático a um
traumatismo ou perda sangüínea (estado de choque). A exposição ao frio geralmente produz uma
pele fria e seca.
Uma pele quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença, ou ser o resultado de uma
exposição excessiva ao calor, como na insolação.
A pele humana é a grande responsável pela regulação da temperatura. Poderá apresentar-se:
normal, quente, fria, seca ou úmida.

Utilize o dorso da mão colocada na testa da vítima.


Remova parcialmente a luva de procedimento expondo o dorso
da mão para a verificação. Observe a face da vítima durante a
verificação:

Analise:

1. Temperatura e umidade da pele.


TEMPERATURA E UMIDADE DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Pele fria, pálida e úmida Perda sanguínea
Pele fria e seca Exposição ao frio
Pele quente e seca Insolação
Pele quente e úmida Hipertermia (febre), intermação
Analise ainda:

2. Coloração da pele.

Caderno de conteúdos e atividades de educação física


Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
A cor da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos sangüíneos
subcutâneos.
32
Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em choque ou com
infarto do miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na
obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor
vermelha em certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO) e na insolação.
Alterações na coloração da pele podem indicar patologias (doenças) ou alterações vasculares
periféricas decorrentes de traumatismos. Em pessoas de raça negra, a cianose da pele deve ser
verificada na mucosa nasal e na parte interna dos lábios.
COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Pálida Choque hemodinâmico, ataque cardíaco, hemorragia.
Deficiência respiratória, arritmia cardíaca, hipóxia, doenças
Cianose (arroxeada) pulmonares, envenenamentos.

Icterícia (amarelada) Doença hepática (fígado)


Hiperemia (avermelhada) Hipertensão, insolação, alergias, diabetes, choque anafilático.

Verificar a presença de hemorragias que ameacem a vida

1. Visualizar a parte anterior do corpo da vítima;


2. Apalpar a parte posterior do corpo da vítima;
3. Dispensar atenção inicialmente às hemorragias intensas, direcionando o exame da cabeça em
direção aos pés;
4. Procurar por poças e manchas de sangue nas vestes.

ATENÇÃO

· Roupas grossas de inverno podem absorver grande quantidade de sangue, assim como pisos
porosos, tais como terra, areia e grama onde o sangue pode ser facilmente absorvido.
· Iluminar locais escuros.
· Expor as vestes (EVITAR EXCESSO)

(D) Realizar exame neurológico sucinto


AVDI
Normalmente, uma pessoa está alerta, orientada e responde aos estímulos verbais e físicos.
Quaisquer alterações deste estado podem ser indicativas de doença ou trauma.
O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais seguro na avaliação do sistema
nervoso de uma pessoa. Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão mental por
embriaguez, até coma profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento.Serve
para indicar se há ou não comprometimento neurológico (como se fosse uma Escala de Coma de
Glasgow simplificada) e fornecer parâmetros para o socorrista definir a gravidade do caso.

· Alerta: está orientado no tempo, espaço e contexto > fornece informações corretas relativos à
data e dia da semana, sabe o próprio nome, indica para onde se dirigia no momento do acidente,
está ciente de que está envolvido em um acidente ou que apresenta um problema de saúde;
· Verbal: responde somente quando estimulado > abre os olhos quando o socorrista determina,
mesmo que torne a fechá-lo novamente; aperta a mão do socorrista quando ordenado;
· Doloroso: somente responde ao estímulo doloroso > quando estimulado através de fricção no
esterno apresenta respostas motoras que indicam o grau de comprometimento neurológico, em
Caderno de conteúdos e atividades de educação física
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2º ano
geral está inconsciente ou incapaz de se comunicar com o 33
socorrista;

· Irresponsivo: não apresenta nenhum tipo de resposta, mesmo sendo estimulado através de ordens
verbais ou dor. Apresenta um nível de consciência rebaixado indicando lesão cerebral grave.
PROCEDIMENTOS GERAIS NO LOCAL DO ATENDIMENTO

(E) Expor a vítima (prevenir hipotermia)

Procedimentos Operacionais

1. Informar antecipadamente à vítima e/ou responsável sobre o procedimento que será efetuado.
2. Executar a exposição do corpo da vítima somente quando indispensável para identificar sinais
de lesões ou de emergências clínicas.
3. Evitar tempo demasiado de exposição, prevenindo a hipotermia.
4. Cobrir com manta aluminizada ou cobertor ou lençóis limpos.
5. Garantir privacidade da vítima, evitando expor desnecessariamente as partes íntimas de seu
corpo.
6. Respeitar as objeções da vítima, por motivos pessoais, incluindo religiosos, desde que isso não
implique em prejuízo para o atendimento com conseqüente risco de vida.
7. Evitar danos desnecessários ao remover vestes e/ou calçados;
7.1. Quando necessário cortar vestes da vítima, utilizar tesoura de ponta romba, evitando meios de
fortuna que possam contaminar ou agravar ferimentos.
8. Relacionar os pertences do acidentado, mesmo danificados, e entregá-los no hospital, à pessoa
responsável pela vítima devidamente identificada ou à Chefia de Enfermagem, no hospital.

ATENÇÃO

· Pertences pessoais da vítima, mesmo roupas e/ou calçados danificados, devem ser arrolados em
recibo próprio e entregues à pessoa responsável ou à Chefia de Enfermagem no hospital.

AO TÉRMINO DA ANÁLISE PRIMÁRIA DEVE-SE:

Verificar se a situação se enquadraTransporte Imediato:

Procedimentos Operacionais

1. O chegar no local da ocorrência, adotar os procedimentos iniciais de socorro específicos de


segurança e avaliação da vítima.
2. Procurar identificar uma das situações abaixo:
2.1. Obstrução respiratória que não pode ser facilmente permeada por métodos mecânicos;
2.2. Parada cardiorrespiratória;
2.3. Evidência de estado de choque;
2.4. Trauma de crânio;
2.5. Dificuldade respiratória provocada por trauma no tórax ou face;
2.6. Ferimentos penetrantes em cavidades;
2.7. Queimadura da face;
2.8. Parto complicado;
2.9. Envenenamento;
2.10. Acidentes com animais peçonhentos;

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2º ano
2.11. Sinais de lesões internas geradas por trauma violento.
3. Aplicar, sempre que necessário, o colar cervical e prancha longa, e remover a vítima para
34
trasnporte
4. Os procedimentos complementares de Suporte Básico deverão ser aplicados a vítima durante o
transporte.

Checar continuamente os sinais vitais e condições gerais da vítima durante o transporte.

Aplicar o Colar Cervical, nas vítimas de trauma, com técnica adequada.

IMOBILIZAÇÃO DA COLUNA

1. Escolher o colar cervical de tamanho apropriado, da seguinte forma:


1.1. Com o pescoço da vítima em posição neutra, usando os dedos, meça da base do pescoço
(músculo trapézio) até a base da mandíbula da vítima;
1.2. O colar cervical apropriado deverá ter a medida encontrada no plástico rígido na sua lateral.

APLICAÇÃO DO COLAR EM VÍTIMA SENTADA

1. Retirar qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço da vítima.


2. Examinar pescoço da vítima antes de aplicar o colar cervical.
3. Socorrista 1:
3.1. faz o alinhamento lentamente da cabeça e a mantém firme com uma leve tração para cima;
3.2. na vítima inconsciente, mantém as vias aéreas permeáveis, usando a manobra de elevação da
mandíbula;
3.3. na vítima consciente, realizar o apoio lateral de cabeça.
4. Socorrista 2:
4.1. escolhe o colar cervical de tamanho apropriado;
4.2. coloca o colar cervical iniciando pela parte do queixo, deslizando o colar sobre o tórax da
vítima até que seu queixo esteja apoiado firmemente sobre o colar (parte anterior);
4.3. passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima até se encontrar com a parte
anterior;
4.4. ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o colar e o
pescoço da vítima.
5. Socorrista 1:
Mantém a imobilização lateral da cabeça.
APLICAÇÃO DO COLAR EM VÍTIMA DEITADA

1. Retirar qualquer vestimenta e outros adornos da área do pescoço da vítima.


2. Examinar pescoço da vítima antes de aplicar o colar cervical.
3. Socorrista 1:
3.1. faz o alinhamento lentamente da cabeça e a mantém firme com uma leve tração para cima;
3.2. na vítima inconsciente, mantém as vias aéreas permeáveis, usando a manobra de elevação da
mandíbula;
3.3. na vítima consciente, realizar manualmente o apoio lateral de cabeça.
4. Socorrista 2:
4.1. escolhe o colar cervical de tamanho apropriado;
4.2. passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima;
4.3. coloca a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma que esteja
apoiado firmemente;

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2º ano
4.4. ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o colar e o
pescoço da vítima.
35
5. Socorrista 1:
5.1. mantém a imobilização lateral da cabeça até que se coloque um recurso material para tal
(cobertor, imobilizador lateral).
ATENÇÃO

· Lembrar que mesmo com o colar cervical, a vítima pode movimentar a cabeça. A região cervical
somente estará com imobilização completa com o uso do imobilizador lateral de cabeça.
· O colar cervical deverá ter o tamanho adequado de forma a proporcionar alinhamento e
imobilização antero-posterior da coluna cervical.
· Em toda vítima de trauma deverá ser colocado o colar cervical, mesmo que o estado da vítima
não seja grave.

ATENÇÃO

1. A Análise Primária deve ser completada num intervalo entre 15 e 30 segundos.


2. Toda vítima encontrada inconsciente e que não haja informações precisas sobre a causa do
problema que apresenta deve ser tratada como portadora de lesão raquimedular.
3. Nas vítimas de trauma, manter a coluna cervical estável, em posição neutra, com aplicação do
colar cervical e protetor lateral de cabeça ou manual.
4. Não mover a vítima da posição que se encontra antes de imobilizá-la, exceto quando:
· Estiver num local de risco iminente;
· Sua posição estiver obstruindo suas vias aéreas;
· Sua posição impede a realização da análise primária;
· Para garantir acesso a uma vítima mais grave.
5.Para verificar a respiração, estando de capacete, retira-lo, recolocando-o em seguida.

Iniciar a Análise Secundária através do exame dos sinais vitais

ANÁLISE SECUNDÁRIA

Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão
ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais vitais, exame físico
e na entrevista. Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista
poderá determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos. Uma parte
da análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame físico) e a
outra é subjetiva, através de dados colhidos em entrevista.

SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS

Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no
descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em dois
grupos: os sinais e os sintomas.
Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar despercebidos, a
menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos pés.

SINAIS são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição e
olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço
(edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele

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2º ano
pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso rápido.
SINTOMAS são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário
36
que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima
consciente se sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada procurando descobrir
possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarar outra
enfermidade mais séria, embora menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-
lo no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar.

SINAIS VITAIS

Refletem o estado atual dos sistemas respiratório e circulatório:

1. Verificar a freqüência respiratória e a qualidade da respiração;


2. Verificar a freqüência cardíaca e a qualidade do pulso;
3. Verificar a pressão arterial.

FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA E QUALIDADE DA RESPIRAÇÃO

a) A respiração normal é fácil, sem dor e sem esforço;


b) Observar a expansão do tórax da vítima;
c)Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o
socorrista está checando a respiração;

d. Observar os movimentos torácicos e contar durante 30 (trinta) segundos, multiplicando-se


por 2 (dois), obtendo a freqüência de movimentos respiratórios por minuto (m.r.m.)
e. Se a respiração for irregular, contar durante 1 minuto.

Observar a qualidade da respiração, avaliando se:


§ Normal;
§ Superficial;
§ Profunda;
§ Rápida;
§ Lenta.

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2º ano
Verificar tipo de respiração se:
§ Regular;
37
§ Simétrico;
§ Ruídos anormais.

FREQUENCIA RESPIRATÓRIA NORMAL


RESPIRAÇÃO EM REPOUSO
NORMAL – de12 a
Idade acima de 8 anos 20 rpm
LENTO– menor
que 12 rpm
RÁPIDO– maior
FREQÜÊNCIA que20 rpm
NORMAL – de 20
Idade entre 1 a 8 anos a 40 rpm
LENTO– menor
que 20 rpm
RÁPIDO– maior
que40 rpm
NORMAL – de 40
Idade abaixo de 1 ano a 60 rpm
LENTO– menor
que 40 rpm
RÁPIDO– maior
que60 rpm
ANORMALIDADES DE PULSO

COR DA PELE MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES


Pulso rápido e forte Hipertensão, susto, medo
Pulso rápido e fraco Hemorragia, desidratação
Pulso ausente Parada cardíaca, lesão arterial
PRESSÃO ARTERIAL

É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída
por duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica).

Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante
a contração do coração (sístole)
Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante
o relaxamento do coração (diástole)

TÉCNICA EMPREGADA PARA AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL

1. Expor o braço da vítima acima do cotovelo, certificando-se de que não há compressão;


1. Fixar o manguito do esfigmomanômetro cerca de 04 (quatro) cm acima do cotovelo da vítima;
2. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial do mesmo braço da vítima;
3. Fechar a válvula e insuflar ar pela pêra até o manômetro marcar 200 mmhg;
4. Abrir a válvula lentamente, cerca de 5 mmhg no intervalo de 3 segundos;
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2º ano
5.
6.
O som do
Continuar
primeiro batimento indicará a pressão
permitindo a saída do
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arterial sistólica;
ar;
7. O cessar do som dos batimentos indicará a pressão arterial diastólica;
8. Remover todo o ar, soltando o manguito,

ATENÇÃO

· Na impossibilidade de auscultar os batimentos, a pressão arterial sistólica poderá ser medida


palpando-se o pulso radial ou no membro inferior (pulso pedioso).
· Evitar verificar a PA várias vezes consecutivas no mesmo braço;
· Se a vítima for hipertensa e o socorrista começar a ouvir o som dos batimentos cardíacos logo
que desinflar o manguito, torne a infla-lo acima dos 200 mmhg indicados.

VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL


Idoso – acima de 50 anos 140-160/90-100 mmHg
Idade acima de 16 anos 120/80 mmHg
Idade – 16 anos 118/75 mmHg Idade – 6 anos 95/62 mmHg

Idade – 12 anos 108/67 mmHg Idade – 4 anos 85/60 mmHg

Idade – 10 anos 100/65 mmHg RN (3Kg) 52/30 mmHg

O resultado poderá apresentar-se:


· Normal (normotenso);
· Alterado (hipertensão ou hipotensão);
· Na faixa etária adulta os valores limites de PA são: PAS 140 mmHg – PAD 90 mmHg.

AVALIAÇÃO DAS PUPILAS

As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares.


Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As pupilas indicam um
estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma
parada cardíaca.
As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente
vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz.

· Observe: reatividade, igualdade e tamanho das pupilas.

Analise as alterações:
1. Observar a reação das pupilas à luz, classificando-as em: reativas ou arreativas;
2. Observar a simetria entre as pupilas classificando-as em: isocóricas ou anisocóricas;
3. Observar o tamanho das pupilas classificando-as em: midriáticas (midríase) ou mióticas
(miose).
ALTERAÇÕES PUPILARES
TIPO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES
Midríase paralítica Morte cerebral
Miose Uso de alguns tipos de drogas
Anisocoria Lesão cerebral localizada devido a TCE, AVC

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2º ano
Choque elétrico
O que acontece
39
O choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar
distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cárdio-respiratória.
Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3º grau) - a de
entrada e de saída da corrente elétrica.
Primeiras providências
Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral.
Se tiver que usar as mãos para remover uma pessoa, envolva-as em jornal ou um saco de papel.
Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-condutor de
corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de madeira ou bastão de borracha.
O que fazer
Se houver parada cárdio-respiratória, aplique a ressucitação.
Cubra as queimaduras com uma gaze ou com um pano bem limpo.
Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas. Se estiver inconsciente,
deite-a de lado.
Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma.
Procure ajuda médica imediata.
A reanimação cárdio-pulmonar
Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a extremidade inferior do osso
vertical que está no centro do peito (o chamado osso esterno).

......... ............
Ao mesmo tempo, uma outra pessoa deve aplicar respiração boca-a-boca, firmando a
cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o queixo levantado
para esticar o pescoço.

........ ...........
Enquanto o ajudante enche os pulmões, soprando adequadamente para insuflá-los,
pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração volte a bater.
Esta seqüência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver sozinho, faça dois sopros para
cada quinze pressões no coração; se houver alguém ajudando-o, faça um sopro para cada cinco
pressões.
Corpo estranho
O que acontece
Crianças pequenas podem, acidentalmente, introduzir objetos nas cavidades do corpo, em especial
no nariz, boca e ouvidos. Estes objetos são, na maioria das vezes, peças de brinquedos, sementes,
Caderno de conteúdos e atividades de educação física
Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
moedas, bolinhas de papel e grampos. Se houver asfixia, a vítima apresentará pele azulada e
respiração difícil ou ausente.
40
No ouvido
Não tente retirar objetos profundamente introduzidos, nem coloque nenhum instrumento no canal
auditivo.
Não bata na cabeça para que o objeto saia, a não ser que se trate de um inseto vivo.
Pingue algumas gotas de óleo mineral morno (vire a cabeça para que o óleo e o objeto possam
escorrer para fora), e procure ajuda médica especializada imediatamente.
Nos olhos
Não deixe a vítima esfregar ou apertar os olhos, pingue algumas gotas de soro fisiológico ou de
água morna no olho atingido. Se isso não resolver, cubra os 2 olhos com compressas de gaze, sem
apertar, e procure um médico.
Se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo, cubra-os e procure ajuda médica. Se não
for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso (por exemplo, um copo) e
procure ajuda médica imediata.
No nariz
Instrua a vítima para respirar somente pela boca, orientando-a para assoar o nariz.
Não introduza nenhum instrumento nas narinas para retirar o objeto. Se ele não sair, procure
auxílio médico.
Objetos engolidos
Nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para examinar o seu interior. Deixe a
pessoa tossir com força, este é o recurso mais eficiente quando não há asfixia.
Se o objeto tem arestas ou pontas e a pessoa reclamar de dor, procure um médico.
Se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou chorar, é sinal de que o objeto está obstruindo
as vias respiratórias, o que significa que há asfixia.

O que fazer
Aplique a chamada "manobra de Heimlich". Fique de pé ao lado e
ligeiramente atrás da vítima.
A cabeça da pessoa deve estar mais baixa que o peito. Em seguida, dê 4
pancadas fortes no meio das costas, rapidamente com a mão fechada. A sua
outra mão deve apoiar o peito do paciente.
Se o paciente continuar asfixiado, fique de pé, atrás, com seus braços ao redor
da cintura da pessoa. Coloque a sua mão fechada com o polegar para dentro,
contra o abdômen da vítima, ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite
das costelas. Agarre firmemente o pulso com a outra mão e exerça um rápido
puxão para cima. Repita, se necessário, 4 vezes numa seqüência rápida.
Se a vítima for um bebê ou criança pequena, deite-a de bruços apoiando no seu braço. Dê 4
pancadas fortes, mas sem machucá-lo.
Mantenha o bebê apoiado no seu braço, virado de costas, com a cabeça mais baixa que o resto do
corpo, e apóie 2 ou 3 dedos no seu abdômen, ligeiramente acima do umbigo e abaixo da caixa
torácica. Pressione as pontas dos dedos com um ligeiro alongamento ascendente. Se necessário,
repetir 4 vezes.
Procure auxílio médico.

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2º ano
Fraturas
Fratura
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É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou esmagamento.
Há dois tipos de fraturas: as fechadas, que, apesar do choque, deixam a pele intacta, e as expostas,
quando o osso fere e atravessa a pele. As fraturas expostas exigem cuidados especiais, portanto,
cubra o local com um pano limpo ou gaze e procure socorro imediato.
Fratura fechada - sinais indicadores
Dor ou grande sensibilidade em um osso ou articulação.
Incapacidade de movimentar a parte afetada, além do adormecimento ou formigamento da região.
Inchaço e pele arroxeada, acompanhado de uma deformação aparente do membro machucado.
O que não fazer
Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido.
Não dê qualquer alimento ao ferido, nem mesmo água.
O que fazer
Solicite assistência médica, enquanto isso, mantenha a pessoa calma e aquecida.
Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea.
Imobilize o osso ou articulação atingido com uma tala.
Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e aplique compressas de
gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma.

Entorse
É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as articulações).
Os cuidados são semelhantes aos da fratura fechada.

Luxação
É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação. Os
primeiros socorros são também semelhantes aos da fratura fechada. Lembre-se de que não se deve
fazer massagens na região, nem tentar recolocar o osso no lugar.

Contusão
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar sinais
semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver arroxeado, é sinal de que houve hemorragia
sob a pele (hematoma).
Improvise uma tala
Amarre delicadamente o membro machucado (braços ou pernas) a uma superfície, como uma
tábua, revista dobrada, vassoura ou outro objeto qualquer.
Use tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito para não dificultar a circulação
sanguínea.
Improvise uma tipóia
Utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao redor do pescoço. Isto serve para
sustentar um braço em casos de fratura de punho, antebraço, cotovelo, costelas ou clavícula.
Só use a tipóia se o braço ferido puder ser flexionado sem dor ou se já estiver dobrado

Infarto

Caderno de conteúdos e atividades de educação física


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2º ano
O que acontece
O enfarte ou ataque cardíaco, mais precisamente chamado de infarto do miocárdio, é a obstrução
42
de uma artéria, impedindo o fluxo sanguíneo para uma área do coração, lesando-a. Ele pode ser
fatal, por isso necessita de ajuda médica imediata.
O que fazer
>> Providencie auxílio médico imediato.
>> Deixe o paciente em posição confortável, mantendo-o calmo, aquecido e com as roupas
afrouxadas.
>> Se houver parada cárdio-respiratória, aplique a ressucitação cárdio-pulmonar.
.

O que acontece
Em decorrência da gravidade de um acidente, pode acontecer a parada cárdio-respiratória, levando
a vítima a apresentar, além da ausência de respiração e pulsação, inconsciência, pele fria e pálida,
lábios e unhas azulados.

O que não fazer


>> Não dê nada à vítima para comer, beber ou cheirar, na intenção de reanimá-la.
>> Só aplique os procedimentos que se seguem se tiver certeza de que o coração não esta batendo.

Procedimentos preliminares
Se o ferido estiver de bruços e houver suspeita de fraturas, mova-o, rolando o corpo todo de uma
só vez, colocando-o de costas no chão.
Faça isso sempre com o auxílio de mais duas ou três pessoas, para não virar ou dobrar as costas ou
pescoço, evitando assim lesar a medula quando houver vértebras quebradas. Verifique então se há
alguma coisa no interior da boca que impeça a respiração.
A ressucitação cárdio-pulmonar
>> Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a extremidade inferior do
osso vertical que está no centro do peito (chamado osso esterno).

Caderno de conteúdos e atividades de educação física


Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
43
......... ............
>> Ao mesmo tempo, uma outra pessoa deve aplicar respiração boca-a-boca, firmando a
cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o queixo levantado
para esticar o pescoço.

........ ...........
>> Enquanto o ajudante enche os pulmões, soprando adequadamente para insuflá-los,
pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração volte a bater.
Esta seqüência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver sozinho, faça dois sopros para
cada quinze pressões no coração; se houver alguém ajudando-o, faça um sopro para cada cinco
pressões.

Picada de cobra
As cobras são animais de sangue frio, ou seja, não conseguem manter a temperatura de
seu corpo, quando seu corpo está "frio" seu metabolismo diminui de tal forma que ela é capaz de
ficar dias sem comer. Para a digestão as cobras também precisam manter uma temperatura
"agradável", pois para o processo digestivo ocorrer é preciso um bom funcionamento metabólico
do animal, por isso que depois de uma boa alimentação as cobras costumam ficar horas paradas ao
sol. Esse fato também explica a distribuição de cobras no planeta, pode-se notar que em lugares
frios não existem cobras e nem outros tipos de répteis. Fora os lugares frios, as cobras se
adaptaram bem aos outros habitat, pode-se encontrar cobras desde os secos desertos até as úmidas
florestas tropicais. Muitos foram os fatores que proporcionaram tal sucesso:

- As cobras comem a maioria dos bichos, desde insetos até mamíferos, principalmente
roedores e até ovos.
- Botam ovos (até então os animais dependiam da água para sua reprodução. ver anfíbios), esses
ovos tornaram os animais independentes da água em sua reprodução. Com vitelo o suficiente para
nutrir o embrião e uma casca que impede a perda de água, os ovos contribuíram muito para as
cobras e outros répteis dominarem o ambiente terrestre.
- Uma língua bífida, capaz de detectar o cheiro de sua presa no ar.
- Uma incrível capacidade de deslocar as mandíbulas, podendo assim comer animais grandes.
- Dentes virados para trás com a função de prender as vitimas
- Algumas desenvolveram um veneno que pode paralisar ou até matar a presa em instantes.
Identificação
Dessas cobras, as venenosas, existem pequenos detalhes a serem lembrados:

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2º ano
- Apresentam uma pequena cavidade, muitas vezes confundida com uma narina, chamada
fosseta loreal (foto)
44
- A forma de sua cabeça é triangular e apresenta pequenas escamas.
- Possuem grandes dentes frontais.
- Na maioria das vezes chamam a atenção, seja pela cor ou por seus ruídos (somente as
cascavéis apresentam um chocalho, que o som serve como um tipo de alerta para outros
animais)

Mas lembre-se: alguns detalhes são muito difíceis de serem notados e existem muitas exceções,
portanto tome cuidado com todas as cobras...

Caso você encontre uma e capture-a, envie-a para o Instituto Butantã!

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2º ano
45

O que acontece
Aproximadamente 1% das picadas de cobras venenosas são fatais quando a vítima não é
socorrida a tempo. Mesmo que seja impossível reconhecer a cobra que causou o acidente, é
necessário procurar um médico, enquanto mantém-se a vítima deitada e calma.
Ação vasculotóxica - manifesta-se por hemorragias devido a lesão vascular, equimoses
e sangramentos tais como epistaxe e gengivorragia.

Bolhas, equimoses, necrose, oligúria e anúria, levando à insuficiência renal aguda (12h
depois do acidente). Ao lado necrose em um coelho que também foi picado por uma bothrops

COELHO

Ação proteolítica - caracteriza-se por edema local firme, acompanhado de dor que pode
variar de discreta a intensa, bolhas, necroses e abscessos

Sinais indicadores
Inchaço e dores, com sensação de formigamento no local da mordida.
Manchas rosas na pele.
Pulso acelerado.
Fraqueza e visão turva.
Náuseas, vômitos e dificuldades para respirar.
O que não fazer
Não dê álcool a vítima, sedativos ou aspirinas.

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2º ano
Nunca faça cortes ou incisões.
46
O uso do torniquete é contra-indicado.
O que fazer
Solicite socorro médico imediato.
Mantenha o local da mordida abaixo do nível do coração. Em seguida, limpe-o com água e
sabão.
Compressas de gelo ou água fria retardam os efeitos do veneno.

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2º ano
Queimadura
DEIXE SEU FILHO CHORAR NA PORTA DA COZINHA, PARA QUE NÃO
47
CHORE NA PORTA DO HOSPITAL

Os mais comuns acidentes domésticos


Podem derivar de contatos com fogo, objetos quentes, água fervente ou vapor, com
substâncias químicas, irradiações solar ou com choque elétrico.
O que acontece
As queimaduras leves (de 1º grau) se manifestam com vermelhidão,
inchaço e dor. Nas queimaduras de 2º grau a dor é mais intensa e
normalmente aparecem bolhas ou umidade na região afetada. Já nas
queimaduras graves de 3º grau a pele se apresenta esbranquiçada ou
carbonizada e há pouca ou nenhuma dor.
Atenção
Se as roupas também estiverem em chamas, não deixe a pessoa correr.
Se necessário, derrube-a no chão e cubra-a com um tecido como
cobertor, tapete ou casaco, ou faça rolar no chão. Em seguida, procure
auxílio médico
imediatamente.

O que não fazer


Não toque a área afetada.
Nunca fure as bolhas.
Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta da roupa
que está sobre a região afetada.
Não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico sobre a
queimadura.
Não cubra a queimadura com algodão.
Não use gelo ou água gelada para resfriar a região.
O que fazer
Se a queimadura for de pouca extensão, resfrie o local com água fria imediatamente.
Seque o local delicadamente com um pano limpo ou chumaços de gaze.
Cubra o ferimento com compressas de gaze.
Em queimaduras de 2º grau, aplique água fria e cubra a área afetada com compressas de gaze
embebida em vaselina estéril.
Mantenha a região queimada mais elevada do que o resto do corpo, para diminuir o inchaço.
Dê bastante líquido para a pessoa ingerir e, se houver muita dor, um analgésico.
Se a queimadura for extensa ou de 3º grau, procure um médico imediatamente.

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Professor: Reginaldo Lopes
2º ano
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Queimaduras químicas - o que fazer


Como as queimaduras químicas são sempre graves, retire as roupas da vítima rapidamente,
tendo o cuidado de não queimar as próprias mãos.
Lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15 minutos), enxugue
delicadamente e cubra com um curativo limpo e seco.
Procure ajuda médica imediata.
A queimadura é uma lesão estéril, por isso
tenha cuidado ao manuseá-la e evite ao máximo
contaminá-la.

Queimaduras solares - o que fazer


Refresque a pele com compressas frias.
Faça a pessoa ingerir bastante líquido, mantendo-a
na sombra, em local fresco e ventilado.
Procure ajuda médica..

Sangramentos

As hemorragias
O controle da hemorragia deve ser feito imediatamente, pois uma hemorragia abundante e não
controlada pode causar morte em 3 a 5 minutos.
A hemorragia externa é a perda de sangue ao rompimento de um vaso sanguíneo (veia ou
artéria). Quando uma artéria é atingida, o perigo é maior. Nesse caso, o sangue é vermelho vivo
e sai em jatos rápidos e fortes.
Quando as veias são atingidas, o sangue é vermelho escuro, e sai de forma lenta e contínua.
A hemorragia interna é o resultado de um ferimento profundo com lesão de órgãos internos.
Sangramentos externos - o que fazer
Procure manter o local que sangra em plano mais elevado que o coração.
Pressione firmemente o local por cerca de 10 minutos, comprimindo com um pano limpo
dobrado ou com uma das mãos. Se o corte for extenso, aproxime as bordas abertas com os dedos
e mantenha unidas. Ainda, caso o sangramento não cesse, pressione com mais firmeza por mais
10 minutos.
Quando parar de sangrar, cubra o ferimento com uma gaze e prenda-a com uma atadura firme,
mas que permita a circulação do sangue. Se o sangramento persistir através do curativo, ponha
novas ataduras, sem retirar as anteriores, evitando a remoção de eventuais coágulos.
Observação: Quando houver sangramentos intensos nos membros e a compressão não for
suficiente para estancá-los, comprima a artéria ou a veia responsável pelo sangramento contra o
osso, impedindo a passagem de sangue para a região afetada.
O que não deve fazer

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2º ano
Não deve tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos;
49
Não deve aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto.
Sangramentos internos - como verificar o que fazer
Acidentes graves, sobretudo com a presença de fraturas podem causar sangramentos internos.
A hemorragia interna pode levar rapidamente ao estado de choque e, por isso, a situação deve
ser acompanhada e controlada com muita atenção para os sinais externos: pulso fraco e
acelerado, pele fria e pálida, mucosas dos olhos e da boca brancas, mãos e dedos arroxeados
pela diminuição da irrigação sanguínea, sede, tontura e inconsciência.
Não dê alimentos à vítima e nem aqueça demais com cobertores.
Peça auxílio médico imediato.
Sangramentos nasais - o que fazer
Incline a cabeça da pessoa para a frente, sentada, evitando que o sangue vá para a garganta e
seja engolido, provocando náuseas.
Comprima a narina que sangra e aplique compressas frias no local.
Depois de alguns minutos, afrouxe a pressão vagarosamente e não assoe o nariz.
Se a hemorragia persistir, volte a comprimir a narina e procure socorro médico.
Torniquetes - o que fazer
O torniquete deve ser aplicado apenas em casos extremos e como último recurso quando não há
a parada do sangramento. Veja como:
Amarre um pano limpo ligeiramente acima do ferimento, enrolando-o firmemente duas vezes.
Amarre-o com um nó simples.
Em seguida, amarre um bastão sobre o nó do tecido. Torça o bastão até estancar o sangramento.
Firme o bastão com as pontas livres da tira de tecido.
Marque o horário em que foi aplicado o torniquete.
Procure socorro médico imediato.
Desaperte-o gradualmente a cada 10 ou 15 minutos, para manter a circulação do membro
afetado.

Ferimentos
Os ferimentos podem ser classificados em abertos e fechados. Abertos são aqueles
que apresentam descontinuidade da pele, enquanto que, nos fechados, a pele encontra-se
íntegra.

Ferimentos fechadosOcorrem em conseqüência de contusões, compressões e abrasões.


Esses mecanismos lesam os tecidos da pele e podem provocar rompimento dos vasos
sangüíneos. O trauma provoca o acúmulo de líquido nos tecidos e o rompimento dos vasos gera
sangramento. Esses ferimentos são chamados de contusões. Dependendo da intensidade da
energia e da força aplicadas, outras estruturas mais profundas, como músculos, ossos e órgãos,
podem ser lesados junto com a pele. Os sinais clínicos mais freqüentes do acometimento
superficial são edema, equimose e hematoma. Essas lesões superficiais geralmente não colocam
a vida em risco, porém podem ser um sinal importante da presença de lesões internas graves
concomitantes.
Ferimentos abertosOs ferimentos abertos podem ser divididos em: 1) escoriações - são lesões
da camada superficial da pele ou das mucosas, que podem ou não apresentar sangramento
discreto e são acompanhadas de dor local intensa; 2) cortocontusos - são lesões superficiais, de

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2º ano
bordas regulares, e que geralmente são produzidas por objetos cortantes, como facas, fragmentos
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de vidros ou de metais. O sangramento dessas lesões pode ser extremamente variável,
dependendo da existência de ruptura de pequenos vasos. Os ferimentos cortocontusos também
podem produzir lesões de vasos, tendões, nervos e músculos; 3) lacerações - são lesões teciduais
de bordos irregulares, em geral decorrentes de traumatismos intensos produzidos por objetos
rombo; 4) ferimentos perfurantes - são lesões produzidas por objetos pontiagudos, tais como
pregos, agulhas e estiletes, com orifício de entrada geralmente pequeno. De acordo com a
profundidade de penetração, podem ser lesadas estruturas e órgãos internos. Na região do tórax,
as intercorrências mais freqüentes e graves são o pneumotórax, o hemotórax e o tamponamento
cardíaco, que podem colocar em risco a vida do doente. No abdome, os ferimentos perfurantes
podem provocar hemorragia e/ou peritonite, podendo gerar risco de vida; 5) avulsões - são
lesões abertas, onde existe descolamento de pele em relação aos planos profundos, com perda do
revestimento cutâneo. Essas lesões também podem ser acompanhadas de sangramento; 6)
esmagamentos - ocorrem em traumatismos resultantes da aplicação de energia e força intensas.
As lesões podem ser abertas ou fechadas, podendo causar extensa destruição tecidual. Os
mecanismos que provocam essas lesões são as colisões automobilísticas, os desabamentos e os
acidentes de trabalho.

Localização de pontos arterial

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51

Técnicas de estancamento em ferimentos

Estancamento por elevação do membro

Tipos de Hemorragias

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52

Pressão direta sobre artéria

Torniquete LEIA COM ATENÇÃO


Compressão arterial
SOBRE TORNIQUETE

Ferimento no braço Imobilização do Ombro com

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bandagem triangula
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Ferimento na cabeça Ferimento nos olhos

Transporte de vítimas

A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um máximo de


cuidado, a fim de não agravar as lesões existentes. Antes da remoção da vítima, devem-se
tomar as seguintes providências:
Se houver suspeita de fraturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa.
Para puxá-la para um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento com o auxílio de
um casaco ou cobertor.
Para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la numa tábua ou
maca, lembrando que a maca é o melhor jeito de se transportar uma vítima. Se precisar improvisar
uma maca, use pedaços de madeira, amarrando cobertores ou paletós.
Apóie sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás.
Na presença de hemorragia abundante, a movimentação da vítima podem levar rapidamente ao
estado de choque.
Se houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca-a-boca e faça massagem
cardíaca.
Imobilize todos os pontos suspeitos de fratura.
Se houver suspeita de fraturas, amarre os pés do acidentado e o erga em posição horizontal, como
um só bloco, levando até a sua maca.
No caso de uma pessoa inconsciente, mas sem evidência de fraturas, duas pessoas bastam para o
levantamento e o transporte.
Lembre-se sempre de não fazer movimentos bruscos.
Atenção
Movimente o acidentado o menos possível.
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2º ano
Evite arrancadas bruscas ou paradas súbitas durante o transporte.
O transporte deve ser feito sempre em baixa velocidade, por ser mais seguro e mais cômodo para a
54
vítima.
Não interrompa, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou a massagem cardíaca, se estas
forem necessárias. Nem mesmo durante o transporte.

Aborto

O que é o aborto?
Aborto é a interrupção da gravidez pela morte do feto ou embrião, junto com os anexos
ovulares. Pode ser espontâneo ou provocado. O feto expulso com menos de 0,5 kg ou 20
semanas de gestação é considerado abortado..
Aborto espontâneo
O aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso parto". .
Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo que 3/4 ocorrem
nos três primeiros meses de gravidez.
A causa do aborto espontâneo no primeiro trimestre, são distúrbios de origem genética. Em
cerca de 70% dos casos, esses embriões são portadores de anomalias cromossômicas
incompatíveis com a vida, no qual o ovo primeiro morre e em seguida é expulso. Nos
abortos do segundo trimestre, o ovo é expulso devido a causas externas a ele (incontinência
do colo uterino, mal formação uterina, insuficiência de desenvolvimento uterino, fibroma,
infecções do embrião e de seus anexos).
.
Aborto provocado
Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; pela extração do feto da cavidade
uterina. Em função do período gestacional em que é realizado, emprega-se uma das quatro
intervenções cirúrgicas seguintes:
» A sucção ou aspiração;
» A dilatação e curetagem;
» A dilatação e expulsão;
» Injeção de soluções salinas.
Estima-se que seja realizado anualmente no mundo mais de 40 milhões de abortos, a maioria em
condições precárias, com sérios riscos para a saúde da mulher. O método clássico de aborto é o
por curetagem uterina e o método moderno por aspiração uterina (método de Karman) só
utilizável sem anestesia para gestações de menos de oito semanas de amenorréia (seis semanas de
gravidez). Depois desse prazo, até doze semanas de amenorréia, a aspiração deve ser realizada sob
anestesia e com um aspirador elétrico.
Aborto no Brasil
No Brasil, o aborto voluntário será permitido quando necessário, para salvar a vida da gestante ou
quando a gravidez for resultante de estupro. O aborto, fora esses casos, está sujeito a pena de
detenção ou reclusão.

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2º ano
Número de abortos por 100055

mulheres

Mortalidade
Nos países onde o aborto é ilegal o número de mulheres que morrem, em conseqüência de
abortos realizados por pessoas sem treinamento médico, é grande - cerca de 100 mortes por 100
mil operações. Já em operações com assistência médica são cerca de 1,9 (antes dos três meses da
gestação) e 12,5 (após três meses) mortes por 100 mil operações.
Nos países onde o aborto é legalizado, a taxa de mortalidade entre as mulheres, em decorrência de
problemas na gravidez e no parto, é de nove em cada 100 mil.Durante o século XX, a legislação
liberou o aborto em diversas situações médicas, sociais ou privadas. Desde então, o movimento
pela discriminação para certos casos vem crescendo em todo o mundo.
Fetos sentem dor durante o aborto
O aborto pode causar dor em fetos ainda pouco desenvolvidos, acreditam pesquisadores do
Hospital Chelsea, em Londres. Segundo a responsável pela pesquisa, Vivette Glover, fetos podem
ser capazes de sentir dor já a partir da décima - sétima semana de gestação. Por isso, diz ela,
médicos britânicos estão estudando a possibilidade de anestesiar o feto durante intervenções para
interrupção da gravidez.
O estudo contraria a versão da entidade que reúne obstetras e ginecologistas do Reino Unido, o
Royal College of Obstretics and Gynacologists. Para a organização, só há dor depois de 26
semanas.
.
Anestesia no aborto
Para Vivette Glover, pesquisas sugerem que o desenvolvimento do sistema nervoso ocorre mais
cedo do que se imaginava.
"Existem evidências de que o sistema nervoso se desenvolve a partir de 20 semanas de gestação
ou talvez até depois de 17 semanas. Já que há a possibilidade de dor, nós deveríamos dar ao feto o
benefício da dúvida", diz ela, que conclui defendendo a utilização de anestesia. Ela pondera,
porém, que a dor dos fetos é provavelmente menos intensa.
A teoria ganhou apoio de entidades contrárias a realização de abortos. "É mais uma prova de que a
vida humana começa no momento da concepção", diz Kevin Male, da organização britânica Life.
Curiosidades
» Na Alemanha nazista o aborto era proibido por que era dever da mulher fornecer filhos para o III
Reich.

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2º ano
» Os gregos permitiam o aborto, mas os romanos o puniam com pena de morte.
» O primeiro país a permitir aborto no prazo de 28 semanas foi a Inglaterra, tornando-se atração
56
turística para feministas.

Afogamento

Afogamento é a asfixia gerada por aspiração de líquido de qualquer natureza que venha
a inundar o aparelho respiratório. Haverá suspensão da troca ideal de oxigênio e gás carbônico
pelo organismo.

SINAIS E SINTOMAS
Em um quadro geral pode haver hipotermia (baixa temperatura corporal), náuseas,
vômito, distensão abdominal, tremores , cefaléia (dor de cabeça), mal estar, cansaço, dores
musculares. Em casos especiais pode haver apnéia (parada respiratória), ou ainda, uma parada
cárdio-respiratória

PREVENÇÃO
Para bebês- Estes nunca devem ser deixados sozinhos no banho ou próximo a qualquer
superfície líquida.

Para crianças- Além dos cuidados anteriores deve-se estimulá-las a assumir responsabilidade por
sua própria segurança. Elas devem aprender a nadar e a boiar e devem compreender que não
devem entrar em águas perigosas. Saltos de trampolim são extremamente perigosos.
Para adultos- Estes devem ter noções sobre as suas limitações principalmente quando
suas funções normais estiverem comprometidas devido ao manuseio de drogas, sejam elas
medicamentos ou bebidas. Evitar nadar sozinho em áreas não supervisionadas ou em áreas onde
as condições do meio líquido sejam desconhecidas.
Qualquer nadador deve estar apto a nadar diagonalmente a uma corrente que o pegou e não
contra a mesma , se não conseguir escapar deve chamar por socorro.
"NUNCA SE DEVE FINGIR ESTAR PRECISANDO DE SOCORRO"

PRIMEIROS SOCORROS EM AFOGAMENTO


Objetivo
Promover menor número de complicações provendo-se o cérebro e o coração de
oxigênio até que a vítima tenha condições para fazê-lo sem ajuda externa, ou até esta ser
entregue a serviço médico especializado.
Meios
Suporte Básico de Vida (SBV) afim de habilitar a vítima aos procedimentos
posteriores do Suporte Cardíaco Avançado de Vida (SCAV). O SBV consiste apenas em
medidas não evasivas.
"NÃO É PERMITIDO AO SOCORRISTA NENHUMA MEDIDA EVASIVA"
O socorrista
Deve promover o resgate imediato e apropriado, nunca gerando situação em que ambos
(vítima e socorrista ) possam se afogar, sabendo que a prioridade no resgate não é retirar a
pessoa da água, mas fornecer-lhe um meio de apoio que poderá ser qualquer material que flutue,
ou ainda, o seu transporte até um local em que esta possa ficar em pé. O socorrista deve saber
reconhecer uma apnéia, uma parada cárdio-respiratória (PCR) e saber prestar reanimação

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2º ano
cárdio-pulmonar (RCP)
57
O resgate
O resgate deve ser feito por fases consecutivas :
Compreendendo a Fase de observação, de entrada na água , de
abordagem da vítima, de reboque da vítima, e o atendimento da
mesma.
Fase de observação
Implica na observação do acidente, o socorrista deve
verificar a profundidade do local, o número de vítimas envolvidas, o material disponível para o
resgate.
O socorrista deve tentar o socorro sem a sua entrada na água, estendendo qualquer
material a sua disposição que tenha a propriedade de boiar na água, não se deve atirar nada que
possa vir a ferir a vítima.
Em casos de dispor de um barco para o resgate, sendo este com estabilidade duvidosa a
vítima não deve ser colocada dentro do mesmo, pois estará muito agitada.
Fase de entrada na água
O socorrista deve certificar-se que a vítima está visualizando-o. Ao ocorrer em uma
piscina a entrada deve ser diagonal à vítima e deve ser feita da parte rasa para a parte funda.
Sendo no mar ou rio a entrada deve ser diagonal à vítima e também diagonal à corrente ou à
correnteza respectivamente.
Fase de Abordagem
Esta fase ocorre em duas etapas distintas:
Abordagem verbal; Ocorre a uma distância média de 03 metros da vítima. O socorrista
vai identificar-se e tentar acalmar a vítima. Caso consiga, dar-lhe-á instruções para que se
posicione de costas habilitando uma aproximação sem riscos.
Abordagem física; O socorrista deve fornecer algo em que a vítima possa se apoiar, só
então o socorrista se aproximará fisicamente e segurará a vítima fazendo do seguinte modo: O
braço de dominância do socorrista deve ficar livre para ajudar no nado , já o outro braço será
utilizado para segurar a vítima , sendo passado abaixo da axila da vítima e apoiando o peito da
mesma, essa mão será usada para segurar o queixo do afogado de forma que este fique fora da
água.
"O SOCORRISTA NÃO PODE PERMITIR QUE A VÍTIMA O AGARRE"
Fase de reboque
O nado utilizado será o "Over arms" também conhecido como nado militar , ou nado
de sapo. Quando em piscinas e lagos o objetivo sempre será conduzir a vítima para a porção
mais rasa . No mar, será admitido o transporte até a praia, quando a vítima estiver consciente e
quando o mar oferecer condições para tanto; será admitido o transporte para o alto mar (local
profundo e de extrema calmaria), quando a vítima apresentar-se inconsciente e o mar estiver
extremamente revolto (essa atitude dará condições ao socorrista de repensar o salvamento). Caso
exista surfistas na área o socorrista, deve-se pedir ajuda .
Quando o socorrista puder caminhar, deve fazê-lo, pois é mais
seguro do que nadar. Deverá carregar a vítima de forma que o peito
desta fique mais elevado do que a cabeça, diminuindo o perigo da
ocorrência de vômito.
Fase de atendimento
O atendimento
Em Primeiros Socorros as alterações eletrolíticas e

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2º ano
hídricas decorrentes de diferentes tipos de líquidos(água doce ou salgada) em que ocorreu o
58
acidente não são relevantes, não havendo tratamentos diferentes ou especiais. Os procedimentos
em Primeiros Socorros devem adequar-se ao estado particular de cada vítima, no que se refere
às complicações existentes.
Vale frisar que o líquido que costuma ser expelido após a retirada da água provêm do
estômago e não dos pulmões por isso, sua saída deve ser natural , não se deve forçar provocando
vômito, pois pode gerar novas complicações.
Caso o acidente não tenha sido visto pelo socorrista, ele deve considerar que a vítima
possui Traumatismo Raquimedular(TRM) e deverá tomar todos os cuidados pertinentes a este
tipo de patologia.

A nível de Primeiros Socorros deve-se sempre:


1. Acalmar a vítima, fazê-la repousar e aquecê-la através da substituição das roupas
molhadas e fornecimento de roupas secas, casacos, cobertores e bebidas quentes
2. Manter a vítima deitada em decúbito dorsal procedendo com a lateralização da cabeça
ou até da própria vítima afim de que não ocorra aspiração de líquidos.
3. Caso o afogado inconsciente seja deixado sozinho, ele deve ser colocado na posição de
recuperação que mantêm o corpo apoiado em posição segura e confortável, além de impedir que
a língua bloqueie a garganta e facilitar a saída de líquidos.

Outros procedimentos em casos particulares seriam:


1. Fazer a desobstrução das vias aéreas através da extensão do pescoço , da retirada do
corpo estranho e da tração mandibular atentando sempre para a possibilidade de trauma cervical.
2. Em vítimas com parada respiratória, proceder com a respiração boca-a-boca
objetivando manter a oxigenação cerebral.
3. Em vítimas com PCR, efetuar a RCP em casos que o tempo de submersão seja
desconhecido ou inferior a uma hora.
Respiração Artificial Boca-a-Boca

Respiração Artificial Boca-a-Boca Reanimação Cárdio Pulmonar

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2º ano
Os princípios do treinamento esportivo: conceitos, definições,
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possíveis aplicações e um possível novo olhar
http://www.efdeportes.com/efd121/os-principios-do-treinamento-esportivo-conceitos-
definicoes.htm

Introdução
Este trabalho teve o objetivo de abordar os Princípios do Treinamento Esportivo, seus
conceitos e definições, e possíveis aplicações sob novas perspectivas. A pesquisa foi realizada
através de uma revisão de literatura e análise de conteúdo. Sobre o modelo de estudo, a pesquisa
pode ser tipificada como uma pesquisa descritiva, qualitativa, sendo a análise de conteúdo seu o
procedimento e característica principal, pautada na revisão de literatura sobre os Princípios do
Treinamento Esportivo. A pesquisa assume a característica de uma pesquisa indireta, documental,
através do método bibliográfico (MATTOS, 2004).
Como pressuposto teórico na pesquisa os principais autores utilizados foram Manoel
Tubino, Estélio Dantas e Marcelo Gomes da Costa, e a própria revisão de literatura foi definida
como a delimitação do estudo.
Os princípios do treinamento esportivo: conceitos, definições, possíveis aplicações e
novos olhares
Para Tubino os cinco princípios do Treinamento Esportivo são: O Princípio da
Individualidade Biológica, O Princípio da Adaptação, O Princípio da Sobrecarga, O Princípio da
Continuidade, O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade (TUBINO, 1984). Segundo
Tubino: “Antes de passar ao estudo de cada princípio, é importante enfatizar que os 5 princípios se
interrelacionam em todas as suas aplicações.” (ibidem, 1984, p. 99).
Estélio Dantas atualizando o elenco dos cinco princípios preconizados por Tubino, incluiu
mais um: O Princípio da Especificidade (DANTAS, 1995), que veremos após a abordagem dos
cinco primeiros. Após estes seis primeiros princípios veremos mais dois princípios levantados por
Marcelo Gomes da Costa: O Princípio da Variabilidade e O Princípio da Saúde, totalizando oito
princípios. Ao final trataremos da inter-relação entre os Princípios.
1. O Princípio da Individualidade Biológica
De acordo com Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenômeno que explica a
variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas
iguais entre si.” (TUBINO, 1984, p. 100). Cada ser humano possui uma estrutura e formação física
e psíquica própria, neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois
obedeceria as características e necessidades do indivíduo. Grupos homogêneos também facilitam o
treinamento desportivo. Cabe ao treinador verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas
de seu atleta para o treinamento ter um real desenvolvimento. Há vários meios para isso, além da
experiência do treinador, que conta muito, os testes específicos são primordiais.
Segundo Benda & Greco, uma das Capacidades do Rendimento Esportivo é a Capacidade
Biotipológica, que está dividida em Capacidade constitucional Fenótipo e Capacidade
constitucional Genótipo:
“O genótipo é o responsável pelo potencial do atleta. Isso inclui fatores como composição
corporal, biótipo, altura máxima esperada, força máxima possível e percentual de fibras
musculares dos diferentes tipos, dentre outros. O fenótipo é responsável pelo potencial ou pela
evolução das capacidades envolvidas no genótipo. Neste se inclui tanto o desenvolvimento da
capacidade de adaptação ao esforço e das habilidades esportivas como também a extensão da
capacidade de aprendizagem do indivíduo.” (BENDA & GRECO, 2001, p. 34).
Segundo Dantas: “O indivíduo deverá ser sempre considerado como a junção do genótipo e
do fenótipo, dando origem ao somatório das especificidades que o caracterizarão.” (DANTAS,
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2º ano
1995, p. 39), “deve-se entender o genótipo como a carga genética transmitida à pessoa e que
determinará preponderantemente diversos fatores” (ibidem, 1995, p. 39) e, “os potenciais são
60
determinados geneticamente, e que as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do
fenótipo.” (ibidem, 1995, p. 39). Para este autor, o campeão seria aquele que nasceu com um “dom
da natureza” e que, aproveitando totalmente esse dom, o desenvolve através de um perfeito
treinamento (ibidem, 1995, p. 40).
Nos Jogos PanAmericanos de 2007 verificamos em entrevistas de atletas brasileiros
considerados fenômenos pela mídia, um discurso que os bons resultados obtidos não eram frutos
somente de um Dom, e sim de muito esforço, trabalho, treinamento, incentivos financeiros e
técnicos.
Elevando a importância dos fatores ambientais, do fenótipo do atleta, conseqüentemente,
elevamos a importância do treinador, do profissional de Educação Física e sua intervenção para o
sucesso do atleta, de um campeão.
Não cabe aqui discutir fatos históricos ligados às tentativas de manipulações das
características genéticas, do genótipo de atletas, através, principalmente, dos ideais da Eugenia no
decorrer do século XX. Mas sempre irá caber em qualquer lugar o alerta em relação às tentativas
de manipulação e violação do corpo, da integridade e dos direitos de todo o homem.
2. O Princípio da Adaptação
Podemos dizer que a adaptação é um dos princípios da natureza. Não fosse a capacidade de
adaptação, que se mostra de diferentes modos e intensidades, várias espécies de vida não teriam
sobrevivido ou conseguido sobreviver por longos tempos e em diferentes ambientes. O próprio
homem conseguiu prevalecer no planeta, como espécie, devido à sua capacidade de adaptação.
De acordo com Weineck, a adaptação é a lei mais universal e importante da vida.
Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os
sistemas. Sob “adaptações biológicas no esporte”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas
funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas (WEINECK,
1991):
“Na biologia, compreende-se “adaptação” fundamentalmente como uma reorganização
orgânica e funcional do organismo, frente a exigências internas e externas; adaptação é a
reflexão orgânica, adoção interna de exigências. Ela ocorre regularmente e está dirigida à
melhor realização das sobrecargas que induz. Ela representa a condição interna de uma
capacidade melhorada de funcionamento e é existente em todos os níveis hierárquicos do corpo.
Adaptação e capacidade de adaptação pertencem à evolução e são uma característica importante
da vida. Adaptações são reversíveis e precisam constantemente ser revalidadas (Israel 1983,
141).” (ibidem, 1991, p. 22).
Weineck diz que, no esporte, devido aos múltiplos fatores de influência, raramente o
genótipo é completamente transformado em fenótipo, mesmo com o treinamento mais duro. Para
este autor, fases de maior adaptabilidade, encontram-se em diferentes períodos para os fatores de
desempenho de coordenação e condicionados, são designadas “fases sensitivas”. A zona limite
destas fases sensitivas, isto é, o período em que justamente ainda é possível uma melhor expressão
das características, geralmente é chamada de “período crítico” (ibidem, 1991).
““Capacidade de adaptação” ou “adaptabilidade” é o nome que se dá à diferente
assimilação dos estímulos, frente à mesma qualidade e quantidade de exercícios ou carga de
treinamento. Ela pode ser atribuída à correlação organismo/ambiente, sob o ponto de vista da
predisposição hereditária e sua expressão (genética) (Gürtler 1982, 35).” (ibidem, 1991, p. 23).
Para Tubino, este princípio do Treinamento Esportivo está intimamente ligado ao fenômeno
do stress. As investigações sobre o stress tiveram início em 1920 com Cânon e Hussay, tendo uma
grande ênfase no período entre 1950 e 1970, onde praticamente surgiu uma literatura científica
básica sobre este fenômeno (TUBINO, 1984). Segundo Tubino:

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“Definindo-se Homeostase, de acordo com CANNON, como o equilíbrio estável do
organismo humano em relação ao meio ambiente, e sabendo-se que esta estabilidade modifica-se
61
por qualquer alteração ambiental, isto é, para cada estímulo há uma resposta, e, ainda,
entendendo-se por estímulos o calor, os exercícios físicos, as emoções, as infecções, etc., conclui-
se, com base num grande número de experiências e observações de diversos autores, que em
relação ao organismo humano:
a. estímulos débeis => não acarretam conseqüências;
b. estímulos médios => apenas excitam;
c. estímulos médios para fortes => provocam adaptações;
d. estímulos muito fortes => causam danos.” (ibidem, 1984, p. 101).
Segundo Dantas, o conceito de Homeostase, que é necessário para compreender este
princípio, é: “Homeostase é o estado de equilíbrio instável mantido entre os sistemas constitutivos
do organismo vivo, e o existente entre este e o meio ambiente.” (DANTAS, 1995, p. 40). Para este
autor, a homeostase pode ser rompida por fatores internos, geralmente oriundos do córtex cerebral,
ou externos, como: calor, frio, situações inusitadas, provocando emoções e, variação da pressão,
esforço físico, traumatismo, etc. Dantas diz que, sempre que a homeostase é perturbada, o
organismo dispara um mecanismo compensatório que procura restabelecer o equilíbrio, quer dizer,
todo estímulo provoca reação no organismo acarretando uma resposta adequada (ibidem, 1995).
Neste sentido, o organismo, buscando o equilíbrio constante, estaria sempre em um estado
constante de equilibração.
Tubino pensa que, quando o organismo é estimulado, imediatamente aparecem mecanismos
de compensação para responder a um aumento de necessidades fisiológicas. Assim, constata-se
que existe uma relação entre a adaptação de estímulos de treinamento e o fenômeno de stress, o
que é explicado pelo princípio científico da adaptação. A definição dada ao stress por Tubino é a
seguinte:
“Stress ou Síndrome de Adaptação Geral (SAG), segundo SELYE (1956) é a reação do
organismo aos estímulos que provocam adaptações ou danos ao mesmo, sendo que esses
estímulos são denominados agentes stressores ou stressantes.” (TUBINO, 1984, p. 102).
A síndrome de adaptação geral (SAG) é dividida em três fases, até que o agente stressante
na sua ação atinja o limite da capacidade fisiológica de compensação do organismo: 1ª Fase:
Reação de alarme; 2ª Fase: Fase da resistência (adaptação) e; 3ª Fase: Fase da exaustão (ibidem,
1984).
Para este autor, na fase de reação de alarme, os mecanismos auxiliares são mobilizados para
manter ávida, a fim de que a reação não se dissemine. É caracterizada pelo desconforto, e está
dividida em duas partes choque e contrachoque:
“sendo o choque a resposta inicial do organismo a estímulos aos quais não está adaptado,
provocando a diminuição da pressão sanguínea, enquanto o contrachoque ocasiona uma
inversão de situação, isto é, ocorre um aumento da pressão sanguínea.” (ibidem, 1984, p. 102).
A fase da resistência é a fase da adaptação, a qual é obtida pelo desenvolvimento adequado
dos canais específicos de defesa, sendo esta etapa caracterizada pela dor e pela ação do organismo
resistindo ao agente stressante inicial, sendo a fase que realmente mais interessa ao treinamento
desportivo.
A fase da exaustão é aquela em que as reações se disseminam, em conseqüência da
saturação dos canais apropriados de defesa, apresentando como característica a presença do
colapso, podendo chegar até a morte (ibidem, 1984).
Tubino ainda menciona que, “EÜLER observou 3 tipos de stress, de acordo com a origem
dos estímulos stressantes” (ibidem, 1984, p. 103), são eles: o stress físico, o stress bioquímico e,
o stress mental.
De acordo com Tubino, é importante a utilização correta do princípio de adaptação, onde se
deve haver cuidado na aplicação das cargas de treinamento, agentes stressantes.

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Mas não só de modo pragmático devemos enxergar o Princípio da Adaptação. Acredito que 62
em termos de treinamento, o critério adaptação pode ser estendido a vários outros fatores além do
treinamento fisiológico propriamente dito. Um bom exemplo são as capacidades de adaptações
emocionais, ambientais, entre outras, além da comum capacidade do treinador ou professor se
adaptar, às vezes com um “jeitinho brasileiro”, às péssimas condições de trabalho ou dificuldades
encontradas em condições sociais desfavorecidas. O treinador ou professor deve ter em mente que
é preciso se adaptar à atitude de adaptação, uma atitude consciente e crítica, pois, com a
velocidade da dinâmica das mudanças hodiernas e a possível e quase certa aceleração que deve vir
adiante em tempos futuros, a capacidade de adaptação será cada vez mais necessária e requisitada.
3. O Princípio da Sobrecarga
De acordo com Dantas: “Imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma
recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase” (DANTAS, 1995, p. 43).
“O aproveitamento do fenômeno da assimilação compensatória ou supercompensação, que
permite a aplicação progressiva do princípio da sobrecarga, pode, ainda, ser severamente
comprometido por uma incorreta disposição do tempo de aplicação das cargas.
O equilíbrio entre carga aplicada e tempo de recuperação é que garantirá a existência da
supercompensação de forma permanente.” (ibidem, 1995, p. 44).
Segundo Tubino, o momento exato em que se produz à adaptação aos agentes stressantes
(estímulos), é, sem dúvida, um dos pontos mais discutíveis do Treinamento Esportivo. Existem
pontos de vista que estabelecem a adaptação durante intervalos intermediários dos treinos,
enquanto que outras pesquisas defendem a tese da adaptação após o último intervalo da sessão de
treino (TUBINO, 1984). Tubino comenta que:
“Segundo HEGEDUS (1969), os diferentes estímulos produzem diversos desgastes, que são
repostos após o término do trabalho, e nisso podemos reconhecer a primeira reação de
adaptação, pois o organismo é capaz de restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos
desgastes, e ainda preparar-se para uma carga de trabalho mais forte, chamando-se este
fenômeno de assimilação compensatória. Assim, sabe-se que não só são reconduzidas as energias
perdidas como também são criadas maiores reservas de energia de trabalho. A primeira fase, isto
é, a que recompões as energias perdidas, chama-se período de restauração, o qual permite a
chegada a um mesmo nível de energia anterior ao estímulo. A segunda fase é chamada de período
de restauração ampliada, após o qual o organismo possuirá uma maior fonte de energia para
novos estímulos” (ibidem, 1984, p. 105 e 106).
Para Tubino, estímulos mais fortes devem sempre ser aplicados por ocasião do final da
assimilação compensatória, justamente na maior amplitude do período de restauração ampliada
para que seja elevado o limite de adaptação do atleta. Este é o princípio da sobrecarga, também
chamado princípio da progressão gradual, e será sempre fundamental para qualquer processo de
evolução desportiva.
Tubino (1984) cita algumas indicações de aplicação do Princípio da Sobrecarga,
referenciado nas variáveis: Volume (Quantidade) e Intensidade (Qualidade); em vários Tipos de
Treinamento, como: Contínuo, Intervalado, em Circuito, de Musculação, de Flexibilidade e
Agilidade, e Técnico.
O quê o professor ou o treinador deve ter é o bom senso ao definir a sobrecarga que vai
trabalhar com o seu aluno ou atleta, observando todos os outros Princípios do Treinamento
Esportivo, sempre respeitando as necessidades e anseios do atleta e, principalmente, os limites
éticos do treinamento.
4. O Princípio da Continuidade
Este princípio está intimamente ligado ao da adaptação, pois a continuidade ao longo do
tempo é primordial para o organismo, progressivamente, se adaptar.
Compartilho com Tubino, a idéia de que a condição atlética só pode ser conseguida após
alguns anos seguidos de treinamento e, existe uma influência bastante significativa das

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preparações anteriores em qualquer esquema de treinamento em andamento. Para Tubino (1984),
estas duas premissas explicam o chamado Princípio da Continuidade.
63
“Pode-se acrescentar que este princípio compreenderá sempre no treinamento em curso
uma sistematização de trabalho que não permita uma quebra de continuidade, isto é, que o
mesmo apresente uma intervenção compacta de todas as variáveis interatuantes. Em outras
palavras, considerando um tempo maior, o princípio da continuidade é aquela diretriz que não
permite interrupções durante esse período.” (ibidem, 1984, p. 110).
A continuidade de treinamento evita que o treinador subtraia etapas importantes na formação
atlética de um esportista. Em geral um atleta que tem um alto desempenho, com certeza teve uma
continuidade ao longo de sua preparação, treinamento e também do aprendizado do esporte
praticado. A continuidade é importante inclusive no treinamento amador e no lazer, e não somente
no aspecto fisiológico, mas também, como por exemplo, no aspecto psicológico e entre outros
aspectos cujos fatores podem interferir na prática esportiva.
5. O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade
Este princípio está intimamente ligado ao da sobrecarga, pois o aumento das cargas de
trabalho é um dos fatores que melhora a performance. Este aumento ocorrerá por conta do volume
e devido à intensidade.
Para Tubino (1984), pode-se afirmar que os êxitos de atletas de alto rendimento,
independente da especialização esportiva, estão referenciados a uma grande quantidade (volume) e
uma alta qualificação (intensidade) no trabalho, sendo que, estas duas variáveis (volume e
intensidade) deverão sempre estar adequadas as fases de treinamento, seguindo uma orientação de
interdependência entre si. Ainda segundo Tubino: “Na maioria das vezes, o aumento dos
estímulos de uma dessas duas variáveis é acompanhado da diminuição da abordagem em
treinamento da outra” (ibidem, 1984, 110).
Nem sempre as variáveis volume e intensidade estão claramente explícitas ao treinador para
que este possa definir um treinamento ou ação baseado na relação entre estas. Portanto, utilizando
o bom senso, na dúvida nunca se deve arriscar ou colocar o atleta ou praticante em risco. Um bom
treinador consegue enxergar com maior clareza a relação de interdependência entre volume e
intensidade de um treinamento ou ação de atividade.
6. O Princípio da Especificidade
De acordo com Dantas (1995), a partir do conceito de treinamento total, quando todo o
trabalho de preparação passou a ser feito de forma sistêmica, integrada e voltada para objetivos
claramente enunciados, a orientação do treinamento por meio de métodos de trabalho veio,
paulatinamente, perdendo a razão de ser. Hoje em dia, nos grandes centros desportivos, esta forma
de orientação do treinamento foi totalmente abandonada em proveito da designação da forma de
trabalho pela qualidade física que se pretende atingir. Associando-se este conceito à preocupação
em adequar o treinamento do segmento corporal ao do sistema energético e ao gesto esportivo,
utilizados na performance, ter-se-á o surgimento de um sexto princípio esportivo: o princípio da
especificidade, que vem se somar aos já existentes. Podemos dizer que este princípio sempre
esteve intrínseco em todo o treinamento esportivo, desde o mais rústico nas práticas utilitárias,
mas tê-lo como princípio norteador e como um dos parâmetros que devem ser levados em
consideração é essencial ao estudo e planejamento crítico e consciente nos treinamentos
contemporâneos.
“O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial, que o
treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em
termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e
coordenações psicomotoras utilizados” (ibidem, 1995, p. 50).
Segundo Dantas, ao se estudar o princípio da especificidade, de imediato sobressai um fator
determinante, que é o princípio da individualidade biológica, estabelecendo limites individuais a
esta capacidade de transferência. O princípio da especificidade irá se refletir em duas amplas

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categorias de fundamentos fisiológicos: os aspectos metabólicos e os aspectos neuromusculares.
Para Dantas, “O princípio da especificidade preconiza, ... que se deve, além de treinar o sistema
64
energético e o cárdio-respiratório dentro dos parâmetros da prova que se irá realizar, fazê-lo com o
mesmo tipo de atividade de performance.” (ibidem, 1995, p. 50):
“Isto serve, cada vez mais, para firmar na consciência do treinador que o treino,
principalmente na fase próxima à competição, deve ser estritamente específico, e que a realização
de atividades diferentes das executadas durante a performance com a finalidade de preparação
física, se justifica se for feita para evitar a inibição reativa (ou saturação de aprendizagem).”
(ibidem, 1995, p. 50).
De acordo com Dantas (1995), o segundo componente dos aspectos neuromusculares é
controlado, principalmente pelo sistema nervoso central ao nível de cérebro, bulbo e medula
espinhal e pressupõe que todos os gestos esportivos, realizados durante a performance, já estejam
perfeitamente “aprendidos” de forma a permitir que, durante a performance, não se tenha que criar
coordenações neuromusculares novas, mas tão somente “lembrar-se” de um movimento já
assimilado e executá-lo. A psicologia da aprendizagem ensina que o conhecimento, ou
movimento, uma vez aprendido fica armazenado no neocórtex sob forma de engrama, que consiste
num determinado padrão de ligação entre os neurônios. O engrama, que é sempre utilizado, fica
cada vez mais “nítido” e “forte” ao passo que aquele que não é utilizado se enfraquece e pode até
se extinguir. Se um gesto esportivo for repetido com constância, seu engrama ficará tão forte a
ponto de permitir a execução do gesto de forma reflexa, através de uma rápida comparação, pelo
bulbo, entre as reações neuromusculares e o engrama. Este aspecto está ligado a mielinização das
fibras nervosas e à velocidade de condução dos impulsos, e à caracterização dos tipos de
movimentos.
Finalizando, Dantas (1995) nos diz que, o aprimoramento da habilidade técnica e a execução
de todos os movimentos possíveis durante o treinamento, visando a aquisição e reforço dos
engramas requeridos pelo esporte considerado, tomarão tanto mais tempo quanto mais complexo
ele for em termos neuromotores.
Então, se a especificidade do movimento, e conseqüentemente da modalidade esportiva, está
atrelada à memória do gesto motor, de seu treinamento, podemos dizer que o Princípio da
Especificidade está ligado diretamente aos gestos específicos de uma determinada modalidade e o
treinamento utilizado para o aprendizado e o desenvolvimentos destes respectivos gestos
específicos.
7. O Princípio da Variabilidade
Também denominado de Princípio da Generalidade, encontra-se fundamentado na idéia do
Treinamento Total, ou seja, no desenvolvimento global, o mais completo possível, do indivíduo.
Para isso deve-se utilizar das mais variadas formas de treinamento (GOMES da COSTA, 1996).
Segundo Marcelo Gomes da Costa:
“Quanto maior for a diversificação desses estímulos – é obvio que estes devem estar em
conformidade com todos os conceitos de segurança e eficiência que regem a atividade – maiores
serão as possibilidades de se atingir uma melhor performance.” (ibidem, 1996, p. 357).
A atenção a este princípio diminui a possibilidade do aparecimento de um Plateu no
treinamento, ou mesmo o aparecimento de fatores desestimulantes, agindo de forma contrária,
atuando na motivação e o mais importante, na possibilidade de possibilitar o surgimento de novas
técnicas de treinamento, de estratégia, táticas, entre outras, inclusive de novos gestos específicos,
que sob um determinado ponto de visão, sob um treinamento não variável, não seria possível ser
identificado ou ter aparecido. Um dos alicerces deste princípio é a criatividade, tanto do atleta,
quanto do treinador.
8. O Princípio da Saúde
Segundo Gomes da Costa (1996), esse princípio encontra-se diretamente ligado ao próprio
objetivo maior de uma atividade física utilitária que vise à saúde do indivíduo:

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“Assim, não só a Ginástica Localizada em si e suas atividades complementares possuem
grande importância. Também os setores de apoio da Academia, como o Departamento Médico,
65
a Avaliação Funcional e o Departamento Nutricional assumem relevante função no sentido de
orientar todo o trabalho, visando a aquisição e a manutenção dessa Saúde.” (ibidem, 1996, p.
358).
Baseado na citação acima posso colocar que este princípio está fundamentado na
interdisciplinaridade. No entanto, nem sempre o Princípio da Saúde tem sido o principal
norteador, ou mesmo um dos princípios norteadores. Em práticas de atividades físicas hodiernas,
verificamos não somente aquelas ligadas à aquisição e manutenção da saúde do praticante, mas
também aquelas de alta performance, que podem trazer malefícios devido ao compromisso com o
alto rendimento e resultados, e ainda, as atividades que não têm compromisso algum com o
aspecto saúde. Atualmente pessoas colocam a vida em risco em esportes extremamente radicais,
quando tentam ultrapassar os limites físicos. Portanto, cabe perguntar: os treinamentos destas
atividades estariam sob o Princípio da Saúde? De certo modo, em relação ao preparo para a
execução da atividade sim, pois, é necessário um certo nível de condicionamento e saúde para tais
práticas, e também, pelo fato dos praticantes estarem fazendo algo que gostam, que é importante
para a vida delas e lhes dá prazer.
A correlação entre este princípio e outras perspectivas do esporte é um ponto interessante
para ampliar os estudos.
9. A inter-relação dos Princípios
De acordo com Gomes da Costa (1996), se faz lógico e transparente que essas leis não
existem apenas por existir. Cada princípio, considerado individualmente, possui seu valor e função
próprios, entretanto, a integração entre esses princípios adquire inestimável importância. “Aqui
acontece aquela “historinha” de que o todo é sempre maior do que a soma de suas partes.”
(ibidem, 1996, p. 358). Assim cada Princípio assume uma importância maior, um papel mais
destacado quando associado aos outros princípios, segundo este autor, que ainda comenta:
“Apesar dessa importante correlação, os Princípios da Adaptação, da Sobrecarga, da
Continuidade e da Interdependência Volume-Intensidade é que vão não só dar corpo como
orientar toda a aplicação prática do treinamento, ou seja, são os verdadeiros responsáveis pela
“arrumação” de todo o processo de treinamento, traduzida na forma dos micro, meso e macro-
ciclos de trabalho.” (ibidem, 1996, p. 358).
Podemos certamente concluir que somente com o conhecimento de todos os princípios é
possível realizar um treinamento ideal e eficaz. Provavelmente a excelência em treinamento deve
estar acompanhada do profundo saber de todos os princípios aqui comentados, além de mais
outros tantos tópicos do treinamento esportivo. Mas o saber profundo destes princípios e dos mais
outros tantos conhecimentos não é o único fator determinante para a excelência em treinamento. A
excelência só será atingida se houver a inter-relação perfeita entre todos estes saberes e respectivas
aplicações, e uma constante reformulação desta inter-relação, pois, este conceito de reformulação
está embutido nos próprios princípios.
Resultados e conclusão
Verificamos que existem oitos Princípios de Treinamento Esportivo, quando utilizado o
pressuposto teórico inicial de Manoel Tubino para o Treinamento Esportivo. Estélio Dantas
adicionou mais um princípio e Marcelo Gomes da Costa mais outros dois, aos cinco primeiros
princípios propostos por Tubino. Foi constatada a inter-relação entre todos os princípios e a
importância destes para o Treinamento Esportivo. Talvez com uma maior compreensão destes
princípios, incluindo aspectos ainda pouco explorados, como o emocional, ambiental, social,
cultural, entre outros, possam contribuir para um olhar plural, além do pragmatismo de um
programa focado somente no aspecto fisiológico do treinamento. Observamos que os professores
ou treinadores devem se apoiar no bom senso para efetivar qualquer treinamento e ampliar a

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discussão sobre os conceitos e utilizações dos princípios que norteiam os treinamentos em
diferentes modalidades.
66
MÍDIA
Meios de comunicação social são todos os tipos de aparatos analógicos ou digitais
utilizados para transmitir textos, imagens e áudios para uma massa heterogênea e indeterminada
de pessoas.
Os meios mais conhecidos são os livros, jornais, revistas, rádio, televisão e internet. Estão
distribuídos por todos os continentes e abrangem cerca de 99% da população mundial.
Estes aparatos existem desde o início da civilização humana, na medida em que sistemas de
criação, processamento, transmissão e recepção, fazem parte natural dos sistemas sociais de
interação humana.
O sistema dos meios de comunicação de massa implica organizações geralmente amplas,
complexas, com grande número de profissionais e extensa divisão do trabalho.
O universo dos meios de comunicação implica, segundo Jorge Pedro Souza (2006), a
existência de um processo social (em que seres humanos trocam mensagens, através de um canal,
dentro de um contexto, com determinados efeitos) e uma atividade social, onde pessoas, imersas
em uma determinada cultura, trocam signos e significados.
Uma característica básica dos meios de comunicação de massa é o fato de que eles
empregam máquinas no processo de mediação da comunicação: aparelhos e dispositivos
mecânicos, elétricos e eletrônicos, que possibilitam o registro permanente e a multiplicação das
mensagens impressas (jornal, revistas, livro) ou gravadas (disco, rádio) em milhares ou milhões de
cópias.
O fator tecnológico dos meios levou o sociólogo canadense Marshall McLuhan a afirmar
que os meios tinham impacto maior do que a própria mensagem sobre os indivíduos. Mcluhan é
autor da famosa sentença de que "o meio é a mensagem".
Descrita em Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem, Marshall Mcluhan
afirma que os meios determinam, ao longo da história, o modo como os indivíduos e as sociedades
sentem, pensam e vivem. São tecnologias tão poderosas que chegam a moldar a natureza da
civilização.
O advento da internet e das tecnologias digitais de comunicação, no final do século XX,
conduziu pensadores como Guy Debord (1967) e Jean Baudrillard (1970) a proclamarem a
emergência da sociedade do espetáculo e da era dos Simulacros e Simulações. Para os pensadores
franceses, a era das imagens (digitais, virtuais, protéticas) estava a engolir a realidade e a instituir
um regime autocrático de falsificação do real. Nada mais possuía natureza original e autêntica do
real. O valor de signo havia empurrado o universo ao buraco negro da própria imagem. No mundo
da imagem pura, tudo era apenas espetáculo e simulacro.
Leandro Marshall observa em "A Hipercomunicação" (2014) que o pensamento de
Baudrillard e de Debord denota o sentimento de o universo sagrado imaginário humano estaria
dominado e controlado pela inflação de imagens e objetos da sociedade de consumo. A Era do
Espetáculo seria a consagração do império da "Hiper-Realidade", território totalmente engolfado
pela tecnologização e pela virtualização.

Evolução histórica

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Os primeiros meios de comunicação de massa foram os livros, produzidos artesanalmente
desde a antiguidade, mas fabricados, em série, a partir da invenção da prensa, por Gutemberg, na
67
Alemanha, no século XV. O primeiro livro produzido pelo impressor alemão foi a Bíblia de 42
linhas. A prensa permitiu o nascimento dos jornais e das revistas a partir do século XVII. Os dois
tipos de meios ganharam sua forma moderna no início do século XX, nos Estados Unidos, e
depois na Inglaterra, com a penny press.
Os meios de comunicação social passaram efetivamente a ter impacto social, sobretudo, no
século XX, a partir do advento da Televisão e do Rádio. Os meios eletrônicos dominaram plateias
no mundo inteiro e tornaram-se instrumento permanente de emoção, encanto, fantasia e
informação
O avanço da tecnologia permitiu a reprodução em grande quantidade de materiais
informativos a baixo custo. As tecnologias de reprodução física, como a imprensa, a gravação
de discos de música e a reprodução de filmes seguiram a reprodução de livros, jornais e filmes a
baixo preço para um amplo público. Pela primeira vez, a televisão e a rádio permitiram a
reprodução eletrônica de informações.
Os meios eram (pelo menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste
modelo, um obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto
ao crescer o volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de lucro.
Grandes fortunas são devidas à indústria da mídia.
Se, inicialmente, o termo "meios de comunicação de massa" se referia basicamente a jornais,
revistas, rádio e televisões, no final do século XX a internet também entrou fortemente no setor.
Para alguns, também os telefones celulares já podem ser considerados uma mídia.

O esporte da Mídia

Esta parte do trabalho terá como fundamento o texto de Betti (2001). Ele salienta que o
esporte atualmente é o esporte da mídia e isto esta acontecendo porque a mídia e neste caso a
televisão, como sendo o maior meio de comunicação de massa, tem que defender seus interesses
econômicos, políticos, sociais e ideológicos perante o povo. Para o autor a televisão devorou as
outras mídias por dar a visibilidade que o esporte tem hoje. Esta abrangência televisiva o autor deu
o nome de “esporte telespetáculo”.

As características que o autor mostra e que fazem com que o esporte seja da mídia em
especial da televisão começam com a ênfase dada a falação esportiva, que tem como característica
informar e atualizar as pessoas dos bastidores do mundo esportivo, contar histórias dos atletas e
clubes, criarem expectativas para conquistar adeptos e aumentar a audiência. Ainda as previsões
de resultados e as contratações devem ser disseminadas pela população. As explicações e
justificativas dos erros e acertos dos árbitros promovem aos telespectadores muitas emoções,
criando polêmicas e rivalidades. Por fim critica e dramatiza os grandes acontecimentos que
marcam a vida esportiva.

Outra característica é a monocultura esportiva. Podemos observar claramente que em nosso


país o futebol é destaque, principalmente na televisão aberta. Por assinatura os esportes radicais
estão em primeiro seguido do futebol e tênis. O futebol se explica por seu custo benefício que
atende ao interesse econômico. Outro fator é a sobrevalorização da forma em relação ao conteúdo.
Com os avanços audiovisuais ligados a informática, as imagens vêm ganhando espaço em relação
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à palavra. Estes avanços são visíveis e apresentados principalmente pela televisão. Nos canais por
assinatura este avanço é ainda maior. Podemos observar que em muitos casos a informação é
68
muito bem transmitida puramente com imagens, buscando atingir o máximo de emoções. Esta
espetacularização gera a fragmentação e a descontextualização do esporte. Neste sentido existe
muita diferença em você assistir um jogo pela televisão e ao vivo no estádio.

Outra característica muito importante é a superficialidade. A televisão por si só, gera a


cultura do breve e do descontínuo. A profundidade das informações pode ser atingida com a
interação entre várias mídias, ou seja, a televisão levaria ao jornal, a revista e outras mídias. Mas
atualmente quem lê, se as imagens são mais fáceis de ser captadas e assimiladas como verdade?
Neste sentido os efeitos negativos da televisão são enormes, ainda mais num país como o Brasil
que possuem muitos analfabetos e semi-analfabetos. O último fator e não menos importante é a
prevalência dos interesses econômicos. A mídia privilegia o que fornece audiência e em
conseqüência o lucro. A ideologia que a mídia passa aos seus consumidores produz uma alienação
ao tradicional. Isto caracteriza a pobreza da televisão brasileira e suas mesmices da programação.
As pessoas acabam escolhendo o que as mídias querem. O telespectador acaba sofrendo da terrível
doença da alienação e da heteronomia, os outros definem por mim e sabem o que eu quero e gosto.
As pessoas perderam o poder da reflexão crítica e de perceber o que é bom ou ruim para si
próprio.

Podemos observar que estas características possuem fatores que mostram o grande poder
que as mídias detêm sobre as pessoas. As informações transmitidas para nós têm um caráter
alienante e um interesse particular seja ele econômico, político, social e outros que nos fazem
pensar e agir de forma que eles querem. A reflexão crítica que devemos possuir deve nos
proporcionar uma atitude também crítica, que nos possibilite não aceitar de forma simples e rápida
as imposições consumistas e ideológicas que as mídias nos impõem diariamente.

O esporte na Mídia

Acredito que falar sobre o esporte na mídia implica em comentar sobre algumas questões e
possibilidades que vem de encontro com as pessoas e seus direitos mais significativos como seres
humanos. Podemos observar que o esporte da mídia possui as lacunas fundamentais que servem
de suporte para serem exploradas e com isto justificar e elaborar novas questões e possibilidades
para construir o esporte na mídia. Desta forma podemos ampliar o entendido do esporte em todas
as suas dimensões.

A constituição federal comenta no artigo 221 que a mídia deveria ter um caráter puramente
educativo, artístico, cultural e informativo. Outro artigo o 224, prevê um Conselho de
Comunicação Social para analisar e efetivar que a mídia tenha exatamente o caráter que a
constituição lhe impõe. Como este conselho nunca foi efetivado e com certeza não á nenhum
interesse que ele realmente se efetive, a mídia com seu conhecimento parcializado sobre a
realidade, possui total liberdade para ditar o que é educativo, artístico, cultural e informativo.

Neste contexto grande parte das pessoas que vê o esporte dentro desta ótica (da mídia) o
entende como sendo educativo, artístico, saúde, integrador, lazer e outros adjetivos que o
caracterizam como sendo um fator de transformações social que tira as crianças das ruas e das
drogas e garante um futuro melhor como atleta. Esta visão acrítica e alienada de esporte é o que a

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mídia, com suas formas de persuasão desenvolvidas pelos meios tecnológicos apresentam para
nós.
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Por trás do fenômeno esporte se escondem muitas informações que a mídia com sua
característica de superficialidade não conseguem mostrar. Esta visão de esporte é semelhante a um
iceberg, a parte maior não esta vista e sim escondida debaixo da água. O esporte na mídia teria o
dever de mostrar estas facetas escondidas e buscar a verdade dos fatos esportivos. Mostrar os reais
interesse políticos e econômicos dos campeonatos e grandes eventos que são os únicos que a
mídia divulga. Segundo Rebelo e Azevedo (2001) a CBF ganha milhões de patrocínio de várias
instituições como NIKE e Ambev para promover o futebol brasileiro em todos os níveis desde a
principal até a de base. Mas sabemos que a grande maioria vai para a equipe principal que
oferecem aos jogadores uma mordomia e grandes salários e a outra parte simplesmente some. No
ano de 2001 a CBF ganhou destes dois patrocinadores R$ 25 milhões. O dinheiro desapareceu. O
passivo circulante da CBF chegou a R$ 55 milhões e o prejuízo acumulado de R$ 25 milhões.
Ainda ninguém sabe quem gastou o dinheiro e como. Enquanto sobra dinheiro em um lado em
muitos outros tem inúmeras pessoas passando fome.

Geralmente na televisão se associa o esporte como educação e saúde. É muito divulgado que
se a criança esta praticando esporte ela automaticamente está tendo educação. O esporte possui
como características a competitividade e a rígida normatização. Neste contexto o participante é um
mero executante de formas técnicas de movimento. Obedecendo geralmente a um técnico que
manda o participante a executar movimentos predeterminados em direção a uma modalidade
esportiva com intenção de formação de atletas. Mas quantos serão atletas? Será que uma criança
tem consciência se quer ser um atleta? E o que isto representa para ela? E ainda neste mesmo
sentido fazem as peneiras humanas, para selecionar os melhores, como se as pessoas fossem
objetos de escolha. Tratam-nos como ferramenta para executar determinado serviço que é
importante apenas para quem seleciona. Exemplo disto são os programas ditos sociais exibidos
principalmente pela televisão, que selecionam crianças pobres de um determinado lugar e
oferecem durante um determinado tempo atividades esportivas, alimentação e brincadeiras e
chamam isto de educação e cidadania. Esta visão simplista de educação é o que a mídia quer
divulgar para melhor controlar e dominar.

Neste sentido, qualidades importantes para o ser humano como a participação efetiva nas
atividades criando e construindo conjuntamente possibilidades de movimento, não existem.
Valores éticos como honestidade, cooperação, responsabilidade e respeito não são proporcionados
pelas atividades desenvolvidas. Atividades de interação social entre crianças, grupos de discussão
e criação também não são oferecidas. Desta forma o desenvolvimento de uma reflexão crítica nas
pessoas e principalmente nas crianças é praticamente impossível.

Outro fator que temos que comentar é sobre a veiculação do esporte como saúde.
Começamos pelas inúmeras lesões que os jogadores têm no dia a dia. Lesões estas que se tornam
crônicas e dura toda vida. O que proporciona em muitas vezes um afastamento do trabalho e
problemas para toda a família. A saúde esta vinculada geralmente a um corpo bonito em que as
atividades esportivas e conseqüentemente físicas são fundamentais para isto. Podemos observar
aqui que a mídia entende a saúde como ausência de doença, como sendo um fenômeno puramente
físico, objetivo e empírico. A subjetividade do ser humano, ou seja, o que ele sente e o significado
que a atividade tem para cada um de nós é ignorada. Somos diferentes um do outro. As receitas de

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atividades física que são divulgadas para toda população e são relacionadas à saúde, reagem
diferente em cada ser humano que é único e particular. Uma caminhada para mim é uma atividade
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ótima que eu realmente gosto de fazer. Para aquela pessoa que faz porque um personal treiner
mandou tem outro significado. Estas diferenças no sentido e no significado das atividades que são
baseadas na subjetividade de cada um a mídia ignora, ou seja, o ser humano não pode ser um
sujeito pensante e sim um objeto executante.

Temos que analisar também que o esporte na mídia tem que abordar a inteireza das
modalidades esportiva, desde o amadorismo até o profissionalismo. Percebemos hoje que as
mídias dão destaque exatamente a algumas modalidades que se projetam para o mundo, com
intenção de medalhas e que possuem um bom patrocinador. Acredito que as pessoas têm que
entender, conhecer e vivenciar outras formas de atividades esportivas e isto pode ser conquistado
com uma mídia diferente, a favor do esporte. Proporcionando que as pessoas escolham e
participem de suas atividades baseado nos seus interesses.

Desta forma podemos observar que todas estas questões que foram analisadas são
possibilidades reais, que o esporte na mídia com mais visibilidade e como um fator que tenha
domínio de si e de seus atos podem ser concretizado. Sabemos que no sistema atual de
comunicação de massa isto se torna um pouco utópico, mas entendemos a utopia como sendo uma
forma de pensamento que nos leva para o melhor, para traçar novos caminhos em busca do bem
comum.

Considerações finais

Buscamos neste trabalho enfatizar que realmente o esporte que temos contato por intermédio
da mídia é um esporte da mídia. Esporte este que deve respeitar as regras impostas por esta mídia,
mídia esta que detêm um grande poder, que foi adquirido pelos avanços tecnológicos e por
respeitar os interesses capitalistas. A mídia quer através do esporte socializar sua informação e
utilizá-lo como produto de consumo, para tal atividade esportiva existe um equipamento adequado
que cumpre com as regras. O esporte se torna uma peça em busca de lucro para quem já o tem.

Acredito que a visão humana de entender o esporte esteja exatamente em reverter este
processo. O esporte é o que se faz dele. Ele pode auxiliar tanto na transformação como na
destruição das pessoas e ainda como já é de costume manter o etatus quo da sociedade. O esporte
entendido em todas as suas dimensões, principalmente como meio educativo pode contribuir para
o crescimento das pessoas como seres autônomos, criativos e com valores éticos. Para isto temos
que ampliar seu entendimento e não resumi-lo a formas de movimento pré-estabelecido, baseado
em regras e competição, que classifica o ser humano em apto e não apto. Temos que dar asas à
subjetividade humana de perceber este lado do esporte. Para isto o esporte deve ser divulgado e
difundido de forma diferente e mais abrangente, ou seja, de forma crítica e na mídia.

Para encerrar percebemos que a mídia neste sentido faz de tudo para atingir seus objetivos
consumistas. Sabemos que ela usa de todas as artimanhas para persuadir as pessoas e mostrar que
aquilo que se mostrar é o real e assim o verdadeiro. As conseqüências da difusão do esporte pela
mídia atualmente, nos faz pensar em uma sociedade robotizada. Formas de pensamento, gosto e
desejos são coletivizados, temos que pensar e agir como todo mundo. As individualidades e
diferenças que todos nós temos por natureza não têm mais nenhuma importância e não são mais
respeitadas e sim apagadas ideologicamente de nós. Não consigo ver no esporte apenas seu lado
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competitivo, agressor e beligerante, sempre em estado de guerra. Tenho plena convicção que a
face humana do esporte que poucos estudiosos conhecem, deva ser mais discutida na mídia.
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https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/517/542
http://www.aquabarra.com.br/artigos/treinamento/COMPONENTES_DA_APTIDAO_FISI
CA.pdf

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