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Relações Internacionais

Economia Política Internacional


Dinâmica da Economia Política
Internacional
Referência: Economia Política das Relações
Internacionais, R. Gilpin, cap. 3.
Allexandro Mori Coelho
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP | www.fecap.br
Introdução
• Dinâmica da Economia Política Internacional (EPI) associada à
interação entre
– Forças do mercado e
– Fatores exógenos
• Estrutura social
• Contexto político nacional e internacional
• Conhecimento científico e tecnológico
• 3 teorias da EPI
– Teoria da Economia Dual – Dualismo (~liberalismo econômico)
– Teoria do Sistema Mundial Moderno – SMM (marxismo)
– Teoria da Estabilidade Hegemônica – TEH (~realismo)

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Teoria da Economia Dual
• Economia (nacional ou internacional): 2 setores
– Moderno: progressista, eficiente e integrado
– Tradicional: produção obsoleta e autosuficência local
• Desenvolvimento Econômico
– Integração global dos mercados e das instituições pró
competição → constituição do mercado competitivo →
modernização econômica, social e política do setor tradicional
• Núcleo desenvolvido (moderno) e a periferia tradicional estão
integrados de forma mutuamente benéfica

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Teoria do Sistema Mundial
Moderno (Wallerstein)
• Dinâmica da EPI só pode ser entendida pelo SMM
• Baseada na concepção de realidade social marxista
– Sistema capitalista global tem hierarquia de Estados dominados
por classes sociais que faz com que o desenvolvimento do
núcleo (economias mais ricas) mantenha a periferia dependente
e subdesenvolvida (economias menos ricas)

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Teoria do Sistema Mundial
Moderno (Wallerstein)
• Núcleo desenvolvido (moderno) dominante e a periferia
dependente interagem de forma integrada e os mecanismos
que promovem desenvolvimento e acumulação de capital no
núcleo, geram subdesenvolvimento na periferia
– Divisão Internacional do Trabalho (DIT) e a integração comercial
causam enriquecimento do núcleo desenvolvido e moderno e
subdesenvolvimento da periferia
• Núcleo: setores industriais modernos e domínio do Estado por
classes sociais modernas (promovem o desenvolvimento)
• Semiperiferia: setores industriais tradicionais
• Periferia: setores tradicionais e domínio do Estado por classes
sociais tradicionais (contém o desenvolvimento)

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Teoria do Sistema Mundial
Moderno
• Duas formas de atuação do Estado ante as forças de mercado
– Hard: canaliza as forças de mercado para eu proveito – busca
inserção no SMM que gere desenvolvimento
– Soft: aceita a inserção dada pela DIT
• Em suma, a globalização do capitalismo mantém a estrutura
de enriquecimento dos ricos e empobrecimento dos pobres

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Teoria da Estabilidade Hegemônica
(Kindleberger)
• Economia mundial liberal requer liderança (potência)
dominante (hegemônica) para estabelecer e manter as regras
da economia de mercado (ordem econômica liberal)
– Livre comércio (abertura e integração)
– Não discriminação (competição)
• 3 requisitos para expansão da economia mundial de mercado
– Hegemonia
– Ideologia Liberal
– Interesses comuns – apoio de outros Estados poderosos

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Teoria da Estabilidade Hegemônica
(Kindleberger)
• Hegemonia
– Legitimidade e necessidade de mantê-la
– Necessidade de manter porque a economia mundial de
mercado aberto é bem público (global)
• Devido ao risco de comportamento carona e suboferta
• Requer a criação de regimes internacionais (instituições ou regras)
para forçar cumprimento das regras, impedir o comportamento
carona e forçar que todos beneficiários contribuam para o custeio
do sistema
– Contradição inerente: funcionamento do economia de mercado
transforma a estrutura econômica e difunde o poder, podendo
reduzir a hegemonia, alterar seus alicerces políticos e gerar
instabilidade econômica
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Teoria da Estabilidade Hegemônica
(Kindleberger)
• Renovação da estabilidade econômica requer
– Nova potência ou
– Novo regime internacional (conjunto de regras mundialmente
compartilhado) ou
– Coordenação política contínua entre as potências econômicas
• Papel esperado da potência hegemônica
– Administrar e manter o sistema internacional
– Gerir as crises
• Papel dos EUA e da China

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Transformação estrutural

• Estrutura: partes do todo econômico relativamente estáveis


por certo período de tempo
– Regimes e Instituições econômicas e sociais, distribuição de
direitos de propriedade, divisão do trabalho e localização das
atividades econômicas e organização dos mercados
• Transformação estrutural: mudança dos aspectos estruturais
e da relação entre eles

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Transformação estrutural da EPI

• Teoria da economia dual


– O mercado é determinante da estrutura e da dinâmica da EPI
– Progresso tecnológico é determinante para dinâmica da EPI
– Limitações
• não há teoria da mudança econômica
• mercados não são perfeitamente competitivos

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Transformação estrutural da EPI

• Teoria do SMM
– Estrutura centro-periferia integrada pela hierarquia da DIT
– Limitações
• determinismo econômico
– Economia também é influenciada pelos Estados
– Relação entre Estados é mais política e estratégica que econômica
– Ação do Estado (hard ou soft) associado a aspectos sociais e políticos
internos
• visão estática da EPI
– A natureza da sociedade e de suas políticas que determina sua
posição na DIT
– Evolução da DIT alterou a economia de mercado internacional

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Transformação estrutural da EPI

• Teoria da estabilidade hegemômica


– Natureza intensamente competitiva das Relações Internacionais
• Ambiente político favorável criado pelo poder hegemônico liberal
favoreceu a integração dos mercados e a DIT
• Surgimento e declínio de potência hegemônica afeta as mudanças
estruturais
– Limitações
• Ênfase exagerada ao papel do Estado e fatores políticos na
existência e funcionamento da economia de mercado
internacional
• Pouca capacidade de prever quando e como a potência
hegemônica agirá

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Transformação estrutural da EPI

• Estruturas econômicas (mercado) e políticas (Estado) refletem


interesses das economias dominantes mas criaram
oportunidades de crescimento econômico desiguais para
outras economias
– Taxas de crescimento desiguais
• entre as economias
• dentro das economias (alteração da distribuição da riqueza)
• ao longo do tempo (ciclos econômicos)

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Transformação estrutural da EPI

• Processo de crescimento desigual e de mudança estrutural é


caracterizado por períodos de cooperação econômica
(liberalismo) e conflito econômico (nacionalismo)
• Estados de economias menos desenvolvidas buscam adquirir
tecnologia mais avançada dos países mais desenvolvidos →
difusão das vantagens comparativas e surgimento de novas
potências econômicas (possibilidade de explorar as vantagens
do atraso) →
– ou ajuste das estruturas econômicas das potências
hegemônicas: transferência de recursos dos setores declinantes
para novos setores de expansão
– ou conflito comercial
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Transformação estrutural da EPI

• Assim, o processo de crescimento desigual coloca o problema


dos ajustes econômicos (capacidade de transformação) para
as potências hegemônicas como opção mais sensata
• Mas tornou-se mais difícil ajustar por causa
– do aumento do custo de ajuste (possibilidade de ajuste em
setores importantes)
– do crescimento do welfare state e da intervenção dos governos
nas economias, que aumentou a capacidade de interesses
políticos poderosos de resistir aos ajustes
– menor ritmo de crescimento mundial

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