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ANÁLISE DO CONFORTO AMBIENTAL NO PLANO DIRETOR DE


DESENVOLVIMENTO URBANO E AMBIENTAL DE MACAPÁ-AP, DE 2004 À
2019: DIRETRIZES E CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS.

Marcelle Vilar da Silva


UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
cellevilar86@yahoo.com.br

Bárbara Patrícia Lima Pena


UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
barbara.lima.pena@hotmail.com
9o CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEJAMENTO URBANO,
REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2021 DIGITAL)
Pequenas cidades, grandes desafios, múltiplas oportunidades
07, 08 e 09 de abril de 2021

ANÁLISE DO CONFORTO AMBIENTAL NO PLANO DIRETOR DE


DESENVOLVIMENTO URBANO E AMBIENTAL DE MACAPÁ-AP, DE 2004 À
2019: DIRETRIZES E CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS

M. V. Silva e B. P. L. Pena

RESUMO

Esta pesquisa visa analisar as diretrizes presentes no Plano Diretor e demais legislações
urbanísticas da cidade de Macapá, relativas ao conforto ambiental, relacionando-as com as
transformações ambientais que a cidade vem sofrendo ao longo do tempo. Para embasar a
análise, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre as dificuldades da inserção e
implementação de indicadores ambientais no planejamento urbano que correlacionem a
climatologia, a geometria urbana e o conforto ambiental. A análise das legislações aponta
inúmeras alterações, desde 2004, que tornam confusa a compreensão das diretrizes atuais
vigentes, e as diretrizes de conforto ambiental existentes são escassas e pontuais e muitas
vezes pouco claras. Quanto as transformações climáticas, autores destacam a supressão da
área verde com redução de 23% (1985 a 2006) e a ocorrência de ilhas de calor; a elevação
das temperaturas máximas e predominância da sensação térmica quente relata pela
população já no ano de 2013.

1 INTRODUÇÃO

É importante ressaltar como a cidade de Macapá se desenvolveu urbanisticamente nas


últimas décadas e como isso interferiu no Plano Diretor (PD). Santos et al. (2016) afirma
que, ao contrário do resto do Brasil, em que o inchaço populacional ocorreu por volta de
1950 e 1970, na cidade de Macapá esse aumento só foi acontecer a partir de 1985, quando a
cidade enfrentou uma intensificação na taxa de migração, o que acarretou expansão e
crescimento econômico local. Esse aumento da população na cidade de Macapá ocorreu,
principalmente, após o Amapá tornar-se Estado, por meio da Constituição de 1988, o que
ocasionou em ocupações desordenadas (como as áreas de ressaca) e uma expansão territorial,
a partir do surgimento de novos bairros sem planejamento ou infraestrutura adequada
(BRITO, 2014).

Além da expansão do território macapaense, destaca-se também o aumento dos


empreendimentos verticais na cidade. Apesar de ter um início tardio, visto que o primeiro
grande edifício da Região Norte foi na cidade de Manaus, em 1949 e logo após, em 1950,
surge o primeiro arranha-céu na cidade de Belém, o primeiro edifício com mais de dez
pavimentos, só foi construído em Macapá no ano de 1999, o chamado Turmalina Residence
(BATISTA, BRITO e PANTOJA, 2016). A partir deste empreendimento, as construtoras
que apenas projetavam edifícios de até quatro pavimentos, passaram a aumentar o gabarito
dos prédios e isto acabou por impulsionar o crescimento vertical na cidade, principalmente
após as alterações que ocorreram no Plano Diretor de Macapá.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) de Macapá foi


instituído em fevereiro de 2004, por meio da Lei Complementar (LC) nº 026/2004. A Lei de
Uso e Ocupação do Solo (LUOS) também foi implementada em junho do mesmo ano, por
meio da LC nº 029/2004.

Quanto aos critérios de verticalização e setorização do solo, o PDDUA de Macapá já sofreu


inúmeras modificações em suas diretrizes. Foram contabilizadas cinco LC´s, entre 2004 e
2019, que alteram apenas esses critérios: LC 035/206, LC 044/2007, LC 077/2011 LC
109/2014 e LC 115/2017. As alterações visam elevar as alturas dos gabaritos máximos
permitidos, principalmente área central da cidade, que é a que mais sofre pressão da
especulação imobiliária, a área que se localiza as margens do Rio Amazonas e onde estão
locados os principais patrimônios históricos da cidade.

Em um curto período de 10 anos (PDDUA de 2004 e LC 109/2014), Silva e Pena (2020)


afirmam que a verticalização baixa teve um aumento de 39,13%; a média teve aumento de
51,11% e a verticalização alta teve adição de 56,58%, nos bairros centrais da cidade. As
autoras afirmam que esse aumento no gabarito causará não apenas impactos visuais, mas
também no sistema de saneamento, abastecimento de água e energia e no conforto ambiental
da cidade. Complementa-se a esse fato, segundo Carvalho (2013), que o Plano Diretor de
Macapá apresenta um grande viés político e econômico, mas com pouca participação social.

Todas essas questões do crescimento acelerado e desordenado, acompanhado da


permissividade das legislações, trazem uma grande preocupação quanto ao desempenho
ambiental da cidade. Pretende-se então, nesta pesquisa fazer um levantamento dentro das
legislações urbanísticas vigentes em Macapá, das diretrizes referentes ao conforto ambiental,
com o intuito de analisar se as diversas alterações ocorridas nessas leis são acompanhadas,
com a mesma velocidade, pela inserção de instrumentos que possam garantir mais conforto
aos cidadãos ou de estudos dos impactos que as alterações causarão na cidade.

A pesquisa é iniciada pela revisão bibliográfica sobre planejamento urbano e conforto


ambiental e sobre estudos realizados na cidade de Macapá que envolvem quantificações de
alterações no microclima urbano. Após a revisão, através da coleta e análise de todas as
legislações urbanísticas vigentes, é dado o devido destaque as partes que citam ou
apresentam algum instrumento referente a estratégias voltadas para o conforto ambiental e
analisadas quanto sua aplicabilidade e viabilidade. Por último destacam-se os principais
estudos com dados relevantes sobre as transformações ambientais que Macapá já apresenta,
relacionando-as com estratégias e sugestões de autores da área urbana, para inserção de
instrumentos reguladores no planejamento urbano que garantam mais conforto nas cidades,
buscando destacar os benefícios e a importância de sua aplicação.
2 CONFORTO AMBIENTAL E LEIS MUNICIPAIS DE MACAPÁ

Os princípios de conforto ambiental são pouco utilizados dentro do Plano Diretor de Macapá.
No decorrer das quatro partes que consistem o PD, sendo elas as estratégias de
desenvolvimento; a estruturação municipal e urbana; os instrumentos de controle urbano e
instrumentos indutores do desenvolvimento urbano; e as propostas de um Sistema Municipal
de Gestão Territorial, o conforto ambiental é observado apenas nos artigos 81 e 83, que
aborda as Subzonas de Ocupação Prioritária (SOP), que são basicamente os bairros centrais,
e sobre as Subzonas de Fragilidade Ambiental (SFA), que abrange principalmente a área da
orla da cidade. É descrito nessas duas subzonas, que as construções nessas áreas só serão
permitidas, caso haja a garantia de conforto térmico e ambiental, condicionada à implantação
de infraestrutura urbana, mas não é especificado como isso será garantido.

Na LUOS, o conforto térmico é definido como critério e parâmetro das unidades


habitacionais e é apresentado logo no art. 1, mas assim como no Plano Diretor, não fica claro
como esses critérios e parâmetros serão atendidos ou se já existem. No art. 68, que trata
sobre as diretrizes do Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV), é descrito que os impactos
potenciais ou efetivos dos empreendimentos, ou atividades, devem considerar alguns fatores
de conforto ambiental, sendo estes os níveis de ruídos emitidos, modificação do ambiente
paisagístico e influência na ventilação e iluminação natural. Segundo Silva e Pena (2020),
seria importante que os “critérios e parâmetros” de conforto ambiental já estivessem
definidos na lei, visto que desta forma, o RIV poderia ser avaliado com relação a diretrizes
concretas, para viabilizar ou não, o licenciamento desses empreendimentos.

De todas as medidas que visam o conforto ambiental no PD ou na LUOS, a mais delicada é


a da LC nº 044/2007, onde no art. 70, é descrito que “no prazo máximo de 05 (cinco) anos,
o Poder Executivo Municipal, por meio de instrumentos adequados do controle ambiental,
realizará um estudo sobre os impactos desta lei, com ênfase na avaliação do conforto
ambiental e aeração da cidade”. Entretanto, mesmo após 8 anos do fim do prazo previsto, os
estudos necessários não foram realizados ou apresentados. A falta dessas pesquisas pode ser
notada nas modificações drásticas (apresentadas no capítulo anterior) que o Plano Diretor de
Macapá sofreu desde 2007 e na falta de conhecimento sobre o impacto dessas alterações no
conforto térmico da cidade.

Na LC nº 077/2011, o art. 6 também apresenta algumas diretrizes de conforto ambiental, ao


decretar que, em casos de edificações encostadas nas duas divisas laterais do lote, para o lote
resultante de subdivisão, deve-se dispor 12% da área de projeção da edificação para aberturas
de ventilação e insolação, e as áreas de ventilação laterais perpendiculares a divisa lateral do
lote, devem ter um afastamento mínimo de 0,75m. Essa garantia de áreas de ventilação é
importante, mas segundo Silva e Pena (2020), o ideal seria que ela fosse válida para qualquer
lote sem afastamento lateral e também que fossem estabelecidos valores para as demais
edificações.

A LC nº 077/2011, no art. 15, cria o art. 84-C, na LC nº 029/2004 (LUOS), onde para garantir
o atendimento dos princípios ambientais e sustentáveis e de conforto térmico, de modo a
permitir a passagem da ventilação na superfície, estabelece que os muros frontais dos lotes
devem possuir, pelo menos, 1/3 (um terço) de sua extensão composta de elementos vazados
ou gradeados. Também determina que na extensão dessas áreas vazadas, haja uma taxa de
ajardinamento de no mínimo 25% do recuo frontal, para fins de paisagismo, onde se
recomenda plantas e árvores regionais.
A indicação dos muros vazados é muito importante para que haja a circulação da ventilação
na lateral e no interior das edificações, visto que, em áreas urbanas, essa circulação de vento
pode ser pequena por conta da proximidade das construções e dos obstáculos criados pela
cidade, sendo o muro um obstáculo presente em quase todos os lotes (FROTA e SCHIFFER,
2007). A taxa de ajardinamento também contribui muito para melhorar o conforto térmico
urbano, pois aumenta a área verde e permeável da cidade, que constantemente está sendo
suprimida pelas construções e pavimentações. De acordo com Carvalho (2013), a cidade de
Macapá já teve uma redução de 23,23% na densidade de área verde e perda de 14,76% de
área de cerrado, durante o período de 1985 até 2006.

Além dos artigos 6 e 15, a LC nº 077/2011 também apresentou o art. 16, que pela primeira
vez, estabeleceu um distanciamento mínimo entre as edificações verticais, para que assim
houvesse a garantia da ventilação, insolação e atendimento aos princípios ambientais e
sustentáveis. Esse artigo determinou a distância mínima de 15 m entre edificações de
verticalização baixa; 20 m entre verticalização baixa e média; 30 m entre verticalizações
médias e 37 m entre média e alta. Esses distanciamentos sofreram algumas modificações em
2014, por meio do art. 12 da LC nº 109/2014, que alterou para 35 m e 50 m entre
verticalizações altas, depois sendo alterada para 45 m ainda no mesmo ano, e 30 m entre
verticalizações alta e baixa.

É importante ressaltar que esses distanciamentos ajudam a amenizar os desconfortos do


clima quente e úmido, visto que permitem uma ventilação natural entre as edificações. De
acordo com Frota e Schiffer (2007) e Cunha et. al. (2006) e Nascimento (1995), para que
haja a ventilação natural, é necessária a porosidade, que é relacionada à maior ou menor
permeabilidade e é associada aos afastamentos entre edificações, pois concebe uma relação
entre espaços abertos e fechados.

Acrescenta-se que, além do PDDUA e a LUOS, Macapá também possui outro instrumento
que tenta garantir um pouco mais de conforto ambiental a cidade. Trata-se do Plano de
Arborização Urbana do Município de Macapá (PDAU/MCP), que é um documento
relativamente recente, tendo sido promulgada no ano de 2016, por meio do Decreto Lei nº
1678/2016. Seus objetivos gerais baseiam-se no que é proposto no parágrafo único do Art.
56, da LC nº 026/2004, que orienta ao Município a elaboração de estudos para avaliar a
necessidade de implantação ou ampliação da arborização na cidade. Assim, o Plano de
Arborização apresenta alguns objetivos:

I – buscar o conforto ambiental no Município de Macapá, com vista a manter o


equilíbrio climático e combater as ilhas de calor;
II – preencher o vazio arbóreo do Município de Macapá, visando a padronização
da arborização urbana;
III – estabelecer as diretrizes de planejamento, diagnóstico, implantação e manejo
permanentes da arborização de espaços públicos no tecido urbano;
IV – monitorar a quantidade, qualidade, acessibilidade, oferta e distribuição de
espaços livres e áreas verdes no tecido urbano;
V – utilizar a arborização na revitalização de espaços urbanos e contribuir para o
processo de resiliência ambiental no Município de Macapá;
[...]
XI – mitigar os conflitos entre arborização e equipamentos públicos (PDAU/MCP,
2016. Capítulo I, Art. 3º, p. 7).
Acerca das diretrizes gerais do plano, este propõe o inventário e georreferenciamento de
todas as árvores do espaço urbano da cidade, em um prazo de 10 anos, para montar bancos
de dados e disponibilizar as informações para a população. No entanto, até o ano de 2019,
esses dados ainda não foram disponibilizados ao acesso público.

O PDAU também apresenta o Plano de Manejo da Arborização Urbana, que entre as


diretrizes gerais, recomenda a identificação de áreas potenciais para novos plantios, tendo
como prioridade o adensamento em setores menos arborizados, e o preenchimento do vazio
arbóreo urbano. Já na Subseção VII, do Capítulo IV, quando referente as praças e
logradouros públicos, o plano incentiva o plantio de espécies frutíferas, caso este não
apresente problemas fitossanitários.

Observa-se que o Plano de Arborização de Macapá não apresenta grandes diretrizes ou


mesmo especificações, quanto à implantação e adequação arbórea da cidade, como desenho
de perfis viários ideais ou um quantitativo prévio de árvores existentes no meio urbano e as
recomendações previstas nele ainda são muito generalizadas, logo, não apresentam
orientações efetivas sobre a arborização da cidade.

É necessário ter um planejamento da arborização urbana mais eficaz, pois ela garante
satisfação psicológica, limpeza do ar e sombreamento, necessários para qualificar o ambiente
urbano. Carvalho (2013) ressalta que o esvaziamento de áreas verdes está relacionado com
a ausência de uma efetiva gestão da aplicabilidade do planejamento urbano e com o
crescimento urbano.

O que se observa ao analisar essas leis, é que as inserções de diretrizes voltadas para o
conforto ambiental ainda são muito tímidas e voltadas para ações pontuais e quase sempre,
não se nota a aplicabilidade dessas normas. As diretrizes previstas não são finalizadas ou
mesmo iniciadas e quem mais sofre com essa deficiência de aplicação é a população, que
padece com os problemas de conforto térmico, que são intensificadas por causa da falta de
planejamento no desenvolvimento urbano de Macapá.

Silva (2017) indica que o planejamento urbano pouco se relaciona com as várias climáticas
e Duarte (2015) afirma que os estudos sobre conforto urbano ainda se restringem muito ao
campo do urbanismo, o que demonstra a escassez desse assunto na elaboração de planos
urbanos das cidades. Essa falta é um erro, visto que o conhecimento sobre os microclimas
proporciona melhoras no planejamento das malhas urbanas e nas condições ambientas, o que
gera o aumento do conforto térmico dos usuários urbanos.

Destaca-se que a dificuldade de inserir a temática do conforto térmico no planejamento


urbano pode estar relacionada a falta de corpo técnico adequado e especializado em clima
urbano (SILVA, 2017), principalmente no caso de Macapá, que os materiais e estudos sobre
o clima da cidade ainda são escassos. Silva (2017) esclarece que é visível a carência de
instrumentos técnicos sobre as variáveis climáticas diante o crescimento das cidades e
recomenda que os planejadores urbanos tenham consciência dessa deficiência.
3 CONSEQU ÊNCIAS AMBIENTAIS E DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO
URBANO DE MACAPÁ

De acordo com Santos et al. (2012), o rápido e desordenado crescimento das cidades
amazônicas tem dificultado a promoção de condições ideais de vida a seus habitantes,
principalmente no que tange as alterações climáticas resultantes do processo de urbanização.
Para os autores, as consequências dessa desordem atingem diversos setores, desde problemas
de conforto térmico até eficiência energética, gestão ambiental, economia de água, saúde
pública, entre outros.

Ao colocar em números essa expansão territorial, Carvalho (2013) demonstra que entre os
anos de 1985 a 2006, a área urbana de Macapá aumentou 187%, passando de uma área de
18,38 km² para 54,03 km², com diminuição de 23% da área verde, e ocupação da área de
ressaca, com diminuição da quantidade de água/área de ressaca em 53,68%, com um
crescimento populacional de 168%.

Segundo Oliveira et al. (2013), os principais responsáveis pelo aumento da


temperatura nas cidades são a substituição das áreas verdes por construções, a
impermeabilização do solo urbano, a concentração de parques industriais e o adensamento
populacional. Outros processos que também determinam o clima urbano são a função do uso
do solo, da geometria do ambiente, dos materiais e superfície e a presença da vegetação.

Pode-se também relacionar o aumento da temperatura com o processo de verticalização que


acompanha o crescimento de uma cidade, visto que esse modifica o espaço urbano, a partir
do momento que demanda outras características vinculadas a esse processo (SANTOS et al.,
2015). Segundo Silva (2017), o aumento da verticalização é uma consequência do
crescimento das cidades, principalmente as de médio porte, que crescem desordenadamente,
com pouca expansão da malha urbana, habitações e infraestruturas inadequadas. Esta
situação resulta na formação de ilhas de calor, retenção dos ventos, poluição do ar e
mudanças no regime das chuvas. Silva (2017, p. 26) acrescenta que “Esses fatores estão
diretamente relacionados com a forma da ocupação do solo e como se constroem as
edificações”.

No caso de Macapá, a verticalização acelerada é corroborada pelo Plano Diretor, que em um


período de 10 anos (2004 a 2014) já teve um aumento de 81,57% do gabarito máximo
permitido no bairro Central, o mais verticalizado da cidade. Carvalho (2013) afirma que, na
tentativa de atender a demanda social por habitação, o planejamento urbano se utiliza do
adensamento por verticalização, que nada mais é que a construção destinada à residência ou
concentração de escritórios, composta por vários pavimentos, capaz de potencializar e
revolucionar a paisagem urbana.

Para Santos et al. (2015), a verticalização acentuada, além de mudar a paisagem urbana,
também provoca impactos no ambiente urbano. Segundo Rahy (2012) os edifícios vão se
sobrepondo uns aos outros com o decorrer do tempo; os mais altos e mais novos transformam
os anteriores em pequenos exemplares na dimensão vertical. Para a autora, a verticalização
acarreta consequências desde dos aspectos climáticos, ecológicos, políticos, físico-
biológicos, éticos e psicológicos.

Já de acordo com Monteiro e Oliveira (2013), os impactos negativos da verticalização para


a cidade são a sobrecarga na infraestrutura, a impermeabilização dos solos e o aumento de
áreas expostas à radiação, que ocasionam na formação das ilhas de calor. Essas autoras
também indicam que o processo de verticalização tem consequências na redução da
velocidade média dos ventos e na degradação das condições de ventilação, visto que ocorre
o aumento de intensidade das ilhas de calor urbano, “devido à modificação do balanço de
radiação de grande comprimento de onda, redução da ventilação e concentração da produção
de origem antrópica e diminuição da cobertura vegetal” (MONTEIRO e OLIVEIRA, 2013,
p. 10).

Essa verticalização também potencializa o ganho de calor ao alterar a rugosidade, a forma


do relevo e a impermeabilização do solo. Os edifícios influenciam os ventos de superfície,
ao alterarem a “rugosidade natural” e assim provocam mudanças nas condições
climatológicas da localidade (SANTOS et al., 2015).

Os efeitos da “desorganização urbana” são visíveis no microclima de Macapá, que já


apresenta indícios físicos, principalmente na variação de temperatura do ar, visto que, em
dados analisados no período de 1968 a 2010, a cidade já apresentou resultados característicos
de ilhas de calor urbanas. Entretanto, acrescenta-se que Macapá possui algumas vantagens
como, tamanho (sendo uma cidade de médio porte), a localização geográfica e climatologia
dos ventos, que é favorecida pelo, ainda, baixo nível de urbanização e amezinhada pelo efeito
de brisa do Rio Amazonas (Santos et al., 2012).

Santos et al. (2012) também acrescenta que, apesar de ser uma cidade de médio porte, com
urbanização baixa, Macapá exibe algumas características comuns de grandes centros
urbanos regionais, como muitas áreas construídas ou artificiais, que se expandem com o
tempo, sobre áreas antes ocupadas pela vegetação, o que altera os índices microclimáticos
locais. Essa substituição da cobertura vegetal pela pavimentação e pelas construções, causa
tanto consequências para o clima urbano (como as alterações nas superfícies físicas do solo,
impermeabilizando-as e aumentando sua capacidade térmica e rugosidade, e o aumento da
capacidade armazenadora de calor), como também para a população (como problemas com
estresse, desconforto e danos físicos e mentais dos habitantes) (ROMERO, 2000).

É importante acrescentar que do ponto de vista microclimático, o problema com o clima


urbano não está relacionado ao tamanho da cidade em si, mas com os padrões de ocupação
do solo, onde áreas de baixa densidade podem ser ainda piores para o aquecimento urbano
(DUARTE, 2015). Por outro lado, Paula (2004) cita que a intensidade da ilha de calor
(fenômeno que também é causado pela falta de vegetação urbana) está relacionado ao
tamanho da cidade e sua população, assim, as cidades mais populosas são as que mais sofrem
com os efeitos da ilha de calor. A autora ainda acrescenta que “a geometria das ruas e dos
prédios nas áreas urbanas centrais influencia na máxima intensidade da ilha, em relação às
áreas livres vegetadas” (PAULA, 2004, p. 21).

Segundo Duarte (2015), o crescimento urbano é responsável pela diminuição de áreas verdes
nas cidades e que este também cria obstáculos para o plantio de novas áreas vegetadas.
Dentre esses obstáculos, estão a compactação do solo; a falta de espaço para as raízes das
árvores; alocação de serviços na superfície e no subterrâneo e a falta de gestão adequada da
vegetação. Para a autora, essas são algumas razões para a escassez de arborização nos centros
urbanos, que tendem a se intensificar com a substituição da vegetação e superfícies naturais,
por superfícies impermeáveis, como o asfalto e concreto.
A consequência desse crescimento urbano pode ser observada no aumento do desconforto
térmico percebido pelos macapaenses nos últimos 20 anos, o que gera não apenas danos à
saúde física e mental da população, mas também aumento da sensibilidade humana ao
excesso de calor, através de acréscimo significativo de dias quentes mais frequentes e por
períodos cada vez mais longos. Há também como consequências, a elevação da temperatura
máxima, o brusco aumento do número de dias com temperaturas máximas e a tendência de
diminuição do número de dias mais agradáveis (SANTOS et al., 2012).

Em um estudo realizado em Macapá, em outubro de 2013, foi possível constatar esse


desconforto térmico que a população sente, visto que a maioria das respostas indicou
sensação térmica quente, para todas as faixas etárias avaliadas, além de declararem se sentir
desconfortáveis termicamente, principalmente no período da tarde, momento em que as
temperaturas são mais elevadas. O índice de calor e o índice de temperatura efetiva
apresentaram valores máximas no início da tarde, com as faixas de melhor conforto térmico
sendo ao amanhecer e nas primeiras horas da manhã, o que indica bem a percepção térmica
das pessoas entrevistadas (SILVA, 2016).

O aumento da temperatura do ambiente externo pode também ter relação ao uso constante
do ar condicionado pela população que vive na Região Metropolitana de Macapá (RMM),
pois o calor gerado por esse equipamento tende a alterar o balanço de energia em superfície
na área urbana e positivo para a manutenção da ilha de calor urbana (ICU) (SILVA, 2016).
Silva (2016) também destaca a importância das propriedades térmicas de materiais urbanos,
na influência do desenvolvimento das ilhas de calor, visto que a RMM apresentou maiores
valores de albedo (indicador do quanto a superfície reflete) nas áreas com predomínio de
superfícies de concreto e menores valores de Índice de Vegetação por Diferença
Normalizada (NDVI).

Outro aspecto que gera o aumento da temperatura da cidade é a utilização de materiais


impróprios nas construções edificadas e na pavimentação. Para Rivero (1985, apud
SANTOS et al., 2010), independente da região e suas características climáticas próprias, é
comum o uso de elementos construtivos inadequados na produção do envoltório da
edificação, o que provoca variações térmicas no ambiente construído e no conforto térmico
do usuário. De acordo com os estudos expostos por MUNIZ-GÄAL et al. (2017), as regiões
metropolitanas apresentam cerca de 20% a 25% da superfície urbana constituída por
telhados, 29% a 45% por superfícies pavimentadas, 20% a 37% por vegetação e 8% a 15%
por outros materiais.

Ressalta-se que Macapá já enfrenta problemas climáticos, mesmo que a cidade seja de médio
porte e o nível de urbanização não seja considerado tão elevado, a cidade sofre com
problemas provenientes do desequilíbrio entre a urbanização e o desenvolvimento
sustentável, ainda não incorporados aos instrumentos de planejamento urbano (SILVA e
PENA, 2020).

De acordo com Oke (1984, 2006), Alcoforado (1999) e Eliasson (2000) apud Silva (2017),
os estudos científicos sobre climatologia urbana são pouco utilizados no processo de
planejamento das cidades, devido à complexidade da modelagem, às diferenças de escala, à
formação dos arquitetos e planejadores urbanos e a falta de comunicação entre pesquisadores
e administradores do planejamento, visto que atualmente, o planejamento urbano é tido
como uma atividade política e não técnica científica, que só avançará com as melhorias da
capacidade institucional.
Silva e Pena (2020) destacam a carência de dados indicadores ambientais importantes no
processo de planejamento urbano de Macapá, pois sem o diagnóstico atual da cidade, não é
possível estabelecer metas e planejamentos adequados, visto que eles são realizados sobre
base de dados quase inexistentes. Há muitas pesquisas individuais sobre a cidade, no âmbito
acadêmico-científico, mas o poder público, institucionalmente, não traça metas para a
construção dessas bases de dados necessários de forma ampla, para o diagnóstico,
monitoramento e planejamento urbano adequado.

Destaca-se também que a cidade de Macapá não possui, institucionalmente, um


monitoramento das variáveis climáticas, acerca dos microclimas, dentro da cidade, para a
construção da base de dados microclimático e monitoramento da área verde, o que dificulta
estabelecer princípios norteadores para o planejamento urbano e arquitetônico. A construção
dessas bases de dados é uma sugestão de meta que poderá melhorar o planejamento urbano
de Macapá (SILVA e PENA, 2020).

Silva e Pena (2020) sugerem também a utilização de novos instrumentos urbanísticos, mais
voltados para correlacionar indicadores ambientais e a geometria urbana, como o fator H/W,
a porosidade urbana, a rugosidade aerodinâmica, índice de densidade arbórea (IDA), entre
outros.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para uma cidade em crescimento e com verticalização ainda em fase inicial de ascensão, se
faz ainda mais necessário que o planejamento baseado em estudos de outras grandes
metrópoles e adaptando isso a realidade amazônica, incorpore instrumentos que visem a
garantia da qualidade ambiental na cidade. O planejamento com embasamentos técnicos e
instrumentos efetivo de análise do desempenho da cidade e de inserção de índices ambientais
que garantam o conforto ambiental urbano, precisa ser a base norteadora para o
desenvolvimento da cidade.

Nota-se que as citações “tímidas” sobre o conforto ambiental e as estratégias pontuais


recomendadas para aplicação, não vem acompanhadas de relatórios e estudos técnicos, ou
mecanismos que esclareçam quais são as estratégias que irão “garantir o conforto ambiental”
como muitas vezes é citado nos documentos e como isso será executado efetivamente.
Enquanto o anseio pelo conforto e pela sustentabilidade forem apenas inseridos no campo
teórico, sem garantir instrumentos técnicos que avaliem e promovam de fato esses dois
fatores, não há como se garantir a população uma cidade saudável e sustentável.

Há uma carência de estudos municipais sobre o desempenho ambiental da cidade de Macapá,


a existência de um Plano Diretor ainda do ano de 2004, demonstra que é urgente que a gestão
priorize o planejamento urbano da cidade.

A inexistência de um diagnóstico sobre a cidade atual, inviabiliza o planejamento da cidade


futura. Há vários estudos pontuais de pesquisadores locais do clima urbano e do
planejamento urbano, onde demonstram que Macapá já apresenta diversos problemas
ambientais causados por fatores referentes ao seu crescimento e falta de planejamento
adequado, como a supressão de área verdes e as ilhas de calor.
É necessário mais investimento em corpo técnico, em estudos do microclima urbano;
equipamentos e programas que possam construir uma base de dados que vise gerar um
monitoramento contínuo da cidade e assim poder acompanhar as transformações ambientais
com a mesma velocidade que as alterações nas legislações urbanísticas ocorrem e ter um
feedback dos impactos que elas geram na cidade, para assim ter condições de propor
melhores soluções para os planejamentos futuros, voltados para a redução dos impactos
ambientais.

REFERÊNCIAS

BATISTA, A. J.; BRITO, D. M. C.; PANTOJA, G. M. T. O processo de verticalização


urbana em Macapá/AP. Revista Geo Amazônia. ISSN: 2358-1778 (online), Belém, v. 04,
n. 08, p. 46- 63, jul./dez. 2016.

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incisos e artigos da Lei Complementar nº. 077/2011-PMM (que alterou o Anexo II –
Coeficiente de Aproveitamento do Terreno para aplicação dos Instrumentos Indutores do
Desenvolvimento Urbano da LC nº 026/2004 – PMM, PDDUA e os dispositivos e anexos I,
II, III e V da LC nº 029/2004-PMM) e artigos 81 e 83 e Mapa 6 – Macrozoneamento Urbano,
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