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INTRODUÇÃO
FORMAS FARMACÊUTICAS
FORMAS FARMACÊUTICAS
SÓLIDAS SEMI-SÓLIDAS LÍQUIDAS
Emulsões: constituídas por dois
Pomadas: base monofásica em
Comprimidos: preparação líquidos não são miscíveis entre
que pode haver a suspensão de
obtida pela compressão do(s) si e necessitam de um agente
substâncias líquidas ou sólidas.
princípio(s) ativo(s). emulsificante para promover a
É uma forma oleosa.
mistura.
Suspensões: constituídas por
substâncias líquidas que
Cremes: constituídos por bases
Drágeas: comprimidos precisam ser agitadas para
emulsivas que podem ser do
revestidos por um invólucro. formar uma mistura homogênea
tipo óleo/água ou água/óleo.
com a substância sólida, que é o
princípio ativo.
Cápsulas: o princípio ativo está
no interior de um receptáculo no Géis: constituídos por uma
Soluções: constituídas pela
qual não pode ser aberto para suspensão contendo grandes ou
dissolução de um líquido em
administração. pequenas partículas. É uma
substâncias sólidas ou líquidas.
Granulados: preparações em forma aquosa.
grãos.
Fonte: Autor, 2022.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
FARMACODINÂMICA
Quadro 3- Aspectos gerais dos mecanismos de ação das principais classes medicamentosas utilizadas na
odontologia
CLASSE
MECANISMO DE AÇÃO
MEDICAMENTOSA
Os fármacos dessa classe atuam de diferentes maneiras na cascata de
coagulação entre elas aumentando a concentração de fatores sanguíneos
(vitamina K) e além desse mecanismo também podem atuar impedindo a
Hemostáticos
formação da plasmina (antifibrinolíticos). Outros estão relacionados com a
manutenção física do coagulo sanguíneo na ferida cirúrgica (tampões
absorvíveis).
A presença de canais para íons sódio e potássio nas células que compõe o
sistema nervoso periférico são os alvos farmacológicos. A despolarização da
Anestésicos Locais célula é impedida a partir do bloqueio mecânico dos canais para íons sódio,
impossibilitando a propagação do impulso nervoso e consequente sensação
dolorosa.
Esses estão na maior parte das vezes associados aos anestésicos locais e vão
provocar a contração dos vasos sanguíneos, por meio da ação em uma proteína
da membrana plasmática (receptor metabotrópico) que está associada a
proteína G. Esse mecanismo induzirá a ativação da proteína G e essa por sua
vez irá ativar (fosforilar) outras proteínas. A fosforilação de outras proteínas
culmina com a liberação de um segundo mensageiro que vai abrir canais para
Vasoconstritores
íon cálcio presente no retículo endoplasmático, o íon cálcio deixa o retículo e
direciona-se para o citoplasma das células musculares lisas dos vasos
sanguíneos. Esse cálcio é um cofator para que as fibras de aquitina e miosina
deslizem entre si e promovam a contração dos vasos. Esse fato tem importante
aplicabilidade clínica na odontologia pois aumenta o tempo de duração dos
anestésicos locais, a profundidade de anestesia e diminui a toxicidade.
Além da capacidade de deprimir a atividade dos nociceptores após estarem
ativados (quando a dor já está instalada), alguns fármacos desse grupo também
Analgésicos Não
podem bloquear diretamente a sensibilização dos nociceptores, prevenindo
Opioides
essa sensibilização (quando a dor ainda não está instalada) a partir da inibição
da enzima cicloxigenase-2 (COX-2).
Promovem ligação com os receptores acoplados à proteína G, dentre os
receptores opioides os μ são os mais relevantes em relação a ação analgésica.
Analgésicos Opioides
Através do estímulo promovido pela ligação entre esses fármacos e os
receptores, ocorre a inibição da enzima adenilato ciclase, reduzindo o nível
intracelular de adenosil monofosfato cíclico, promovendo o bloqueio dos
canais de cálcio operados por voltagem nas terminações pré-sinápticas,
reduzindo a liberação de neurotransmissores e ainda a ativação de alguns
receptores, com exceção dos canais de potássio na membrana pós-sináptica.
Isso causa uma hiperpolarização da célula nervosa, bloqueando parcialmente
a transmissão de impulsos nociceptivos (estímulo doloroso).
Sua ação é sobre a enzima cicloxigenase (COX) e o substrato de atuação dessa
é o ácido araquidônico. Dentre as COX têm-se a COX-2 que é uma enzima
Anti-inflamatórios envolvida com o processo inflamatório. Por algum estímulo inflamatório, ela
Não Esteroides é sintetizada e vai atuar sobre ácido araquidônico produzindo mediadores
químicos da inflamação. Esses fármacos se ligam a COX e impedem que ela
atue sobre o ácido araquidônico.
Atuam em nível de núcleo celular, estimulando proteínas anti-inflamatórias
(anexina-1) através da qual há a inibição de fosfolipase A2, essa por sua vez
Anti-inflamatórios
tem a função de atuar sobre os fosfolipídios de membrana plasmática e
Esteroides
produzir o ácido araquidônico, uma vez inibida, essa reação é impedida. Outro
mecanismo desses fármacos é suprimir a síntese de proteínas inflamatórias.
Agem sobre enzimas e atuam inibindo a síntese de parede celular, dessa forma
o microrganismo não consegue sobreviver devido uma grande pressão
osmótica e consequente rompimento da membrana plasmática, como exemplo
Antibióticos
têm-se os betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). Outros grupos de
fármacos dessa classe atuam inibindo a síntese proteica (aminoglicosídeos,
macrolídeos, tetraciclinas, cloranfenicol, azitromicina, claritromicina).
Os principais fármacos utilizados no tratamento de infecções fúngicas na
odontologia tem como principal alvo farmacológico o ergosterol da membrana
plasmática, que é um dos constituintes essenciais para fornecer função e
síntese a essa estrutura da célula fúngica. Atuam sobre o ergosterol formando
Antifúngicos
poros na membrana, consequente perda de íons e morte celular, ou inibindo a
biossíntese da membrana, através da inibição da enzima esterol 14-alfa-
desmetilase, impedindo a transformação do lanosterol em ergosterol,
desencadeando alterações na sua permeabilidade, sucedendo a necrose celular.
Atuam impedindo a duplicação viral através do bloqueio da enzima DNA
Antivirais
Polimerase.
Agem impedindo a ligação das histaminas nos seus respectivos receptores no
tecido alvo. De interesse para odontologia têm-se os fármacos antagonistas do
receptor H1, sendo classificados em 1ª e 2ª geração, diferindo-se por moléculas
Anti-histamínicos
que apresentam uma alta lipossolubilidade e reduzido peso molecular dessa
maneira conseguem com uma maior facilidade atravessar a barreira
hematoencefálica, diferentemente dos de 2ª geração.
No sistema nervoso central encontra-se a presença de canais iônicos para íon
cloreto (canal GABAA), no qual permite o influxo de cloreto para o interior da
célula, induzindo-a para um estado de hiperpolarização. Essa classe
Benzodiazepínicos
medicamentosa aumenta a frequência de abertura desses canais e
consequentemente existe um maior influxo de íon cloreto, permitindo uma
hiperpolarização da célula com maior intensidade.
Fonte: Autor, 2022.
Alguns critérios precisam ser abordados para que seja feita uma coerente
prescrição dos medicamentos. Avaliar a condição socioeconômica do paciente é
imprescindível na escolha do fármaco, o custo de determinada medicação pode ser
determinante para o paciente adquirir o fármaco e aderir ao tratamento ou não.
Outro fator de importância clínica é a experiência acumulada que o profissional
tem no uso das medicações, da mesma forma deve ser levada em consideração a
experiência de utilização do próprio paciente. Como exemplo prático na odontologia,
podemos citar o maneja da dor. Esta tem um componente subjetivo que deve ser
considerado, e não somente a resposta de um aspecto exclusivamente biológico, por vezes
o paciente irá relatar que se sente mais confortável com o uso de um determinado
analgésico.
Outro ponto de grande relevância durante a escolha da medicação é considerar os
efeitos adversos dos fármacos. De posse dessa informação, o profissional tem uma maior
chance da eficácia, segurança, minimizando, portanto, a ocorrência de efeitos adversos.
Embora a ciência tenha trabalhado para descobrir moléculas que sejam minimamente
danosas ao nosso organismo, até então não existe medicamento totalmente específico, ou
seja, inerte em relação aos efeitos adversos, todos eles podem provocar, com variação de
intensidade, efeitos indesejáveis, pois atuam em diferentes vias de sinalização
intracelular, e ,consequentemente, promovem diferentes respostas celulares.
Uma anamnese adequada e o conhecimento farmacológico associado a
acumulação de experiência quanto ao uso de medicamentos direcionam o profissional
para uma decisão terapêutica coerente e responsável da prescrição.
Pacientes gestantes
O primeiro cuidado que o profissional deve ter em relação a pessoas que sofrem
de doenças cardíacas é sobre o controle da pressão arterial durante o atendimento
odontológico, uma vez que, o estresse pré-operatório pode alteração o equilíbrio
hemodinâmico devido à liberação exacerbada de adrenalina, que atuará em nível vascular
nos receptores alfa-1, causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial
(COTECCHIA, 2010).
Assim, algumas medidas como consultas breves pela manhã, com adequada
sedação e analgesia trans e pós-operatória, têm contribuído para a redução do estresse e
possíveis eventos cardiovasculares desfavoráveis.
Dessa forma, pacientes com cardiopatia isquêmica aguda, mais especificamente,
devem ter sua pressão arterial e frequência cardíaca monitorados. Além de que, a
anestesia local deve ser feita de forma adequada para evitar estresse. Enquanto que no
caso de indivíduos com histórico de acidente vascular encefálico (AVE), a manutenção
da higiene bucal pode ser complexa, uma vez que, essa situação clínica pode causar
distúrbios motores que impossibilitem a correta higienização por parte do paciente.
Outrossim, uma outra situação associada é fato de que esses indivíduos podem estar
fazendo o uso de anti-inflamatórios não esteroides e anticoagulantes, como a varfarina,
aumentando o risco de hemorragias, sendo importante optar por analgésicos opioides ou
não opioides (BERGAMASCHI et al., 2007).
Em relação a hipertensão, a aferição da pressão arterial (PA) pode ser utilizada
como um parâmetro para orientar o profissional odontólogo em relação a forma mais
correta de como proceder as suas consultas.
No estágio 1, os indivíduos têm a PA em 159/99 mmHg, desse modo, há a
possibilidade de marcar consultas eletivas curtas, com prescrição de benzodiazepínicos,
como o midazolan 7,5 mg, 30 minutos antes do procedimento odontológico, para alcançar
a sedação. Esse fármaco se mostra como uma das opções mais atrativas na prática clínica,
pois tem curto período de ação, 2 a 3hs, e rápido início de ação. Ademais, pode-se fazer
o uso de anestésico local com vasoconstritor não adrenérgico os quais não produzem
alterações no sistema cardiovascular, como a prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL.
Em tratamento de urgência de paciente com pressão arterial descompensada recomenda-
se utilizar anestésico sem vasoconstritor, como a mepivacaína 3%. O recomendado é não
exceder mais do que dois tubetes de anestésico em cada atendimento. Para o controle de
dor, o uso paracetamol é recomendado (COGO, 2006; CARVALHO et al., 2013).
No estágio 2, o aumento da PA, que está em torno de 179/109 mmHg, contraindica
a consulta eletiva. No caso de urgências odontológicas, como pulpites, hemorragias,
alveolites e fraturas/traumas dentários, pode-se realizar a consulta. Recomenda-se
prescrever midazolam 7,5 mg, 30 minutos antes do procedimento, da mesma maneira em
tratamento de urgência de paciente com pressão arterial descompensada recomenda-se
utilizar anestésico sem vasoconstritor, como a mepivacaína 3% e para controle da dor o
paracetamol (COGO, 2006; CARVALHO et al., 2013).
No estágio 3 a PA está acima de 180/110 mmHg. Esses indivíduos devem ser
encaminhados imediatamente para o profissional médico. Com a normalização desse
quadro, consultas podem ser realizadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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