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No segundo capitulo o autor abre com a ideia de que a grande inovação do surgimento do
cinema foi ser considerado a arte de capturar os movimentos. A arte das imagens apenas seria
uma qualidade já batida naquele momento, não tão inovadora quanto a questão do
movimento. O movimento era verdadeiramente moderno.
No entanto, a música e dança, artes que vieram antes do surgimento do cinema, também
trazem consigo a questão do movimento. Portanto, o movimento pode ser considerado a
primeira ponte entre a música e o cinema. Sendo a dança o ponto em comum entre a música e
o cinema.
Essa relação de música e cinema está presente desde os primeiros filmes que, embora mudos,
traziam acompanhamento orquestral ao vivo. Porém, a música feita para filmes é muitas vezes
considerada de má qualidade, ao contrário da música tida como “pura” – a música composta
com independentemente do cinema. Essa relação do cinema com a música pode encontrar
suas origens nas músicas tocadas em durante apresentações teatrais que não por coincidência
serviram de palco também para os filmes ao serem adaptados como salas de cinema. Dessa
forma a música passou a fazer parte da exibição cinematográfica, seja ela de números de
comédia, dança, melodramas e ficções.
O acompanhamento musical em filmes na Europa e nos EUA tinham algumas diferenças visto
que nos países europeus era comum se entregue uma partitura que indicasse números
musicais que deveriam ser seguidos em determinadas sequencia do filme. Dessa forma
podemos deduzir que música de cinema era conduzida de acordo com as raízes pré-existentes
da música nas peças, principalmente teatrais. Na Itália por exemplo, houve um certo atraso em
inserir filmes falados pois a tradição estava muito relacionada a tradição da opera. Se
pensarmos na Inglaterra podemos relacionar a música já existente nas adaptações de
Shakespeare para o teatro. Já na França a tendência parecia ser a da pouca intervenção
musical visto as raízes fortes no teatro clássico que não deixava muito espaço para música.
- As músicas que acompanhavam os filmes eram tocadas normalmente ao vivo. Não com
fonógrafo (aparelho de gravação). Poderia variar desde um solista a uma grande orquestra,
com a inclusão as vezes de cantores. Era composta de fragmentos de músicas existentes,
sendo a trilha sonora original inclusa massivamente na década de 20. Haviam casos, mais
notoriamente no japão da música ser acompanhada por um narrador-ator simulando as vozes
da projeção ou situando o público na ação do filme.
- Os primeiros filmes de forma geral não são narrativos. Porém, mesmo com o advento da
narrativa a música funciona de forma fragmentada sendo cada sequência um fragmento
autônomo de uma grande narrativa. Podemos encontrar exemplos disso em filmes de Buster
Keaton, Harold Lloyd e Charles Chaplin.
- O cinema começa como uma arte popular, porém para adquirir certo status de “verdadeira
arte” ele passa por um processo de elitização para fins comerciais e ideológicos incluindo
adaptações literárias, operísticas e temas religiosos e morais, modificando também a o tipo de
acompanhamento musical dos filmes por consequência.