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Analise Transitória dos

Sistemas de Potência1

Aparelhagem de Manobra e Protecção - FHC


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/ISPSongo
Curto Circuito (1)
Definição:
Designa-se curto circuito ao fecho do circuito através
de uma impedancia pequena ou nula
Causas:
Mecânicas - rotura do condutor, ligação acidental de
partes eléctricas devido a queda das arvores, animais,
vento, etc.
Eléctricas – deterioração do isolamento
Humanas – erro do operador
Consequências:
Surgimento do arco eléctrico no local da falta
Efeitos térmicos
Eleitos electrodinâmicos
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/ISPSongo
Curto circuito (2)
CC Trifásico ≈ 5% Curto Circuito Bifasico
a a
b b
c c

Ik3 Ik2

CC Fase Terra ≈ 80% CC Bifasico Terra


a
a
b
b
c
c
I k1 Ik 2E

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/ISPSongo
Curto Circuito (3)
O valor da corrente de CC deve ser calculado logo na fase
inicial do planeamento duma instalação eléctrica para
diferentes configurações possíveis da rede. O valor de CC
é determinante na escolha das características que o
equipamento deve possuir para poder suportar ou
eliminar as correntes de falta.
Para uma escolha adequada da aparelhagem de manobra
(disjuntor e fusíveis) e calibrar as protecções três valores
de correntes de CC deve serem conhecidos:
O valor eficaz máximo da corrente de CC
O valor máximo da corrente de CC
O valor da corrente de CC mínimo

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/ISPSongo
Curto circuito Longe do Gerador (1)
A rede a montante do ponto do defeito pode ser modelado por um
circuito equivalente constituído por uma fonte alternada E em serie
com uma impedancia de curto circuito Zcc , Zm ou Zk.
Zk representa a soma das impendancias dos cabos, linha e transformador
a montante do local de CC, recalculados para o valor da tensão no ponto
da falta.

R L
e = Eˆ sin(ωt +ψ )
dik
e Carga
E sin(ωt +ψ ) = Rik + L
ˆ
dt
 ωL 
Z k = R 2 + ω 2 L2 ; ϕ k = tan −1  
 R 
ψ Angulo inicial da tensão no momento da ocorrência da falta

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/ISPSongo
Curto circuito Longe do Gerador (2)
A corrente de CC tem duas componentes
Solução homogénea: resposta transitória
(causada pelo circuito e é independente da fonte de alimentação)
R R
− t − t
sin (ψ − ϕ k )e
2E
idc (t ) = C1e L
=− L
Zk
Solução particular: resposta em regime permanente

i (t ) = A sin (ωt + ψ ) + B cos(ωt + ψ )


''
k

sin (ωt +ψ − ϕ k )
2E
i (t ) =
''
k
γ = ψ − ϕk
Zk
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Curto circuito Longe do Gerador (3)
I S = κ 2 I k"
idc ik
2 I k"

"
ik

e
 −
R
t
ik = idc + ik =
'' 2E
sin (ω t + ψ − ϕ k ) − sin (
ψ − ϕ k )e L

Zk  
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Curto circuito Longe do Gerador (4)
A corrente de CC é soma entre duas componentes. Uma
senoidal

i (t ) = 2 I sin (ωt + ψ − ϕ k )
''
k
"
k

E outra aperiódica exponencial tendendo a zero


R
− t
idc (t ) = − 2 I k" sin (ψ − ϕ k )e L

ψ = ϕk: A componente contínua é nula e a corrente é


simétrica

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Curto circuito Longe do Gerador (5)
se no momento da ocorrência da falta a componente aperiódica
está no seu valor máximo, então o valor de pico da corrente de CC
será máximo.
2E   π −
R
t
ik = sin  ω t −  + e L

Zk   2 
A corrente será máximo quando sen(ωt-π/2) = 1 o que implica que
ωt=π. O valor de pico será então:
E 2  R
− t 
Iˆk = 1+ e  = κ 2I k
x

Rk2 + X k2  
E  − t
R
Onde: Ik = e κ = 1 + e x 
Rk2 + X k2  
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Conclusões
O valor máximo da corrente de curto circuito depende da relação
R/X;
Este valor máximo vai diminuindo a medida que a componente
continua decai com a constante τ = L/R, geralmente depois de 1 a 4
ciclos;
Valores típicos da relação R/X = 0.05 – 0.3 para redes de media
tensão e 0.3 – 0.6 em redes de baixa tensa;
O processo transitório dura geralmente 20 a 80 ms. Muitos
disjuntores são suficientemente rápidos para operarem ainda no
período aperiódico, por isso, quando o seu tempo de actuação não for
atrasado (para fins de selectividade por exemplo) devem ser
dimensionados também para desligar a componente aperiódica.

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Curto circuito Perto do Gerador (1)
Se a impedância dos cabos for muito E : valor eficaz da tensão de fase nos
menor que a impedância interna do terminais do gerador
gerador, o CC diz se perto do gerador X d" : reactancia sub-transitória
Devido ao comportamento não X d' : reactancia transitória
linear do circuito magnético do gerador Xd :reactancia síncrona
a corrente de CC é subdividida em três
τ d"' : constante de tempo sub transitória
componentes:subtransitório, transitório
e permanente τ d : constante de tempo transitória
t a : constante de tempo aperiódica
O curso temporal é dado pela equação:

 1 
t
− "  
t
− '  −
t 
 sin (ωt + γ ) − '' e sin γ 
1 1 1 1 1
ik = E 2  '' − ' e +  ' −
td
e +
td ta

 X d X d   X d Xd  Xd 

Xd 

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Curto circuito Perto do Gerador (2)
A corrente total é a soma da corrente aperiódica:
t
E 2 −
idc = − ''
e ta
sin γ
Xd
E duma corrente sinusoidal amortecida:
 1 t
1  td  1

1  td'

t
1 
ia = E 2  '' − ' e +  ' − e +  sin (ωt + γ )
"

 d
X Xd   X d Xd  Xd 

A componente aperiódica tem um valor bastante grande mas com
uma constante de tempo pequena: 10 a 60 ms
O período sub transitório: dura entre 10 a 20 ms
O período transitório: dura até cerca de 100 a 400 ms
Síncrono: a ser considerado depois de terminado o transitório

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Curto circuito Perto do Gerador (3)
10
5
0
-5 rectancia subtransitória
20 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
10
0 rectancia transitória
Corrente [pu]

10 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
5
0 rectancia síncrona
-5

20 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
10 tempo [s]
0 aperiódica
20 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
10
0

0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
tempo [s]
Se a reactancia do gerador decrescer mais depressa que a componente continua, podem
passar muitos ciclos sem a corrente passar por zero o que pode dificultar a eliminação da falta
pelo disjuntor e possível saturação do circuito magnético
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Curto circuito Perto do Gerador (4)

a) Sem componente continua b) Com componente continua


1 Processo subtransitório; 2 transitório
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Corrente de Impulso e Cifra de Impulso

Corrente de Impulso: A maior


amplitude de corrente que ocorre
imediatamente após o inicio de CC. O
conhecimento do seu valor permite
dimensionar os equipamentos
contra esforços electrodinâmicos.
Cifra de Impulso: factor que
determina o primeiro aumento da
corrente de curto circuito em relação
ao seu valor inicial. Seu valor
depende da relação R/X

ωt = π / 2 − γ
R
− t
 R
− t  κ = 1 − sin γ * e
I S = 2 I 1 − sin γ * e
L
" L 
k 
 
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Corrente CC permanente e factor de Permanecia
λ = f (I "
Gk 3 / I GN ) CC permanente: valor eficaz da corrente
alternada que permanece depois de
terminado o processo transitório
Quando tiver mais do que 1 gerador é
obtido pela soma das contribuições de
cada
Necessária para a selectividade das
protecções

CC Trifásico: I Gk == λI Gk
"
3
CC Bifásico: I Gk 2 = 0.58λI Gk
"
3

__ Gerador de pólos pleno


--- Gerador de pólos saliente
"
I Gk 3 - corrente 3~ inicial do gerador
IGN - corrente nominal do gerador
I "
Gk 3 / I GN → Xdgs - reactância síncrona

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Corrente de Interrupção e Factor Amortecimento
Corrente de Interrupção alternada:valor eficaz da corrente de CC que vai fluir
através do interruptor no momento da separação dos contactos;
Quando tiver mais do que 1 gerador, é obtida pela soma das contribuições de
cada;
para interruptores rápidas a componente continua pode ainda prevalecer→ a
corrente a interromper será assimétrica
CC Trifásico:
I"
Ga3 = µI "
Gk3

CC Bifásico:
I"
Ga2 = 0.58µIGk
"
3
Potência de CC e
interrupção:
S = 3U I
"
k
"
n k

I "
Gk 3 / I GN → S = µS
a
"
k
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