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CONSTITUIÇÃO GENÉTICA

DAS POPULAÇÕES
De acordo com uma definição
amplamente aceita, uma “espécie é um
grupo de indivíduos que pode acasalar
entre si e gerar descendência viável”

A livre reprodução dos indivíduos de


uma mesma espécie é, na prática,
limitada por barreiras geográficas
Bos primigenius
Gaur (Gauro) – Bos gaurus
Gaur (Gauro)
Gayal – Bos gaurus frontalis
Banteng – Bos javanicus
Kouprey – Bos sauveli
Auroque – Bos primigenius

Auroque

Bovino atual
Iaque (Bos grunniensis)

Himalaia Himalaia

Nepal Tibetano
Bos taurus taurus = Bovino Europeu

Aberdeen Angus Red Angus

Chianina Blonde d’Aquitane


Bos taurus indicus = Bovino Indiano
Nelore Guzerá

Gir Sindi
Como resultado de barreiras geográ-
ficas, formaram-se vários grupos locais
parcialmente diferenciados daqueles
indivíduos originais, que constituem
populações locais

Assim, os indivíduos que constituem uma


mesma espécie podem diferir entre si
quanto a uma grande variedade de
caracteres herdadas
Genética de Populações
 Propriedades estudadas estão ligadas ao grupo e
não ao indivíduo;
 No melhoramento e na evolução é o grupo que
evolui ou muda e não um indivíduo.

POPULAÇÃO:
 Conjunto de indivíduos que se originam de um
mesmo conjunto genético (gene pool), ou que
compartilham o mesmo conjunto gênico e que têm
em comum a origem;
 Podem ser naturais ou artificiais.
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MODELOS DE POPULAÇÕES
MODELO 1: Discreto, sem sobreposição de
gerações.
• Parentais se reproduzem, mas morrem antes
dos filhos se reproduzirem ou não tem
oportunidade de se cruzar com os filhos.
Exemplos: Plantas anuais, plantas perenes
manuseadas, animais manuseados.

MODELO 2: Mortes e nascimentos contínuos e ao


acaso, sem sobreposição de
gerações.
Exemplos: Bactérias e fungos.
MODELOS DE POPULAÇÕES
MODELO 3: Sobreposição de gerações em
intervalos discretos de tempo.
Exemplos: Pássaros e mamíferos com estação
de acasalamento, mas com
sobrevivência por várias estações;
Plantas com reprodução sazonal.

MODELO 4: Com sobreposição de gerações e


mudança contínua.
Não há estação de reprodução. Acasalamentos,
nascimentos e mortes ocorrem continuamente.
Exemplos: Humanos; maioria dos animais na
natureza.
CARACTERIZAÇÃO DE UMA POPULAÇÃO

Parâmetros: quantidade física que serve para


descrever fenômenos e caracterizar uma população.
Não pode ser confundido com caráter e variável;

Exemplo: Proporção 3:1 de Mendel é um parâmetro


populacional e altura de animais é uma variável;

Modelos: Regras, leis e princípios que descrevem os


fenômenos genéticos e biológicos da população.
Quando matematizados, expressam os parâmetros
quantitativamente (contêm os parâmetros,
mostrando a inter-relação deles).
Parâmetros básicos em genética de populações
• Frequências genotípicas;
• Frequências alélicas (gênicas);
• Heterozigosidade;

Parâmetros básicos em genética quantitativa


•Média;
•Variâncias;
•Herdabilidade;
•Correlações entre variáveis, etc...
Genética de Populações
 Caracterização de uma população:
frequências alélicas (gênicas), frequências
genotípicas e heterozigosidade.

 Frequências alélicas e genotípicas para um Loco B (alelos B e b


ou B1 e B2) em uma população

Nº de indivíduos Frequência genotípica Nº de alelos


Tipos (frequência absoluta) (frequência relativa)
“Amostra” B b
“Amostra”
BB N2 N2/N = D 2N2 0
Bb N1 N1 /N = H N1 N1
bb N0 N0 /N = R 0 2N0
Total N 1 2N2 + N1 2N0 + N1
Genética de Populações
 Modelo diplóide (dois alelos por loco)  2N2 + N1 + 2N0 + N1 =
2N.

f(B) = p = (2N2 + N1 )/2N = (N2 + ½ N1)/N = D + ½ H

f(b) = q = (2N0 + N1 )/2N = (N0 + ½ N1)/N = R+ ½ H

p+ q = 1 D+H+R=1

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Genética de Populações
 População
 População panmítica
 População mendeliana

Exemplo: Em uma amostra de uma população de


ovelhas temos:
BB – 137 indivíduos;
Bb – 196 indivíduos;
bb - 87 indivíduos.

f(BB) = 137/420 = 0,326


f(Bb) = 196/420 = 0,467
f(bb) = 87/420 = 0,207
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Genética de Populações

2x137  196 137  (196/ 2)


f (B)  p    0,5595
2x 420 420
2x87  196 87  (196/ 2)
f (b)  p    0,4405
2x 420 420

2D  H D  (H / 2)
p   f (Homol)  f (Hetero) / 2
2N N

2R  H R  (H / 2)
q   f (Homo2)  f (Hetero) / 2
2N N
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Genética de Populações

Exemplo de algumas populações:

Linhag. Linhag.
Híbr. F2 Retroc. Panm. Clone
pura 1 pura 2
BB D 1 0 0 0,25 0,50 0 0,36 0 1 0
Bb H 0 0 1 0,50 0,50 0,50 0,48 1 0 0
bb R 0 1 0 0,25 0 0,50 0,16 0 0 1
f(B) 1 0 0,50 0,50 0,75 0,25 0,60 0,50 1 0

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Genética de Populações

Frequência alélica, freqüência genotípica e


melhoramento genético: O ganho com a seleção implica
na modificação da estrutura genética da população, ou
seja, na mudança das frequências alélicas e genotípicas.

População População
original melhorada
BB D 0,09 0,81
Bb H 0,42 0,18
bb R 0,49 0,01
f(B) 0,30 0,90
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O CASO DE ALELOS MÚLTIPLOS

•Loco B (alelos B1, B2, B3 = Bu);

•m = número de alelos;

•m homozigotos e [m(m-1)/2] heterozigotos;

•Puv ou Quv = frequência relativa dos genótipos


(frequência genotípica).
O CASO DE ALELOS MÚLTIPLOS

Frequência Frequência Alelos


Tipos genotípica genotípica
B1 B2 B3
absoluta relativa
B1B1 N11 N11/N = P11 2N11 0 0
B1B2 N12 N12/N = P12 N12 N12 0
B1B3 N13 N13/N = P13 N13 0 N13
B2B2 N22 N22/N = P22 0 2N22 0
B2B3 N23 N23/N = P23 0 N23 N23
B3B3 N33 N33/N = P33 0 0 2N33
Total N 1
O CASO DE ALELOS MÚLTIPLOS

f(B1) = p = (2N11 + N12 + N13)/2N = P11 + ½ (P12 + P13)

f(B2) = q = (2N22 + N12 + N23)/2N = P22 + ½ (P12 + P23)

f(B3) = r = (2N33 + N13+ N23)/2N = P33 + ½ (P13 + P23)

pu  Puu  1 / 2 Puv
v u
Importante: interessante o uso de marcadores
codominantes para distinguir homozigotos de
heterozigotos e entre os heterozigotos.
Heterozigosidade para um loco

H 0  P12  P13  P23   Puv


u v

Heterozigosidade média (L locos)


L
H
H  o o

L
Panmixia

•Supondo o loco B, população panmítica, alelos B


e b nas frequências p e q;
• O intercruzamento ao acaso entre os indivíduos,
será como se jogarmos todos os gametas
masculinos “contra” os gametas femininos, para
formar a geração seguinte;
Gametas masculinos
(p) B1 (q) B2
femininos
Gametas

(p) B1 p2 B1B1 pq B1B2b

(q) B2 pq B1B2 q2 B2B2


Frequência genotípica após o intercruzamento

f(B1B1) = p2; f(B1B2) = 2pq; f(B2B2) = q2

Frequência alélica da geração 1

f(B1) = p1 = p2 + (1/2) (2pq) = p;

f (B2) = q1 = q2 + (1/2) (2pq) = q

Nas gerações seguintes

•Sempre teremos frequência genotípica p2; 2pq;


q2 e frequência alélica p e q (Equilíbrio de Hardy-
Weinberg)
Equilíbrio de Hardy-Weinberg

“Em uma população grande, que se reproduz


por acasalamento ao acaso (panmixia) e onde
não há migração, mutação ou seleção e todos
os indivíduos são igualmente férteis e viáveis,
tanto as frequências alélicas como genotípicas
mantêm-se constantes ao longo das gerações.”
Outra maneira de provar a lei do equilíbrio

Machos

(p2) B1B1 (2pq) B1B2 (q2) B2B2

(p2) B1B1 (p4) B1B1xB1B1 (2p3q) B1B1xB1B2 (p2q2) B1B1xB2B2


Fêmeas

(2pq) B1B2 (2p3q) B1B1xB1B2 (4p2q2) B1B2xB1B2 (2pq3) B1B2xB2B2

(q2) B2B2 (p2q2) B1B1xB2B2 (2pq3) B1B2xB2B2 (q4) B2B2xB2B2


Descendência
Acasalamentos Frequência
B1B 1 B1B2 B2B2
B1B1 x B1B1 p4 p4 - -
B1B1 x B1B2 4p3q 2p3q 2p3q -
B1B1 x B2B2 2p2q2 - 2p2q2 -
B1B2 x B1B2 4p2q2 p2q2 2p2q2 p2q2
B1B2 x B2B2 4pq3 - 2pq3 2pq3
B2B2 x B2B2 q4 - - q4
Totais 1 p2 2pq q2
Propriedades de uma população em
equilíbrio de Hardy-Weinberg
a) A proporção de heterozigotos (h = 2pq) nunca
excede a 0,50 (h > d ou h > r )
Nunca maior que (d + r)
b) A proporção de heterozigotos no equilí-
brio corresponde a duas vezes a raiz
quadrada do produto das proporções
dos dois homozigotos
h = 2d.r ou h2 = 4.d.r ou
f(Bb)2 = 4.f(BB).f(bb)

Esta propriedade fornece um teste


rápido para a verificação se uma
população encontra-se em equilíbrio
Exemplo:
N, de
Genótipo indivíduos Prop.
A1A1 3600 0,30
A1A2 6000 0,50
A2A2 2400 0,20
Total 12000
0,50 = 20,30x0,20  0,50  0,489

6000 = 23600x2400  6000  5878,7


Equilíbrio ou não?
Verificação do equilíbrio para o loco B(b) em uma
população em que f(B)=p e f(b)=q (pelo 2)

Frequência Frequência
Genó- Desvios
observada esperada [|d|-1/2]2/fe
tipos (fo – fe)
(fo) (fe)

(|N1-p2N|-1/2)2/p2N
BB N1 p2N N1-p2N

(|N2-2pqN|-
Bb N2 2pqN N2-2pqN
1/2)2/2pqN
bb N3 q2N N3-q2N (|N3-q2N|-1/2)2/q2N

Total N N 0 2
Fórmulas do 2

( fo  fe )
n 2
  [
2
]
i 1 fe
n
(| f  f | 1 / 2) 2
 2  [ o e ]
i 1 fe

•n é o número de classes fenotípicas.


•Correção de Yates (segunda fórmula) usada quando:

Tivermos apenas 1 grau de liberdade e/ou


Frequência menor que 20 em alguma classe.
Tabela de valores de qui-quadrado (2)

Graus de Nível de probabilidade


liberdade 20% 10% 5% 2% 1% 0,1%
1 1,64 2,71 3,84 5,41 6,64 10,83
2 3,22 4,60 5,99 7,82 9,21 13,82
3 4,64 6,25 7,82 9,84 11,34 16,27
4 5,99 7,78 9,49 11,67 13,28 18,46
5 7,29 9,24 11,07 13,39 15,09 20,52
6 8,56 10,64 12,59 15,03 16,81 22,46
7 9,80 12,02 14,07 16,62 18,48 24,32
8 11,03 13,36 15,51 18,17 20,09 26,12
9 12,24 14,68 16,92 19,68 21,67 27,88
10 13,44 15,99 18,31 21,16 23,21 29,59
Exemplo: Na raça Shorthorn, a cor da pelagem é
determinada por um loco com dois alelos, V1 e V2,
podendo ser vermelha (V1V1), ruão (V1V2) ou branca
(V2V2). Num rebanho foram encontrados 47,6% de
animais vermelhos, 43,8 ruão e 8,6% de brancos. a) Qual
a freqüência dos alelos? b) A população está em
equilíbrio?

a) f(V1) = 47,6 + ½ (43,8) = 69,5 = 69,5% ou 0,695


f(V2) = 8,6 + ½ (43,8) = 30,5 = 30,5% ou 0,305

b) h = 2d.r
43,8 = 247,6 x 8,6
43,8 = 40,46

Está em equilíbrio ou não?


Supor um rebanho de 1000 animais...
Genótipo Freq. obs f(E) f(E).N [f(O)-f(E)]2/f(E)
V1V1 476 p2 = 0,49 490 0,40
V1V2 438 2pq = 0,42 420 0,77
0,18
V2V2 86 q2 = 0,09 90
X2c = 1,35

X2tabela = 3,84
Como X2calculado < X2tabela, ou seja, dentro da
área de aceitação de H0, podemos concluir que
a população está em equilíbrio
Equilíbrio de Hardy-Weinberg

Considerando vários locos, o equilíbrio é


atingido da mesma forma, porém o número de
gerações aumentará;

Havendo equilíbrio e dominância completa no


loco em estudo, as freqüências alélicas e
genotípicas podem ser calculadas a partir da
frequência do genótipo homozigoto recessivo;

Um caso prático da lei do equilíbrio é o uso de


variedades de polinização livre.
Equilíbrio em mais de um loco
Exemplo: Vamos supor que em uma população os locos
A(a) e B(b) sejam independentes e que f(A) = p; f(a) = q;
f(B) = r; f(b) = s. Com cruzamentos ao acaso teremos:

(pr) AB (ps) Ab (qr) aB (qs) ab


(pr) AB (p2r2) AABB (p2rs) AABb (pqr2) AaBB (pqrs) AaBb
(ps) Ab (p2rs) AABb (p2s2) AAbb (pqrs) AaBb (pqs2) Aabb
(qr) aB (pqr2) AaBB (pqrs) AaBb (q2r2) aaBB (q2rs) aaBb
(qs) ab (pqrs) AaBb (pqs2) Aabb (q2rs) aaBb (q2s2) aabb

A freqüência genotípica esperada no equilíbrio


será:
f(AABB) = p2r2 f(AaBB) = 2pqr2 f(aaBB) = q2r2
f(AABb) = 2p2rs f(AaBb) = 4pqrs f(aaBb) = 2q2rs
f(AAbb) = p2s2 f(Aabb) = 2pqs2 f(aabb) = q2s2
Exemplo numérico: Vamos considerar uma população
com a seguinte constituição: 5.000 indivíduos AAbb; 4.000
indivíduos aabb; 1.000 indivíduos aaBB.

f(A) = p = 5.000/10.000 = 0,5 f(B) = r = 1.000/10.000 = 0,1


f(a) = q = 5.000/10.000 = 0,5 f(b) = s = 9.000/10.000 = 0,9

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Considerando apenas o loco A(a) temos f(AA) = 0,5; f(Aa) = 0 e
f(aa) = 0,5.
Com uma geração de cruzamentos ao acaso teremos:

Cruzamentos Freqüência Descendência


AA x AA (0,5)2 AA
AA x aa 2(0,5)(0,5) Aa
aa x aa (0,5)2 aa

Geração 0 Geração 1
fo fe (|fe - fo| - ½)2/fe fo fe (|fe - fo| - ½)2/fe
AA 5.000 2.500 2.499 2.500 2.500 0
Aa 0 5.000 4.999 5.000 5.000 0
aa 5.000 2.500 2.499 2.500 2.500 0
10.000 10.000 2=9.997** 10.000 10.000 2=0
Considerando apenas o loco B(b) temos f(BB) = 0,1; f(Bb) = 0 e
f(bb) = 0,9;
Com uma geração de cruzamentos ao acaso teremos:

Cruzamentos Freqüência Descendência


BB x BB (0,1)2 BB
BB x bb 2(0,1)(0,9) Bb
bb x bb (0,9)2 bb

Geração 0 Geração 1
fo fe (|fe - fo| - ½)2/fe fo fe (|fe - fo| - ½)2/fe
BB 1.000 100 8.091 100 100 0
Bb 0 1.800 1.799 1.800 1.800 0
bb 9.000 8.100 100 8.100 8.100 0
10.000 10.000 2=9.990** 10.000 10.000 2=0
Considerando os dois locos teremos as seguintes frequências
observadas na geração 0:
f(AABB) = 0 f(AaBB) = 0 f(aaBB) = 1.000
f(AABb) = 0 f(AaBb) = 0 f(aaBb) = 0
f(AAbb) = 5.000 f(Aabb) = 0 f(aabb) = 4.000
As frequências esperadas no equilíbrio serão:

f(AABB) = p2q2 f(AaBB) = 2pqr2 f(aaBB) = q2r2


f(AABb) = 2p2rs f(AaBb) = 4pqrs f(aaBb) = 2q2rs
f(AAbb) = p2s2 f(Aabb) = 2pqs2 f(aabb) = q2s2

f(AABB) = 0,0250 f(AaBB) = 0,5000 f(aaBB) = 0,0025


f(AABb) = 0,0450 f(AaBb) = 0,0900 f(aaBb) = 0,0450
f(AAbb) = 0,2025 f(Aabb) = 0,4050 f(aabb) = 0,2025
Equilíbrio para dois locos independentes (gerações 0, 1 e 2)

Geração 0 Geração 1 Geração 2


fe do ( f o  f e  0,5) 2 ( f o  f e  0,5) 2 ( f o  f e  0,5) 2
Genótipo
equilíbrio fo fo fo
fe fe fe

AABB 25 0 24,01 0 24,01 6,25 13,32


AABb 450 0 449,00 0 449,00 237,5 99,87
AAbb 2025 5000 4369,21 2500 111,18 2256,25 26,29
AaBB 50 0 49,00 0 49,00 37,5 2,88
AaBb 900 0 899,00 1000 11,00 925 0,67
Aabb 4050 0 4049,00 4000 0,60 4037,5 0,03
aaBB 25 1000 37986,01 100 222,01 56,25 37,82
aaBb 450 0 449,00 800 271,44 637,5 77,71
aabb 2025 4000 1925,26 1600 88,99 1806,25 23,52
10000 2=50199,50** 2=1227,25** 2=282,13**
Equilíbrio para dois locos independentes (gerações 3, 4 e 5)

Geração 3 Geração 4 Geração 5


fe do ( f o  f e  0,5) 2 ( f o  f e  0,5) 2 ( f o  f e  0,5) 2
Genótipo
equilíbrio fo fo fo
fe fe fe

AABB 25 14,06 4,36 19,14 1,15 21,97 0,25


AABb 450 346,88 23,40 399,22 5,62 424,80 1,35
AAbb 2025 2139,06 6,37 2081,64 1,56 2053,22 0,38
AaBB 50 46,88 0,14 49,22 0,00 49,80 0,00
AaBb 900 906,25 0,04 901,56 0,00 900,39 0,00
Aabb 4050 4046,87 0,00 4049,22 0,00 4049,80 0,00
aaBB 25 39,06 7,36 31,64 1,51 28,22 0,30
aaBb 450 546,88 20,64 499,22 5,27 474,80 1,31
aabb 2025 1914,06 6,02 1969,14 1,51 1996,97 0,37
10000 2=68,33** 2=16,62** 2=3,97
Fatores que alteram o equilíbrio
SELEÇÃO
Tomemos como exemplo uma população com os alelos
Br2 e br2, em equilíbrio:

f(Br)=p0; f(br)=q0

f(BrBr) = (p0)2; f(Brbr)=2p0q0; f(brbr) = (q0)2

Eliminando-se br2br2, a frequência será alterada, porém o


alelo br2 não será eliminado da população. A sua
frequência em uma geração t de seleção será:
q0
qt 
1  tq0
52
Fatores que alteram o equilíbrio

Genótipos Antes da seleção Após a seleção Novas freqüências alélicas


p 02  p 0 q 0 1
Br2Br2 p02 p02 p1  2 
p 0  2p 0 q 0 1  q 0
2p 0 q 0 2p 0 q 0
Br2br2 ---------------------
p0q 0 q0
br2br2 q02 0 q1  
p 02  2p 0 q 0 1  q 0
Totais 1 p 02  2p 0 q 0 1 1

q0 q 02
A mudança na frequência gênica será: Δ q   q0 
1 q0 1 q0

q0
Com t geração teremos: qt 
1  tq0
53
Fatores que alteram o equilíbrio

Ciclos Freqüências Δq Δ q (%)


0 q0 = 0,4000 --- ---
1 q1 = 0,2857 -0,1143 -28,6
2 q2 = 0,2222 -0,0635 -22,2
3 q3 = 0,1818 -0,0404 -18,2
4 q4 = 0,1538 -0,0208 -15,4
5 q5 = 0,1333 -0,0205 -13,3
6 q6 = 0,1177 -0,0156 -11,7
7 q7 = 0,1053 -0,0124 -10,5
8 q8 = 0,0953 -0,0103 -9,8
54
Fatores que alteram o equilíbrio
MIGRAÇÃO (fluxo gênico)
Incorporação de alelos de uma população em outra
 inseminação com sêmen de outra população;
 introdução de animais de outra procedência.

q1  q 0 (1  M)  QM

Δ q  M(Q  q 0 )

 q0é a frequência do alelo antes da migração;


q1 é a frequência do alelo após a migração;
M é proporção de indivíduos migrantes;
Q é frequência do alelo na população de migrantes;
q é a mudança na frequência alélica na população.
55
Fatores que alteram o equilíbrio

Exemplo: Em uma população em equilíbrio, as frequências


dos alelos Br2 e br2 eram respectivamente 0,6 e 0,4. Em
uma amostra de 4.000 indivíduos, representativa desta
população foram incorporados1.000 indivíduos de uma
população contendo apenas indivíduos br2br2. Qual a
frequência alélica na nova população?

q1  q 0 (1  M)  QM

q1 = 0,4 (1 – 1.000/5.000) + 1 (1.000/5.000)

q0 M 56
Q
Fatores que alteram o equilíbrio
MUTAÇÃO

57
Fatores que alteram o equilíbrio
PROCESSO DISPERSIVO (sem direção)
(Deriva)

Processo que ocorre quando a amostragem é


inadequada, podendo levar a frequência gênica para
qualquer direção. Havendo redução no tamanho da
população, por exemplo, os seguintes fatores irão ocorrer:

 Alteração na frequência gênica;


 Alteração na frequência genotípica;
 Aumento da endogamia.

Graumáximo de endogamia – autofecundação.


Em seguida – cruzamento entre irmãos completos.

58
Simulações de Wright-Fisher - amostragem de
gametas
(20 amostras)
Endogamia no melhoramento
Cruzamento entre indivíduos
aparentados (primos, meios irmãos,
irmãos completos,
retrocruzamentos);
Indesejável em muitos casos e
auxiliar em muitos esquemas de
melhoramento;
Fatores que alteram o equilíbrio
Exemplo: Tomemos uma população em equilíbrio com:
f (A)  p0 f (a )  q 0
f (AA)  p 02 f (Aa)  2p0q 0 f (aa )  q 02

Após a primeira geração de autofecundação:

( p02 ) AA  AA f (AA)  p 02  (1 2)p 0 q 0


f ( Aa )  p 0 q 0
(2 p 0 q 0 ) Aa  (¼)AA + (½)Aa + (¼) aa
( q 02 ) aa  aa f (aa )  q 02  (1 2)p 0 q 0

p1  p02  (1 2)p0q 0  (1 2)p0q 0  p0

q1  q 02  (1 2)p610q 0  (1 2)p 0q 0  q 0
Fatores que alteram o equilíbrio
Após a segunda geração de autofecundação:
[p 02  (1 2)p 0 q 0 ] AA  AA f (AA)  p 02  (1 2)p 0 q 0  (1 4)p 0 q 0
( p 0q 0 ) Aa  (¼)AA + (½)Aa + (¼) aa f ( Aa )  (1 2) p 0 q 0

[q 02  (1 2)p 0 q 0 ] aa  aa f (aa )  q 02  (1 2)p 0 q 0  (1 4)p 0 q 0

p 2  p02  (1 2)p0q 0  (1 4)p0q 0  (1 4)p0q 0  p0

q 2  q 02  (1 2)p0q 0  (1 4)p 0q 0  (1 4)p 0q 0  q 0

“Autofecundação leva a homozigose e endogamia altera apenas a freqüência


genotípica”.

62
Endogamia no melhoramento
Consequências;
Aumento da homozigose;
Alteração na frequência genotípica e
não na frequência gênica;
Aparecimento de fenótipos
indesejáveis (deficiência física,
esterilidade, etc...);
Depressão por endogamia – Perda de
vigor generalizada, diminuição na
expressão de caracteres
quantitativos em decorrência do
aumento na homozigose;
Endogamia no melhoramento

Eliminação de alelos indesejáveis;


Uniformização de caracteres
qualitativos;
Pode ocorrer devido ao pequeno
tamanho da população;
Valor Frequência genotípica
Genótipo genotípico S0 S1 S2 .... S
BB 10 1/4 3/8 7/16 .... 1/2
Bb 10 1/2 1/4 1/8 .... 0
bb 2 1/4 3/8 7/16 .... 1/2
Média 8,0 7,0 6,5 .... 6,0

Não pode aumentar ao invés de


diminuir?

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