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A Geopolítica Ambiental pode ser considerada como o processo

contemporâneo de disputa dos Estados-maiores pelo controle da natureza-


território. O documentário expõe uma barragem B3/B4 da mineradora Vale que
está com risco iminente de rompimento no distrito de Macacos, em Nova Lima-
MG, trazendo como dito no vídeo a “lama invisível”, que é a sensação de
convívio com uma barragem que pode se romper a qualquer momento e ao
mesmo tempo, uma série de prejuízos e danos, como se a lama realmente
estivesse ali.

No documentário é possível enxergar a dominação do território de Macacos


pela mineradora Vale, essa dominação se deve, provavelmente, a benefícios
econômicos trazidos por ela aos chefes do município. Entretanto, essa
dominação trouxe além dos danos financeiros e emocionais, outras grandes
consequências ao distrito. Como a perda de muitos turistas que antes visitavam
a cidade, e agora anseiam em ir, por medo que a barragem rompa,
prejudicando o turismo; muitas crianças foram impossibilitadas de ir à escola,
posto que esta ficava na área de risco da barragem; várias empresas que
ocupavam a região decidiram sai da cidade, por medo do rompimento da
barragem, o que causou um número grande de desempregados. Mesmo com
todos esses problemas o Estado não está sendo devidamente presente e não
está apoiando corretamente as vítimas nessa questão de risco iminente da
barragem da Vale, porque ele só se preocupa com ganhos econômicos e os
riscos à vida do ser humano e da natureza não interessam à ele.

Ao longo do documentário, houveram relatos de 12 moradores do distrito que


expuseram os impactos na saúde física e mental e ainda impactos sociais e
econômicos na vida da comunidade. Desses depoimentos o mais impactante
para mim foi o da Danuza Borges. Ela conta que no dia que foi tocada a sirene,
estava em casa com sua filha mais três amigas e chovia torrencialmente. Com
o toque da sirene, ela ficou desesperada, mas não sabia para onde ia, visto
que ninguém possuía uma informação sequer sobre como agir em tal situação.
Afirma ter ido na rua e presenciado cenas horríveis de crianças gritando que
não queriam morrer, mulheres com bebes no colo correndo embaixo na chuva,
e mais. Danuza revela que aquele momento acarretou em muitos problemas
em sua vida. Começou a tomar antidepressivo, perdeu emprego e amigos (por
conta de mudanças), sua filha deprimiu, seu ex-marido (na época marido) que
é esquizofrênico surtou, e em todos, surgiu o trauma do rompimento da
barragem.

A exploração demasiada do meio ambiente pelas mineradoras pode ocasionar


inúmeros problemas ambientais, como remoção da vegetação em todas as
áreas de extração; poluição dos recursos hídricos, do solo, do ar e sonora;
proliferação de processos erosivos; mortandade de peixes; evasão forçada de
animais silvestres e a contaminação de águas superficiais. Acredito que este
documentário contribui imensamente para uma mudança na sociedade e no
espaço e pode motivar uma intensa reflexão sobre o futuro do planeta e sobre
as formas de exploração degradante e predatória dos recursos naturais feita
pela atividade mineradora. É necessário transformar essa mineração
devastadora em uma mineração consciente, para que as futuras gerações
desfrutem dessa maravilhosa fauna e flora ainda existente.

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