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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS


DISCIPLINA: FORMAÇÃO ECONÔMICA DO MUNDO
CONTEMPORÂNEO Prof.ª. MARINA M. MACHADO P2 –
FEMC
Aluno: João Gabriel Vergetti Carrilho –

O historiador britânico Eric Hobsbawm (1917–2012), diz que um século só


muda em decorrência a algum evento marcante que determina o final do
mesmo e o início de um subsequente, o chamado pelo mesmo ‘’Longo Século
XIX’’ só acabou com o fim da Primeira Guerra Mundial. Isso porque, mais do
que um intervalo de tempo, os séculos carregam mensagens, ideias e
esperanças. O período de 1801 a 1900, por exemplo, foi marcado pela vitória
da burguesia, pela ideia de fartura sem limites e de um mundo regido pelas
invenções que libertariam a humanidade.

O século virou, oficialmente, em 1901; mas foi necessária a carnificina da 1.ª


Guerra Mundial para desmontar a utopia de uma sociedade regida pelo
progresso, pela ciência e pela ideia de que todos evoluiríamos igualmente.
Juntamente com a falsa ilusão de utopia causada pela belle époque, que teve
por fim do pensamento somente no início da inevitável Primeira Guerra
Mundial, com a base em uma ideia hegemonia do povo caucasiano europeu
no topo da pirâmide social mundial, com um pensamento utópico de
abundância e prosperidade sem fim para os povos coloniais.

O longo século XIX começa efetivamente no século XVIII, tendo como seu
principal marco o início da dupla revolução, revolução francesa (1789–1799)
e a revolução industrial (1820 – 1840) em que uma necessariamente
necessitava da outra para acontecer, o fim do longo século também não é
dentro de seu período, tendo seu fim na Primeira Guerra Mundial — 1914
extrapolando a própria marcação cronológica. A revolução industrial se o
principal agente dos processos políticos e industriais, com a revolução
industrial as sociedades começaram a atingir graus de produção cada vez
maiores através de equipamentos como a máquina a vapor, aumentando o
grau de produção e ocasionando uma mudança demográfica com cidades
cada vez maiores e uma população urbana maior, como um novo cenário
social. A criação de novas classes como, por exemplo, o proletariado urbano
que foi uma classe que entrou em conflito com os burgueses (primavera dos
povos 1848) até a formação do pensamento socialista que veio a ser um
contraponto do pensamento capitalista.

O século XIX também foi um século de muitas inovações tecnológicas como


a máquina a vapor, o motor a combustão, o telefone, o aço e o ferro,
tecnologias se tornando elementos cada vez mais utilizados no cotidiano das
civilizações, tendo com a torre Eiffel como um dos maiores marcos de como
o ferro se tornou um dos principais elementos de sua cadeia produtiva do
século XIX.

Na cadeia química também houveram diversas inovações tendo o


desenvolvimento do pneu de borracha como uma das principais inovações
do século revolucionando a forma como eram os transportes, a medicina e a
psiquiatria também tiveram diversos avanços tendo um salto em diversas
áreas.

As obras do escritor francês Jules Verne refletem bem esse pensamento


utópico do século de que a tecnologia poderia levar o ser humano a
patamares cada vez melhores através da técnica, da inteligência e do uso da
razão poderia controlar todos os fatores da natureza e assim criar um mundo
muito, mas prospero, tendo o fim desse pensamento no início da Primeira
Guerra Mundial, um momento histórico que provou que a tecnologia não só
constrói, mas também pode destruir de forma catastrófica.

A Primeira Guerra Mundial mostrou que toda essa tecnologia desenvolvida


poderia ser utilizada para a destruição do homem pelo homem, com uma
guerra de proporções e nível de destruição nunca antes visto ou imaginado.
O longo século XIX serviu para mostrar que a tecnologia é um recurso de
suma importância na evolução do homem em civilização e de sua qualidade
de vida em geral, mas precisa ser utilizada com foco para tal objetivo ser
alcançado ou acarretara na destruição do mesmo.

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