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Elisângela Campos Rodrigues

Desenvolvendo autonomia nos


ESTUDOS A DISTÂNCIA

2009
© 2009 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização
por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

R612d

Rodrigues, Elisângela Campos


Desenvolvendo autonomia nos estudos a distância. / Elisângela Campos Rodri-
gues. – Curitiba, PR: IESDE BRASIL S/A, 2009.
76 p.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-0423-2

1. Ensino a distância. 2. Autonomia. 3. Aprendizagem. 4. Estratégias de aprediza-


gem. 5. Autodidatismo. 6. Método de estudo. 7. Autogerenciamento (Psicologia).
8. Desempenho. I. Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino. II. Título.

09-3280 CDD: 658.5


CDU: 658.5

Capa: IESDE BRASIL S/A.


Imagem da capa: chanpipat/Shutterstock

Todos os direitos reservados.

IESDE BRASIL S/A.


Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Elisângela Campos Rodrigues

Especialista em Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas pela Escola


Superior Aberta do Brasil. Tecnóloga em Gestão de Pessoas pelo Centro Tecnoló-
gico Faesa. Professora e consultora nas áreas de administração e gestão de pesso-
as, design instrucional e tutora de cursos na modalidade EAD. Pesquisadora nas
áreas de comportamento e gestão organizacional e educação a distância.

Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A.,


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Sumário
A desafiante educação:
contextualizando a educação a distância........................ 13
A educação a distância............................................................................................................. 13
Os desafios da educação a distância no Brasil................................................................. 18
Modalidade a distância versus modelo presencial......................................................... 20
A realidade do aprendiz........................................................................................................... 21

Teorias e processos de aprendizagem:


conhecendo e identificando
maneiras de se aprender........................................................ 29
O que é aprender....................................................................................................................... 29
Como se aprende....................................................................................................................... 30
A aprendizagem na EAD.......................................................................................................... 33
Estilos de aprendizagem......................................................................................................... 35

A autonomia............................................................................... 43
O aprendiz autônomo.............................................................................................................. 44
O comportamento do aprendiz............................................................................................ 45

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Melhorando o desempenho nos estudos........................ 49
Autoavaliação.............................................................................................................................. 50
Preferências de estudos e estratégias de aprendizagem............................................ 58
Novo hábito ou novo aprendizado?.................................................................................... 68

Referências................................................................................... 71

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Apresentação

O curso Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância é um projeto que


acredita que por meio do autoconhecimento é possível desenvolver caracterís-
ticas e habilidades importantes para o bom desempenho nos estudos. Na EAD,
o aprendiz assume que é responsável por sua aprendizagem e seu desempenho
nos estudos.

A autonomia é uma qualidade indispensável para os estudos a distância.


Nossa proposta é apresentar a você a importância da autonomia nos estudos a
distância e ajudá-lo a dar o primeiro passo nessa iniciativa.

A aprendizagem é o resultado do esforço e da dedicação do indivíduo!

E foi pensando na sua maneira de perceber, assimilar e interpretar as infor-


mações, aplicando recursos simples e orientando sobre a necessidade de adotar
uma nova atitude que criamos este material para que você, no final do curso,
tenha reunido as competências necessárias para

 identificar qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos


estudos;

 desenvolver competências que permitam gerenciar o aprendizado


autônomo;

 definir estratégias que facilitem a aprendizagem autônoma;

 elaborar o seu plano de estudos personalizado.


Na primeira unidade, vamos conhecer um pouco da história, do contexto e
dos desafios da EAD. Nessa etapa, você será convidado a refletir sobre a realidade
do aprendiz nos dois modelos de ensino: presencial e a distância. Vai entender a
influência da cultura do ensino presencial e se preparar para conhecer algumas
teorias e estilos de aprendizagem, tema da segunda unidade do curso.

Nessa segunda etapa, você vai compreender conceitos relacionados à dimen-


são da aprendizagem e, mais especificamente, à aprendizagem a distância. Vai
entender como se dá a aprendizagem, além de refletir sobre os estilos de apren-
dizagem e o seu próprio estilo.

Na terceira unidade, vai saber sobre a autonomia, identificar qualidades para


o desenvolvimento da autonomia nos estudos e discutir estratégias que facilitem
a aprendizagem autônoma.

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E então já estará preparado para a mudança. Chegou o momento de colocar
em prática tudo o que foi apresentado. Na última unidade, você é convidado a
trabalhar com as suas competências para gerenciar o seu aprendizado pela cria-
ção de um plano de estudos por você mesmo.

Desenvolver a autonomia tem sido um dos grandes desafios para a educação.


Na Era da Informação e do Conhecimento, a aprendizagem e o bom desempenho
nos estudos passaram a ser responsabilidade do próprio indivíduo.

E então?

Preparado para o desafio?

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A desafiante educação:
contextualizando a educação a distância

O conhecimento deve permitir ao ser humano satisfazer suas necessidades, sejam


materiais, intelectuais ou espirituais.

Auguste Comte

Para criar o fio condutor do nosso curso, vamos destacar alguns fatores
que marcaram a história e a evolução do ensino a distância. Além disso,
vamos começar a entender como o aluno que estuda a distância está in-
serido nesse contexto. No início, vamos apenas localizar e orientar a trilha
a seguir.

Nosso curso tem uma estrutura baseada na colaboração, uma valiosa


e essencial vantagem da educação a distância. Embora um plano de ação
já tenha sido desenvolvido, não há como adotarmos uma receita pronta
para desenvolver a autonomia nos estudos. Cada um encontra-se em uma
dimensão muito particular para desenvolver essa habilidade. Daqui para
frente, estaremos juntos para entender melhor como se dá esse processo.
Então, vamos à proposta de hoje: o contexto da educação a distância.

A educação a distância
Nessa modalidade de ensino, a educação possui objetivos e preocu-
pações semelhantes à educação presencial. A educação a distância (EAD)
tem como propósito promover o conhecimento, estimular o senso crítico,
formar cidadãos, possibilitar o acesso à cultura – enfim, objetivos que se
assemelham e percorrem as mesmas ideologias da educação presencial.
No Brasil, além dos propósitos educacionais, a EAD é uma alternativa es-
tratégica e eficaz que permite ultrapassar as barreiras geográficas e possi-
bilita o acesso à educação.

Mas quando o assunto é educação a distância, diversas polêmicas são


levantadas. Uma dessas questões é o fator distância. Há de se convir que
distância é uma expressão um tanto relativa. Analisando o contraponto
entre educação presencial e educação a distância, a única diferença está

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

no ambiente em que se desenvolve o processo de aprendizagem e alguns dos


recursos utilizados.

Para ficar mais claro, vamos limitar nossa reflexão ao caso do aprendiz. Nas
circunstâncias que analisamos, a distância vai modificar o ambiente de estudo e
o modelo de interação. E como isso vai mudar? No caso do aluno que estuda a
distância, o ambiente se define a partir da sua preferência e da disponibilidade,
e, claro, da metodologia e dos recursos utilizados no curso.

Preferência e disponibilidade: onde e quando se vai estudar?

Em casa ou na escola?

Qual o melhor horário para estudar hoje?

Jupiter Images.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

Metodologia e recursos: o que é necessário?

Preciso de conexão com a internet ou apenas um computador?

IESDE Brasil S.A.


A primeira ideia, quando falamos de distância, é a de uma não presencialida-
de. Porém, quantas vezes já estivemos longe enquanto o professor ministrava
uma aula presencial? Entende agora o porquê de se considerar a expressão a
distância um tanto relativa? Sabemos aproveitar uma aula presencial?

Mas, afinal, o que é presença? Ou melhor, que presença ideal seria essa?

As suposições contrárias à educação a distância alegam que o problema dessa


modalidade é a falta de interação. Contudo, na prática da educação a distância, a
necessidade de interação é uma constante. Diversas são as formas de interação.

Segundo Moore e Anderson (2003), os tipos de interação existentes na EAD são

 aluno-professor – para esclarecer dúvidas, o aluno entra em contato com


o professor e o professor retorna os esclarecimentos ao aluno;

 aluno-aluno – por meio de interações virtuais (e-mail, chat e fórum) ou


mesmo em encontros presenciais;

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

 aluno-conteúdo – o aluno toma conhecimento do conteúdo a ser estuda-


do por meio dos recursos midiáticos;

 professor-conteúdo – o professor elabora o conteúdo, apresenta dicas de


estudo ou sugere bibliografia básica e complementar;

 professor-professor – professores, inclusive de áreas de conhecimento


diferentes, discutem programas e planos de disciplina ou produzem um
material didático em conjunto;

 conteúdo-conteúdo – diante de uma proposta interdisciplinar, os conteú-


dos abordados se complementam (temos um exemplo de interdisciplina-
ridade neste curso, pois o conteúdo que você vai estudar trabalha concei-
tos relacionados à educação, à psicologia, à sociologia e à filosofia).

De acordo com a metodologia de cada instituição, podem ser utilizados todos


os tipos de interação ou parte deles, sem que isso prejudique a aprendizagem
do aluno. A opção por determinado tipo de interação leva em conta a realidade
do público que se pretende alcançar.

Retornando à discussão sobre a presencialidade, vamos pensar no tradicional


modelo de ensino, imaginemos uma aula presencial. Quais fatores podem com-
prometer a qualidade dessa aula com relação à presencialidade?

Diversos fatores podem comprometer uma aula: o cansaço, a distração e o


método do professor são alguns deles. Assim, podemos concluir que a distância
serve apenas para identificar a separação geográfico-temporal.

Mais que isso, a distância define um cenário diferente do que ocorre no


ensino presencial. Temos, como exemplo disso, a ausência física de um profes-
sor, o estilo de comunicação e as formas de encontro. Essas são situações que,
além de caracterizarem a EAD e – de certa maneira, causarem uma espécie de
desconforto aos defensores do ensino presencial –, na verdade funcionam como
estímulo à aprendizagem.

A metodologia da EAD estimula o aprendiz a lançar mão da sua autonomia


para aprender, e aprender por conta própria, sem depender de alguém que lhe
diga “agora estude isso, depois, faça aquilo”.

Outras características importantes no contexto da EAD são a flexibilidade, a


portabilidade, a formação permanente e personalizada, o investimento finan-
ceiro (que para o estudante é inferior quando comparado ao ensino presencial),

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

o incentivo e a valorização da capacidade de autoaprendizagem, favorecendo a


formação de bons hábitos como planejamento, autonomia, responsabilidade,
gerenciamento do tempo e tantos outros.

Uma realidade diferente do ensino presencial, concorda? Mas onde, como e


quando tudo começou?

Há divergências sobre qual foi a primeira experiência em educação a distân-


cia e qual a primeira instituição a implementar um programa da modalidade,
contudo os autores são unânimes em reconhecer que a mais relevante das expe-
riências iniciais foi a Open University da Inglaterra, criada no ano de 1969. Uma
open university, uma universidade aberta, é uma instituição de ensino superior
a distância.

Linha do tempo

Para conferir a linha do tempo da história da educação a distância e co-


nhecer outros registros históricos importantes (inclusive no Brasil), acesse:
<www.dipity.com/user/liscamposr/timeline/Historico_da_EAD>.

Basicamente, são três os principais momentos1 que marcam a evolução da


EAD no mundo:

 escrita – entre os anos de 1850 e 1960, caracterizando-se pelos cursos por


correspondência;

 teledifusão – a partir de 1970, quando surgiram as primeiras universidades


abertas e os recursos utilizados para comunicação foram diversificados;

 tecnologia informática – a partir dos anos 1990, em uma fase bastante


conhecida por nós e caracterizada pelo uso de computadores pessoais e
da internet.

Com os avanços da tecnologia, dos sistemas de comunicação e de infor-


mação, incorpora-se o conceito de tecnologia da informação e comunicação
(TIC), que se caracteriza principalmente pela desterritorialização, a fluidez e a
flexibilidade. A partir disso, parece não haver limites para o uso das tecnolo-
gias na educação.

1
Em função das divergências entre os autores que tratam do assunto, é interessante saber que as datas utilizadas nesta anotação de leitura têm
referência na dissertação de mestrado de Rosângela Schwarz Rodrigues (1998). Em suas pesquisas, você poderá encontrar variações que vão de
dez a cinco anos para mais ou para menos.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

A internet no Brasil

Para conferir como a Internet chegou ao Brasil, e continua a crescer e se


fortalecer, acesse:

 G1 – Tecnologia

<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/09/mais-de-50-dos-
-brasileiros-estao-conectados-internet-diz-pnad.html>.

 Agência Brasil

<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-09/
quase-metade-dos-domic%C3%ADlios-brasileiros-tem-computador>.

Os números da EAD no Brasil

Número de cursos EAD regulamen-

www.abed.org.br/censoead2013/CENSO_EAD_2013_PORTUGUES.pdf p. 67
Características institucionais Total
tados totalmente a distância
N NE CO SE S
Ciências Humanas (Educação,
5 64 49 216 189 523
Artes etc.)
Ciências Sociais (Direito,
9 28 38 294 120 489
Economia, Administração, etc.)
Engenharia (Civil, Elétrica,
Área de conhecimento

1 2 3 24 16 46
de Produção etc.)
Computação 4 6 4 20 17 51
(Ciências Exatas (Matemática,
3 13 6 23 14 59
Estatística etc.)
Ciências da Saúde (Medicina,
2 13 10 31 16 72
Enfermagem etc.)
Ciências Agrárias 0 4 3 3 9 19
Ciências Aplicadas e
1 2 5 29 38 75
Tecnologia
Outras 7 41 17 54 63 182
Não informado 7 4 6 163 76 256
Total 39 177 141 857 558 1.772

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

Os desafios da educação a distância no Brasil


Apesar do crescimento, ainda há preconceitos e resistências acerca da moda-
lidade a distância. Se voltarmos à linha do tempo para consultar os registros da
EAD no Brasil, veremos que diversas iniciativas não obtiveram sucesso. Imagine
que uma dessas experiências registrou índice de não aprovação igual a 77% do
total de inscritos.

Porém, não há como responsabilizar o passado e restringir esses insucessos


à EAD. A oposição que recheia muitos debates sobre a modalidade de ensino é
fundamentada não apenas na história da EAD mas também na história da edu-
cação no país.

Segundo Nunes (apud RODRIGUES, 1998), alguns dos problemas mais sig-
nificativos que impediram o progresso e a massificação da modalidade EAD no
Brasil estavam relacionados à organização de projetos, à descontinuidade dos
programas, a programas pouco vinculados às reais necessidades do país e outros
de ordem operacional e administrativa.

E há ainda outros fatores que impediram o progresso da EAD no país.


Vejamos!

Mesmo com o facilitado acesso às novas tecnologias, a introdução de proje-


tos voltados à informação e à comunicação ainda representa altos investimentos
de implantação e de manutenção.

Outro problema é de ordem didática, representada pela educação tradicional


e o seu modelo de dependência, a necessidade de presença física e do professor
como centro do saber. A educação tradicional configurou uma cultura de trans-
ferência e não uma cultura autônoma, de pesquisa e questionamentos fundados
em conversas inteligentes.

Outras reflexões sobre a EAD abordam as diferenças entre disponibilizar co-


nhecimento e formar profissionais, o que vem norteando discussões sobre certifi-
cação e diplomação. Enfim, não faltam opiniões e debates. As discussões sobre os
desafios da EAD parecem seguir a mesma velocidade da evolução da tecnologia.

Entre os problemas mais significativos que dificultaram o progresso e a mas-


sificação da modalidade EAD no Brasil, identificamos aqueles de ordem cultural,
tecnológica e operacional. Contudo, hoje a preocupação e os maiores desafios
da EAD estão voltados às metodologias de ensino associadas às novas mídias, às
avaliações de aprendizagem e às relações interpessoais.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

Essa realidade influencia não apenas os modelos educacionais mas também


a mudança de comportamento – mudança essa que vai desde a sua própria ade-
quação às novas tecnologias, passando pelo método de ensino e chegando à
formação autônoma do aluno, refletindo inclusive as novas exigências do mer-
cado de trabalho, que passou a requerer profissionais mais dinâmicos, multidis-
ciplinares e proativos.

Desse modo, o professor passa a assumir na sociedade do conhecimento um


papel diferente (facilitador da aprendizagem) e o aluno também se reveste de
uma nova postura (aprendiz autônomo).

Modalidade a distância
versus modelo presencial
A sociedade do conhecimento valoriza métodos de acesso e apropriação da
informação, o aprendiz assume que é responsável por sua aprendizagem e seu
desempenho no processo, desenvolve e valoriza a ação colaborativa, assume
uma nova postura.

Neste curso, falaremos especialmente de uma qualidade indispensável para


os estudos a distância – a autonomia:
[...] educar não é simplesmente fazer com que o aluno memorize uma sequência de informações;
trata-se de fazer com que o aluno seja capaz de compreender conceitos a partir de vinculação
dos mesmos com a realidade próxima e de reinterpretá-los. (TERESO apud SOUZA; SAITO,
2005)

Os autores não utilizaram a ideia citada com a intenção que pretendemos.


Na situação, o que eles mencionam está associado à importância da qualidade e
do direcionamento dado à produção didática. Mas vamos além dessa interpre-
tação de modo quase atrevido: não apenas o material, os recursos audiovisuais
e outras mídias – o aprendiz tem grande responsabilidade nisso também. Ele
precisa compreender conceitos e reinterpretá-los segundo sua realidade mais
próxima, lembrando que pode contar com a figura do facilitador por meio da
interação com ele e com os demais sujeitos envolvidos.

Desenvolver a autonomia não é tarefa fácil, ainda mais quando fortalecida


pelo caráter imediatista da sociedade moderna. Claro que outros fatores estão
inseridos nesse contexto – por exemplo, a nossa cultura educacional, que in-
fluencia diretamente alguns tipos de comportamento. Para alcançar a autono-
mia nos estudos, precisa ter persistência.
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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

O primeiro passo é buscar a resposta sobre o que necessita ser melhorado,


conforme asseverou Joelma de Riz em grupo de discussão mantido pela Funda-
ção de Assistência e Educação (Faesa), “Quando um estudante faz essa descober-
ta, aprende com mais facilidade, porque sabe a razão pela qual é preciso apren-
der. [...] No final das contas, as nossas atitudes valem mais que nossas palavras!”

É preciso
libertar a curiosidade, permitir que as pessoas assumam o encargo de seguir em novas direções
ditadas por seus próprios interesses, desencadear o senso de pesquisa, abrir tudo à indagação
e à análise, reconhecer que tudo se acha em um processo de mudança. [...] De tal contexto
emergem verdadeiros estudantes, aprendizes reais, cientistas, eruditos e profissionais com
capacidade criadora. (ROGERS, 1978, p. 111)

Assim, busque reconhecer suas reais e verdadeiras necessidades e explore as


suas dúvidas, os seus questionamentos. Se procurarmos entender por que algum
estudante destaca-se mais que outros, vamos descobrir que o “segredo” (que não
é tão secreto assim) está em assumir uma postura de pesquisa, de exploração.

A educação a distância cresce, isso é fato, e a tendência é que as pessoas se


ajustem ao processo, umas mais rapidamente que outras. Com a EAD vai acon-
tecer o mesmo que aconteceu com o uso dos computadores, as pessoas tiveram
de se adaptar e aprender a utilizar, em um processo em que estavam conscientes
do seu papel – o de aprender.

O conteúdo de qualidade, o ambiente dinâmico e o tutor preparado são ele-


mentos muitíssimo importantes, mas é o aprendiz autônomo que fará a diferen-
ça, sendo capaz de desnudar os mitos que ainda resistem na EAD.

A realidade do aprendiz
Embora a EAD já tenha alguma história com a utilização de recursos como
correspondência, rádio e TV, ela ainda é jovem com relação à utilização das TICs.
Durante muitos anos, a educação tradicional foi a principal maneira de educar e
com ela incorporamos a ideia de que sem um professor não se aprende, sem a
rotina da escola não se estuda. É uma questão cultural, que pode ser transforma-
da à medida que mudamos o nosso comportamento.

As TICs ganharam espaço e são utilizadas como recursos auxiliares para a


educação, já que a infinidade de possibilidades e recursos que proporcionam
causa nas pessoas uma enorme admiração, um frenesi diante daquela novi-
dade e do que ela pode oferecer. Contudo, de uns tempos para cá, quando a

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

questão da tecnologia já não é tão surpreendente, os desafios da educação a


distância tomaram a vez e passaram a concentrar discursos sobre os aspectos
psicossociais da autoaprendizagem e das condições para alcançá-la no am-
biente virtual.

Embora a tecnologia já esteja bastante inserida no cotidiano e não surpreenda


tanto quanto antes, o aprendiz ocupa um espaço na realidade ainda transitório da
educação a distância ainda transitória. Muitos ainda incorporam as práticas da edu-
cação tradicional e não se adaptam à realidade da EAD. Marc Prensky (2001) introdu-
ziu os conceitos de nativos e de imigrantes digitais. O primeiro refere-se àquelas pes-
soas que desde pequenas já mantêm contato com as novas tecnologias e o segundo
refere-se àquelas que incorporaram ou ainda vivem esse processo no meio digital.

Prensky elaborou esses conceitos com base na inserção das novas tecnolo-
gias e dos novos hábitos de sobrevivência no mundo digital. É possível aplicar os
conceitos de Prensky à educação a distância, ou seja, definir aprendizes nativos
e imigrantes, um que já desenvolveu habilidades e competências para estudar a
distância e o outro que ainda está em adaptação.

Na EAD, a realidade do aprendiz exige reflexões para entender as maneiras de


se promover e valorizar a capacidade de autoaprendizagem e disciplina, como
se automotivar, como estabelecer relações entre aquilo que se aprende e aquilo
que se vive, como aproveitar melhor o tempo, como trabalhar as resistências
pessoais, superar preconceitos e tantas outras particularidades.

On-line

Em 1981, o Western Behavioral Sciences Institute (WBSI) criou a School


of Management and Strategic Studies (SMSS) e essa escola empregou, pela
primeira vez no mundo, um programa de educação a distância on-line.

Para pensar
Durante dois anos, o programa on-line da WBSI reuniu executivos de 26
países. A cada seis meses, uma reunião presencial era realizada.

A seguir, apresentamos algumas características do curso e da metodologia


aplicada.

 Discussões temáticas mensais por e-mail.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

 Abordagem de assuntos como globalismo e interdependência; corpora-


ções e governo; tecnologia e gestão da mudança; meio ambiente, capital e
produtividade; organização e recursos humanos; gestão, filosofia e ética.

 Comentários intercalados, modelo assíncrono (isto é, modelo sem sincro-


nia, sem intervalos regulares).

 A participação dos membros acontecia em casa ou no escritório.

Além disso, não havia relato de experiências anteriores; não se sabia em que
periodicidade atender ao aluno, nem como atendê-lo; não havia previsão de
posturas e comportamentos dos membros (desistência, desinteresse, silêncio
ou insatisfação); não havia recursos como os que temos hoje (conexão rápida,
ferramentas dinâmicas, imagens dinâmicas, MP4 etc.), a aprendizagem funda-
mentava-se puramente nas discussões.

Conclusão: mesmo em uma experiência inédita, a escola não somente de-


monstrou ter atingido os objetivos educacionais como também criou uma co-
munidade, uma rede de comunicação. Conseguiu reunir resultados e impressões
dos participantes em relatos de experiências de aprendizagem de alto nível, e
também identificou alto nível de satisfação entre os membros, o que justifica o
aumento no número de participantes: novas turmas tiveram de ser formadas e a
procura foi tanta que por fim a experiência durou dez anos.

Conhecendo parte da experiência da WBSI e um pouco mais da história da


educação a distância, o que você, aprendiz, considera necessário para o seu
aproveitamento nos estudos? Existe algo que precisa ser melhorado? No seu
ambiente de curso a distância, existe algo que você considera um desafio a su-
perar? Qual é o seu desafio na EAD?

Texto complementar

A sociedade da aprendizagem e o desafio


de converter informação em conhecimento
(POZO, 2009)

Nossa sociedade vive momentos paradoxais do ponto de vista da aprendi-


zagem. Por um lado, há cada vez mais pessoas com dificuldades para apren-

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

der aquilo que a sociedade exige delas, o que, em termos educacionais, cos-
tuma ser interpretado como um crescente fracasso escolar. [...] Quem nunca
se deparou com estatísticas preocupantes sobre os baixos índices de leitura
e de aprendizagem dos alunos? Contudo, [...] o tempo dedicado a aprender
estende-se [...] na história pessoal e social, ampliando a educação obrigató-
ria, impondo uma aprendizagem ao longo de toda a vida [...].

Nunca houve tantas pessoas aprendendo tantas coisas ao mesmo tempo


como em nossa sociedade atual. De fato, podemos concebê-la como uma
sociedade da aprendizagem, uma sociedade na qual aprender constitui não
apenas uma exigência social crescente [...]. Além disso, essas demandas cres-
centes de aprendizagem produzem-se no contexto de uma suposta socie-
dade do conhecimento, que não apenas exige que mais pessoas aprendam
cada vez mais coisas, mas que as aprendam de outra maneira, no âmbito de
uma nova cultura da aprendizagem, de uma nova forma de conceber e gerir
o conhecimento, seja da perspectiva cognitiva ou social.

A nova cultura da aprendizagem:


da informação ao conhecimento
[...] conhecer as características que definem essas novas formas de apren-
der é não apenas um requisito para podermos adaptar-nos a elas, crian-
do novos espaços instrucionais que respondam a essas demandas, como
também uma exigência para podermos desenvolvê-las, aprofundá-las e, em
última análise, através delas, ajudar a transformar essa sociedade do conhe-
cimento, da qual supostamente fazemos parte. Se realmente acreditamos
que é possível um outro mundo – e temos de acreditar nisso para desejá-lo
– é preciso investir no conhecimento e, seguramente, na aprendizagem.

Enquanto a imprensa tornou possíveis novas formas de ler, as quais, sem


dúvida, mudaram a cultura da aprendizagem, as tecnologias da informação
estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento, que
estamos apenas começando a vislumbrar, mas que, seguramente, tornam
necessárias novas formas de alfabetização (literária, gráfica, informática,
científica etc.). Elas estão criando uma nova cultura da aprendizagem [...]
Hoje, qualquer pessoa informaticamente alfabetizada pode criar sua própria
página web e divulgar suas ideias [...].

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

No entanto, para desvendar esse conhecimento, [...] exigem-se maiores


capacidades ou competências cognitivas dos leitores dessas novas fontes de
informação, cujo principal veículo continua sendo a palavra escrita, embora
não seja mais impressa. Mas – aviso aos navegantes! – não se trata apenas
de aprender a navegar pela internet para não “naufragar” de vez; é preciso
considerar também que a construção do próprio olhar ou da leitura crítica
de uma informação tão desorganizada e difusa requer do leitor ou do nave-
gante novas competências cognitivas.

Graças a essas novas tecnologias da informação, a escola, em nossa socie-


dade, já não é a primeira fonte de conhecimento para os alunos e, às vezes,
nem mesmo a principal, em muitos âmbitos. [...] a escola já não pode propor-
cionar toda a informação relevante, porque esta é muito mais volátil e flexível
[...], o que se pode fazer é formar os alunos para terem acesso e darem sen-
tido à informação, proporcionando-lhes capacidades de aprendizagem que
lhes permitam uma assimilação crítica da informação. Formar cidadãos para
uma sociedade aberta e democrática, [...] e, mais ainda, formá-los para abrir e
democratizar a sociedade requer dotá-los de capacidades de aprendizagem,
de modos de pensamento que lhes permitam utilizar estrategicamente a in-
formação que recebem, para que possam converter essa informação – que
flui de maneira caótica em muitos espaços sociais – em conhecimento ver-
dadeiro, em um saber ordenado. [...]

Como consequência dessa multiplicação informativa, [...] experimenta-


mos uma crescente incerteza intelectual e pessoal. [...] Vivemos na era da
incerteza, na qual, mais do que aprender verdades estabelecidas e indiscu-
tíveis, é necessário aprender a conviver com a diversidade de perspectivas,
[...] com a existência de múltiplas interpretações de toda informação, para
construir, a partir delas, o próprio juízo ou ponto de vista. [...] Não cabe mais
à educação proporcionar aos alunos conhecimentos como se fossem verda-
des acabadas; ao contrário, ela deve ajudá-los a construir seu próprio ponto
de vista, sua verdade particular a partir de tantas verdades parciais. [...]

[...] No ritmo da mudança tecnológica e científica em que vivemos, nin-


guém pode prever quais os conhecimentos específicos que os cidadãos pre-
cisarão dominar dentro de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas
sociais que lhes sejam colocadas. O sistema educacional não pode formar
especificamente para cada uma dessas necessidades; porém, pode formar
os futuros cidadãos para que sejam aprendizes mais flexíveis, eficazes e au-

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

tônomos, dotando-os de estratégias de aprendizagem adequadas, fazen-


do deles pessoas capazes de enfrentar novas e imprevisíveis demandas de
aprendizagem.

O ensino de novas competências


para a gestão do conhecimento
Uma das metas essenciais da educação, [...] seria, portanto, fomentar nos
alunos capacidades de gestão do conhecimento ou [...] gestão metacogniti-
va [...], esse é o único meio de ajudá-los a enfrentar as tarefas e os desafios
que os aguardam na sociedade do conhecimento. Além de muitas outras
competências interpessoais, afetivas e sociais [...] a nova cultura da aprendi-
zagem requer [...]

 competências para a aquisição de informação;

 competências para a interpretação da informação;

 competências para a análise da informação;

 competências para a compreensão da informação;

 competências para a comunicação da informação.

[...] Por isso, a nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de


aluno e de professor, exige novas funções discentes e docentes, as quais só
se tornarão possíveis se houver uma mudança de mentalidade, uma mudan-
ça nas concepções profundamente arraigadas de uns e de outros sobre a
aprendizagem e o ensino para encarar essa nova cultura da aprendizagem.

[...] Nesse sentido, o valor crescente do conhecimento, assim como sua


gestão social em nossa sociedade, deveria revalorizar a importância dos
processos de aprendizagem ou de aquisição de conhecimento, já que cons-
tituem uma das ferramentas mais poderosas para essas novas formas de
gestão social do conhecimento. [...] Em suma, na sociedade da aprendiza-
gem, converter esses sistemas culturais de representação em instrumentos
de conhecimento – fazer um uso epistêmico deles – requer apropriar-se de
novas formas de aprender e de relacionar-se com o conhecimento. Esse é um
dos maiores desafios a ser enfrentados por nossos sistemas educacionais nas
próximas décadas.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

Dica de estudo
Acompanhe as informações sobre o crescimento da Educação a Distância no
Brasil no Censo 2013 da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância).

Dados nacionais organizados por diferentes categorias, quanto aos seguintes


aspectos:

 instituições;

 metodologias;

 tecnologias;

 cursos;

 expansão geográfica etc.

Acesse: <www.abed.org.br/censoead2013/
CENSO_EAD_2013_PORTUGUES.pdf>.

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Teorias e processos de aprendizagem:
conhecendo e identificando
maneiras de se aprender
Aprender a aprender é fundamental para que se conquiste a autonomia.

Grosbaum

O que você aprendeu hoje? – se lhe fizessem essa pergunta, como


você reagiria? Certamente faria uma pausa para pensar. Razão disso?
Intuitivamente, sabemos o que é aprender e na maturidade, quando os
processos mais complexos já foram apreendidos, o processo torna-se tão
diluído nas práticas diárias que sequer nos damos conta de que aprende-
mos a todo instante.

O que é aprender
Com o passar do tempo e a adoção de uma rotina e de um estilo de
vida agitado, a aprendizagem se torna quase que automatizada e despro-
vida de “fortes emoções”. Muitas tarefas são realizadas automaticamente.
Com o avanço das tecnologias e a velocidade com que a informação e a
comunicação se processam atualmente, o reconhecimento da aprendiza-
gem está diluído no cotidiano. E todo esse contexto impulsiona o homem
à mudança, ou seja, a uma nova postura no que se refere à aquisição de
conhecimento.

Aprender significa adquirir conhecimento, instruir-se, adquirir habilida-


de prática e compreensão: “aprender é um processo que se dá no decorrer
da vida, permitindo-nos adquirir algo novo em qualquer idade” (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2003, p. 115). Sendo assim, o homem vive em cons-
tante aprendizagem, aprende com as descobertas, com o resultado de
experiências (erros e acertos) e também aprende pelo ensino, pela obser-
vação, pela utilização de recursos tecnológicos etc.

Para Gibson, Ivancevivh e Donnelly,


a aprendizagem acontece quando provocamos uma mudança de comportamento
relativamente estável, resultante da prática. A expressão relativamente estável quer
dizer mudança comportamental mais ou menos permanente. O termo prática
pretende significar o treinamento formal e as experiências que escapam ao controle.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

[...] O processo da aprendizagem não pode ser observado diretamente, deve ser inferido a
partir das mudanças comportamentais. (GIBSON; IVANCEVIVH; DONNELLY, 1998, p. 115)

Essas mudanças comportamentais são conduzidas a partir das predisposi-


ções biológicas e psicológicas que influenciam a aprendizagem e, além desses
fatores, temos ainda o contexto no qual está inserido o sujeito.

Para que você estuda?

PARA TIRAR BOAS NOTAS PARA APRENDER

Não adquire valores Adquire valores

Não aprende a questionar Questionamento crítico e criativo

Não constrói Capacidade de construir

Torna-se passivo Torna-se criativo

Torna-se objeto Torna-se sujeito

ALIENAÇÃO TRANSFORMAÇÃO

Como se aprende
A aprendizagem ocorre na dimensão individual do sujeito, processa-se a
partir da classificação que damos aos objetos, às situações, às experiências. Ela
ocorre como resultado da interação de processos internos com o mundo exte-
rior por meio de estímulos visuais ou auditivos. Embora a aprendizagem ocorra
em uma dimensão particular, ela é produto de uma interação.

Inúmeras foram as experiências desenvolvidas com o intuito de decifrar o


modo como se processa a aprendizagem e diversos são os princípios que ex-

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

plicam o processo da aprendizagem. Esses princípios têm a sua importância,


porém eles não são nosso propósito no curso. Nessa etapa, principalmente, o
importante é identificar e reconhecer que existem diferenças no aprendizado.
De modo a simplificar os estudos experimentais e suas leis, dentre tantas experi-
ências relevantes, são utilizadas duas orientações para explicar a aprendizagem,
uma reunião de ideias que facilitam a compreensão desse processo: a teoria do
condicionamento e a teoria cognitiva.

Teorias da aprendizagem:
condicionamento e teoria cognitiva
A teoria do condicionamento considera que a aprendizagem é consequência
do comportamento. Os behavioristas ou comportamentalistas, como são chama-
dos os teóricos dessa linha de pensamento, argumentam que aprendemos pra-
ticando, aprendemos quando criamos o hábito.

Já a teoria cognitiva define que a aprendizagem é resultado da interação do


sujeito com o mundo exterior. Os cognitivistas, como são chamados, defendem
que o aprendizado é resultado da abstração de nossas vivências: aprende-se re-
lacionando ideias e conceitos.

Observe o quadro comparativo das duas teorias.

Teorias da Aprendizagem
Aprendizagem
Condicionamento Cognitiva
Como a aprendizagem Aprender é um hábito, Aprender é resultado de uma
se processa? aprende-se praticando. relação entre ideias e concei-
tos. Aprende-se abstraindo o
que já foi experimentado.

Como a aprendizagem Pela repetição. Pelos processos cerebrais


se conserva? centrais, como atenção e
memória.

Como ela é aplicada Pela percepção de seme- Por meio de uma compreen-
às novas situações? lhanças e aplicação dos são interna, pela reflexão, pela
hábitos passados. abstração.

Apesar das experiências de comprovação científica e dos confrontos dedu-


tivos e ideológicos entre os defensores de cada modelo, não há como assumir
uma única teoria como verdadeira.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

A partir desses dois eixos principais (comportamentalismo e cognitivismo),


novas abordagens foram estruturadas com pequenas adaptações.

Entre os principais representantes no grupo dos comportamentalistas estão


Ivan Pavlov (1849-1936), Edward.L. Thorndike (1874-1949), John B. Watson (1878-
1958) e B. F. Skinner (1904-1990).

Entre os cognitivistas, William James (1842-1910), Jean Piaget (1896-1980),


David Ausubel (1918-) e L. S. Vygotsky (1896-1934).

Na proposta dos cognitivistas, o processo de organização das informações


e da interação pode ser definido de duas maneiras: aprendizagem mecânica e
aprendizagem significativa (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2003).

A aprendizagem mecânica é arbitrária e a partir de uma interação não ocor-


rem associações com conceitos já existentes. É o que acontece quando se decora
um texto: embora seja possível reproduzir o conteúdo, não é possível compre-
endê-lo nem fixá-lo por muito tempo.

Na aprendizagem significativa, acontece o contrário, pois recebida uma in-


formação há uma tendência para reunir e relacionar conceitos já existentes em
busca da compreensão e assimilação de um conteúdo. A proposta do nosso
curso é um exemplo de aprendizagem significativa – partindo do reconheci-
mento de suas habilidades, você poderá relacioná-las e transformá-las em um
modelo de estudo que atenda às suas necessidades.

Uma visão bastante interessante e que vem sendo bastante discutida no


âmbito da EAD é a abordagem humanista. Para os humanistas, o indivíduo é con-
siderado em sua totalidade. Os pesquisadores dessa tendência não buscam ex-
plicações segundo leis universais e absolutas. Antes, consideram aspectos como
percepção, motivação, objetivos de vida, criatividade, solidão e autorrealização,
defendendo que o aluno é capaz de se autoconduzir diante de um ambiente
propício e de um acompanhamento que valorize os aspectos citados anterior-
mente. E ainda, valorizando o processo de interação, eles “enfatizam o individual,
o excepcional, o diferente e as diferenças e o imprevisível” (PINEL, 2007 p.50).

Entre os representantes desse humanismo estão John Dewey (1859-1952),


Maria Montessori (1870-1952), Abraham Maslow (1908-1970) e Carl Rogers
(1902-1987).

Depois conhecer um pouco os dois principais eixos que orientam as teorias


da aprendizagem, vamos conhecer como esses conceitos funcionam na EAD.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

A aprendizagem na EAD
O novo perfil da sociedade do conhecimento influenciou inclusive a maneira
pela qual percebemos e aprendemos. Em uma sociedade em que a informação e
as tecnologias estão diretamente relacionadas ao estilo de vida, o trabalho e as re-
lações entre as pessoas, a aprendizagem também é afetada. Entender como esses
processos ocorrem e como os recursos tecnológicos são utilizados individualmen-
te pode contribuir para identificar os estilos de aprendizagem de cada um.

Reconhecer diferenças e estilos particulares, potencializando esses estilos e


identificando necessidades específicas, pode contribuir para o aproveitamento
da aprendizagem em EAD. O modo de reconhecer a informação delineia o pro-
cesso pelo qual identificamos os estilos de aprendizagem, reconhecendo aspec-
tos que definem as formas de aprender.

Em EAD, o aprendiz está imerso em uma realidade muito diferente daquela


do modelo presencial. Essa realidade inclui referenciais do processo de informa-
ção e comunicação, das tecnologias, do ambiente virtual e suas nuances. Outro
fator são os estímulos visuais e auditivos, que influenciam a aprendizagem. É
desse conjunto que se formam as condições para aprendermos em EAD.

Nesse contexto, localizam-se fatores como a valorização, a identificação de


interesses e afinidades na aprendizagem. Ou seja, a maneira como você, aluno,
sente-se estimulado, motivado e interessado. Nem sempre estabelecemos essa
relação de afinidade em todas as disciplinas, porém somos capazes de defi-
nir a melhor maneira de se aprender e aproveitar o conteúdo, bastando inter-
-relacioná-lo.

À medida que você reconhece os aspectos que permeiam a sua forma de


aprender, fica mais fácil e mais prático reconhecer os recursos que melhor se
adaptam ao seu perfil – um texto, uma imagem estática ou animada, um som, ou
mesmo esse conjunto todo. Os recursos são diversos e esses fatores funcionarão
de acordo com a sua maneira de perceber, assimilar e interpretar.

Mais uma vez estamos em constante adaptação, porque todo o aparato tec-
nológico e a infinidade de recursos nos fazem pensar de maneira diferente. A
cada momento experimentamos uma nova tecnologia, recebemos informações,
percebemos... Se os estímulos do modelo presencial vinham de livros, apostilas
e longos discursos do professor, a educação a distância amplia as possibilidades.
E isso se relaciona com o fator cultural, com novos hábitos e novos comporta-
mentos que vão se adaptando e se transformando.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

A cada ano, os veículos de comunicação informam sobre o crescente uso da


rede de computadores. Em 2009, o Brasil ocupou o primeiro lugar no ranking
dos países em que as pessoas passam mais tempo navegando na internet, na
frente de países como Reino Unido, Japão e França. Resta saber se a internet é
bem utilizada e se todo esse tempo de navegação não representa, na verdade,
um barco à deriva. Mesmo que a internet tenha se incorporado às necessidades
diárias, é preciso desenvolver competências para saber utilizá-la.

A partir dos elementos tecnológicos no âmbito educativo, a educação sofre


alterações e as pessoas tentam de alguma forma se adaptar ao processo. Há ainda
outros aspectos inseridos nesse contexto, fatores que integram as condições de
se aprender pela modalidade EAD e que ajudam a compreender como tudo isso
pode nos afetar, seja contribuindo para identificar fraquezas que precisam ser
transformadas ou mesmo potencializar habilidades e competências.

Aspectos psicossociais da aprendizagem


Além das teorias, da nova postura e do novo comportamento diante as novas
tecnologias, os aspectos psicossociais também exercem influência na aprendi-
zagem. Na educação a distância, esses aspectos são, basicamente, variantes do
modelo presencial, porém, claro, discutidas na qualidade distintiva fundamental
da EAD, ou seja, a distância. Vejamos algumas delas!

 As relações interpessoais – muitíssimo discutidas, são de considerável


importância para a EAD. Essa representatividade é explicada partindo-se
do pressuposto de que o homem, em sua natureza gregária, utiliza-se de
estímulos (um sorriso, um “sim”, movimentos físicos, intervenções como
“hum hum”, “entendo” etc.) para transmitir informação ou expressar a sua
opinião. E temos também os efeitos da relação entre facilitador e aprendi-
zes e entre os próprios aprendizes no sentido de promover a coerência e
a manutenção do grupo como unidade, assim proporcionando a aprendi-
zagem independente e colaborativa.

 A distância greográfico-temporal – dentre as abordagens que explicam o


processo de aprendizagem, a presença física é considerada primordial e
funciona como estímulo, independentemente das diferenças individuais.
No processo de ensino presencial, esses estímulos tornam-se precisos, uma
vez que o contato físico é muito mais frequente e próximo. Em EAD, o es-
paço greográfico-temporal ainda representa um desafio por significar uma
mudança e com ela a necessidade de adaptação.
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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

 A resistência à mudança – é natural ao homem a tendência de aceitar o


que lhe parece menos penoso. Transformar um padrão existente pode
significar uma ameaça. Mesmo o homem sendo adaptável, o processo de
mudança precisa ser ministrado com cautela, considerando-o como um
conjunto e respeitando as suas etapas: “É preciso desenvolver uma capa-
cidade contínua de adaptação e mudança.” (ROBBINS, 1999, p. 407)

Seja como for, partindo das diferenças entre os indivíduos seria incoerente
assumir que as contradições entre as modalidades de ensino possam influenciar
negativamente o processo de aprendizagem. Eis uma situação interessante!

Em um experimento realizado por W. P. Colquhoun e D. W. J. Corcoran em


1967 (conforme relatado em Reuchlin, 1979), um grupo de jovens foi submetido
a uma mesma atividade: localizar todos os eles de um texto. Em determinado
momento, essa atividade foi realizada individualmente e depois, em grupo. Ao
final, observou-se que o trabalho isolado favoreceu os introvertidos e desfavore-
ceu os extrovertidos. O inverso ocorreu no trabalho em grupo.

A partir desse exemplo, fica fácil entender que cada um tem um modo de
aprender, um processo individual e interno, por vezes desconhecido, e isso in-
fluencia a formação de habilidades e competências pessoais.

Estilos de aprendizagem
Os diferentes estilos de aprendizagem partem da premissa de que cada indi-
víduo tem um ritmo próprio e um modo específico para aprender. O processo de
aprendizagem está associado, portanto, às características individuais e às influ-
ências recebidas. Entre as diferenças individuais estão o temperamento, o modo
de percepção ou a maneira de aprender que cada um utiliza. Entre os fatores de
influência, podemos citar uma situação momentânea vivenciada pelo indivíduo
ou um recurso tecnológico.

Reconhecer o seu estilo de aprendizagem é fundamental para definir uma


estratégia eficaz de aprendizagem, considerando competências e habilidades
individuais, tendências que influenciem a maneira de aprender. Diversos autores
teorizaram a questão dos estilos de aprendizagem. É importante destacar que
há distintos ramos de abordagem. Alguns estudos se aprofundaram no objeto
que define a maneira como cada pessoa pensa e responde às informações que
recebe. Outros estudos reuniram informações que explicam os recursos que
uma pessoa utiliza para aprender.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

Focalizando a maneira ou os recursos, os estudos deram ênfase à distinção de


três aspectos na aprendizagem: estilo, habilidade e estratégia.

Entende-se por estilo um modo particular de realizar ou executar, tendências,


maneiras de se exprimir, gostos, modos de comportamento.

Habilidade quer dizer qualidade, aptidão, capacidade inata para algo.

E por estratégia se entende a aplicação eficaz dos recursos de aprendizagem.

Como descrevem Okada, Barros e Santos, “estilos de aprendizagem não são


a mesma coisa que estilos cognitivos e nem tampouco o mesmo que inteligên-
cias múltiplas. São teorias e conceitos diferentes que se relacionam” (OKADA;
BARROS; SANTOS, 2009). Contudo, vale destacar pelo menos uma teoria de
cada um dos eixos importantes que alimentaram as pesquisas sobre estilos de
aprendizagem.

Felder (2008) define cinco oposições em estilos de aprendizagem baseadas


em habilidades e preferências individuais: ativo/reflexivo, sensorial/intuitivo,
visual/verbal, sequencial/global e intuitivo/dedutivo.

 Ativo e reflexivo – diz respeito à maneira como algumas pessoas proces-


sam as informações. No caso dos ativos, a informação é processada à me-
dida que se realiza a tarefa, os ativos aprendem fazendo. Já os reflexivos
processam a informação conduzida pela reflexão e pela observação inten-
sa, evitando a precipitação de juízos e a imprudência. Os reflexivos apren-
dem reservando um tempo para pensar antes de executar. Normalmente,
os ativos utilizam recursos como fichas digitais e escritas, anotações, re-
sumos, realização de baterias de exercícios, repetições, mapas mentais e
esquemas gráficos, por exemplo. Os reflexivos preferem a leitura e a refle-
xão, são do tipo que quase nunca toma nota e preferem prestar atenção e
estabelecer conexões com outras informações.

 Sensorial e intuitivo – aqui se caracteriza a maneira como algumas pessoas


percebem a informação. Os sensoriais captam a informação principalmen-
te por sentidos como a visão, a audição e o tato. Os sensoriais operam com
habilidades como memória, reflexão e imaginação para adquirir a infor-
mação e formar ideia a respeito de algo. Os sensoriais utilizam a estratégia
da observação e da atenção, procuram sentir e capturar a informação, nor-
malmente estabelecendo uma relação entre a característica do que sentiu
e a informação recebida. Os sensoriais visuais observam as expressões de
quem passa a informação, já os auditivos observam a entonação da voz e

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

os sensoriais que utilizam o tato observam características como textura,


sensações de frio e calor no momento em que recebem a informação. Os
intuitivos se parecem com aqueles do tipo reflexivo, preferem a leitura e o
pensamento, preferem usar a sensibilidade para entender: primeiro sen-
tem o espaço e o tempo, a realidade subjetiva, e então utilizam os senti-
dos como fazem os sensoriais.

 Visual e verbal – representam o modo de captar a informação. Para o visu-


al, isso se dá preferencialmente a partir de imagens como figuras, gráficos
e esquemas, enquanto para os verbais a informação é obtida por meio
das palavras escritas ou faladas. O visual utiliza recursos semelhantes ao
estilo ativo, precisa ver e realizar a tarefa. Os verbais captam a informação
quando alguém fala, mas também podem aprender lendo em voz alta.

 Sequencial e global – modo como alguns indivíduos compreendem a in-


formação. Os sequenciais preferem a linearidade, com início, meio e fim.
Esse estilo compreende melhor quando reúne dados que explicam a ori-
gem, as influências recebidas e a situação atual. Os globais compreendem
melhor quando têm a noção do todo que constitui a informação, precisam
reunir muitos dados e diferentes pontos de vista. Ambos utilizam os mais
variados recursos – a escrita, a visualização, a repetição, a voz etc.

 Indutivo e dedutivo – representam a maneira como algumas pessoas


preferem organizar a informação. Os indutivos preferem iniciar com situ-
ações específicas e estabelecer relações com casos reconhecidos como
verdadeiros e só depois chegar às conclusões. Os dedutivos preferem co-
meçar com princípios e regras gerais e então deduzir as consequências e
as aplicações. Alguns indutivos utilizam a reflexão, outros utilizam recur-
sos da escrita ou esquemas. Os dedutivos organizam a informação pela
análise e o pensamento.

Outro conceito sobre estilos de aprendizagem é dado por Alonso e Gallego


(2002), que definiram quatro estilos de aprendizagem baseados em experiências
passadas e vivências atuais de um sujeito: ativo, reflexivo, teórico e pragmático.

 O ativo aprende a partir da própria experiência.

 O reflexivo aprende analisando dados, números ou fatos, estudando, re-


fletindo e analisando.

 O teórico aprende considerando a fundamentação teórica, estruturando


todas as informações e concluindo a sua reflexão.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

 O pragmático aprendende testando, experimentando para ter certeza.

Agora já sabemos que estímulos e emoções influenciam a aprendizagem.


Com base nesses estímulos e emoções, especialistas em programação neurolin-
guística (PNL) trabalham com formas de percepção para definir estilos de apren-
dizagem. Para esses estudiosos, os sentidos auxiliam a maneira de aprender e
assim se classificam três formas de percepção das informações: visual, auditiva
e sinestésica. Podemos também lançar mão desses recursos para identificar a
maneira com melhor aprendemos. Acompanhe a seguir a apresentação das ca-
racterísticas de cada um dos estilos de aprendizagem, segundo a PNL.

Disponível em: <http://www.editoraferreira.com.br/publique/media/AU_01_jsilveira.pdf>.


Qual é seu estilo de aprendizagem
Apesar de o ser humano ter habilidade para aprender pelos sistemas auditivo, visual e cines-
tésico de maneira combinada, há pessoas que utilizam um deles de forma predominante.

VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO


Vendo, sendo capaz de fa- Ouvindo, sendo capaz de Fazendo ou executando,
Como
zer uma imagem imediata montar uma história com a sendo capaz de guiar-se
você
do que está recebendo informação que está rece- pela experiência motora.
aprende
como informação. bendo.
Estímulos visuais em de- Ruídos de fundo. Estímulos Estímulos conflitantes vi-
O que masia ou conflitantes. auditivos dados rapidamen- suais e/ou auditivos. Ser
distrai sua te para serem convertidos impedido de mover-se ou
atenção Grande número de infor-
mações recebidas. em informações auditivas. de fazer algo.

Tende a devanear quando Os olhos tendem a ficar fixos Pessoas que tendem a
está pensando. Pensa em quando estão pensando. olhar para baixo quando
Processamento
ritmo rápido. Seus pensamentos ocorrem estão pensando. Seus pen-
da informação
em uma velocidade mode- samentos ocorrem em rit-
rada. mo mais lento.
Verifica sempre o que está Ouve o que está sendo dito Mais focalizado em si, bas-
Como você acontecendo ao seu redor. a sua volta e não parece tante consciente do clima
interage com o consciente de modificações que o circunda. Não pare-
ambiente no plano visual. ce consciente de atividade
visual.
A percepção é global; per- Organizado, depende de in- Organização gradual,
cebe o todo e, se necessá- formações detalhadas e de criativa e divergente. Não
rio, decompõe em partes a instruções passo a passo. há modelos definidos e
Estilos de percepção inicial. estatísticos para aprendi-
organização É orientado pela linguagem.
zagem.
Repete para si o que deve
memorizar. Chega a conclusões dife-
rentes da maioria.

E mesmo com as diversas abordagens, é importante que o aluno entenda e


reúna essas informações e não as assuma como verdades absolutas, mas apenas
como indicadores para a identificação e a compreensão do seu próprio perfil de
aprendizagem. A EAD possibilita a oferta de inúmeros recursos didáticos que
contribuem para que o aluno amplie a sua gama de possibilidades de aprendi-
zado, sendo importante reconhecer suas particularidades e procurar a melhor
maneira de se aproveitar o conteúdo.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

Texto complementar

Saiba como aproveitar melhor


seu estilo de aprendizagem
(FOLHA DE S. PAULO, 2009)1

Apesar de o ser humano ter habilidade de aprender pelos sistemas auditivo,


visual e cinestésico (usa os sentidos relacionados ao movimento) de maneira
combinada, há pessoas que utilizam um deles de forma predominante.

Saiba reconhecer o seu estilo de aprendizagem e veja algumas dicas para


aproveitar melhor o estudo.

Visual
 Como você aprende: vendo, sendo capaz de fazer uma imagem ime-
diata do que está havendo como informação.

 O que distrai a sua atenção: estímulos visuais em demasia ou confli-


tantes; grande número de informações recebidas.

 Processamento de informação: tende a devanear quando está pen-


sando; pensa em ritmo rápido.

 Como você interage com o ambiente: verifica sempre o que está ao


seu redor.

 Estilos de organização: a percepção é global; percebe o todo e, se ne-


cessário, decompõe em partes a percepção inicial.

 Dicas:

 procure recursos visuais sobre as matérias estudadas;

 tente construir imagens mentais sobre o que estiver estudando;

 faça anotações, esquemas e desenhos;

 dê importância às leituras.
1
Com base no livro Processamento Auditivo: fundamentos e terapias, de Ana Maria Alvarez, Editora Lovise.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

Auditivo
 Como você aprende: ouvindo, sendo capaz de montar uma história
com a informação que está recebendo.

 O que distrai a sua atenção: ruídos de fundo; estímulos auditivos da-


dos rapidamente para serem convertidos em informações auditivas.

 Processamento de informação: os olhos tendem a ficar fixos quan-


do está pensando; seus pensamentos ocorrem em uma velocidade
moderada.

 Como você interage com o ambiente: ouve o que está sendo dito a sua
volta e não parece consciente das modificações no plano visual.

 Estilos de organização:

 organizado, depende de informações detalhadas e de instruções


passo a passo;

 é orientado pela linguagem;

 repete para si o que devem memorizar.

 Dicas:

 leia os textos em voz alta;

 fique atento a tudo o que é falado em aula;

 converse com os amigos sobre os conteúdos.

Cinestésico
 Como você aprende: fazendo ou executando, sendo capaz de guiar-se
pela experiência motora.

 O que distrai a sua atenção: estímulos conflitantes visuais e/ou auditi-


vos; ser impedido de mover-se ou de fazer algo.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

 Processamento de informação: pessoas que tendem a olhar para baixo


quando estão pensando; seus pensamentos ocorrem em ritmo mais
lento.

 Como você interage com o ambiente: mais focalizado em si, bastante


consciente do clima que o circunda; não parece consciente da ativida-
de visual.

 Estilos de organização:

 organização gradual, criativa e divergente;

 não há modelos definidos e estatísticos para a aprendizagem;

 chega a conclusões diferentes da maioria.

 Dicas:

 procure estudar mudando de posição de vez em quando;

 faça os exercícios e atividades de laboratório;

 escreva, fale, leia e faça gestos que achar que representem melhor
as informações estudadas.

Dicas de estudo
 Sobre estilos de aprendizagem, há um site específico, em espanhol, por-
tuguês e inglês:

<www.estilosdeaprendizaje.es>

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A autonomia

Os indivíduos possuem dentro de si mesmos amplos recursos para


a autocompreensão e para modificação de seus autoconceitos,
de suas atitudes e de seu comportamento autônomo.

Carl Rogers

O conceito de autonomia é analisado em diversos sentidos e aspectos.


Você já deve ter ouvido sobre autonomia relacionada a assuntos da polí-
tica, da filosofia, da pedagogia e até mesmo na psicologia e na economia.
A autonomia de que iremos tratar é a autonomia na aprendizagem apli-
cada à educação a distância, a autonomia como capacidade de se auto-
governar, como habilidade para estabelecer limites e definir critérios que
auxiliem no processo de aprendizagem em EAD.

A autonomia é concebida pelo pensamento filosófico, que fornece


a base de sua aplicação na educação. Na modernidade, Immanuel Kant
(1724–1804) foi o pensador que tratou da autonomia. Baseado nas ideias
de Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) sobre educação e o homem, Kant
tratou da questão da autonomia como possibilidade de o homem se li-
bertar das verdades e leis absolutas. Aplicada à educação, essa temática
introduziu a ideia do aluno como responsável pelo planejamento, pela
autodireção e pelo controle da sua própria aprendizagem.

O mesmo princípio foi seguido por Jean Piaget (1896-1980), que de-
fendia dois aspectos da autonomia na educação. O primeiro deles é rela-
cionado à autonomia moral baseada na importância de interpretar aspec-
tos e possibilidades que indiquem o caminho mais adequado, inclusive na
aprendizagem. E o segundo aspecto se relaciona com a autonomia inte-
lectual, como capacidade para desenvolver opiniões próprias.

Em educação, autonomia “significa a capacidade que o sujeito tem


de ‘tomar para si’ sua própria formação, seus objetivos e fins; isto é, tor-
nar-se sujeito e objeto de formação para si mesmo” (PINEAU apud PRETI,

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A autonomia

2000, p. 6). Essa capacidade de o sujeito “tomar para si” amplia o seu poder
como estudante e o conduz a uma inquietação do saber, à necessidade de
inter-relacionar conceitos, de experimentar, de buscar a compreensão e de
compartilhar o saber.

A autonomia rompe com o paradigma das respostas prontas, dos méto-


dos convencionais e da postura passiva. Aprende-se produzindo. Juan Igna-
cio Pozo afirma que “vivemos em uma sociedade da aprendizagem, na qual
aprender constitui uma exigência social crescente que conduz a um paradoxo:
cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de aprender”
(POZO, 2009).

Por sua vez, Paulo Freire (1997) aborda o conceito de autonomia como uma
capacidade do aprendiz para transformar o que lhe foi ensinado, construir e re-
construir. Sendo assim, tornar-se consciente do sentido da autonomia é o pri-
meiro passo para construí-la.

O aprendiz autônomo
Na aprendizagem, a autonomia começa em um processo de construção indi-
vidual, associando as dimensões cognitivas e afetivas do indivíduo, sendo que a
partir das relações e das interações ela produz seus efeitos para o social, para o
grupo. Esse efeito social inclui ainda o espaço virtual.

O aprendiz autônomo participa, colabora e interage com o grupo, permite


construir novos saberes, reconhece que precisa desenvolver e aprimorar ha-
bilidades e tomar decisões. O processo de interação no grupo torna-se muito
importante enquanto estratégia de aprendizagem porque aprendemos com o
outro, aprendemos com as interações no grupo. Por isso, conversas interativas
estimulam, motivam e facilitam o desenvolvimento da autonomia.

O aprendiz autônomo busca estabelecer a ligação e a sintonia com o grupo e


com os recursos midiáticos, reconhece que para aprender precisa exercitar, criar
hábitos e adotar comportamentos que o ajudem a alcançar os seus propósitos.
O aprendiz autônomo demonstra um forte interesse em ser aprendiz e por si só
é capaz de motivar-se.

O processo de motivação interna nasce do desejo de ser capaz, um desejo


de superar-se, de sentir prazer em descobrir o novo. Nesse processo estão pre-

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A autonomia

sentes sentimentos como apreço, aceitação e confiança em si e por aquele que


compartilha o mesmo espaço de interação.

Os níveis de autonomia variam de uma pessoa para outra. Há um vasto con-


junto de comportamentos possíveis no contexto da aprendizagem e do uso de
estratégias para desenvolver a autonomia. O aprendiz autônomo cria as suas
próprias estratégias e avalia seus comportamentos.

O comportamento do aprendiz
Na visão humanista, as pessoas são capazes de modificar atitudes e compor-
tamentos. Utilizando os seus próprios recursos, elas são capazes de criar, trans-
formar, direcionar, traçar metas, reconhecer desejos e expectativas. Esses recur-
sos formam um conjunto de atitudes que auxiliam a construção da autonomia
na aprendizagem.

Reconhecendo seus próprios estilos de aprendizagem, o aprendiz autônomo


consegue definir as melhores estratégias para aproveitar a transmissão e o pro-
cesso de aprendizagem. O aprendiz autônomo reconhece o prazer de aprender
e a sua liberdade para aprender e, sendo assim, adota uma postura que o leva
a alcançar tal objetivo. A memorização, a inferência, o planejamento, o controle
e a autoavaliação são estratégias essenciais e definem o comportamento para a
autonomia de qualquer aprendiz.

Oreste Pretti (2000) explora algumas dimensões que dão sentido ao processo
de autonomia.

 Uma é a dimensão ontológica, do sujeito em sua realidade, que precisa


impor a si a conquista da autonomia.

 A segunda é definida como dimensão política, que dá direção e sentido à


autonomia, define o que se pretende alcançar e onde se pretende chegar
desenvolvendo a autonomia.

 A terceira é a dimensão afetiva, que representa o envolvimento, a entrega,


a busca por transformar a aprendizagem em algo prazeroso por meio da
autonomia.

Outras dimensões dizem respeito à metodologia, nos aspectos tecnoinstru-


mental e operacional, apontando a identificação de ferramentas para perceber,
processar e organizar recursos de aprendizagem.

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A autonomia

Para Preti,
A construção da sua autonomia, enquanto estudante, deve se tornar um projeto seu pessoal
de vida e de trabalho. Tem que aprender por você mesmo! [...] Temos que romper com a
submissão, a dependência e trilhar seu próprio caminho da aprendizagem. A autonomia não
é discurso. É uma prática fundamentada num projeto de vida e de trabalho. (PRETI, 2002, p.
36-37)

Procure entender o motivo pela qual você estuda. Seja qual for a sua respos-
ta, tenha consciência de que o conhecimento tem um inestimável valor para a
vida. Procure aprender: somente assim você vai descobrir o prazer de aprender.
O aprendiz autônomo reconhece o prazer de aprender e a sua liberdade para
aprender e, sendo assim, adota uma postura que o leva a alcançar tal objetivo.

Dica de estudo
 RIBEIRO, Raimunda Maria da Cunha. O desenvolvimento da autonomia
no processo de aprendizagem em Educação a Distância.

Disponível em: <http://portalrevistas.ucb.br/index.php/


raead/article/view/2979/2233>.

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Melhorando o desempenho nos estudos

A beleza de ser um eterno aprendiz.

Gonzaguinha

Chegou a hora de praticar. Antes, porém, lembre-se de que o impor-


tante é que cada pessoa identifique em quais situações o seu desempe-
nho é melhor e quais recursos podem ser utilizados como ferramentas de
apoio à aprendizagem.

Para isso, é importante se observar!

Sugerimos algumas reflexões antes de se organizar para a nova fase


que se pretende iniciar nos estudos:

 Daqui para frente, como você gostaria de se comportar nos estudos?

 De que você precisa para atingir o resultado esperado?

 Quais recursos podem ser aproveitados?

 O que precisa ser modificado?

“A verdadeira aprendizagem só ocorre quando o indivíduo dominou in-


teiramente o assunto objeto do aprendizado, esse domínio leva-o a novas
atitudes e habilidades.” (CARVALHO, 1999, p.19-20). O que dá sentido à
aprendizagem completa é a aquisição e a inter-relação de ideias. Segun-
do Piaget, “o professor não ensina; ajuda o aluno a aprender” (apud LIMA,
2009). Desse modo, a aprendizagem passa a ser resultado do esforço do
indivíduo, os métodos e as técnicas de ensino sendo ferramentas para a
criação de um ambiente propício cujo resultado é a aprendizagem.

Esqueça o pouco tempo disponível, dedique-se a reconhecer os seus


pontos fortes, que precisam ser preservados, e os pontos fracos, que pre-
cisam ser transformados. É muito importante que você esteja consciente
do seu estilo de aprender, da maneira como você se sente mais à vontade
para aprender e de que recursos lhe chamam mais a atenção. Lembre-se
de que cada um tem um ritmo próprio.

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Melhorando o desempenho nos estudos

Autoavaliação
Já que estamos falando de ritmo, que tal montar um esquema e identificar
como você distribui as suas atividades diárias. Para cada dia da semana, como
você distribui as suas tarefas durante os três períodos do dia? Como você ocupa
o período da manhã? E a tarde? E a noite, o que você costuma fazer? Usando
esse recurso, você vai identificar os períodos livres ou aqueles que podem ser
modificados para que você aproveite melhor o tempo. Reflita sobre como você
utiliza seu tempo.

E o seu tempo de estudo? Como ele é aproveitado na sua rotina? No esquema


que acabou de montar, quantas vezes você registrou a tarefa estudo?

Talvez seja o momento de começar a entender como você estuda. Já parou


para pensar sobre os seus hábitos de estudo e os recursos que você utiliza?

Inventário de hábitos1
Algumas situações que o levarão a refletir sobre os seus hábitos de estudo.

Motivação para o estudo


 A propaganda na internet o distrai e você não consegue se concentrar.

 Enquanto estuda, você permanece conectado, acompanhando seus


amigos on-line.

 Você começa a estudar e facilmente se concentra no assunto.

 Enquanto estuda, você precisa se manter conectado para realizar pes-


quisas na internet.

 Você gosta de ler os resumos ou anotações que faz, independente-


mente da data da prova.

 Você não troca o horário de estudo se surgir uma oportunidade de


se divertir.

 Quando começa a estudar, você esquece a hora.

 Todo momento é uma oportunidade para você aprender.


1
Baseado em Inventário de hábitos de estudo, 2009.

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Melhorando o desempenho nos estudos

 Você acompanha se outros alunos estão on-line no ambiente virtual


de aprendizagem.

 A hora passa rapidamente enquanto você estuda e assim não conse-


gue concluir as tarefas.

 Enquanto faz pesquisas, um assunto diferente desperta a sua curiosi-


dade e você acaba fazendo pesquisas sobre pesquisas e perde o foco
principal.

 Quando recebe um material novo, você fica empolgado e curioso, pro-


curando conhecer o conteúdo ou pelo menos folhear esse material.

Ambiente de estudo
 Você gosta de estudar em local silencioso, de preferência reservado,
não gosta de ser interrompido.

 Você estuda deitado, faz leituras, ouve ou assiste vídeos sempre dei-
tado.

 Você prefere estudar bem acomodado, sentado, próximo de todo o


material, fazendo anotações enquanto lê/ouve/assiste.

 Pessoas circulando ou conversando perto não atrapalham quando


você estuda.

 Quando ouve uma música, você presta atenção na letra.

 Você consegue se concentrar no assunto enquanto alguém faz a nar-


ração.

 Você precisa estudar em local movimentado, sabendo quem chega e


quem sai, e isso não distrai sua atenção.

 Você sempre tem à mão papel, lápis ou caneta, procurando anotar as-
suntos que o interessam e sempre pesquisa sobre eles.

 Você consegue se perder na própria mesa de estudos.

 Seus arquivos no computador não estão bem organizados e às vezes


você leva um tempo para encontrar o material.

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Melhorando o desempenho nos estudos

Organização do tempo
 Antes de iniciar os estudos, você organiza seu tempo, faz uma lista de
atividades a cumprir.

 Você costuma montar um plano diário.

 Você monta um plano semanal e revisa no fim de semana, avaliando


se cumpriu todas as tarefas.

 Você cumpre com rigor as suas horas de estudo.

 Todo dia você estuda um pouco.

 Você deixa para estudar somente nos fins de semanas.

 Você estuda apenas quando é possível, quando não tem nada progra-
mado, resolve na hora.

 Embora programe os estudos, defina dias e horários, você não conse-


gue cumprir sua programação.

 Você não tem muita ideia do que terá que fazer durante o dia quando
se levanta, resolve na hora, dependendo do que aparece.

No ambiente virtual de aprendizagem (AVA)


 Você não toma nota, nem arquiva falas importantes do professor-tutor
ou de outros participantes.

 Você não participa das discussões no AVA.

 Você não presta atenção aos convites e recados que o professor-tutor


manda pelo AVA.

 Você não consegue direcionar a conversa para o assunto da aula, pre-


fere conversar sobre outros assuntos.

 Você gosta de compartilhar informações, textos, vídeos, recursos tec-


nológicos etc. com as pessoas do AVA, mas tem o cuidado de enviar
apenas conteúdo relacionado com o curso.

 Antes de buscar a informação, você consulta o professor-tutor.

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Melhorando o desempenho nos estudos

 Antes de consultar o professor-tutor, você pesquisa.

 Você costuma encontrar as respostas de que precisa fazendo pesqui-


sas e só recorre ao professor-tutor para confirmar se o caminho que
seguiu é correto.

 Você acessa o AVA apenas quando a atividade é obrigatória.

Organização pessoal
 Às vezes você não lembra onde anotou ou não consegue entender o
que escreveu.

 Você tem um caderno especial para as anotações.

 No seu computador, há uma lista das informações importantes que


funciona como um caderno virtual.

 Você sempre busca as anotações para revisar o conteúdo ou esclare-


cer uma dúvida.

 Embora faça anotações, você nunca consegue tempo para revisar ou


consultar.

 Provas o preocupam, você fica pensando que deveria ter estudado an-
tes, preparado um plano de estudo, aproveitado melhor o tempo.

 Quando começa a estudar um assunto, você vai até o fim, procura dei-
xar tudo muito claro.

Hábitos de leitura
 Você lê com facilidade na tela do computador.

 Sua leitura é mais prazerosa e completa quando tem o texto em mãos,


preferindo livros ou qualquer outro impresso.

 Em qualquer tipo de leitura, quando não entende determinada abor-


dagem, você salta partes do texto, não acompanhando a sequência de
início, meio e fim.

 Quando a leitura está chata ou não entende o conteúdo, você aban-


dona o material.

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Melhorando o desempenho nos estudos

 Quando a leitura está chata ou não entende o conteúdo, você procura


compreender o motivo disso e costuma pensar em alguma estratégia
que ajude a concluir a leitura e tirar proveito dela.

 Você não consegue se concentrar em leituras de conteúdo didático.

 Você faz leituras rápidas, passa os olhos rapidamente nos conteúdos a


serem trabalhados, lê rapidamente alguns parágrafos.

Atenção e memória
 Você acompanha seu calendário de estudos, sabe exatamente quais
os assuntos previstos para a prova presencial.

 Você fica desesperado, nunca sabe por onde começar os seus estudos.

 Você faz marcas inteligentes no texto como forma de estabelecer vín-


culo com o conteúdo.

 Quando lê um arquivo digital, você utiliza recursos como realce, muda


a cor da fonte, sublinha, registra comentários etc. para que a leitura
não se seja cansativa e para compreender melhor.

 Você faz desenhos e esquemas durante a leitura, montando um tipo


de resumo que ajuda a lembrar.

 Você procura resumir o capítulo em itens ou palavras-chave, faz anota-


ções nas margens do texto ou faz um resumo por capítulo.

 Enquanto lê, você articula, faz perguntas a si mesmo, para, reflete so-
bre algumas palavras, anota e continua a leitura.

 Você precisa estudar, mas anda cansado e mesmo assim procura ler
alguma coisa porque às vezes uma pequena insistência o ajuda a se
motivar.

 Você estuda com o rádio ou a TV ligada e percebe que isso distrai


porque interrompe a leitura para prestar atenção ao que acontece
do lado.

 Mesmo com horário marcado para algum compromisso, você con-


segue aproveitar o tempo e estudar, nem que seja apenas parte do
conteúdo.

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Melhorando o desempenho nos estudos

 Se tiver alguma outra coisa para fazer, você não consegue se concen-
trar nos estudos.

 Qualquer barulho o distrai.

 Quando termina a leitura ou estudo, você continua refletindo sobre o


conteúdo.

 Quando não entende o conteúdo, você recomeça a leitura sem desâ-


nimo, prestando mais atenção.

 Você não presta atenção em detalhes do texto.

 Enquanto estuda, você interrompe várias vezes, sai para comer, dá


uma volta, mas está atento ao tempo: as pausas o ajudam a pensar
melhor.

 Enquanto estuda, você interrompe várias vezes e por fim sente que
aproveita muito mal o tempo.

Independentemente do resultado, se positivo ou negativo, observe a intera-


ção dos princípios de aprendizagem aplicados ao treinamento. É isso que preci-
sa acontecer para que um novo hábito seja formado e consequentemente acon-
teça mudança de comportamento.

Aprendizagem Mudança de
comportamento
efetiva

Frequência Intensidade Adequação Continuidade

Formação de
hábitos

Note que, em um treinamento, a formação do hábito depende da frequência


que você adota nos estudos. Essa prática, aliada à intensidade, à adequação e à
continuidade, resulta na aprendizagem e esta, por sua vez, na mudança de com-

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Melhorando o desempenho nos estudos

portamento. A aprendizagem de que falamos aqui é a aprendizagem do novo


hábito, da nova postura que você pretende adotar nos estudos a distância.

De acordo com a avaliação dos seus hábitos de estudos, observe aquelas ca-
racterísticas que representam fraquezas que precisam ser modificadas e obser-
ve também os seus pontos fortes, os quais devem ser preservados como fonte
motivadora no seu processo de aprendizagem. Pretti (2001) sugere ao aluno
uma autoavaliação a respeito da existência de aspectos internos e externos que
podem ser controláveis de maneira a apoiar e facilitar o seu aprendizado.

Qualquer pessoa aprende melhor quando percebe o sentido daquilo que se


estuda, quando os objetivos de estudo lhe são claros e bem definidos, quando
se sente encorajada e animada a descobrir, quando consegue estabelecer asso-
ciações com a realidade em que vive e principalmente, por meio do autoconhe-
cimento, quando há compreensão da própria maneira de aprender.

Não guarde a sua reflexão mentalmente: registre tudo no papel ou em um


arquivo eletrônico, estabeleça um propósito, faça um contrato consigo mesmo.

A seguir, apresentamos algumas perguntas que podem ajudá-lo na auto-


avaliação.

Autoavaliação
 Para estudar, dependo que outra pessoa me motive? Por que ainda
não descobri formas de me automotivar?

 Estudar para mim é uma obrigação? Estudo para quê? Onde quero
chegar? O que preciso mudar para fazer do estudo uma atividade pra-
zerosa?

 Enquanto estudo, como reajo diante da descoberta? Quando descu-


bro, entendo determinado assunto ou consigo solucionar um proble-
ma confuso, vibro, sinto-me feliz, sorrio, manifesto alguma emoção?

 Sinto dificuldade para me concentrar e iniciar meus estudos?

 Enquanto navego na internet, que tipo de site eu costumo visitar? O


que procuro com esses acessos? O que aprendo com eles?

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Melhorando o desempenho nos estudos

 Como me organizo para verificar o meu e-mail? E quanto tempo reser-


vo para responder os meus e-mails?

 Aprendo melhor com atividades práticas? Preciso praticar para


aprender?

 Costumo reservar um tempo para refletir sobre a disciplina que estou


aprendendo? Prefiro a teoria?

 Memorizo melhor quando vejo e escrevo ou quando ouço e quando


leio em voz alta?

 Meu rendimento é melhor durante o dia ou à noite? O silêncio da ma-


drugada me ajuda a estudar?

 Preciso de silêncio absoluto para estudar ou consigo prestar atenção


independentemente do local em que estou?

 Só consigo estudar quando tenho muitas horas livres para me dedicar


ou consigo utilizar partes menores do tempo e depois reúno o conjun-
to de informações e as conecto sem prejuízo?

 Reservo diariamente um momento para o estudo, mesmo que seja um


período curto?

 Quando tenho uma ideia, preciso tomar nota para não esquecer?

As respostas a essas perguntas vão ajudá-lo a compreender o seu atual nível de


disciplina nos estudos. Com as respostas, você pode identificar hábitos positivos
e também aqueles hábitos que precisam ser modificados para que você oriente
a qualidade de desempenho que pretende para seus estudos a distância.

Lembre-se: a disciplina será uma importante aliada na sua trajetória de


aprendiz.

Segundo Herraiz (apud SENAI, 2002, p. 35), nossos sentidos recebem informa-
ções distribuídas, em média, da seguinte forma:

 83% pela visão;

 11% pela audição;

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Melhorando o desempenho nos estudos

 3,5% pelo olfato;

 1,5% pelo tato; e

 1% pelo paladar.

Em média, retemos 10% da informação pela leitura, 50% pelo que vemos e
ouvimos e 90% praticando.

Considerando alguma variação de pessoa para pessoa, entender como esses


processos de captação e retenção acontecem com você vai ajudá-lo a definir os
instrumentos e as estratégias mais adequadas para o seu estudo.

Preferências de estudos
e estratégias de aprendizagem
O importante é que cada pessoa identifique em quais situações o seu desem-
penho é melhor. Para isso, é importante observar!

Então, mãos à obra: faça uma experiência!

Durante uma semana, procure identificar as suas preferências de estudo e as


estratégias que costuma usar. Pode começar refletindo sobre as preferências e
estratégias usadas no ensino presencial. Depois, procure refletir sobre a sua pos-
tura em EAD. Em seguida, faça uma comparação entre os recursos que utiliza nas
duas metodologias de ensino. Essa comparação pode apresentar um resultado
bastante interessante e valioso para o novo conceito de aprendizagem que você
vai adotar daqui para frente.

Minhas preferências de estudo


No inventário de hábitos, você reservou um momento para refletir sobre
as suas atitudes na rotina de estudos. É provável que você tenha se reconhe-
cido em algumas daquelas situações. Para ajudá-lo a filtrar as suas preferên-
cias de estudo, anote as suas observações.

Observo que o meu rendimento é melhor quando estudo _____________

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Melhorando o desempenho nos estudos

Observo que meu rendimento é menor e parece que não me adaptei a


estudar com ________________________________________________________

Ainda não experimentei estudar desse jeito: __________________________

Em algumas situações, durante o dia, deixamos de utilizar o nosso tempo


de maneira eficiente. Assim, passe a observar como você aproveita o seu
tempo.

Note que em cada situação, cada momento do seu dia, você pode estudar
de uma maneira diferente. O importante é estudar com qualidade e isso
você pode alcançar combinando recursos, baseado nas suas preferências.
Depois, é só colocar em prática!

Veja como você pode aproveitar o tempo e identificar o melhor recurso


a ser utilizado.

Observe alguns exemplos.

Situação Ambiente Recursos


Pela manhã, no trajeto de casa Carro (se você utiliza esse Arquivos de áudio po-
para o trabalho, gasto 40 minu- meio de transporte) dem tocar no aparelho
tos. Como posso ocupar esse de som do carro.
tempo?
Ônibus (se você utiliza esse MP4 ou livros.
meio de transporte)
No trabalho, tenho duas horas Trabalho Leituras ou organização
de intervalo para o almoço. Com e revisão de conteúdos.
a refeição, gasto apenas 30 mi- Arquivos de MP4.
nutos desse tempo, e preciso de
30 minutos para um breve des- Se for possível, acesso a
canso. Ainda tenho uma hora. internet, uma visita rápi-
da ao AVA para saber o
que tem de novo.
Depois de um dia de trabalho, Noite Filme que o professor in-
estou cansado. Será que consigo dicou e tem relação com
fazer alguma coisa relacionada a aquilo que você estuda.
estudo? MP4 com o livro em mãos
também pode ser uma
alternativa.

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Melhorando o desempenho nos estudos

Agora é a sua vez! Você pode preencher o quadro aos poucos: sempre
que observar uma situação que poderia ser mais bem aproveitada, recor-
ra ao quadro e registre a sua observação.

Esqueça o pouco tempo disponível: apenas procure identificar a maneira


como utiliza seu tempo, que recursos prefere, como os utilizou recentemente.
Entenda como você está estudando hoje.

Para ajudar a identificar as suas preferências e definir as suas estratégias de


aprendizagem na educação a distância, vale analisar as questões a seguir.

 Onde prefere estudar?

 O que anda desviando a sua atenção?

 Como aproveita o seu tempo?

 Como usa o ambiente virtual?

 Prefere leitura, áudio ou vídeo?

 Participa do fórum de discussão e procura realizar atividades propostas,


entregando-as no tempo certo?

 Revisa a correção da sua atividade?

 Solicita apoio e procura esclarecer as dúvidas com o professor?

 Sente alguma dificuldade em expressar a sua dúvida ou compreender o


retorno do professor?

 Procura solucionar todas as dúvidas? Não deixa nada pendente?

 Respeita o cronograma proposto pelo curso?

 Costuma definir o que vai fazer antes de iniciar uma tarefa?

Você pode preferir estudar

 escrevendo, mesmo que seja copiando tudo (desde que esteja atento ao
assunto);

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Melhorando o desempenho nos estudos

 fazendo resumos;

 marcando o texto digital ou impresso;

 lendo na tela do computador;

 ouvindo;

 brincando ou jogando.

Agora que já definiu algumas de suas preferências, para desenhar um bom


plano de estudos você deve incluir estratégias de aprendizagem. Como não
existe apenas uma estratégia a ser adotada, vai reunir características da sua
preferência, avaliar o tempo disponível e como é a sua rotina (aquilo que você
já faz), vai considerar a maneira como pretende aproveitar o seu tempo, defi-
nir o percurso que pretende seguir e a forma como pretende adquirir o novo
comportamento.

As estratégias de aprendizagem representam ações que irão direcionar o seu


plano de estudos. Estratégia é uma maneira de explorar as condições favoráveis
visando à realização de uma meta ou objetivo, são recursos conscientes que o
aprendiz utiliza como forma de melhorar o seu desempenho. As estratégias de
aprendizagem podem envolver recursos que ampliam os canais de percepção,
as formas de compreensão e o processamento do conteúdo estudado, ajudan-
do, inclusive, a organizar o seu tempo e o seu programa de estudos.

Você pode utilizar estratégias como

 criar legendas e indicativos de atenção, dúvida, discordância, curiosidade;

 fazer perguntas a si mesmo e se comprometer em descobrir a resposta


explorando os recursos de que dispõe;

 usar fichas, controles de avanço e assimilação de conteúdo.

Ultimamente, temos usado muito mais os recursos tecnológicos na educa-


ção, na aprendizagem e nos estudos. Por exemplo, guardamos no computador
uma série de arquivos com textos, imagens, áudio e vídeo.

Na estante, escrivaninha ou prateleira, organizamos nossos livros, cadernos e


papéis em pastas e separadores.

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Melhorando o desempenho nos estudos

Quando precisamos de alguma fonte ou referência, ou quando precisamos


estudar, recorremos ao computador para acessar nossos arquivos ou conectar a
internet, recorremos às nossas estantes de livros ou buscamos outras maneiras,
como a visita a uma biblioteca.

O que nos faz lembrar que temos esses recursos é a nossa memória. Aprende-
mos que no computador ou nos livros estão as informações de que precisamos
para aquele momento. A memória guarda, por exemplo, que determinado autor
trabalhou o assunto da mudança de comportamento nos estudos e então você
se lembra de que tem um texto daquele autor e procura algum tipo de contato
para estudar o assunto ou até mesmo revisá-lo.

E em outras situações? Como você utiliza a sua memória? Como armaze-


na as novas informações? Quando você aprende, como estabelece conexões
com experiências que já viveu ou ouviu de alguém? Como você busca essas
informações?

As respostas a cada uma dessas perguntas podem indicar métodos estratégi-


cos de estudo que você já utiliza, mas nunca parou para pensar neles.

Retendo informações
Guardo as informações quando utilizo recursos como _________________

Algumas pessoas preferem o uso de anotações – escrevem as suas ideias,


fazem resumos, utilizam fichas, anotam palavras-chave, desenvolvem códigos,
frases ou novas palavras que permitem fazer associações.

Algumas pessoas criam imagens mentais.

Outras, preferem repetir em voz alta ou escrevendo.

Há pessoas que aprendem assistindo a filmes, lendo jornais, revistas.

Outras, utilizam recursos como a leitura dinâmica, que é um método de leitu-


ra rápida em que se garante o entedimento apesar da velocidade.

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Melhorando o desempenho nos estudos

Há pessoas que só conseguem ler materiais impressos e utilizam recursos


como canetas coloridas, fazem grifos, minianotações.

Outras, já desenvolveram o hábito de ler na tela do computador.

Há pessoas que observam os gestos de quem fala e criam associações para


aprender.

Há quem aprenda por meio de recursos virtuais como a participação em


grupos de discussão on-line, debatendo ideias e conhecendo opinioes em
chats, utilizando as ferramentas da internet, os livros digitais, as audioaulas e as
videoaulas.

Há pessoas que aprendem apenas prestando atenção.

Há quem utilize recursos como recompensa quando concluem um programa


de estudos e atinge os resultados que definiu.

Estratégias de organização
Você busca outras fontes, lê notícias, pesquisa sobre aquilo que está estudando?

Identifique as estratégias que melhor se adaptam à sua rotina e ao seu estilo


de aprendizagem, aplique essas estratégias ou crie suas próprias estratégias. Ex-
perimente a combinação de vários recursos estratégicos e avalie, busque reco-
nhecer aqueles aos quais você melhor se adaptou.

O que funciona para uma pessoa pode não funcionar tão bem para outra,
cada um tem o seu estilo e o seu ritmo próprio de aprendizagem. Mesmo assim,
procure compartilhar as suas experiências.

E é muito importante que você esteja consciente do seu estilo de aprender,


da maneira como se sente mais à vontade para aprender e de quais recursos
mais lhe chamam a atenção. Lembre-se de que cada um tem um ritmo próprio.
Aproveite aquele dia em que acordou inspirado e com a atenção redobrada.

Também é bom estar consciente de que nenhum estilo é absoluto. Os estilos


que apresentamos servem para indicar características e qualidades individuais
– a partir daí é possível reunir aquelas que mais parecem com você. Mais que os
nomes das teorias e as suas classificações, nessa fase o importante é identificar
as características para definir a melhor estratégia.

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Melhorando o desempenho nos estudos

Identificando-se com a característica do estilo de aprendizagem

Enquanto estudo, percebo


Teoria Estilos características desses estilos quando
utilizo os seguintes recursos
Ativo

Reflexivo

Sensorial

Intuitivo

Indutivo
Richard Felder
Dedutivo

Visual

Verbal

Sequencial

Global

Ativo

Reflexivo
Alonso e Gallego
Teórico

Pragmático

Visual

PNL Auditivo

Cinestésico

 Se você é do tipo que aprende fazendo, precisa de estímulo visual e


adapta-se melhor quando são fornecidos esquemas e gráficos, tenha em
mãos papel e caneta, crie seu próprio esquema – um texto complicado
pode se transformar em um esquema de fácil compreensão. Esse recurso
pode facilitar bastante na hora de revisar o conteúdo. Risque, rabisque,

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Melhorando o desempenho nos estudos

marque, seja no papel ou em arquivos virtuais. Prepare seus próprios resu-


mos. Acompanhe e controle o que está fazendo, organize fichas, controles
de avanço e de assimilação de conteúdo. Sinta-se à vontade para fazer os
ajustes necessários até que o novo comportamento seja apreendido.

 Se você tem um perfil ativo, participe dos fóruns e motive as pessoas a


participar, faça pesquisas na internet, compartilhe, troque informações.
Enquanto estuda ou pesquisa, converse com você mesmo, faça perguntas
como “Não entendi isso, o que quer dizer?” Registre suas novas ideias.

 Se você é do tipo que prefere analisar dados e gosta de refletir, mantenha-


-se informado, faça pesquisas na internet, colete informações, organize,
escreva sobre elas.

 Se você aprende melhor enquanto ouve alguém falar, não dispense um


arquivo de áudio, pesquise – na internet, você tem notícias, entrevistas
e debates em podcast (arquivo digital em geral com gravação em áudio
com pouco mais de um minuto). Aproveite para ouvir seus podcasts nos
momentos de folga.

E vale repetir: as características descritas nos estilos de aprendizagem servem


como indicadores para auxiliar na identificação da maneira como você recebe,
processa e retém a informação. Existem muitas combinações possíveis para de-
finir o seu perfil – nos exemplos anteriores, foram misturadas características de
diferentes estilos, percepções e habilidades.

Hoje você pode querer utilizar um recurso visual, logo mais pode optar pelo
auditivo. Ninguém é só visual ou só auditivo. Aproveite: a EAD permite que você
utilize diversos recursos, já que o importante é aprender!

Distribuição do tempo
Reunidas todas as suas qualidades e reconhecidas as características do seu
estilo de aprendizagem, é hora de organizar o tempo.

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Melhorando o desempenho nos estudos

A organização do tempo é uma estratégia de que todo mundo precisa (todo


mundo sabe que precisa) e que de alguma maneira todo mundo usa. Antes de
sair de casa, costumamos calcular o tempo para se arrumar, o tempo necessário
para chegar à escola ou ao trabalho, já temos no início do dia a previsão do ho-
rário do almoço, a necessidade de ir ao banco, ao médico ou ao supermercado e
tantas outras atividades. Mas essa organização, normalmente, precisa de ajustes.
No estudo acontece a mesma coisa, é preciso organizar o processo de estudar.

Mesmo que uma sugestão de cronograma seja oferecida, uma estratégia


para o bom desempenho nos estudos é adaptar o modelo em uma organização
particular. Isso é importante porque respeita o seu ritmo, as suas necessidades,
o seu estilo de aprendizagem – enfim, a sua rotina diária. Isso contribui para que
você defina a maneira como vai aplicar as suas estratégias de aprendizagem e a
utilização dos recursos midiáticos disponíveis.

Uma dica para se organizar é adotar a representação visual. Pode ser um es-
quema, um gráfico desenhado por você, uma lista de atividades com os tempos
determinados para cada tarefa, agendas, lembretes.

Controle o seu avanço no conteúdo estudado, compare com o seu plano de


estudos e observe se é necessário algum ajuste para concluir no tempo sugerido
por você mesmo. Aproveite para analisar se o seu planejamento adotou objeti-
vos e metas claras e realizáveis: não adianta nada se programar para estudar todo
o conteúdo de um curso em três dias ou às vésperas de uma prova presencial.

E não deixe de executar o ciclo de controle: planejar, desenvolver, controlar e


avaliar. Como você pode observar, para desenvolver um plano de estudos eficaz
é preciso conscientizar-se do seu papel de aprendiz, é necessário desenvolver o
autocontrole, pôr em prática a disciplina, procurar concentrar-se, monitorar os
hábitos que influenciam negativamente o seu processo de aprendizagem. É ne-
cessário desenvolver recursos próprios e estratégias de aprendizagem, reconhe-
cer estilos e preferências de estudo. Para desenvolver seu programa de estudos,
é preciso aprender a estudar, adotando uma postura autônoma.

Plano personalizado de estudos


A seguir, vai uma sugestão para o seu plano, um calendário do mês com
três linhas para cada dia, para se programar para cada período do dia (manhã,
tarde e noite).

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PLANEJAMENTO DE ESTUDOS – mês/ano
Anotações: 01 - DOMINGO
E-mails (20 min)
Fórum EAD (1 h)
Leitura (3h)
E-mails (15 min)
Leitura (3h)
Produzir texto (1h)

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LIVRE
02 - SEGUNDA 03 - TERÇA 04 - QUARTA 05 - QUINTA 06 – SEXTA 07 - SÁBADO 08 – DOMINGO

09- SEGUNDA 10 - TERÇA 11 - QUARTA 12 - QUINTA 13 – SEXTA 14 - SÁBADO 15 – DOMINGO

16 - SEGUNDA 17 - TERÇA 18 - QUARTA 19 - QUINTA 20 – SEXTA 21 - SÁBADO 22 – DOMINGO

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23 - SEGUNDA 24 - TERÇA 25 - QUARTA 26 - QUINTA 27 – SEXTA 28 - SÁBADO 29 – DOMINGO

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30 - SEGUNDA Outras anotações:

67
Melhorando o desempenho nos estudos

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Melhorando o desempenho nos estudos

Novo hábito ou novo aprendizado?


Depois de adequar os recursos pessoais e tecnológicos, experimentar, manter
a frequência regular para formar o hábito e adquirir a disciplina, você está prepa-
rado para a mudança, pronto para gerenciar o seu aprendizado autônomo.

Inicialmente, o resultado desse processo será a presença de um novo hábito,


uma mudança de comportamento. Quando você mantiver o verdadeiro domí-
nio sobre os seus hábitos, sobre as suas novas atitudes e habilidades adquiridas,
aí sim, você atingiu a verdadeira aprendizagem e desenvolveu a sua autonomia
nos estudos.

A aprendizagem é o resultado do esforço e da dedicação do indivíduo!

Estimule a sua nova atitude, crie o novo hábito, adote o novo comportamen-
to e adquira o novo aprendizado como mérito do seu esforço e dedicação.

Dica de estudo
 Vídeo Aluno em Educação a Distância - João Mattar. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=zkR0XK5YAAQ>.

 Vídeo Aprender a Aprender. Disponível em: <https://www.youtube.


com/watch?v=Pz4vQM_EmzI>

 Artigo Revista ABED 2014 - Educação a Distância e Paulo Freire - Celso


Vallin. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/_Brazi-
lian/2014/02_ead_paulo_freire_pt.pdf>.

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