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Aprendizado contínuo, alimentação balanceada, atividade física regular, vida familiar em ordem e sono em dia
– a lista do que precisamos para ter desempenho ótimo é longa… e não termina por aí. No Vale do Silício, um
dos ambientes profissionais mais competitivos e estressantes do mundo, um novo item está entrando para esse
checklist: o biohacking. O termo é relativamente novo, mas é claro que a internet já tem uma quantidade
aparentemente interminável de informações sobre o tema.
Numa tradução literal, biohacking é hackear o próprio corpo. Os objetivos básicos são ter mais energia e uma
mente mais aguçada. As definições do que é exatamente o biohacking variam bastante, e muita gente
considera essa tendência um estilo de vida. Preparamos um pequeno guia, organizado no formato de perguntas
e respostas, para você saber mais sobre o biohacking – e se ele serve para você.
1 – O que é biohacking?
Numa definição ampla, biohacking é tentar mexer com a biologia do seu próprio organismo, para torná-lo
mais produtivo. Pode-se dizer que um atleta que usa substâncias proibidas para melhorar sua performance
também está fazendo biohacking? Provavelmente, mas estamos falando de algo bem diferente.
Em primeiro lugar, a ideia do biohacking é usar apenas compostos seguros e legais. Além disso, nem todo
biohacking envolve o uso de drogas ou suplementos. Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, é fã do
jejum intermitente. Ele faz apenas uma refeição por dia e não come nada nos finais de semana, segundo disse
numa entrevista recente.
Além de potencialmente ajudar na perda de peso, o jejum intermitente – que envolve passar ao menos 12 horas
sem ingerir nenhuma caloria, ou então jejuar dias inteiros – ajudaria na concentração e traria mais “clareza
mental”. Dorsey também medita duas horas por dia e toma banhos gelados pela manhã, antes de caminhar oito
quilômetros até o trabalho.
O biohacking, portanto, pode ser algo tão simples como mudar alguns hábitos do dia-a-dia. “Exercício é
biohacking, nutrição é biohacking. São coisas acessíveis a qualquer um no dia-a-dia”, diz Karima Benauer,
professora assistente do departamento de neurologia da Universidade Emory. Mas é claro que, no mundo dos
geeks do Vale do Silício, os experimentos com a própria biologia vão muito mais longe.
Aqui também a resposta é “depende”. Tomar complexos vitamínicos ou cápsulas de ômega-3 certamente pode
ser considerado biohacking, mas os adeptos dessa tendência vão muito além dos suplementos encontrados em
qualquer farmácia. Na tentativa de melhorar seu desempenho, muitos biohackers criam coquetéis de
suplementos – chamados “stacks” -, com o objetivo principal de melhorar as funções cognitivas
O empreendedor russo Serge Faguet ganhou notoriedade na internet depois de publicar um artigo intitulado
“Tenho 32 anos e gastei 200 000 dólares em biohacking. Fiquei mais calmo, emagreci e sou mais extrovertido,
saudável e feliz”. O artigo é acompanhado de duas fotos com os comprimidos que Faguet toma de manhã e à
noite (são mais de 60) e gráficos indicando queda no percentual de gordura e na concentração de mercúrio em
seu sangue, entre outros dados.
“Somos robôs (complexos). Robôs podem ser ajustados e melhorados”, escreveu Faguet. No caso dele, isso
significa uma combinação de antidepressivos e remédios (um deles usado por diabéticos, doença de que
Faguet não sofre), além de uma lista enorme de suplementos. Alguns exemplos: creatina, extrato de folha de
oliveira, cúrcuma, alho, ácido r-lipoico e extrato de chá verde. Não faltam posts em blogs, threads no Reddit e
artigos no Medium sobre os “stacks” usados pelos biohackers. Mas é claro que você não deve tomar nenhum
tipo de droga sem antes consultar um médico.
3 – Que tecnologias são usadas pelos biohackers?
A tecnologia digital é uma das grandes aliadas do biohacker. Relógios inteligentes, como o Apple Watch,
aparelhos de vestir (como FitBit e outros trackers de atividades físicas) e sensores que monitoram a qualidade
do sono são parte integral do arsenal do biohacker. Estamos falando de engenheiros, em sua maior parte, e o
que não se mede não se melhora. Dorsey é fã do Oura, um anel que mede a temperatura do corpo durante a
noite, mede o fluxo de sangue nas artérias e registra sua movimentação na cama. A ideia é analisar as noites de
sono e tentar isolar comportamentos que possam prejudicar seu repouso (como tomar uma taça de vinho no
jantar ou ficar no celular até pegar no sono, por exemplo).
Alguns vão ainda mais longe. Os “grinders”, um subgrupo radical dos biohackers, implantam sensores no
organismo – talvez um prenúncio da chegada dos ciborgues. Rich Lee, um carpinteiro americano, implantou
ímãs e sensores NFC na ponta dos dedos. Seu objetivo é abrir portas de carros ou interagir com leitores sem
precisar sacar o celular do bolso. Lee também tem um chip no antebraço que mede constantemente sua
temperatura corporal.
Por enquanto, muito pouco. A comunidade de biohackers é nova e adepta ferrenha do espírito “faça você
mesmo”. São poucos e esparsos os estudos sobre os efeitos do biohacking em suas várias formas – com,
exceção, é claro, dos hábitos de vida saudáveis relativos a alimentação, atividade física e sono. Diante disso,
só restam as opiniões entusiasmadas dos praticantes (levando em conta que quem investiu tempo e dinheiro e
não obteve resultados não vai sair anunciando o fracasso aos quatro ventos).
3 – O biohacking é seguro?
Comer bem, ir à academia e dormir oito horas por noite? Sem a menor dúvida. Ingerir um coquetel de
comprimidos ou, em casos extremos, implantar um eletrônico sob a pele? Só seu médico pode responder a
essa pergunta. Mas bom senso nunca é demais: antes fazer qualquer tipo de experimento com seu próprio
organismo, consulte um profissional de saúde.
Uma sondagem feita entre outubro e novembro deste ano pela Robert Half, com exclusividade para a IT
Trends, mostra que 82% das empresas apontam que o avanço da tecnologia já gerou falta de mão de obra
qualificada na empresa.
Segundo Caio Arnaes, gerente sênior da Robert Half, o déficit tem sido percebido em todas as áreas, mas é
mais presente no segmento de tecnologia, particularmente em carreiras como a de desenvolvedor e arquiteto
de soluções, por exemplo. “Falta gente que conheça os ambientes com alto volume de dados“, alerta Arnaes.
A mesma pesquisa, que levou em conta 387 recrutadores, também apontou outro dado que é alarmante tanto
para as empresas quanto os empregados: para a maioria dos profissionais questionados (40%), a
Transformação Digital provocou aumento de até 25% no turnover de profissionais que não conseguiram se
atualizar em até 25%. Um percentual menor dos recrutadores (21%) indicou não ter identificado aumento do
turnover, que é a taxa de rotatividade de funcionários da companhia.
Basta tomar uma pílula e Eddie fica extremamente focado, produtivo, criativo e com capacidade de
fazer coisas incríveis, como aprender outros idiomas, fazer cálculos complicados e escrever muito
rapidamente.
Homens com visão noturna, dedos magnéticos, gente que não sente frio e muitos outros que
conseguem alterar o próprio organismo por meio de intervenções, de nootrópicos (smart drugs) ou
até de técnicas de alimentação.
Você já imaginou poder hackear o seu próprio organismo para ser mais inteligente, produtivo e
focado?
Ou até para fazer coisas sobre-humanas, como enxergar no escuro, sentir campos
eletromagnéticos ou controlar aparelhos eletrônicos com as mãos?
Biohacking é a prática de misturar biologia com ética hacker para você desenvolver o seu próprio
corpo até que ele consiga fazer coisas que não fazia antes, às vezes até coisas consideradas
sobre-humanas.
O termo começou a aparecer por volta de 1998, mas somente nos últimos anos, com o
desenvolvimento tecnológico, ganhou força a aplicação prática fora dos laboratórios universitários.
1. Abordagem interventiva: é a prática de melhorar o próprio corpo com o uso de implantes que
melhorem a sua capacidade. Isso vai desde a mulher que implanta um chip no braço que libera
anticoncepcional periodicamente até gente que injeta uma substância nos olhos para ter uma visão
noturna. Esses biohackers são conhecidos como Grinders.
2. Abordagem não interventiva: é o uso de elementos externos para melhorar a sua performance.
Podem ser áudios binaurais para aumentar a concentração, luz azul para dormir mais profundamente,
jejum intermitente para aumentar os níveis de energia etc.
Nos dois casos, o que se busca é hackear a própria biologia para procurar ser a melhor versão de
você mesmo. O assunto é tratado em livros como Homo Deus.
Você pode agora estar pensando que isso é algo muito futuristas e distante da nossa realidade.
Vamos provar o contrário.
Nem todos os seres humanos nascem com a visão perfeita. Alguns sofrem com miopias,
hipermetropias, astigmatismo etc.
Até que, no século I, alguns estudiosos cortaram pedras semipreciosas em lâminas finas e criaram
os primeiros óculos de grau para perto.
Esse é um exemplo de biohack não interventivo: os óculos ficam fora do seu corpo.
Passamos mais uns 1.400 anos dessa forma, até que Leonardo Da Vinci veio com a ideia de inicial
de aplicar as lentes corretivas diretamente na superfícia do olho.
Foram necessários mais 373 anos até que a ideia de Da Vinci fosse transformada nas primeiras
lentes de contato por meio do trabalho de Adolf Eugen Fick.
As lentes de contato são um exemplo de biohack mais ou menos interventivo: você não as implanta
definitivamente, mas tira e coloca no seu corpo.
Há menos de cem anos, o oftalmologista japonês Tsutomu Sato veio com uma ideia ainda mais
radical: fazer cortes diretamente no olho humano para corrigir as imperfeições que causam
problemas de visão.
Hoje as cirurgias corretivas são feitas de maneira rápida, segura e precisa. Passamos de óculos a
nada em um espaço de uns dois mil anos.
Podeíamos nos contentar com isso, mas o desejo de melhoria não para e há agora quem queira
não apenas ter uma visão perfeita, mas também uma visão sobre-humana.
Em 2015, um grupo de biohackers em Los Angeles decidiu injetar nos olhos 50 mililitros de uma
subtância química chamada CE6. O objetivo? Ter uma visão noturna.
Gabriel Licina começou a sentir os efeitos uma hora depois. Seus olhos ficaram completamente
negros e ele começou a conseguir enxergar objetos a 50 metros de distância, mesmo em
ambientes escuros.
Esses biohackers são pessoas que estão testando a ciência no limite, com altos riscos para o
próprio corpo, mas que podem gerar avanços significativos para a ciência.
Eles se reúnem em laboratórios específicos e são adeptos do que se costuma chamar de DIY Bio.
Esse é um movimento surgido em 2009 que promove a idéia de tornar a biotecnologia acessível ao
cidadão comum e não apenas a cientistas e governantes.
Ela criou um Hacking Lab, um espaço onde pessoas comuns interessadas em ciência podem ir
para fazer e testar seus experimentos.
Jorgensen é certeira ao falar que as pessoas que hoje em dia se perguntam “O que eu faria em um
hackspace?” são as mesmas que se perguntariam “O que eu faria com um computador pessoal?”
há algumas poucas décadas.
Quer saber o que esses vanguardistas andam fazendo nos hacking labs mundo afora? Vamos ver
alguns exemplos.
Biohackers famosos
Neil Harbisson nasceu com uma síndrome médica chamada acromatopsia, que é a incapacidade
total de distinguir cores.
Para resolver isso, Neil desenvolveu e implantou, com auxílio de médicos, um sistema que permite
a ele ouvir um som para cada tipo de cor reconhecido pela câmera acoplada à sua cabeça.
Cada cor vibra em uma frequência. Então se a câmera capta um azul, Neil escuta um Dó, se ela
capta um laranja, ele escuta um Fá.
Com o tempo, o cérebro começou a associar cada som a uma cor. Ela passou até a sonhar em
cores, com o próprio cérebro criando os sons aos quais estava acostumado.
Harbisson é o que pode se chamar de um verdadeiro ciborgue, pois a câmera passou a ser uma
extensão do seu próprio corpo.
Dave Asprey trabalhava com informática e sentia-se sempre cansado, apesar de não ser gordo
nem possuir qualquer doença.
Em uma viagem ao Tibete, em 2004, ele provou uma bebida local feita com chá e manteiga de
iaque para combater os efeitos da altitude.
Quando voltou aos Estados Unidos, passou a tentar replicar essa bebida e tornou-se um obcecado
por alta performance.
Biohacking é a arte de usar a tecnologia com o objetivo de mudar o ambiente tanto dentro quanto
fora do corpo, para assumir o controle do organismo e fazê-lo agir como se deseja. ~ Dave Asperey
Seus biohacks incluem o famoso café com manteiga (batizado por ele como Bulletproof Coffee, ou
Café a prova de balas), o uso de óculos com lentes alaranjadas para uma noite de sono mais
tranquilo e a audição de sons binaurais para ter mais foco.
Asprey é hoje um dos biohackers mais famosos do mundo e fez disso sua profissão, vendendo
livros, dando palestras e faturando em cima dos experimentos que faz consigo mesmo.
Em mais de dez anos, ele já implantou diversos biochips no próprio corpo, com dinheiro obtido por
meio de sites de financiamento coletivo.
Um cliente criou uma espécie de tatuagem digital que ele pode aproximar de celulares e mostrar a
arte na tela.
Outro resolveu distribuir cópias gratuitas de um game que criou, bastando para isso aproximar a
própria mão de um celular qualquer.
Amal Graafstra acredita que o biohacking é o próximo passo na evolução humana e por isso
começou a vender, por 40 dólares, um kit que promete transformar qualquer um em um ciborgue.
O brasileiro Raphael Bastos, de Belo Horizonte, foi um desses. Ele implantou um biochip que o
permite abrir portas e catracas apenas aproximando a mão.
Ela passou os últimos anos aprendendo a ampliar suas capacidades implantando ímãs e outros
artefatos no próprio corpo.
Com isso, ela é capaz de sentir campos eletromagnéticos de pequenos aparelhos e, em breve, dos
próprios polos magnéticos da Terra.
O mais assustador é que ela faz tudo sozinha, na cozinha de casa, anestesiada e esterilizada com
doses de vodka.
Lepth é uma entusiasta do you can do it, defendendo que o transhumanismo só será uma realidade
se todos tiverem acesso a ele fora dos hackspaces.
Claro que não é um procedimento nada seguro. Lepth Anonym já desmaiou durante os
procedimentos, foi internada, recebeu repreensões médicas. Nada que a impedisse de parar…
Esses exemplos de biohackers extremos podem fazer com que você pense que o biohacking ainda
é algo muito distante da sua realidade.
Estamos rodeados por pessoas com marca-passos regulando os batimentos do coração, mulheres
com chips no braço liberando anticoncepcionais, deficientes auditivos com aparelhos que os
permitem ouvir etc.
Mesmo que você não tenha nenhuma necessidade especial, pode usar o biohacking por conta
própria e sem precisar implantar nada no corpo apenas para melhorar a sua performance.
As duas principais coisas que você pode hackear são sua alimentação e o seu sono.
Segundo o Dr. Tom O’Bryan, nosso cérebro e nosso sistema digestivo estão intimamente
interconectados.
Se você tem algum tipo de intolerância e mesmo assim consome o alimento, sofre com
inflamações. E inflamações deixam nosso cérebro mais lerdo.
Por mais interessante que sejam os artefatos tecnológicos, não existe nenhuma variável mais
poderosa do que a alimentação quando se está tentando controlar o corpo para atingir o resultado
desejado.
O mais eficiente hack para melhorar sua saúde, ter mais energia e manter-se com baixo percentual
de gordura corporal é trocar a fonte primária do seu corpo de carboidratos para gorduras.
Isso significa que pelo menos 50% a 70% das suas calorias devem ser consumidas em forma de
gordura, 20% em proteínas e apenas 10% a 30% em carboidratos.
Ainda assim, esses carboidratos devem vir de hortaliças e algumas poucas frutas.
Outro hack muito utilizado para ter mais foco é praticar o jejum intermitente ao menos uma vez por
semana, seguindo protocolos como o descrito no livro Eat, Stop, Eat, de Brad Pilon.
Além de comer bem, outro fator essencial para a sua performance é o descanso.
A abordagem do biohacking para ter uma melhor noite de sono inclui a exposição a tipos de luzes
específicas antes de dormir, o uso de aplicativos para mudar a radiação do computador e do
celular, suplementos de magnésio e até filtros contra emissões eletromagnéticas.
Dormir em um quarto absolutamente escuro (que você não consiga ver nem a sua mão)
Nada de cafeína após duas da tarde
Evitar luzes brancas e instalar aplicativos como o F.lux nos seus aparelhos
Evitar grandes refeições logo antes de dormir
Evitar exercícios físicos à noite
Colocar o celular no modo avião
Usar aplicativos como o Sleep Cycle para medir a qualidade do sono diariamente
Pela abordagem biohacker, a qualidade do sono é muito mais importante do que a quantidade.
Alguns advogam até que dormir 8 horas seria um exagero.
O principal ponto do sono é que ele permite que nossos órgãos se regenerem e que nosso cérebro
limpe as toxinas acumuladas durante o dia.
Enquanto o biohacking se preocupa com qualquer célula do nosso corpo, o neurohacking está
focado em nosso principal órgão, o cérebro, mais especificamente em suas capacidades como
estrutura física adjacente da mente.
O objetivo final é ter uma mente capaz de manter um sentimento profundo de serenidade e
realização, um estado que permeia e sustenta todos os estados emocionais e todas as alegria e
tristezas que cruzam o nosso caminho.
Você sabia que um monge budista, que medita diariamente até por horas, conseguem alterar a
própria estrutura física do cérebro em busca de um estado onde não existe nada mais além de
compaixão?
Ou que um violinista, que treinou seu instrumento por mais de 10 mil horas, também tem alterada a
estrutura cerebral, aumentando o reforço das ligações sinápticas relacionadas aos movimentos dos
dedos?
Neurohacking é a parte mais interessante do biohacking porque permite que qualquer um de nós
consiga aumentar intencionalmente a própria performance, tornando-nos pessoas mais capazes,
inteligentes, focadas e produtivas.
O desejo por essas qualidades é tanto que alguns biohackers apelam até para as drogas…
Pois isso está muito mais perto da realidade do que você imagina.
Nos Estados Unidos, mais de 60 mil pessoas são assinantes de um serviço chamado Nootrobox,
que entrega mensalmente uma caixa com diversos suplementos para aumentar a capacidade
cerebral.
Nootrópico é o nome dado aos compostos que supostamente aumentam o desempenho cognitivo
do cérebro humano.
O termo foi criado em 1972 para categorizar o Piracetam, uma droga que aumentaria a capacidade
intelectual sem efeitos colaterais.
Boa parte dessas smart drugs são substâncias conhecidas, com cafeína, creatina e vitamina D.
Mas também existem drogas que aumentam o fluxo de sangue para o cérebro, promovem a
neurogênese ou possuem ação estimulante.
Kurzweil é reconhecido como um gênio, tendo inventado aplicações inovadoras nos campos de
reconhecimento ótico de caracteres, síntese de voz, reconhecimento de fala e teclados eletrônicos.
Se isso tem a ver ou não com o uso de smart drugs, é difícil dizer.
Como todas as drogas, os nootrópicos oferecem riscos e efeitos colaterais. Suas consequências a
longo prazo ainda não foram testadas e nem há prova científica definitiva sobre sua efetividade.
Isso não impede biohackers de se tornarem cobaias voluntárias, mas o aviso está dado.
Falar de DIY (Do It Yourself) Bio é tão amplo quanto falar da própria Biologia. Embora os temas
mais badalados sejam biologia molecular; engenharia genética e biologia sintética, o DIY Bio
pode estar relacionado a qualquer coisa que envolva “mexer com vida” fora de um ambiente
acadêmico. Desde o cultivo de uma horta orgânica em casa até uma produção de cerveja
artesanal, passando pela confecção dos equipamentos necessários/úteis para as atividades, como
um microscópio feito a partir de uma webcam. Isso mesmo, é possível montar um microscópio USB
de baixíssimo custo a partir de uma webcam e outros componentes simples, como mostra a
imagem do Conector Ciência, um dos maiores promotores de oficinas de DIY Bio atualmente no
Brasil (spoiler: o pulo do gato é inverter a lente).
Cada vez mais as pessoas se interessam por “brincar” com organismos vivos como plantas e
leveduras, assim como por “brincar” com componentes eletrônicos como Arduino e Raspberry Pi, e
fazem isso de forma cada vez mais consciente graças à facilidade de acesso às informações.
Em 2012 o designer Rodrigo Martinez, em seu Tedx Talk “Why you want to become a biohacker”,
abordou como devemos estar atentos à forma como as coisas são produzidas, e como a biologia
pode mostrar caminhos mais orgânicos de produção. Ao final de sua apresentação ele mostra que
o Biohcking é sobre interdisciplinaridade, e que se você faz parte de alguma das grandes áreas
de Biologia; Ciência da computação; Engenharia ou Design, você deveria estar atento a essa
tendência.
Em 2013, a bióloga molecular Ellen Jorgensen contou da sua experiência com Biohacking em
10 maravilhosos minutos no Ted Talk “Biohacking – you can do it too”, falando sobre como
a Biotecnologia é potencialmente o setor tecnológico mais poderoso e que mais vem crescendo
no mundo, e como ela pode solucionar grandes problemas como combustíveis fósseis; revolucionar
a medicina; e influenciar em todos os aspectos da nossa vida cotidiana. Então – ela pergunta –
quem teria a sorte de trabalhar com isso?
Assista:
Atualmente, Ellen é uma das maiores referências e uma das principais entusiastas do Biohacking,
tendo um vasto currículo de prêmios por suas iniciativas de educação científica informal em
biotecnologia e biologia sintética para jovens e adultos. Em 2017 ajudou a fundar o “Biotech without
boarders”, uma organização com foco no apoio a grupos tradicionalmente sub-representados nas
ciências. No site oficial, eles declaram: “Acreditamos firmemente que a verdadeira alfabetização
científica é melhor alcançada através do engajamento prático em atividades de pesquisa. A Biotech
Without Borders fornece acesso a instalações, suprimentos e orientação, e realiza atividades
destinadas a conscientizar o público sobre o potencial positivo da biotecnologia.”
Mas e a Biossegurança?
Como a Ellen menciona no vídeo, esta é uma das principais preocupações de quem esbarra com o
Biohacking, principalmente dos pesquisadores acadêmicos. E agora vamos a outro esclarecimento:
assim como diferenciamos os hackers dos crakers (esses sim, quem “quebram” – do inglês, to
crack – um sistema de segurança com finalidade de invadi-lo), devemos separar os biohackers
dos bioterroristas.
hacker x cracker
Uma professora de microbiologia disse uma vez, numa de suas aulas sobre bactérias patogênicas,
“Acreditem: o mundo é bom. Digo isso porque é muito fácil ser ruim. Com um pouquinho de
conhecimento, qualquer um poderia contaminar a nascente de um rio com um microrganismo
patogênico e só esperar a desgraça acontecer. Acreditem: o mundo é bom”. Esse é o perfeito
exemplo de que, os riscos atrelados à biotecnologia são os mesmos para laboratórios formais ou
informais, pois não dependem do ambiente, e sim das pessoas que estiverem nele. A própria ONU
fez um estudo[1], e concluiu que novas tecnologias relacionadas à biotecnologia, têm mais
potencialidades positivas do que negativas, e que as comunidades DIY Bio são na verdade mais
inofensivas do que os grandes centros de pesquisa, uma vez que possuem menos infraestrutura e
acesso a patógenos.
Podemos concluir afirmando que o Biohacking é sobre liberdade para se fazer ciência. É sobre
permitir que todos aqueles que queiram ser cientistas o sejam, e não apenas os poucos felizardos
privilegiados a alcançar uma formação, e posteriormente uma carreira acadêmica nesta área. É
sobre combater privilégios hierárquicos e entraves burocráticos. É sobre não depender de
políticas e verbas públicas para se fazer pesquisa. É sobre estimular a inovação e acelerar o
avanço científico/tecnológico, chamando mais gente pra participar. É sobre mostrar pras pessoas
que elas podem desenvolver suas próprias soluções, que elas não precisam estar alheias ao
progresso, e que elas são mais poderosas do que imaginam. Só precisam de livre acesso à
informação; a uma rede de colaboradores que pouco se importam com ego; e a espaços que não
separam as pessoas por títulos. Como diria Pablo Picasso, “a inspiração existe, ela só precisa te
encontrar trabalhando”.
Quer publicação sobre as outras duas vertentes do Biohacking? Pede nos comentários!
E pra quem chegou até aqui um super presente: o ebook “A Guia Essencial do Biohacker versão
1.1” em português, desenvolvido pelo grupo SyntechBio Network em colaboração com vários
grupos da América Latina. Nele tem tudo pra se tornar um biohacker, desde os tipos de
infraestrutura necessários até as possíveis fontes de financiamento, passando pelas
regulamentações nacionais e internacionais. Não tem mais desculpas, só não vai ser biólogo quem
não quiser!
Referências:
[1] United Nations Interregional Crime and Justice Research Institute (UNICRI) – “Security
Implications of Synthetic Biology and Nanobiotechnology – A Risk and Response Assessment of
Advances in Biotechnology” – a shortened public version of the original report (Part II Section A
[pp.12–31] and Part II Section C [pp.36–55] omitted) – 2012
http://www.unicri.it/in_focus/files/UNICRI%202012%20Security%20Implications%20of%20Synthetic
%20Biology%20and%20Nanobiotechnology%20Final%20Public-1.pdf
O Piracetam é uma substância estimulante do cérebro que age no sistema nervoso central,
melhorando várias capacidades mentais como memória ou atenção, sendo por isso muito
utilizado para tratar vários tipos de déficits cognitivos.
Esta substância pode ser encontrada nas farmácias convencionais com o nome comercial
de Cintilam, Nootropil ou Nootron, por exemplo, sob a forma de xarope, cápsula ou
comprimido. O preço do Piracetam varia entre os 10 e os 25 reais, dependendo da forma
da sua apresentação e do nome comercial.
Para que serve
O Piracetam está indicado para melhorar as atividades mentais como memória,
aprendizado e atenção, sendo, por isso, usado no tratamento da perda de função cerebral
durante o envelhecimento ou após AVC, por exemplo.
Como tomar
O modo de uso do Piracetam deve ser sempre orientado por um médico, no entanto, a
dose diária recomendada normalmente é:
Para melhorar a memória e atenção: 2,4 a 4,8 g por dia, divididas em 2 a 3 tomas;
Como garantem elevados níveis de concentração, estes remédios também são algumas
vezes utilizados por pessoas saudáveis durante curtos períodos, como acontece com os
estudantes durante as provas, por exemplo, para facilitar o estudo ou o trabalho
e garantir melhores resultados.
melhorar a memória e manter o foco durante o estudo. Embora natural, deve ser orientado
por um médico;
Intelimax IQ: pode ser usado para aumentar a capacidade de pensar, evitando o cansaço
mental. No entanto, pode ter alguns efeitos colaterais e só deve ser usado com indicação
médica;
cerebral e a memória;
depressão/demência em idosos.
Estes remédios são utilizados como estimulantes cerebrais mas não devem ser ingeridos
sem o aconselhamento médico pois podem provocar dores de cabeça, insônia, ansiedade,
nervosismo e tontura, além de outras alterações mais graves.
cérebro;
Além disso, existem também chás, como o chá verde, o chá mate ou o chá preto, que
contêm cafeína e que, por isso, aumentam a atividade cerebral. Veja como usar estes
alimentos com a nossa nutricionista: