Você está na página 1de 124

AEP – Associação Empresarial de Portugal

Prevenir - Indústria da Alimentação e das Bebidas


4450-617 Leça da Palmeira | Tel. 229 981 950 | Fax 229 981 958
prevenirparainovar@aeportugal.com | www.prevenirparainovar.com
FICHA TÉCNICA

TÍTULO
Caracterização do Sector
Indústria da Alimentação e das Bebidas
Segurança e Saúde no Trabalho

PROJECTO
Prevenir – Prevenção como Solução

ELABORAÇÃO
Eurisko – Estudos, Projectos e Consultoria, S.A.

EDIÇÃO/COORDENAÇÃO
AEP – Associação Empresarial de Portugal

CONCEPÇÃO GRÁFICA
mm+a

EXECUÇÃO GRÁFICA
Multitema

APOIOS
Projecto apoiado pelo Programa Operacional de
Assistência Técnica ao QREN – Quadro de Referência
Estratégico Nacional – Eixo Fundo Social Europeu

TIRAGEM
1000 exemplares

ISBN

978-972-8702-52-6

DEPÓSITO LEGAL
323628/11

Janeiro, 2011
004 Indústria da Alimentação e das Bebidas

ÍNdICe

1 INTRODUÇÃO 25

2 ESTRUTURA E CARACTERISTICAS DO SECTOR 27

2.1 INDÚSTRIA DA ALIMENTAÇÃO E DAS BEBIDAS 28

2.1.1 Indústria da Alimentação 30

2.1.2 Indústria das Bebidas 36

2.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 39

2.3 RECURSOS HUMANOS 41

2.4 QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA 43

2.5 PRODUTOS E MERCADOS 45

3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 49

3.1 INTRODUÇÃO 49

3.2 SITUAÇÃO TECNOLÓGICA E PRODUTIVA 51

3.3 LICENCIAMENTO INDUSTRIAL 51

3.4 ENERGIA 52

3.5 RECURSOS HUMANOS 52

3.6 ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 53

3.7 SINISTRALIDADE LABORAL 56

3.8 INSTALAÇÕES 61

3.9 SEGURANÇA NO TRABALHO 61

3.9.1 Contaminação Química 65

3.9.2 Ruído 67

3.9.3 Vibrações 71

3.9.4 Iluminação 74

3.9.5 Conforto Térmico 75

3.9.6 Radiações 80

3.9.7 Utilização e Armazenamento de Substâncias Perigosas 82

3.9.8 Movimentação Manual de Cargas 85

3.9.9 Movimentação Mecânica de Cargas 86


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 005

3.9.10 Armazenagem de Cargas 88

3.9.11 Riscos Eléctricos 90

3.9.12 Máquinas e Equipamentos 92

3.9.13 Equipamentos sob Pressão 96

3.9.14 Prevenção e Combate a Incêndios 99

3.9.15 Organização de Emergência 105

3.9.16 Atmosferas Explosivas 109

3.10 EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL 111

3.11 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 113

3.12 ERGONOMIA 116

3.13 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 119

3.14 FORMAÇÃO 122

4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO 124


006 Indústria da Alimentação e das Bebidas

ÍNdICe – QUAdROS

QUADRO 1 Importância do Sector para a Indústria Transformadora


em 2008 27

QUADRO 2 Caracterização e importância dos Sectores no ano de 2007 29

QUADRO 3 Caracterização e importância dos Sectores no ano de 2008 30

QUADRO 4 Número de acidentes de trabalho na Indústria da Alimentação


e das Bebidas, em 2007 30

QUADRO 5 Classificação das Actividades da Indústria da Alimentação


32

QUADRO 6 Informações Económicas dos Subsectores da Indústria da


Alimentação no ano de 2008 (segundo a CAE – Rev 3) 35

QUADRO 7 Classificação das Actividades da Indústria das Bebidas


37

QUADRO 8 Informações Económicas dos Subsectores da Indústria das


Bebidas (ano 2008) 38

QUADRO 9 Pessoal ao serviço (N.º) das empresas dos Subsectores


da Indústria da Alimentação, em 2008 42

QUADRO 10 Pessoal ao serviço (N.º) das empresas dos Subsectores da


Indústria das Bebidas, em 2008 42

QUADRO 11 Distribuição percentual das habilitações académicas


dos trabalhadores da Indústria da Alimentação e
das Bebidas em 2008 43

QUADRO 12 Distribuição Percentual dos Grupos Etários de Trabalhadores


da Indústria da Alimentação e das Bebidas em 2008 43

QUADRO 13 Número de Empresas com Sistemas de Gestão de Qualidade,


Ambiente e Segurança Alimentar certificadas 43

QUADRO 14 Peso dos custos com a SST nos custos com o pessoal por
dimensão de empresa, em 2008 44

QUADRO 15 Exportações da Indústria da Alimentação e das Bebidas, em 2009 49

QUADRO 16 Avaliação dos índices de frequência e de gravidade, segundo a OIT 60


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 007

ÍNdICe – FIGURAS

FIGURA 1 Representação dos Sectores nos anos 2007 e 2008 29

FIGURA 2 Distribuição do N.º de Empresas dos Subsectores da Indústria da


Alimentação nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3) 34

FIGURA 3 Distribuição do N.º de Empregados dos Subsectores da Indústria da


Alimentação nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3) 35

FIGURA 4 Distribuição do N.º de Empresas dos Subsectores da Indústria das


Bebidas nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3) 37

FIGURA 5 Distribuição do N.º de Empregados dos Subsectores da Indústria


das Bebidas nos anos 2007 e 2008 38

FIGURA 6 Distribuição percentual das empresas do sector da Indústria da


Alimentação e das Bebidas, existente em Portugal segundo a
classificação NUTS II em 2008 39

FIGURA 7 Distribuição percentual do número de colaboradores da


Indústria da Alimentação e das Bebidas, existente em Portugal
segundo a classificação NUTS II, em 2008 40

FIGURA 8 Distribuição percentual do volume de negócios da Indústria da


Alimentação e das Bebidas, existente em Portugal segundo a
classificação NUTS II, em 2007 41

FIGURA 9 Distribuição percentual do volume de vendas por divisão CAE,


no ano de 2007 48

FIGURA 10 Distribuição percentual do volume de vendas por regiões


NUTS II, em 2007. 48

FIGURA 11 Distribuição das empresas da amostra por CAE 50

FIGURA 12 Distribuição geográfica das empresas da amostra 50

FIGURA 13 Distribuição percentual das empresas em função do número


de trabalhadores 50

FIGURA 14 Distribuição percentual das empresas com e sem licenciamento


industrial 51
008 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 15 Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos


de divisão do seu efectivo pelos principais sectores 52

FIGURA 16 Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos


de estrutura etária dos seus trabalhadores 52

FIGURA 17 Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos


de antiguidade dos seus colaboradores 53

FIGURA 18 Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos


de níveis de habilitação dos seus colaboradores 53

FIGURA 19 Distribuição percentual das empresas em função da organização


dos seus serviços de segurança no trabalho 54

FIGURA 20 Distribuição percentual das empresas em função de terem


comunicado a organização dos serviços de segurança
no trabalho 54

FIGURA 21 Distribuição percentual das empresas em função de existir um


contrato escrito com o médico de trabalho e do número de horas
afectas ao médico serem ou não cumpridas, face ao número de
trabalhadores 54

FIGURA 22 Distribuição percentual das empresas em função da organização


dos seus serviços de saúde ocupacional 55

FIGURA 23 Distribuição percentual das empresas em função de terem


comunicado a organização dos seus serviços de saúde
ocupacional à ACT 55

FIGURA 24 Distribuição percentual das empresas em função de terem um


trabalhador designado para a área da segurança e saúde no
trabalho 55

FIGURA 25 Distribuição percentual das empresas em função do envio do


relatório anual de actividades dos serviços de SST para a ACT 56

FIGURA 26 Distribuição percentual das empresas em função do


procedimento de registo dos acidentes de trabalho 56
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 009

FIGURA 27 Distribuição percentual das empresas em função da existência


do procedimento de reconstituição ou inquérito ao acidente 56

FIGURA 28 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da principal natureza das lesões nos acidentes de trabalho 57

FIGURA 29 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da principal área do corpo atingida nos acidentes de trabalho 57

FIGURA 30 Índice de frequência das empresas da amostra em 2007 58

FIGURA 31 Índice de frequência das empresas da amostra em 2008 58

FIGURA 32 Índice de frequência das empresas da amostra em 2009 58

FIGURA 33 Índice de frequência médio das empresas dos três anos


(2007, 2008 e 2009) 59

FIGURA 34 Índice de gravidade das empresas da amostra em 2007 59

FIGURA 35 Índice de gravidade das empresas da amostra em 2008 60

FIGURA 36 Índice de gravidade médio das empresas da amostra em 2009 60

FIGURA 37 Índice de gravidade das empresas dos três anos


(2007, 2008 e 2009) 60

FIGURA 38 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


das características gerais das suas instalações 61

FIGURA 39 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


das características das paredes das suas instalações 61

FIGURA 40 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


das características dos tectos das suas instalações 62

FIGURA 41 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


das características dos pavimentos das suas instalações 62
010 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 42 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da adequabilidade das passagens das suas instalações 62

FIGURA 43 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da adequabilidade dos corredores das suas instalações 63

FIGURA 44 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da adequabilidade das escadas das suas instalações 63

FIGURA 45 Distribuição percentual das empresas da amostra em função da


adequabilidade das instalações sanitárias das suas instalações 63

FIGURA 46 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da adequabilidade dos balneários das suas instalações 64

FIGURA 47 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da adequabilidade do refeitório existente 64

FIGURA 48 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da adequabilidade do estado geral de conservação das suas
instalações 64

FIGURA 49 Distribuição percentual das empresas da amostra em função


da arrumação existente das suas instalações 65

FIGURA 50 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de contaminantes químicos no ar ambiente de
trabalho, em concentrações que possam causar problemas
para a saúde dos seus colaboradores 65

FIGURA 51 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do


acto de informarem os seus colaboradores sobre a concentração
de poluentes no ar ambiente a que estes se encontram expostos 66

FIGURA 52 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da disponibilização dos EPI adequados 66

FIGURA 53 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


sinalização do uso obrigatório de EPI 66
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 011

FIGURA 54 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de medidas já implementadas, com vista à minimização da
exposição dos seus colaboradores ao ar ambiente contaminado 67

FIGURA 55 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de níveis de ruído que possam causar problemas
para a saúde dos seus trabalhadores 67

FIGURA 56 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


percentagem de postos de trabalho, com níveis acima dos 80 dB(A) 68

FIGURA 57 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


percentagem de postos de trabalho, com níveis acima dos 85 dB(A) 68

FIGURA 58 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


percentagem de postos de trabalho, com níveis acima dos 87 dB(A) 68

FIGURA 59 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um procedimento de avaliação anual
da exposição dos seus colaboradores ao ruído 69

FIGURA 60 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um procedimento de vigilância audiométrica
dos seus colaboradores, com a periodicidade exigida legalmente 69

FIGURA 61 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da prestação de informação aos seus colaboradores, sobre
os níveis de ruído a que se encontram expostos 69

FIGURA 62 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da disponibilização gratuita dos EPI adequados 70

FIGURA 63 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


sinalização do uso obrigatório de protectores de ouvidos 70

FIGURA 64 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da implementação de medidas de minimização da exposição
dos seus colaboradores ao ruido 70

FIGURA 65 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de níveis de vibrações, que possam causar
problemas para a saúde dos seus trabalhadores 71
012 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 66 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de trabalhadores expostos a vibrações,
transmitidas ao sistema mão-braço acima do nível de acção 72

FIGURA 67 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas
ao sistema mão-braço acima do nível limite de exposição 72

FIGURA 68 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do número de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas
ao corpo inteiro acima do nível de acção 72

FIGURA 69 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do número de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas
ao corpo inteiro acima do nível limite de exposição 73

FIGURA 70 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


de terem aplicado um programa de medidas técnicas e
organizacionais, com vista a reduzir ao mínimo a exposição
dos trabalhadores a vibrações 73

FIGURA 71 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da prestação da informação/formação aos seus trabalhadores
na temática das vibrações 73

FIGURA 72 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade dos níveis de iluminação natural 74

FIGURA 73 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da percentagem de postos de trabalho com iluminação
adequada às actividades desenvolvidas 74

FIGURA 74 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de blocos autónomos de emergência nas saídas 75

FIGURA 75 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da necessidade de serem tomadas medidas, para melhorar as
condições de iluminação dos postos de trabalho 75

FIGURA 76 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade das condições de temperatura para actividade
desenvolvida 76
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 013

FIGURA 77 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de algum tipo de sistema de controlo da
temperatura na área produtiva 76

FIGURA 78 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade das condições de humidade para a actividade
desenvolvida 76

FIGURA 79 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade das condições de ventilação para a actividade
desenvolvida 77

FIGURA 80 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de ventilação existente 77

FIGURA 81 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de trabalhadores expostos a ambientes térmicos
demasiado quentes 77

FIGURA 82 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


adequabilidade do vestuário usado pelos trabalhadores à sua
actividade e às condições térmicas dos locais de trabalho 78

FIGURA 83 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de postos de trabalho, em que o índice PMV é menor
que -0,5 ou superior a 0,5 78

FIGURA 84 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de postos de trabalho, em que o índice PMV é menor
que -3 ou superior a 3 78

FIGURA 85 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de postos de trabalho, em que o índice PPD é superior a 10% 79

FIGURA 86 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de postos de trabalho em que o índice PPD é
superior a 75% 79

FIGURA 87 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da aplicação de um programa de medidas, com vista a reduzir
ao mínimo o desconforto ou stress térmico dos trabalhadores
e em função do tipo de medidas aplicadas 79
014 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 88 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de alguma fonte de radiação não ionizante no seu
processo de fabrico 80

FIGURA 89 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de alguma fonte de radiação ionizante no seu processo de
fabrico 80

FIGURA 90 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da avaliação da exposição dos seus trabalhadores a radiações 81

FIGURA 91 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de risco para a saúde dos seus trabalhadores,
decorrente da exposição a radiações 81

FIGURA 92 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da aplicação de um programa de medidas, com vista a reduzir
ao mínimo a exposição a radiações dos seus trabalhadores
e em função do tipo de medidas aplicadas 81

FIGURA 93 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da utilização de substâncias perigosas 82

FIGURA 94 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de FDS dos produtos químicos que utilizam 82

FIGURA 95 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adopção do procedimento de afixação das FDS dos produtos
químicos nos locais de armazenamento e utilização dos mesmos 83

FIGURA 96 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um local específico para a armazenagem
dos produtos químicos 83

FIGURA 97 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


das condições do armazém de produtos químicos 83

FIGURA 98 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de bacias de retenção adequadas para os produtos
químicos líquidos armazenados 84
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 015

FIGURA 99 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do esclarecimento sobre o papel a desempenhar no âmbito do
regulamento REACH 84

FIGURA 100 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do cumprimento das suas obrigações no âmbito do regulamento
REACH 84

FIGURA 101 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da recorrência frequente à movimentação manual de cargas 85

FIGURA 102 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do risco que constitui para os seus trabalhadores a
movimentação manual e habitual de cargas 85

FIGURA 103 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do peso máximo de cargas a transportar manualmente (por classes) 86

FIGURA 104 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do agravamento do risco associado à movimentação manual de
carga pela pega, à adopção de posturas incorrectas, ao
deslocamento vertical ou rotação do tronco 86

FIGURA 105 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


dos equipamentos de movimentação mecânica de cargas
existente nas mesmas 87

FIGURA 106 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do cumprimento das regras de segurança por parte dos
equipamentos de movimentação mecânica de cargas 87

FIGURA 107 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


dos equipamentos de movimentação mecânica de cargas que
apresentam os principais problemas de segurança 88

FIGURA 108 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da classificação dos problemas de segurança detectados nos
equipamentos de movimentação mecânica de cargas 88

FIGURA 109 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de espaços delimitados para a armazenagem 89
016 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 110 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função das


condições de armazenamento de cargas 89

FIGURA 111 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de medidas a aplicar, com vista à resolução dos problemas
existentes no armazenamento de cargas 89

FIGURA 112 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do estado geral da instalação eléctrica 90

FIGURA 113 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do cumprimento das especificações do Regulamento de
Segurança de Instalações de Utilização de Energia Eléctrica,
por parte da instalação eléctrica 90

FIGURA 114 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do estado geral dos quadros eléctricos 91

FIGURA 115 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da devida sinalização dos quadros eléctricos 91

FIGURA 116 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da situação do posto de transformação devidamente fechado e
sinalizado 91

FIGURA 117 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do cumprimento das especificações do Regulamento de
Segurança de Subestações e Posto de Transformação e
Seccionamento, pelo Posto de Transformação 92

FIGURA 118 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da percentagem de máquinas anteriores a 1995 (por classes) 93

FIGURA 119 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


percentagem de máquinas de 1995 ou posteriores com marcação CE 93

FIGURA 120 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da percentagem de máquinas de 1995 ou posteriores, com
manual de instruções em Português 93

FIGURA 121 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da percentagem de máquinas com riscos significativos
para a segurança e saúde dos seus trabalhadores 94
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 017

FIGURA 122 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da percentagem de máquinas com medidas incorporadas,
que possam ser consideradas adequadas e fiáveis 94

FIGURA 123 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da periodicidade em que cada equipamento de trabalho
deve ser verificado 94

FIGURA 124 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um procedimento ou checklist das condições
de segurança dos equipamentos de trabalho 95

FIGURA 125 Distribuição percentual das empresas em função da existência


de registos das verificações periódicas às condições
de segurança dos equipamentos de trabalho 95

FIGURA 126 Distribuição percentual das empresas em função da


adequabilidade da periodicidade em que as condições
de segurança dos equipamentos de trabalho são verificadas 95

FIGURA 127 Distribuição percentual das empresas em função da definição


de critérios/requisitos para a pessoa competente que deverá
efectuar a verificação das condições de segurança dos
equipamentos de trabalho 96

FIGURA 128 Distribuição percentual das empresas em função de possuírem


fluidos sob pressão (por tipologia de fluido) 97

FIGURA 129 Distribuição percentual das empresas em função das condições


da rede de ar comprimido 97

FIGURA 130 Distribuição percentual das empresas em função da utilização


de gases sob pressão nos processos de soldadura 97

FIGURA 131 Distribuição percentual das empresas em função da


apresentação nos reservatórios da marcação CE e
ostentação da informação necessária 98

FIGURA 132 Distribuição percentual das empresas em função da existência


de registos das verificações periódicas aos reservatórios 98
018 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 133 Distribuição percentual das empresas em função dos


reservatórios se encontrarem devidamente armazenados e
acondicionados nos locais de utilização 98

FIGURA 134 Distribuição percentual das empresas em função da existência


de instruções de segurança para as operações de soldadura
que envolvam gases sob pressão 99

FIGURA 135 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de procedimentos, regras ou instruções de
prevenção de incêndios 100

FIGURA 136 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de sistemas de detecção automática de incêndios 100

FIGURA 137 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de detectores de incêndio instalados 101

FIGURA 138 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da entidade responsável a quem a SADI transmite o alarme de
incêndio 101

FIGURA 139 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de extintores existentes 101

FIGURA 140 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade da tipologia e número de extintores 102

FIGURA 141 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


dos extintores se encontrarem à altura adequada e em locais
adequados 102

FIGURA 142 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos


extintores serem revistos e/ou sujeitos a manutenção dentro dos
prazos estabelecidos 102

FIGURA 143 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de RIA 103

FIGURA 144 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


existência de depósito de armazenamento de água para incêndio 103
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 019

FIGURA 145 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de bocas de incêndio 103

FIGURA 146 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de alimentação eléctrica independente ou
gerador de emergência da bomba de água de incêndio 104

FIGURA 147 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência e tipo da extinção automática de incêndios 104

FIGURA 148 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da formação no manuseamento de extintores e/ou RIA e na
constituição de brigadas de 1ª intervenção 104

FIGURA 149 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


realização da avaliação do seu enquadramento no âmbito do novo
Regulamento Geral de Segurança contra Incêndios em Edifícios 105

FIGURA 150 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da definição de medidas de autoprotecção 105

FIGURA 151 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da submissão à ANPC das medidas de autoprotecção definidas 105

FIGURA 152 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de PEI 106

FIGURA 153 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da efectiva implementação do Plano de Emergência Interno 106

FIGURA 154 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da devida sinalização das saídas 106

FIGURA 155 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


das portas que dão para o exterior abrirem para fora e
possuírem barras antipânico 107

FIGURA 156 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade dos corredores de evacuação 107
020 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 157 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de sinal sonoro ou visual para ordenar a
evacuação dos colaboradores 107

FIGURA 158 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de plantas de emergência actualizadas e
afixadas em locais adequados 108

FIGURA 159 Distribuição percentual das empresas da amostra, em


função da existência de colaboradores com formação
específica ao nível da prestação de primeiros socorros 108

FIGURA 160 Distribuição percentual das empresas da amostra, em


função da existência de procedimentos, regras ou
instruções de emergência escritos 108

FIGURA 161 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos


colaboradores saberem como proceder em caso de emergência 109

FIGURA 162 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da realização da avaliação do risco de explosão 109

FIGURA 163 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da elaboração de um manual contra explosões 110

FIGURA 164 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


implementação de medidas relativas aos riscos derivados de
atmosferas explosivas 110

FIGURA 165 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


de ter proporcionado aos seus trabalhadores formação
adequada à protecção contra explosões 110

FIGURA 166 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função de ter


sinalizado correctamente as áreas onde se podem formar
atmosferas explosivas 111

FIGURA 167 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da disponibilização gratuita dos EPI aos seus trabalhadores 111

FIGURA 168 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de EPI disponibilizado 112
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 021

FIGURA 169 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da utilização dos EPI pelos seus trabalhadores 112

FIGURA 170 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um procedimento de entrega e controlo dos EPI aos
trabalhadores 112

FIGURA 171 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da função


existência de manutenção, limpeza e substituição adequadas dos EPI 113

FIGURA 172 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do


envolvimento dos trabalhadores no processo de selecção dos EPI 113

FIGURA 173 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da quantidade de sinalização de segurança existente 114

FIGURA 174 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de sinalização de segurança existente 114

FIGURA 175 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do cumprimento por parte dos trabalhadores da sinalização de
segurança existente 114

FIGURA 176 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequação do tamanho da sinalização de segurança 115

FIGURA 177 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do estado de conservação da sinalização de segurança 115

FIGURA 178 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de placas de sinalização em material rígido e
fotoluminescente 115

FIGURA 179 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adequabilidade dos espaços de trabalho 116

FIGURA 180 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de tarefas demasiado repetitivas ou monótonas 117

FIGURA 181 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


adopção de posturas incorrectas aquando da execução de tarefas 117
022 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 182 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do


desempenho das tarefas em pé, por parte dos trabalhadores fabris 117

FIGURA 183 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do


trabalho por turnos por parte dos trabalhadores 118

FIGURA 184 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da adaptação aos trabalhadores das máquinas e equipamentos 118

FIGURA 185 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da prestação aos trabalhadores da informação necessária
para poderem desempenhar as suas tarefas 118

FIGURA 186 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do tipo de sistema de gestão implementado e certificado 119

FIGURA 187 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de uma avaliação de riscos 119

FIGURA 188 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um Diagnóstico ou manual de Segurança
e Saúde no Trabalho 120

FIGURA 189 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um plano de acção ou de actividades para
a área de Segurança e Saúde no Trabalho 120

FIGURA 190 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


definição de metas e objectivos para a área de Segurança e Saúde no
Trabalho 120

FIGURA 191 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de instruções de segurança para cada tarefa
ou posto de trabalho. 121

FIGURA 192 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência modelos ou impressos para a área da Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho 121

FIGURA 193 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da definição e cumprimento das regras ou procedimentos de
segurança para visitantes ou subcontratados 121
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 023

FIGURA 194 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de um plano de formação de 2010 que contemple
a área de Segurança e Saúde no Trabalho 122

FIGURA 195 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da quantidade de acções de formação realizadas na área de
Segurança e Saúde no Trabalho, em 2009 122

FIGURA 196 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da quantidade de horas de formação ministradas na área de
Segurança e Saúde no Trabalho, em 2009 123

FIGURA 197 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


da existência de registos das acções de formação realizadas 123

FIGURA 198 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do período em que geralmente realizam as suas acções 123

FIGURA 199 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da


receptividade dos trabalhadores em relação às acções de formação 124

FIGURA 200 Distribuição percentual das empresas da amostra, em função


do local em que geralmente as mesmas realizam as suas
acções de formação 124
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 025

1. INTROdUÇÃO
O Programa Prevenir – “Prevenção como Solução” é desenvolvido pela AEP – Associação Empresarial de Portugal e apoiado pelo
POAT – Programa Operacional de Assistência Técnica, tendo como principal objectivo apoiar as empresas na implementação de
medidas que permitam atingir os níveis de eficiência operacional desejados, em termos de Segurança e Saúde no Trabalho.

Os destinatários deste programa são as pequenas e médias empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas.

A Indústria da Alimentação e das Bebidas é constituída pelas seguintes classes, de acordo com a CAE Rev.3:

INdúSTRIAS AlImeNTAReS

Inclui:

• Abate de gado (produção de carne) CAE 1011

• Abate de aves (produção de carne) CAE 1012

• Fabricação de produtos à base de carne CAE 1013

• Preparação e conservação de peixes, crustáceos e moluscos CAE 1020

• Preparação e conservação de batatas CAE 1031

• Fabricação de sumos de frutos e de produtos hortícolas CAE 1032

• Outra preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas CAE 1039

• Produção de óleos e gorduras CAE 1041

• Fabricação de margarinas e de gorduras alimentares similares CAE 1042

• Indústrias do leite e derivados CAE 1051

• Fabricação de gelados e sorvetes CAE 1052

• Transformação de cereais e leguminosas CAE 1061

• Fabricação de amidos, féculas e produtos afins CAE 1062

• Panificação e pastelaria CAE 1071

• Fabricação de bolachas, biscoitos, tostas e pastelaria de conservação CAE 1072

• Fabricação de massas alimentícias, cuscuz e similares CAE 1073

• Indústria do açúcar CAE 1081

• Indústria do cacau, do chocolate e dos produtos de confeitaria CAE 1082

• Indústria do café e do chá CAE 1083

• Fabricação de condimentos e temperos CAE 1084

• Fabricação de refeições e pratos pré-cozinhados CAE 1085

• Fabricação de alimentos homogeneizados e dietéticos CAE 1086

• Fabricação de outros produtos alimentares, n. e. CAE 1089

• Fabricação de alimentos para animais de criação CAE 1091

• Fabricação de alimentos para animais de companhia CAE 1092


026 Indústria da Alimentação e das Bebidas

INdúSTRIA dAS BeBIdAS

Inclui:

• Fabricação de bebidas alcoólicas destiladas CAE 1101

• Indústria do vinho CAE 1102

• Fabricação de cidra e outras bebidas fermentadas de frutos CAE 1103

• Fabricação de vermutes e de outras bebidas fermentadas não destiladas CAE 1104

• Fabricação de cerveja CAE 1105

• Fabricação malte CAE 1106

• Fabricação de refrigerantes; produção de águas minerais naturais e de outras águas engarrafadas CAE 1107

A metodologia adoptada foi estruturada em três níveis de intervenção distintos:

NÍvel 1 – PeSQUISA e INTeRveNÇÃO NAS emPReSAS

1. Divulgação do Programa a cerca de 5 000 empresas


2. Sessão de apresentação do Programa
3. Contacto com cerca de 500 empresas (inscritas na sessão e outras pré-seleccionadas)
4. Elaboração do Questionário (Guião de Visita)
5. Selecção de 100 empresas com base no interesse e disponibilidade manifestada
6. Visitas às 100 empresas e preenchimento dos questionários
7. Elaboração dos relatórios individuais
8. Recolha de dados estatísticos do Sector
9. Elaboração do relatório sectorial
10. Apresentação dos resultados da fase 1

NÍvel 2 – dIAGNóSTICO e PROPOSTA de INTeRveNÇÃO

11. Selecção de 40 empresas


12. Realização de diagnósticos
13. “Road-Show” – 2 Seminários Técnicos

NÍvel 3 – AvAlIAÇÃO

14. Selecção de 15 empresas


15. Realização de Auditorias
16. “Road-Show” – 2 Seminários Técnicos
17. Sessão de Encerramento

NÍvel 4 – elABORAÇÃO de eSTUdO e mANUAl de BOAS PRáTICAS

O presente relatório foi elaborado com base nos resultados obtidos na segunda fase deste programa (Nível 2) e em informação
sectorial complementar, obtida em diversas entidades devidamente referenciadas.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 027

Nesta fase do programa, pretendeu-se efectuar uma análise genérica das empresas do sector, através da sua caracterização em
termos de Recursos Humanos, Tecnologia Instalada e Produção, Planos de Desenvolvimento e Inovação e Sistemas de Gestão, e
no que respeita às principais temáticas da Segurança e Saúde no Trabalho, sem se pretender efectuar estudos técnicos mais
profundos, visto que serão o objectivo da intervenção nas fases seguintes do programa.

2. eSTRUTURA e CARACTeRÍSTICAS dO SeCTOR


A Indústria da Alimentação e das Bebidas é uma das indústrias com maior representatividade na estrutura industrial portuguesa
e desde sempre assumiu um papel de relevo em termos de emprego e peso na economia nacional. Trata-se de um sector maduro
e com grande potencial de crescimento apesar de uma situação económica mundial difícil e que afecta todas as actividades
económicas sem excepção.

Este sector apresentava em 2008, de acordo com os dados obtidos junto do Instituto Nacional de Estatística (INE) os seguintes
indicadores económicos:

10 835 empresas;

111 408 trabalhadores;

15 181 milhões de euros de volume de negócios.

A importância deste sector na Indústria Transformadora está reflectida no quadro 1 onde se apresentam, em termos percentuais,
relativos ao ano de 2008, vários indicadores económicos.

QUAdRO 1
Importância do Sector para o Indústria Transformadora em 2008

N.º Empresas Pessoal ao Serviço Volume de Negócios VABpm

13,6% 14,4% 18,3% 14,9%

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

De uma forma sucinta, segue-se uma análise SWOT que pretende identificar as principais forças, fraquezas, oportunidades e
ameaças do sector.

Forças

• Alto grau de diversidade na oferta

• Património genético extremamente rico, particularmente ao nível dos animais

• Cultura de diversidade gastronómica

• Forte investimento na modernização ao longo dos últimos anos


028 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Fraquezas

• Reduzida dimensão das empresas

• Fraca componente tecnológica

• Baixa qualificação e produtividade da mão-de-obra

• Grande concentração da produção num reduzido número de empresas

• Inexistência de uma mentalidade de fileira

• Desconhecimento e falta de organização por parte da maioria dos players no sector

Oportunidades

• Investimento na biotecnologia

• Consumidores mais informados e atentos

• Nichos de mercado

• Produtos ditos verdes, amigos do ambiente

• Produtos saudáveis

• Mercado interno com um bom nível de maturidade e hipótese de crescimento

• Boa imagem da marca “made in Portugal” em alguns sectores

• Fundos do QREN

Ameaças

• Endurecimento da concorrência internacional nos produtos básicos, mas também em gamas de maior valor acrescentado

• Subida do preço das matérias-primas

• Aumento da factura energética

• Alterações climáticas

• Inspecção muito actuante por parte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)

• Diminuição do poder de compra

• Política agrícola europeia

2.1. INdúSTRIA dA AlImeNTAÇÃO e dAS BeBIdAS


Segundo a Classificação das Actividades Económicas (C.A.E. – Rev 3) estipulada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007 de 14 de
Novembro, a Indústria da Alimentação e das Bebidas divide-se agora em dois ramos independentes da Indústria Transformadora,
o que não acontecia na anterior Classificação das Actividades Económicas em vigor (CAE Rev 2.1), em que estes eram
aglomerados no sector “Indústrias Alimentares, das Bebidas e do Tabaco”.

Este estudo focaliza-se nas Indústrias Alimentares (CAE 10) e na Indústria das Bebidas (CAE 11) segundo a CAE Rev 3.

De seguida apresentam-se alguns dados estatísticos referentes a estes sectores, tendo como base os anos de 2007, 2008 e 2009.
As principais fontes para recolha de dados foram o Instituto Nacional de Estatística, o Gabinete de Estratégia e Planeamento do
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e a Federação das Indústrias Agro-Alimentares Portuguesas.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 029

Alguns dos dados são referentes ao conjunto das Indústrias Alimentares, das Bebidas e do Tabaco mas a integridade da
estatística apresentada não é comprometida uma vez que a Indústria do Tabaco tem um peso inferior a 1% neste aglomerado.

Com base nos dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, foi possível determinar o peso de cada um dos sectores,
em termos do número de empresas.

A figura 1 apresenta a distribuição percentual das empresas de cada sector correspondente aos anos de 2007 e 2008.

FIGURA 1
Representação dos Sectores nos anos 2007 e 2008

Ano 2007 Ano 2008

91% 91%

9% 9%

CAE 10 CAE 11 CAE 10 CAE 11

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

Analisando a figura 1 verifica-se que o sector predominante nos dois anos referidos, considerando o número de empresas, é o
das Indústrias Alimentares (CAE 10).

Ao analisarmos a vertente económica, verificamos uma predominância da Indústria da Alimentação, tanto em 2007 como em
2008, o que é explicado pela sua maior dimensão.

Fazendo um cálculo proporcional, verificamos que o sector das Bebidas tem um rácio empresa/volume de negócios superior ao
que se regista no sector da Alimentação.

QUAdRO 2
Caracterização e importância dos sectores no ano de 2007

Empresas Pessoal ao Serviço Produção Volume de Negócios VAB


SECTOR
N.º % N.º % Milhões € % Milhões € % Milhões € %

Indústrias
Alimentares 10 089 91 98 461 88 9 990 81 11 346 82 2 169 80
(CAE 10)

Indústria das
Bebidas 928 9 13 882 12 2 330 19 2 489 18 555 20
(CAE 11)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal


030 Indústria da Alimentação e das Bebidas

QUAdRO 3
Caracterização e importância dos sectores no ano de 2008

Empresas Pessoal ao Serviço Produção Volume de Negócios VAB


SECTOR
N.º % N.º % Milhões € % Milhões € % Milhões € %

Indústrias
Alimentares 9 886 91 97 329 87 10 698 80 12 188 80 2 157 76
(CAE 10)

Indústria das
Bebidas 949 9 14 079 13 2 757 20 2 993 20 665 24
(CAE 11)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

Analisando os quadros anteriores, é perceptível que a Indústria das Bebidas cresceu em todas as vertentes estudadas, de 2007
para 2008.

Na Indústria da Alimentação, parece haver uma ligeira reestruturação, uma vez que o número de empresas e de pessoal ao
serviço baixou, enquanto a produção e o volume de negócios aumentaram.

Em termos do valor acrescentado bruto, a situação é sensivelmente a mesma em 2008.

A mais recente estatística de acidentes de trabalho disponibilizada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS), referente ao ano de 2007, contabiliza o número de acidentes para a
Indústria da Alimentação e das Bebidas, cujos valores são indicados no quadro 4.

QUAdRO 4
Número de acidentes de trabalho na Indústria da Alimentação e das Bebidas em 2007

Com ausência
ACTIVIDADE ECONÓMICA Total de Acidentes Mortais
N.º acidentes N.º dias perdidos

Indústria da Alimentação e das


9 768 6 921 280 501 7
Bebidas

Fonte: MTSS - GEP (2007)

2.1.1. Indústria da Alimentação

A Indústria da Alimentação portuguesa representava em 2008 cerca de 15% do volume de negócios da Indústria Transformadora
portuguesa, assumindo assim um papel significativo na economia nacional.

Em 2008, o sector contabilizava 9 886 empresas, empregando aproximadamente 97 329 pessoas e atingindo um volume de
negócios na ordem dos 12 mil milhões de euros.

Os custos totais cifram-se na casa dos 11 mil milhões de euros e o VABpm (valor acrescentado bruto) atingiu valores
ligeiramente superiores a 2 mil milhões de euros em 2008.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 031

O tecido empresarial é composto essencialmente por micro empresas, mas são as empresas de maior dimensão a gerar a maior
fatia do volume de negócios da Indústria da Alimentação.

Relativamente ao volume de negócios, verifica-se que os grandes responsáveis pelos mais de 12 mil milhões de euros registados
pela indústria em 2008 são um reduzido número de empresas de média e grande dimensão.

Ao observar os números do sector em 2007 verifica-se que, num universo de 10 076 empresas, a actividade das 320 maiores,
corresponde a cerca de dois terços do volume de negócios registado e, dessas 320, as 32 de maior dimensão geraram 3 130,6 mil
milhões de euros, ou seja, 28,3% do volume de negócios total apresentado pelo sector em 2007.

De salientar que o subsector “Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha” constitui a excepção à regra, já
que as micro empresas e as empresas de pequena dimensão são quem mais contribui para o volume de negócios.
Em 2007 o subsector registava 7 068 empresas e esta tipologia de empresa representava 98,6% do subsector e o seu contributo
para o volume de negócios superava os 60%.

No outro extremo, no subsector da Indústria dos Lacticínios, composto por um universo de 440 empresas, as 4 maiores empresas
geraram mais de mil milhões de euros ao longo do ano de 2007, o que representa cerca de dois terços do volume de negócios
registado pela totalidade do subsector.

A margem bruta de exploração da Indústria da Alimentação fica um pouco abaixo da média da Indústria Transformadora no seu
todo, apresentando uma margem de 9.48% em 2007, contra 11.27% da Indústria Transformadora.

Se analisarmos a economia portuguesa a nível global, a perda é ainda maior já que esta apresentava, em 2007, uma margem
bruta de exploração na ordem dos 16.97%.

É uma indústria em franco crescimento, tendo o volume de negócios crescido em 12,5% no ano de 2007, a produção em mais de
10% e o resultado líquido atingido os 205 milhões de euros.

Em 2008, o volume de negócios cresceu de 11 062 milhões de euros para 12 188 milhões, o que representa um aumento de cerca
de 10% no espaço de um ano.

É de salientar que apenas os subsectores Indústria dos Lacticínios, Transformação de cereais e leguminosas e Fabricação de amidos,
féculas e produtos afins, assistiram a evoluções positivas nos seus resultados líquidos em 2007, sendo o subsector Fabricação de
outros produtos alimentares o que registou a descida mais acentuada, apresentando em 2006 resultados líquidos na ordem dos
140 milhões de euros e caindo para cerca de 50 milhões de euros em 2007.

Em termos de criação de valor, o valor acrescentado bruto (VAB) da Indústria da Alimentação representava, em 2007, cerca de
40% da produção, mas para isso, em muito contribuíram os custos com o pessoal que tiveram um peso superior a 60% no VAB.

Apesar de se tratar de um sector altamente competitivo, a taxa de sobrevivência das empresas no sector é bastante elevada,
sendo esta bastante superior à taxa de sobrevivência ao nível do total da economia portuguesa: em 2007, a taxa de sobrevivência
das empresas nascidas dois anos antes cifrava-se, na economia portuguesa como um todo, nos 54%, em contraponto a uma taxa
superior a 70% na Indústria da Alimentação e das Bebidas para o mesmo período.

É uma Indústria que na generalidade tem uma baixa intensidade tecnológica e uma baixa formação dos seus quadros, no entanto,
é um dos sectores que mais tem investido para se modernizar, nomeadamente em termos de política ambiental e de saúde e
segurança, para fazer face a legislação cada vez mais exigente nestes domínios, através de certificações e controlos de pontos
críticos (HACCP).
032 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Esta é uma indústria que, tal como os restantes sectores da economia, tem sentido os efeitos da crise económica, com os lucros
da indústria a retraírem.

A subida do preço das matérias-primas, fruto da mudança de paradigma de políticas energéticas (a alocação de bens alimentares
à produção de bio-combustíveis por exemplo), das alterações climáticas (colheitas aquém do esperado) e principalmente do
aumento exponencial do consumo na China, teve um impacto muito forte na estrutura da Indústria da Alimentação.

O índice de preços dos produtos agrícolas registou um aumento de 4,9% em 2007 comparativamente a 2006, muito por culpa do
aumento no preço dos cereais, plantas forrageiras e no leite.

A Indústria da Alimentação produz essencialmente para consumo interno, mas há algumas áreas em que a exportação assume
relevância, como é o caso na produção de azeite, nas conservas, nos lacticínios ou nos produtos transformados de cereais.
A UE é o principal destino das nossas exportações, sendo Espanha o parceiro de eleição. Apesar de tudo, Portugal continua a
apresentar uma balança comercial deficitária na Indústria da Alimentação: importa mais do que exporta.

A balança alimentar portuguesa apresenta sistematicamente défices, excepção feita aos produtos hortícolas e à Indústria dos
Lacticínios.

A Indústria da Alimentação é o maior ramo industrial do país, usufruindo de uma superfície agrícola de 3 500 000 hectares e,
representando em 2007, 7.6% do produto interno bruto português.

Este sector apresenta a estrutura indicada no quadro 5.

QUAdRO 5
Classificação das Actividades da Indústria da Alimentação

Divisão Subclasse Actividade

CAE 10 110 Abate de gado (produção de carne)

CAE 10 120 Abate de aves (produção de carne)

CAE 10 130 Fabricação de produtos à base de carne

CAE 10 201 Preparação de produtos da pesca e da aquicultura

CAE 10 202 Congelação de produtos da pesca e da aquicultura

Conservação de produtos da pesca e da aquicultura em azeite, e outros


CAE 10 203
óleos vegetais e outros molhos

Salga, secagem e outras actividades de transformação de produtos da


CAE 10 204
pesca e da aquicultura
10
CAE 10 310 Preparação e conservação de batatas

CAE 10 320 Fabricação de sumos de frutos e de produtos hortícolas

CAE 10 391 Congelação de frutos e de produtos hortícolas

CAE 10 392 Secagem e desidratação de frutos e de produtos hortícolas

CAE 10 393 Fabricação de doces, compotas, geleias e marmelada

CAE 10 394 Descasque e transformação de frutos de casca rija comestíveis

Preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas por outros


CAE 10 395
processos
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 033

Divisão Subclasse Actividade

CAE 10 411 Produção de óleos e gorduras animais brutos

CAE 10 412 Produção de azeite

CAE 10 413 Produção de óleos vegetais brutos (excepto azeite)

CAE 10 414 Refinação de azeite, óleos e gorduras

CAE 10 420 Fabricação de margarinas e de gorduras alimentares similares

CAE 10 510 Indústrias do leite e derivados

CAE 10 520 Fabricação de gelados e sorvetes

CAE 10 611 Moagem de cereais

CAE 10 612 Descasque, branqueamento e outros tratamentos do arroz

CAE 10 613 Transformação de cereais e leguminosas, n.e.

CAE 10 620 Fabricação de amidos, féculas e produtos afins

CAE 10 711 Panificação

CAE 10 712 Pastelaria

CAE 10 720 Fabricação de bolachas, biscoitos, tostas e pastelaria de conservação

CAE 10 730 Fabricação de massas alimentícias, cuscuz e similares


10

CAE 10 810 Indústrias do açúcar

CAE 10 821 Fabricação de cacau e de chocolate

CAE 10 822 Fabricação de produtos de confeitaria

CAE 10 830 Indústria do café e do chá

CAE 10 840 Fabricação de condimentos e temperos

CAE 10 850 Fabricação de refeições e de pratos pré-cozinhados

CAE 10 860 Fabricação de alimentos homogeneizados e dietéticos

Fabricação de fermentos, leveduras e adjuvantes para panificação e


CAE 10 891
pastelaria

CAE 10 892 Fabricação de caldos, sopas e sobremesas

CAE 10 893 Fabricação de outros produtos alimentares diversos, n.e.

CAE 10 911 Fabricação de pré-misturas

Fabricação de alimentos para animais de criação (excepto para


CAE 10 912
aquicultura)

CAE 10 913 Fabricação de alimentos para aquicultura

CAE 10 920 Fabricação de alimentos para animais de companhia


034 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Na figura 2 está representada a distribuição do número de empresas dos subsectores da Indústria da Alimentação
correspondente aos anos 2007 e 2008.

FIGURA 2
Distribuição do Nº de Empresas dos Subsectores da Indústria da Alimentação nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3)

Nº Empresas
7028
6875
7000
2007
6000 2008

5000

4000

3000

2000
640 633 502 605 573
1000 187 211 230 228 500 450 439 318 299
129 128

0
CAE 10 1 CAE 10 2 CAE 10 3 CAE 10 4 CAE 10 5 CAE 10 6 CAE 10 7 CAE 10 8 CAE 10 9

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

A análise da figura 2 permite concluir que o subsector predominante, na Indústria da Alimentação, em termos de número de
empresas, é o da Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha (CAE 10 7, segundo a CAE – Rev 3).

Conforme se pode verificar pela figura 3, as empresas do sector da Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de
farinha são também as que têm maior número de empregados.

Apesar de este subsector ser o mais representativo em termos do número de empresas e de pessoal ao serviço, o volume de
negócios contabilizado não acompanha este cenário: de facto, no ano de 2008 foi a CAE 10 1, Abate de animais, preparação e
conservação de carne e de produtos à base de carne, a que apresentou resultados mais positivos, ultrapassando a barreira
psicológica dos dois mil milhões de euros.

Os subsectores dos Lacticínios, da Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha e Fabricação de outros
produtos alimentares apresentaram também volumes de negócios elevados.

Infelizmente, os dados disponíveis acerca da CAE 10 3, Preparação e conservação de carne e de produtos à base de carne e da
CAE 10 9, Fabricação de alimentos para animais, são escassos e não permitem uma análise mais completa.

No entanto, é seguro afirmar que ambos são subsectores relevantes apesar do baixo número de empresas a operar nestas
actividades económicas, particularmente o subsector da Fabricação de alimentos para animais que apresenta, ano após ano,
volumes de negócios em valor superior a mil milhões de euros (análise recorrendo a dados históricos disponibilizados pelo INE).
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 035

FIGURA 3
Distribuição do N.º de Empregados dos Subsectores da Indústria da Alimentação nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3)

Nº Empregados
48049 47220
50000 2007
45000
2008
40000
35000
30000
25000
20000 16588 16814

15000
7149 7159 7636 7628
10000 6685 6668
2137 2231 1913
5000 1962
* * * *
0
CAE 10 1 CAE 10 2 CAE 10 3 CAE 10 4 CAE 10 5 CAE 10 6 CAE 10 7 CAE 10 8 CAE 10 9

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

Nota: * - dados não disponibilizados pelo INE

A Indústria da Alimentação, tendo como base os dados de 2008, engloba 9 886 empresas e 97 329 postos de trabalho. Nesse ano o
volume de negócios atingiu 12 188 milhões de euros e o VAB foi de 2 157 milhões de euros, conforme se encontra ilustrado no
quadro seguinte.

QUAdRO 6
Informações Económicas dos Subsectores da Indústria da Alimentação no ano de 2008 (segundo a CAE – Rev 3)

Empresas Pessoal ao Serviço Custos com o pessoal Produção Volume de Negócios VABpm
CAE
N.º % N.º % Milhões € % Milhões € % Milhões € % Milhões € %

10 1 633 6,4 16 814 17,3 229 17,5 1 824 17,0 2 199 18,0 332 15,4

10 2 211 2,1 6 668 6,9 91 7,0 780 7,3 1 093 9,0 151 7,0

10 3 228 2,3 n.d n.d n.d n.d n.d

10 4 500 5,1 2 231 2,3 38 2,9 1 059 9,9 1 101 9,0 90 4,2

10 5 439 4,5 7 159 7,4 136 10,4 1 663 15,5 1 703 14,0 294 13,6

10 6 299 3,0 1 913 2,0 37 2,8 649 6,1 764 6,3 9,3 4,3

10 7 6875 69,5 47 220 48,5 480 36,6 1 585 14,8 1 773 14,5 629 29,2

10 8 573 5,8 7 628 7,8 167 12,7 1279 12,1 1452 11,9 314 14,6

10 9 128 1,3 n.d n.d n.d n.d n.d

Total 9 886 100 97 329 100 1 310 100 10 698 100 12 188 100 2 157 100

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal


036 Indústria da Alimentação e das Bebidas

2.1.2. Indústria das Bebidas

A Indústria das Bebidas representava em 2008 cerca de 3,6% do volume de negócios da Indústria Transformadora portuguesa,
assumindo assim um papel relevante na economia nacional.

No mesmo ano, o sector totalizava 928 empresas, empregando aproximadamente 13 882 pessoas e atingindo um volume de
negócios na ordem dos 2 489 milhões de euros.

Tal como sucede na Indústria da Alimentação, o tecido empresarial é composto essencialmente por micro empresas, com a
esmagadora maioria das empresas do sector a dispor de uma força de trabalho inferior a 10 pessoas mas, de igual forma,
verifica-se que são as empresas de maior dimensão quem mais contribui para o volume de negócios.

Em termos da distribuição geográfica, a maioria das empresas está concentrada nas regiões Norte e Centro do país.

Trata-se de uma indústria fortemente automatizada: em 2007, os custos com o pessoal ascendiam aos 259,5 milhões de euros,
cerca de 10% dos custos totais contabilizados.

O grande subsector da Indústria das Bebidas é, indiscutivelmente, o subsector da Indústria do Vinho. Empregando, em 2007, 7
391 pessoas espalhadas por 526 empresas, é sem dúvida parte fundamental para o funcionamento da economia portuguesa.

Relativamente ao volume de negócios, verifica-se que os grandes responsáveis pelos mais de 2 385 milhões de euros registados
pela indústria em 2007 são um reduzido número de empresas de grande dimensão: ao observar os números do sector em 2007
verifica-se que, num universo de 861 empresas, a actividade das 8 maiores corresponde a cerca de 44% do volume de negócios.

A margem bruta de exploração da Indústria das Bebidas encontra-se bastante acima da margem que encontramos na Indústria
Transformadora no seu todo, apresentando uma margem bruta de exploração de 15,65% em 2007, contra 11,27% da Indústria
Transformadora. Este sector encontra-se muito perto da média da economia portuguesa, que se fixava em valores pouco acima
dos 16% em 2007. De referir a margem de 27,69% encontrada na indústria dedicada à fabricação de aguardentes não preparadas.

É um sector que passou por períodos conturbados mas que parece estar a apresentar sinais de retoma, tendo o volume de
negócios crescido em 11,7% no período 2005-2007, a produção em mais de 3,4% e o resultado líquido atingido os 4.2 milhões de
euros em 2007, o que representa uma escalada superior a 138% relativamente a 2006, saindo assim do “vermelho” e
apresentando resultados positivos.

No mesmo ano, a indústria produziu 4 406,7 milhões de litros de bebidas.

Num estudo levado a cabo pela Deloitte, dirigido aos mais altos representantes da Indústria das Bebidas, intitulado “Food and
Beverage 2012 - Ingredients for success in volatile markets”, constata-se que a maioria dos inquiridos está optimista e percebem-se
também algumas tendências para a indústria: redução de custos, estratégia de preços e optimização de processos comerciais
são palavras-chave.

Este sector apresenta a estrutura indicada no quadro 7.


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 037

QUAdRO 7
Classificação das Actividades da Indústria das Bebidas

Divisão Subclasse Actividade

CAE 11 011 Fabricação de aguardentes preparadas

CAE 11 012 Fabricação de aguardentes não preparadas

CAE 11 013 Produção de licores e de outras bebidas destiladas

CAE 11 021 Produção de vinhos comuns e licorosos

CAE 11 022 Produção de vinhos espumantes e espumosos

CAE 11 CAE 11 030 Fabricação de cidra e outras bebidas fermentadas de frutos

CAE 11 040 Fabricação de vermutes e de outras bebidas fermentadas não destiladas

CAE 11 050 Fabricação de cerveja

CAE 11 060 Fabricação de malte

CAE 11 071 Engarrafamento de águas minerais naturais e de nascente

CAE 11 072 Fabricação de refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas, n.e.

Na figura 4 apresenta-se a distribuição do número de empresas dos subsectores da Indústria das Bebidas correspondente aos
anos 2007 e 2008, segundo a CAE – Rev 3.

FIGURA 4
Distribuição do N.º de Empresas dos Subsectores da Indústria das Bebidas nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3)

N.º Empresas
700 628 2007
603

600 2008

500

400

300 241 238

200

66 67
100 10
1 1 6 6 8 1 1
0
CAE 11 01 CAE 11 02 CAE 11 03 CAE 11 04 CAE 11 05 CAE 11 06 CAE 11 07

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

A análise da figura 4 permite concluir que o subsector com maior número de empresas é o da Indústria do Vinho (CAE 11 02,
segundo a CAE – Rev 3), tanto em 2007 como em 2008.

Conforme se pode verificar pela figura 5 continua a ser o subsector da Indústria do Vinho que tem maior destaque no que se
refere ao número de empregados.
038 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 5
Distribuição do N.º de Empregados dos Subsectores da Indústria das Bebidas nos anos 2007 e 2008 (segundo a CAE – Rev 3)

N.º Empregados
8178
7623
8000
2007
7000 2008
6000

5000

4000

3000 2480
1996
2000

1000 494 478


25 23
* * * * * *
0
CAE 11 01 CAE 11 02 CAE 11 03 CAE 11 04 CAE 11 05 CAE 11 06 CAE 11 07

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

Nota: * - dados não disponibilizados pelo INE

A Indústria das Bebidas, de acordo com dados de 2008, agrega 949 empresas e 14 079 postos de trabalho.

Naquele ano, o volume de negócios estabeleceu-se em 2 993 milhões de euros, e o VAB em 665 milhões de euros, conforme se
pode verificar pela análise do quadro 8.

QUAdRO 8
Informações Económicas dos Subsectores da Indústria das Bebidas (ano 2008)

Empresas Pessoal ao Serviço Custos com o pessoal Produção Volume de Negócios VABpm
CAE
N.º % N.º % Milhões € % Milhões € % Milhões € % Milhões € %

11 1 238 25,1 478 3,3 4,4 1,3 47 1,7 48 1,5 21 3,1

11 02 628 66,2 7 623 54,1 140 42,3 1 156 42,0 1 262 42,0 299 45,0

11 03 1 0,1 n.d n.d n.d n.d n.d

11 04 6 0,6 23 0,2 0,3 0,1 0,6 0,02 0,6 0,02 0,4 0,06

11 05 8 0,8 2 480 17,6 100 30,2 779 28,3 588 19,6 185 27,8

11 06 1 0,1 n.d n.d n.d 898 30,0 n.d.

11 07 67 7,1 n.d n.d n.d n.d. n.d

Total 949 100 14 079 100 331 100 2 757 100 2 993 100 665 100

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 039

2.2. dISTRIBUIÇÃO GeOGRáFICA


A Indústria da Alimentação e das Bebidas concentra-se fundamentalmente no Norte e Centro do país.

Apresenta-se nas figuras 6, 7 e 8 uma distribuição baseada em dados do Instituto Nacional de Estatística e do Ministério do
Trabalho e da Solidariedade Social.

Os dados relativamente ao número de empresas e pessoal ao serviço são referentes ao ano de 2008, enquanto a informação
referente ao volume de negócios da Indústria da Alimentação e das Bebidas remonta ao ano de 2007, uma vez não existir
informação mais recente.

Como se pode verificar através da figura 6, a maioria das empresas (62,6%) localiza-se no Norte e Centro do país, surgindo de
seguida as regiões de Lisboa e Alentejo com cerca de 28% de representatividade, no seu conjunto.

Os dados relativos ao número de pessoal ao serviço (figura 7), apresentam uma realidade similar, com as regiões Norte e Centro
do país a denotarem maior predominância em termos de efectivo.

Em contraponto, a região de Lisboa é a que mais contribui para o volume de negócios do sector – figura 8.

FIGURA 6
Distribuição percentual das empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas, existentes em Portugal segundo a classificação
NUTS II em 2008

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal


040 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Em termos da distribuição geográfica, não se pode dizer que haja um critério uniforme que se aplique a todos os subsectores
desta indústria.

De facto, constata-se que diferentes sectores têm maior ou menor presença em diferentes áreas geográficas:

As regiões Norte e Centro do país albergam a maioria das empresas da Indústria da Alimentação em quase todos os subsectores,
mas a zona de Lisboa mostra-se relevante no que concerne ao subsector da Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base
de farinha, e a região Alentejana é uma das principais contribuidoras para os subsectores da Produção de óleos e gorduras animais e
vegetais, Indústria dos Lacticínios e Abate de animais, preparação e conservação de carne e de produtos à base de carne.

FIGURA 7
Distribuição percentual do número de colaboradores das empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas existentes em Portugal
em 2008

Fonte: MTSS - GEP


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 041

FIGURA 8
Distribuição percentual do volume de negócios das empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas em Portugal em 2007

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

2.3. ReCURSOS HUmANOS


Os recursos humanos são parte integrante das empresas e uma peça essencial ao bom funcionamento de qualquer organização.

A Indústria da Alimentação e das Bebidas emprega no seu conjunto mais de cem mil pessoas e, como tal, é importante analisar a
forma como estes se distribuem e que tipo de padrões emergem.

Os quadros 9 e 10 apresentam a distribuição dos colaboradores de acordo com a dimensão da empresa.

Pela sua análise é facilmente constatável que, no sector “Alimentação”, são as pequenas e médias empresas os maiores
empregadores, enquanto no sector “Bebidas” quem mais emprega são as empresas de média e grande dimensão.

Paralelamente, constata-se adicionalmente que a CAE 10 7, Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha,
representa quase metade do pessoal a trabalhar na Indústria da Alimentação.

Na indústria das Bebidas, o subsector Vinho emprega inclusivamente mais de metade dos trabalhadores do sector.
042 Indústria da Alimentação e das Bebidas

QUAdRO 9
Pessoal ao serviço (N.º) das empresas dos Subsectores da Indústria da Alimentação, em 2008

CAE Até 9 10 - 49 50 - 249 >250 Total

Indústria da Alimentação 22 307 31 582 29 215 14 225 97 329

10 1 1 157 3 881 7 315 4 461 16 814

10 2 - 1 252 4 327 - 6 668

10 3 421 1 087 1 512 - -

10 4 - - - - 2 231

10 5 862 1 412 1 833 3 052 7 159

10 6 441 630 842 0 1 913

10 7 - - - - 47 220

10 8 - - - - 7 628

10 9 147 1 392 1 893 - -

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

QUAdRO 10
Pessoal ao serviço (N.º) das empresas dos Subsectores da Indústria das Bebidas, em 2008

CAE Até 9 10 - 49 50 - 249 >250 Total

Indústria das Bebidas 1 499 3 988 4 124 4 468 14 079

11 01 317 161 0 0 478

11 02 1 112 3 395 - - 7 623

11 03 - 0 0 0 -

11 04 - - 0 0 23

11 05 - - - 2 247 2 480

11 06 0 - 0 0 -

11 07 - 373 1 740 - -

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

Analise-se adicionalmente o nível de habilitações dos trabalhadores da Indústria da Alimentação e das Bebidas.

É sabido que o nível de habilitações dos trabalhadores portugueses não é ainda o mais desejável por todos e nesse aspecto, a
Indústria da Alimentação e das Bebidas não constitui excepção.

No quadro 11 apresenta-se a distribuição percentual das habilitações académicas dos trabalhadores da Indústria da Alimentação
e das Bebidas, referente ao ano de 2008.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 043

QUAdRO 11
Distribuição percentual das habilitações académicas dos trabalhadores da Indústria da Alimentação e das Bebidas em 2008

Habilitações Académicas
ACTIVIDADE ECONÓMICA
< 1º Ciclo Ens. 1º Ciclo Ens. 2º Ciclo Ens. 3º Ciclo Ensino Ensino
Outros
Básico Básico Básico Ens.Básico Secundário Superior

Indústria da Alimentação e
2,3 29,9 24,0 22,5 13,7 6,8 0,8
das Bebidas

Fonte: MTSS - GEP (2008)

No que se refere à idade dos trabalhadores da Indústria da Alimentação e das Bebidas, o balanço social de 2008, elaborado pelo
GEP, refere que o grupo etário predominante na Indústria é o que tem uma idade superior a 40 anos.

Os dados recolhidos pelo GEP são provenientes de uma amostra que contabiliza 111 empresas e 28 435 trabalhadores da
Indústria da Alimentação e das Bebidas.

QUAdRO 12
Distribuição Percentual dos Grupos Etários de Trabalhadores da Indústria da Alimentação e das Bebidas em 2008

Grupos etários (anos)


ACTIVIDADE ECONÓMICA
Menos de 30 30 a 40 Mais de 40

Indústria da Alimentação e das Bebidas - 48,6 51,4

Fonte: MTSS - GEP (2008)

2.4. QUAlIdAde, AmBIeNTe e SeGURANÇA


As instalações industriais estão sujeitas a uma gama crescente de requisitos de qualidade, ambiente, segurança e saúde no
trabalho e segurança alimentar. A implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no
Trabalho e Segurança Alimentar permitirá controlar rigorosamente as matérias legais, detectar e potenciar possibilidades de
melhoria dos desempenhos em matéria do ambiente, segurança e saúde no trabalho e segurança alimentar da organização. Os
resultados práticos de tal implementação são habitualmente redução de custos a curto prazo e ganhos directos.

A Indústria da Alimentação e das Bebidas abrange uma diversidade considerável de actividades industriais e processos produtivos
problemáticos quer para o ambiente quer para a segurança e saúde dos trabalhadores e segurança alimentar.

No quadro 13 apresenta-se a situação a nível nacional relativamente ao número de empresas com Sistema de Gestão de
Qualidade, Sistemas de Gestão Ambiental e Sistemas de Gestão de Segurança Alimentar certificadas, respectivamente, segundo a
norma NP EN 9001:2008, a norma NP EN ISO 14001:2004 e a norma NP EN ISO 22000:2005, reportada a Setembro de 2010

QUAdRO 13
Número de Empresas com Sistemas de Gestão de Qualidade, Ambiente e Segurança Alimentar certificadas

ACTIVIDADE ECONÓMICA Norma NP EN ISO 9001 Norma NP EN ISO 14001 Norma NP EN ISO 22000

Indústria da Alimentação e das


178 28 83
Bebidas
Fonte: IPAC – Instituto Português de Acreditação

Não foi possível obter informação sobre o número de empresas certificadas pelas normas OSHAS 18001.
044 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Sem dúvida, um factor determinante para o sucesso de uma empresa moderna a operar na Indústria da Alimentação e das
Bebidas, é a aposta na qualidade de produtos, processos e práticas.

Num mundo globalizado e extremamente competitivo, as empresas devem procurar ir de encontro às necessidades de clientes
cada vez mais informados e exigentes.

Numa altura em que a preocupação com o ambiente e a sustentabilidade é cada vez maior, o desenvolvimento de uma maior
consciência social, por parte das empresas, é um factor crítico para o sucesso.

As problemáticas ambientais e da qualidade não são uma mera questão de imagem, são actualmente factores de competitividade.

Nesse sentido, estratégias de valorização comercial dos produtos tradicionais têm sido seguidas, através da certificação e
consequente atribuição das marcas Denominação de Origem Protegida (DOP), Indicação Geográfica Protegida (IGP) e Especialidade
Tradicional Garantida (ETG).

O processo de certificação é fundamental na defesa do produto nacional, uma vez que procura assegurar as condições de higiene
com que estes são produzidos, bem como o respeito pelos métodos de fabrico tradicionais, garantindo, assim, a autenticidade e a
origem dos produtos.

A existência de boas condições de segurança e saúde no trabalho é essencial para assegurar um ambiente de trabalho saudável e
produtivo.

Os trabalhadores da Indústria da Alimentação e das Bebidas estão expostos a agentes físicos (ruído, vibrações, iluminação,
temperatura, humidade), químicos (vapores, poeiras) e ergonómicos, existentes no ambiente de trabalho e capazes de causar
danos à saúde, em função do tipo de agente, concentração ou intensidade.

Em 2007, a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), levou a cabo acções de controlo e fiscalização que cobriram
17 924 operadores, tendo sido encerrados 1 215 estabelecimentos, instaurados 286 processos-crime, aplicadas mais de 6400
contra-ordenações e efectuadas cerca de 157 detenções. As indústrias e os produtores revelaram-se dos mais propícios a serem
penalizados, sendo em média, admoestados em cerca de 45% das visitas efectuadas pela ASAE.

QUAdRO 14
Peso dos custos com a SST nos custos com o pessoal por dimensão de empresa, em 2008

ACTIVIDADE ECONÓMICA Total 100 a 249 pessoas 250 a 499 pessoas > 500 pessoas

Indústria da Alimentação e
0,7% 0,8% 0,8% 0,6%
das Bebidas
Fonte: MTSS – GEP (2008)

O crescimento das organizações para ser sólido e duradouro tem que ser sustentado, adoptando práticas conscientes e
equilibradas que protejam o património de todos.

A Indústria da Alimentação e das Bebidas provoca impactes ambientais significativos e torna-se fundamental a adopção de boas
práticas ambientais e a promoção da eco-eficiência.

Nos últimos anos tem-se assistido a uma tendência para investimentos na bio-tecnologia, com vista a obter produtos mais
acessíveis, de melhor qualidade e mais seguros, e na chamada “Indústria de produtos orgânicos”, pavimentando o caminho para
o futuro do sector.

A agricultura biológica cresceu cerca de 8,5% em termos de produção em 2007, envolvendo 1 949 produtores.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 045

2.5. PROdUTOS e meRCAdOS


A Indústria da Alimentação e das Bebidas caracteriza-se por uma grande diversidade e variedade na oferta.

Devido à sua tradição e condições naturais, Portugal apresenta uma vasta gama de produtos de qualidade que impulsionam a
Indústria da Alimentação e das Bebidas para uma posição de destaque na economia nacional.

De seguida, apresentam-se alguns importantes produtos nacionais bem como bens em que Portugal tem uma clara vocação
exportadora.

Produtos Cárneos

O ano de 2007 caracterizou-se pelo agravar de uma tendência negativa no subsector da produção de carne bovina, cuja produção
caiu 13,5%, fortemente justificada pela subida do preço dos cereais e do petróleo, mas em 2008 apresentou sinais de recuperação
e cresceu 18,3%.

Nos subsectores da produção de carne de ovino, caprino, frango e peru registaram-se aumentos de produção em 2007, tendo
havido pequenas descidas em 2008 em alguns dos casos.

Para impulsionar as exportações portuguesas neste âmbito, várias medidas têm sido tomadas, particularmente, assumindo a
forma de legislação, premiando as entidades com maior vocação exportadora.

Maior investimento em termos da tecnologia de abate poderia ser feito, bem como em termos de segurança e saúde, visando
proteger tanto o animal como o consumidor final.

A produção total de carne, em peso líquido, ascendeu às 844 815 toneladas em 2007, representando um aumento de 4,5%
relativamente a 2006. Em 2008 a subida manteve-se, tendo sido produzidas 886 690 toneladas de carne.

Pesca e Aquicultura

Subsector com forte vocação exportadora, particularmente nas conservas e na transformação e preparação de pescado, onde a
exportação mais famosa é o bacalhau, mas o marisco assume também relevância.

Frutos e Produtos Hortícolas

Sector com grande vocação exportadora, particularmente de produtos de qualidade de denominação de origem e de indicação
geográfica protegida. A pêra rocha, a banana da Madeira ou a ameixa de Elvas são apenas alguns exemplos.

A azeitona e produtos hortícolas preparados não congelados são mais exemplos de produtos em que Portugal tem uma forte
tradição exportadora.

De referir o aumento exponencial de produção e área de exploração do girassol em 2007, bem como crescimentos sólidos do
tomate e da batata.
046 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Lacticínios

O subsector da Indústria dos Lacticínios encontra maior representatividade na zona Centro do país e na região do Alentejo, e
empregava em 2007 mais de 7000 pessoas.

Embora o tecido empresarial seja composto essencialmente por PME’s, as 4 grandes empresas que operam no subsector foram,
em 2007, responsáveis por quase 70% do volume de negócios.

A produção de leite revelou, em 2007, um ligeiro decréscimo, acompanhando assim a tendência europeia. As razões fundamentais para
este abrandamento, no caso português, têm a ver com a ultrapassagem da quota leiteira na campanha 2005-2006, com o aumento dos
custos da alimentação animal e com a diminuição das ajudas à produção. Em 2008, o subsector apresentou sinais de retoma.

O preço do leite, do ponto de vista do produtor, subiu 14,6 % em 2007.

Ainda em 2007, a produção de queijo aumentou 2%; já a produção de manteiga desceu 3,5 pontos percentuais.

Trata-se de um subsector em que Portugal é completamente auto-suficiente, e grande parte da nossa produção é destinada à
exportação, sendo o queijo o produto mais forte. Actualmente são 11 as Denominações de Origem Protegida (DOP), entre as quais
queijo de Azeitão, queijo da Serra da Estrela ou queijo de cabra transmontano.

Óleos e Gorduras

Este subsector abrangia, em 2007, 499 Empresas, 460 das quais dedicadas à produção de azeite.

A região Centro acolhe 242 empresas do ramo da produção de óleos e gorduras, contando a região Norte com 116 empresas em
actividade, no entanto, a cidade de Lisboa é a grande responsável pela criação de riqueza neste subsector.

Um potencial factor de crescimento para o subsector é a sua adaptabilidade, já que os óleos e as gorduras podem ser utilizadas
na fabricação de combustível, nomeadamente, bio-diesel.

Em termos ambientais, este é um subsector extremamente poluente, e à medida que a legislação se torna mais exigente, surgem
situações que as empresas podem assimilar como ameaças mas também como oportunidades: a reutilização de óleos e
gorduras pode ser factor de desenvolvimento, sendo possível, já hoje, obter sabão, detergente, massa de vidro ou componentes
para fertilizantes, a partir da reciclagem de óleo usado.

Em termos de exportação, o óleo de soja e as gorduras de bovinos, ovinos ou caprinos são dois casos de sucesso em Portugal já
que apresentamos uma balança comercial positiva. Em 2007, o INE contabilizava saídas de mais de 45 milhões de euros de óleo
de soja, 960 mil euros de saídas de gorduras e entradas de 8,4 milhões de euros e 214 mil euros, respectivamente.

O azeite é a maior exportação do subsector, registando mais de 110 milhões de euros de saídas em 2007, mas em contrapartida,
entradas na ordem dos 177 milhões de euros.

A produção de azeite tem oscilado bastante, e se em 2007 os números apontavam para uma queda na produção na ordem dos
33%, relativamente ao ano transacto, já em 2008 valores recorde foram atingidos, registando-se um aumento de 67%, tornando
2008 o melhor ano da década para o azeite.

Vinho

Portugal é notoriamente um país produtor de vinho, em grande parte devido às condições edafo-climáticas específicas que nos
permitem criar um produto altamente diferenciado.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 047

A produção nacional de vinho é obtida em empresas que estão localizadas predominantemente na região de Trás-os-Montes.

Em 2007, existiam em Portugal 526 empresas dedicadas à produção de vinho, 257 das quais na região Norte, 132 na região
Centro e 73 na região do Alentejo. Na sua totalidade, o subsector empregava 7 391 pessoas.

O volume de negócios para o mesmo ano atingiu os 1 164 milhões de euros.

A categoria vinícola mais produzida no nosso país é o denominado “vinho de mesa” seguida da de VQPRD (Vinhos demarcados
produzidos em região determinada), mas é o vinho do porto o principal responsável pelas receitas e pelo bom nome do vinho
produzido em solo nacional.

Olhando para o ano de 2008, as exportações de vinho do porto chegaram aos 312 milhões de euros.

As exportações de vinhos de uvas frescas atingiram os 578 milhões de euros, para o mesmo ano.

Este é um dos poucos subsectores que apresenta uma balança comercial positiva, já que exportamos bem mais do que
importamos, sendo o VLQPRD (vinho licoroso de qualidade produzido em região demarcada) o que mais contribui para as
exportações nacionais. Os mercados britânico e norte-americano são vistos como prioritários.

Mas a produção de vinhos espumantes e espumosos apresenta um cenário diferente, já que as importações superam as
exportações: em 2007, 54 235 toneladas deste tipo de vinho entraram no nosso país, tendo saído apenas 8 397 toneladas.

Apesar de tudo, este sector tem assistido a decréscimos de produção desde 2005, em grande parte devido à instabilidade
meteorológica e ao surgimento de diversos problemas sanitários, tendo-se registado, em 2008, uma quebra de 12%
relativamente à média do último quinquénio e isso tem-se feito notar nas nossas exportações.

É um subsector que sofre também devido a alguns problemas estruturais como o excesso de oferta, a diminuição do consumo, a
produção ainda significativa de vinho de menor qualidade e a difícil situação económica de algumas adegas cooperativas.

Alguns esforços de investimento poderiam ser feitos, bem como uma reestruturação do subsector, que é composto
essencialmente por explorações agrícolas de reduzida dimensão.

Cerveja

O sector cervejeiro nacional é tecnologicamente muito evoluído, produzindo através das técnicas mais modernas e eficientes para
obter um produto de qualidade. Os mestres cervejeiros são formados nas melhores universidades europeias e as nossas marcas
são fortes na Europa e no mundo.

A Indústria da Cerveja é também um caso de um subsector com super-avit, que exporta mais do que aquilo que importa.

Segundo dados da APCV (Associação Portuguesa do Produtores de Cerveja), em 2007 Portugal produziu 8191 milhares de
hectolitros de cerveja e exportou 1955 milhares, tendo importado apenas 46hl. Quer isto dizer que o subsector da Fabricação de
cerveja exportou cerca de 24% do que produziu. Dessas exportações, cerca de 27% decorreram no espaço da UE\EFTA, enquanto
os restantes 73% se dirigiram a outros países, com especial relevância para os PALOP.

De acordo com a Ernst & Young, Portugal é o 6º maior exportador de cerveja do espaço europeu, em percentagem de produção total.

Em 2007, o panorama cervejeiro nacional consistia em 9 empresas, empregando 1 822 pessoas e atingindo um volume de
negócios superior a 555 milhões de euros.
048 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Na figura 9 apresentam-se as percentagens relativas ao volume de vendas referente às empresas das divisões CAE 10 (Indústrias
Alimentares) e CAE 11 (Indústria das Bebidas), relativas a 2007.

FIGURA 9
Distribuição percentual do volume de vendas por divisão CAE, no ano de 2007

19% Divisão CAE 11


Divisão CAE 10

81%

Como se pode verificar, as empresas inseridas na divisão CAE 10 são as que mais contribuem para o volume global de vendas do
sector (10 270 milhões de euros), isto é, com 81%.

Na figura 10 apresenta-se a distribuição percentual do volume de vendas por regiões NUTS II.

FIGURA 10
Distribuição percentual do volume de vendas por regiões NUTS II, em 2007.

? ? ?
12,2% 29,6% Norte
Centro
Lisboa
Alentejo
Algarve
Açores
30% 22,7% Madeira

As regiões Norte e Lisboa são as que apresentam o maior contributo (aproximadamente 30% cada uma) para o volume global de
vendas, sendo seguidas pela região Centro com 22,7% e pela região do Alentejo com 12,2%.
Os valores para as regiões do Algarve, Açores e Madeira não são conhecidos, mas no seu conjunto representam cerca de 5,5% do
volume de vendas total.

O quadro seguinte ilustra a realidade do comércio internacional português, em termos da Indústria da Alimentação e das Bebi-
das, apresentando os destinos primordiais das exportações e quantificando-as.
A União Europeia é o destino primordial das nossas exportações, sendo de destacar o papel que Espanha representa.
Fora do espaço europeu, Angola e Brasil assumem particular relevância.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 049

QUAdRO 15
Exportações da Indústria da Alimentação e das Bebidas, em 2009

Montante Exportações
País/Região
Indústrias Alimentares (€) Indústria das Bebidas (€) Total (Milhões €)

Mundo 2 042 629 976 858 556 809 2901

Intra União Europeia 1 475 009 081 487 635 986 1963

Extra União Europeia 567 620 895 370 920 823 939

Espanha 874 037 622 75 323 331 949

França 172 531 180 129 917 793 302

Reino Unido 106 833 269 73 391 570 180

Angola 215 558 683 182 579 665 398

Brasil 114 659 351 17 834 296 133

Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal

3. CARACTeRIZAÇÃO dA AmOSTRA

3.1. INTROdUÇÃO
Ao pretender efectuar um estudo sectorial e, na impossibilidade de se estudarem todas as empresas do sector, houve a
necessidade de se constituir uma amostra que se deseja o mais representativa possível do sector.

Os critérios adoptados foram:

A representatividade dos diversos subsectores;

A distribuição geográfica das empresas;

A dimensão das empresas.

Assim foi constituída uma amostra composta por quarenta empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas satisfazendo os
requisitos anteriores.

A figura seguinte apresenta a distribuição das empresas da amostra por CAE (CAE 10 – Indústrias Alimentares e CAE 11 –
Indústria das Bebidas). A sua análise permite concluir que na amostra seleccionada há mais empresas pertencentes à CAE 10.
050 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 11
Distribuição das empresas da amostra por CAE

80% CAE 10
CAE 11

20%

A figura seguinte apresenta a distribuição geográfica das empresas. Verifica-se pela sua análise que o grosso da amostra está
sedeado nas regiões Norte e Centro do país, sendo estas duas regiões representativas de 54% e 43% das empresas participantes
no estudo, respectivamente. Cerca de 3% das empresas localizam-se na região Sul.

FIGURA 12
Distribuição geográfica das empresas da amostra

3%
Norte
Centro
Sul

43% 54%

Em relação à dimensão das empresas verifica-se, pela análise da figura seguinte, que a maioria das empresas é de pequena
dimensão, dado que 47% das empresas apresentam um número de trabalhadores inferior a 50 trabalhadores. Aproximadamente
um terço das empresas possui uma força de trabalho composta por entre 50 a 100 trabalhadores, enquanto 20% das empresas
contam com mais de uma centena de trabalhadores.

FIGURA 13
Distribuição percentual das empresas em função do número de trabalhadores

20% 47% < 50


50 a 100
> 100

33%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 051

3.2. SITUAÇÃO TeCNOlóGICA e PROdUTIvA


As máquinas utilizadas, o processo produtivo, a adequabilidade ao processo e a política, são factores determinantes no êxito das
empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas.

Procuramos avaliar a situação do sector nestas vertentes, através da informação recolhida no estudo feito às empresas
abrangidas pela amostra.

Os resultados obtidos permitem-nos referir o seguinte:

A maior parte das empresas (64%), afirmaram possuir um processo tecnológico semi-automático, 11% definem o seu
processo tecnológico como sendo tradicional e 25% consideram que o seu processo produtivo possui forte índice de
automação e flexibilidade;

A maioria das empresas analisadas (82%), considera que o seu processo de fabrico se adequa às necessidades do
mercado, 16% consideram o seu processo de fabrico de ponta tecnológica e apenas 2% das empresas consideram que o
seu processo de fabrico é insuficiente para dar resposta às necessidades;

Cerca de 69% das empresas baseiam a sua produção num esquema misto de produção de produtos, para stock e por
encomenda. Por outro lado, 18% das empresas, afirmam ter uma política de produção exclusivamente por
encomenda.11% uma política mista de produção de componentes para stock e montagem por encomenda, enquanto 2%
das empresas adoptam uma política de produção exclusivamente para stock.

3.3. lICeNCIAmeNTO INdUSTRIAl


A instalação, alteração e exploração de estabelecimentos industriais ficam sujeitas a licenciamento industrial.

O industrial terá que obter previamente uma autorização escrita para instalar ou alterar um dado estabelecimento industrial e,
posteriormente, uma autorização de exploração do estabelecimento industrial.

Estas decisões escritas são emitidas pelas entidades competentes e chamam-se, respectivamente, licença de instalação ou
alteração e licença de exploração industrial.

No universo das empresas, objecto do presente estudo, apenas 9% não possuem licenciamento industrial, como se observa na
figura seguinte.

FIGURA 14
Distribuição percentual das empresas com e sem licenciamento industrial

9%
Sim
Não

91%
052 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.4. eNeRGIA
São várias as fontes energéticas utilizadas na Indústria da Alimentação e das Bebidas, nomeadamente energia eléctrica, gás
natural, gasóleo ou fuel-óleo. É de salientar, no entanto, que todas as empresas utilizam energia eléctrica e a segunda fonte
energética mais utilizada é o gasóleo.

Verifica-se ainda que 94% das empresas têm uma potência eléctrica instalada inferior a 1000 KVA.

3.5. ReCURSOS HUmANOS


Na figura seguinte apresenta-se a distribuição percentual média do efectivo operacional das empresas do sector, em 2009, pelas
principais tipologias de quadro de pessoal.

Pela análise da figura 15 verifica-se que o efectivo das empresas se encontra distribuído da seguinte forma: a parte fabril
representa 56% do efectivo, administrativos e comerciais representam 10% e 17% respectivamente e a área de gestão 14%. Em
média, cerca de 3% dos trabalhadores das empresas estão alocados a outras áreas de actividade não referidas anteriormente.

FIGURA 15
Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos de divisão do seu efectivo pelos principais sectores

3% 10%
14%
17% Administrativos
Comerciais
Fabris
Gestão
Outros
56%

A figura 16 apresenta a distribuição percentual das empresas, em termos da estrutura etária dos seus trabalhadores. Verifica-se
que cerca de 80% dos trabalhadores têm idades compreendidas entre os 25 e os 55 anos.

FIGURA 16
Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos de estrutura etária dos seus trabalhadores

11% 9%
< 25 anos
25 a 40 anos
41 a 55 anos
> 55 anos

37% 43%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 053

Na figura 17, apresenta-se a distribuição percentual média do efectivo operacional das empresas inquiridas do sector da Indústria
da Alimentação e das Bebidas, de acordo com a sua antiguidade. Pela sua análise, verifica-se que cerca de 64% dos
trabalhadores do sector estão nas empresas há mais de cinco anos.

FIGURA 17
Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos de antiguidade dos seus colaboradores

Em termos das habilitações académicas, a figura 18 revela que cerca de 67% dos trabalhadores do sector têm uma escolaridade
ao nível, ou inferior, ao ensino básico e que cerca de 19% possuem escolaridade ao nível do ensino secundário.

Em média, cerca de 12% do efectivo das empresas é preenchido com quadros com habilitações ao nível do ensino superior.

FIGURA 18
Distribuição percentual das empresas da amostra, em termos de níveis de habilitação dos seus colaboradores

3.6. ORGANIZAÇÃO dOS SeRvIÇOS de SeGURANÇA e SAúde NO TRABAlHO


Em relação à forma como as empresas organizam os seus serviços de segurança no trabalho, verifica-se pela análise da figura
seguinte, que a grande maioria das empresas, cerca de 80%, recorre a serviços externos.
054 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 19
Distribuição percentual das empresas em função da organização dos seus serviços de segurança no trabalho

80% Externos
Internos
Comuns

20%

No que concerne à obrigação de comunicar a organização dos seus serviços de segurança no trabalho à ACT, verifica-se que
todas as empresas cumprem, como se pode verificar na figura seguinte.

FIGURA 20
Distribuição percentual das empresas em função de terem comunicado a organização dos serviços de segurança no trabalho

0%
Sim
Não

100%

Na figura seguinte apresenta-se a distribuição das empresas em função das mesmas terem um contrato escrito com o médico de
trabalho e de o número de horas afectas ao médico ser ou não suficiente, face ao número de trabalhadores. Pela sua análise
conclui-se que a maioria das empresas possui contrato escrito com o médico de trabalho e este está a cumprir com o número de
horas estipulado na legislação, em função do número de trabalhadores.

FIGURA 21
Distribuição percentual das empresas em função de existir um contrato escrito com o médico de trabalho e do número de horas
afectas ao médico serem ou não cumpridas, face ao número de trabalhadores

13%
35%

87% 65%

Sim Não Sim Não


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 055

Em relação à forma como as empresas organizam os seus serviços de saúde ocupacional, verifica-se pela análise da figura
seguinte que a maioria das empresas, cerca de 82%, possui serviços externos. As restantes 18% optaram pela modalidade de
serviços internos para organizar os seus serviços de saúde ocupacional.

A opção por serviços inter-empresas não é utilizada por qualquer um dos participantes no estudo.

FIGURA 22
Distribuição percentual das empresas em função da organização dos seus serviços de saúde ocupacional

82% Externos
Inter-empresas
Internos

18% 0%

No que concerne à obrigação de comunicar a organização dos seus serviços de saúde ocupacional, mais uma vez, verifica-se que
todas as empresas cumprem, como se pode comprovar pela análise da figura seguinte.

FIGURA 23
Distribuição percentual das empresas em função de terem comunicado a organização dos seus serviços de saúde ocupacional à ACT

0%
Sim
Não

100%

Pela análise da figura que se segue, verifica-se que 52% das empresas diagnosticadas não possuem um trabalhador designado
para a área de segurança e saúde no trabalho.

FIGURA 24
Distribuição percentual das empresas em função de terem um trabalhador designado para a área da segurança e saúde no trabalho

48% Sim
Não

52%
056 Indústria da Alimentação e das Bebidas

No que se refere ao envio do relatório anual de actividades dos serviços de SST, apresenta-se na figura seguinte a distribuição
percentual das empresas, onde se verifica que a esmagadora maioria (95%) procede ao envio do referido relatório.

FIGURA 25
Distribuição percentual das empresas em função do envio do relatório anual de actividades dos serviços de SST para a ACT

5%
Sim
Não

95%

3.7. SINISTRAlIdAde lABORAl


Em termos de sinistralidade laboral, a figura seguinte revela que 90% das empresas diagnosticadas procedem ao registo dos
seus acidentes de trabalho, apesar de 28% apenas efectuarem o registo dos acidentes geradores de incapacidade.

FIGURA 26
Distribuição percentual das empresas em função do procedimento de registo dos acidentes de trabalho

62% Todos
Só os que gerem incapacidade
Não

28%
10%

Apesar da maioria das empresas efectuar o registo dos seus acidentes de trabalho, menos de metade faz uma reconstituição ou
inquérito dos mesmos e toma as medidas necessárias para que o acidente não volte a ocorrer, como se constata na figura seguinte.

FIGURA 27
Distribuição percentual das empresas em função da existência do procedimento de reconstituição ou inquérito ao acidente

48% Sim
Não

52%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 057

Após a execução dos diagnósticos, foi possível classificar os acidentes de trabalho segundo a principal natureza das lesões
apresentadas e segundo a localização das mesmas.

Em relação à natureza das lesões, pode-se afirmar que as mais frequentes são contusões, distensões, luxações e outras feridas.

De salientar que se registaram zero mortes.

FIGURA 28
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da principal natureza das lesões nos acidentes de trabalho

100%
Entorse
90%
Fractura
80%
Intoxicação
70%
60%
Luxação

50% Amputação
40% Contusão
30% 30%
25%
30% 25% Distensão
20% 10% Outras feridas
10% 3% 0% 3% 0% Morte
0%

No que se refere à localização das lesões, verifica-se que estas ocorrem com maior incidência nas mãos, sendo o tronco também
uma área particularmente afectada.

FIGURA 29
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da principal área do corpo atingida nos acidentes de trabalho

100%
Mãos
90%
Membros inferiores
80% (excepto pés)
70% 63% Membros superiores
60% 28% (excepto mãos)
50% Olhos
40% Pés
30% Tronco
17%
20%
8% Cabeça
2% 6% 4%
10% 0% 0%
Lesões múltiplas
0%

Os registos de acidentes devem ser considerados para o cálculo das taxas de sinistralidade.

ÍNdICe de FReQUêNCIA:

Número de acidentes com baixa por milhão de horas – homem trabalhadas

nabx106
IF =
nht
em que: nab significa o n.º de acidentes com baixa e nht o número de horas – homem trabalhadas.
058 Indústria da Alimentação e das Bebidas

ÍNdICe de GRAvIdAde:

Número de dias úteis perdidos por mil horas – homem trabalhadas

ndpx103
IG =
nht

em que: ndp significa o n.º de dias (úteis) perdidos e nht o número de horas – homem trabalhadas.

De seguida apresentam-se os índices de frequência e de gravidade referentes aos anos de 2007, 2008 e 2009, bem como a
respectiva média do triénio.

FIGURA 30
Índice de frequência das empresas da amostra em 2007

8%
15% 34% < 20
20 a 50
50 a 80
> 80
Não calcula
15%
28%

FIGURA 31
Índice de frequência das empresas da amostra em 2008

5%
15% 39% < 20
20 a 50
50 a 80
> 80
Não calcula
18%
23%

FIGURA 32
Índice de frequência das empresas da amostra em 2009

5%
13% 29% < 20
20 a 50
50 a 80
> 80
Não calcula
25% 28%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 059

FIGURA 33
Índice de frequência médio das empresas dos três anos (2007, 2008 e 2009)

13%
37% < 20
20 a 50
50 a 80
> 80

24%
26%

Pela análise das figuras anteriores verifica-se que ao longo dos 3 anos, a maioria das empresas apresenta índices de frequência
bastante razoáveis, sempre com mais de metade das empresas a registarem valores inferiores a 50.

De salientar que o conjunto das categorias com valores mais elevados (entre 50 e 80 e maior que 80) têm vindo a crescer ao longo dos 3
anos, parecendo assim haver um agravamento dos índices em algumas empresas. Em 2007, cerca de 30% das empresas apresentavam
índices com valores compreendidos naquelas duas categorias, em 2008 essa percentagem subiu para 33% e em 2009 atingia já os 38%.

Em relação ao índice de gravidade, pela análise das figuras seguintes, é notório um agravamento acentuado de 2007 para 2008,
uma vez que no ano de 2007 cerca de 52% das empresas apresentavam índices de gravidade considerados pela OIT como “bons”
(inferiores a 0.5), tendo esse valor caído para os 35% no ano seguinte, muito à custa da subida da categoria delimitada por 0.5 e 1.

Em 2009, os índices apresentaram melhores resultados, revelando-se uma certa instabilidade nos resultados obtidos ao longo
dos três anos.

Apesar de tudo, considerando a média do triénio, os resultados devem ser considerados positivos, uma vez que a maioria das
empresas apresenta valores bons (menor que 0,5) ou razoáveis a tender para o bom (entre 0,5 e 1).

FIGURA 34
Índice de gravidade das empresas da amostra em 2007

10% 5%
15% 52% < 0,5
0,5 a 1
1a2
>2
Não calcula
18%
060 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 35
Índice de gravidade das empresas da amostra em 2008

8% 5%
13% 35% < 0,5
0,5 a 1
1a2
>2
Não calcula

39%

FIGURA 36
Índice de gravidade das empresas da amostra em 2009

8% 8%
42% < 0,5
0,5 a 1
1a2
>2
Não calcula
20%
22%

FIGURA 37
Índice de gravidade médio das empresas dos três anos (2007, 2008 e 2009)

3%
24% 36% < 0,5
0,5 a 1
1a2
>2

37%

De referir que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabelece os seguintes critérios de referência para os índices de
frequência e gravidade.

QUAdRO 16
Avaliação dos índices de frequência e de gravidade, segundo a OIT

< 20 Bom
20-50
Índice de Frequência (IF)
50-80
> 80 Mau
< 0,5 Bom
0,5-1
Índice de Gravidade (IG)
1-2
>2 Mau
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 061

3.8. INSTAlAÇÕeS
Nas visitas efectuadas às empresas da amostra foram avaliadas as instalações das mesmas. Nas figuras 38 e 39 apresenta-se as
características gerais e das paredes das instalações das empresas diagnosticadas.

FIGURA 38
Distribuição percentual das empresas da amostra em função das características gerais das suas instalações

40% Boas (adequadas e sem reparos a efectuar)


Razoável (adequadas mas melhoráveis)
Más (inadequadas para a actividade)

60%

FIGURA 39
Distribuição percentual das empresas da amostra em função das característica das paredes das suas instalações

3%
52% Boas (adequadas e sem reparos a efectuar)
Razoável (adequadas mas melhoráveis)
Más (inadequadas para a actividade)

45%

Como se pode ver, 60% das empresas consideram que, de um modo geral, as suas instalações estão em condições razoáveis e
45% afirmam que as paredes dessas mesmas instalações estão também em condições razoáveis, havendo no entanto espaço a
melhorias.

No que se refere às características dos tectos das instalações, estes apresentam-se em boas condições para 49% das empresas
e em condições razoáveis para 48% deles, como se verifica a partir da observação da figura 40.

Relativamente ao estado dos pavimentos, 59% das empresas consideram que estes se encontram em razoável estado de
conservação – figura 41.
062 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 40
Distribuição percentual das empresas da amostra em função das características dos tectos das suas instalações

3%
49% Bons (adequados e sem reparos a efectuar)
Razoáveis (adequados mas melhoráveis)
Maus (inadequados para a actividade)

48%

FIGURA 41
Distribuição percentual das empresas da amostra em função das características dos pavimentos das suas instalações

3%
38% Bons (adequados e sem reparos a efectuar)
Razoáveis (adequados mas melhoráveis)
Maus (inadequados para a actividade)

59%

Pela análise das figuras 42, 43 e 44, conclui-se que as passagens, os corredores e as escadas das instalações, são, de um modo
geral, adequadas à actividade desenvolvida.

FIGURA 42
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade das passagens das suas instalações

15%
33% Adequadas
Quase todas adequadas
Quase todas inadequadas

52%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 063

FIGURA 43
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade dos corredores das suas instalações

8%
33% Adequados
Quase todos adequados
Quase todos inadequados

59%

FIGURA 44
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade das escadas das suas instalações

13% 3%
3%
34% Adequadas
Quase todas adequadas
Suficientes e adequadas
Quase todas inadequadas
Não aplicável
47%

No que concerne às instalações sociais, nomeadamente, instalações sanitárias (figura 45), balneários (figura 46) e refeitório
(figura 47), na maioria das empresas estes são suficientes e adequados.

FIGURA 45
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade das instalações sanitárias das suas instalações

5%
13% Suficientes e adequadas
Suficientes mas inadequadas
Adequadas mas insuficientes

82%
064 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 46
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade dos balneários das suas instalações

15% 3%
10% Suficientes e adequados
Suficientes mas inadequados
Adequados mas insuficientes
Insuficientes e inadequados

72%

FIGURA 47
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade do refeitório existente

8% 12%
5% Suficiente e adequado
8%
Suficiente mas inadequado
Adequado mas insuficiente
Insuficiente e inadequado
Não aplicável
67%

No que se refere à adequabilidade das instalações (figura 48) e em função da arrumação existente (figura 49) a maioria das
empresas encontra-se em situação razoável.

Apenas 3% consideram que o estado geral de conservação das suas instalações é mau e inadequado para o exercício da
actividade.

De igual forma, 3% dos inquiridos dizem que a arrumação existente é insuficiente.

FIGURA 48
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da adequabilidade do estado geral de conservação das suas instalações

3%
44% Bom (adequada e sem reparos a efectuar)
Razoável (adequada mas melhorável)
Mau (inadequado para a actividade)

53%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 065

FIGURA 49
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da arrumação existente das suas instalações

3%
Boa
Razoável
Insuficiente

59% 38%

3.9. SeGURANÇA NO TRABAlHO

3.9.1. Contaminação Química

Contaminantes químicos são todas as substâncias orgânicas ou inorgânicas, naturais ou sintéticas que durante o seu fabrico,
manuseamento, transporte, armazenamento ou uso, podem incorporar-se no ar ambiente, com efeitos irritantes, corrosivos,
asfixiantes ou tóxicos, e em quantidades que tenham probabilidade de provocar danos na saúde das pessoas (doenças
profissionais) que se expõem ou são expostas a elas, ou danos (acidentes) pessoais e materiais, incluindo o ambiente.

Na figura seguinte é apresentada a informação recolhida nas empresas diagnosticadas, relativa à presença de contaminantes
químicos no ar ambiente de trabalho, em concentrações que possam causar problemas para a saúde dos seus colaboradores.

Observa-se que em 64% das empresas diagnosticadas do sector da Indústria da Alimentação e das Bebidas, não existem
contaminantes químicos prejudiciais à saúde dos trabalhadores.

Cerca de 8% dos inquiridos afirmam desconhecer esta situação.

FIGURA 50
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de contaminantes químicos no ar ambiente de trabalho,
em concentrações que possam causar problemas para a saúde dos seus colaboradores

8%
Sim
Não
Não sabe

64% 28%

No que se refere ao acto de informar os seus colaboradores sobre a concentração de poluentes no ar ambiente a que estes estão
expostos, verifica-se pela análise da figura seguinte que 72% das empresas nunca informaram os seus colaboradores, 23%
informam sempre que procedem a uma avaliação das concentrações de poluentes no ar ambiente e 5% das empresas já
informaram, a algum ponto, os seus colaboradores sobre esta temática.
066 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 51
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do acto de informarem os seus colaboradores sobre a concentração de
poluentes no ar ambiente a que estes se encontram expostos

5%
Informa sempre que avalia
Já informou
Não

72% 23%

Pela análise da figura seguinte, verifica-se que 45% das empresas disponibilizam equipamentos de protecção individual (EPI) aos
trabalhadores, embora em 20% dos casos não saibam se estes são adequados às actividades.

Igual percentagem, 45%, considera esta situação não aplicável e por isso não distribui equipamentos de protecção individual.

As restantes empresas, 10% da amostra, não disponibilizam EPI aos seus trabalhadores.

FIGURA 52
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da disponibilização dos EPI adequados

20%
25% 10% Sim
Sim, mas não sabe se são adequadas
Não aplicável
Não

45%

Pela análise da figura seguinte, verifica-se que apenas 23% das empresas diagnosticadas sinalizam correctamente a
obrigatoriedade de uso dos EPI.

Cerca de metade das empresas consideram esta situação não aplicável à sua realidade.

FIGURA 53
Distribuição percentual das empresas da amostra em função da sinalização do uso obrigatório do EPI

20% 23% Sinaliza correctamente


Sinaliza mas de forma incorrecta ou insuficiente
8% Não aplicável
Não sinaliza

49%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 067

Relativamente ao tipo de medidas implementadas pelas empresas, com vista à minimização da exposição dos seus colaboradores ao
ar ambiente contaminado, verifica-se pela análise da figura 54 que foram adoptadas medidas principalmente ao nível do EPI (26%) e
ao nível da fonte (13%). A maioria das empresas não implementou qualquer tipo de medida neste capítulo.

FIGURA 54
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de medidas já implementadas, com vista à minimização da
exposição dos seus colaboradores ao ar ambiente contaminado

13%
3% Sim e ao nível da fonte
Sim e ao nível da propagação
26% Sim e ao nível dos EPI’s
Sim, medidas de carácter organizacional
Não
55%
3%

3.9.2. Ruído

O ruído constitui um importante factor de risco para os trabalhadores, afectando a sua saúde física, psicológica e a sua
segurança, ao mesmo tempo que diminui a qualidade do trabalho e a produtividade.

Do ponto de vista físico, pode definir-se o ruído como toda a vibração mecânica estatisticamente aleatória, de um meio elástico.
Do ponto de vista fisiológico será todo o fenómeno acústico que produz uma sensação auditiva desagradável ou incomodativa.

A avaliação dos riscos, a adopção de medidas destinadas a prevenir ou controlar os riscos, a informação, a formação e a
participação dos trabalhadores, o acompanhamento regular dos riscos e das medidas de controlo e a vigilância adequada da
saúde, têm uma importância fundamental na prevenção dos riscos para a saúde dos trabalhadores.

Na figura 55 é apresentada a informação recolhida junto das empresas diagnosticadas, relativa à existência de níveis de ruído que
possam causar problemas à saúde dos seus colaboradores. A análise da figura revela que em 90% das empresas incluídas na
amostra, existem níveis de ruído que podem ser nocivos para a saúde dos trabalhadores.

FIGURA 55
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de níveis de ruído que possam causar problemas para a
saúde dos seus trabalhadores

10%
Sim
Não

90%

A maioria das empresas (74%) têm menos de 50% dos seus postos de trabalho com níveis de ruído acima dos 80 dB(A) (figura 56),
92% das empresas têm menos de 50% dos seus postos de trabalho com níveis de ruído acima dos 85 dB(A) (figura 57) e em 94%
das empresas, menos de metade dos seus postos de trabalho apresentam níveis ruído acima dos 87 dB(A) (figura 58).
068 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 56
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de postos de trabalho, com níveis acima dos 80 dB(A)

18% 8%
< 25%
25 a 50%
50 a 75%
> 75%

39% 35%

FIGURA 57
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de postos de trabalho, com níveis acima dos 85 dB(A)

5% 3%
23% < 25%
25 a 50%
50 a 75%
> 75%

69%

FIGURA 58
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de postos de trabalho, com níveis acima dos 87 dB(A)

3% 3%
32% < 25%
25 a 50%
50 a 75%
> 75%

62%

Na amostra, 55% das empresas procedem à avaliação anual da exposição dos seus trabalhadores ao ruído (figura 59) e 60% das
empresas procedem à vigilância audiométrica dos seus colaboradores com a periodicidade estabelecida legalmente (figura 60).
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 069

FIGURA 59
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um procedimento de avaliação anual da exposição dos
seus colaboradores ao ruído

55% Sim
Não

45%

FIGURA 60
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um procedimento de vigilância audiométrica dos seus
colaboradores, com a periodicidade exigida legalmente

40% Sim
Não

60%

De igual forma, 62% das empresas já informaram ou informam sempre que avaliam, os seus colaboradores sobre os níveis de
ruído a que se encontram expostos (figura 61).

FIGURA 61
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da prestação de informação aos seus colaboradores, sobre os níveis de
ruído a que se encontram expostos

38% Informa sempre que avalia


Já informou
Não

25% 37%

Pela análise da figura 62 pode-se verificar que a maioria das empresas (94%) disponibiliza equipamentos de protecção individual
(EPI), embora 42% das empresas que disponibilizam os EPI não sabem se estes são adequados.
070 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 62
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da disponibilização gratuita dos EPI adequados

3% 3%
42% Sim
Sim, mas não sabe se não adequados
Não
Não aplicável

52%

Pela análise da figura 63 verifica-se que cerca de 53% das empresas diagnosticadas não sinalizam correctamente ou possuem
sinalização insuficiente relativa ao uso obrigatório dos EPI.

Aproximadamente 44% das empresas da amostra sinalizam correctamente o uso obrigatório de EPI.

FIGURA 63
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da sinalização do uso obrigatório de protectores de ouvidos

3%
23% Sinaliza correctamente
Sinaliza mas de forma incorrecta ou insuficiente
Não sinaliza
Não aplicável

30% 44%

Verifica-se pela análise da figura seguinte que 65% das empresas implementaram medidas minimizadoras de ruído, sendo a
maior aposta ao nível dos EPI.

FIGURA 64
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da implementação de medidas de minimização da exposição dos seus
colaboradores ao ruído

2% 35%
Sim e ao nível da fonte
Sim e ao nível da propagação
0%
Sim e ao nível dos EPI’s
Sim, medidas de carácter organizacional
Não
51% 12%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 071

3.9.3. vibrações

Vibração é um movimento oscilatório à volta de uma posição de equilíbrio ou referência. As vibrações podem ser regulares ou
irregulares, podendo assim, este movimento, ser harmónico ou extremamente complexo.

As vibrações são agentes físicos nocivos que afectam os trabalhadores e que podem ser provenientes das máquinas ou
ferramentas portáteis a motor ou resultantes dos postos de trabalho.

Os riscos devidos a vibrações mecânicas exercem efeito sobre a saúde e segurança dos trabalhadores e deles podem resultar
perturbações músculo-esqueléticas, neurológicas e vasculares, além de outras patologias.

Existem dois tipos de sistema de transmissão de vibrações:

Vibrações transmitidas ao corpo inteiro – são vibrações mecânicas transmitidas ao corpo inteiro (ex.: condução de
empilhador) e que implicam riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores, em especial, lombalgias e traumatismos
da coluna vertebral;

Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço – são vibrações mecânicas transmitidas ao sistema mão-braço
(ex.: através de ferramentas manuais com motor – serra de corte manual) e que implicam riscos para a saúde e
segurança dos trabalhadores, em especial perturbações vasculares, neurológicas, musculares ou lesões
osteoarticulares. Uma das patologias associada ao sistema mão-braço é o síndrome dos dedos brancos – Síndroma de
Raynaud, de origem profissional.

Pela análise da figura 65, pode-se constatar que 38% das empresas possuem níveis de vibrações que podem causar problemas
para a saúde dos seus trabalhadores.

FIGURA 65
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de níveis de vibrações, que possam causar problemas para
a saúde dos seus trabalhadores

5%
38% Sim
Não
Não sabe

57%

Adicionalmente, cerca de 8% das empresas têm trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas ao sistema mão-braço, acima do
nível de acção (figura 66) e nenhuma das empresas possui trabalhadores expostos a vibrações acima do limite de exposição
(figura 67). No entanto, 15% desconhecem esta situação.
072 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 66
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas ao
sistema mão-braço acima do nível de acção

77% 15% Sim


Não
8% Não sabe

FIGURA 67
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas ao
sistema mão-braço acima do nível limite de exposição

0%
85% 15% Sim
Não
Não sabe

Relativamente ao corpo inteiro, 23% dos trabalhadores estão expostos a vibrações acima do nível de acção (figura 68) e 3% dos
trabalhadores estão expostos a vibrações acima do limite de exposição (figura 69).

FIGURA 68
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do número de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas ao
corpo inteiro acima do nível de acção

23% Sim
Não

77%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 073

FIGURA 69
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do número de trabalhadores expostos a vibrações, transmitidas ao
corpo inteiro acima do nível limite de exposição

97% Sim
Não

3%

Somente 5% das empresas aplicaram um programa de medidas técnicas e organizacionais, com vista a reduzir ao mínimo a
exposição dos trabalhadores a vibrações (figura 70).

FIGURA 70
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função de terem aplicado um programa de medidas técnicas e organizacionais,
com vista a reduzir ao mínimo a exposição dos trabalhadores a vibrações

20% Sim
5% Não
Não aplicável

75%

A análise da figura 71 revela que nenhuma empresa procedeu à informação/formação dos seus colaboradores na temática das
vibrações.

FIGURA 71
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da prestação da informação/formação aos seus trabalhadores na
temática das vibrações

0% Sim
Não
Não aplicável

77% 23%
074 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.9.4. Iluminação

A iluminação ideal é a que é proporcionada pela luz natural. Contudo, por vezes, é necessário complementar com a luz artificial.
Uma iluminação correcta num local de trabalho contribui para que as condições do mesmo sejam de modo a não provocar
tensões psíquicas e fisiológicas aos trabalhadores, proporcionando dessa forma um aumento de produtividade, motivação e
melhoria no desempenho geral.

A análise da figura 72 revela que cerca de 47% das empresas possuem iluminação natural insuficiente e 45% das empresas
possuem uma iluminação natural razoável.

A iluminação natural é considerada boa em apenas 8% dos casos.

FIGURA 72
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade dos níveis de iluminação natural

47% 45% Boa


Razoável
Insuficiente

8%

No que se refere à percentagem de postos de trabalho com iluminação adequada às actividades desenvolvidas (figura 73), 77%
das empresas possuem menos de metade dos postos de trabalhos com iluminação adequada às actividades desenvolvidas.

FIGURA 73
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de postos de trabalho com iluminação adequada às
actividades desenvolvidas

38% 13% < 25 %


25 a 50%
10% 50 a 75%
> 75%

39%

A análise da figura 74, revela que 64% das empresas possuem blocos autónomos de emergência em todas ou quase todas as
saídas e que 18% das empresas não possuem qualquer bloco autónomo de emergência.

Em todas as empresas é necessário tomar medidas para melhorar as condições de iluminação dos postos de trabalho (figura 75).
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 075

FIGURA 74
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de blocos autónomos de emergência nas saídas

18% 18% Todas


Quase todas
Poucos
Nenhum

30% 34%

FIGURA 75
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da necessidade de serem tomadas medidas, para melhorar as
condições de iluminação dos postos de trabalho

0%
Sim
Não

100%

3.9.5. Conforto Térmico

A actividade humana é fortemente condicionada pelo ambiente térmico prevalecente no meio circundante. Na maioria dos casos
essas condições não causam danos directos ao indivíduo, mas, em certas situações, por razão do seu efeito, que pode ser
cumulativo ou de choque, podem causar sérios problemas ao organismo.

Por razões bioquímicas, a temperatura interna deve manter-se numa gama de 37± 0,8 ºC. A existência de um ambiente térmico
“agressivo” reflecte-se numa maior dificuldade do organismo em manter a temperatura interna do corpo.

Para a avaliação e estudo do ambiente térmico há a considerar duas situações:

A sobrecarga térmica ou “stress” térmico – relaciona a exposição do corpo humano a ambientes de temperatura
extremas;

O conforto térmico – não envolvendo temperaturas extremas, relaciona as temperaturas, humidades e velocidades do ar
nos locais, e que no seu conjunto, podem provocar desconforto.

O conforto térmico é medido através dos índices PMV e PPD ( “Predicted Mean Vote” e “Predicted Percentage Dissatisfield” )
segundo a norma ISO 7730:2005.

Qualquer um destes índices é calculado com base em medições de temperatura, humidade relativa, velocidade do ar, calor
radiante e em dados sobre o vestuário dos trabalhadores presentes no local e na sua actividade.
076 Indústria da Alimentação e das Bebidas

No que se refere à adequabilidade das condições de temperatura para a actividade desenvolvida (figura 76), 67% das empresas
apresentam condições adequadas de temperatura para a actividade desenvolvida, e a partir da análise da figura 77 verifica-se que
70% não possuem qualquer tipo de sistema de controlo da temperatura na área produtiva.

FIGURA 76
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade das condições de temperatura para actividade
desenvolvida

67% Sim
Não

33%

FIGURA 77
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de algum tipo de sistema de controlo da temperatura na
área produtiva

70% 30% Sim


Não

Relativamente às condições de adequabilidade da humidade relativa do ar, verifica-se pela análise do gráfico da figura 78, que 57%
das empresas não possuem condições de humidade adequadas à actividade desenvolvida.

FIGURA 78
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade das condições de humidade para a actividade
desenvolvida

43% Sim
Não

57%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 077

Relativamente à existência de ventilação adequada para a actividade desenvolvida, a análise da figura 79 permite concluir que dois
terços das empresas não possuem condições de ventilação adequadas à actividade desenvolvida.

Relativamente ao tipo de ventilação, os resultados obtidos demonstram que 47% das empresas apresentam apenas ventilação natural
e que apenas 30% das empresas possuem ventilação natural e artificial adequada (Figura 80).

FIGURA 79
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade das condições de ventilação para a actividade
desenvolvida

67% Sim
Não

33%

FIGURA 80
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de ventilação existente

30% 23% Natural


Natural + Forçada e adequada
Natural + Forçada, mas insuficiente

47%

Em relação à exposição de trabalhadores a ambientes térmicos demasiado quentes, pela análise da figura seguinte, verifica-se que
apenas 23% das empresas possuem trabalhadores expostos a ambientes térmicos demasiado quentes, e que 8% das empresas não
sabem se existem trabalhadores expostos a ambientes térmicos demasiado quentes.

FIGURA 81
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de trabalhadores expostos a ambientes térmicos
demasiado quentes

8%
23% Sim
Não
Não sabe

69%
078 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Em 85% das empresas os trabalhadores possuem, de um modo geral, vestuário adequado à sua actividade e às condições térmicas
dos locais de trabalho (figura 82).

FIGURA 82
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade do vestuário usado pelos trabalhadores à sua
actividade e às condições térmicas dos locais de trabalho

42% 10% Sim


5% Em quase todos os casos
Apenas em alguns casos
Não

43%

No que concerne à avaliação efectuada do conforto térmico existente nos postos de trabalho das empresas da amostra, verifica-se
que 85% das empresas possuem postos de trabalho em que o índice de PMV é menor que - 0,5 ou superior a 0,5 (figura 83), e que
nenhuma empresa detém postos de trabalho em que o índice de PMV é menor que – 0,3 ou superior a 3 (figura 84).

FIGURA 83
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de postos de trabalho, em que o índice PMV é menor
que -0,5 ou superior a 0,5

85% Sim
Não

15%

FIGURA 84
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de postos de trabalho, em que o índice PMV é menor
que -3 ou superior a 3

0%
Sim
Não

100%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 079

Relativamente ao índice PPD, e pela análise da figura 85 e da figura 86, verifica-se que 84% das empresas possuem postos de
trabalho em que o índice PPD é superior a 10% e que apenas 8% das empresas possuem postos de trabalho em que o índice PPD
é superior a 75%.

FIGURA 85
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de postos de trabalho, em que o índice PPD é superior a
10%

3%
13% Sim
Não
Não sabe

84%

FIGURA 86
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de postos de trabalho em que o índice PPD é superior a
75%

8% Sim
Não

92%

Verificou-se ainda, que em 84% das empresas não se efectuou qualquer aplicação de um programa de medidas com vista a reduzir ao
mínimo, o desconforto ou stress térmico dos trabalhadores (figura 87).

FIGURA 87
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da aplicação de um programa de medidas, com vista a reduzir ao
mínimo o desconforto ou stress térmico dos trabalhadores e em função do tipo de medidas aplicadas

2% 2%
12% Sim e ao nível da fonte
Sim e ao nível da propagação
Sim, medidas de carácter organizacional
Não

84%
080 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.9.6. Radiações

Radiação é o processo de transmissão de energia através do espaço. A transmissão de energia pode ser feita através de
partículas (radiações corpusculares) ou por ondas, como no caso das radiações electromagnéticas.

Consoante a forma como interagem com a matéria, as radiações são classificadas como ionizantes ou não ionizantes. Ambas
podem ter efeitos nocivos na saúde dos indivíduos expostos, dependendo da severidade dos danos, entre outros factores, da
quantidade de radiação absorvida e do tempo de exposição.

Pela análise da figura 88, verifica-se que apenas 20% das empresas possuem alguma fonte de radiação não ionizante e no que se
refere às radiações ionizantes somente 5% das empresas possuem fonte de radiação ionizante no seu processo de fabrico (figura 89).

FIGURA 88
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de alguma fonte de radiação não ionizante no seu processo
de fabrico

20% Sim
Não

80%

FIGURA 89
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de alguma fonte de radiação ionizante no seu processo de
fabrico

95% Sim
Não

5%

Somente 8% das empresas efectuaram avaliação da exposição dos seus trabalhadores a radiações, como se pode verificar na
figura 90, visto que em 92% das empresas não existe risco para a saúde dos seus trabalhadores decorrente da exposição a
radiações (figura 91).
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 081

FIGURA 90
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da avaliação da exposição dos seus trabalhadores a radiações

8% Sim
Não

92%

FIGURA 91
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de risco para a saúde dos seus trabalhadores, decorrente
da exposição a radiações

5% 3%
92% Sim
Não
Não sabe

A figura 92 indica-nos que em 79% das empresas não foi aplicado qualquer programa de forma a minimizar a exposição a
radiações por parte dos seus trabalhadores.

FIGURA 92
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da aplicação de um programa de medidas, com vista a reduzir ao
mínimo a exposição a radiações dos seus trabalhadores e em função do tipo de medidas aplicadas

7%
79% 7% Sim e ao nível da fonte
7% Sim e ao nível da propagação
0%
Sim e ao nível dos EPI’s
Sim, medidas de carácter organizacional
Não
082 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.9.7. Utilização e Armazenamento de Substâncias Perigosas

A generalidade das empresas, necessita sempre de utilizar produtos e/ou substâncias perigosas, durante uma ou mais fases do
processo produtivo ou durante a execução das tarefas de manutenção e limpeza.

Todo o cuidado é pouco quando se lida com estas matérias perigosas, independentemente da quantidade e dos fins a que se
destinam, uma vez que a exposição do trabalhador a uma pequena dose de uma determinada substância pode pôr em risco a
integridade física do indivíduo ou até dar origem à morte.

Analisando as empresas da Indústria da Alimentação e das Bebidas da amostra, conclui-se, pela observação da figura 93 que
77% das empresas utilizam substâncias perigosas.

FIGURA 93
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da utilização de substâncias perigosas

23% Sim
Não

77%

Sendo a ficha de dados de segurança, FDS, uma ferramenta importante na utilização de produtos químicos, verifica-se pela
análise da figura 94, que de um modo geral, as empresas possuem as FDS dos produtos químicos que utilizam. No entanto 42%
das empresas não adoptam nenhum procedimento de afixação das FDS dos produtos químicos nos locais de armazenamento e
utilização dos mesmos (figura 95).

FIGURA 94
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de FDS dos produtos químicos que utilizam

22%
0%
20% 13% De Todas
3% Quase todas
Apenas algumas
Não, nenhuma
Não aplicável
42% Não sabe
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 083

FIGURA 95
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adopção do procedimento de afixação das FDS dos produtos químicos
nos locais de armazenamento e utilização dos mesmos

25%
25% Todas
8%
Quase todas
0%
Apenas algumas
Não
Não aplicável
42%

No que concerne ao armazenamento de substâncias perigosas, em 82% das empresas existe um local específico para
armazenagem dos produtos químicos, como nos indica a figura 96.

Verifica-se também que 23% das empresas apresentam um armazém de produtos químicos com condições adequadas (figura 97),
sendo que como nos indica a figura 98, 57% não possuem bacias de retenção adequadas para os produtos químicos líquidos
armazenados.

FIGURA 96
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um local especifico para a armazenagem dos produtos
químicos

3%
15% Sim
Não
Não aplicável

82%

FIGURA 97
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função das condições do armazém de produtos químicos

23%
20% Adequadas
10%
Suficientes mas melhoráveis
3%
Inadequadas
Não aplicável
Não sabe
44%
084 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 98
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de bacias de retenção adequadas para os produtos
químicos líquidos armazenados

23% 10% Sim


10%
Não aplicável
Nalguns casos
Não

57%

Como se pode pode ver nas figuras seguintes, há ainda algum desconhecimento das empresas acerca do regulamento REACH e
das suas implicações.

Metade das empresas desconhecem o seu papel no âmbito do regulamento (figura 99) e 47% não cumprem com as suas
obrigações (figura 100).

FIGURA 99
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do conhecimento acerca do papel que desempenha no âmbito do
regulamento REACH

45% Sim
5% Não aplicável
Não

50%

FIGURA 100
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do cumprimento das obrigações inerentes à empresa no âmbito do
regulamento REACH

43%
Sim
10% Não aplicável
Não

47%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 085

3.9.8. movimentação manual de Cargas

Por movimentação de cargas entende-se, como a própria designação indica, qualquer operação de movimentação ou
deslocamento voluntário de cargas, que compreende as operações fundamentais de carga, transporte e descarga.

Este conjunto de operações constitui, em muitas áreas de actividade, um importante factor de risco de acidentes e de doenças
profissionais, pelo que é fundamental assegurar que o deslocamento de cargas só se efectua quando absolutamente necessário.

Quando a movimentação de cargas é indispensável, as operações unitárias devem ser cuidadosamente planeadas, com meios e
procedimentos adequados, com vista à minimização dos riscos associados.

A movimentação de cargas pode ser efectuada manualmente ou recorrendo a meios mecânicos, devendo ser programada e
realizada em função de aspectos como os locais de carga e descarga, percurso de transporte e tipo de carga.

Pela análise da figura 101 e da figura 102, verifica-se que em 79% das empresas da amostra é frequente a movimentação manual
de cargas e que em 57% é considerada uma actividade que constitui risco para os seus trabalhadores.

FIGURA 101
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da recorrência frequente à movimentação manual de cargas

18% Sim
3% Não
Não aplicável

79%

FIGURA 102
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do risco que constitui para os seus trabalhadores a movimentação
manual e habitual de cargas

40%
Sim

3% Não
Não aplicável

57%
086 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Em 30% das empresas são transportadas cargas com mais de 25 kg, mas a maioria das empresas não permite que os seus
trabalhadores transportem manualmente mais do que isso (figura 103).

Em 72% das empresas, o risco de lesões músculo-esqueléticas é agravado pela deficiente pega das cargas que são
transportadas, pela adopção de posturas incorrectas e deslocamento vertical ou rotação do tronco, como se pode observar na
figura 104.

FIGURA 103
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do peso máximo de cargas a transportar manualmente (por classes)

30%
28% < 15 kg
15 a 25 kg
> 25 kg

42%

FIGURA 104
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do agravamento do risco associado à movimentação manual de carga
pela pega, à adopção de posturas incorrectas, ao deslocamento vertical ou rotação do tronco

18% Sim
Não
5% Não sabe
Não aplicável

5%
72%

3.9.9. movimentação mecânica de Cargas

Na maior parte dos processos produtivos da Indústria da Alimentação e das Bebidas existem operações que determinam a
movimentação de cargas, através da deslocação de matérias-primas e de subprodutos durante o próprio processo, no
aprovisionamento, na preparação e embalagem, na armazenagem de produtos acabados, na expedição, manutenção e até na
própria instalação e desmantelamento/substituição de equipamentos.

A racionalização do trabalho passa, muitas vezes, pela optimização da movimentação de cargas, aplicando-se a movimentação
mecânica ou automática de cargas, com o objectivo de rentabilizar os tempos de deslocação, o número de pessoas e as
consequências físicas da movimentação manual.

A movimentação de cargas na Indústria da Alimentação e das Bebidas é efectuada principalmente com recurso a:

Carros de transporte manual – porta-paletes manuais, plataforma ou carros;

Carros de transporte mecânico – empilhadores, porta-paletes mecânicos.


CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 087

Pela análise da figura 105 conclui-se que os empilhadores são os equipamentos de movimentação mecânica de cargas mais
presentes nas empresas da amostra.

FIGURA 105
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos equipamentos de movimentação mecânica de cargas existente nas
mesmas

100%
88% Empilhador
90%
Gruas
80% 73%
Monta-cargas
70%
60%
Outros

50% Ponte Rolante


40% Pórticos
28%
30%
13%
20%
10% 2%
0%
0%

No que se refere ao cumprimento das regras de segurança, por parte dos equipamentos de movimentação mecânica de cargas, a
figura seguinte indica-nos que em 79% das empresas existe um cumprimento total ou quase total das regras de segurança por
parte dos equipamentos e que em apenas 5% das empresas não são cumpridas as regras de segurança por parte dos
equipamentos de movimentação mecânica de cargas.

FIGURA 106
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do cumprimento das regras de segurança por parte dos equipamentos
de movimentação mecânica de cargas

13%
47% Sim
5%
3% Quase todos
Poucos
Não
Não sabe
32%

Os equipamentos de movimentação mecânica de cargas que apresentam maiores problemas de segurança nas empresas são os
empilhadores, como nos indica a figura 107.

Os problemas de segurança identificados podem-se considerar pouco graves em 62% das empresas e graves ou muito graves em
23% das empresas (figura 108).
088 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 107
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos equipamentos de movimentação mecânica de cargas que
apresentam os principais problemas de segurança

100%
Empilhador
90%
Gruas
80%
Monta-cargas
70%
58% Outros
60%
50% Ponte Rolante
40% Pórticos
25%
30% Pórticos
20% 10% 10% 10%
3%
10% 0%
0%

FIGURA 108
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da classificação dos problemas de segurança detectados nos
equipamentos de movimentação mecânica de cargas

15%
Muito graves
13%
Graves
Pouco graves
10%
Não aplicável

62%

3.9.10. Armazenamento de Cargas

O acto simples de arrumar e guardar bens de consumo, objectos e matérias-primas sempre envolveu vários riscos, que se foram
agudizando com a era industrial e a produção em série.

Ao empilhamento desordenado de imensos materiais, e por isso com inúmeros perigos, sucedeu o armazenamento concebido e
gerido com regras próprias e obrigatórias por lei, tendentes a evitar ou minimizar os riscos de acidentes e a deterioração dos
produtos armazenados.

Os espaços delimitados para armazenagem são adequados e suficientes em 44% das empresas como se observa na figura 109.

No que se refere às condições de armazenagem de cargas (figura 110), 57% das empresas do sector apresentam espaços de
armazenagem suficientes e adequados.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 089

FIGURA 109
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de espaços delimitados para a armazenagem

25%
18% 13% Suficientes e adequadas
Suficientes mas inadequadas
Adequadas mas insuficientes
Insuficientes e inadequadas

44%

FIGURA 110
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função das condições de armazenamento de cargas

38%
Sim, suficientes e adequadas
Sim, mas insuficientes ou inadequadas
5%
Não

57%

Com vista à resolução dos problemas existentes no armazenamento de cargas, 50% das empresas optaram por medidas no
sentido de uma melhor organização do espaço (figura 111).

FIGURA 111
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de medidas a aplicar, com vista à resolução dos problemas
existentes no armazenamento de cargas

100%
Ampliação
90% da unidade
80% Investimentos
70% em meios ou
equipamentos
60% 50%
Organização
50% do espaço
40% 30% Respeito de regras
30% 25%
20% 20% Outros
20% 10%
Não aplicável
10%
0%
090 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.9.11. Riscos eléctricos

A electricidade tornou-se um factor inestimável, sendo o mundo actual condicionado pela utilização da energia eléctrica.

Mas se a electricidade torna possível as coisas boas a que nos habituámos, também exige cuidados na sua utilização. Uma
actuação incorrecta pode causar grandes danos, lesões irrecuperáveis ou mesmo a morte.

Os acidentes eléctricos acontecem normalmente por ignorância, imprudência ou negligência. Grande número de acidentes dá-se
porque pessoas não conhecem ou não sabem lidar com o risco eléctrico, porque os aparelhos ou as instalações eléctricas não
estão em boas condições, ou porque o risco é subestimado.

No que se refere ao estado geral da instalação eléctrica, este é bom ou razoável, nas empresas da Indústria da Alimentação e das
Bebidas (figura 112).

FIGURA 112
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do estado geral da instalação eléctrica

43% Bom
Razoável

57%

Pela análise da figura 113, verifica-se que 92% das empresas constituintes da nossa amostra cumprem as especificações do
Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de Energia Eléctrica.

Em relação aos quadros eléctricos, o seu estado de conservação é bom ou razoável (figura 114).

Já 82% das empresas apresentam em todos, ou em quase todos os quadros eléctricos, sinalização de segurança (figura 115).

FIGURA 113
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do cumprimento das especificações do Regulamento de Segurança de
Instalações de Utilização de Energia Eléctrica, por parte da instalação eléctrica

8%
Sim
Não

92%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 091

FIGURA 114
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do estado geral dos quadros eléctricos

3%
43% Bom
Razoável
Mau

54%

FIGURA 115
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da devida sinalização dos quadros eléctricos

15%
52% Todos

3% Quase todos
Alguns
Nenhum

30%

No que concerne aos postos de transformação, estes, em 82% das empresas, encontram-se devidamente fechados e sinalizados,
como se pode observar na figura 116 e, de um modo geral, são cumpridas as especificações do Regulamento de Segurança de
Subestações e Postos de Transformação e Seccionamento (figura 117).

FIGURA 116
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da situação do posto de transformação devidamente fechado e sinalizado

0%
18% Sim
Não
Não aplicável

82%
092 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 117
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do cumprimento das especificações do Regulamento de Segurança de
Subestações e Posto de Transformação e Seccionamento, pelo Posto de Transformação

10%
18% Sim
Não
Não aplicável

72%

3.9.12. máquinas e equipamentos

A utilização de máquinas e equipamentos de trabalho, para desempenho de uma tarefa, faz parte do dia-a-dia de qualquer
profissional.

Associados à utilização destes equipamentos, existem vários riscos para a segurança e saúde do trabalhador, os quais podem, em
certos casos, dar origem a acidentes e a doenças profissionais relacionadas com o trabalho.

Nas empresas, verificam-se por vezes, casos de dispositivos de segurança desactivados, insuficientes para evitar o contacto com
as zonas perigosas ou mesmo inexistentes.

Aquando da aquisição de máquinas novas ou usadas, estas deverão cumprir com os requisitos aplicáveis do
Decreto-Lei n.º 320/2001, de 12 de Dezembro, i.e. Directiva Máquinas, e com os requisitos estabelecidos por outras directivas
pelas quais a máquina está abrangida. A marcação CE de conformidade deve estar bem visível e com o grafismo adequado, para
atestar a conformidade para com as directivas aplicáveis. Adicionalmente, a máquina deverá ser acompanhada de “declaração de
conformidade”, que comprove o cumprimento dos requisitos legais e normativos aplicáveis à máquina, e “manual de instruções”
redigido em Português, tão completo quanto possível, contendo, nomeadamente, informações sobre a movimentação,
embalamento, instalação, colocação em serviço, regulação, operação, manutenção, reparação, montagem, desmontagem,
montagem de ferramentas e acessórios, etc., bem como as instruções de segurança e práticas de manutenção aplicáveis.

Para as máquinas indicadas no Anexo IV, Decreto-Lei n.º 320/2001, de 12 de Dezembro, tal como, para os componentes de
segurança aí listados, deverão também ser identificados o organismo notificado e o certificado CE tipo.

Pela análise da figura seguinte constata-se que 57% das empresas possuem menos de 50% do seu parque de máquinas anterior
a 1995, sendo que 26% das empresas têm mais de 75% das suas máquinas anteriores a 1995.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 093

FIGURA 118
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de máquinas anteriores a 1995 (por classes)

13% 5%
13%
< 50 %
50 a 75%
12%
76 a 90%
> 90%
Não sabe
57%

No que refere à marcação CE das máquinas de 1995 ou mais recentes, a análise da figura seguinte indica que 57% das empresas
têm em quase todas as máquinas mais recentes, marcação CE. No entanto, só 10% das empresas têm marcação CE em todas as
máquinas de 1995 ou posteriores.

FIGURA 119
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de máquinas de 1995 ou posteriores com marcação CE

27%
Todas
3%
3% Quase todas
10% Poucas
Nenhuma
Não sabe
57%

No que se refere ao manual de instruções em português verifica-se pela observação da figura seguinte, que apenas 5% das
empresas possuem manual de instruções em português para todas as máquinas.

FIGURA 120
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de máquinas de 1995 ou posteriores, com manual de
instruções em Português

47% Todas
8% Quase todas
5% Poucas
Nenhuma

40%
094 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Cerca de 67% das empresas possuem menos de 25% do seu parque de máquinas com riscos significativos para a segurança e
saúde dos seus trabalhadores, conforme indicado na figura 121.

FIGURA 121
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de máquinas com riscos significativos para a segurança
e saúde dos seus trabalhadores

5% 0%
10%
67% < 25 %
26 a 50%
18%
51 a 75%
76 a 90%
> 90%

No que concerne à percentagem de máquinas com medidas de segurança incorporadas, que possam ser consideradas adequadas
e fiáveis, pela análise da figura seguinte, constata-se que 75% das empresas possuem mais de 50% das suas máquinas com
medidas de segurança adequadas e fiáveis.

FIGURA 122
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da percentagem de máquinas com medidas incorporadas, que possam
ser consideradas adequadas e fiáveis

18% 28%
< 25 %
26 a 50%
51 a 75%
76 a 90%
> 90%
29% 15%
10%

Cerca de 39% das empresas não definem nenhuma periodicidade para a verificação dos equipamentos. No entanto 48% das
empresas definem que todos ou quase todos os equipamentos são verificados (figura 123).

FIGURA 123
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da periodicidade em que cada equipamento de trabalho deve ser
verificado

39%
Todos
Quase todos
23%
Apenas alguns
Nenhum

13%
25%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 095

No que se refere à existência de um procedimento ou checklist para verificar as condições de segurança dos equipamentos de
trabalho, pela análise da figura seguinte conclui-se que 80% das empresas não possuem qualquer procedimento ou checklist.

FIGURA 124
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um procedimento ou checklist das condições de
segurança dos equipamentos de trabalho

20% Sim
Não

80%

No que diz respeito à existência de registos das verificações periódicas, às condições de segurança dos equipamentos de
trabalho, pela análise da figura seguinte, conclui-se que no universo das empresas constituintes da nossa amostra, 59% não
possuem qualquer registo, havendo no entanto cerca de 23% com todos os registos ou quase todos.

FIGURA 125
Distribuição percentual das empresas em função da existência de registos das verificações periódicas às condições de segurança dos
equipamentos de trabalho

59% Todos
13%
Quase todos
Apenas alguns
10%
Não

18%

Pela análise da figura seguinte, conclui-se que em 59% das empresas, a periodicidade com que as condições de segurança de
todos os equipamentos são verificadas, não é adequada.

FIGURA 126
Distribuição percentual das empresas em função da adequabilidade da periodicidade em que as condições de segurança dos
equipamentos de trabalho são verificadas

59% Todos
13%
Quase todos
Apenas alguns
8%
Não

20%
096 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Em 74% das empresas, não existe uma definição de critérios/requisitos para a pessoa competente que deverá efectuar a
verificação das condições de segurança dos equipamentos de trabalho, como se pode observar na figura seguinte.

FIGURA 127
Distribuição percentual das empresas em função da definição de critérios/requisitos para a pessoa competente que deverá efectuar a
verificação das condições de segurança dos equipamentos de trabalho

74% Sim e por escrito


8%
Sim, mas não formalmente
Não

18%

3.9.13. equipamentos Sob Pressão

Considera-se “recipiente sob pressão simples” qualquer recipiente soldado a uma pressão superior a 50 kPa (0,5 bar), destinado
a conter gases e não destinado a ser submetido a uma chama, cumprindo com vários requisitos construtivos.

A avaliação da conformidade dos recipientes sob pressão simples, compete aos organismos notificados e aos próprios
fabricantes. Antes de serem colocados no mercado, os recipientes sob pressão simples, devem ser munidos da marcação CE de
conformidade, seguida do número distintivo do organismo que executa a verificação CE ou a vigilância CE.

O recipiente ou a placa sinalética devem exibir, pelo menos, as seguintes inscrições:

A pressão máxima de serviço (SP), em bar;

A temperatura máxima de serviço, em graus celsius (ºC);

A temperatura mínima de serviço, em graus celsius (ºC)

A capacidade do recipiente, V, em litros;

O nome e marca do fabricante;

O tipo e o número de série ou de lote do recipiente;

Os dois últimos algarismos do ano de aposição da marcação CE.

Somente 8% das empresas não possuem fluidos sob pressão.

Das restantes, a maioria possui líquidos e gases sob pressão como nos indica a figura 128.

Em 60% das empresas, a rede de ar comprimido apresenta-se em boas condições (figura 129).
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 097

FIGURA 128
Distribuição percentual das empresas em função de possuírem fluidos sob pressão (por tipologia de fluido)

52% Gases
8% Líquidos
0%
Líquidos e gases
Não

40%

FIGURA 129
Distribuição percentual das empresas em função das condições da rede de ar comprimido

35%
Boas
5% Razoáveis
Más

60%

Apenas 30% das empresas do universo da amostra, utilizam gases sob pressão nos processos de soldadura, sendo os gases mais
utilizados o acetileno e o oxigénio (figura 130).

Em 52% das empresas, os reservatórios sob pressão apresentam marcação CE e ostentam a informação necessária, como se
verifica pela análise do gráfico da figura 131.

FIGURA 130
Distribuição percentual das empresas em função da utilização de gases sob pressão nos processos de soldadura

100%
Acetileno
90%
Dioxido de carbono
80%
Hélio
70%
60%
Mistura
50%
50% Oxigénio
40% Não
30% 20% 20% 20% Não aplicável
20% 10%
5% 5%
10%
0%
098 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 131
Distribuição percentual das empresas em função da apresentação nos reservatórios da marcação CE e ostentação da informação
necessária

5% 5%
38% Sim
Informação incompleta
Não
Não aplicável

52%

No que se refere à existência de registos das verificações periódicas aos reservatórios (figura 132), em 67% das empresas são
efectuados os registos das verificações periódicas. Já cerca de 80% das empresas têm os reservatórios armazenados e
acondicionados nos locais de utilização em boas ou aceitáveis condições (figura 133).

FIGURA 132
Distribuição percentual das empresas em função da existência de registos das verificações periódicas aos reservatórios

28% 5%
Sim, periódicos
Sim, um ou outro sem periodicidade estabelecida
Não
Não aplicável

18% 49%

FIGURA 133
Distribuição percentual das empresas em função dos reservatórios se encontrarem devidamente armazenados e acondicionados nos
locais de utilização

5%
15% Sim
Em condições aceitáveis
Não
Não aplicável

20% 60%

Nas empresas em amostra, existem 8% com instruções de segurança para as operações de soldadura que envolvam gases sob
pressão.

Na maioria dos casos, as empresas não recorrem a operações de soldadura que envolvam gases sob pressão e portanto
categorizam esta situação como “Não aplicável”.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 099

FIGURA 134
Distribuição percentual das empresas em função da existência de instruções de segurança para as operações de soldadura que
envolvam gases sob pressão

54% 8% Sim
5% Sim, mas insuficientes ou inadequadas
Não
Não aplicável

33%

3.9.14. Prevenção e Combate a Incêndios

O incêndio é uma reacção de combustão (oxidação-redução) fortemente exotérmica, que se desenvolve de forma descontrolada,
quer no tempo, quer no espaço. Para a eclosão de um fogo é necessária a conjugação de 3 factores indispensáveis:

Combustível – material que arde;

Comburente – material em cuja presença o combustível pode arder (normalmente o ar, que contém cerca de 21% de
oxigénio em volume);

Energia de activação – energia mínima necessária para se iniciar a reacção, que é fornecida pela fonte de inflamação.

Estes três factores constituem, o que se costuma designar, por triângulo de fogo. O desenvolvimento de um fogo está ainda
dependente de um outro factor, a ocorrência de uma reacção em cadeia, sem a qual não se dá a transmissão de calor de umas
partículas de combustível para as outras.

A inclusão deste último factor, como constituindo um requisito necessário ao desenvolvimento de um fogo, resulta no
denominado tetraedro do fogo.

As técnicas de prevenção e combate de incêndios, fundamentam-se no conhecimento detalhado destes factores. A prevenção
consiste em evitar a sua conjugação simultânea. O combate visa a extinção de um incêndio, no qual se procura eliminar um ou
mais daqueles factores.

Para combater eficazmente um incêndio, com o mínimo de riscos e desgaste, é fundamental agir rapidamente. Isto implica uma
acção de defesa contra o fogo que comporta três vectores fundamentais:

Meios de detecção precoce do fogo, que alertem a equipa interna de combate e a corporação de bombeiros mais próxima;

Material e meios de extinção apropriados e sempre em perfeitas condições operacionais;

Pessoal instruído para a adopção e coordenação de medidas de protecção a tomar, bem como a correcta utilização dos
meios de extinção.

A prevenção de incêndios deve ainda englobar um conjunto de meios e procedimentos a adoptar em situações de emergência,
com vista à eficaz salvaguarda de pessoas e bens.

Nas empresas estudadas, verifica-se que em 54% dos casos, as empresas não têm procedimentos, regras ou instruções de
prevenção de incêndios.
100 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Cerca de 28% das empresas têm procedimentos escritos e 13% elaboraram regras ou instruções de carácter informal, como se
pode verificar no gráfico da figura 135.

FIGURA 135
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de procedimentos, regras ou instruções de prevenção de
incêndios

5%
54% Sim e por escrito
Sim, mas não formalmente
Não
Não sabe

28%
13%

Relativamente à detecção automática de incêndios, como se pode verificar na figura 136, a maioria das empresas não possui
sistema de detecção automática de incêndios, e apenas cerca de 18% possuem em toda a instalação.

FIGURA 136
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de sistemas de detecção automática de incêndios

54% Sim, toda a instalação


5% Sim, mas não total
Sim, mas apenas na área da administração
Não
Não sabe
3% 18%
20%

Relativamente ao tipo de detectores de incêndio utilizados, verifica-se que 33% das empresas possuem detectores ópticos de
fumo, 5% detectores iónicos de fumo, 3% detectores termoestáticos e 8% outro tipo de detectores. Apenas 40% das empresas
possuem algum tipo de detector de incêndios instalado.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 101

FIGURA 137
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de detectores de incêndio instalados

100%
Ópticos de fumo
90%
Iónicos de fumo
80%
Termovelocimétricos
70% 60%
60%
Termoestáticos

50% Chama
40% 33% Outros
30% Não aplicável
20%
5% 8%
10% 0% 3% 3%

0%

Relativamente à transmissão do alarme pelo SADI (Sistema Automático de Detecção de Incêndios), em 30% das empresas o alarme é
transmitido a alguém da empresa e em 13% dos casos a uma empresa de segurança externa, conforme se pode verificar na figura 138.

Os bombeiros são alertados em 5% dos casos.

FIGURA 138
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da entidade responsável a quem o SADI transmite o alarme de incêndio

10%
30% Alguém da empresa
Empresa de segurança externa
Bombeiros
Não aplicável
Não sabe
42% 13%
5%

Em termos de meios de combate a incêndios verifica-se na figura 139 que 93% das empresas possuem extintores de pó químico,
88% de dióxido de carbono, 13% de água e 8% de outro tipo de agente extintor.

FIGURA 139
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de extintores existentes

93%
100% 88% Água
90%
Pó químico
80%
Dióxido de carbono
70%
60%
Outros

50%
40%
30%
20% 13%
8%
10%
0%
102 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Como se pode verificar pela análise da figura 140, em 72% das empresas, o tipo de extintor é adequado e em quantidade
suficiente. Somente 5% das empresas não utilizam extintores adequados e em número suficiente.

FIGURA 140
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade da tipologia e número de extintores

8%
5%
3% Adequado e suficientes
12%
Adequado mas insuficientes
Suficientes mas inadequados
Não é adequado nem suficiente
Não sabe
72%

Em cerca de 62% das empresas, todos ou quase todos os extintores encontram-se em locais adequados e às alturas
recomendadas, e em 90% das empresas os extintores são revistos e/ou sujeitos a manutenção dentro dos prazos estabelecidos,
como se pode verificar na figura 141 e na figura 142.

FIGURA 141
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos extintores se encontrarem à altura adequada e em locais adequados

20%
5%
13% Todos
Quase todos
Apenas Alguns
Não
Não sabe
32% 30%

FIGURA 142
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos extintores serem revistos e/ou sujeitos a manutenção dentro dos
prazos estabelecidos

Sim
5%
5% Não
Não sabe

90%

Pela análise da figura 143, verifica-se que 47% das empresas possuem rede de incêndios armada (RIA).
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 103

FIGURA 143
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de RIA

5%
48% Sim
Não
Não sabe

47%

A grande maioria das empresas (70%), não possui depósito de armazenamento de água para incêndios. Em sentido contrário, 15%
têm um depósito com um volume superior a 50m3 e 10% têm um depósito com um volume inferior a 50m3 (figura 144).

FIGURA 144
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de depósito de armazenamento de água para incêndio

70% Sim com V>50m3


5% Sim com V<50m3

10% Não
Não sabe

15%

No que se refere às bocas-de-incêndio armadas (BIA), 25% das empresas possuem bocas de incêndio de mangueira flexível, 13%
de tubo semi-rígido e em 10% dos casos, é utilizado um sistema misto, como se pode verificar na figura 145. No entanto, 49% das
empresas não possuem BIA.

FIGURA 145
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de bocas de incêndio

3%
49% 25% Mangueira flexível
Tubo semi-rígido
Misto
Não aplicável
Não sabe

10% 13%

Cerca de 28% das empresas têm alimentação eléctrica independente ou gerador de emergência da bomba de água de incêndio
como se pode verificar na figura 146.
104 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 146
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de alimentação eléctrica independente ou gerador de
emergência da bomba de água de incêndio

62% Sim
Não
Não aplicável

28%
10%

Como se pode verificar na figura 147, em 92% dos casos não existe um sistema de extinção automática de incêndios. Das
empresas que possuem este tipo de sistema todas optaram pelo sistema de coluna húmida.

FIGURA 147
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência e tipo da extinção automática de incêndios

8% 0%
Sim, coluna seca
Sim, coluna húmida
Não

92%

Na figura 148, apresenta-se a distribuição percentual das empresas da amostra, em função da formação no manuseamento de
extintores e/ou RIA e na constituição de brigadas de 1ª intervenção. Conclui-se que, 48% das empresas dão formação, pelo
menos a alguns dos seus trabalhadores, e apenas 35% das empresas têm constituídas brigadas de primeira intervenção.

FIGURA 148
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da formação no manuseamento de extintores e/ou RIA e na constituição
de brigadas de 1ª intervenção

Formação e manuseamento dos meios de combate a incêndios Brigadas 1ª Intervenção


5%
52% 65%
13%

30% 35%

Todos Quase todos Apenas Alguns Não Sim Não

Como se pode ver na figura seguinte, 87% das empresas ainda não efectuaram a avaliação do seu enquadramento no
Regulamento Geral de Segurança Contra Incêndios em Edifícios.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 105

De igual forma, 92% das empresas ainda não definiram as medidas de autoprotecção (figura 150).

Adicionalmente, apenas 3% das empresas inquiridas submeteram à ANPC as medidas de autoprotecção definidas (figura 151).

FIGURA 149
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da realização da avaliação do seu enquadramento no âmbito do novo
Regulamento Geral de Segurança Contra Incêndios em Edifícios

87% Sim

3% Não
Não sabe

10%

FIGURA 150
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da definição de medidas de autoprotecção

8%
Sim
Não

92%

FIGURA 151
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da submissão à ANPC das medidas de autoprotecção definidas

3% Sim
Não

97%

3.9.15. Organização de emergência

Um plano de emergência Interno (PEI) é um documento que, sistematiza um conjunto de normas e regras de procedimentos para
minimizar os efeitos de acidentes e catástrofes, que possam vir a ocorrer, colocando em risco a vida das pessoas que trabalham
ou visitam um edifício ou recinto, causando danos nessa mesma construção e afectando o ambiente envolvente.
106 Indústria da Alimentação e das Bebidas

No que se refere ao plano de emergência Interno, apenas um terço das empresas da amostra possui um PEI.

FIGURA 152
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de PEI

33% 13% Sim


Não
Em elaboração

54%

Em relação à implementação do PEI, 15% das empresas contam com a sua implementação integral e 20% com a sua
implementação parcial. Existem, no entanto, 28% de empresas onde não implementaram o PEI.

FIGURA 153
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da efectiva implementação do Plano de Emergência Interno

20% 28% Sim


Só parcialmente
Não
Não aplicável

37%
15%

No que concerne à sinalização das saídas, 74% das empresas da amostra possuem todas ou quase todas as saídas sinalizadas.

FIGURA 154
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da devida sinalização das saídas

32% 23% Todas


Quase todas
3%
Apenas Algumas
Não

42%

Pela observação da figura seguinte, verifica-se que somente em 18% das empresas, todas as portas que dão para o exterior,
abrem para fora e são providas de barras antipânico.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 107

FIGURA 155
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função das portas que dão para o exterior abrirem para fora e possuírem barras
antipânico

18%
28% 15% Todas
Quase todas
Apenas algumas
Não

39%

Cerca de 69% das empresas possuem todos ou quase todos os corredores de evacuação adequados, pela análise da figura
seguinte.

FIGURA 156
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade dos corredores de evacuação

32% 23% Todos


Quase todos
8%
Apenas alguns
Não

37%

No que se refere à sinalização sonora ou visual para ordenar a evacuação dos colaboradores, pode-se verificar através da figura
seguinte que 57% das empresas não possuem essa sinalização.

FIGURA 157
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de sinal sonoro ou visual para ordenar a evacuação dos
colaboradores

43% Sim
Não

57%
108 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Em relação à existência de plantas de emergência actualizadas e afixadas em locais adequados, verifica-se pela análise da figura
seguinte que mais de metade das empresas possui estas plantas.

FIGURA 158
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de plantas de emergência actualizadas e afixadas em
locais adequados

40% 15% As necessárias e suficientes


Apenas algumas
Não

45%

Pela análise da figura seguinte verifica-se que em 52% das empresas existem colaboradores com formação específica nas
prestações de primeiros socorros.

FIGURA 159
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de colaboradores com formação especifica ao nível da
prestação de primeiros socorros

48% Sim
Não

52%

Em 62% das empresas não existem procedimentos, regras ou instruções de emergência escritos, em 22% dos casos existem
apenas algumas e em 13% das empresas existem os necessários e suficientes, como se pode verificar na figura seguinte.

FIGURA 160
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de procedimentos, regras ou instruções de emergência
escritos

13%
22% 3% As necessárias e suficientes
Apenas algumas
Não sabe
Não

62%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 109

Pela análise da figura seguinte verifica-se que em 26% das empresas, todos ou quase todos os colaboradores sabem como
proceder em caso de emergência. No entanto, em 37% das empresas, ninguém sabe como proceder em caso de emergência.

FIGURA 161
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função dos colaboradores saberem como proceder em caso de emergência

18% 8%
Todos
3%
Quase todos
Apenas alguns
Não
Não sabe
34% 37%

3.9.16. Atmosferas explosivas

De acordo com o Decreto-Lei n.º 263/2003, de 30 de Setembro, uma atmosfera explosiva, é uma mistura com o ar, em condições
atmosféricas, de substâncias inflamáveis, sob a forma de gases, névoas ou poeiras, nas quais, após a ignição, a combustão se
propaga a toda a mistura não queimada.

Verificou-se que na quase totalidade das empresas constituintes da amostra, não existe o cumprimento das obrigações legais
impostas naquela peça legislativa.

Na figura abaixo constata-se que 87% das empresas, não realizaram avaliação do risco de explosão.

FIGURA 162
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da realização da avaliação do risco de explosão

87% Sim
Não

13%

De igual modo, apenas 8% das empresas responderam afirmativamente quando questionadas sobre se procederam à elaboração
de um manual contra explosões, 74% responderam em sentido contrário e 18% das empresas consideram esta situação não
aplicável (figura 163).

Estes resultados repetem-se para os gráficos seguintes quando as empresas foram inquiridas sobre a implementação de
medidas preventivas relativamente aos riscos derivados de atmosferas explosivas, a formação dada aos trabalhadores neste
âmbito e a sinalização colocada em áreas onde é possível formarem-se atmosferas explosivas.
110 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 163
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da elaboração de um manual contra explosões

18%
8% Sim
Não
Não aplicável

74%

FIGURA 164
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da implementação de medidas preventivas relativas aos riscos derivados
de atmosferas explosivas

18%
8% Sim
Não
Não aplicável

74%

FIGURA 165
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função de ter proporcionado aos seus trabalhadores formação adequada à
protecção contra explosões

18%
8% Sim
Não
Não aplicável

74%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 111

FIGURA 166
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função de ter sinalizado correctamente as áreas onde se podem formar
atmosferas explosivas

18%
8% Sim
Não
Não aplicável

74%

3.10. eQUIPAmeNTOS de PROTeCÇÃO INdIvIdUAl


A protecção colectiva deve ser prioritária relativamente à protecção individual, sendo que, as medidas de carácter construtivo,
sobrepõem-se às medidas de carácter organizativo e estas, às de protecção individual. Quer isto dizer que, a eliminação do risco
na origem e o seu isolamento, são as abordagens de controlo de risco a desenvolver-se e se, porventura, não se concretizarem,
há, mesmo assim, que proceder ao afastamento do homem da exposição a riscos significativos. Para esse efeito, torna-se
imprescindível o recurso às medidas de protecção individual.

Os equipamentos de protecção Individual (EPI) são, portanto, a última técnica a ser empregue na protecção contra riscos
significativos. Nesta problemática, proteger significa: tão pouco quanto possível, mas tanto quanto necessário. A utilização dos
EPI exige do trabalhador um sobresforço no desempenho das suas funções, quer pelo peso, quer ainda pelo desconforto geral
que podem provocar, entre outros efeitos, que dificultam o desempenho das actividades. Portanto, os EPI devem, dentro das
possibilidades técnico-económicas, ser cómodos, robustos, leves e adaptáveis.

Todas as empresas disponibilizam gratuitamente EPI, e na maior parte dos casos estes são disponibilizados em número
suficiente (figura 167). Os EPI disponibilizados, são de um modo geral, luvas, máscaras, óculos e/ou viseira, protectores de
ouvidos, calçado e vestuário, como se pode observar na figura 168.

FIGURA 167
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da disponibilização gratuita dos EPI aos seus trabalhadores

23% Sim e suficientes


Sim, mas insuficientes ou inadequados

77%
112 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 168
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de EPI disponibilizado

98%
100%
88%
Avental
85%
90% 80%
78% 78% Calçado
80%
Capacete
70%
60%
Luvas

50% 43% Máscaras


40% Óculos e/ou viseiras
30% Outros
20% Protectores de ouvido
8% 8%
10% Vestuário
0%

Pela análise da figura 169, verifica-se que na maioria dos casos, os EPI são utilizados por quase todos, mas somente em 23% das
empresas, estes são utilizados por todos.

FIGURA 169
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da utilização dos EPI pelos seus trabalhadores

23%
23% 10% Todos
Quase todos
Apenas alguns
Não

44%

Pela análise da figura 170, em 57% das empresas existe o procedimento de entrega e controlo dos EPI aos colaboradores.

FIGURA 170
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um procedimento de entrega e controlo dos EPI aos
trabalhadores

43% Sim
Não

57%

Em 64% das empresas, todos ou quase todos os EPI têm manutenção, limpeza e substituição adequada, conforme ilustra o
gráfico da figura 171.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 113

FIGURA 171
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de manutenção, limpeza e substituição adequadas dos EPI

18%
20% 15% Todos
Quase todos
3%
Apenas alguns
Não
Não sabe
44%

No que se refere à selecção dos EPI (figura 172), em 72% das empresas, os trabalhadores são consultados. As empresas que
envolvem sempre os seus colaboradores nestes processos, representam apenas 5% da amostra.

FIGURA 172
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do envolvimento dos trabalhadores no processo de selecção dos EPI

28%
Sempre
5%
Quase sempre
Apenas às vezes
Não

30% 37%

3.11. SINAlIZAÇÃO de SeGURANÇA


A sinalização de segurança, tem por objectivo chamar a atenção, de forma rápida e sem dúvidas, para um sem número de
situações que comportem riscos, quer para todos os colaboradores que habitualmente trabalhem na empresa, quer para outros
que só aí se encontrarem temporariamente (por exemplo, visitas, fornecedores, colaboradores de empresas prestadoras de
serviços, etc.).

Faltas ou erros de sinalização podem conduzir a acidentes, de maior ou menor gravidade, para pessoas e bens.

A sinalização de segurança deve ser um complemento de medidas de prevenção já tomadas. Esse papel deve ser claro, pois, por
si só, a sinalização não previne ocorrências.

O número e a localização dos meios ou dispositivos de sinalização, dependerão da importância dos riscos, dos perigos existentes
e da extensão da zona a cobrir.

A sinalização de segurança deve ser utilizada como elemento de informação e nunca deve funcionar como elemento de distracção.

Compete ao empregador garantir a existência de sinalização de segurança e saúde no trabalho, de acordo com a legislação em
vigor, sempre que os riscos não puderem ser evitados ou suficientemente diminuídos com meios técnicos de protecção colectiva
ou com medidas, métodos ou processos de organização do trabalho.
114 Indústria da Alimentação e das Bebidas

Um pouco mais de metade das empresas considera a sinalização existente suficiente, como se pode verificar pela figura 173.

FIGURA 173
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da quantidade de sinalização de segurança existente

40% 8% Suficiente
Insuficiente
Não sabe

52%

Todas as diferentes tipologias de sinalização, estão presentes em quase todas as empresas, com excepção para a sinalização de
informação que existe em apenas 45% dos casos (figura 174).

FIGURA 174
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de sinalização de segurança existente

100%
Proibição
85% 83% 88% 83%
90% 80% Obrigação
80%
Perigo
70%
60%
Incêndio

50% 45% Emergência


40% Informação
30%
20%
10%
0%

Na maioria das empresas a sinalização de segurança existente é respeitada, sendo que, em 34% das empresas, esta é respeitada
na totalidade por todos os colaboradores (figura 175).

FIGURA 175
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do cumprimento por parte dos trabalhadores da sinalização de
segurança existente

23% 8% Toda e por todos


5%
3% Toda mas apenas por alguns
Apenas parte mas por todos
Apenas parte e por alguns
Não
27% 34% Não sabe
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 115

Pela análise da figura 176 e da figura 177, pode-se afirmar que 84% das empresas, apresentam um tamanho adequado em toda ou
quase toda a sua sinalização de segurança e que essa sinalização se mantém em bom estado, ou estado razoável em 97% dos casos.

FIGURA 176
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequação do tamanho da sinalização de segurança

32% 13% Todos


3% Quase todos
Apenas alguns
Não

52%

FIGURA 177
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do estado de conservação da sinalização de segurança

3%
35% Bom
Razoável
Mau

62%

Como se pode ver na figura abaixo, quase todas as empresas possuem placas de sinalização em material rígido e
fotoluminescente.

FIGURA 178
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de placas de sinalização em material rígido e
fotoluminescente

3%
35% Sim
Alguns
Não

62%
116 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.12. eRGONOmIA
As condições existentes nos espaços de trabalho influenciam, significativamente, a segurança, o conforto e bem estar dos
trabalhadores.

Factores como:

dimensionamento dos postos de trabalho;

espaço próximo do trabalho;

ferramentas manuais;

têm que ser avaliados, de modo a garantir as condições de trabalho compatíveis com as capacidades e características dos
trabalhadores.

É por demais conhecida a existência de uma forte relação entre, as condições de trabalho e as taxas de sinistralidade laboral e as
doenças profissionais e, como é evidente, a produtividade.

São também conhecidos os objectivos da ergonomia entre os quais figura, em posição de destaque, a melhoria das condições de
trabalho, de forma a torná-las compatíveis com as capacidades, limitações e aspirações dos trabalhadores.

Será pois lógico, que as empresas preocupadas em aumentar a sua própria eficiência, procurassem de uma forma sistemática o
auxílio da ergonomia com esse objectivo.

No que concerne à adequabilidade dos espaços de trabalho e pela análise da figura 179, constata-se que, em 82% das empresas,
os espaços são todos ou quase todos adequados.

FIGURA 179
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adequabilidade dos espaços de trabalho

18% 15% Todos


3% Quase todos
Apenas alguns
Não sabe

64%

Em cerca de 52% das empresas, as tarefas não são, ou apenas algumas são, demasiado repetitivas ou monótonas e em 48% dos
casos quase todas as tarefas são consideradas monótonas e repetitivas (figura 180).

No entanto, existe a adopção de posturas incorrectas na execução de tarefas em todas empresas, mas na maior parte dos casos,
em apenas algumas das tarefas (figura 181), e pela análise do gráfico da figura 182, verifica-se que em 87% das empresas todas
ou quase todas as tarefas são desempenhadas em pé, por parte dos trabalhadores fabris.
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 117

FIGURA 180
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de tarefas demasiado repetitivas ou monótonas

47% Quase todas

5%
Apenas algumas
Não

48%

FIGURA 181
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adopção de posturas incorrectas quando da execução de tarefas

67% Quase todas


Apenas algumas

33%

FIGURA 182
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do desempenho das tarefas em pé, por parte dos trabalhadores fabris

33% 13% Todas


Quase todas
Apenas algumas

54%

Cerca de 23% das empresas constituintes da amostra, possuem quase todos os seus trabalhadores a trabalhar em turnos, 25%
possui apenas alguns, enquanto que 10% tem todos os seus trabalhadores sujeitos a trabalho por turnos.

Cerca de 42% das empresas não utilizam o regime de turnos (figura 183).
118 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 183
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do trabalho por turnos por parte dos trabalhadores

25% 23% Todos


Quase todos
10%
Apenas alguns
Não

42%

No que se refere a adaptação das máquinas e equipamentos de trabalho do sector ao Homem, pela observação da figura 184,
conclui-se que 55% das empresas possuem apenas algumas das máquinas e equipamentos adaptados ao Homem, e que em 52%
das empresas, os trabalhadores não têm ou apenas alguns possuem a informação necessária, para poderem desempenhar as
suas tarefas (figura 185).

FIGURA 184
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da adaptação aos trabalhadores das máquinas e equipamentos

40% Todas
5% Quase todas
Apenas algumas

55%

FIGURA 185
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da prestação aos trabalhadores da informação necessária para poderem
desempenhar as suas tarefas

18%
32% Sim
20%
Em quase todos os casos
Apenas em alguns casos
Não

30%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 119

3.13. GeSTÃO dA SeGURANÇA e SAúde NO TRABAlHO


No que se refere ao sistema de gestão, na figura 186, pode-se verificar, que cerca de metade das empresas, têm o seu sistema de
gestão de qualidade certificado e 25% dos inquiridos têm outros sistemas de gestão, que não de qualidade ou de gestão
ambiental, implementados e certificados.

Apenas 17% não apostam na implementação de qualquer sistema de gestão.

FIGURA 186
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do tipo de sistema de gestão implementado e certificado

25% 17% Ambiente


8% Outro
Qualidade
Não

50%

Cerca de dois terços das empresas, possuem avaliação de riscos, e na maior parte dos casos, esta encontra-se actualizada (figura 187).

FIGURA 187
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de uma avaliação de riscos

33%
Sim e actualizada
Sim, mas muito antiga
Não

13% 54%

Em relação à existência de um diagnóstico ou manual de segurança e saúde no trabalho (figura 188) em 59% dos casos não existe, e
57% das empresas não têm um plano de acção ou actividades para a área de segurança e saúde no trabalho (figura 189).
120 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 188
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um Diagnóstico ou Manual de Segurança e Saúde no
Trabalho

59% Sim e actualizada


33%
Sim, mas muito antiga
Não

8%

FIGURA 189
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um plano de acção ou de actividades para a área de
Segurança e Saúde no Trabalho

43% Sim
Não

57%

Em 82% das empresas não estão definidas metas e objectivos para a área de segurança e saúde no trabalho (figura 190) e em
62% das empresas não estão definidas instruções de segurança para nenhuma tarefa ou posto de trabalho. Em 13% das
empresas estão definidas instruções de trabalho para quase todas as tarefas ou postos de trabalho.E nenhuma empresa as
define para todas as tarefas ou postos de trabalho (figura 191).

FIGURA 190
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da definição de metas e objectivos para a área de Segurança e Saúde no
Trabalho

82% Sim
Não

18%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 121

FIGURA 191
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de instruções de segurança para cada tarefa ou posto de
trabalho

25%
13% Todos
Quase todos
0%
Apenas Alguns
Não

62%

Pela análise da figura 192, constata-se que em 87% das empresas, existem poucos ou nenhuns modelos ou impressos para a
área de segurança e saúde no trabalho. Na grande maioria (81%) das empresas, não estão definidas regras ou procedimentos de
segurança para visitantes ou subcontratados. As empresas que definem regras ou procedimentos, fazem-no de forma
insuficiente e por vezes não cumprem (figura 193).

FIGURA 192
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de modelos ou impressos para a área de Segurança,
e Saúde no Trabalho

35% 13% Sim e suficientes


Sim, mas poucos
Não

52%

FIGURA 193
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da definição e cumprimento das regras ou procedimentos de segurança
para visitantes ou subcontratados

Sim, suficientes e são cumpridas


Sim e são cumpridas mas são insuficientes
Sim, mas insuficientes ou não são cumpridas
Não

81% 13%
3% 3%
122 Indústria da Alimentação e das Bebidas

3.14. FORmAÇÃO
A formação pode considerar-se como a apreensão e integração do conjunto de informação e outros estímulos recebidos,
consubstanciados na actividade prática e suas envolventes, ou seja, no saber-fazer.

Formar, pressupõe mudar, acrescentar valor, no que diz respeito a atitudes, conhecimentos e técnicas relativas a cada uma das
actividades específicas, de modo a que esse acréscimo de saber e de saber-fazer se faça sentir nas organizações.

No que concerne à formação, a figura 194 indica que 62% das empresas possuem um plano de formação de 2010 que contempla a
área de segurança e saúde no trabalho. A partir da análise da figura 195 constata-se que 35% das empresas não efectuaram
qualquer acção de formação na área de segurança e saúde no trabalho e 54% das empresas realizaram entre uma e cinco acções
de formação em 2009. Das empresas que realizaram acções de formação em 2009 na área de segurança e saúde no trabalho, a
maioria ministrou até quinze horas (figura 196).

FIGURA 194
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de um plano de formação de 2010 que contemple a área de
Segurança e Saúde no Trabalho

62% Sim
Não

38%

FIGURA 195
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da quantidade de acções de formação realizadas na área de Segurança e
Saúde no Trabalho, em 2009

35% 5% 0
3%
1a5
3%
6 a 10
mais de 10
Não sabe
54%
CARACTeRIZAÇÃO dO SeCTOR 123

FIGURA 196
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da quantidade de horas de formação ministradas na área de Segurança
e Saúde no Trabalho em 2009

15%
35% 8% 0
5% 1 a 15 horas
16 a 40 horas
41 a 90 horas
mais de 90 horas
37%

Cerca de 57% das empresas, procedem ao registo de todas as acções de formação que realizam.

FIGURA 197
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da existência de registos das acções de formação realizadas

13%
19% 8% Todas

3% Quase todas
Apenas algumas
Não
Não aplicável
57%

A figura 198 revela que 44% das empresas, realizam as suas acções de formação em horário misto (laboral e pós-laboral).

Em 35% das empresas, a receptividade dos trabalhadores, em relação às acções de formação é boa, em 57% dos casos esta é
razoável e em apenas 5% é indiferente (figura 199).

FIGURA 198
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do período em que geralmente realizam as suas acções

38% 15% Laboral


Pós-laboral
Misto
Não aplicável
3%
44%
124 Indústria da Alimentação e das Bebidas

FIGURA 199
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função da receptividade dos trabalhadores em relação às acções de formação

57% 5% Boa
3% Razoável
Indiferente
Não aplicável

35%

No que se refere ao local em que geralmente as empresas realizam as suas acções de formação, o gráfico da figura 200, revela
que 45% das empresas realizam as suas acções de formação na própria empresa, (em sala), e metade da amostra realizada em
localização mista (própria empresa/empresa externa).

FIGURA 200
Distribuição percentual das empresas da amostra, em função do local em que geralmente as mesmas realizam as suas acções de
formação

45%
Na própria empresa (sala)
5% Na própria empresa (posto de trabalho)
Em empresa externa
Misto

50%

4. lImITAÇÕeS dO eSTUdO
Face à metodologia definida para a realização do presente estudo, a sua execução deparou-se com algumas dificuldades/
/limitações que se passam a referenciar, designadamente no que diz respeito à constituição de uma amostra representativa do
sector, de acordo com os critérios anteriormente referenciados:

O Sector da Indústria da Alimentação e das Bebidas é constituída por vários subsectores. Uma das limitações encontradas
na realização do estudo, foi precisamente encontrar empresas de todos os subsectores, que quisessem aderir ao estudo;

A informação recolhida nas empresas, nem sempre foi objectiva, apesar das competências técnicas que a equipa de
consultores possuía neste sector de actividade industrial;

A escassez de informação relevante e disponível para o projecto, com que a equipa de trabalho se deparou na grande
maioria das empresas que participaram;

O rigor da informação fornecida pelas empresas. Nem sempre a equipa do projecto foi recebida nas empresas pelas
pessoas mais habilitadas a fornecer a informação pretendida (até porque muita da informação pretendida está sob a
responsabilidade de pessoas distintas) pelo que muitas vezes foi transmitido ao consultor a opinião da pessoa com a qual
este contactava e não a realidade da empresa (que muitas vezes as próprias empresas também desconhecem).

Você também pode gostar