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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL-UDF

COORDENAÇÃO DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

RAYSSA PULLEN PARENTE RABELO JARDIM, CENTRO UNIVERSITÁRIO


DO DISTRITO FEDERAL-UDF, RAYSSAPARENTEE@GMAIL.COM,
(61) 99138-1569.

RESENHA CRÍTICA
WALLERSTEIN, Immanuel. The Inter-State Structure of the Modern World-
System. In: SMITH, S.; BOOTH, K.; ZALEWSKI, Marysia. International
Relations Theory: positivism and beyond. Cambridge: Cambridge University
Press, 1996.

Brasília 2022
RESUMO
Inicialmente, o autor aborda em sua obra como se dá a evolução do Sistema-mundo, e
as suas definições por meio do estabelecimento de uma epistemologia. Desse modo, o autor
acredita que todos os sistemas históricos e os meios pelos quais se deram estão inseridos e
advém de suas estruturas, ou seja, entende- se desse exposto como o modo com os quais se
estabelecem e se organizam, sendo isso o que as determinam ao longo do tempo e como
evoluíram.

A princípio, o autor cita 3 processos que ocorrem historicamente nos sistemas:


sua criação, o período do seu funcionamento, e o seu fim, período de transição para um
novo sistema histórico. O que nos possibilita de chamarmos de um “sistema” advém das
suas variações repetitivas, e “ histórico” das transformações que ocorrem ao longo desse
mesmo. Conseguinte, foi o único Sistema-Mundo econômico que conseguiu se
estabelecer por muito tempo, pois estabeleceu um sistema de mundo de base econômica
que conseguiu implantar com sucesso um sistema capitalista de modo de produção que
ultrapassa fronteiras, os quais o diferenciam de outros sistemas históricos, diferenciação
esta que é a capacidade e a instigação da acumulação excessiva de capital, porém não
como um instinto aponta o autor, pois, o sistema foi construído de tal forma que há
grandes pressões e estímulos estruturais de acumular excessivamente o capital, um
sistema no qual recompensa aqueles que acumulam e oprime os que não acumulam, e
essas zonas de pressões de acúmulo se intensificam ao longo do tempo, e as quais
contribuem para a  intensificação desse processo.
Dessarte, o autor aponta que o Sistema-Mundo moderno consiste em conjunto de
instituições que tem uma atuação efetiva sobre esse Sistema, de tal modo, que pendura
apesar de grande resistência daqueles os quais o sistema oprime e por segmentos de
poder que temem perder suas influências de poder e seus prestígios pela evolução desse
sistema. O sistema influi em três âmbitos separados: econômico, político e
sociocultural. As instituições se arranjam pelos seguintes meios: canais de rede de
produções, Estados, estruturas interestaduais. O meio operado pelos canais de redes de
produção influi alguns mecanismos que permitem a exacerbada acumulação de capital,
são esses: mercantilização, controles trabalhistas, pode se entender como uma
exploração do trabalho com baixas remunerações, distribuição desigual entre o núcleo,
compreende as que seria uma pequena parcela que detém esse capital e a periferia
explorada.
Desse modo, o sistema-mundo moderno, de acordo com o autor, entre todos os
sistemas históricos é o que mais faz uso da mão de obra assalariada, isso se corrobora
pelo fato de existirem múltiplos modos de controle de trabalho e das remunerações, aos
quais restringem qualquer indício de exigências de aumentos salariais, e se apropriam
dos excedentes produtivos sem a devida remuneração, essa é um tipo de mecanismo em
que a renda em si dos proletários representa uma pequena parte do que se é remunerado
com os fornecedores. Ao longo da história do sistema mundial moderno, o esforço para
obter emprego assalariado e, em seguida, garantir que o emprego assalariado seja
minimamente remunerado nos níveis domésticos de reprodução, esteve no centro da luta
de classes. No que diz respeito à proletarização, é em grande parte o resultado dessa luta
de classes. A cadeia produtiva é o ambiente do processo de produção capitalista desde o
início. As atividades produtivas, são sempre expressas sistematicamente por meio da
divisão do trabalho em canais institucionalizados. Então, não é difícil provar que quase
tudo que uma empresa vende é feito de camponeses, usando máquinas, e o conjunto
geograficamente disperso.
Por outro lado, é diferente de um ponto de tempo para outro. As possíveis
diferenças incluem o grau de dispersão geográfica das empresas de produção dentro de
uma unidade; o grau de monopólio global da produção; o modelo de controle trabalhista
utilizado; e o grau em que a empresa de uma unidade é de propriedade da mesma firma
que possui a empresa da unidade de produção. A capacidade de alguns negócios de
escapar das restrições do mercado mundial; e quão lucrativa cada unidade da cadeia
produtiva é comparada a outras unidades. Essa estrutura complexa permite uma
manipulação infinita com o objetivo de aumentar a acumulação global de capital e
concentrar esse excedente em menos mãos. Finalmente, os mercados são críticos para o
funcionamento dos sistemas de produção comoditizações. No entanto, como quanto
mais livre for o mercado, e maior a concorrência, esses grandes acumuladores de capital
vão representam o antimercado. Assim, usando sua força política que garante a
competição descontrolada. No entanto, como os monopólios estão sempre sob ataque
político e a meia-vida de qualquer quase monopólio é bastante curta, acumuladores
maciços de capital devem permanecer sem qualificação e, ao mesmo tempo, envolver-se
em vários negócios.

O período de contração vê uma mudança na produção industrial, de modo que


alguns países semiperiféricos apresentam a oportunidade de melhorar suas posições
relativas à custa de outros. Eles também tendem a ver as alocações de investimento
mudarem do setor industrial para o setor financeiro. Portanto, eles veem o arco do eu
como a fonte de inovação para a atividade monopolista. Com o tempo, muitas vezes
envolvem algum tipo de reajuste da renda mundial para estimular a demanda global, ao
mesmo tempo em que expandem as fronteiras do sistema mundial para novas regiões
em busca de mão de obra de baixíssimo custo para compensar a realocação. Em última
análise, um alto grau de ordem interna é garantido a um custo relativamente baixo,
tornando os estados fortes também estados livres. Além disso, estados com um núcleo
forte podem trabalhar para garantir que estados periféricos, não se tornem poderosos o
suficiente para interferir no processo de acumulação de capital mundial.

Devido à situação de competição intercapitalista global, o Estado e suas


estruturas organizacionais enfrentam dois grandes impactos em sua conjuntura. A
primeira delas refere-se à organização política capitalista que através dos mecanismos
institucionais mantém seus privilégios sobre as estruturas de poder do Estado,
obrigando a classe desfavorecida reivindicar seus direitos. O segundo impacto está
relacionado na consequência da autorregulação de poder, que ao longo da história
mostra-se através das incessantes lutas na tomada de poder econômico e político pela
hegemonia e a classe subordinada. Entretanto, o poder e a dominação dessa hegemonia
evoluíram e se modificaram através das diversas estruturas institucionais, sejam elas
informais ou formais, criando camadas de proteção a ascensão de soberania no mundo.
O sistema de mundo é dividido pela sua complexa estrutura de dependência entre os
territórios que obtém certas vantagens acima do demais que estão em desvantagens,
apesar dos grandes esforços reivindicatórios organizados em massa para a manutenção
de poder, a centralização de poder obtém maior vantagem devido ao seu longo histórico
de dominação acerca da sociedade. Por consequência desses fatores muitos países ficam
submetidos e influenciados por essas enormes diferenças na posição global.

Destarte, cabe aqui trazer algumas considerações sobre a obra com uma crítica
positiva, Wallerstein acresce de um entendimento das relações internacionais mais
abrangente e completa dessa estrutura política, no qual advém de um grande agregado
que nos ajuda como internacionalistas a entender e refletir o cerne desse sistema que
pendura e os quais perpetuam nas estruturas das relações inerentes dos atores e agentes,
e que são de demasiada consideração para a formação das análise do sistema
internacional.

BIBIOGRAFIA
WALLERSTEIN, Immanuel. The Inter-State Structure of Modern World-System. In:
SMITH, S.; BOOTH, K.; ZALEWSKI, Marysia. International Relations Theory: positivism
and beyond. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

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