O artigo discute a violência de gênero em cidades pequenas, onde há pouca conscientização sobre o assunto e as vítimas tendem a ser culpabilizadas. A autora argumenta que é necessário mais campanhas educativas para ensinar as pessoas sobre violência doméstica e apoiar as vítimas, em vez de as julgar.
O artigo discute a violência de gênero em cidades pequenas, onde há pouca conscientização sobre o assunto e as vítimas tendem a ser culpabilizadas. A autora argumenta que é necessário mais campanhas educativas para ensinar as pessoas sobre violência doméstica e apoiar as vítimas, em vez de as julgar.
O artigo discute a violência de gênero em cidades pequenas, onde há pouca conscientização sobre o assunto e as vítimas tendem a ser culpabilizadas. A autora argumenta que é necessário mais campanhas educativas para ensinar as pessoas sobre violência doméstica e apoiar as vítimas, em vez de as julgar.
25 de Maio de 2021 Olhos que julgam: A realidade oculta dos pequenos centros
A violência de gênero, não só enquanto ato físico, mas simbólico de desvalorização e
subjugação social da mulher, é um fenômeno tão antigo quanto a própria humanidade. Muito embora em cidades pequenas pouco se comenta sobre; assédio, violência doméstica, estupro, feminicídio em grande parte são pouco recorrentes nestas cidades onde a ignorância predomina em uma porção de habitantes, que ao se deparar com algum acontecimento anormal semelhante aos citados a cima, culpam a vítima sem nem pensar duas vezes, sendo esta em sua maioria do gênero feminino. Uma sociedade que se diz evoluída, com tantos veículos de informação, persiste em julgar e apontar o dedo culpando a quem necessita de auxílio e apoio. A falta de campanhas publicitárias em redes de TV, rádios e jornais que detém de grande alcance conscientizando a população em geral sobre o que é violência contra a mulher, como acontece a prática em âmbitos de vida privada ou como ocorre em ação coletiva, afeta principalmente habitantes de cidades pequenas, onde estes não acompanham em seu dia a dia situações como esta; mesmo que haja recursos para pesquisas sobre este tema não o fazem, desta forma perpetuando o pensamento de que a culpada sempre é a vítima, utilizando de justificativas ultrapassadas como: “olha a roupa que ela vestia, parece que estava pedindo para ser estrupada”, “o marido a agredia e ela não o denunciou, parece que gostava de apanhar”, “com esse short ela implorava para ser assediada”, “ela estava la provocando, pediu para morrer”, “ela merecia morrer”. Em cidades pequenas a população tem o pensamento de que crimes não acontecem nestas localizações, pois “todos se conhecem”, mas ao prestar atenção aos detalhes percebe-se uma velha amiga da escola que apanha em silêncio e tem medo até de sair de casa por não saber qual a reação do marido ao saber que ela saiu, ao encontrar uma mulher qualquer na rua nota-se a tristeza em seu olhar e o abuso psicológico que a mesma enfrenta diariamente, xingamentos, palavras de baixo calão, onde é notório que não só a violência física está presente como a violência psicológica, em um domingo você acorda e recebe a notícia de que sua vizinha está morta, como? O marido a matou após uma discussão na madrugada. A ingenuidade, o fechar os olhos para quem pede socorro mesmo em silêncio, mata! O julgar, achar-se dono da razão ao afirmar que a vítima quem é a culpada, independente da situação é no mínimo desrespeitoso com os familiares da mesma. A hipocrisia presente nestas situações, nestes crimes; pois a vítima é a culpada até acontecer com uma mulher de sua família, um abuso, um feminicídio, ou até mesmo um assédio, então você muda de opinião com relação ao culpado ou mantém suas palavras até o fim? Portanto, deve-se abrir os olhos, observar, pesquisar; propagandas públicas têm de serem feitas para que a informação alcance cada vez mais pessoas, para que o ódio gratuito não seja distribuído em um momento de dor e que a empatia seja posta em prática, para que quando ocorra uma agressão a vítima saiba como pedir socorro, para que as pessoas vejam que milhares de mulheres são mortas todos os anos e que não é uma cidade pequena que impede que isso possa acontecer com qualquer uma, para que os verdadeiros culpados sintam medo e finalmente, para que parem de nos matar.