2 Aluno (a) Jônatas Sena Ferreira Disciplina Educação Especial, Inclusiva e o Atendimento Educacional Especializado
SUPERANDO O PARADIGMA DA DIVISÃO ENTRE ALUNOS NORMAIS E ALUNOS
ESPECIAIS SEM DEIXAR DE RECONHECER AS DIFERENÇAS QUE CONVIVEM NA ESCOLA O texto que se segue foi fomentado a partir da leitura da Parte 1 do livro “A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva”, de autoria de Edilene Aparecida Ropoli, Maria Teresa Eglér Mantoan, Maria Terezinha da Consolação Teixeira dos Santos e Rosângela Machado. Com o objetivo de romper com o paradigma educacional que mais segrega do que inclui, mas que continua predominante em nosso país, as autoras invés de significar ou ressignificar o que é um espaço de diversidade no meio escolar, preferem trazer a luz um novo termo: multiplicidade. Para as autoras, a escola diversa tenta agrupar os seus alunos a partir de uma mesma característica e então separá-los novamente. Já a escola múltipla, preserva e respeita a individualidade de cada aluno, pois compreende que todos os estudantes são únicos e, portanto, múltiplos de um processo de ensino aprendizagem que está sempre a se adaptar e que jamais irá reunir ou separar os estudantes em grupos. Com essa definição inicial, entende-se que a escola para todos, conforme garantido em nossa Constituição Federal de 1988, é a escola inclusiva e múltipla, que é na verdade a escola das diferenças e não dos diferentes, ou seja, todos se igualam pelas suas diferenças, independente que dos aspectos da diferença: gênero, cor de pele e aptidão seja de ordem física, motora, psíquica ou cognitiva. Na escola das diferenças, o currículo escolar, os encaminhamentos e o ensino são os mesmos para todos, pois todos os tópicos citados anteriormente já foram desenvolvidos com a consciência de todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar em questão, logo não seria necessário adaptar o currículo e nem diferenciar o ensino. Entretanto, a escola das diferenças tem que está aberta para os questionamentos, as dúvidas, os contrapontos, a discussão e a reconstrução das práticas pedagógicas a cada momento, uma vez que se entende que os estudantes são múltiplos em si, a cada nova ação e com o diagnóstico preciso da aprendizagem, novas mudanças e transformações são necessárias. As escolas brasileiras se tornaram inclusivas, segundo as autoras, quando entender esse fluxo de se estar aberta as mudanças e entender os seus múltiplos estudantes em suas multiplicidades, sejam elas quais forem. Além disso, é importante consolidar as ações de inclusão a partir da construção e do entendimento por todos do Projeto Político Pedagógico (PPP), contudo, as autoras ressaltam algumas considerações. Primeiramente, por mais que se tenham decretos, leis, estatutos que ditam, estabelecem, garantem e organizam a inclusão escolar, somente estará garantida se estiver inserida no documento construído pela comunidade escolar, o PPP. Para a construção desse documento é importante o envolvimento dos pais, dos gestores, dos alunos e também dos professores. As autoras ainda ressaltam, que a sala de aula só se tornará inclusiva quando o professor regente entender, acreditar e proporcionar a execução do PPP, entretanto isso só acontecerá pela experiência docente alinhada ao entendimento do professor que sua prática docente pode sim promover e abraçar a inclusão, se o mesmo assim acreditar e praticar por meio da experiência e busca da formação continuada adequada às necessidades dos seus estudantes. Todo o processo para inclusão de fato, converge na construção de um PPP inclusivo e com isso, se faz necessário uma gestão democrática, ou seja, todos que fazem parte da comunidade onde a escola está inserida, tem que ser convidada a participar do desenvolvimento desse PPP, pois ele irá sintetizar que escola essa comunidade pretende desenvolver, o que a comunidade carece para os seus futuros cidadãos críticos e autônomos de si, que tipo de ensino e práticas pedagógica são mais significativas. Por mais que as autoras acreditam que seja urgente estabelecer as escolas das diferenças, entendem que a mesma terá que superar antes, a cultura da binaridade: a escola comum e a escola dos especiais. Só quando todos da comunidade escolar, compreenderem que o ideal é que a escola seja única para todos, mas reconhecendo as diferenças daqueles que a frequentam, é que poderemos ultrapassar apenas ações pontuais de inclusão e então a escola se tornar inclusiva de fato. E eu como professor, procuro ainda pela minha própria experiência docente, romper com os encaminhamentos e avaliações adaptados, pois entendo que o currículo no final das contas, não diz respeito aos documentos, se diz respeito à TODAS pessoas que entram em minha sala de aula como estudantes e que merecem vivenciar o mesmo processo educacional independente das suas diferenças, mas considerando suas diferenças.