Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1945- Hoje
"Poèmes pour mi: le collier (8/9)" 1937 (morte de Ravel, não relacionada) "Mi" é a sua
primeira mulher, mais tarde internada num hospital psiquiátrico. Chamou-lhe Mi, como a
corda mais aguda do violino.
A "La messe de la Pentecôte" de Messiaen foi também escrita em 1950, mas com uma
estética diferente. E um ano depois, o livro de órgão
Oiça: Último andamento da Missa de Pentecostes). Uma missa baixa, diferente de todas
as outras. Nasce de todas as suas improvisações. (Usa cantos de cotovias).
Na década de 1950, fez um estudo muito específico do canto das aves. Daí resultaram
várias peças, nomeadamente "Aves exóticas" e "Catálogo de aves".
Ópera: Criada em 1983 na Ópera de Paris. Chama-se "São Francisco de Assis". Bastante
grande, 4 horas, partitura de 2000 páginas escrita em 10 anos, 119 instrumentistas incluindo
3 ondes Martenot, 150 coristas divididos em 7 grupos, 7 cantores (S. Francisco + 6 irmãos).
Bastante lento. 10 quadros. Faz votos de pobreza, fala com os pássaros, segundo a lenda.
Beija um leproso e fica curado => São Francisco recebe os estigmas (marcas nas mãos e nos
pés) de Cristo.
Nesta ópera, utilizou todas as aves que tinha mencionado na sua vida.
A sua última peça para uma orquestra de 128 músicos. 1991 Eclairs sur l'au delà.
Música concreta:
Nasceu nos anos 40, primeiras tentativas de música com aparelhos eléctricos, mais tarde
música eletrónica (diferente).
Não durou muito tempo e também deu origem à música acusmática.
O termo "musique concrète" foi cunhado por um francês, Pierre Schaeffer.
(1910-1995) em 1948. Foi o seu inventor, ao qual se juntou Pierre Henry (1927-2017).
O princípio era simples: música composta a partir de sons registados por gravadores de
cassetes. (O piano e a guitarra eléctrica foram inventados nesta altura).
Esta música não é escrita. Grava-se o que se quer (o que existe) e depois manipula-se (de
forma bastante rudimentar), edita-se, muda-se a velocidade de reprodução, passa-se a
cassete ao contrário... Montou o seu estúdio na rádio francesa. Na altura, os estúdios eram
montados nas estações de rádio porque já lá havia equipamento.
(os funileiros, segundo os opositores). Mas mais espontâneo
Durante algum tempo, foi comparada com a música eletrónica. Nesta última, o som é
produzido artificialmente através de geradores de frequência. (Geração de ondas de
diferentes formas, com coisas especiais, modulação de frequência).
Um dos grandes pilares é Stockhausen. A música aqui é escrita.
Uma das suas derivações é a música mista (eletrónica gravada num suporte + acústica, ou
eletrónica ao vivo: transformação de um instrumento ou de uma voz em tempo real).
+ Estruturado e intelectual.
Audição: Schaeffer, 5 études de bruit (1.ª música concreta) muito recente, portanto com
bastante sucesso.
Em 1949-1950: Symphonie pour un homme seul, 1º mvt (Schaeffer e Henry). Não é a sua
única colaboração. Nessa altura, Schaeffer era o anfitrião do estúdio da ORTF. Boulez e
Stockhausen vieram ver a música mas rejeitaram-na.
A ideia era compor uma sinfonia a partir de sons humanos. Inclui os sons de pianos
preparados gravados e os sons de vozes cantaroladas. Maurice Béjart fez um ballet sobre
ela e continuará a trabalhar com Pierre Henry.
La messe pour le temps présent 1967 (para uma coreografia de Maurice Béjart).
Pierre Henry pediu a Michel Colombier, que não é um compositor de música clássica, mas
sim um compositor de música disco, para colaborar. O objetivo era injetar elementos
electrónicos na música de dança. Juntos compuseram "5 electronic jerks".
Nesta altura, a música concreta dá origem à música acusmática. O mais conhecido destes
compositores é François Bayle (1932...). Diretor do GRM em 1966 (instituição francesa,
Groupe de Recherche Musicale), fundado por Pierre Schaeffer em 1958 na estação de
rádio francesa.
Música com suporte, um ramo da música concreta. Composta principalmente num
computador. Utiliza a espacialização do som.
Oiça: Jeita de François Bayle (uma gruta no Líbano onde se realizavam concertos de
música contemporânea nos anos 70).
Henry Dutilleux (1916 Angers-2013 Paris): Não estudou com Messiaen. Opõe-se a Boulez.
Encarna a continuação "académica", tem uma forma mais tradicional de compor sem ser
reativo. Estudou em Paris e tornou-se professor de composição nessa cidade. Influenciado
por Stravinsky, move-se entre as linguagens tonal e atonal. Conhecido no estrangeiro,
trabalhou nos Estados Unidos. Escreveu uma peça para orquestra chamada Métaboles (1965),
baseada no princípio da variação. Trata-se de uma espécie de concerto para orquestra
(inspirado em Bartok), em que cada uma das 5 partes incide sobre uma das famílias d e
instrumentos (sopros, cordas, percussão, metais, tutti).
Escute:
Concerto para violoncelo "Tout un monde lointain" (Dutilleux)
Em 1952, escreveu "Structures" para 2 pianos, a sua primeira obra serial generalizada. Pouco
antes (1950) Messiaen tinha escrito "modes de valeurs et d'intensité", Structure 1A no
primeiro livro é a sua primeira obra serial generalizada, na mesma série de Messiaen. O
resultado é uma música muito "árida", recortada, representativa da música d e s s e s anos.
Este mvt não durou muito tempo e, no início dos anos 60, alguns dos seus membros já o
estavam a abandonar. O desejo era deixar o passado para trás (música tonal). Alguns
historiadores afirmam que esta música reflecte a imagem d a Europa n e s s a época.
Exatamente na mesma altura, Cage escreveu uma peça no mesmo estilo, em que desenhou
todos o s parâmetros ao acaso, e o resultado foi semelhante.
1955, "Le Marteau sans maître" (O martelo sem mestre), a sua peça mais célebre, ainda
em série generalizada mas com algumas flexibilizações. Para música de câmara,
frequentemente de formação romântica, aqui para flauta em sol, soprano, alto, guitarra e
percussão (inspirada em Pierrot Lunaire). Inspirada em poemas de René Char (que não
gostava da música de Boulez). Contrariamente à tradição, a música nunca ilustra o texto e
a voz é tratada instrumentalmente.
Na sua música, distingue entre tempo suave (sem pulsação) e tempo estriado (com uma
pulsação identificável).
Prosódia, a arte de m u s i c a r um texto. Pretendia romper com a tradição e adotar uma
visão mais estrutural do texto, estruturando a música como o texto está estruturado.
Escute:
Répons' para 6 solistas e ensemble (Boulez)
Anthèmes 2 (Boulez 1997): violino e eletrónica (harmonizador: transpõe em tempo real
até uma terça. Reinjecção: faça um eco. Espacialização: não como estéreo, sons de vários
lados). São os técnicos que lançam os efeitos, mas pede-se frequentemente aos músicos
que o façam com um pedal.
Música espetral:
Baseado na modelação: tomar como base o próprio som e analisá-lo (com um sonograma). O
compositor escolhe um som, obtém um sonograma e tenta transferi-lo para outro
instrumento, ou grupo de instrumentos, para obter um determinado timbre.
O processo: passar gradualmente de um modelo sonoro para outro. Pouco a pouco,
desistimos e transformamo-lo noutro.
Este movimento nasceu nos anos 70. Um dos últimos movimentos musicais a surgir (mais
desarticulado). Os primeiros a fazê-lo foram um grupo, o conjunto "Itinéraire" . Eram
instrumentistas, mas criados por compositores: Tristan Murail (FR), Gérard Grisey, Michaël
Levinas (filho de Emmanuel). Conheceram-se nas a u l a s de Messiaen. Mais tarde,
juntaram-se-lhes Huguis Dufourt e Horacio Radulescu. Dois compositores inspiraram o
espectralismo: Scelsi (começou com música serial, depois depressão, depois começou a
repetir sons de piano durante todo o dia e tentou analisar o interior do som...) e Stockhausen
(com Stimung 1968 para 6 cantores usando os harmónicos naturais de um Si grave). Ainda
antes, Debussy teve uma grande influência sobre eles (notas com diferentes intensidades no
mesmo acorde).
Este movimento teve muito sucesso, mas causou polémica porque já não era combinatório
(como Bach), pelo que foi contestado. A música era um pouco lenta e arrítmica.
Escute:
Les espaces acoustiques (Grisey): a sua maior peça (várias peças que podem ser tocadas
separadamente), do solo instrumental à orquestra completa.
Folheie os sinos (Murail)
Muita influência noutros compositores, muitos jovens compositores que não pretendem
ser espectrais utilizam estas técnicas (Claude Ledoux).
Teatro musical:
Georges Aperghis (Atenas 1945- Paris...)
Trabalhou com Xenakis, que se naturalizou francês. Interessa-se muito pelo teatro musical.
Uma forma de fazer música misturando-a com o teatro. As primeiras formas surgiram no
início do século XX com "O Conto do Soldado" e "Pedro e o Lobo", por e x e m p l o . >< Na
ópera, não colocamos os instrumentistas no fosso, fazemo-los participar.
Continua a ser uma disciplina muito praticada.
Aperghis trabalhou para Antoine Vitez (diretor da Comédie Française).
Aperghis cria o ATEM em Paris (Atelier Théâtre et
Escute:
Concerto para trombone: "Watt" (Dusapin 1994): o ardor da juventude Etude
n°6 para piano: Tempo Vascillando (Dusapin).
Escute:
Le chant des ténèbres (Escaich 1992): sax soprano + 12 saxes Improvisação
sobre o tema de GOT (Escaich)
Funk (Connesson 2011): uma homenagem a James Brown
Música americana:
Não existe uma verdadeira tradição de música clássica americana, porque no século XIX
os compositores eram sobretudo influenciados pela música europeia e, até ao final da
Segunda Guerra Mundial, a maioria dos músicos formou-se na Europa. Paralelamente,
surgiram o jazz e os blues (derivados das tradições africanas). O jazz deu depois origem
ao rock.
Mas a partir dos anos 40, alguns intelectuais americanos (todos brancos) começaram a
deixar a sua marca.
Na Europa, havia o serialismo e a música que tentava exprimir as coisas. Os americanos, por
outro lado, têm um lado mais concetual na sua música (menos sentimento).
John Cage (1912-1992): muito polémico. Não foi apenas um compositor, começou por
estudar piano. Foi também pintor e escritor. Nos anos 30, estudou piano em Paris com
Nadia Boulanger (deu muitas masterclasses na América). Foi também micologista
(cogumelos, que não musicou). Teve 2 importantes professores de composição: Henri
Cowell (trabalhou no interior do piano) e Schoenberg (em 1933 deixou a Alemanha e foi
para Los Angeles, onde ganhou a vida a dar cursos de composição e orquestração à la
Mahler). Interessou-se por ideias seriais e escreveu as suas primeiras peças assim, mas
rapidamente Schoenberg aconselhou-o a parar de compor, pelo que parou.
Em breve fundou um grupo de percussão. Conheceu também um bailarino (que viria a
tornar-se seu parceiro), Merce Cunningham (um dos maiores coreógrafos americanos do
século XX), com quem Cage trabalhou até à sua morte.
Em 1938, inventou o piano preparado. Ia escrever um bailado (Bacchanale 1938), e
queria fazer uma peça para conjunto de percussão, mas viu que não tinha espaço e, para
compensar, criou um piano preparado. Chegou ao ponto de compor um concerto para
piano e orquestra. Os seus pianos são preparados com muita precisão. No início, havia
uma mistura de sons naturais e preparados. Mais tarde, quando escreveu as sonatas e
interlúdios para pianos preparados (1948), refinou ainda mais as sonoridades.
Escute:
Bacchanale (Cage 1938): primeira peça para piano preparado.
Sonate n°5 (Cage 1948): inspirada no gamelão javanês.
Cage fez algumas peças bastante minimalistas com muita repetição. A música repetitiva é
minimalista. Ele inspirou Reich.
Nos anos 30 e 40, tinha um estilo muito próprio, mas depois voltou a fazer Cage.
Em 1942, escreveu "Credo in US", para um bailado (dançado por Merce Cunningham).
Muito original, piano, percussão (incluindo latas e panelas) e fonógrafo (que toca música
clássica, jazz e canções de cowboys).
Em 1948, iniciou uma colaboração com David Tudor (piano e compositor), que estreou
muitas obras contemporâneas dos anos 50 e 60 (Stockhausen). Foi, sem dúvida, para ele
que Cage escreveu muito para piano.
Em 1949, conheceu Boulez em Paris e tornaram-se amigos directos (talvez ainda mais).
Corresponderam-se durante anos, até se desentenderem n o final da década de 50.
Em 1951, criou uma peça bastante concetual: Imaginary Landscape n°4. Para 12 aparelhos de
rádio e 24 intérpretes (um para acionar o volume e outro para regular as frequências). A
partitura é escrita em notação proporcional (para cada estação). O resultado depende d o
l o c a l o n d e s e e n c o n t r a (gravação e tempo).
Tornou-se diretor da companhia de Cunningham. Conheceu muitos pintores, incluindo
Raushenberg, Ernst e Duchamp. Quando fazia espectáculos de dança, Cage criava música
com objectos colocados sobre uma mesa, enquanto Raushenberg criava cenários com o
que encontrava no teatro.
Tendo-se tornado amigo de Duchamp, escreveu "Music pour Marcel Duchamp" em 1951.
Uma peça muito minimalista e repetitiva para piano preparado. Mais tarde, os
compositores de música repetitiva fariam dela uma peça de referência.
Durante este período, estudou a música de Webern (de certa forma minimalista, muito
concentrada). Outro músico que o impressionou foi Satie (Dadaísta como Duchamp). A
sua música continha repetições e coisas que não faziam sentido (um pouco como Cage).
Foi-lhe apresentada a filosofia Zen.
Em 1952, juntamente com outros compositores, fundou o Projeto de Música para Fita
Magnética, um dos primeiros grupos a fazer música eletrónica. O grupo i n c l u í a : Cage,
Morton Feldman, Christian Wolf e Earl Brown. O grupo ficou conhecido como a Escola de
Nova Iorque.
No ano seguinte (1952), com a companhia de Cunningham, criaram
"Peça de teatro. Foi o primeiro Happening na história da arte.
O que é um Happening ou Evento? Um encontro onde não há separação entre o público e
os artistas. Neste primeiro happening, havia dança, poesia, pintura e música. Teve muito
sucesso nos anos 60 e 70. O grupo Fluxus fazia-os um pouco por todo o mundo. O
objetivo era que o público desempenhasse um papel ativo. A ideia era não separar a vida
normal da vida artística.
Em 1952, escreveu 4.33. Pode ser tocado em qualquer instrumento. A única indicação é que
existem 3 mvts, cada um nomeado por uma duração.
Várias ideias:
- O silêncio absoluto não existe, mesmo numa sala completamente insonorizada.
ouve os seus órgãos).
- Os sons são belos em si mesmos, pelo que é presunçoso tentar organizá-los (vem
da filosofia Zen). Escutamos os sons à nossa volta.
Um musicólogo americano era o produto de 3 vontades: a vontade do autor, a vontade
do intérprete e a vontade do ouvinte. (Não necessariamente verdadeiro).
Ainda nos anos 50, veio dar cursos em Darmstadt. Alguns compositores ficaram muito
impressionados com ele, nomeadamente Stockhausen e Pousseur. Foi nesta altura que Cage
introduziu formas de indeterminação (o intérprete tinha de escolher por si próprio) e de
acaso nas suas obras (4.33 e Imaginary Landscape). Stockhausen e Pousseur integraram nas
suas obras passagens improvisadas (sobre uma altura ou melodia).
Indeterminação ao nível do material sonoro, mas foi ainda mais longe, e introduziu a
indeterminação ao nível da composição. Cage usou o lançamento de dados para determinar
certas escolhas na composição. Anotava as notas mesmo que fossem tiradas ao acaso. Tentou
também lançar uma moeda ao ar ou pegar em mapas astronómicos e transferir pautas para
eles (o que deu origem a alturas aleatórias). Jogou também com a má qualidade do papel
(concerto para piano): havia pequenas
Em seguida, fez o mesmo com as cartas astronómicas. O método Yi-King: o mais antigo
texto chinês conservado, uma coleção poética de textos oraculares, que lhe permite
prever o futuro manipulando os pauzinhos. Ao manipular os pauzinhos, obtém
aleatoriamente uma passagem deste livro. Assim, em vez de desenhar passagens do livro,
fá-lo com notas musicais. Isto elimina qualquer escolha subjectiva por parte do
compositor e livra-o do ego. O resultado é bastante caótico. Mas o resultado está muito
próximo de uma música super-determinada (Boulez). A música está completamente
escrita.
Escute:
Credo in US (Cage): tudo está escrito numa partitura
Imaginary landscape n°4 (Cage)
Music of changes (Cage): grande peça para piano inteiramente extraída ao acaso do I Ching
Música para piano de brinquedo amplificado (Cage 1960): a suite da "suite para piano de
brinquedo". Técnica de transferência. Bastante minimalista.
Música para dois: realização de uma peça maior. Uma peça bastante invulgar em que
escreveu uma peça para orquestra mas em que cada intérprete tem a sua própria
partitura, mas pode tocar as partes que quiser (apenas 2 flautas ou apenas os violinos e
um oboé). Qualquer combinação é possível. 2 pianos cujas cordas são friccionadas com
um arco. Acordes lentos, notas isoladas que formam pequenas melodias e silêncio. Estes
são os principais elementos que compõem a partitura.
Escute:
Projeção 1 (Feldman): Violoncelo solo, uma das primeiras partituras gráficas na história da
música. Não há indicação exacta da altura. Pede que os tons agudos sejam tocados muito alto
(harmónicos, por exemplo), os tons médios em pizz e os tons graves em arco. As durações são
indicadas pelas formas em notação proporcional.
Para John Cage (Feldman 1982): violino e piano. Duração +- 70 min.
Steve Reich (NY 1936) :
Durante a sua adolescência, descobriu a música clássica (Bach, Stravinsky, Bartok e Webern).
Foi também muito influenciado pelo jazz, pela música africana e pela música judaica. Estas
serão as suas fontes de inspiração. Estuda filosofia e entra na Juilliard School em 1958.
Estudou com Berio e Milhaud no Mills College.
O minimalismo surgiu em meados da década de 1960, também na pintura. Foi fortemente
influenciado pela música de Satie (Vexação: repetir a mesma coisa 840 vezes). A ideia dos
minimalistas, e sobretudo dos repetitivistas, era utilizar materiais muito limitados e simples
para se oporem à música muito intelectual e áspera (serial) dos anos 50. Isto tem a ver com o
lado hipnótico da música africana (trance).
Escute:
O piano bem afinado (Young começou em 1964): afinado de acordo com a sua escala. Dura 6
horas a t u a l m e n t e (não está terminado). Apela à improvisação.
Escute:
Em Dó (Riley 1964): consiste em 53 pequenas células. Devem ser repetidas, mas cada
intérprete decide o número de vezes que cada célula é repetida. Não há limite para o
número de intérpretes. A peça deve durar entre 45 minutos e 1h30. Deve ter um ritmo
regular de colcheias sobre semicolcheias. Obra aberta.
1965: Reich escreve a sua primeira peça repetitiva. Inicialmente, era uma peça
exclusivamente para fita magnética, "It's Gonna Rain". A peça foi composta com 2
gravadores de fita magnética e ele inventou uma técnica conhecida como mudança de
fase. Esta técnica consiste em dessincronizar 2 sistemas periódicos idênticos. Tudo o que
tem de fazer é abrandar um deles, e depois pode voltar a colocar ambos à mesma
velocidade. Mais tarde, aplicará esta técnica também aos instrumentos. Entre 1965 e
1971, a sua música baseou-se exclusivamente nesta técnica.
princípio. A sua segunda peça, em 1966, chama-se "come out". Escreveu também "piano
phase" segundo o mesmo princípio. Foi a primeira peça instrumental a utilizar esta técnica.
Oiça: It's gonna rain (Reich 1966): gravou o irmão Walter a dizer a frase
"vai chover. Vai tirar-lhe a fase. Piano Phase (1967): dois pianos,
deslocados por uma semicolcheia.
Nos anos 70, criou o Steve Reich Ensemble, dedicado exclusivamente à sua música.
Tocava nele (era percussionista e pianista). E foi durante esses anos que experimentaram
todo o tipo de coisas.
A sua música torna-se progressivamente mais consensual. Trabalha o timbre e escreve
para orquestra (ópera).
Nos anos 80, escreveu também "Different Trains" (1988) para quarteto de cordas e cassete.
Os comboios diferentes eram os comboios que partiam para os campos de concentração. E os
seus pais viviam muito longe uns dos outros, por isso passava muito tempo no comboio.
Escreveu também "A Caverna", a sua ópera de câmara.
A" City Life " dedicada à cidade de N-Y. Para ensemble e sons samplados. Utiliza sons não
musicais mas transpõe-nos para a mesma altura que os instrumentos tocam, e os
instrumentos imitam os ritmos dos sons gravados.
Escute:
WTC 9/11 (Reich 2010): dedicado às vítimas dos atentados do WTC. Utilizou o mesmo
princípio que em City Life, recuperando as trocas entre a torre de controlo e os pilotos
para criar o seu material musical.
Escute:
Einstein na praia (Glass 1976): ópera apresentada pela primeira vez no Festival de
Avignon em 1977, esta foi a peça que o tornaria muito famoso. Foi ele próprio que
escreveu o libreto. É um pouco desconcertante porque não tem um fio condutor, apenas
várias cenas curtas. Evoca algumas das teorias científicas de Einstein. Realizada por Bob
Wilson (um pouco louco). A ópera tem a duração de 5 horas.
3º mvt do 1º concerto para violino (Glass): repete sequências mas é menos radical que o de
Reich. Tonal e harmonicamente muito simples. A escrita para violino baseia-se principalmente
e m arpejos e cordas duplas.
Sinfonia 3 "Heroes" (Glass): originalmente um bailado. Estreada em 1996 em Nova Iorque
com um bailado.
Escute:
Concerto para clarinete baixo e orquestra de câmara (Carter 2009): referências explícitas
à música serial.
Oiça
13 aniversários (Berstein): Para os aniversários das pessoas de quem gostava. Sinfonia 2
(Malher): Bernstein dirige
Candide Ouverture (Bernstein): menos enérgico do que na sua juventude.
Sinfonia 3 Kaddish (Bernstein 1963): Ofício dos mortos para os judeus. Um pouco
especial, 1 narrador cujo texto foi escrito pelo próprio Bernstein, soprano solo, um coro
(hebraico e aramaico), coro infantil e orquestra. Dedicada a JFK, que tinha acabado de ser
assassinado. Encomendada pela Fundação Koussevitsky. 8 mvts.
West Side Story (Bernstein 1957): um musical antes de ser um filme. Em 1962, Robert
Wise realizou uma versão cinematográfica. Em 1962, Bernstein produziu uma suite de
dança sinfónica baseada na música de WSS. O libretista pegou no tema de Romeu e
Julieta, mas transpô-lo para a Nova Iorque dos anos 50. 2 bandos rivais entram em
confronto (os Yankees e os Porto Riquenhos). Muita influência do jazz e ritmos sul-
americanos.
Música na Bélgica:
Henri Pousseur: (1929-2009) nasceu em Malmedy (de língua alemã no início, mas falava
sobretudo francês). Começou com o órgão e inscreveu-se no CRLg, onde mais tarde se
tornou diretor. Aí conhece Pierre Froidebise, professor de harmonia prática e compositor (pai
de Anne). Este introduziu os seus alunos na música contemporânea e foi um dos primeiros a
interessar-se por ela na Bélgica, tal como André Souris. Estes dois conheciam bem Boulez e foi
assim que Henri Pousseur se encontrou com Boulez em Paris em 1951. Eles vão formar a
escola do serialismo generalizado. Em 1952, conhece Stockhausen e, pouco depois, Berio.
Tornam-se amigos. Foi convidado a trabalhar na rádio alemã (WDR), que tinha criado um dos
primeiros estúdios de música eletrónica. Aí cria peças. Foi também trabalhar no estúdio de
música eletrónica de Milão (criado por Berio) no final dos anos vinte.
50. Nos anos 70, criou o centro Henri Pousseur, onde montou um estúdio de música
eletrónica (o único na Bélgica), que continua a ser um dos únicos do género na Europa. O
centro rapidamente estabeleceu ligações com o CRLg. Nos anos 50 e 60, lecciona em
Darmstadt. Ensinou depois na Suíça, em Colónia e em Nova Iorque (Buffalo). Tornou-se
professor de composição no CRLg. Tornou-se diretor em 1975. Começa a integrar a
música contemporânea e a música antiga. Cria cursos de música eletrónica, improvisação,
jazz, música de câmara experimental (Peuvion), metodologia de formação em música
experimental (Fourgon) e seminários de jazz (segunda escola de jazz fundada na Europa).
Cria uma dinâmica especial. Saiu ao fim de 11 anos. Foi trabalhar para La Villette em Paris
(instituto de pedagogia musical).
Sob o seu impulso, o conservatório de Liège teve uma grande visibilidade como
conservatório-piloto.
Oiça:
Quintette à la mémoire de Webern (Pousseur 1955): serialismo generalizado. Baseado na
série Opus 22 de Webern.
Vue sur les jardins interdits (Pousseur 1973): quarteto de saxofones. Posteriormente,
escreveu 7 versões diferentes da peça. Eis uma versão para 5 clarinetes. Uma canção de
Samuel Scheidt.
Em 1961, a cidade de Liège pede-lhe que componha uma peça eletrónica para a inauguração
da torre cibernética de Schöffer (Boverie). "3 visages de Liège" (Pousseur 1961): para cassete
solo. 3 faces: ar e água, vozes da cidade, forjas.
Nos anos 60, escreveu uma ópera, "O teu Fausto", que estreou em 1968 no La Scala de Milão.
É uma peça em que utiliza diferentes estilos. O público pode decidir como é que a ópera
continua. Tem uma duração de 2 horas, mas contém 7 horas de música escrita.