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George

Ler “George” é, acima de tudo, ler um percurso de uma figura ao longo de 3


etapas da vida e as naturais transformações ocorridas desde a idade sonhadora até à
idade da solidão.
Diálogo entre a realidade, a memória e a imaginação
Ora George ao caminhar pela rua (realidade) evoca a memória no seu encontro
imaginário com Gi (começando primeiro por imaginar que a vê e depois por imaginar
que fala com ela).
O outro momento em que George volta a evocar a imaginação é o diálogo com
Georgina, o seu futuro “eu”. Aqui percebemos que
As personagens e a metamorfose da figura feminina
Gi Reflexão
metafórica do
 Jovem (18 anos)
passado
 Ânsia de liberdade, descoberta e conhecimento
 Recusa da vida que a sociedade espera da mulher (as convenções sociais) e ser
como as outras
 Mas é marcada pelo enraizamento familiar e afetivo
A nível social, marcada pela:
 Submissão ao modelo feminino imposto pela sociedade.
 Ignorância/desconhecimento.
 Ficar (permanência na vila)
 Simplicidade.
Leva à solidão
George
em velha
 Mulher madura (45 anos)
 Em constante processo de fuga a algo
 De que é prova o alheamento social/desvalorização das relações afetivas e
desapego pelos objetos que tragam recordações (livros e mobílias), pois estes
não passam de uma máscara da sua tristeza interior (evidenciada pelo choro e
quando nos é dito que toda esta “desertificação” é feita “com esforço, com
sofrimento”)
A nível social, marcada pela:
 Liberdade e rejeição de modelos.
 Conhecimento (viagens pelo mundo).
 Sucesso profissional, prosperidade financeira
 Partir (viagens pelo mundo).
 Nome masculino estrangeiro,
Também uma
 Crença de que o dinheiro impossibilita a solidão máscara
 E glamour e sofisticação 
Georgina
Reflexão
 Só metafórica do
 Consciente da: futuro
o Passagem do tempo e efemeridade da vida
o Efemeridade do poder
o Importância dos laços afetivos
Sendo esta útil para percebermos que esta “vida mascarada” irá levar a uma vida triste
a angustiada.
Famílias desavindas
Este conto relata o conflito existente entre 2 famílias – a dos semaforeiro e a
dos médicos- e a forma como este começou – devido a um semáforo instalado no
cruzamento de 2 ruas no Porto – e acabou.
A história social
No entanto, há algo comum a estas 2 famílias, é que o leitor, ao acompanhar estas
histórias individuais, observa também a passagem do tempo e, mais especificamente,
desde o início do século XX, com a invenção do semáforo movido a pedal, até à
Revolução dos Cravos, passando pelas 2 grandes guerras mundiais.
Como tal, e devido à clara referência aos marcos históricos mais importantes para
Portugal nesse século, é nos possível dizer que conhecer este conto é também
conhecer o contexto histórico-social da sociedade portuguesa, desde do início do
século passado até à época contemporânea, cujas referências temporais têm, assim,
como função conferir verosimilhança à história.

História Pessoal
História social
Semaforeiros Médicos
Ramon João Pedro Bekett 1º Guerra mundial
Ximenez João 2º Guerra mundial
Asdrúbal 25 de Abril
Paulo
Paco Um dia destes ; Há dias

Articulação do insólito e da realidade:


 A referência a marcos históricos e nomes dá verosimilhança à obra
 O carater incomum e pitoresco das ações narradas (semáforo a pedais, escolha
do primeiro semaforeiro, origem do conflito e o acidente)
Quotidiano:
 Corrupção/suborno
 Incompetência profissional (no caso de Paulo)

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