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Ano X I • Dezembro de 2019 • Distribuição Gratuita
1

A lua no imaginário poético

Uma verdadeira plêiade de
poetas como Cruz e Souza,
Bilac, Fernando Pessoa,
Baudelaire, Manuel
Bandeira, Paulo Bonfim, A Nova Era:
entre outros, cantaram a Os Deuses
lua em seus poemas e a
consagraram como o astro
Estão de
dos poetas, dos loucos e Volta?
dos apaixonados. Uma tese
provocativa e

A
lua sempre exerceu original sobre a era
um grande fascínio do Aquário.
sobre a imaginação Indicada para
Orestes Barbosa, no traço de Nássara
humana, e inspirou astrólogos, estu-
mitos e crendices populares em to-
das as culturas do planeta desde a
delas se tornaram cada vez mais co- dantes de astrolo-
muns. E até hoje é raro o poeta que gia e adeptos da
antiguidade. Depois do sol, ela era
a maior divindade do paganismo e não tenha feito pelo menos um verso New Age.
tudo indica que até hoje nosso saté- dedicado a lua ou a alguma estrela. Página 3
lite mantém esta aura mística, pelo Como astro noturno por excelên-
menos entre os poetas que sempre cia, a Lua está sempre presente nas
a cultuaram através dos tempos com
um fervor quase religioso.
divagações poéticas, seja como musa,
companheira ou confidente. A me-
Breviário de
A partir do século XVIII, princi- lancolia, o spleen dos românticos fre-
palmente na literatura francesa, a quentemente tem a noite enluarada
Profecias do
lua e as estrelas cativaram os poe- como pano de fundo.
tas a tal ponto que poesias falando Continua na página seguinte
Fim do
Mundo
Pessimismo à lusitana Um levantamento
das principais
profecias sobre o
Esquecido e ignorado hoje em dia, Albino Forjaz de fim do mundo,
Sampaio (1884-1949) foi autor de um dos livros mais
com um capítulo
vendidos do século XX em Portugal — Palavras
Cínicas (1905) — que teve 46 edições até a sua morte. sobre a profecia
Leia na página 4 maia para 2012.
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2 Jornal
Nem mesmo o avanço do conhe-
cimento científico nos séculos XIX
e XX, conseguiu eclipsar o fascínio
pelo astro da noite e seu cortejo lu-
minoso na imaginação dos poetas e
seresteiros.
Hoje em dia muitos cientistas e
psiquiatras reconhecem a influência
da lua no comportamento humano,
tanto é que em muitas grandes ci-
dades americanas a polícia e o cor-
po de bombeiros ficam mais alertas
nas noites de lua cheia, devido ao
Coletânea de aumento da violência, de incêndios
Poetas da Lua e de acidentes. A psiquiatria tam-
bém já percebeu que os loucos ficam
e das Estrelas mais agitados nestas ocasiões. Mas
Ilustrada, 186 páginas, tudo isso os poetas já sabiam:
2012. Seleção e prefácio Ela surge. E a loucura começa. E co-
de Bira Câmara meça
A girar pelos céus, em turbilhões
medonhos,
A ronda funeral dos fantasmas
tristonhos,
Estes versos são de Affonso Lopes
de Almeida, que em seguida conclui:
Ei-la, que aos altos céus calada
ascende aos poucos,
A Lua, o astro infeliz, dos poetas e
dos loucos,
Foco de estranha luz de ocultos
malefícios.
A Lua, que fecunda o ventre das
mulheres.
O Falso Que faz erguer do Mar as ondas
rosicleres.
Profeta E uivar os cães na rua e os doidos
nos hospícios...
Luciano de As estrelas também aparecem na
Samósata produção poética com frequência
2013, 59 páginas, igual ou até maior do que a própria
formato 13,5 X 20,5
Lua, e não é por acaso que o soneto
cm., ilustrada.
de Bilac — Ouvir Estrelas — tornou-
Versão e prefácio de
se, talvez, o mais conhecido e decla-
Bira Câmara. A edição
traz também Orácu- mado da língua portuguesa.
los e adivinhos na Até Machado de Assis, quem di-
Grécia e Astrologia e ria, falou dos astros num de seus so-
Magia no império netos, mas sem abrir mão de sua ha-
romano, dois capítu- bitual ironia.
los do livro “Histórias O planeta Vênus, popularmente co-
da Astrologia”, de nhecido como estrela d’Alva ou
Bira Câmara. Vésper, sempre gozou da estima dos
ivros
poetas, que foram buscar na mitolo-
gia os atributos que a celebrizaram
como estrela do amor. Poemas dedi-
cados a ela, bem como metáforas e ci-
tações permeando os mais diversos
poemas, são tão abundantes quanto
composições referentes à Lua.
Os românticos e os parnasianos
consagraram a lua como o astro dos
loucos, dos boêmios, dos poetas e dos
enamorados, mas com o advento dos
modernistas a postura de respeito e
veneração deu lugar à irreverência.
Assim, no célebre poema de Manuel
Bandeira, Satélite, a lua é reduzida a
“coisa em si”, embora ele não deixe
de lhe declarar amor.
Os astros extrapolaram o universo
dos poetas e também foram inspirar
os seresteiros populares do século XX.
Quem não conhece Luar do Sertão,
As Pastorinhas, Linda Morena, Chão
de Estrelas?
Entre os poetas brasileiros do sécu-
lo passado, nenhum outro teve o seu
nome tão associado à estrelas e à lua
quanto Orestes Barbosa. Poeta admi-
rável, de versos aclamados por Hermes
da Fonseca e Agripino Grieco, ficou
eternizado na memória popular como
letrista de sambas e canções de enor-
me sucesso. O próprio Manuel Bandei-
ra reconheceu-o como “grande poeta
da canção” e declarou que Orestes — o
autor de Chão de Estrelas — foi o au-
tor do verso mais lindo de nossa lín-
gua: “Tu pisava os astros distraída”.
Nada consegue desbancar a lua de
seu papel de musa inspiradora dos ar-
tistas. Mesmo depois que o homem
pisou nela o seu fascínio não dimi-
nuiu; apenas perdeu as conotações
mitológicas do passado e o lirismo dos
românticos. A modernidade e o pro-
gresso científico, que aceleradamente
desvendam os mistérios do universo,
não conseguiram apagar o encanto
exercido pelo céu enluarado no ima-
ginário dos poetas e seresteiros. Para
eles, e para os apaixonados, a lua con-
tinuará a ser a rainha da noite e a
musa inspiradora da poesia.
Jornal ivros
A Nova Era:
Os Deuses Estão de Volta?
Uma tese provocativa e original sobre a era do Aquário. Indicada
para astrólogos, estudantes de astrologia e adeptos da New Age.
A determinação do
início da Era de Aquário,
com base em cálculos
astronômicos e astro-
lógicos fundamentados,
estabelece sua alvorada
por volta de 2.400-2600
D.C, ao contrário do que
acreditam os místicos
de plantão e astrólogos desin-
formados.
O período atual é de tran-
sição do velho para o novo ciclo,
de uma mistura das tendências
que deverão prevalecer no
futuro com resíduos do passado,
pois ainda não temos perfei-
tamente definido o que será o
sistema filosófico ou religioso
predominante na Nova Era. Por
Breviário de Profecias do FFim
im do Mundo
Um levantamento das principais profecias sobre o fim do
mundo, com um capítulo sobre a profecia maia para 2012.
Os antigos davam
grande importância aos
fenômenos celestes,
vendo neles uma mensa-
gem dos deuses. Assim,
um cometa,um eclipse,
uma estátua fulminada
por um raio ou o nas-
cimento de um animal
com duas cabeças eram
considerados sinais,
presságios de algum evento
marcante. A propagação do
cristianismo não mudou isso e os
homens continuaram a dar
3
enquanto, todos os
movimentos em torno
deste tema podem ser
considerados manifes-
tações precoces de um
novo espírito, de uma
nova religiosidade que
ainda tem de buscar O MAGO
socorro no misticismo E OUTROS
antigo. Por mais que o CONTOS
espírito cartesiano seja execra- Edward Bulwer-
do pelos “aquarianos”,
precisamos lançar mão dele Lytton
para separar o joio do trigo, Brochura, 144
páginas, formato 11
utilizando a ferramenta da
X 20 cm., 2014,
razão e do bom-senso na tarefa
Ilustrado, tradução
de expurgar as ervas daninhas
de Júlia Câmara.
da superstição, do charla-
Ilustrações de Odilon
tanismo, da desinformação e
Redon, Friedrich
das idéias viciadas.
John, R. H. Van
Tiragem limitada (2006) 172págs.
Gulik e Bira Câmara.
Uma das mais
surpreendentes
histórias de
vampiro
importância a estes
sinais. Na verdade, a
crença cristã, fun-
damentada na res-
surreição de Cristo e
na promessa de sua
volta no final dos
tempos, acabou ali-
mentando a fantasia
de místicos e religiosos
fanáticos que tentam
em vão, até hoje, adivinhar quan- Cidade Vampiro
do o mundo vai acabar. Paul Féval
Edição de bolso (2010), ilustrada, 210 páginas
130 páginas. formato 13,5 X 20 cm.
4 Jornal ivros

Pessimismo à lusitana:

Albino Forjaz de Sampaio (1884-1949) foi é

autor de um dos livros mais vendidos do século
XX em Portugal — Palavras Cínicas (1905) — que
teve 46 edições até a sua morte. Obra pessimis-
ta, herética, anticlerical,
blasfema, imoral, certamen-
te ainda chocará muita
Uma Estranha gente. Mas ainda assim,
História descontando-se os exageros e
alguns disparates, as mentes mais
lúcidas hão de reconhecer as muitas
Texto integral, verdades espalhadas nela.
ilustrado.
1a edição em Brochura, 85 páginas, formato 11,5 X 18,5 cm., 2012.
língua portuguesa. Ilustrado com várias caricaturas de Forjaz de Sampaio.
Atualização ortográfica e texto de apresentação de
Tradução de Júlia Bira Câmara. Esta edição traz também O Espectro de
Câmara e prefácio Forjaz de Sampaio, texto de Marcos T. R. Almeida.
de Bira Câmara.
Brochura, 440
págs. 14 X 20 cm.
(2019) O Rei Candole
Théophile Gautier
Publicado na imprensa em outubro de 1844, o Rei Candole é uma
novela inspirada em Heródoto: no final do século
www.jornalivros.com.br VII, o rei de Sardes Candole foi morto por Gygès, da
dinastia Mermnades, que se instalou em seu lugar
BIBLIOFILIA no trono da Lídia.

& Edição ilustrada por Paul Avril, com uma série de gra-
vuras elegantes e de uma deliciosa delicadeza. Tra-
LITERATURA dução de Salvador de Mendonça. Prefácio de Anatole
France. Brochura, 114 páginas, 13,5 X 19,5 cm.

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literatura e bibliofilia Astroanedotário
Editor: Bira Câmara
Histórias da Astrologia
de Bira Câmara, 240 páginas, ilustrado.
Contacto:
Um painel da história da astrologia sob o prisma
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anedótico. Histórias, fatos pitorescos e curiosos
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