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ÉTICA E LEGISLAÇÃO APLICADA À AGRONOMIA

PROFESSOR LEANDRO MANOEL ALVES DE SOUZA

CASOS ANTIÉTICOS NA ÁREA DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

ESTER CERVI – 173678


JHONATAN MATTEI – 174715
THALES MARINO – 174736

UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO


CAMPO GRANDE
2022
CASO 1
CASO BACKER

Três dos profissionais responsáveis pela produção da Cervejaria Backer estavam atuando
irregularmente. Dois engenheiros e um químico, que estão entre os 11 indiciados pela
intoxicação de 29 pessoas – sendo que oito delas morreram – após consumirem a cerveja
Belorizontina, da empresa, trabalhavam sem registro profissional.

A constatação está no inquérito da Polícia Civil, que foi concluído na semana passada, após
cinco meses de investigação do caso. Ontem, a reportagem de O TEMPO teve acesso ao
documento, que aponta, entre outras coisas, desorganização no sistema produtivo e uma
série de “adaptações nos tanques na fábrica” da cervejaria.

Segundo o inquérito, um técnico de manutenção da empresa fabricante do tanque Jumbo 10,


onde foi constatado o vazamento de mono e dietilenoglicol, que contaminaram a cerveja, fez
uma visita de manutenção à empresa e teria notado uma série de não conformidades no
equipamento. Entre os problemas apontados estariam tubulações enterradas (elas deveriam
ser aparentes), além de canos de PVC em vez de canos de inox (os indicados).

Sobre os funcionários, o inquérito mostra que os dois engenheiros e o químico estavam


irregulares junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e ao Conselho
Regional de Química (CRQ), respectivamente. 

No documento consta que os três vão responder, entre os outros crimes, por exercício ilegal
da profissão, uma vez que, conforme o artigo 47 do decreto-lei de infrações penais, “é ilegal
exercer atividade econômica ou dizer que exerce sem cumprir com as exigências legais
exigidas pelas categorias profissionais, sob a pena de prisão e multa”. Tanto o Crea quanto o
CRQ exigem a regulamentação do registro de todos os profissionais para o exercício das
funções.

Funcionários

O inquérito aponta que um dos engenheiros, que era o chefe da manutenção da cervejaria,
afirmou ter graduação em engenharia de controle e automação e estava no cargo havia 11
meses. Ele atuava em consertos e reparos técnicos da parte elétrica e hidráulica dos
equipamentos da fábrica. As investigações mostram que, no caso da intoxicação, o
profissional atuou com imperícia e negligência. Ele responderá por homicídio culposo, lesão
corporal e intoxicação de produto alimentício. 

Já o químico e o outro engenheiro trabalhavam diretamente na produção das cervejas. Um


deles é graduado em engenharia de produção e possui o curso de cervejeiro. Na empresa, ele
foi contratado como supervisor de produção. Em depoimento, o funcionário contou que já
trabalhou no mesmo ramo em outras empresas. O químico, por sua vez, ocupava a função de
gerente de qualidade, atuando diretamente no laboratório onde eram realizados testes de
qualidade dos produtos.

Os dois estão ligados ao núcleo técnico e, como destacou o delegado Flávio Grossi,
responsável pelo inquérito, foram contratados para atuar com conhecimento e perícia técnica,
garantindo a segurança e qualidade dos produtos, por isso foram indiciados por homicídio
culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício dolosa.
O que diz a Backer

Procurada, a Backer informou que seu corpo jurídico fará a defesa de todos os funcionários da
empresa ligados ao caso e que “irá honrar com todas as suas responsabilidades junto à Justiça,
às vítimas e aos consumidores”.

O que dizem os conselhos

Sobre o caso da cervejaria Backer, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas


Gerais (Crea-MG) informou ter identificado apenas dois profissionais do Sistema Confea/Crea no
quadro técnico da empresa, com base em fiscalizações já feitas na cervejaria. Eles estão
devidamente registrados no conselho.

Segundo o Crea-MG, caso as investigações apontem a relação desses profissionais com o


evento da intoxicação da bebida, será instaurado um processo por infração ao Código de Ética
Profissional, que prevê sanções que vão desde advertência reservada até mesmo a cassação do
registro do profissional. Quanto aos outros profissionais mencionados no inquérito, por não
possuírem registro, o Crea-MG não os identificou, segundo o conselho. Mas reiterou, que como
não teve acesso ao inquérito não irão se pronunciar sobre os profissionais.

De acordo com Jorge Goes, gerente-geral do Conselho Regional de Química do Estado de Minas
Gerais (CRQ-MG), por ainda não ter tido acesso ao inquérito ou ao nome do profissional
investigado, não iria comentar especificamente sobre o caso. Mas que o órgão já está buscando a
informação com os órgãos competentes. Contudo, ele explicou que “independente de qual função
o profissional esteja registrado no contrato, se suas funções na empresa condizem com a atuação
de um químico, ele deve ter o registro regular, conforme uma resolução ordinária do Conselho
Federal de Química (CFQ). Caso haja descumprimento, as sanções variam de multa até
suspensão temporária de diploma”, explicou. Além do funcionário, segundo Goes, a empresa que
contratar algum profissional sem o registro também estará sujeita a multas, pois age com omissão
a uma infração.

CASO 2
REVENDA COMERCIALIZANDO DEFENSIVOS VENCIDOS
Cerca de 6.800 litros de agrotóxicos vencidos e 326 litros de defensivos agrícolas não registrados
foram interditados durante fiscalização de revendas de agrotóxicos, iniciada na segunda-feira (23), nos
municípios de Balsas e Fortaleza dos Nogueiras.
Durante o primeiro dia da operação de fiscalização, que se estende até sexta-feira (27), a Agência
Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged/MA) interditou 6.800 litros de agrotóxicos fora
da data de validade, em uma revenda de Balsas, e notificou os fabricantes para o recolhimento e
destinação correta dos produtos, no prazo estabelecido pela legislação.
Na mesma operação, em Fortaleza dos Nogueiras, os fiscais da Aged/MA emitiram multa de R$
25.536,00 para uma empresa que estava comercializando defensivos agrícolas sem registro na
Agência. No local, foram interditados 326 litros de agrotóxicos e a revenda também foi penalizada pelo
armazenamento inadequado e venda fracionada dos produtos, prática ilegal segundo a lei estadual.

Ainda em Fortaleza dos Nogueiras, a fiscalização encontrou, em outro estabelecimento, dezenas de


frascos de produtos ilegais, tais como veneno para rato e moscas, fabricados de forma clandestina.
De acordo com a Aged/MA, esta ação faz parte atividades do órgão para garantir o cumprimento da
legislação estadual que rege os agrotóxicos. Em 2016, foram registradas 872 fiscalizações
semelhantes em estabelecimentos comerciais nas 18 Unidades Regionais da Agência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.otempo.com.br/cidades/engenheiros-e-quimico-da-backer-atuavam-sem-registro-
profissional-1.2350009
https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2017/01/agrotoxicos-vencidos-e-defensivos-irregulares-
sao-apreendidos-no-ma.html

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