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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 4
1. PRINCÍPIOS 4
4 DEMONSTRAÇÕES CONTABILÍSTICAS 32
INTRODUÇÃO
1. Conceitos
Contabilidade Publica constitui um dos instrumentos privilegiados das Finanças Publicas, traduzindo-se
num conjunto de regras jurídicas e técnicas aplicáveis à descrição, execução e controlo das operações
financeiras e dos fenómenos económicos dos organismos públicos.
Na prática, a contabilidade tanto privada como pública, pode ser vista genericamente como uma técnica
de registo de operações e variação de contas, ou seja, como uma técnica que tem a finalidade descrever
e registar os factos patrimoniais obtidos.
Presentemente, às Entidades não interessa o registo histórico, mas interessa igualmente a previsão do
futuro, que assenta nos dados fornecidos pela contabilidade.
A Contabilidade Pública tem por objectivo a produção e manutenção de registos, bem como evidenciação
das transacções realizadas pelos órgãos e instituições do Estado e os seus efeitos sobre o seu
património, mantendo registos analíticos e sintéticos dos seus bens, direitos e obrigações,
compreendidas as instituições com autonomia administrativa e financeira, bem como as autarquias e
empresas do Estado.
2. PRINCÍPIOS
a) Consistência - os procedimentos de um exercício para outro não devem ser alteradas;
b) Materialidade - a informação deve apresentar todos os elementos relevantes que permitam o
acompanhamento da utilização dos recursos públicos;
c) Comparabilidade - registos e operações efectuados em observância às normas determinadas ao
longo da vida dos respectivos órgãos ou instituições, para que os dados possam ser comparados
ao longo do tempo e do espaço.
d) Oportunidade - a informação deve ser produzida em tempo oportuno e útil por forma a apoiar a
tomada de decisões e a análise da gestão.
O critério utilizado para os registos dos actos e factos administrativos, no âmbito do SISTAFE, é o
princípio das partidas dobradas, no qual todo valor registado a débito (em uma ou mais contas
contabilísticas) tem o correspondente valor registado a crédito (em uma ou mais contas
contabilísticas).
Para lançamentos dos registos contabilísticos é adoptado o regime misto, aplicando-se para as receitas
o regime de caixa e para as despesas o regime de compromisso (ou de competência). A escrituração
dos actos e factos administrativos é efectuada em moeda nacional ou em dolar americano (CUT Mult-
moeda).
O exercício económico, no âmbito do SISTAFE, coincide com o ano civil, sendo nele considerado:
a) as receitas nele cobradas, que consiste no acto de cobrar, receber ou tomar posse da receita
e subsequente entrega ao Tesouro Público;
b) as despesas nele pagas, que consiste no acto de entrega de importância em dinheiro ao titular
do documento de despesa;
c) as despesas nele por pagar quando regularmente efectuadas, ou seja, liquidadas.
4. PLANO BÁSICO DE CONTABILIDADE PÚBLICA – PBCP
Tem por objectivo a uniformização e sistematização do registo contabilístico dos actos e factos
relacionados com execução orçamental, financeira e patrimonial do Estado. O PBCP deve ser adoptado
por todas as Unidades do SISTAFE, sendo ele composto por Lista de Contas, Plano de Objectos e
Tabela de Operações Contabilísticas.
1º Nível: Classe
2º Nível: Grupo
3º Nível: Sub-grupo
4º Nível: Elemento
5º Nível: Sub-elemento
6º Nível: Item
Exemplo: Conta – 2.1.1.1.1.06 – Assistência Médica e Medicamentosa
Além dos seis níveis acima mencionados as contas podem sofrer desdobramentos de acordo com o
“Plano de Objectos”, o qual não faz parte da estrutura da conta contabilísticas, e que objectiva
individualizar os actos e factos a serem registados, a fim de permitir a qualificação do registo
contabilístico.
As contas são, ainda, separadas em “ escrituradas”, aquelas que admitem registos, e “ não escrituradas”,
aquelas que não admitem registos e compreendem o somatório dos valores escriturados nos seus
desdobramentos.
3.1.2.1 ACTIVO
Classe “1” que inclui as contas correspondentes aos bens e direitos, demonstrando as aplicações de
recursos e compreendem os seguintes grupos de contas, dispostas em ordem decrescente de grau de
liquidez:
a) Activo Circulante – as disponibilidades de numerário, os recursos a receber, bem como outros
bens e direitos, pendentes ou em circulação, realizáveis até ao término do exercício seguinte;
a. Exemplos: caixa, banco, aplicação financeira, créditos a receber, etc.
b) Activo Realizável a Médio e Longo Prazo – os bens e direitos, normalmente realizáveis após o
término do exercício seguinte;
a. Exemplos: créditos diversos a receber, dívida activa, etc.
c) Activo Imobilizado – os activos de carácter permanente, representados pelas imobilizações
corpóreas e incorpóreas, bem como as amortizações e reintegrações acumuladas.
a. Exemplos: Bens móveis, imóveis e incorpóreos.
3.1.2.2 PASSIVO
Classe “2” que inclui as contas relativas às obrigações, evidenciando as origens dos recursos aplicados
no Activo, as quais estão dispostas no PBCP em ordem decrescente de grau de exigibilidade e
compreendem os seguintes grupos:
b) Passivo Exigível a Médio e Longo Prazo – as obrigações exigíveis, normalmente, após o término
do exercício seguinte;
a. Exemplos: obrigações a pagar, dívida a pagar, etc.
c) Fundos Próprios – o património da gestão, reservas de capital e outras que forem definidas,
assim como o resultado acumulado.
a. Exemplos: Resultado do exercício, reservas, etc.
3.1.2.3 DESPESA
Classe “3” que inclui as contas representativas dos recursos despendidos na gestão, a serem
consideradas no apuramento do resultado do exercício, tendo características de contas de resultado,
estando desdobradas nas seguintes categorias económicas:
Os códigos das contas de despesas iniciam-se com o número 3, sendo que os demais dígitos
correspondem à Classificação Económica da Despesa.
Exemplo:
Classificação Económica da Despesa – CED:
Vencimento Base do Pessoal do Quadro
Classe - Despesas
Grupo – Despesas Correntes
Sub-grupo – Despesas com Pessoal
Elemento – Salários e Remunerações
Sub-elemento - ---
Constituem despesas por pagar as despesas liquidadas e não pagas até 31 de Dezembro do exercício
económico em curso, sendo que as despesas por pagar devem ser anuladas, caso não sejam pagas,
decorrido um ano.
3.1.2.4 RECEITA
Classe “4” que inclui as contas representativas dos recursos auferidos na gestão a serem consideradas
no apuramento do resultado do exercício, tendo características de contas de resultado, desdobradas
nas categorias económicas de Receitas Correntes e de Receitas de Capital.
Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no Orçamento do Estado ou cobrada senão em virtude
de lei e, ainda que estabelecidas por lei, as receitas só podem ser cobradas se estiverem previstas no
Orçamento do Estado aprovado.
Exemplo:
Em função da adopção do regime de caixa utilizado para o registo da receita pública, a restituição da
receita arrecadada indevidamente, quando ocorra no respectivo exercício da sua arrecadação, deve ser
efectuada nesse exercício, mediante anulação do valor na rubrica orçamental respectiva.
Quando a restituição da receita arrecadada indevidamente ocorra em exercícios posteriores, esta
deverá ser realizada em rubrica orçamental de despesa adequada, do exercício em que ela ocorrer.
variações activas e passivas (Classes 3+5 X Classes 4+6) ocorridas no período, podendo ser
positivo (quando apurado um Superávit) ou negativo (quando apurado um Déficit).
7.9 Outras Contas de Ordem Activas 8.9 Outras Contas de Ordem Passivas
Sistema Orçamental
Sistema Financeiro
Sistema Patrimonial
Sistema de Ordem
É importante esclarecer que os lançamentos contabilísticos são efectuados, fechados em cada sistema,
ou seja, quando se debita uma conta de um determinado sistema, a conta creditada, também, tem que
pertencer ao mesmo sistema, conforme se observa a seguir:
D - Conta Financeira
C - Conta Financeira
No Sistema Orçamental é feita a comparação da receita prevista e da despesa fixada com as suas
respectivas realizações, sendo obrigatória, a passagem por este sistema, os factos de arrecadação da
receita e de liquidação da despesa.
As contas que pertencem ao Sistema Orçamental são aquelas das classes 7 e 8, especificamente aos
grupos:
É representado pelas contas contabilísticas que pertencem às classes do Activo, do Passivo, das
Variações Activas Financeiras e das Variações Passivas Financeiras, bem como as Receitas e Despesas,
com destaque para estas últimas, uma vez que as contas que compõem essas classes pertencem,
exclusivamente, a este sistema, e que de forma mediata ou imediata venham afectar os recursos
financeiros disponíveis.
Em resumo temos:
Entradas Saídas
Receitas Orçamentais Despesas Orçamentais
Transferências Recebidas Transferências Concedidas
- Quotas Financeiras Recebidas - Quotas Financeiras Concedidas
- Quota Financeiras Recebidas para Pagamento - Quota Financeiras Concedidas para Pagamento
de Despesas por Pagar de Despesas por Pagar
Recebimentos Extraordinários Pagamentos Extraordinários
- Operações de Tesouraria à Crédito - Operações de Tesouraria à Crédito
- Operações de Tesouraria à Débito
Os factos que se relacionam com entradas e saídas de recursos, na Contabilidade Pública, terão
obrigatoriamente lançamento no Sistema Financeiro.
O Sistema Patrimonial regista os factos não financeiros ou extracaixa: tais como: os bens móveis, bem
imóveis, materiais, créditos, operações de crédito.
7.4.0.0.0.00
Execução das Despesas por Pagar
8.4.0.0.0.00
7.5.0.0.0.00
Execução de Acordos e Contratos
8.5.0.0.0.00
7.6.0.0.0.00
Execução da Despesa Por Operação de Tesouraria
8.6.0.0.0.00
7.7.0.0.0.00
Acompanhamento da Elaboração da Proposta Orçamental
8.7.0.0.0.00
7.9.0.0.0.00
Outras Contas de Ordem Passivas e Activas
8.9.0.0.0.00
As contas que integram o PBCP terão as suas funções e âmbito de movimentação descritos em nível de
SUBGRUPO - 3º Nível.
O - Sistema Orçamental
F - Sistema Financeiro
Sistema de Contas
P - Sistema Patrimonial
Or - Sistema de Ordem
Admite Inversão de Saldo Sim – Indica que a conta aceita registo que cause
saldo inverso ao de sua natureza
Não – Indica que a conta não aceita registo que
cause saldo inverso ao de sua natureza
Lançamentos Início – Indica o mês a partir do qual podem ocorrer registos na conta contabilística;
Lançamentos Término – Indica o mês até quando podem ocorrer registos na conta contabilística,
podendo ocorrer as seguintes situações, tanto para início quanto para término:
Meses
0 Mês de abertura – saldo originário do exercício anterior
1 a 12 Janeiro a Dezembro
14 Apuramento de Reservas
Encerramento - Indica se a conta transfere ou não seu saldo para o exercício seguinte.
R
A – P = PL
Contabilidade Empresarial
D
Fatos Modificativos
VA
Contabilidade Pública A – P = PL
VP
Contabilidade Empresarial A - P = PL
VA
Fatos Permutativos
A - P = PL
Contabilidade Pública
A - P = PL
VP
a) Na contabilização dos factos modificativos os registos são iguais, em ambas contabilidades, ou seja,
ocorre uma modificação na quantidade do Patrimônio;
b) Na contabilização dos factos permutativos, os registos são efectuados de forma diferente, ou seja:
Contabilidade Empresarial – as mutações são realizadas no Patrimônio sem passar pelo
Resultado do Exercício;
Contabilidade Pública – as mutações são realizadas no Patrimônio em contra-partida com o
Resultado do Exercício.
As contas de resultados, como já mencionado em itens anteriores, são aquelas representadas pelas:
Classe 3 - Despesas Orçamentais
Classe 4 – Receitas Orçamentais
Classe 5 – Resultado Da Variação Patrimonial Negativa
Classe 6 - Resultado Da Variação Patrimonial Positiva
Variações Activas
Variações Passivas
As contas do Activo são debitadas pelos aumentos dos seus componentes e creditadas pela diminuição
de seus componentes.
a) Aumentos
A equação fundamental do patrimônio é definida por A – P = PL.
Quando se aumenta os componentes do Activo, a situação líquida patrimonial, também aumenta,
conforme se observa na equação demonstrada a seguir:
A - P = SLP
Quando se aumenta os componentes do Activo, se verifica, normalmente, uma Variação Activa (Classes
4 ou 6). As contas do Activo são debitadas pelos aumentos dos seus componentes patrimoniais,
decorrentes de incorporações de bens e direitos e têm, como contrapartida dos débitos uma Variação
Activa, representada por:
Débitos Créditos
- pela Classe (4) Receita Orçamental, quando se tratar de arrecadação da receita;
Activo - pela Classe (6) Resultado Da Variação Patrimonial Positiva, quando se tratar de
incorporação de activos, dependentes ou não da execução orçamental da receita.
Esta é a regra básica de aumento do Activo, porém existem exceções onde as contrapartidas não são as
Classes 4 ou 6.
Exceções:
Débitos Créditos
- Devolução de pagamento de obrigações dentro do próprio exercício (Classe 2)
Activo
- Recebimento de Operação de Tesouraria à Crédito (Classe 2)
b) Diminuições
As contas do Activo serão creditadas pelas suas diminuições e têm, como contrapartida dos créditos,
uma Variação Passiva, representada pela classe (5) Resultado Da Variação Patrimonial Passiva, quando
se tratar de desincorporação do Activo.
Quando diminuímos os componentes do Activo em contrapartida a uma conta da classe (5) Resultado Da
Variação Patrimonial Passiva, a situação patrimonial sofre uma variação negativa, também chamada de
Variações Passivas, porém quando essa diminuição dos componentes do Activo ocorre em contrapartida
a uma conta de obrigação da classe (2) Passivo, representa um facto permutativo, ou seja, uma troca de
um activo por obrigação, mas sem afectar a situação patrimonial .
A - P = SLP
Créditos Débitos
- pela Classe (2) Passivo, quando se tratar de pagamento de obrigação.
Activo - pela Classe (5) Resultado Da Variação Patrimonial Negativa, quando se tratar de
desincorporação de activos, dependentes ou não da execução orçamental da despesa.
As contas do Passivo são creditadas pelos aumentos dos seus componentes e debitadas pela diminuição
de seus componentes.
a) Aumentos
A equação fundamental do patrimônio é definida por A – P = PL.
Quando se aumenta os componentes do Passivo, a situação líquida patrimonial diminue, ou seja,
temos uma Variação Passiva.
A - P = SLP
Quando se aumenta os componentes do Passivo, se verifica, normalmente, uma Variação Passiva (Classe
5). As contas do Passivo são creditadas pelos aumentos dos seus componentes patrimoniais,
decorrentes de incorporações de obrigações e têm, como contrapartida dos créditos uma Variação
Passiva, representada por:
Créditos Débitos
- pela Classe (5) Resultado Da Variação Patrimonial Negativa, quando se tratar de
Passivo
incorporação de passivos, dependentes ou não da execução orçamental da despesa.
Esta é a regra básica de aumento do Passivo. Outra situação que se deve considerar é quando ocorre
uma contra partida do Passivo ser uma conta da Classe do Activo. Neste caso, não existe de uma
Variação Passiva, e sim, um facto permutativo, ou seja, somente troca de itens patrimoniais, sem
afectar sua situação:
Exemplo:
Créditos Débitos
- Entrada de Recursos na CUT (1 Activo). Ex. Recebimento de Operação de Tesouraria à Crédito
Passivo - Entrada de Recursos na CUT (1 Activo).Ex: Recebimento de Recursos relativos à Devolução de
Obrigações.
b) Diminuições
As contas do Passivo serão debitadas pelas suas diminuições e têm, como contrapartida dos débitos
uma Variação Activa, representada pela classe (6) Resultado Da Variação Patrimonial Positiva, quando
se tratar de desincorporação do Passivo.
Quando diminuímos os componentes do Passivo em contrapartida a uma conta da classe (6) Resultado Da
Variação Patrimonial Positiva, a situação patrimonial sofre uma variação positiva, também chamada de
Variações Activas, porém quando essa diminuição dos componentes do Passivo ocorre em contrapartida
a uma conta da Classe (1) do Activo, representa um facto permutativo, ou seja, uma troca obrigação e
de numerário, mas sem afectar a situação patrimonial.
A - P = SLP
Débitos Créditos
- pela Classe (1) Activo, quando se tratar de pagamento de obrigação. Facto
Permutativo.
Passivo
- pela Classe (6) Resultado Da Variação Patrimonial Positiva, quando se tratar de
desincorporação de passivo, dependentes ou não da execução orçamental da despesa.
Registos Contabilísticos:
a) Mutações Passivas - Incorporação de Passivos
Receitas de Empréstimos – OC 12010
D C
4.x.x.x.x.xx
7.1.1.2.1.00 7.1.1.11.00
7.3.2.1.0.00 8.3.2.0.0.00
5.1.3.3.1.00 2.2.2.1.2.00
Registos Contabilísticos:
c) Mutações Activas - Incorporação de Activos
Tipo Detalhe
0 Sem detalhamento
1 Número da Nota de Cabimentação;
2 Identificador do Credor/Devedor (BI, ou código identificador);
3 UO + Fonte de Recursos + Classificador Económico da Receita;
4 Ordem de pagamento;
5 Domicílio Bancário (banco + balcão + conta bancaria);
6 Identificação do Credor + Nota de Liquidação da Despesa;
7 Célula Orçamental Completa;
GRUPOS SUB-GRUPOS
10 – Receita 11 – Previsão da Receita
12 – Execução da Receita
20 – Despesa 21 – Orçamento da Despesa
22 – Movimento de Dotação
23 – Cabimento da Despesa
24 – Liquidação da Despesa por via Directa
25 – Concessão de Adiantamento de Fundos
26 – Prestação de Contas de Adiantamento de Fundos
27 – Liquidação de Despesas por Adiantamento de Fundos
30 – Despesas por Pagar 31 – Inscrição de Despesas por Pagar
32 – Pagamento de Despesas por Pagar
33 – Cancelamento de Despesas por Pagar
34 – Recursos de Despesas por Pagar
40 – Apropriação e Liquidação de 41 – Apropriação de Direitos
Direitos e Obrigações 42 – Liquidação de Direitos
43 – Retenção de Obrigações
44 – Liquidação de Obrigações
50 – Acompanhamento de Acordos e 51 – Acordos e Contratos;
Contratos
80 – Programação Financeira 81 – Orçamento de Tesouraria
82 – Plano de Tesouraria
83 – Libertação de Recursos
84 – Registos de Quota Livre
90 – Diversos 91 – Desincorporação de Bens Patrimoniais
92 – Movimentação de Bens Patrimoniais
4 DEMONSTRAÇÕES CONTABILÍSTICAS
A estrutura do Plano Básico de Contabilidade Pública em classes e grupos tem como objectivo a
escrituração contabilística e a preparação das Demonstrações Contabilísticas, com a finalidade de
visualizar o Património e suas variações; padronizar o nível de entradas e saídas de dados das Unidades
integrantes do SISTAFE; bem como possibilitar o uso de um sistema único de dados para proceder ao
processamento da execução orçamental, financeira e patrimonial do Estado.
Entende-se por gestão a parcela do Orçamento e do Património do Estado gerida por um ou mais órgão
ou instituição do Estado que, tendo ou não personalidade jurídica própria, tem demonstrações
contabilísticas, acompanhamento e controlos distintos.
Deve ser elaborada com base nos princípios e regras de contabilidade geralmente aceitas, tendo em
vista reflectir a situação financeira e os resultados da execução orçamental dos órgãos e instituições
do Estado.
5.3 ESTRUTURA
A Conta Geral do Estado é estruturada de modo a apresentar as seguintes informações:
a) Relatório do Governo sobre resultados da gestão orçamental referente ao exercício
económico;
b) Financiamento Global do Orçamento do Estado com discriminação da situação das fontes de
financiamento;
c) Balanço, que é composto pelos resultados das componentes Orçamental, Financeira e
Patrimonial, subdividindo-se em:
Balanço Orçamental – demonstra, para cada Gestão, as receitas previstas e as
despesas fixadas, comparadas com as realizadas em que o resultado final do exercício
será obtido estabelecendo-se as diferenças para mais ou para menos, que poderá
resultar num défice ou superavit, no caso da receita e num superavit, no caso da
despesa;
Balanço Financeiro – demonstra, para cada Gestão, a receita e a despesa orçamentais
realizadas, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza não orçamental,
conjugados com os saldos do exercício anterior;
Balanço Patrimonial - demonstra, para cada Gestão, a posição das contas que
constituem o Activo e o Passivo donde o Activo representa os bens e direitos, e o
Passivo os compromissos assumidos com terceiros, sendo o seu equilíbrio estabelecido
pelo Saldo Patrimonial positivo ou negativo.
d) Mapas de Execução Orçamental, comparativos entre as previsões orçamentais e a receita
cobrada, e daquelas com a despesa liquidada e ou paga, segundo a classificação orçamental;
e) Demonstração de Resultados, cujo apuramento será obtido pela comparação das Variações
Activas e Passivas resultantes ou independentes da execução orçamental;
f) Anexos às Demonstrações Financeira;
g) Mapas do Activos e Passivos Financeiros existentes no início e no final do exercício
financeiro;
h) Mapa Consolidado Anual do Movimento de Fundos por Operações de Tesouraria;
i) Anexos relativos a:
i. Inventário Consolidado do Património do Estado;
ii. Resumo das receitas, despesas e saldos das instituições com autonomia administrativa
e financeira;
iii. Resumo das receitas, despesas e saldos das autarquias;
iv. Resumo das receitas, despesas e saldos das empresas do Estado.
5.4 PRAZOS
O Governo deve apresentar à Assembleia da República e ao Tribunal Administrativo a Conta Geral do
Estado até 31 de Maio do ano subsequente àquele a que a referida conta respeite. A fim de
O Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado devem ser enviados
à Assembleia da República até o dia 30 de Novembro do ano seguinte àquele que a Conta Geral do
estado respeite.
A Assembleia da República aprecia e aprova a Conta Geral do Estado, na sessão seguinte à entrega do
Relatório e Parecer pelo Tribunal Administrativo.
A Conta Geral do Estado deve reflectir a observância do grau de cumprimento dos princípios de
regularidade financeira, legalidade, economicidade, eficiência e eficácia na obtenção e aplicação dos
recursos públicos colocados à disposição dos órgãos e instituições do Estado.
Tendo em vista a reflectir a situação financeira e os resultados da execução orçamental dos órgãos e
instituições do Estado, a Conta Geral do Estado deve ser elaborada com base nos princípios e regras de
contabilidade geralmente aceites.
A fiscalização da Conta Geral do Estado é regida por fundamentos políticos (aprovação pelo
parlamento) e económicos (evitar desperdícios na sua realização).
a) Fiscalização Jurisdicional
A fiscalização Jurisdicional é feita pelo Tribunal Administrativo como mais uma garantia aos
contribuintes quanto a correcta afectação dos dinheiros públicos.
O artigo 131 da CRM/2004, estabelece que a execução do Orçamento do Estado é fiscalizada pelo
Tribunal Administrativo e pela Assembleia da República, a qual, tendo em conta o parecer daquele
Tribunal, aprecia e delibera sobre a Conta Geral do Estado.
O Parecer do Tribunal sobre a Conta Geral do Estado” é um tema de suma importância na análise das
competências dos Tribunais de contas enquanto órgãos supremos de controlo da actividade financeira
pública.
Assim e nos termos do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 230 da CRM, compete ao TA “emitir o
Relatório e o Parecer sobre a CGE”, os quais devem ser enviados à AR até ao dia 30 de Novembro do
ano seguinte àquele a que a CGE respeite (n.º 2 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro).
Pelo estipulado no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 14/2014, de 14 de Agosto, alterada e republicada pela
Lei n.º 8/2015, de 6 de Outubro, no Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado, o Tribunal
Administrativo aprecia, designadamente, as matérias seguintes:
a) A actividade financeira do Estado no ano a que a Conta se reporta, nos domínios patrimonial
e das receitas e despesas;
b) O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;
c) O inventário do património do Estado;
d) As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio concedidos,
directa ou indirectamente.
b) Fiscalização Política
A fiscalização política é feita pela Assembleia da República onde, os deputados apreciam a CGE,
derivada do artigo 131 da CRM/2004, que determina a fiscalização da CGE por parte do Tribunal
Administrativo e da Assembleia da República. A Assembleia da República deverá apreciar e
deliberar sobre a CGE tendo em conta o parecer emitido pelo TA.
Recebida a CGE e nos termos do artigo 197 da Lei nº 17/2013 de 12 de Agosto, do Regimento da
assembleia da República, a mesma é distribuída pelo Presidente da AR aos Deputados e às
Comissões de Trabalho para a emissão de parecer.
O Deputado exerce as relevantes funções de representar e é ao abrigo do poder de fiscalização
política, em que, feita a devida análise crítica do desempenho do Governo na execução do OE,
delibera sobre a CGE.
A fiscalização visa assegurar que a execução orçamental não sofre desvios, cumprindo-se assim os
objectivos e a estratégia definidos no orçamento. Nos termos do nº 4 do artigo 198 do Regimento
da AR, a CGE é aprovada por resolução.
RESUMO: