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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Resenha Crítica de Caso

Trabalho da disciplina Legislação Penal Especial


Tutor: Prof.

São Gonçalo
2020

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LEGITIMIDADE DOS CRIMES DE PERIGO ABSTRATO COMO MEIO DE CONTENÇÃO DE RISCOS
NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Referência:
Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/46463/legitimidade-
dos-crimes-de-perigo-abstrato-como-meio-de-contencao-de-riscos-na-sociedade-
contemporanea Acesso em: 25/10/2020

INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, vivemos em uma sociedade em que os riscos crescem cada vez
mais em um ritmo muito acelerado, atingindo novos bens jurídicos. Conforme esses
riscos expandem, aumenta também a sensação de insegurança. Um fato dominante
para o alargamento dessa sensação de insegurança é a conscientização desses
novos riscos por parte da coletividade, item marcante da sociedade moderna.

DESENVOLVIMENTO
A sociedade tem buscado novas maneiras de restrição desses riscos. Dessa forma,
as ciências jurídico-penais apresentam um leque de métodos que vislumbram
abranger as novas disposições da sociedade atual. Um direito penal que não
considerasse as novas e inúmeras maneiras de ataque a novos bens jurídicos não
seria totalmente conveniente. Nesse sentido, um dos meios de maior
representatividade, é a técnica legislativa da tipificação de “crimes de perigo
abstrato”. Com ela, busca-se evitar o dano real ao bem protegido, quando, diante de
determinadas situações peculiares, presume-se o dano independentemente do
efetivo perigo ou lesão real sofrida pelo bem tutelado.
Porém, esse método legislativo desperta forte discussão doutrinária quanto a sua
coerência e constitucionalidade, tendo em vista a necessária contingência a
princípios do direito penal clássico. O antagonismos entre os novos riscos a serem
tutelados e os princípios basilares do direito, devem avaliar quais os bens possuem
altivez penal bastante para sua tipificação como de perigo abstrato.

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O Direito Penal define-se como ferramenta de controle social, criado para proteger
bens jurídicos tradicionais, como a vida, a integridade física, a saúde, o patrimônio,
de agressões humanas próximas e exatas, isto é, o anteparo de valores relevantes
para a vida humana individual ou coletiva, sob ameaça de reprimenda.
O Direito Penal precisa adaptar-se às indigências da sociedade moderna, ou seja,
deve ser um dos meios de assistência contra os novos riscos.
Devem-se identificar atuações contrárias aos interesses difusos, pois que não
atingem apenas a sociedade como um todo, mas também o indivíduo. Os principais
interesses a serem tutelados são o meio ambiente, a saúde pública, o sistema
econômico e o equilíbrio das finanças públicas. Dessa forma, para um verdadeiro
gerenciamento de riscos, o direito penal direcionará seus institutos à prevenção de
fatos e atos que possam pôr em risco algum bem jurídico tutelado. A lei penal que
tipifica os novos riscos, desse modo, não possuirá o elemento lesão; mas sim o
elemento perigo.
O perigo é a possibilidade de acontecer um sinistro temido. Existem duas teorias
que explicam o elemento perigo: a subjetiva, considerada a primeira teoria a surgir,
entende que há perigo apenas na mente de um indivíduo que possui um
pensamento de algo subjetivo, não real do mundo, baseada na possibilidade ou na
probabilidade de produção de um resultado lesivo, ou seja, o perigo não existe
objetivamente. Assim sendo, mediante um juízo subjetivo, poder-se-ia presumir a
existência de um perigo. A outra teoria é a objetiva, contesta a subjetiva argüindo
que o caráter perigoso não seria conseqüência de uma abstração, isto é, não aceita
o perigo decorrente da ignorância ou da imaginação do ser, mas sim como uma
figura real e objetiva.

CONCLUSÃO
Sendo assim, podemos manejar os crimes de perigo abstrato toda vez que for para
tutelar certos bens que exijam uma determinada forma de tutela antecipada. Ou
seja, toda vez que a infração penal não configurar uma simples violação da
obrigação de obediência. Para a confirmação disto, se faz necessária uma rigorosa
técnica de tipificação, assim como uma precisa e cabal descrição do tipo

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incriminador. Quando do julgamento de condutas elencadas como perigo abstrato,
deve observar sempre os princípios constitucionais. Desta maneira, não se abstendo
as críticas e à complexa mecânica dos crimes de perigo abstrato com os princípios
constitucionais, esta técnica legislativa deve ser apontada como um dos meios de
controle dos novos riscos.

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