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14/07/2022 12:19 Livro Digital - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Capítulo 2

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

A inteligência emocional tem o poder de equilibrar ou desestabilizar os indivíduos


em suas ações e comportamentos. Por isso, é importante compreender bem a
definição, suas características e implicações.

2.1 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Para compreender melhor sobre o assunto, Soto (2010, p. 2), explica que a
inteligência emocional “é uma perspectiva que está desafiando cientistas,
educadores e indivíduos a conhecer e utilizar os sistemas inteligentes particulares
do cérebro emocional.” Isso quer dizer que, se soubermos nos controlar quanto às
nossas emoções, também conseguiremos melhorar nosso dia a dia, bem como
nossas relações com os outros. Ser equilibrado e saber como agir, buscando a
melhor solução em todas as situações, faz com que você consiga diferenciar-se e,
desta forma, alcançar uma melhor qualidade de vida.

Essas atitudes possibilitam que as pessoas consigam ignorar o que não tem
importância e ao mesmo tempo, conseguem dar atenção ao que é relevante.

A inteligência emocional vai além da inteligência QI porque envolve o contexto


integral dos indivíduos. Conforme Goleman (2011, p. 62) “a inteligência acadêmica
pouco tem a ver com a vida emocional. As pessoas mais brilhantes podem se
afogar nos recifes de paixões e dos impulsos desenfreados; pessoas com alto nível
de QI podem ser pilotos incompetentes de sua vida particular”. Diante disso, essa
concepção demonstra que se deve ter um controle das emoções e que, o controle
emocional deve sempre estar sendo trabalhado em benefício do próprio indivíduo.

2.1.1 EMOÇÕES

A primeira coisa para entender a inteligência emocional é conhecer o significado


do que são as emoções. Conforme o Dicionário online, as emoções referem-se à
“reação moral, psíquica ou física, geralmente causada por uma confusão de
menu sentimentos que, diante de algum fato, situação, notícia etc., faz com que o corpo settings
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se comporte tendo em conta essa reação, expressando alterações respiratórias,


Capítulo
circulatórias”. Portanto, as emoções são ações2que se manifestam a partir de
sentimentos que são experienciados momentaneamente pelo indivíduo.

Um exemplo que pode esclarecer melhor sobre as emoções é:

Imagine-se na praia, um dia lindo, um mar maravilhoso, cristalino, você dentro


dessa água deliciosa, aproveitando com muito prazer e felicidade e, de repente,
quando você olha para o lado, enxerga um tubarão se aproximando. A partir desse
momento, uma avalanche de emoções toma conta de você. Sua boca fica seca, vai
haver variação na dilatação de suas pupilas, o cérebro vai ordenar as glândulas a
produzirem cortisol e adrenalina, que são hormônios que tem uma frequência
cardíaca mais intensa, vai te tornar mais focado no problema em questão, entre
outras diversas reações. Toda essa situação vai acontecer, somente com o registro
da sua percepção da presença do tubarão e, vai levar menos de meio segundo
para acontecer tudo isso.

Desta forma, pode-se dizer que a emoção é um programa computacional do


cérebro que leva a realização de ações instantaneamente.

Não existe como controlar as emoções diretamente, mas, pode-se controlar certos
comportamentos que irão favorecer para que você tenha uma alteração
emocional.

Inteligência emocional não é controlar as emoções, mas sim, entender os seus


processos emocionais, principalmente, levando em consideração que as pessoas
possuem perfis emocionalmente diferentes.

De acordo com Soto (2010, p. 45), “a emoção é conhecida geralmente com os


termos sentimento ou estado de ânimo, mesmo que alguns estudiosos os
concebam como categorias diferenciadas, reveladoras de situações pró-
emocionais.” O autor relata ainda que a emoção vai além, pois é um estado interno
que integra o estado fisiológico e o mental, e pode ser analisado, por exemplo,
pelos estímulos percebidos pelo sujeito, como agradável ou desagradável.

A emoção se manifesta de diversas formas, conforme podemos identificar na


figura a seguir.

FIGURA 1: MANIFESTAÇÃO DAS EMOÇÕES

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Capítulo 2

Fonte: Pixabay (2021).

Nesse sentido, “A origem da emoção manifesta-se no caráter primário da conduta


emotiva, quando a emoção é intensa e não existe o freio do social, por exemplo,
quando se produzem ataques, risos, gritos, etc.”. (SOTO, 2010, p. 46)

A sobrevivência dos sujeitos também depende do equilíbrio exercido pelo estímulo


da emoção sobre os comportamentos. A emoção é um elo relevante na cadeia
causal do comportamento humano e assume um papel fundamental no processo
motivacional.

O processo emocional ocorre pela conduta emotiva, ou melhor, pelo estado


emotivo do ser humano, isto é, a partir de um estímulo que percorre a seguinte
sequência:

Atenção!

primeiro uma reação interna

depois surge um estímulo motivador 


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que resulta em uma reação externa


Capítulo 2

Nesse contexto, Goleman (2011, p. 34) explica que "Todas as emoções são, em
essência, impulsos, legados pela evolução, para uma ação imediata, para
planejamentos instantâneos que visam lidar com a vida." A própria origem da
palavra emoção, vem do latim movere “mover” acrescida do prefixo “e-”, que se
refere a “afastar-se”, demonstrando que em toda emoção existe escondida uma
propensão para uma ação instantânea.

Goleman (2011, p. 340), ressalta que alguns teóricos sugerem conjuntos básicos de
emoções com seus respectivos membros, conforme descrito abaixo:

IRA: fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação, indignação, vexame,


acrimônia, animosidade, aborrecimento, irritabilidade, hostilidade e, talvez
no extremo, ódio e violência patológicos.

TRISTEZA: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade,


solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.

MEDO: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação, consternação,


cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e, como psicopatologia,
fobia e pânico.

PRAZER: felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite, diversão, orgulho,


prazer sensual, emoção, arrebatamento, gratificação, satisfação, bom humor,
euforia, êxtase e, no extremo, mania.

FIGURA 2: IRA, TRISTEZA, MEDO E PRAZER

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Capítulo 2

Fonte: Freepik (2021).

AMOR: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão,


ágape.

SURPRESA: choque, espanto, pasmo, maravilha.

NOJO: desprezo, desdém, antipatia, aversão, repugnância, repulsa.

VERGONHA: culpa, vexame, mágoa, remorso, humilhação, arrependimento,


mortificação e contrição.

FIGURA 3: AMOR, SURPRESA, NOJO E VERGONHA

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Capítulo 2

Fonte: Freepik (2021).

Aprofundando um pouco, Goleman (2011, p. 35-36) descreve alguns tipos de


resposta que o corpo demonstra a partir da manifestação das emoções:

Na raiva, o sangue escorrega para as mãos, fazendo com que fique mais fácil sacar
uma arma ou mesmo golpear o inimigo; os batimentos cardíacos se alteram,
acelerando e criando uma onda de hormônios, enquanto a adrenalina, gera uma
pulsação e energia bastante forte para uma atuação vigorosa.

No medo, o sangue escorre para os músculos do esqueleto, como os das pernas,


provocando a fuga; o rosto fica pálido, já que o sangue é deduzido (por isso
classifica-se que a pessoa ficou “gélida”). Ainda, o corpo se imobiliza, mesmo que
brevemente, talvez para consentir que o indivíduo considere a possibilidade de,
em vez de tomar uma atitude, fuja e se esconda. Redes existentes nos centros
emocionais do cérebro disparam um turbilhão de hormônios que coloca o corpo
em alerta geral, tornando-o apreensivo e pronto para agir. O foco está neste
momento, na ameaça imediata, para encontrar e calcular a melhor resposta a ser
dada.

Atenção!
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O estímulo ou mudança fisiológica mais estudada quanto à emoção, é o


medo. Este é um dos sentimentosCapítulo 2 mais intensos. Quando a
emocionais
pessoa sente medo, é enviado um sinal ao cérebro que estimula o corpo,
enviando adrenalina ao sangue.

A sensação de felicidade enseja uma das principais alterações biológicas. Os


movimentos do centro cerebral são aumentados, bloqueando os sentimentos
negativos e favorecendo o aumento da energia que já existe. Com isso, é
silenciado os pensamentos de preocupação e otimizada a energia. No entanto, não
se verifica nenhuma mudança particular na fisiologia, somente uma tranquilidade,
ocasionando uma recuperação rápida do estímulo causador de emoções
perturbadoras. Toda essa conformação dá ao corpo um total relaxamento, bem
como uma disposição e entusiasmo para agir em busca de qualquer tarefa que
apareça, além de seguir em direção a uma grande variedade de metas.

O amor, os sentimentos de afeição e a satisfação sexual ocasionam uma


estimulação parassimpática, constituindo o oposto fisiológico que paralisa a ação
de “lutar-ou-fugir” que ocorre nas emoções de medo ou ira. A “resposta de
relaxamento”, também chamada de padrão parassimpático, refere-se a um
conjunto de reações que percorre todo o corpo, estimulando um quadro
abrangente de calma e satisfação, promovendo a cooperação.

O levantar das sobrancelhas, quando se está surpreso, provoca uma abrangência


visual mais ampla, bem como, mais iluminação para a retina. Dessa forma é
possível obter mais informação sobre um evento que ocorreu inesperadamente,
criando uma forma mais fácil de entender precisamente o que está acontecendo e
aplicar o melhor plano de ação.

A expressão de repugnância tem a função de enviar a seguinte mensagem: alguma


coisa desagradou ao gosto ou ao olfato, de forma real ou metafórica. A expressão
facial de repugnância em que verifica-se o lábio superior se retorcendo para o lado
enquanto o nariz vai enrugando ligeiramente, mostra que, como ressaltou Darwin,
é uma tentativa inicial de fechar o nariz com o intuito de evitar sentir um odor
nocivo ou mesmo cuspir fora, quando uma comida está estragada.

A tristeza tem como principal função, propiciar um ajuste nos sentimentos quando
há uma grande perda, como a morte de alguém, uma demissão ou mesmo, uma
decepção expressiva. A tristeza gera uma perda de energia e de entusiasmo
quanto às atividades da vida, principalmente às relacionadas a diversões e
prazeres. No caso de tristeza profunda, quando se aproxima da depressão, a
atividade metabólica do corpo fica diminuída. Esse isolamento introspectivo gera a
menu conveniência para que haja se lamente uma perda ou frustração, com o intuito de settings
captar essas consequências para a vida e para que se possa planejar um reinício
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quando a energia voltar. Verifica-se que pode ser provável que essa perda de
energia tenha como meta manter osCapítulo 2 vulneráveis em um estado de
indivíduos
tristeza com o objetivo de mantê-los próximo de casa, onde possivelmente
estariam em maior segurança.

FIGURA 4: Tristeza

FONTE: Freepik (2021).

Percebe-se diante dessas reações que essas tendências biológicas para agir, são
cada vez mais moldadas pelas experiências e contexto em que vive de cada um.

2.2 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

A inteligência emocional pode estar baseada nas ações e reações que são geradas
a partir das emoções contidas no contexto da situação vivenciada em algum
momento. Por isso, aprender a perceber a emoção e saber como lidar com ela, faz
uma grande diferença quando se está no mercado de trabalho.

Para ficar mais claro, vamos ver um exemplo:

Está transcorrendo uma reunião muito tensa e, o gestor que está liderando
percebe que seu grau de irritação está elevado. Nesse momento, ao invés de
responder de forma explosiva, o mesmo determina uma pausa da reunião, e
menu convoca que a mesma seja retomada em uma hora. Essa atitude mostra que esse
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gestor tem o conhecimento sobre suas emoções e, diante disso, utiliza-se de sua
Capítulo
inteligência emocional para se reequilibrar 2
e conseguir resolver os assuntos
organizacionais de forma eficiente e eficaz.

Importante

Conforme Soto (2010), a aprendizagem emocional é constituída por três


capacidades para:

compreender as emoções;

expressá-las;

captar as emoções dos outros e sentir empatia;

Nesse contexto, Soto (2010), explica que possuir capacidades emocionais refere-se
a ser capaz de conduzir as próprias emoções em prol de melhorar o seu
desenvolvimento pessoal e a sua qualidade de vida.  A partir do conhecimento
sobre suas emoções, pode-se melhorar as relações, criando responsabilidade
afetivas entre os indivíduos. O autor reforça que a aprendizagem emocional não
consiste simplesmente em deixar os sentimentos fluírem, mas também, é
necessário aprender a compreendê-los e controlá-los.

2.2.1 MOTIVAÇÃO

A motivação origina-se da pressão interna que reage a uma necessidade, através


de um impulso de energia sobre a conduta do indivíduo rumo ao alcance de um
objetivo (SOTO, 2011).

Nas organizações, manter os colaboradores motivados é um desafio e também um


trabalho árduo que deve ser constante. Isso porque, existem comprovações de
que um trabalhador motivado possui maior rentabilidade e valor para as
empresas. Hofmann (1999) descreve cinco formas de motivar uma equipe de
vendas com investimentos baixos, que podem gerar um retorno substancial para a
empresa:

1. Ser mais humanista e ver a equipe de uma forma holística, reconhecer os


pontos fortes e fracos dos colaboradores. Enxergar individualmente cada um
possibilita que o gestor consiga identificar as características individuais, bem
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como pode conhecer os interesses pessoais, fora da relação fria e superficial


como geralmente acontece. Capítulo 2

2. Reconhecer e poder contar com o apoio da equipe é importante para o


crescimento e desenvolvimento da empresa. Por isso, é necessário
reconhecer e orientar as características de um bom líder, bem como
reconhecer as vitórias e vibrar com as conquistas.

3. Dar feedback positivo, sempre que um vendedor alcance os objetivos. Da


mesma forma que deve incentivar quando o vendedor perde e/ou perdeu
uma venda, mas sem críticas, com apoio e empatia.

4. Incentivar os vendedores, principalmente com comissões e incentivos para as


metas traçadas e alcançadas reais que geraram mais vendas. Isso pode
auxiliar muito pela força do apoio do tripé: motivação, reconhecimento e
recompensa.

5. Criar um ambiente favorável para o desenvolvimento pessoal e profissional


dos seus colaboradores.

Assim, a partir dessas atitudes, combinadas com a identificação e condução da


inteligência emocional, pode-se obter colaboradores mais engajados e valorizados.

2.2.2 SÍNDROME GERAL DA ADAPTAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

No entanto, a falta de equilíbrio emocional pode levar as pessoas a estágios de


stress que desorientam sua capacidade de manter uma vida normal. Selye (1959)
apresentou os sintomas do estresse como a Síndrome Geral de Adaptação (SAG),
composto de três fases sucessivas: alarme, resistência e exaustão, conforme a
seguir.

Fase de Alarme: esta fase corresponde ao estresse agudo, às glândulas adrenais.  A


função dessa fase fisiológica pode ser de preparar o organismo para uma ação de
“luta” ou começam a produzir e liberar os hormônios do estresse (adrenalina e
cortisol), que aceleram o batimento cardíaco, dilatam as pupilas, aumentam a
transpiração, bem como os níveis de açúcar no sangue, diminuindo a digestão,
entrando em um estágio de “fuga”.

Fase de Resistência: essa fase se refere ao estresse crônico, é caracterizado pelo


aumento da capacidade de resistência do organismo, independente da
permanência ou não do estressor, com a utilização de todos os recursos
disponíveis, criando uma sensação de desgaste idiopático, incluindo danos de
memória. Caso o agente estressor permaneça, esta fase também permanece,
mesmo que modificada, e o mecanismo de defesa pode falhar levando o indivíduo
menu a entrar numa terceira fase. settings
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Fase de Exaustão: nessa fase praticamente há um retorno à fase de alarme e as


Capítulo
reações tendem a se difundir novamente, 2 que seu caráter inicial protetor
sendo
pode ir além das necessidades causando efeitos indesejáveis, como doenças de:
infarto, úlceras, psoríase, depressão, ou mesmo levar a morte. A reação
psicossomática ao estresse pode ser considerada uma deficiência na defesa e o
alerta é traduzido em sistemas somáticos instigando alterações nos tecidos do
corpo.

FIGURA 5: EXAUSTÃO

FONTE: Freepik (2021).

Goleman (2011, p. 212), explica que “o estresse acaba com a resistência


imunológica, ao menos temporariamente, ao que se supõe numa conservação de
energia que dá prioridade à emergência mais imediata, mais premente para a
sobrevivência.” Isso reforça que o estresse constante e intenso, pode se tornar
duradouro e intenso. Repetidos ataques de ansiedade indicam altos níveis de
estresse.

Quando se trata de estresse, é importante observar que quando ele se torna


excessivo, causa consequências que vão desde as psicológicas até as emocionais,
causando uma fadiga mental, dificultando a concentração, aumentando a falta de
memória imediata, como também produz crises de ansiedade e alterações de
humor. Para complementar, os problemas gerados fisicamente, geralmente, são
menu ocasionados pela baixa no sistema imunológico. settings
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A habilidade em lidar com pressão e estresse está intimamente ligada à disposição


Capítuloentre
mental positiva, bem como com o equilíbrio 2 a vida pessoal e profissional. Por
isso, pode-se destacar que a pessoa que possui inteligência emocional, consegue
manter o autocontrole mesmo diante de situações complexas e adversas, pois
consegue manter a calma em situações limítrofes, bem como consegue raciocinar
com clareza mesmo diante de fatos novos e desafiadores.

Um cuidado que se deve ter é com a qualidade de vida no trabalho, porque


quando a pessoa possui uma baixa qualidade de vida, podem ocorrer transtornos
que irão interferir no desempenho profissional, bem como na vida pessoal. Os
problemas psicológicos são os maiores desencadeadores de problemas físicos, o
que pode ser constatado principalmente quando há ausência de qualidade de
vida.

Atenção!

Situações que agravam muito o desempenho dos colaboradores são as


crises de estresse, descontentamento sobre seu trabalho, bem como o
descontrole e irritação que intensificam o aparecimento de doenças.

2.3 CAPACIDADE DE RELACIONAR-SE COM OS OUTROS

A capacidade de se relacionar com o outro está diretamente ligado com a


estrutura do indivíduo, como pode-se perceber quando Vigotski (2001, p.63),
explica que "o comportamento do homem é formado por peculiaridades e
condições biológicas e sociais do seu crescimento".

O controle das emoções pode direcionar transformações significativas, tanto no


ambiente de trabalho quanto pessoal e familiar. Isso porque, o sujeito se torna
mais consciente das suas atitudes e responsabilidades sobre si e sobre os outros.

De acordo com Goleman (2011), Salovey e seu colega John Mayer, propuseram
uma definição minuciosa sobre inteligência emocional, que abarcou cinco
principais domínios que determinam as aptidões individuais que facilitam o
relacionamento com os outros:

Primeiro deve-se conhecer as próprias emoções, ou mesmo, ter autoconsciência,


que quer dizer, reconhecer um sentimento quando ele ocorre.
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A aptidão de conter os seus sentimentos a cada momento é imprescindível para a


compreensão emocional. Da mesmaCapítulo
forma, a2inabilidade de entender nossos
verdadeiros sentimentos, nos torna vulneráveis. As pessoas que possuem mais
segurança quanto aos seus próprios sentimentos, lidam melhor como pilotos de
suas vidas, pois possuem uma consciência maior quanto ao que sentem em
relação a decisões pessoais.

O segundo domínio é saber lidar com as próprias emoções. Compreender seus


sentimentos para que sejam apropriados, é uma capacidade que se desenvolve na
autoconsciência. As pessoas que possuem dificuldade em lidar com suas emoções
geralmente vivem constantemente lutando contra sentimentos de desespero,
ansiedade, tristeza ou irritabilidade que as incapacitam de superar as
perturbações da vida.

O terceiro domínio refere-se ao motivar-se que tem como característica a


facilidade em colocar as emoções a serviço de uma meta, centrando a atenção,
para a automotivação, o controle, e a criatividade. O autocontrole emocional tem a
função de permitir que a pessoa consiga adiar a satisfação e conter a
impulsividade para alcançar a realização. Dessa forma, as pessoas que possuem
essas capacidades possuem excepcionais desempenhos e tendem a serem mais
produtivas e eficazes em qualquer atividade que exerçam.

FIGURA 6: MOTIVAÇÃO

FONTE: Freepik (2021).


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O quarto domínio é reconhecer emoções nos outros, que tem como característica
Capítulo
principal a empatia que também é uma 2
capacidade que se desenvolve na
autoconsciência emocional. As pessoas empáticas geralmente são mais
sintonizadas com os sutis sinais do mundo externo, principalmente quando se
trata do que os outros precisam ou o que querem. Isso faz com que essas pessoas
sejam bons profissionais no campo assistencial, no ensino, vendas e em
administração.

Finalmente, o quinto domínio se trata de lidar com relacionamentos. A arte de se


relacionar é, em grande parte, a aptidão de lidar com as emoções dos outros,
englobando dessa forma, as aptidões que determinam a popularidade, a liderança
e a eficiência interpessoal. As pessoas que possuem esse domínio, são estrelas
sociais.

Assim, cada um desses domínios representam um conjunto de hábitos e respostas


que, com algum dispêndio de esforço, pode ser aprimorado em cada indivíduo.

Diante disso, é importante compreender que somos seres diferentes uns dos
outros, o que nos torna ainda mais personalizados em nossa espécie e, a interação
com o outro faz com que consigamos evoluir como pessoa e cidadão.

Importante

O autocontrole pode ser considerado um recurso que se esgota. Por isso,


é importante que seja levado em consideração que pela manhã se tem mais
autocontrole do que no final do dia.

2.3.1 GERENCIANDO RELACIONAMENTOS EM TEMPO DE INCERTEZAS

Atualmente percebe-se que o relacionamento com o outro é fundamental para


que haja harmonia e desenvolvimento de um bom trabalho dentro das
organizações. De acordo com Soto (2010, p. 188), “as interações são processos
mediante os quais umas pessoas se relacionam com outras estimulando-se
mutuamente. Um indivíduo não toma somente a conduta de outros como objeto,
mas essas mesmas pessoas também são interlocutores e partícipes na ação”.

Para compreender melhor, Goleman descreve de forma clara, como funciona a


inteligência emocional no gerenciamento das relações:

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O custo-benefício proporcionado pela inteligência emocional é uma ideia


relativamente nova nas empresas, que alguns
Capítulo 2 administradores hesitam em levar em
consideração. Uma pesquisa feita junto a 250 executivos constatou que a maioria
achava que no trabalho deveriam usar “a cabeça, não o coração”. Muitos disseram
temer que a empatia ou solidariedade para com aqueles com quem trabalhavam os
pusesse em conflito com as metas organizacionais. Um deles achava que a hipótese
de sentir os sentimentos daqueles com quem trabalhava era absurda — seria, disse,
“impossível lidar com as pessoas”. Outros argumentaram que, caso não
mantivessem um distanciamento afetivo, não seriam capazes de tomar as decisões
“duras” que os negócios exigem — embora a probabilidade seja de que pudessem
tomar essas decisões de um modo mais humano.

A pesquisa foi feita na década de 1970, quando o cenário no mundo dos negócios
era muito diferente. O que quero dizer é que, hoje, esse tipo de atitude é obsoleta,
um luxo de dias passados: uma nova realidade competitiva impõe a utilização da
inteligência emocional no ambiente de trabalho e no mercado. Como observou
Shoshona Zuboff, psicóloga da Escola de Comércio de Harvard, revolução neste
século e, consequentemente, o cenário emocional também mudou. Houve um longo
período de dominação administrativa na hierarquia empresarial, quando se
premiava o chefe manipulador, o combatente na selva. Mas essa hierarquia rígida
começou a desmoronar na década de 1980, sob pressões vindas tanto da
globalização como da tecnologia de informação. “O combatente na selva hoje
simboliza o que as empresas eram ontem; o virtuose em aptidões interpessoais é o
que as empresas serão amanhã”. (GOLEMAN, 2011, p. 191)

Diante disso, é importante constatar que, nunca foi tão importante a valorização
da compreensão dos sentimentos, das emoções e da condução destes, para se
atingir o equilíbrio do relacionamento organizacional.

Desenvolver competências que agregam nas habilidades pertinentes ao


relacionamento com as pessoas é uma forma de aperfeiçoar o nível de utilização
da inteligência emocional. É a partir da compreensão dos nossos sentimentos e
estados de espírito que conseguimos conduzir melhor nossas emoções.

Aprender a identificar o que está se passando internamente com você, é uma


forma de alcançar o amadurecimento de sua capacidade intelectual e de
inteligência emocional.

Prestar atenção nos outros e ter empatia, decodificando as mensagens não verbais
e procurando perceber o que motiva as pessoas, simplesmente por suas atitudes,
demonstra uma compreensão sobre a atuação emocional no outro.

É importante trabalhar a resiliência para encontrar o equilíbrio emocional em


situações de grandes pressões ou estresse, pois desta forma, consegue-se ter a
capacidade de agir, decidir e tomar decisões ao confrontar problemas, mantendo
ao tempo estabilidade e coerência.

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Essas possibilidades somente podem ser possíveis, após a identificação e


Capítulo
condução da forma correta da inteligência 2
emocional, construindo com isso,
vínculos profissionais estruturados no respeito, confiança, cumplicidade e
apropriada utilização das competências emocionais.

2.3.2 O CÉREBRO E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Com o intuito de esclarecer melhor sobre a influência das emoções sobre a razão,
vamos entender um pouco sobre a evolução do cérebro e sua influência nas
questões emocionais.

FIGURA 7: CÉREBRO E A EMOÇÃO

Fonte: Freepik (2021).

Goleman (2011) explica que o cérebro humano, possui um pouco mais de 1 quilo
de células e humores neurais e, é três vezes maior que o dos primatas não-
humanos. O autor esclarece ainda que ao longo de milhões de anos de evolução, o
nosso cérebro cresceu de baixo para cima, onde os centros superiores
desenvolveram-se como elaborações das partes inferiores, mais antigas.

O relato de Goleman (2011, p. 40) descreve de forma muito pontual e peculiar à


forma de evolução do nosso cérebro:

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O fato de o cérebro pensante ter se desenvolvido a partir das emoções revela muito
acerca da relação entre razão eCapítulo
sentimento;
2 existiu um cérebro emocional muito
antes do surgimento do cérebro racional. A mais antiga raiz de nossa vida emocional
está no sentido do olfato, ou, mais precisamente, no lobo olfativo, células que
absorvem e analisam o cheiro. Toda entidade viva, seja nutritiva, venenosa, parceiro
sexual, predador ou presa, tem uma assinatura molecular distintiva que o vento
transporta. Naqueles tempos primitivos, o olfato apresentava-se como um sentido
supremo para a sobrevivência. Do lobo olfativo, começaram a evoluir os antigos
centros de emoção, que acabaram tornando-se suficientemente grandes para
envolver o topo do tronco cerebral. Em seus estágios rudimentares, o centro olfativo
compunha-se de pouco mais de tênues camadas de neurônios reunidos para
analisar o cheiro. Uma camada de células recebia o que era cheirado e o classificava
em categorias relevantes: comestível ou tóxico, sexualmente acessível, inimigo ou
comida. Uma segunda camada de células enviava mensagens reflexivas a todo o
sistema nervoso, dizendo ao corpo o que fazer: morder, cuspir, abordar, fugir, caçar.
[...] Mas esses centros superiores não controlam toda a vida emocional; nos
problemas cruciais que dizem respeito ao coração e, mais especialmente, nas
emergências emocionais, pode-se dizer que eles se submetem ao sistema límbico.
Como tantos dos centros superiores do cérebro se desenvolveram a partir do âmbito
da região límbica, ou a ampliaram, o cérebro emocional desempenha uma função
decisiva na arquitetura neural. Como raiz da qual surgiu o cérebro mais novo, as
áreas emocionais entrelaçam-se, através de milhares de circuitos de ligação, com
todas as partes do neocórtex. Isso dá aos centros emocionais imensos poderes de
influenciar o funcionamento do restante do cérebro – incluindo seus centros de
pensamentos”.

Essa explicação demonstra a evolução de nosso cérebro e a concepção de que há


um desenvolvimento do mesmo a partir do desenvolvimento das relações e
concepções dos seres humanos. Goleman (2011) também relata que o cérebro
tem uma influência bem específica sobre as atitudes das pessoas, principalmente
quanto ao peso emocional que, sem ele, os relacionamentos não se constituem da
mesma forma, por isso, é tão importante valorizar os contatos interpessoais.

Atenção!

Pode-se compreender a partir destas explicações que a racionalidade da


mente é guiada pela emoção e pelos sentimentos, sendo estes os
condutores dos relacionamentos.

Quanto à inteligência interpessoal e a intrapessoal, pode-se verificar que na


essência da inteligência interpessoal encontra-se “a capacidade de discernir e
responder adequadamente ao humor, temperamento, motivação e desejo de
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14/07/2022 12:19 Livro Digital - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

outras pessoas”. Já na inteligência intrapessoal, que é considerada a chave do


autoconhecimento, incide o “contatoCapítulo 2 próprios sentimentos e a
com nossos
capacidade de discriminá-los e usá-los para orientar o comportamento”.
(GOLEMAN, 2011, p. 69)

Dessa forma, é possível verificar que as pessoas convivem diariamente com muitas
emoções e, a partir do contexto que estão inseridas, reagem de maneiras diversas
aos seus sentimentos.

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