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PARA UTILIZAÇÃO
DA PLANILHA
INSTRUÇÕES GERAIS
Metodologia da planilha
Foi utilizada a metodologia proposta no livro. O grande desafio ao se fa-
zer uma gestão econômico-financeira é trabalhar com relatórios que utilizam
o regime de caixa, considerando o que entra e sai efetivamente de dinheiro,
e outros que precisam levar em conta o regime de competência, como o DRE,
no qual os custos, as despesas e os produtos elaborados em uma determinada
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Obrigatoriedade de preenchimento
Quanto maior for o número de informações levantadas, mais precisos serão
os relatórios e indicadores emitidos pelas ferramentas gerenciais. No entanto,
algumas informações complementares do DRE e Balanço Patrimonial, que são
um pouco mais difíceis de mensurar, como o estoque de insumos e os insumos
utilizados e não pagos, por exemplo, quando não informadas, possivelmente
ocasionarão uma distorção no resultado, porém menor do que o impacto de não
possuir os controles gerenciais. Quanto aos custos implícitos, a depreciação é es-
sencial e há como ser auferida de forma simplificada, e o custo de oportunidade
é um ótimo indicador de eficiência que também pode ser alcançado facilmente.
Limite de lançamentos
Para que a planilha fosse simples e usual e que não houvesse travamentos
por sobrecarga de informações, na aba MOVIMENTO DE CAIXA foram pre-
vistos 15.993 lançamentos por safra, ou seja, aproximadamente 1.333 saídas/
entradas por mês. Esse número foi alcançado após alguns testes e simulações,
mostrando-se ideal para atender com qualidade negócios com faturamento re-
levante. Caso o produtor rural tenha uma movimentação maior, a saída é totali-
zar algumas receitas ou despesas em um único lançamento a fim de liberar linhas
para novos preenchimentos.
Instruções para utilização da planilha 3
Impressão de relatórios
Todas as abas da planilha estão configuradas para impressão. Atenção ape-
nas para a aba MOVIMENTO DE CAIXA, na qual são feitos os lançamentos
das entradas e saídas de dinheiro, que possui 16 mil linhas ativas. Existem fil-
tros de informações em cada coluna. Para que sejam impressas somente as
linhas onde existem informações preenchidas, esses filtros devem ser utili-
zados desmarcando as linhas “vazias”. Após a impressão, essas linhas vazias
devem ser habilitadas novamente para que seja possível continuar a digita-
ção dos lançamentos. Outra opção para que esse caixa não seja impresso com
excesso de páginas em branco é selecionar apenas as páginas que se deseja
imprimir, rejeitando as que não possuem informações.
CADASTRO
Nessa aba, serão preenchidas informações cadastrais que servirão de base
para as demais ferramentas de gestão.
NOME DO PRODUTOR/NEGÓCIO/FAZENDA – forma como o negócio é
conhecido, chamado. Nome do proprietário, família, fazenda etc. Ou seja, infor-
mação totalmente pessoal, será o nome que sairá nos relatórios impressos.
INFORMAÇÕES DA SAFRA
Ano safra: o ano safra nem sempre é igual ao ano civil, que vai de janeiro a
dezembro. O produtor é quem define o ano safra que utilizará e, geralmente,
acompanha o período da safra da principal cultura produzida. Como pode
iniciar em um ano e terminar em outro, é preciso, após a definição do ano
safra a ser utilizado, preencher o ano de início e do final.
Mês de início da safra: informando o mês em que a safra inicia, a planilha
projeta todos os meses da safra nas ferramentas de gestão e nos relatórios
por elas originados.
Forma de apuração da contribuição ao Funrural: informar se o recolhi-
mento da contribuição previdenciária se dá sobre o faturamento ou a folha
de empregados. Com essa informação, é possível prever no ORÇAMENTO
o gasto com o Funrural/Senar sobre as vendas. O dado é utilizado apenas no
orçamento por se tratar de projeção, visto que o número realizado pode ser
diferente, seja por alguma operação estar acobertada por isenção, liminar ou
até por mudança da forma de apuração dentro de um mesmo ano safra, se
este abranger dois anos civis.
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Dica importante
O plano de contas constante na planilha respeita o modelo do exemplo
prático das ferramentas de gestão do livro, mas pode ser livremente ade-
quado à realidade de cada produtor. No entanto, para otimizar a apresenta-
ção das ferramentas e relatórios, as contas podem ser todas alteradas, mas
não suprimidas ou adicionadas, ou seja, é importante não deixar nenhum
campo em branco no plano original, assim como não há a possibilidade de
acrescentar contas.
MOVIMENTO DE CAIXA
É praticamente um livro-caixa do produtor rural, em que são registradas to-
das as entradas e saídas de dinheiro. Nos casos em que há desconto de Funrural/
Senar na nota fiscal de venda, devem ser informados como ENTRADA o VALOR
BRUTO da nota e como SAÍDA o valor retido pelo adquirente a título de Funrural/
Senar. Como caixa entende-se todo pagamento e recebimento ocorrido via caixa
ou qualquer banco, desde que tenham relação com a atividade rural desempe-
nhada. Todas as movimentações devem constar aqui e serão transportadas para
o FLUXO DE CAIXA realizado e para o DRE.
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Dica importante
Cada coluna (data, tipo, documento, fornecedor ou cliente, conta, histó-
rico e valor) possui um botão de filtro no cabeçalho, ao lado de cada um
desses nomes. Utilizando esses filtros, pode-se organizar os lançamentos
por data, selecionar a movimentação apenas de um determinado período,
elencar todas as saídas ou todas as entradas, visualizar o que foi pago para
cada fornecedor, recebido de cada cliente ou, então, o movimento total
de determinada conta. Logo, saber operar tais filtros gera maiores possi-
bilidades de utilização, além de relatórios mais específicos para a gestão.
FLUXO DE CAIXA
O único campo a ser informado será o saldo inicial de caixa, que deverá
representar a quantidade de dinheiro disponível no início da safra, somados
todos os valores nos bancos, além do dinheiro em espécie constante no cai-
xa da fazenda. As demais informações serão importadas automaticamente do
ORÇAMENTO MENSAL (projetado) e do MOVIMENTO DE CAIXA (realiza-
do). Para melhor acompanhamento, há uma coluna com a variação entre o
que se projetou no ORÇAMENTO e o que realmente ocorreu em determinado
mês. Uma das melhores funções do FLUXO DE CAIXA é visualizar em que
momento haverá a necessidade de geração de caixa ou captação de emprés-
timos. Como os campos não podem ser preenchidos, uma forma de simular a
Instruções para utilização da planilha 7
Dica importante
Periodicamente, por exemplo, a cada final de mês e/ou encerramento de
safra, é pertinente filtrar, no MOVIMENTO DE CAIXA, na coluna “docu-
mento”, todos os lançamentos com a inscrição “SIMULAÇÃO”. Caso ainda
apareça algum lançamento do tipo, é possível apagá-lo para que as infor-
mações nos relatórios não sejam distorcidas.
DRE
A cada aba, menos informações vão sendo preenchidas, restando ape-
nas alguns dados complementares. No caso do DRE, esses complementos
são ajustes que se referem àquelas despesas que devem ser consideradas
no resultado econômico, mas que não saíram do caixa, portanto não foram
informadas no relatório MOVIMENTO DE CAIXA. O mesmo ocorre com os
produtos ainda não vendidos ou recebidos mas que representam receita ge-
rada na safra. São eles:
Valores a receber – safra atual: importada do BALANÇO PATRIMONIAL.
Precisam constar no DRE porque, apesar de não terem entrado no caixa
até o final da safra, são receitas de produtos elaborados com os custos e
despesas da safra que se está apurando o resultado. Se o desembolso para
a produção foi computado, logo, toda a receita, recebida ou não, deve ser
igualmente computada.
Produção em estoque – safra atual: também é importada do BALANÇO
PATRIMONIAL. Mesma premissa: o que foi produzido com os desembol-
sos de uma safra, mesmo que seja vendido futuramente, é receita da safra
em questão. Logo, ao final de cada safra, os estoques devem ser valorados
e acrescentados como receita no DRE, acompanhando os custos desem-
bolsados para sua produção.
Insumos aplicados e não pagos no decorrer da safra: devem ser preen-
chidos nesse campo os valores daqueles insumos comprados a prazo, e
que, por isso, não constam no movimento de caixa, mas foram aplicados
na safra atual.
Insumos em estoque – safra atual: mais um item importado do BALANÇO
PATRIMONIAL. Os insumos pagos durante a safra mas que não foram
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Dica importante
Depreciação
Existem vários métodos de cálculo da depreciação. O ideal é fazer uma
relação de todos os bens da atividade rural, levantar, o mais próximo pos-
sível da realidade, o desgaste de cada um deles dentro da safra e informar
o total desse desgaste como depreciação no DRE. Como isso nem sempre
é possível e sabendo que a depreciação é fundamental para a apuração do
resultado da atividade, a forma mais simples para a apuração é seguir o
percentual anual admitido pela Receita Federal para fins de dedutibilida-
de do encargo. Há uma lista que estima a vida útil para cada tipo de bem
e qual o percentual de desgaste por ano de uso. A tabela completa está
disponível no anexo III da Instrução Normativa RFB n. 1.700/17 e pode ser
consultada pelo link: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/
link.action?idAto=81268.
Cavalos 5 20%
Tratores 4 25%
Motocicletas 4 25%
Fonte: adaptado do ANEXO III da INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB N. 1.700/17 pelo autor.
BALANÇO PATRIMONIAL
Última aba a ser preenchida, mas com a inclusão de mais alguns valores não
utilizados até então. Todos esses valores referem-se ao negócio rural e devem ser
levantados ao final da safra. São eles:
Caixa: valor total de dinheiro em caixa, dinheiro em espécie.
Bancos: valor total de dinheiro disponível em conta-corrente.
Aplicações financeiras de curto prazo: dinheiro aplicado com possibilidade
de resgate em menos de 360 dias.
Valores a receber de clientes – safra atual: valores a receber de clientes
pelas vendas a prazo de produção da safra que está sendo encerrada e que
serão consideradas no DRE.
10 GUIA DA GESTÃO RURAL | Cardoso
Dica importante
Valor de mercado dos imóveis rurais
Da mesma forma que ocorre no cálculo da depreciação, o ideal é levan-
tar o real valor de mercado das terras próprias, ou seja, quanto poderia
ser recebido de dinheiro se fossem vendidos os imóveis rurais na data de
fechamento de uma determinada safra. Para tanto, a forma mais confiá-
vel é a elaboração de laudos técnicos de avaliação ou buscar informações
com consultorias especializadas. No entanto, desde 2019, há um portal
da Receita Federal, o Sistema de Preços de Terras (SIPT) que, conforme
determina a Instrução Normativa RFB nº 1.877/19, elenca os valores de
mercado das terras nuas em cada local do país, em teoria, por meio
de profissionais legalmente habilitados para avaliação e com a utiliza-
ção de metodologia científica. Com o SIPT, é possível encontrar o valor de
mercado de uma determinada terra na cidade em que se encontra. Esses
dados são atualizados até o mês de agosto de cada ano e podem ser con-
sultados pelo link: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/documentos-tecnicos/vtn.
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INDICADORES
Com todas as informações preenchidas, os indicadores úteis à gestão, traba-
lhados no livro, são calculados automaticamente. Lembrando que eles refletirão
as informações prestadas nas abas anteriores e, quanto mais preciso o preenchi-
mento, mais confiáveis serão.
Dica importante
Com os indicadores do negócio apurados, recapitule os conceitos de cada
um no livro para obter um melhor uso das informações.