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DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE PLANCK COM OS SENSORES DE TENSÃO E

CORRENTE

Bellaty Ayume Carneiro da Silva


Aluna do curso de licenciatura em Física - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Sertão Pernambucano – Campus Petrolina- Rua Maria Luzia de Araújo Gomes Cabral
João de Deus- CEP: 56316-686- Petrolina- PE- Brasil
e-mail: bellaty.ayume@aluno.ifsertao-pe.edu.dr

Resumo:
O experimento aqui apresentado possui o intuito de demostrar de modo simples, como um dos
maiores físicos da história, revolucionou a Física como um todo, simplesmente ao determinar o que
mais tarde conheceríamos como: A Constante de Planck. Com materiais comuns presentes nos
laboratórios de física, e até mesmo em casa, é possível se chegar a tal constante utilizando apenas
LEDs, e um programa de software. Com o auxílio de gráficos analisamos o comportamento de cada
LED, já que cada um emite uma frequência de radiação própria, e podemos ver a relação direta que
a tensão limiar que os mesmos emitem tem com a constate. É objetivo desse experimento demostrar
o caminho a ser percorrido até chegarmos na definição da constante de Planck.

Palavras chave: Constante, LEDs, tensão limiar.

aspectos da luz quanto atravessa uma rede de


INTRODUÇÃO difração e sofre interferência com a utilização
de LEDs (tradução livre do inglês “light
Ao longo da história grandes emitting diode”), dispositivos semicondutores
transformações ocorreram dentro da física, que emitem radiação eletromagnética no
teorias e hipóteses foram substituídas por espectro da luz visível, quando uma tensão é
outras, experimentos mais avançados foram se aplicada sobre os seus terminais. Os LEDs
construindo e o conhecimento do homem sobre emitem radiação em um intervalo de
a natureza estava se ampliando. Mas na entrada comprimento de onda, cujo pico determina a
do século 20 ninguém poderia prever a frequência predominante na emissão define a
surpreendente “virada” que a física daria. Para cor do mesmo.
explicar a distribuição da intensidade espectral
da radiação de um corpo negro, o que estava se MATERIAIS E METODOS
tornando um terrível caos o que foi chamado
mais tarde de a “catástrofe do ultravioleta”, 01-Painel para constante de Planck
Max Planck introduziu pela primeira vez a 04-Cabo elétrico flexível preto, 1 metro
constante h, lançando sua teoria em 1901. Para 04-Cabo elétrico flexível vermelho, 1 metro
resolver o problema que a mecânica clássica, 02-Cabo elétrico flexível verde, 0,5 metro
já não podia, Planck assumiu que a energia 01-Sensor de tensão -5 a +5V
para uma dada frequência, não se distribuía 01-Sensor de Corrente -20 a +20 mA
continuamente, mas sim de maneira discreta, 02-Cabos de ligação
com valores proporcionais a essa mesma 01-Sofware CidepeLab200USB
frequência, valores quantizados, pequeninos 01-Fonte de alimentação
“pacotes de energia”, dessa forma surgiu o que
conhecemos hoje como: Montamos o aparelho da seguinte forma:
Com o auxílio do manual de montagem
E = hν 1082.182_m, os cabos foram conectados na
fonte de alimentação, no painel para constate
Na qual h ficou conhecida como constante de de Planck, e nos sensores como mostra a figura
Planck, cujo valor é 6,62610−34m2kg/s. O 1.Ao iniciarmos o procedimento experimental
experimento aqui realizado observou os
ligamos apenas o LED 1 (vermelho) no painel gráfico em uma redução linear tangencial,
e regulamos a fonte para tensão máxima de 4, como visto em Torres, Carvalhal e Meireles
00 V e no software programamos para que as (2009, p. 18).
leituras fossem iniciadas simultaneamente, o Os diodos se comportam como uma válvula de
potenciômetro era posto na posição mínima e corrente, deixando que ela percorra em uma
ao longo de 10 segundos, a posição aumentava determinada direção, em um determinado
do mínimo ao máximo manualmente, de modo limite de tensões, tendo uma pequena intensão
que os osciloscópios coletavam os dados de polarização, uma vez polarizado o diodo
simultaneamente, ao final da aquisição dos deixa passar corrente sem aumento de tensão o
dados importamos as tabelas e repetimos o que chamamos de polarização direta, fazendo
processo para o próximo LED até que fora feita uma cursa característica.
a leitura total dos cinco LEDs para
posteriormente serem trabalhados. Como a Figura 3- curva característica dos LEDs.
variação do potenciômetro era feita
manualmente, e de inicio teve-se dificuldade
em acionar os dois osciloscópios ao mesmo
tempo, o experimento foi realizado duas vezes.

Figura 1 – experimento montado conforme instruções

Fonte: Torres, Carvalhal e Meireles (2009)

Com auxílio do software Excel para


elaboração dos gráficos foi possível organizar
em uma tabela os dados exigidos. A tensão
limiar [v0] está nesse ponto de intersecção da
curva em que ela começa a subir.

Fonte: do Autor Gráfico I: Corrente x Tensão LED Vermelho.


Figura 2 -disposição decrescente dos LED por cor
LED Vermelho
5
Corrente (A)

4
3
2
1
0
0,304
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,304

0,304
0,342
0,418
0,493
0,569
0,644
0,758
TENSAO

Fonte: do Autor
Tensão (v)

Fonte: do Autor

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para calcular a constate de Planck atra-


vés dos dados, como pedido no roteiro da ati-
vidade, precisamos extrair a tensão limiar,
como visto no item 4.4 do mesmo. Para definir
a Tensão limiar [v0] fazendo uma discussão do
Gráfico II: Corrente x Tensão LED Laranja. Gráfico V: Corrente x Tensão LED Azul.

LED Laranja
14 16
12 14
10 12

Corrente (A)
Corrente (A)

8 10
6 8
4 6
2 4
0 2

0,493
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,342
0,418
0,493

0,758
0,909
1,514
TENSAO

0,266
0,266

0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,266
0,304
0,304
0,38
0,455
0,569
1,438
grafico (
Tensão (v)
Tensão (V)

Fonte: do Autor
Fonte: do Autor
Gráfico III: Corrente x Tensão LED Amarelo
Tabela I: Tensões limiares dos gráficos
LED Amarelo
LEDs Tensão limiar [v0] Desvio padrão (σ)
6
5 Vermelho 0,324 0,810539098
Corrente (A)

4 Laranja 0,909 2,030393902


3 Amarelo 0,531 0,942631269
Verde 0,569 0,985801682
2
Azul 0,871 2,445715197
1
0
0,266

0,304
0,266
0,266
0,266

0,266
0,266
0,266
0,266

0,342
0,38
0,418
0,493
0,569
0,644
0,796
TENSAO

Fonte: do Autor

Tensão (v)
Do livro “Universo da F´ısica” do
Fonte: do Autor Sampaio e Calçada retiramos a tabela II
com os valores teoricos de frequência e
comprimento de onda para a radiação
Gráfico IV: Corrente x Tensão LED Verde. emetida pelos LEDs.

Tabela II: Frequência e comprimento


LED Verde
Radiação Frequência (ƒ) Comprimento de onda (λ)
5 𝑥1014 𝐻𝑍 𝑥10−9 𝑚
4 Vermelho 4,00 7,50
Corrente (A)

3 Laranja 4,84 6,20


Amarelo 5,08 5,90
2 Verde 5,26 5,70
1 Azul 6,06 4,95
0
0,266
0,266
0,266

0,266
0,266
0,266
0,266
0,304
0,38
0,455
0,493
0,569
0,607
0,569
0,682
0,834
TENSAO

Fonte: Sampaio e Calçada (2005)


Tensão (V) Utilizando a relação fornecida pelo roteiro
temos:
Fonte: do Autor
ℎ = 𝑉0 𝑒λ/c
h = constante de Planck
V0 = Tensão limiar CONCLUSÃO
e = Carga eletrica elementar (1,6x10−19C)
λ = Comprimento de Onda Infelizmente o experimento não obteve o
c = Velocidade da Luz (299.792.458m/s)
resultado esperado, devido ao imenso
Tabela III: constante de Planck experimental percentual de erro, seria mais proveitoso
refaze-lo por completo, analisando os
LEDs Tensão limiar [v0] Constante de questionamentos já feitos acima: teria sido os
Planck dados coletados de forma errônea? Estaria o
(h)𝑥10−34
equipamento com defeito? O desvio padrão foi
Vermelho 0,324 1,296
Laranja 0,909 3,005 auto?
Amarelo 0,531 1,672 De qualquer forma o experimento foi
Verde 0,569 1,731 proveitoso pois ao contraste dos resultados, foi
Azul 0,871 2,300 possível analisar e aprender bem o viés ao qual
ℎ̅ = 2,0008 Planck tão inteligentemente tomou, de um
Fonte: o Autor
modo relativamente simples, ele pós a mesa
Obteve-se um erro percentual de 231% em uma solução ainda impensada pela Física
relação a constante teórica, o que é realmente Clássica, e mesmo não obtendo resultados
preocupante, teria sido os dados coletados de corretos, a realização do experimento foi
forma errônea? Estaria o equipamento com satisfatória ao conhecimento de como chegar à
defeito? O desvio padrão foi auto? tão famosa constate.
O roteiro pede ainda para definir as constantes
experimentais através das frequências teóricas REFERÊNCIAS
de cada um, o que não faz muito sentido já que
λ/c já é uma definição de frequência, o que por SAMPAIO, J.L; CALÇADA, C. S; Universo
consequência encontraria os mesmos da física, Volume único, v.2, 2005.
resultados.
Por fim o roteiro pede um último gráfico: TORRES, C. M.; CARVALHO, M. J.;
MEIRELES, M. S.; Determinação da
Gráfico VI: frequência x tensão limiar constante de Planck usando LED.
Faculdade de Ciência da Universidade de
porto. 2009.
Tensão x frequêquencia
YOUNG, H.D; FREEDMAN, R.A, Física IV:
7 óptica e física moderna, 12° edição, São
6 Paulo: Addison Wesley, 2009.
Tensão limiar

5
4
3
2
1
0
0 0,5 1

Frequência

Fonte: do Autor

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