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A Licencianda
Declaro que este trabalho nunca foi apresentado, na sua essência, para obtenção de
qualquer grau, e que ele constitui o resultado da minha investigação pessoal, estando
indicadas no texto e na bibliografia as fontes que utilizei.
A Licencianda
_______________________________________
(Hermínia Artemiza Filipe Dava)
i
DEDICATÓRIA
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos e colegas Aires, Alcinda, Arnoldino, Augusto, Azarias, Celso,
Etevalda, Jone, Madona, Magul, Maoco, Matias, Phumo e Teles que partilharam
comigo os bons e maus momentos da vida académica.
À todos aqueles que directa ou indirectamente deram o seu contributo à minha vida
académica.
MUITO OBRIGADA.
iii
SIGLAS
iv
Resumo
O presente trabalho tem como objectivo analisar a relação existente entre a avaliação
de desempenho humano no Ministério da Função Pública e a melhoria da qualidade
na prestação de serviços.
Uma vez que o Governo adoptou em 2001 a Estratégia Global da Reforma do Sector
Público com o intuito de fazer com que o funcionário mude ou adopte uma nova
postura em relação ao seu trabalho, procurando deste modo melhorar os serviços por
sí prestados ao cidadão, procurou-se perceber de que forma a avaliação de
desempenho como instrumento de gestão de recursos humanos contribui para a
melhoria da qualidade na prestação de serviços.
Do estudo feito no Ministério da Função Pública, verificou-se que não existe uma
relação entre a avaliação de desempenho humano e a melhoria da qualidade na
prestação de serviços.
v
CAPÍTULO I
1. Introdução
1
Capital humano: é o capital de gente, de talentos e de competências. A competência de uma pessoa
envolve a capacidade de agir em diversas situações, tanto para criar activos tangíveis e intangíveis
(Chiavenato, 2006:233).
1
Neste estudo procura-se compeender a gestão de Recursos Humanos2 na Administração
Pública, dando enfoque particular a questão do impacto que o processo de avaliação de
desempenho cria nos funcionários, isto é, analisar a competência e habilidades
profissionais dos gestores na implementação do processo de avaliação com vista a formar
ou capacitar funcionários, bem como dar incentivo ao comprometimento com a qualidade
na prestação de serviços ao cidadão.
A reforma, pretende que os serviços públicos sejam mais operacionais, orientados para
resultados e com enfoque no cidadão (CIRESP, 2001:9). Foi nesta perspectiva que o
Governo aprovou através do Decreto nº 55/2009 o Sistema de Gestão de Desempenho na
Administração Pública (SIGEDAP), de 12 de Outubro, que é um instrumento de gestão
que pretende criar um clima de exigência , de mérito e de transparência na acção dos
serviços, identificando os desequilíbrios funcionais, deficiências organizacionais e
responsabilizando os dirigentes, funcionários e agentes do Estado na sua acção como
servidores do Estado e do cidadão.
O estudo teve como objectivo principal analisar a relação existente entre a avaliação de
desempenho humano e a melhoria da qualidade na prestação de serviços ao cidadão.
Procurou-se de forma específica identificar os constrangimentos que possam de alguma
forma dificultar a avaliação de desempenho e deste modo não propiciar a melhoria da
qualidade na prestação de serviços, compreender a eficácia e a legitimidade da avaliação
de desempenho e ainda verificou se os critérios usados na avaliação de desempenho
ajudam na melhoria da qualidade na prestação de serviços .
2
Gestão de Recursos Humanos: designa o conjunto de actividades dedicado a identificar as necessidades
da organização para as pessoas, seleccionar as pessoas para trabalhar na organização, determinar o seu
trabalho, treiná-las, avaliar seu desempenho e administrar sua recompensa (Hampton: 1991).
2
As conclusões do estudo indicam que este instrumento de gestão de recursos humanos
não propicia o melhoramento da qualidade na prestação de serviços devido, por um lado,
ao subjectivismo dos avaliadores que acabam atribuindo pontuações com base em
relações de amizade e não com base no trabalho realmente desenvolvido pelo funcionário
e, por outro lado, pelos indicadores de avaliação que não são claros, dificultando deste
modo que a avaliação de desempenho seja objectiva.
3
foi realizado no Ministério da Função Pública, tendo como período de análise 2007 a
2009.
Refira-se que durante a realização do presente trabalho, foi introduzido em 2010 o novo
Sistema de Gestão de Desempenho na Administração Pública (SIGEDAP), que de certa
forma corrige parte das deficiências apontadas no trabalho.
Na prática, é preciso destacar e reconhecer que esse instrumento carrega no seu processo
uma dose forte de subjectividade, que o reveste de uma ambiguidade realmente
discutível.
3
Estado- é um território definido, ocupado por uma população específica, é governado por um governo
com autoridade sobre todos os cidadãos e todas as pessoas residentes dentro das suas fronteiras territoriais,
é capaz de tomar e impor decisões independentes relativas à política doméstica, direito e política externa, é
reconhecido internacionalmente como um Estado com capacidade para estabelecer relações com outros
Estados ( Kassotche:1999).
4
objectiva os funcionários tem sido muito grande. O sistema é de tal modo regulado que o
processo de avaliação tem constituído um mero ritual (Rocha, 1997:121).
Neste modelo, a Administração como entidade burocrática é vista como uma organização
e, como tal, apresenta as seguintes características principais:
- baseada por normas;
- baseada numa sistemática divisão do trabalho;
- os cargos são ocupados segundo o princípio hierárquico;
- com normas e regras técnicas fixadas para o desempenho de cada função;
- a selecção dos funcionários se faz por concurso;
- baseada na separação entre proprietários e gestores;
- requer que os seus recursos estejam livres de qualquer controlo externo;
- caracteriza-se pela profissionalização dos seus funcionários.
Em face do exposto, levanta-se a seguinte pergunta de partida que servirá de fio condutor
para a efectivação do presente estudo: de que forma a avaliação de desempenho humano
no Ministério da Função Pública contribui para a melhoria da qualidade na prestação
de serviços?
1.3 Justificação
Nação- é um grupo de pessoas que se vêem a sí próprias como tendo uma herança comum, um destino
comum e um senso de identificação mútua baseada na língua, história e cultura (Idem).
5
orientem seus esforços no sentido do alcance dos objectivos da organização (Carvalho e
Nascimento, 1997:241 ).
A escolha do MFP tem a ver com o facto de ser o ministério que gere a reforma do sector
público, o facto de ter aceite a realização do estudo, não obstante a disponibilização no
acesso aos dados.
A delimitação do período entre 2007 a 2009, tem a ver com o período de existência da
Instituição, para além disso, o ministério foi criado na segunda fase (2006) da reforma
onde se pretende aprofundar as acções já iniciadas na primeira fase para edificação de
uma administração que dê maior enfoque no cidadão e à produção de resultados
mensuráveis.
4
Ministério da Função Pública. II Anuário Estatístico dos Funcionários e Agentes do Estado, Maputo. 2010
6
1.4 Objectivos
1.5 Hipóteses
7
CAPÍTULO II
2. Metodologia
Para além dos métodos descritos, foi também usado o método estatístico como forma de
fazer o tratamento dos dados colhidos no local de estudo, no que diz respeito a evolução
da classificação atribuída aos funcionários no período em causa.
8
Na pesquisa bibliográfica foi feita a recolha do material teórico, tendo se recorrido aos
livros que abordam a questão da avaliação de desempenho, pesquisas na internet com o
objectivo de compreender os elementos teóricos ligados a avaliação do desempenho nas
organizações.
A recolha do material teórico foi feita nas diversas bibliotecas da Cidade de Maputo,
nomeadamente, Biblioteca Central Brazão Mazula, BCI-Fomento, Instituto Superior de
Ciência e Tecnologia de Moçambique, Universidade São Tomás de Moçambique.
Por sua vez, a pesquisa documental, consistiu na consulta e recolha de todo o tipo de
documentos relevantes para o estudo como, o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes
do Estado e os relatórios de actividades do Ministério da Função Pública.
Esta técnica de recolha de dados consiste em perguntas feitas com base num roteiro pré-
estabelecido (Appolinário, 2006:134), no qual o objectivo é sujeitar o universo de
informantes às mesmas perguntas e comparar as suas respostas.
A escolha desta técnica justifica-se pela natureza qualitativa dos dados recolhidos que são
passíveis de várias interpretações. Com os dados de natureza qualitativa pretendia-se
colher as diferentes sensibilidades que os funcionários do Ministério da Função Pública
têm em relação ao processo de avaliação de desempenho.
10
CAPÍTULO III
3. Enquadramento teórico-conceptual
Não há uma única maneira melhor (the best way) de se organizar ou de se administrar
uma organização. Tudo depende (it depends) das características ambientais relevantes
para a organização (Idem:207).
11
Tendo em conta que não há princípios que se aplicam a todas as situações, Robbins
(2000:499), defende que ao falar desta abordagem é preciso ter em conta algumas
variáveis que incluem o tamanho da organização, o nível de rotina no trabalho do
funcionário, o grau de incerteza no ambiente da organização e as diferenças individuais
entre os funcionários, como níveis de habilidade, tolerância à ambiguidade, necessidade
de crescimento ou desejo de autonomia.
12
Autocontrolo, efectuado por cada indivíduo na organização.
Para o autor, a preocupação central nesta abordagem é a de instituir uma gestão planeada
onde a tarefa primeira é a definição dos objectivos globais da empresa em função dos
quais serão definidos objectivos parcelares.
A fixação de objectivos não é feita pela via descendente, mas é altamente participada e
descentralizada, num processo em que cada superior hierárquico trabalha com o seu
subordinado, tendo em vista a fixação de um conjunto de objectivos que seja razoável e
alcançável com algum esforço adicional (ISCSP, 1998:38).
a) a organização no seu todo beneficia da clarificação dos seus grandes objectivos, bem
como da fixação das cargas de trabalho de cada unidade orgânica e de cada indivíduo na
prossecução daqueles objectivos gerais;
13
b) todos os indivíduos na organização beneficiam da fixação de objectivos realistas para
cada ano e da sua medida e controlo periódico;
1.Definição dos
Objectivos da
Organização e dos
Departamentos.
4. Avaliação final
dos resultados. 2.Definição dos
objectivos e plano de
acção individuais.
3. Acompanhamento e
feedback; ajustamentos.
14
A fixação dos objectivos deverá ser acompanhada pela transmissão de feedback, isto é, de
informação relativa às características (quantitativas/qualitativas) do desempenho anterior.
Para a materialização deste trabalho serão usados como conceitos centrais os seguintes:
avaliação de desempenho, qualidade de serviços prestados e eficácia.
3.2.1. Avaliação é o “elo final na cadeia funcional da administração” e constitui uma das
quatro funções em que se divide o processo administrativo, sendo o equivalente ao que
outros autores chamam de processo de controle (Robbins, 2000:449). O autor define-a
como “o processo de monitoramento de actividades para determinar se as unidades
individuais e a própria organização estão obtendo e utilizando seus recursos eficaz e
eficientemente, de modo a atingir seus objectivos e, nos casos em que isso não está sendo
conseguido, implementação de uma acção correctiva”.
15
Para Hampton (1992:507), a avaliação do desempenho é “um procedimento sistemático
no qual o desempenho de praticamente todos os funcionários de escritório, vendas,
técnicas, profissionais e administrativos é avaliado formalmente”.
De acordo com o autor, esta avaliação pode servir para dois fins amplos: o julgamento,
que se refere a tomada de decisões atribuindo aumentos salariais e promoções para os
subordinados e desenvolvimento, que se refere ao auxílio prestado a subordinados para
que melhorem o seu desempenho e adquiram novas habilidades.
Na óptica deste autor o conceito é dinâmico pois os funcionários são sempre avaliados,
seja formal ou informalmente, com certa continuidade nas organizações.
3.2.2. Eficácia
16
Para Chiavenato (2006:82) a eficácia está voltada para a melhor maneira (the best way)
pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim de que os recursos
(pessoas, máquinas, matérias-primas) sejam aplicados da forma mais racional possível.
Portanto, a eficácia dá mais ênfase em fazer coisas correctas e alcançar os resultados.
3.2.3. Qualidade
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abrangência largamente modificados e ampliados para fazer frente às necessidades
surgidas no âmbito do controle administrativo.
1.Campo dos resultados: área de visão que integra uma diversidade de factores ligados
geralmente às metas de trabalho pré-definidas pela organização e que devem ser
alcançadas em determinado espaço de tempo pelo empregado. Os resultados a serem
avaliados podem estar expressos de duas formas distintas:
Quantitativamente: quando o factor numérico está explícito na meta e no
resultado a ser alcançado (o número de trabalhos realizados);
Qualitativamente: quando os parâmetros de exigência e atingimento da relação
meta-resultado não estão determinados em termos numéricos mas, sim, por
propriedades ou valores que, uma vez alcançados, definem a aceitação daquilo
18
que foi pré-fixado (atingir um nível de atendimento ao público adequado à
imagem da instituição).
19
Propósito de desenvolvimento: este propósito serve para desenvolver os
funcionários que são efectivos na organização. Quando os funcionários não estão
desempenhando as suas tarefas conforme o esperado é necessário procurar formas
de fazer com que eles sigam o caminho correcto.
20
3.6 Métodos de avaliação do desempenho humano
É o método de avaliação mais utilizado e divulgado. É tido como o método mais simples
daí a sua aplicação requerer uma multiplicidade de cuidados, a fim de neutralizar a
subjectividade e o pré-julgamento do avaliador, que podem ter enorme interferência.
Consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio de frases (pode ser um
conjunto de quatro frases onde duas são positivas e outras duas de sentido negativo ou
ainda podem ser quatro frases ambas de sentido positivo) descritivas de determinadas
alternativas de tipos de desempenho individual. Em cada bloco, ou conjunto composto de
21
duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas
que mais se aplicam ao desempenho do avaliado (Idem:273).
É um método que consiste na utilização de retornos que incluem diversas fontes que
tentam captar o maior número de canais e direcções. Quem emite os feedbacks são
pessoas situadas em diferentes posições em redor do avaliado e que fazem parte da sua
rede de relacionamento (network): superior imediato, pares, subordinados, clientes
internos e externos, equipes, outras áreas funcionais, e outros stakeholders; desse modo, a
percepção do superior imediato passa a ser insuficiente como fonte de feedback
(Idem:124).
22
3.6.1.6 Método de Frases Descritivas
Este método é ligeiramente diferente do método de escolha forçada apenas por não exigir
obrigatoriedade na escolha de frases.
Uma das consequências das mudanças foi a súbita redução de níveis hierárquicos por
práticas de downsizing e enxugamento, diminuindo acentuadamente os níveis
organizacionais e a distância entre chefes e subordinados.
23
Assim, as organizações estão buscando a excelência principalmente na base de
investimentos em treinamento, capacitação e desenvolvimento das pessoas, hoje
consideradas talentos humanos a serem estimulados e desenvolvidos e não simplesmente
recursos humanos em disponibilidade inercial. De nada vale, porém, promover essas
mudanças comportamentais sem o devido treinamento orientador e motivador dos
principais agentes dessas transformações, as pessoas, para que possam ser
simultaneamente o alvo das mudanças e os sujeitos activos. Por outro lado, de nada vale
treinar, capacitar e desenvolver as pessoas sem um adequado sistema de avaliação do
desempenho capaz de indicar o acerto ou não das medidas tomadas e mostrar se o
caminho escolhido está sendo seguido e se irá conduzir aos objectivos desejados.
Ainda de acordo com o autor, os rumos da avaliação do desempenho têm sido marcados
por dois factores importantes. O primeiro deles é a substituição gradativa da organização
funcional e departamentalizada pela organização por processos, alterando profundamente
os sistemas de indicadores e de medições dentro das empresas. O segundo é a
participação das pessoas nos resultados da organização, o que requer urgentemente um
sistema de medições e indicadores que permita negociações francas e objectivas entre
elas e seus funcionários.
Este método baseia-se numa comparação periódica entre os resultados fixados (ou
esperados) para cada funcionário e os resultados efectivamente alcançados (França,
2008:122).
24
3.7.2 Avaliação por Objectivos
É um método por meio do qual o funcionário é solicitado a fazer uma sincera análise de
suas próprias características de desempenho. Para minimizar a falta de sinceridade, dado
que a avaliação é feita pelo próprio funcionário, é necessário que esse sistema seja usado
em conjunto com algum dos outros sistemas de avaliação de desempenho (Ibidem).
25
CAPÍTULO IV
Este capítulo tem como objectivo apresentar e fazer uma análise dos dados colhidos no
terreno e depois tirar conclusões sobre as informações obtidas. Primeiro faz-se a
apresentação do MFP, que é o local onde foi realizado o estudo, procedendo depois a
apresentação dos dados colhidos e sua respectiva discussão.
27
O mesmo Decreto refere que o MFP tem a seguinte estrutura:
a) Inspecção Administrativa do Estado;
b) Direcção Nacional De Organização e Desenvolvimento da Administração Pública;
c) Direcção Nacional de Gestão Estratégica de Recursos Humanos do Estado;
d) Direcção Nacional de Estudos e Procedimentos Administrativos;
e) Departamento de Administração e Finanças;
f) Departamento de Recursos Humanos;
g) Departamento de Tecnologia e Sistemas de Informação;
h) Departamento de Planificação e Cooperação;
i) Gabinete do Ministro.
Até a altura da realização do trabalho o MFP contava com 106 funcionários e agentes do
Estado distribuídos pelas diversas unidades orgânicas que o compõem, como ilustra a
tabela abaixo:
DPC 3 3%
UTRESP 28 26%
28
Gráfico 1: Distribuição dos funcionários pelas unidades orgânicas
Segundo o EGFE, todos os funcionários devem ser classificados até 31 de Março de cada
ano em relação ao ano anterior. As classificações de serviço dos funcionários do Estado
são fixadas pelos dirigentes e todos os que desempenhem funções de chefia, em relação
aos seus subordinados.
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pessoal com função de direcção e chefia, folha de classificação anual do pessoal técnico e
administrativo e a folha de classificação anual do pessoal de apoio geral e técnico.
A folha de classificação anual tem quatro páginas que contém diferentes aspectos de
avaliação de acordo com a escala de pontuação previamente definida. Assim, na primeira
página, o avaliador deve preencher em alíneas separadas os seguintes dados relativos ao
funcionário: a) Ministério; b) Direcção ou Departamento; c) classificação obtida- Muito
Bom, Bom, Regular ou Mau e os valores obtidos; d) esta alínea é preenchida pelo
funcionário avaliado relativamente as actividades por ele realizadas durante o período em
referência tais como, formação, missões específicas, trabalho de especial complexidade e
dificuldade e nível académico adquirido; e) esta alínea é preenchida pela área de recursos
humanos em relação as distinções, prémios e punições que porventura o funcionário
tenha recebido.
5
Os elementos de avaliação descritos são referentes a folha de classificação anual do pessoal técnico e
administrativo.
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Por fim, na quarta e última página o avaliador apresenta o seu juízo opinativo em relação
ao funcionário ou agente do Estado por sí avaliado, salientando os aspectos positivos e
negativos e os meios adequados para o seu aperfeiçoamento, terminando a avaliação com
as assinaturas do avaliador e avaliado.
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“A avaliação de desempenho é importante porque permite melhorar o meu
desempenho e através da avaliação o funcionário fica a saber se está
progredindo ou não” (Funcionário entrevistado a 02/07/2010).
A avaliação de desempenho no MFP é feita pelo chefe directo, pois é quem melhor
conhece o trabalho que é realizado pelos funcionários ou agentes do Estado que estão sob
sua chefia.
Um bom esquema de avaliação toma como base os juízos que os gestores fazem
continuamente sobre os seus colaboradores. O seu principal objectivo devia ser uma
melhoria do desempenho (Cowling e Mailer, 1998:122).
Todavia, constatou-se ao longo das entrevistas, que os superiores hierárquicos não fazem
uma avaliação realista. As classificações atribuídas aos funcionários e agentes do Estado
não têm muita das vezes, a ver com os critérios previstos na folha de classificação anual.
32
poder ter uma classificação satisfatória que lhe permita usufruir de algumas
regalias mas chegado o momento da verdade ele vê goradas as expectativas, isso
é frustrante”.
Outro aspecto que se constatou durante a realização das entrevistas tem a ver com o facto
de os funcionários não conhecerem as metas que o Ministério pretende alcançar. Pois na
sua óptica o não conhecer as metas pretendidas dificulta o seu trabalho na medida em que
não sabem se o que estão executando é ou não o correcto. Situação esta que acaba se
reflectindo na classificação anual, pois o facto de o funcionário não conhecer as metas
que deve alcançar dificulta o feedback entre aquilo que o chefe dele espera e aquilo que é
realmente feito pelo funcionário.
O facto de o funcionário não conhecer as metas que deve alcançar dificulta o recurso
quanto a classificação atribuída pelo superior hierárquico.
“nem vale a pena reclamar a classificação atribuída porque isso pode fazer o
chefe pensar que se trata de desafio e azedar ainda mais a relação. Eu submeti
33
recurso uma vez e arrependi-me, até hoje a minha relação com o chefe não é
salutar, razão pela qual a minha classificação tem sido constante. No estatuto
vem escrito que o funcionário pode submeter recurso mas na realidade não vale a
pena arriscar” (funcionário entrevistado no dia 06/07/2010).
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Em relação aos aspectos que devem ser melhorados na avaliação de desempenho, os
funcionários entrevistados no dia 08/07/2010 disseram:
“a avaliação deve ser realista e objectiva. Nos moldes em que é feita não
ajuda o funcionário o que acaba criando um mal estar entre colegas. Os
funcionários que são muito chegados aos chefes têm sempre boa
classificação mas isso não significa que são os que mais se empenham na
realização das actividades”.
b) Prémios:
- preferência na escolha para cursos de formação e de reciclagem e outras formas
de valorização;
- atribuição de prendas materiais e prémios monetários;
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- promoção por mérito (depende da disponibilidade orçamental e está sujeita à
publicação no Boletim da República, produzindo efeitos a partir da data do Visto
do Tribunal Administrativo).
6
O bónus de rendibilidade é atribuído ao funcionário ou agente do Estado que tenha obtido avaliação de
desempenho de muito bom e é de quantia igual a 100% do vencimento correspondente à carreira, categoria
ou função do funcionário e agente em Dezembro do ano a que se refere a avaliação de desempenho e será
pago até Julho seguinte, de acordo com os indicadores previstos no sistema de avaliação de desempenho
(artigo 60 do Decreto nº 62/2009, de 8 de Setembro).
36
funcionário, uma forma de encorajá-lo a empenhar-se cada vez mais na
realização das suas actividades”.
37
Tende a rotinizar e bitolar os resultados das avaliações;
Necessita de procedimentos matemáticos e estatísticos para corrigir distorções e
influência pessoal dos avaliadores; tende a apresentar resultados condescendentes
ou exigentes para todos os seus subordinados.
Uma vez que o método de escalas gráficas é muito subjectivo, devia-se aliar este ao
método de avaliação de 360º. Pois, ao invés de o funcionário ser avaliado somente pelo
seu chefe directo, também devia ser avaliado pelos colegas que trabalham directamente
com ele. Possivelmente reduziria a subjectividade que ensombra a avaliação de
desempenho.
38
Para ilustrar a melhoria da qualidade na prestação de serviços foram usados dois
indicadores: a caixa de reclamações/sugestões e a evolução da classificação atribuída aos
funcionários, respectivamente.
Porém, ao longo do trabalho de campo notou-se que o facto de não terem recebido
nenhuma carta dos cidadãos reclamando ou sugerindo melhorias dos serviços prestados,
não significa que não haja contestações. O que acontece é que os cidadãos não tem o
hábito de escrever, alegando que não vale a pena perder tempo em escrever porque não
vai adiantar nada. Os cidadãos impacientes mandam vir com os funcionários, proferindo-
lhes impropérios.
39
CAPÍTULO V
5. Conclusão
Este capítulo tem como objectivo apresentar os aspectos relevantes abordados ao longo
do trabalho.
Para responder a esta preocupação foram levantadas duas hipóteses segundo as quais: a) a
avaliação de desempenho humano no Ministério da Função Pública contribui para a
melhoria da qualidade na prestação de serviços quando o resultado é satisfatório; b) não
existe uma relação entre a avaliação de desempenho humano no Ministério da Função
Pública e a melhoria da qualidade na prestação de serviços.
Assim, com base nos dados recolhidos no campo chegou-se as seguintes conclusões:
Os funcionários concordam e acham pertinente serem avaliados, uma vez que
ficam a saber se estão indo na direcção certa ou não. Ora, nos moldes em que a
avaliação de desempenho é feita deixa muito a desejar porque os funcionários
mais chegados aos chefes são os que tem a melhor classificação, não
significando, contudo, que são os que mais se empenham na realização das
actividades.
A avaliação de desempenho é um mero ritual e é carregada de subjectividade.
Ela não visa avaliar o trabalho realizado pelo funcionário mas sim, a lealdade
do funcionário em relação ao seu chefe.
Os funcionários não tem acesso ao plano anual de actividades do Ministério,
daí não conhecerem as metas que devem alcançar.
O EGFAE prevê que o funcionário pode recorrer da classificação atribuída pelo
seu superior hierárquico mas isso não acontece porque fica a parecer que o
40
funcionário está a afrontar o seu chefe, o que acaba azedando a relação entre os
dois.
Os indicadores que constam na folha de classificação anual não são claros, não
permitem avaliar o funcionário de forma objectiva, tomando como exemplo os
itens qualidade de trabalho, cumprimento de tarefas e prazos.
Os critérios em uso no modelo de avaliação de desempenho no Ministério não
se adequam aos objectivos da reforma do sector público no que diz respeito a
melhoria da qualidade na prestação de serviços ao cidadão.
Não há comunicação entre o superior hierárquico e os funcionários que estão
sob sua chefia no momento da avaliação o que faz com que eles fiquem sem
saber das razões que ditaram a atribuição de determinada classificação.
Os incentivos que o ministério disponibiliza não motivam o funcionário a
empenhar-se cada vez mais nas actividades por realizar.
O número de funcionários com a classificação Muito Bom tende a aumentar
ano após ano mas isso não significa que a melhoria da qualidade na prestação
de serviços esteja no mesmo nível, isso porque ao longo do trabalho de campo
não foram encontrados elementos suficientes que permitam afirmar que as duas
variáveis têm a mesma tendência.
Em relação ao conceito de qualidade dos serviços prestados usado no trabalho
não se pôde perceber se o mesmo vai de encontro ou não com as expectativas
dos utentes da instituição, uma vez que os dados recolhidos no terreno são
insuficientes.
Com base nas constatações feitas é confirmada a segunda hipótese do trabalho, segundo a
qual não existe uma relação entre a avaliação de desempenho humano no Ministério da
Função Pública e a melhoria da qualidade na prestação de serviços.
41
Referências Bibliográficas
42
GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 2.ed. São Paulo: Atlas,
1989.
Instituto Superior de Gestão Bancária. Gestão de Recursos Humanos. 2.ed. Lisboa.: Artes
Gráficas, 1997.
43
ROBBINS, Stephen, COULTER, Mary. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: Prentice
Hall, 1998.
SOUSA, António. Introdução à Gestão: Uma abordagem Sistémica. Lisboa/ São Paulo:
Verbo, 1990.
Legislação
44
Ministério da Administração Estatal. Estatuto Geral dos Funcionários do Estado. 2ª
ed.act. Maputo, 2001.
45
Índice
Declaração ………………………………………………………………………………..i
Dedicatória ……………………………………………………………………………….ii
Agradecimentos ………………………………………………………………………….iii
Siglas ……………………………………………………………………………………..iv
Resumo................................................................................................................................v
CAPÍTULO I ...................................................................................................................... 1
1. Introdução ....................................................................................................................... 1
1.1 Delimitação do tema ................................................................................................. 3
1.2 Problema de Pesquisa ............................................................................................... 4
1.3 Justificação ................................................................................................................ 5
1.4 Objectivos ................................................................................................................. 7
1.4.1 Objectivo Geral: ................................................................................................. 7
1.4.2 Objectivos Específicos: ...................................................................................... 7
1.5 Hipóteses ................................................................................................................... 7
CAPÍTULO II ..................................................................................................................... 8
2. Metodologia .................................................................................................................... 8
2.1. Métodos de pesquisa ................................................................................................ 8
2.2. Técnicas de recolha de dados ................................................................................... 8
2.3 Universo e amostra de pesquisa ................................................................................ 9
CAPÍTULO III .................................................................................................................. 11
3. Enquadramento teórico-conceptual .............................................................................. 11
3.1 Quadro teórico ........................................................................................................ 11
3.1.1. Abordagem Contingencial .............................................................................. 11
3.1.2. Abordagem da Administração Por Objectivos ............................................... 12
3.1.2.1 Demonstrativo do processo da definição de objectivos ................................ 14
3.2. Quadro Conceptual ................................................................................................ 15
3.2.1. Avaliação ....................................................................................................... 15
3.2.2. Eficácia ........................................................................................................... 16
3.2.3. Qualidade ........................................................................................................ 17
3.3. Objectivos da Avaliação de Desempenho.............................................................. 17
3.4 Campo de abrangência da avaliação de desempenho ............................................. 18
46
3.5 Finalidades da avaliação de desempenho ............................................................... 20
3.6 Métodos de avaliação do desempenho humano ..................................................... 21
3.6.1 Métodos Tradicionais....................................................................................... 21
3.7 Novas Tendências em Avaliação de Desempenho ................................................. 23
3.7.1 Avaliação por Resultados ................................................................................ 24
3.7.2 Avaliação por Objectivos ................................................................................. 25
3.7.3 Auto Avaliação ................................................................................................ 25
CAPÍTULO IV.................................................................................................................. 26
4. Apresentação e análise dos resultados .......................................................................... 26
4.1 Apresentação do MFP ............................................................................................. 26
4.2. Descrição do processo da avaliação de desempenho ............................................. 29
4.3. Análise e Interpretação dos resultados ................................................................... 31
4.4. Qualidade na prestação de serviços ....................................................................... 38
CAPÍTULO V ................................................................................................................... 40
5. Conclusão ...................................................................................................................... 40
Referências Bibliográficas ................................................................................................ 42
Anexos...............................................................................................................................46
47
Guião de entrevista para funcionários