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Histórico
Era, pelo menos, este o objectivo dos laboratórios de prestígio naquela época. Um deles,
a firma alemã Bayer, acreditou ter encontrado o produto desejado em 1879, que foi
aprovado e registado em 1898.
Tinha sido descoberta a heroína, nome derivado da palavra alemã heroish, que significa
poderoso, heróico. Não admira que fosse denominada assim, já que se tratava de um
produto que produzia maiores efeitos com uma dose menor.
Pensaram que serviria para tratar os dependentes da morfina, assim como outras
doenças (por exemplo, a tuberculose). Aparentemente, não tinha efeitos secundários
adversos, mas depressa se tornaram evidentes os seus riscos e efeitos negativos, apesar
de a Bayer ter conseguido manter as críticas sob controlo, durante uma dezena de anos.
Em todo o caso, a irrupção da heroína no período que vai de 1898 a 1930, provocou
uma mudança qualitativa muito importante em relação ao papel social das drogas,
tendo, inclusivamente, modificado a perceção e utilização de outras substâncias e
configurado o modelo contemporâneo dos "problemas de drogas" nas sociedades de
consumo.
Vias de Administração
Durante muito tempo, a heroína foi consumida por via intravenosa.
Preparar a injecção de heroína transformou-se num ritual: numa colher, ou num objecto
semelhante, coloca-se o pó, mistura-se com água e umas gotas de sumo de limão e
coloca-se sobre uma fonte de calor para facilitar a dissolução.
Sobre a mistura põe-se um pedaço de algodão ou o filtro de cigarro, para assim filtrar as
impurezas, antes de introduzir a solução na seringa. Fica, então, preparada a injeção.
Por outro lado, o processo de fumar ou inalar os vapores libertados torna-se mais fácil e
rápido se puser a heroína num papel de estanho sobre uma fonte de calor.
Aspectos Farmacológicos
Efeitos Psicoactivos
Analgesia;
Sonolência;
Euforia;
Embotamento mental;
Contracção da pupila;
Náuseas;
Vómitos;
Outros efeitos:
Síndrome de abstinência
Muitas das complicações típicas dos heroinómanos estão intimamente relacionadas com
as infecções causadas pelo uso da seringa, falta de hábitos higiénicos adequados e
também pela adulteração do opiáceo mediante produtos tóxicos ou prejudiciais (é
frequente encontrar adulterantes como açúcar em pó, talco, lactose, cacau,...). Isto
explica o aparecimento no paciente de feridas, abcessos, processos infecciosos como
hepatites, pneumonias, SIDA.