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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO SALGADO – UNIVS

Psicologia

Relatório de Estágio Supervisionado

Aluno: Vitória Pereira Nunes

Nise: o coração da loucura


setembro / 2021
Vitória Pereira Nunes

Relatório de Estágio Supervisionado

Relatório apresentado como parte


do Estágio Supervisionado Obrigatório do
Curso de Psicologia
Professor Orientador:
Lucas Ledo

Nise: o coração da loucura


2021
1. INTRODUÇÃO

O professor nos apresentou o filme “Nise- o coração da loucura” com o intuito


de nos mostrar como funcionava os hospitais psiquiátricos antes da reforma
psiquiátrica, além de servir como complemento para conteúdo sobre a trajetória da
psicologia nas políticas de saúde. O filme relata a luta enfrentada pela psiquiatra Nise
da Silveira na ruptura do sistema manicomial existente na década de 1950. O filme se
passa no Centro Psiquiátrico Nacional Dom Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, que
era um ambiente hostil e agressivo. Por recursar usar os métodos de lobotomia e
eletrochoque, Nise é designada a ficar responsável pelo setor de terapia ocupacional
que na pratica não funcionava, portanto ela criou um ateliê de pintura e modelagem
com a cooperação de alguéns dos funcionários, com objetivo de que através da
liberdade de expressão criativa os pacientes pudessem restabelecer uma ligação com
a realidade. Trouxe também para os pacientes animais de estimação buscando
estimular o afeto e carinho. Atitudes essas que revolucionaram o tratamento dos
pacientes com esquizofrenia, trazendo métodos mais humanizados.

2. DESENVOLVIMENTO

Nise possibilitou que a sociedade despertasse da alienação da crueldade que


acontecia dentro dos hospitais psiquiátrico, atos desumanos que eram negligenciados
pelo poder público. Assim ela conseguiu derrubar muitos preconceitos sociais,
buscando dignidade e uma melhor qualidade de vida para seus pacientes,
considerando que o trabalho de forma coletiva seria uma alternativa viável para mudar
aquela realidade.
“Todo grupo funciona, de maneira mais ou menos intensa, na base da
idealização, da ilusão e da crença. A idealização (e não a doença do ideal) é o que dá
consistência, vigor e "aura" excepcional tanto ao projeto como aos membros do grupo
que o conduzem.” (Enriquez, 1997b)
Desta maneira os pacientes viam em Nise uma proteção e um carinho, pois
ela os olhava com amor antes de olha a doença.
C. Beukenkamp, que descreve o papel do terapeuta através de algumas
características como:
“Dá ao grupo o sentimento de ser seu pai protetor, (...), atinge a integração do
grupo recorrendo a analogias que permitem relacionar as sessões entre si, (...), tem
em mente um plano estrutural de crescimento do grupo, (...) adota uma atitude sempre
flexível e tolerante: acolhendo necessidades irreais e sentimentos hostis dos
pacientes de maneira a confrontá-los com sua própria imaturidade..., etc” (Pontalis,
1993, p. 251-252).
Com o ateliê de pintura e modelagem Nise ofereceu uma oportunidade para
seus pacientes de reintegração junto a suas famílias e também a sociedade, fazendo
com que pela arte eles conseguissem não só expor seu inconsciente, mas também se
acalmarem e passarem a conviver com mais harmonia naquele ambiente.

3. CONCLUSÃO

Por fim vale ressaltar a grande importância que Nise teve na luta
antimanicomial e na reforma psiquiátrica, ela fez com que se alcançasse diversas
possibilidades de tratamento com a perspectiva terapêutica, para os pacientes com
esquizofrenia, não sendo apenas a arteterapia, mas também outros tipos de terapias.
Assim sabendo que foi através da reforma psiquiátrica que houve a implementação
do psicólogo na saúde pública, e também no oficio da saúde coletiva, em busca de
acolher, de diferentes ângulos, a complexidade das demandas, atuando na
construção de vínculos entre os usuários e a equipe de saúde. Destaca-se que em
virtude desses fatos, hoje temos a inserção do psicólogo em diversas instâncias do
SUS, se dividindo em três níveis de atenção: primário, secundário e terciário.
Portanto é fundamental que os psicólogos em formação tenham o devido
conhecimento sobre como foi o processo para que a psicologia se implementasse na
saúde pública, e todos os movimentos que foram enfrentados para se ter a psicologia
nesta área hoje. Movimentos esses que permitiram que os psicólogos
desenvolvessem novas competências e habilidades para saúde mental, rompendo a
ideia do modelo de clinica baseada no atendimento individual para se incluir no campo
de trabalho em equipe.
4. REFERÊNCIAS

Andaló, C. S. de A. (2001). The Role of Group Coordinators. Psicologia USP, 12 (1),


135-152.
Sá MC 1999. O mal-estar nas organizações de saúde: planejamento e gestão como
problemas ou soluções? Revista Ciência & Saúde Coletiva 4 (2): 255-258.
FERREIRA NETO, João Leite. A atuação do psicólogo no SUS: análise de alguns
impasses. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 30, n. 2, p. 390-403, jun. 2010
Psicologia e saúde coletiva / Magda do Canto Zurba (organizadora). – Florianópolis :
Tribo da Ilha, 2011. 240 p.

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