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Difração  

de  Raios-­‐‑x

Programa de pós-graduação em Química - UTFPR


Disciplina: Química do Estado Sólido e de Materiais Inorgânicos
Tópico 3 / 2o Semestre 2015
Profa. Dra. Renata Danielle Adati 1
Bibliografia
•  Cullity, B. D.; Stock, S. R, Elements of X-rays diffraction. 3
ed. New Jersey: 2001

•  Smart L. E.; Moore, E. A. Sikud State Chemistry. An


indroduction. 3 ed.

•  Skoog, D. A. Princípios de análise instrumental. 5ª ed.


Bookman.

•  Lachance, G. R.; Claisse, F. Quantitative x-ray


fluorescence analysis.

•  http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod05/
2
index.html -
Bibliografia

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Planejamento  da  aula
ü  Geração  de  raios-­‐‑X
ü  Difração  de  raios-­‐‑X  e  a  Lei  de  Bragg
ü  Difração  de  pó  e  monocristal;  
Determinação  de  posições  atômicas;  
ü  Aplicação  e  interpretação  de  dados  de  
raios  X  de  pó;  Intensidade  dos  picos  
de  difração;  
ü  Tamanho  do  cristalito
ü  Aspectos  experimentais  de  DRX  
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Objetivos  da  aula
•  Conhecer os conceitos básicos envolvidos na produção dos
raios X;

•  Interação da radiação X com a matéria;

•  Lei de Bragg;

•  Princípios da técnica de Difração de Raios X (DRX)

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Motivação

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Radiações  
eletromagnéticas

c
υ=
λ

E = h.υ

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O que são os raios X?
Radiação eletromagnética

λ/ Å 0,00001 100

E/ J 1,9878 . 10-10 1,9878 . 10-17

υ/ cm-1 1015 108

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Descoberta  dos  raios  X

8  de  novembro  de  1895.

Experimentos com tubos de


raios catódicos;
Wilhelm Conrad Röentgen
Nasceu em 27 de março
de 1845, em Lennep, Estudo dos raios catódicos
Alemanha. Faleceu em
1923.
fora do tubo.

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Observação  dos  raios  x  –  o  
experimento  de  Röentgen

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Produção  de  raios  x

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A  produção  de  
raios  x
Se desenvolve de
dois modos

Desaceleração Transição
eletrônica eletrônica

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Desaceleração  eletrônica
Desaceleração não é uniforme;

Raios x com energias diferentes;

Diferentes comprimentos de onda.

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Transição  eletrônica
Transição eletrônica;

Energia do raio x é a mesma;

Mesmo comprimento de onda.

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Linhas espectrais

Nomenclatura

Lα1 Lα2 Lβ1

Kα1 Kα2 Kβ1 Kβ3 KIβ2 KIIβ2

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O  espectro  de  
raios  x
Espectro contínuo

Espectro de linhas

Mínimo no λ

Obtido com potencial de 45kV


Alvo de tungstênio (Z=74) 16
Comprimento  de  onda  
mínimo
hc hc hc
E= ⇒ λmín = ⇒ λmín =
λ Emáx V e−

6,62608.10 Js × 3,0.10 .10 Α s −1
−34 8 10
12 408
λmín = −19
⇒ λmín =
V .1,602.10 C V

12 408 
λmín = = 0,275 Α
45 000
17
Comprimento  de  onda  
mínimo

λmín está relacionado


com o potencial
aplicado.

Alvo de tungstênio (Z=74) 18


Emissão  característica  depende  do  
potencial  aplicado
Emissão   de   linhas   em  
determinado  potencial  
está  relacionada  com  o  
número  atômico  Z.

Linhas   aparecem   em  
0,184   e   0,209   Å   se   o  
potencial   é   elevado   a  
70  kV.

Obtido com potencial de 50 kV


Alvo de tungstênio (Z=74) Alvo de molibdênio (Z=42)
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Radiações  características

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Fonte  /  anodo

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Atenuação  de  raios  x
,
dI = − I µ dx
(−µ , x)
I x = I0 e
,
µ
µ=
ρ
(−µ ρ x)
I x = I0 e
22
Atenuação  de  raios  x
µ = σ +τ
Espalhamento

Absorção

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Absorção
Absorção se dá quando a energia de um fóton de raio x é
usada para promover a ejeção eletrônica.

Maior probabilidade de
absorção aparece quando o
energia do fóton é igual à
energia necessária para
promover a ejeção eletrônica.

Espectro de absorção de raios x para


o chumbo e para a prata. 24
Monocromatização  -­‐‑  
Filtros

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Espalhamento  de  raios  x
Coerente ou Rayleigh ou elástico

Espalhamento da radiação com


mesmo comprimento de onda.

Incoerente ou Compton ou inelástico

Espalhamento da radiação com


comprimentos de ondas maiores.

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Outra  forma  de  gerar  
radiação  x
•  Aceleradores síncrotron

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hep://lnls.cnpem.br/

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Experimento  de  fenda  
dupla  -­‐‑  Young

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Histórico
•  1912 Experimentos de Friedrich e Von Laue
mostraram que a radiação possuía
propriedades de ondas.

•  1915 (a técnica de DRX foi desenvolvida W.


H. e W. L. Bragg mostraram claramente que
os raios eram radiações eletromagnéticas
de pequeno comprimento de onda.
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Difração

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Dois  raios  que  incidem  em  planos  vizinhos,  com  cumprimento  de  onda  λ  

Diferença  entre  os  dois  caminhos  (cor  rosa)  =  λ Diferença  de  caminhos  é  menor  =  ½  λ

Fotons  saem  em                        e  


fase Fotons  dispersados  se  
suas  ondas  se  refuerzam cancelam  entre  si,  ondas  que  
não  estão  em  fase

Sinal,  raio  
difratado  intenso Não  sinal,  I  =  0

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A  lei  de  Bragg

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Difração  de  raios-­‐‑X
•  Lei de Bragg


Comportamento  do  comprimento  de  onda:
Em  fase:  Interferência  construtiva
Um  pouco  fora  de  fase:  Intensidade  mais  
alargada
Fora  de  fase:  Interferência  destrutiva
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Método  do  pó

39
Método  do  pó

40
DRX

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Monocromador

Prover   um   feixe   de   luz   monocromática   com   um   cumprimento   de   onda   e  


uma  amplitude  determinadas.   42
Goniômetro

Orienta  o  cristal  para  que  os  raios  X  incidam  sobre  todos  os  planos  (da  cela  
unitária)  que  cumprem  com  a  Lei  de  Bragg  e  geram  feixes  refratados.
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Detectores

Os detectores de raios X operam em


modo de contadores de fótons
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Monocristal

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Difratogramas

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47
Sistemas  cristalinos

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49
Índices  de  Miller
Exemplo  1 Exemplo  2

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51
O  que  é  importante  observar  no  difratograma?

Ø Intensidade  relativa
Ø Parâmetro  de  rede  (h,k,l)
Ø Tamanho  do  cristalito
Ø Distancia  interplanar

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Intensidade  Relativa

Posição 2θ

Intensidade Relat. I/I1 I1  pico  de  maior  intensidade
Forma B(2θ) Largura  na  metade  da  altura  do  pico
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Parâmetros  de  Rede

(410)
(311) (321)

2θ I/I1 h k l
(300) (332)
(110) 7.193 100 100
(111) 10.156 69 110
(210) 12.449 35 111
(320) 16.085 25 210
(420) 17.632 2 211
(330) 20.368 6 220
(220) (422)
(211) 21.638 36 300
23.960 53 311
26.077 16 320
27.077 47 321
29.913 55 410

Zeólita A
ICDD – 38-0241 54
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Tamanho  do  cristalito
(Diâmetro  médio  das  partículas)

Equação  de  Scherrer


Dhkl =
β cos(θ )
Onde:

D  -­‐‑  diâmetro  médio  das  partículas
K  -­‐‑  constante  que  depende  da  forma  das  partículas  (esfera  =  0,94)
λ  -­‐‑  comprimento  de  onda  da  radiação  eletromagnética
θ  -­‐‑  ângulo  de  difração
β  (2θ)  -­‐‑  largura  na  metade  da  altura  do  pico  de  difração

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•  Ex: Espectro de difração para Al

λ = 0.1542 nm (CuKα)
Intensidade (u.a)

Ângulo (2θ)

Uma amostra desconhecida é analisada e seus picos comparados com os de


materiais conhecidos e tabelados, permitindo assim a identificação do
material.
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Distância  interplanar

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Exemplo
Qual  a  distância  entre  dois  planos  220  
(hkl=220)  do  cristal  de  NaCl?


Simetria   cúbica,   com   parâmetros   de  
rede  a=b=c=5.640Å

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Determinação  da  
distância  interplanar

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Na  equação  de  Bragg

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Padrão  de  difração  de  pó  
(difratograma)  do  NaCl    

Cálculo  da  intesidade
Fator  de  espalhamento  atômico  (fn)

Fator  de  estrutura  (Fhkl)

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Fator  de  estrutura  para  o  cristal  de  NaCl    
Reflexão  no  plano  002    
para   Na   e   Cl   na   reflexão  
Fator   de   espalhamento   atômico  
220   são   7.618   e   10.632,   respectivamente,   para   senθ/
λ=0.25Å-­‐‑1  

Consulta  Banco  de  Dados  ICSD


Inorganic  Crystal  Structure  Database

Fator  de  multiplicidade  (p)
Há  planos  que,  por  terem  a  mesma  distância  
interplanar,  difratam  no  mesmo  pico  

Exemplo  Célula  cúbica



Planos  
100,  010  e  001
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Fatores  geométricos  que  
afetam  a  intensidade
•  Fator de Lorentz

•  Fator de polarização

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Fator  de  temperatura

Onde:

67
Determinação  da  Intensidade

68
Consulta  Banco  de  Dados
ICSD
Inorganic  Crystal  Structure  Database

Intensidades:

 1000  para  reflexão  200
662.6  para  reflexão  220  
 

69
Ângulo  de  Bragg  para  reflexão  200

70
Consulta  tabela  fator  de  espalhamento  
ICSD

Consultando   a   tabela   de   fatores   de  


espalhamento  atômico  para  senθ/λ=0.15Å-­‐‑1:

f  para  sódio  9.02

f  para  cloro  13.5
71
Intensidade  para  esta  reflexão

72
Intensidades  relativas

ICSD  (663.6)  
Inorganic  Crystal  Structure  Database
Padrão  de  difração  de  pó  
(difratograma)  do  NaCl    

Difratograma
JCPDS
•  Joint Committee on Powder Diffraction Standards
Aspectos  experimentais
•  Preparação das amostras

•  Evitar Orientação preferencial

•  Evitar rugosidade superficial

(alto ângulo – Alta rugosidade superficial)

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Correções  /  Exemplo:  Amostra  de  ferro
•  O ferro emite fluorescêncai e há formação
de background / com o filtro o background
continua, porém com a utilização de um
monocromador tem-se a presença de picos
mais definidos.

•  Eliminação do background para amostras


que apresentam fluorescência!

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       Radiologia  Médica  /    
Cuidados

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Proteção  contra  os  raios  x  
Monitoramento  da  radiação

79
Aplicação  e  interpretação

• Artigos

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