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MITOS HUMANOS

Olá turma!

Tratamos em aula anterior que vamos estudar a religião a partir de suas bases
fundamentais, que são: Mito, Rito, Magia e Símbolo.

- O “Mito” é a história que conta a origem, o surgimento de algo primordial para os


humanos – em nosso estudo, para a religião.

- O “Rito” é a atualização na prática religiosa do Mito. Ou seja, o “Rito” é o modo que


as culturas encontraram para não deixar esquecido o Mito.

- A “Magia” é aquilo que acontece depois que o Rito torna o Mito, de novo, atual.

- O “Símbolo” é a escolha de um objeto, sinal ou lembrança que faz com que os seres
humanos façam a religião ficar presente em seu cotidiano. O “Símbolo” existe por que
os humanos contam o Mito, lembram o Mito pela atualização do Rito e realizam a
Magia religiosa.

Nós veremos cada um desses elementos, passo a passo.

Para começo, nós vamos discutir melhor como se constrói o Mito.

O Mito não é uma pessoa; nunca é uma pessoa. Portanto, não é possível chamar uma
pessoa de “Mito”. Por exemplo: Hércules é um herói da mitologia grega. Então,
Hércules é uma personagem de um Mito, mas NÃO É O MITO.

O Mito é uma narrativa, uma história que conta como algo surgiu na história da cultura.
Mas o Mito não narra um fato histórico específico, e sim, na verdade, um fato
primordial, fora do tempo histórico e sobre o qual a História não faz julgamentos.

Vamos analisar cada uma destas afirmativas acima.

Por enquanto é preciso reafirmar que uma pessoa, qualquer que seja esta pessoa, não
pode ser chamada de Mito, mesmo que ela faça parte de um Mito. Neste caso, ela pode
ser chamada de personagem de um Mito ou de pessoa mitológica ou herói mitológico ou
heroína mitológica.

Uma pessoa famosa é apenas “uma pessoa famosa”. Um jogador de futebol, um cantor,
uma atriz etc. são apenas essas coisas (jogador, cantor ou atriz). Nunca podem ser
considerados como “Mito”, pois elas não são “uma narrativa que fez surgir algo
fundamental para a humanidade”.

NARRATIVA

Quando dizemos que o “Mito” é uma “narrativa” estamos dizendo que o Mito é uma
história contada. Ou seja, alguém conta a história do Mito, e somente porque conta é
que o Mito se torna presente. Se todo mundo esquecer do Mito e não mais contá-lo,
ninguém mais vai perceber que o Mito fez surgir algo e, portanto, ninguém vai perceber
mais a importância do Mito.

a) Mito: uma narrativa (sempre) produzida culturalmente que tem por objetivo
explicar ou significar a origem e o modo pelo qual a vida, elementos culturais
(práticas e crenças), realidades culturais etc. tiveram origem e são ainda hoje
como são;

1. Mitos Cosmogônicos (ou de Criação) – narram a Criação do Cosmo ou sua


origem a partir de um evento provocado por deusas ou deuses; é “anterior” ao
surgimento dos elementos culturais/hitóricos e se dá no “antes dos tempos”;
2. Mitos de Origem (ou de Fundação) – narram como um evento instaurou, não o
Cosmo ou o ser humano (Mito Antropogônico), mas os diversos aspectos
sociais, históricos e culturais.

3.1 Tipos de Mitos Cosmogônicos


a) Mitos de Emersão – o Cosmo emerge das águas, da Terra;
b) Criação por Divisão da Realidade Primordial – há um elemento anterior a tudo
que, divido, provoca a Criação;
c) Criação a partir do Não-Ser – narrativas que contam que, antes dos tempos, o
que há é a essência, o indizível;
d) Criação a partir do Nada – Deuses/as criam, do Nada, o Cosmo.

3.2 Tipos de Mitos de Origem


a) Mitos de Origem da Cultura – narram como a própria cultura foi criada (a
cultura yanomami, a cultura grega, a cultura guarani etc.);
b) Mitos de Origem de Instituições – narram como as diversas instituições culturais
surgiram; a civilização, a cultura já existem, mas surgem instituições culturais,
como as religiões (Budismo, Cristianismo, Vedas etc.), no interior da cultura
organizada;
c) Mitos de Origem de Acontecimentos Significativos – narram eventos muito
importantes para a sociedade, a cultura, mesmo que não tenham instaurado
alguma instituição etc.

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