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Saúde da Criança II – 6º Semestre (Aulas Teóricas)

Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM)


• Classificação das idades
o Neonatal: até 28 dias
o Lactentes: 28 dias até 2 anos
o Pré-escolar: 2-7 anos
o Escolar: 7-10 anos
• Desenvolvimento neuropsicomotor é o repertório de aquisição de diversas habilidades, com amadurecimento do sistema
nervoso e das relações socioafetivas
o Esferas do DNPM: motora, sensorial, cognitiva, comportamental e linguagem
• Mielinização é um dos processos mais importantes no DNPM
o Atos reflexos podem se tornar atos voluntários, mais complexos e automatizados
o Reflexos transitórios: Moro, Babinksy
o Reflexos evolutivos: sucção, marcha, preensão e apoio plantar

e
• Fatores que influenciam
o Biológicos
o Afetivos
o Ambientais
o Simbólicos
o Contextuais
o Estímulos e desafios

Ana Luiza Ohata – T70


1
Marcos do Desenvolvimento
Idade Marcos importantes Estímulos indicados
2 anos Corre bem Incentivar ajuda em tarefas simples da casa (elogiar por ser
Folheia páginas de livros um bom ajudante)
Coloca cubos em fila (2-3 cubos) para formar um trem Quando com outras crianças, disponibilizar muitos
Sobe e desce escadas brinquedos e intervir em brigas, pois nesta idade eles não
Começa a formar frases sabem compartilhar muito bem os objetos
Imita um traço vertical Ensinar a identificar e falar as partes do corpo, animais e
Fala de si, chamando pelo próprio nome objetos comuns
Brinca com bonecos Não corrigir quando disser palavras incorretamente, apenas
Compara e encaixa formas simples diga-as corretamente
Salta com ambos os pés Incentivar a falar o nome do objeto ao invés de apenas
Entre 2-3 anos: começam a cooperar em consulta e apontá-lo
controlar o esfíncter (início do desfralde)
3 anos Anda de bicicleta de 3 rodas Promover atividades em grupo com outras crianças para
Copia formas como círculo e cruz incentivá-lo a se dar bem com outras crianças
Usa o plural e reconhece o sexo Fale sobre as emoções da criança
Responde uma pergunta Trabalhe com ele para resolver um problema quando estiver
Se alimenta sozinho aborrecido
Calça os sapatos (sem cadarço) Estabeleça regras e limites e os siga – se desobedecer,
Conhece algumas músicas coloque de castigo por 30 segundos a 1 minuto em uma
Lava e enxuga rosto, mãos e pés cadeira ou no quarto e se obedecer, parabenizar por seguir
Fala com os brinquedos e sozinhos (podem criar “amigos Leia diariamente para a criança
imaginários”) Brinque de jogos de combinação, de contar, desenhos e ao ar
Cooperam na consulta (maioria das crianças) – interagem livre
com o pediatra com maior liberdade
4 anos Anda na ponta dos pés Brinque de faz de conta
Sobe e desce escadas sem apoio, alternando os pés Apresente escolhas simples sempre que for possível, por
Descreve um quadro exemplo escolher a própria roupa, o que brincar, o que comer
Canta uma música (ex: Dona Aranha) de lanche
Quando copia um modelo comete distorções e Use palavras que expressem ordem e tempo para ajudar a
simplificações criança a entender a sequência dos eventos
Enrola um fio em um carretel Reserve um tempo para responder os “porquês”
Supera as etapas do desenvolvimento da fala – consegue Diga as cores nos livros, imagem nas coisas e conte objetos
contar uma história simples
Maior criatividade para brincar de faz de conta Ensine a criança a brincar ao ar livre (pega-pega, siga o líder)
Prefere brincar com outras crianças que sozinha Toque a música preferida da criança e dance com ele,
Começa a entender melhor o tempo revezando imitando o movimento um do outro
Controle do esfíncter
5 anos Salta corda de 30 cm de altura Continue organizando dias de brincadeiras conjuntas, dando
Salta girando sobre si mesmo mais liberdade para a criança escolher o que quer fazer, com
Imita gestos quem quer ir e para resolver os conflitos
Atos alternados de mãos e pés Momento para conversar sobre o “toque seguro” – orientar
Ao copiar um modelo comete erros de proporção que apenas médicos e enfermeiros podem tocar suas partes
Denomina todas as cores íntimas durante os exames e os pais durante a higiene
Vai ao banheiro sozinho Ensinar conceitos de manhã, tarde e noite, hoje, amanhã e
Come com garfo e colher (as vezes com faca) ontem...
Quer agradar e ser como os amigos Explore os interesses da criança
Mais propenso a obedecer regras Não dar atenção e reprimir levemente falas desrespeitosas
Separa o real do imaginário da criança e palavrões – elogiar quando pedir as coisas de
Fala com clareza forma educada e receber um “não”
Escreve algumas letras ou números Ensine o endereço e o número de telefone
Diz o nome e o endereço Incentivar desenhos e projetos de arte

Ana Luiza Ohata – T70


2
6 anos Pula com um pé só por 5 metros
Bate com o indicador e o pé do mesmo lado alternadamente
Noção de direita e esquerda no próprio corpo
Reconhece os dedos
Copia um modelo sem cometer erros
7-10 Bate palmas 2 vezes estando com os 2 pés no ar
anos Deita-se sem apoio estando sentado
Senta-se sem apoio estando deitado
Faz gestos opostos do examinador quando este solicita
Consegue desenhar figuras ou fazer movimentos obedecendo ordens verbais
Escreve e lê
Fase do realismo

• Desfralde: pode se iniciar por volta dos 18 meses aos 2 anos, durando de 6-12 meses
§ Sinais de prontidão: começar a falar “xixi” e “cocô”, andam e se sentam com autonomia, diz não, obedecem
comandos
• Os desenhos na infância se alteram conforme a fase que a criança está

Alimentação Do Pré Escolar e do Escolar


Alimentação do Lactente
• Leite materno exclusivo até o 6º mês
• Introdução alimentar o mais ampla possível (dar os 5 grupos alimentares) após os 6 meses, visando aquisição de tolerância e
reduzindo o risco de alergenicidade
o Alimentos alergênicos (amendoim, frutos do mar) devem ser introduzidos a cada 3-5 dias
o Evitar alguns alimentos quando os pais já apresentam alergia
• Sal somente após o 1º ano e com moderação
• Não oferecer
o Alimentos ultra processados
o Embutidos, enlatados, embalados, engarrafados
o Sucos
o Açúcar

Alimentação do Pré-Escolar
• Diminuição do apetite devida diminuição da velocidade do crescimento (2-3 kg/ano e 5-7 cm/ano)
• Início da seletividade alimentar
• O prato deve conter 50% de vegetais (crus e cozidos), 25% de proteínas (vegetais e animais) e 25% de carboidratos
(preferencialmente integrais)
• Realizar em média 6 refeições com tempo estipulado de duração para elas (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche
da tarde, jantar e ceia – se a criança sentir necessidade)
• A criança não deve ser obrigada a comer tudo que está no prato
• Oferecer frutas de sobremesa

Ana Luiza Ohata – T70


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• Não oferecer líquidos durante as refeições pois acarreta saciedade precoce
• Orientar se alimentar junto com a família
• Oferecer sucos naturais em quantidades pequenas: 1-3 anos (120 ml/dia) e 3-6 anos (175 ml/dia)
• Desaconselhar dietas restritivas veganas e vegetarianas pelo risco da deficiência de micronutrientes como o Fe e a vitamina
B12
• Colocar a criança para participar da compra e preparação dos alimentos
• Alimentação lúdica, variada e colorida
• Sal = 2g/dia
• Não oferecer
o Refrigerantes, bolachas recheadas, balas
o Alimentos ultra processados
o Embutidos, enlatados
o Junk food
• Oferecer com moderação
o Soja (presença de fito estrógenos que acarretam risco na saúde reprodutiva e carcinogênese)
o Gorduras trans (sorvete, bolachas, margarina)
• Oferecer
o Frutas, legumes e vegetais
o Gorduras mono ou poli-insaturadas (azeite de oliva, abacate, salmão)
o Carnes (absorção de Fe, Ca, Zinco, Vitamina D e Vitamina A)

Alimentação do Escolar
• O ganho de peso é proporcionalmente maior ao crescimento estatural
o Exceto durante o estirão, quando o crescimento estatural é maior que o ganho de peso (concomitante ao
aparecimento de caracteres sexuais secundários)
• Após os 6 anos caem cerca de 4 dentes por ano nos próximos 5 anos
• A qualidade e quantidade alimentar são determinantes para a manutenção da velocidade de crescimento
• Período de maior vulnerabilidade alimentar (maior autonomia e capacidade cognitiva)
• A escola apresenta um papel importante
• A família influencia sobre a alimentação e o estilo de vida levado
• Período de maior consumo de alimentos calóricos e pouco nutritivos, pouca atividade física e excesso de telas
• Sal < 5 g/dia
• Evitar
o Sucos e refrigerantes: diminuem a absorção de Ca
o Baixa exposição solar: traz deficiência de vitamina D, maior risco de osteoporose, doenças autoimunes, retardo de
crescimento e câncer na vida adulta
o Excesso de gorduras trans e poli-insaturadas: maior risco de DCV
o Substituição de refeição por lanche
• Orientar
o Consumo apropriado de Ca (600 ml/dia de leite ou derivados)
o Pelo menos 5 porções/dia de frutas, legumes e verduras
o Priorizar a fruta em si e não o suco
o Estimular a autonomia orientada

Dicas de Higiene
• Utensílios: 20 gotas de hipoclorito (2,5%) em 1L de água – imersão por 15 minutos
• Alimentos: lavar em água corrente e colocar 1 col. sopa de bicarbonato 1% em 1L de água – imersão por 20 minutos

Consulta Pediátrica
• Puericultura: tem como base a consulta médica periódica e sistemática cujo foco é a prevenção e a educação em saúde, sendo
fundamental o vínculo do pediatra com a criança e a família
o Destinada a criança saudável para prevenção e não tratamento de doenças

Ana Luiza Ohata – T70


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• Avaliar parâmetros
o Estado nutricional
o História alimentar
o Curva de crescimento
o Estado vacinal
o DNPM
o Desempenho escolar
o Padrão das atividades físicas diárias
o Capacidade visual e auditiva
o Condições de meio ambiente
o Cuidados domiciliares com a criança
o Desenvolvimento da sexualidade
§ Meninas: telarca (aparecimento do broto mamário) aos 8 anos
§ Meninos: aumento dos testículos aos 8-9 anos
o Avaliar quantidade e qualidade do sono
o Saúde bucal
o Exposição à mídias e telas
• Frequência das consultas de puericultura
o Lactentes: mensalmente
o Pré escolares: aos 15 meses (1 ano e 3 meses), aos 18 meses (1 ano e 6 meses) e após, semestralmente
o Escolares e adolescentes: anualmente
• Estratégias para as consultas pediátricas
o Não usar jargão médico
o Valorizar as preocupações do paciente e da família, dando informações claras
o Ouvir as crianças e estabelecer uma relação médico-família adequada
o Cuidado com o que fala para os pais, pois as crianças percebem o que está acontecendo
§ Dar orientações em momentos oportunos, tentando distrair as crianças daquele momento da conversa para
poder conversar com os pais
o Criar parceria com a família, dividindo tarefas com os pais
o Tentar aproximação com a criança, com pequenas brincadeiras, ao mesmo tempo que vai observando as respostas
o Ter sempre cuidado de explicar para a criança o procedimento a ser realizado
o Iniciar pela ausculta e palpação, deixando as partes mais incômodas para o final
o Se a criança abrir bem a boca, dispense o uso do abaixador de língua, que quase sempre é o grande vilão do exame
o As interrupções devem ser evitadas
§ Atender ao telefone ou conversar com colegas, o que elimina o clima de criança e confidencialidade
o A postura do médico, suas atitudes, o tom de voz e as expressões faciais são decisivas para que o paciente se sinta
acolhido
o O choro e a ansiedade atingem determinadas idades e, à medida que a criança vai estabelecendo suas relações, o
contato com o médico vai se tornando mais agradável e o exame mais bem tolerado
o Para a criança que está demonstrando medo, ansiedade e choro, a aproximação deverá ser lenta e gradual
§ Quase sempre no colo da mãe, sussurrando pequenas frases tranquilizadores e distraindo-a com algum
objetivo
o Quando a criança estiver chorando muito, o pediatra deverá comunicar à mãe que o exame será́ rápido e objetivo e
lhe ensinar a melhor maneira de segurar a criança na maca
o Preenchimento dos dados na Caderneta de Saúde da Criança
o Fazer os diagnósticos pediátricos, além dos elaborados com as queixas da consulta
§ Crescimento (EPE)
§ Desenvolvimento
§ Aspectos emocionais
§ Vacinação
§ Alimentação
o Promover ações educativas e preventivas
• Anotar os dados na Caderneta de Saúde da Criança

Ana Luiza Ohata – T70


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• Regras básicas para registro em prontuário: informações claras, objetivas e coerentes, escrita a caneta, não utilizar corretivos,
não deve haver rasura, letra clara e legível, evitar abuso de abreviaturas, espaços em branco devem ser evitados, registro
seguido de identificação do profissional responsável (nome legível, assinatura e número do CRM), informações devem ser
pertinentes e relacionadas ao paciente e registro cuidadoso e organizado facilitando o raciocínio clínico
• Quando questionar sobre a renda, perguntar o que compõe a renda, qual a ocupação dos responsáveis e se esta é ou não
suficiente para a manutenção de uma qualidade de vida adequada para a criança e a família

A Consulta Pediátrica
• Anamnese
o Identificação completa
§ Pedir o endereço e contato dos pais ou responsáveis pela criança
§ Realizar a IgC em casos de RNPT além da idade cronológica
o QD e HMA
o ISDA
o Antecedentes pessoais e familiares
§ Comparar o DNPM com a Ficha de Acompanhamento do Desenvolvimento (Denver)
o Hábitos e estilos de vida
§ Alimentação: tempo em aleitamento materno exclusivo, desmame, introdução alimentar, recordatório
alimentar de 24h, alimentação na escola
§ Hábitos de higiene e de sono
§ Rotina escolar
§ Temperamento e disciplina da criança
§ Ajustamento familiar
§ Sexualidade
o Condições socioeconômicas e culturais

• Exame físico
o Ectoscopia (inspeção geral)
o Seguir a ordem craniocaudal realizando a propedêutica correta de cada sistema
o Inspeção ® Palpação ® Percussão ® Ausculta
o Observações:
§ A ausculta cardíaca e pulmonar pode ser realizada no colo da mãe ou responsável para que este acalme a
criança e nos permita auscultar corretamente
§ Propedêutica abdominal: inspeção ® ausculta ® palpação ® percussão
§ A oroscopia e a otoscopia podem ser deixadas para serem realizadas ao final do exame por serem
desconfortáveis para a criança
• Antropometria realizada com a propedêutica correta (interpretação dos dados nos gráficos)
o Peso, estatura, PC, CT, CA
o Para pesar, retirar sapatos e o máximo de roupas possíveis na antropometria das crianças maiores 2 anos e nos
lactentes devem ser despidos totalmente (roupa e fralda)

Ana Luiza Ohata – T70


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o Medida correta da CA: ponto médio entre a última costela fixa e a crista ilíaca superior = “cintura natural”
• Exames complementares (quando necessários)
o Auxiliam prevenção, diagnóstico e acompanhamento da doença
o Sua solicitação deve sempre ser embasada em achados na clínica e no exame físico
o Exames de imagem devem ser pedidos criteriosamente evitando a exposição das crianças à radiação
• Diagnósticos atuais relacionados ao exame clínico e resultados de exames complementares
• Diagnósticos pediátricos (definir como adequados ou inadequados): alimentar, vacinal, ponderoestatural (EPE), DNPM,
nutricional, pubertário e comportamental
• Conduta e orientações
o Solicitação de exames complementares e realização de prescrições, se necessários
o Orientar acerca da vacinação, alimentação, segurança, estimulação e garantir que o responsável compreendeu as
orientações
o Agendar retorno

Sinais de Alerta
o Esforço respiratório (batimento de asas nasais, gemência, retração esternal e tiragem)
o Palpação de pulsos finos, rápidos ou muito cheios
o Perfusão capilar > 2 segundos
o PAS e PAD > p90
o PAS < p5
o Em crianças maiores de 1 ano: 60 > FC > 120 BPM
o Cianose
o Hipóxia
o Alteração de consciência
o Diminuição do débito urinário

Vacinação do Pré-Escolar

Idade Vacinas Doses


Ao nascer 1. BCG 1. Dose única
2. Hepatite B 2. 1ª dose
2 meses 1. Pentavalente (DTP, Hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B) 1. 1ª dose
2. VIP 2. 1ª dose
3. VORH (rotavírus humano) 3. 1ª dose
4. Pneumo10 4. 1ª dose
3 meses 1. MeningoC 1. 1ª dose
4 meses 1. Pentavalente (DTP, HB, Hib) 1. 2ª dose
2. VIP 2. 2ª dose
3. VORH 3. 2ª dose
4. Pneumo10 4. 2ª dose
5 meses 1. MeningoC 1. 2ª dose
6 meses 1. Pentavalente 1. 3ª dose
2. VIP 2. 3ª dose
9 meses 1. Febre amarela (imunização contra febre amarela antes dos 9 meses apenas 1. 1ª dose
por orientação médica!)
12 meses 1. Tríplice viral (SRC – sarampo, rubéola e caxumba) 1. 1ª dose
2. Pneumo10 2. Reforço
3. MeningoC 3. Reforço
15 meses 1. VOP 1. 1º reforço
2. Hepatite A 2. Dose única
3. Tríplice bacteriana (DTP) 3. 1º reforço
4. Tetraviral (SCRV – SRC + varicela) 4. Dose única

Ana Luiza Ohata – T70


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4 anos 1. DTP 1. 2º reforço
2. VOP 2. 2º reforço
3. Varicela 3. 2ª dose
4. Febre amarela 4. Reforço
5 a 11 anos 1. COVID-19 (Pfizer ou Coronavac) 1. 2 doses
2. HPV (meninas dos 9 aos 14 anos e meninos dos 11 aos 14 anos) 2. 2 doses
3. ACWY (11-12 anos) 3. Dose única
Campanha anual 1. Influenza (*se antes dos 9 anos, imunização com 2 doses) 1. Dose única*

• Adolescentes de 11 a 19 anos podem necessitar atualização da vacinação a depender da situação vacinal


o Hepatite B – 3 doses
o Dupla adulto (dT) – 3 doses ou reforço
o Tríplice viral – 2 doses
o Febre amarela – dose única
• Vacinas não feitas pelo PNI
o Influenza (para maiores de 5 anos)
o MeningoB
o Dengue
o Pneumo13
• Observações
o Vacinas inativadas geralmente não são afetadas por anticorpos circulantes contra o antígeno
o Vacinas de microrganismos atenuadas podem ser afetadas por anticorpos circulantes contra o antígeno
• Classificação das vacinas
o Atenuada: microrganismo vivo com potencial diminuído a causar doença
§ Forma atenuada, precisa se replicar para ser efetivo
§ Resposta semelhante a infecção natural – maior possibilidade de reações graves
§ Instável (requer mais cuidados com o armazenamento)
§ BRAVO34: BCG, Rotavírus, Febre Amarela, Varicela, VOP, (3) Tríplice Viral e (4) Tetraviral
o Inativada: microrganismo morto sem potencial de causar a doença
§ Microrganismo inteiro (vírus ou bactéria), componente ou fração do microrganismo que não podem se
replicar
§ Geralmente são menos efetivas (necessitam mais doses)
§ Resposta predominante humoral
o Polissacarídica (pura ou conjugada)
§ Pouco imunogênicas
§ Vacinas contra meningococo
§ Virologia reversa: processo de descoberta de antígenos a partir de informações genômicas, sem cultivo de
patógenos – por exemplo: MeningoB
• Interações vacina-vacina
o Não há contraindicação de administração simultânea da maioria das vacinas da rotina pediátrica
o Vacina inativada + inativada = sem intervalo
o Vacina inativada + atenuada = sem intervalo
o Vacina atenuada + atenuada
§ Intervalo de 4 semanas
• SCR + febre amarela
• Varicela + febre amarela
• Varicela + SCR
§ Intervalo de 2 semanas = VOP + rotavírus (pode ser administradas simultaneamente)
o As demais vacinas atenuadas podem ser aplicadas simultaneamente ou qualquer intervalo
o Importante: intervalos menores que o indicado ou administração de vacinas antes da idade mínima podem interferir
com a resposta dos anticorpos e da imunização
§ Um intervalo maior que o recomendado entre as doses de uma mesma vacina não interfere com a eficácia
final da mesma
§ Não é necessário reiniciar series ou adicionar doses extras pelo aumento do intervalo

Ana Luiza Ohata – T70


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• Interações com hemoderivados
o Aguardar pelo menos 2 semanas antes da administração de hemoderivados para fazer a vacina
o Se tomou hemoderivado, aguardar 3 meses para fazer a vacina
o Anticorpos monoclonais para outro agente que não esteja contido na vacina não interferem com a eficácia do vírus
atenuado – exemplo: o AC Palivizumabe (bronquiolite viral aguda) pode ser dado em qualquer intervalo em qualquer
vacina para menores de 2 anos
§ Este anticorpo é dado para crianças com cardiopatia congênita hemodinamicamente significativa, recém-
nascidos prematuros com IG menor que 35 semanas e portadores de displasia broncopulmonar sintomática
• Reações adversas a vacinação: efeito indesejado causado pela vacina, não relacionado com o objetivo primário de proteger o
paciente (efeitos colaterais)
• Evento adverso: qualquer evento após vacinação, podendo ser uma reação adversa real ou apenas uma coincidência
o O termo “evento adverso” temporalmente relacionado com a vacina é mais utilizado em vez de reação, pois “reação”
implica em uma relação com a vacina
• Eventos adversos mais comuns
• Reações locais: dor, hiperemia e edema
• Reações sistêmicas (maioria leves a moderadas): febre, mialgia, cefaleia, irritabilidade
• Principais componentes alérgenos das vacinas
o Proteína do ovo: quantidade desprezível nas vacinas de sarampo ou SCR, sendo sua administração segura, no entanto,
em maior quantidade na influenza
o Polietilenoglicol
o Hidróxido de alumínio
o Látex

Parasitoses Intestinais
• Exame: protoparasitológico de fezes em 3 amostras
• Sintomas gerais: inapetência, náuseas e dor abdominal
• Quadro clínico dependente da intensidade da carga parasitária

Helmintos
• Ascaridíase
o Parasitose mais prevalente nas crianças
o O parasita se reproduz muito rápido e os ovos são muito resistentes
o Contaminação fecal-oral
o Quadro clínico com sintomas gerais
o Complicações
§ Síndrome de Loeffler
• Pode estar presente na ascaridíase, estrongiloidíase e ancilostomíase
• Quadro de tosse, febre, dispneia e eosinofilia
• Síndrome relacionada com imunodepressão
§ Obstrução por bolo de áscaris
§ Desnutrição severa
o Diagnóstico clínico e laboratorial
o Tratamento: Albendazol, Mebendazol e Nitazoxanida (Anita)
o Profilaxia: higiene pessoal e melhora das condições sanitárias
• Ancilostomíase (amarelão) – Necator americanus
o Contaminação percutânea
o Quadro clínico
§ Prurido no local de entrada do parasito (dermatite pruriginosa)
§ Fezes sanguinolentas
§ Sintomas geral
o Complicações: desnutrição, anemia e Síndrome de Loeffler
o Diagnóstico clínico e laboratorial
o Tratamento: Albendazol, Mebendazol e Nitazoxanida (Anita)

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o Profilaxia: higiene pessoal, melhora das condições sanitárias e uso de calçados
• Tricuríase
o Incidência comum na faixa de 5-15 anos de idade
o Contaminação fecal-oral
o Quadro clínico
§ Dor em QID e região periumbilical (diagnóstico diferencial: apendicite)
§ Pode apresentar prolapso retal
o Diagnóstico clínico e laboratorial
o Tratamento: Albendazol, Mebendazol e Nitazoxanida (Anita)
o Profilaxia: higiene pessoal e melhora das condições sanitárias
• Enterobíase (oxiurose)
o Transmissão fecal-oral, heteroinfecção, retro infecção e autoinfecção interna
o Transmissão pelas roupas, roupa de cama, compartilhamento alimentos
o Quando 1 membro da casa é diagnosticado com oxiurose, todos devem ser tratados
o Quadro clínico
§ Prurido perianal no período noturno
o Tratamento: Albendazol, Mebendazol e Nitazoxanida (Anita)
o Profilaxia: higiene pessoal, tratamento de todos os membros da família e troca diária de roupas de cama e banho
• Estrongiloidíase
o Pode estar relacionado a animais domésticos (reservatório: cães e gatos)
o Contaminação percutânea, endoinfecção e exoinfecção
o Quadro clínico
§ Lesões urticariformes em “S”
§ Dor em epigástrio (diagnósticos diferenciais: úlcera, gastrite, síndrome dispéptica)
§ Sintomas gerais
o Complicações: Síndrome de Loeffler e doenças secundárias (exemplo: meningite)
o Diagnóstico clínico e laboratorial
§ Protoparasitológico de fezes em 3 amostras
§ Escarro
o Tratamento: Albendazol, Mebendazol, Nitazoxanida (Anita) e Ivermectina

Protozoários
• Giardíase
o Infecção não invasiva
o Clássica “diarreia do viajante”
o Transmissão fecal-oral
o Quadro clínico:
§ Diarreia volumosa e espumosa, com gordura (esteatorreia)
§ Dor abdominal intensa
§ Não faz febre
o Tratamento: Metronidazol
o Profilaxia: ingesta de água e alimentos de procedência adequada e melhora das condições sanitárias
• Amebíase
o Infecção invasiva (invade a mucosa)
o Transmissão fecal-oral
o Quadro clínico
§ Diarreia mucossanguinolenta
§ Dor em cólica
§ Febre
o 3ª causa de óbito por infecção parasitária em crianças
o Complicações extra intestinais: abcesso hepático amebiano (USG, TC e coleta de coleção)
o Diagnóstico clínico e laboratorial
o Tratamento: Metronidazol

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Tratamento Medicamentoso
• Mebendazol
o Nematoides (exceto estrongiloidíase)
o Dose: 100 mg a cada 12 horas por 3 dias – repetir em 3 semanas
• Albendazol
o Ascaridíase, enterobíase e ancilostomíase – dose: 400 mg em dose única
o Estrongiloidíase, tricuríase e tênia – dose: 400 mg/dia por 3 dias
o Giardíase – dose: 400 mg/dia por 5 dias
• Nitazoxanida
o Eficaz para todos os helmintos (amplo espectro)
o Dose: 7,5 mg/kg/dose, a cada 12h por 3 dias
• Ivermectina
o Nematoides (exceto ancilostomíase) – dose: 200 mcg/kg, dose única
o Estrongiloidíase – dose: 200 mcg/kg por 2 dias
• Metronidazol
o Amebíase e giardíase
o Dose: 20-35 mg/kg/dia por 7-10 dias

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