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“Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém” são palavras, da banda brasileira, Biquíni Cavadão, as

quais explicitam a inferiorização de um grupo que compõe a base da sociedade. Para além do
universo artístico, no Brasil, é possível notar tal postura, uma vez que a desvalorização dos artistas
de ruas é inegavelmente reinante nas esferas sociais. Á luz dessa ideia, a marginalização da arte
popular é enormemente responsável pela péssima qualidade de vida de seus adeptos.

A priori, é crucial apontar como a falta de visibilidade do artista de rua é uma das formas de
desvalorizá-lo. Nesse contexto, destaca-se a adição do breakdance nas Olimpíadas, sendo resultado
do novo projeto de inclusão de esportes mais populares. Sob essa ótica, no Brasil, é possível notar a
grande notoriedade as quais essas competições dão para os atletas, e tem como consequência o
reconhecimento mundial e a agregação de patrocinadores. Entretanto, esta iniciativa de integração
ainda não englobou todas as artes do asfaltos, em que muitos dos seus adeptos não possuem
apoiadores ou rentabilidade dos seus esforços, além de serem criminalizados por um corpo social o
qual só da importância Às atividades olímpicas. Logo, ao não atribuir um valor cultural ao fazer
artístico desses indivíduos, esses são condenados a viver a margem da sociedade.

Em seguida, é importante analisar como a populaça é um dos agentes desvalorizador da arte de rua.
Nesse sentido, Caio Prado, músico brasileiro, é assertivo ao dizer “A placa de censura no meu rosto
diz: Não recomendado à sociedade” ao demonstrar o sentimento daqueles que são subvertidos pela
comunidade em sua música “Não Recomendado”. Em paralelo a canção, no território brasileiro,
muitos artistas do asfalto sofrem represaria social por se expressarem de uma forna não
convencional, isto é, fora dos parâmetros das obras de museu. Em agravo, tal marginalização é
atrelado a uma cultura elitista a qual não só impossibilita o acesso dela para as pessoas mais
carentes mas também condena seus fazeres artísticos. Assim, tais sujeitos são encarcerados
socialmente por não se adequarem a noção de belo dos grupos privilegiados do país.

Fica claro, portanto, como a falta de visibilidade é uma forma de desvalorizar o artista e como a
sociedade é uma das responsáveis por suas péssimas qualidades de vida, e por isso, deve-se intervir
em combate. Nessa direção, ONGs especialistas em cultura devem agendar um programa nacional
de estímulo e apoio a arte do asfalto no território brasileiro. Para tal, é necessário a criação de
palestras e exposições das obras do “concreto” em centros culturais, a exemplo do Centro Cultural
Banco do Brasil e manifestações a fim atrair patrocinadores para seus donos e estimular a
valorização de tais fazeres artísticos. Afinal, eles são do povo e não um Zé Ninguém.

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