Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
Ouvidoria.
ouvidoria@fgv.br
www.fgv.br/fgvmanagement
SUMÁRIO
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 1
1.1 EMENTA .......................................................................................................... 1
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL ................................................................................... 1
1.3 OBJETIVOS: .................................................................................................... 1
1.3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 1
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................. 2
1.5 METODOLOGIA ................................................................................................ 3
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................... 3
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................... 3
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ....................................................................... 4
2. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO .......... 5
2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5
2.2 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN) ............................................................. 5
2.2.1 TRIBUTO ...................................................................................................... 6
2.2.2 CATEGORIAS ESPECIAIS DA TÉCNICA DE TRIBUTAÇÃO ....................................10
2.2.3 HIERARQUIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA .....................................................15
2.3 IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS) ..............21
2.3.1 PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE ...........................................................22
2.3.2 ALÍQUOTAS .................................................................................................23
2.3.3 LC N.º 87/1996 (“LEI KANDIR”) .....................................................................25
2.3.4 LC N.º 102/00 .............................................................................................25
2.3.5 CÁLCULO DO ICMS .......................................................................................26
2.3.6 SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ..........................................................................27
2.3.7 COMENTÁRIOS ADICIONAIS ..........................................................................28
2.4 IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA (IRPJ) E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE
O LUCRO (CSLL) ...................................................................................................29
2.4.1 FATO GERADOR ...........................................................................................29
2.4.2 PERÍODO-BASE DE APURAÇÃO ......................................................................29
2.4.3 BASE DE CÁLCULO .......................................................................................30
2.4.4 ALÍQUOTAS .................................................................................................30
2.4.5 PAGAMENTO ................................................................................................30
2.4.6 ENTREGA DA DIPJ ........................................................................................30
2.4.7 LUCRO REAL ................................................................................................31
2.5 SISTEMÁTICA DO LUCRO REAL .........................................................................32
2.5.1 ADIÇÕES AO RESULTADO CONTÁBIL ..............................................................32
2.5.2 EXCLUSÕES AO RESULTADO CONTÁBIL ..........................................................32
2.5.3 ADIÇÕES E EXCLUSÕES TEMPORÁRIAS...........................................................33
2.5.4 ADIÇÕES E EXCLUSÕES PERMANENTES ..........................................................33
2.5.5 EXEMPLO DE CÁLCULO DA CSLL E DO IRPJ EM BASES ANUAIS (CONFORME SLIDES
DA DISCIPLINA) ...................................................................................................33
2.5.6 PREJUÍZOS FISCAIS DE IRPJ E BASE NEGATIVA DE CSLL ..................................33
2.5.7 ISENÇÃO E/OU REDUÇÃO DO IRPJ .................................................................34
2.5.8 LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL - LALUR .............................................39
2.6 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ...........................................................................40
2.6.1 EMPRESA EFICIENTE DO PONTO DE VISTA TRIBUTÁRIO ...................................40
2.6.2 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ..................................................40
2.7 CONCLUSÃO ...................................................................................................41
4. SLIDES ......................................................................................................... 63
1
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Sistema tributário brasileiro. Normas gerais da legislação tributária. Regimes de
tributação, real, presumido e simples nacional. Tributos e contribuições sobre
faturamento e lucro. Imposto sobre a renda da pessoa jurídica. Contribuição Social sobre
o lucro Líquido, PIS e Cofins.
24 horas/aula
1.3 Objetivos
Gestão de Tributos
2
Gestão de Tributos
3
1.5 Metodologia
Exposição dialogada dará suporte aos debates, estudos de caso, vivências, exercícios.
70% referentes à avaliação individual, sob a forma de prova, a ser realizada após o
término da disciplina, sem direito à consulta do material didático ou qualquer outra
fonte de pesquisa (livros, apostilas, anotações, etc.).
Exemplo:
Gestão de Tributos
4
Nota
As informações contidas nesta Apostila são de caráter genérico e didático, elaboradas
para ser um guia às aulas ministradas. Dado à crescente complexidade da legislação
tributária, é recomendável consulta profissional antes de decisão relacionada com os
assuntos aqui apresentados. A cópia, distribuição ou divulgação deste material em seu
todo ou em parte é proibida. A FGV Management e o professor não se responsabilizam
pela aplicação de conceitos e legislações aqui citados em situações práticas nas
empresas, por demandarem análises específicas. Nenhuma responsabilidade poderá ser
imputada a FGV Management e ao professor por erro, interpretação, mau uso ou
alterações posteriores na legislação.
Gestão de Tributos
5
2.1 Introdução
O STN, estabelecido pela CF/88, com vigência a partir de 01/03/89, assegura a aplicação
da legislação anterior que não seja incompatível com as normas constitucionais,
enquanto não forem editadas as leis complementares previstas no texto constitucional.
Portanto, enquanto não for editada lei complementar (prevista no art. 146 da CF/88)
dispondo sobre normas de direito tributário, permanece em vigor o Código Tributário
Nacional (CTN) – Lei n 5.172/66 – naquilo que não seja incompatível com as normas
constitucionais vigentes (respeitando-se, portanto, o princípio constitucional da
recepção).
O STN funciona com várias permissões (poder para instituir tributos) e proibições
(limitações ao poder de tributar). Discrimina as espécies tributárias e os entes
federativos titulares de competência, ou seja as pessoas de direito público que poderão
criar e cobrar tributos, de que forma poderão fazê-lo e os requisitos exigidos para que
possam exercer mencionado poder.
Gestão de Tributos
6
2.2.1 Tributo
2.2.1.1 Conceito
A palavra “tributo” provém do latim tributum, que significa “dividir, repartir, entre a
tribo”. Tributar será distribuir a carga pública entre os integrantes do grupo social.
Sanção de ato ilícito: a União, os Estados e os Municípios não podem criar adicional
de tributo como punição por falta de pagamento. Desta forma, aplicam-se as multas e
juros, porém, não existirá a figura de novo tributo;
Tributos fiscais – São aqueles cuja finalidade primária é arrecadar recursos para os
cofres públicos (ex: Imposto de Renda). Ou seja, sua função precípua é a
arrecadação (natureza arrecadatória);
Tributos extrafiscais – São aqueles que têm outros objetivos que não o de
simplesmente arrecadar. Ou seja, são aqueles que têm como missão fundamental a
de servir como instrumento de política econômica para induzir comportamentos dos
agentes econômicos almejados pelo governo (ex: IOF, I.I. e I.E.). Ou seja, sua
função precípua é a intervenção (natureza regulatória);
Tributos parafiscais – São aqueles em que o sujeito ativo não é o Estado e sim outra
entidade. São Entidades Paraestatais (Ex: autarquias, fundações públicas), que
desenvolvam atividades relevantes, mas que não são próprias do Estado, a exemplo
das constituídas em favor de categorias profissionais ou das profissões liberais
(Contribuição Sindical e Contribuição-Anuidade: CREA, CRM, CRC, CRA, etc.), ou
Econômicas (Sindicato de Empregadores e as Contribuições p/ os Serviços Sociais
Autônomos: SESI, SENAI, SESC, SENAC, SEST, etc.). Ou seja, sua função precípua é
a arrecadação para financiamento de atividade paraestatal;
Diferença entre preços públicos ou tarifas e tributos - Preços públicos ou tarifas são
receitas originárias (originam-se da exploração econômica do patrimônio do Estado)
obtidas mediante acordo de vontades (contrato). São, portanto, receitas de direito
privado e, na atividade financeira do Estado para obtê-las, predomina o interesse
Gestão de Tributos
7
privado. Ou seja, o Estado está “ganhando dinheiro” como qualquer pessoa poderia
fazer (exemplos: quando o estado da Bahia aluga um imóvel de sua propriedade;
quando o estado de São Paulo recebe dividendos decorrente de participação
societária em um banco);
ESPÉCIE CARACTERÍSTICA
1
Impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais podem ser, originalmente, criados pela
União, e também pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. No caso das sociais, desde que o ente tributante
possua sistema próprio de seguridade social.
Gestão de Tributos
8
Contribuições Entendidas como as receitas cobradas pelo Estado toda vez que
de melhoria uma obra pública enriquece o patrimônio do contribuinte. São
seus elementos: a atividade estatal praticada no interesse de
(CF/88 – determinado grupo e a vantagem individual auferida.
art.145 a 162 –
sistema Em face das exigências de publicação prévia do memorial
tributário descritivo do projeto, orçamento do custo da obra,
nacional) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela
contribuição etc e, pela possibilidade de impugnação pelos
interessados, de qualquer dos elementos previamente
publicados, tal contribuição, na prática, raramente é cobrada.
2
Nem sempre foi reconhecida a natureza tributária das contribuições sociais. Entretanto, com o advento da
CF/88, ainda que continuassem no capítulo da seguridade social, o capítulo do sistema tributário nacional
passou a fazer menção às contribuições sociais (art. 149), prevendo, ainda, a observância a preceitos
constitucionais tributários específicos (art. 146, III – normas gerais de direito tributário, art. 150, I - legalidade
e III, “a” – irretroatividade. O art. 195 passou a fazer menção a dispositivo constitucional tributário (art. 154,
I), ao prever a possibilidade de implementação de outras contribuições.
Gestão de Tributos
9
É o vínculo jurídico que une duas pessoas, uma sujeito ativo (Ente Tributante), e a outra
sujeito passivo (Contribuinte). A obrigação nasce da ocorrência de fato gerador
tributário.
2.2.1.5 Fato gerador
É o fato econômico que gera a obrigação tributária. Vale notar que, para fins de definição
do fato gerador, é irrelevante se o ato praticado pelo contribuinte é nulo ou mesmo se é
ilícito. Assim, a renda auferida por intermédio de furto está sujeita ao imposto de renda,
e independe o fato de aquela atividade constituir-se em ilícito penal. Também os atos
praticados por pessoas absolutamente incapazes, apesar de nulos, podem configurar fato
gerador de tributos.
Instantâneo - aquele que ocorre em um dado momento de tempo e que, cada vez
que surge, dá origem a uma obrigação tributária autônoma.
3
“O empréstimo compulsório é modalidade de tributo. Nesta categoria jurídica, estão presentes todos os
requisitos essenciais à qualificação do conceito estabelecido pelo CTN. A necessidade de restituição não é
circunstância que prejudique o conceito, visto que o destino da arrecadação nada acresce à essência jurídica do
tributo” (LATORRACA, Nilton. Direito Tributário – Imposto de Renda das Empresas, São Paulo: Ed. Atlas)
Gestão de Tributos
10
2.2.1.7 Alíquota
É uma percentagem que incide sobre a base de cálculo para determinação do montante
do tributo.
A pessoa apontada como responsável deve estar vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Entende-se por tal
vinculação, a exigência de relação de cunho econômico entre o contribuinte e o
responsável6.
4
Art. 119 do CTN.
5
Art. 121 do CTN.
6
Art. 128 do CTN.
Gestão de Tributos
11
NÃO INCIDÊNCIA
2.2.2.1 Incidência
A lei tributária prevê uma série de situações ou hipóteses que, uma vez ocorridas,
originam a obrigação correspondente. A definição do fato gerador, de forma abstrata,
pela lei, é perfeitamente delimitada pelo que se costuma chamar de campo de incidência
tributária. Podemos dizer que cada tributo, aqui entendido em seu sentido amplo, possui
seu próprio campo de incidência, no qual são elencadas pelo legislador todas as
hipóteses de incidência. Exemplo:
7
O STF, por maioria, considerou inconstitucional a instituição do ICMS sobre a prestação de serviços de
transporte aéreo de passageiros intermunicipal, interestadual e internacional, bem como de transporte
internacional de cargas, no julgamento de mérito de ação direta de inconstitucionalidade (ADIn n 1.600,
26/11/01) ajuizada pelo Procurador-Geral da República. Existe uma outra ADIn (ADIn n 2.779, 10/12/02)
referente ao transporte aquaviário marítimo, em tramitação no STF.
Gestão de Tributos
12
2.2.2.2 Não-incidência
O inc. XIII do art. 7º do RICMS/SP dispõe que o ICMS não incide sobre a operação
que envolver livro, jornal ou periódico, ou o papel destinado à sua impressão.
2.2.2.3 Isenção
É a dispensa do pagamento do tributo devido. Uma vez que ocorre o fato gerador, dá-se
a incidência tributária e surge a obrigação tributária, sem, no entanto, ser constituído o
crédito tributário, uma vez que o lançamento não se efetiva, por vontade do legislador
ordinário. A isenção é uma forma de exclusão do crédito tributário. Exemplo:
- O art. 42 do Anexo I (mencionado pelo art. 8º dos RICMS/SP) dispõe que ficam
isentas do ICMS as saídas de mercadorias com destino a Itaipú Binacional, desde que
haja comprovação da efetiva entrega da mercadoria.
Gestão de Tributos
13
- O art. 28 do Anexo I (mencionado pelo art. 8º dos RICMS/SP) dispõe que ficam
isentas do ICMS as saídas internas e interestaduais de sêmen congelado ou resfriado
de bovinos, ovinos, de caprinos ou de suínos.
- O art. 51, inc. X, do RIPI/02 dispõe que ficam isentas do IPI as saídas de chapéus,
roupas e proteção de couro, próprios para tropeiros.
2.2.2.4 Imunidade
Recíproca – Veda instituir impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos
outros. Alcança a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e
fundações, instituídas e mantidas pelo Poder Público, estando vinculadas às suas
finalidades essenciais, desde que sem fins lucrativos. Não abrange os impostos sobre
o comércio exterior;
Gestão de Tributos
14
A partir da CF/88, o legislador fixou hipóteses de imunidade para as taxas, vedando sua
cobrança para os serviços contidos em seu art. 5, inc. XXXIV. Senão, vejamos:
“Art. 5 – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
"Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
Gestão de Tributos
15
Cada um dos níveis hierárquicos tem natureza própria e distinta, de acordo com a fonte
de que se origina e com a respectiva competência. O conhecimento dessa hierarquia é
necessário para se entender a validade ou invalidade dos atos que compõem a legislação
tributária. A seguir, uma rápida explanação a respeito dos diploma legais em tela.
Lembramos que há juristas que não seguem criteriosamente a ordem hierárquica por
entenderem que alguns destes diplomas, embora com nomenclaturas diferentes,
possuiriam a mesma natureza.
CF e EC
LC
Gestão de Tributos
16
É como se fosse uma escala de funções entre as normas, com três níveis: (1) a CF/88,
criadora das normas permissivas do Direito Tributário; (2) a LC, estabelecendo a
uniformidade de tratamento ao contribuinte pelos entes tributantes; e (3) as demais leis,
que instituem o tributo (em regra, a lei será ordinária, porém, excepcionalmente, deverá
ser LC quando houver menção constitucional expressa).
O Código Tributário Nacional (CTN) nasceu como lei ordinária (Lei 5.172/66), uma vez
que, naquele momento, não havia qualquer exigência de que as matérias nele contidas
fossem tratadas por LC ou com quórum especial. Entretanto, as Constituições
posteriores passaram a exigir que tais matérias constassem em diploma legal de maioria
absoluta (metade mais um dos membros de cada casa do Congresso), quando então o
CTN, recepcionado pelos ordenamentos constitucionais, passou a ter status de LC,
apenas podendo ser alterado por nova LC, que precisa de quórum qualificado (maioria
absoluta) para ser aprovada. O CTN exerce função tríplice: (a) dispõe sobre conflitos de
competência; (b) regula as limitações constitucionais ao poder de tributar; e (3)
estabelece normas gerais sobre Direito Tributário.
As Leis Ordinárias podem ser editadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios, no campo de suas competências, delimitado pela CF/88. Devem ser
sempre resultado de trabalho legislativo, ou seja, independentemente do autor da
proposta, precisa ser aprovada pelo Poder Legislativo, por maioria simples, e sancionada
pelo Poder Executivo. Em matéria tributária, em geral, é a LO que institui o tributo,
define o seu fato gerador, a base de cálculo, as alíquotas, os contribuintes e
responsáveis, bem como prescreve as penalidades aplicáveis às infrações previstas.
Código
As Leis Delegadas estão previstas na CF/88, em seu art. 68, sendo uma delegação
extraordinária do exercício de legislar pelo Congresso Nacional ao Chefe do Executivo,
por solicitação deste. Esse exercício é expressamente delimitado pelo Congresso,
podendo este reservar-se ao direito de apreciação. Tais leis são reservadas aos casos em
que a urgência e o sigilo sejam reclamados em função do assunto em questão, e estão
no mesmo nível das LO’s.
Gestão de Tributos
17
Decreto-lei (DL)
Trata-se de espécie inexistente na CF/88, o que não afasta a vigência dos que foram
recepcionados pela nova ordem jurídica. É norma geral com a mesma força de LO.
A MP foi instituída pela CF/88, em seu art. 62. É ato editado pelo Chefe do Executivo,
com força de lei, em caso de relevância e urgência. Deve ser submetida ao Congresso
Nacional (inicialmente, será remetida a uma comissão mista de deputados e senadores;
em seguida, segue para a Câmara dos Deputados que fará a deliberação principal;
depois, segue para o Senado que fará a deliberação revisional). Perde a eficácia desde a
edição se não for convertida em lei no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação, ou
reeditada (o que só pode ocorrer apenas uma única vez) pelo Chefe do Executivo). Se a
MP não for convertida em lei no prazo de 45 dias, a contar de sua publicação, entrará em
regime de urgência sobrestando todas as demais deliberações da Casa em que esteja
tramitando. Passados os 120 (cento e vinte) dias sem deliberação do Congresso ou
rejeitada expressamente, a MP sai do ordenamento jurídico como se nunca estivesse
existido, não podendo ser reeditada na mesma sessão legislativa.
Revoga ou modifica a legislação tributária interna, devendo ser observado pela legislação
editada posteriormente à sua vigência. Passa por várias fases: a negociação e a
assinatura (Poder Executivo), a aprovação (Congresso Nacional, mediante decreto
legislativo), a promulgação e a publicação (Poder Executivo, através de decreto
presidencial) e a aplicação8.
8
O STF entendeu que é possível que a União conceda isenção a tributos de competência dos estados, do
distrito federal e municípios, pois não concede a isenção no exercício de sua competência federal, como pessoa
jurídica de direito público interno, mas sim, como ente internacional, dotado de soberania, o que descaracteriza
a isenção heterônoma (RE n° 229096-RS, DJE de 11/04/08).
Gestão de Tributos
18
Ato do Congresso Nacional editado no uso de sua competência privativa. Não se submete
à sanção do Presidente da República.
Resolução
Decreto
Gestão de Tributos
19
Decisões administrativas
Não fazem coisa julgada, ou seja, não representam uma sentença definitiva e absoluta,
podendo o contribuinte recorrer ao Judiciário.
Não pode haver punição ao contribuinte, caso o seu procedimento esteja de acordo com
práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas.
Vários são os princípios tributários, que devem, necessariamente, ser observados pelo
Estado no exercício do seu poder de tributar. Entre eles, destacaríamos:
Gestão de Tributos
20
O texto constitucional proíbe cobrar tributos “em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”. A lei como
veículo único para obrigar a fazer ou deixar de fazer alguma coisa não pode retroagir. “A
lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Costuma-se dizer que excepcionalmente as leis retroagem para beneficiar. Neste sentido,
a própria CF/88 reza que a “lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
Seguindo esta ideia, podemos dizer que a lei tributária, em caráter excepcional, também
retroage. Entretanto, tal previsão deve ser interpretada restritamente.
9
Ver nota ao princípio da anterioridade, a seguir.
Gestão de Tributos
21
2.2.4.4 Princípio da anterioridade (art. 150, inc. III, “b”, “c” e P.U.)
De um modo geral, os tributos não podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os houver instituído ou aumentado.
Existem casos específicos em que os tributos podem ser cobrados imediatamente após a
edição da lei que os tiver instituído, excepcionando-se a esta regra da anterioridade, por
expressa autorização constitucional, a exemplo dos tributos relacionados com o comércio
exterior, produtos industrializados e operações financeiras, em que além da função de
arrecadar receita, o tributo tem finalidade extrafiscal, como a de regular o comércio
internacional, de interferir diretamente na economia, ou ser cobrado para atender a
casos especiais.
Suas alíquotas podem ser alteradas a qualquer momento e por decreto, desde que
dentro dos limites fixados por lei10.
Outra exceção à regra, são as contribuições sociais relacionadas com a seguridade social,
as quais poderão ser exigidas depois de decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, contados
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.
10
A EC n° 42/03 de 19/12/03, DOU de 31/12/03, ampliou essa garantia ao contribuinte exigindo que a lei,
além de publicada no ano anterior (exceto para: empréstimo compulsório, imposto de guerra, II., IE, IOF e
IPI), esteja em vigor 90 dias antes da nova exigência ou da exigência majorada (exceto para: empréstimo
compulsório, imposto de guerra, II., IE, IOF e IR. O IPI passou a sujeitar-se à noventena). A noventena
também não se aplica à fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.
11
No fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não especificados na lista a que se refere a LC
116/03, a base de cálculo do ICMS será o valor das mercadorias acrescido do preço do serviço prestado.
12
O STF, por maioria, considerou inconstitucional a instituição do ICMS sobre a prestação de serviços de
transporte aéreo de passageiros intermunicipal, interestadual e internacional, bem como de transporte
internacional de cargas, no julgamento de mérito de ação direta de inconstitucionalidade (ADIn 1.600,
26/11/01) ajuizada pelo Procurador-Geral da República. Existe uma outra ADIn (ADIn 2.779, 10/12/02)
referente ao transporte aquaviário marítimo, em tramitação no STF.
Gestão de Tributos
22
Os créditos são calculados com base no imposto cobrado pelas entradas de insumos ou
pelo recebimento de serviços tributados, ou seja, com base no montante incidente na
etapa anterior de circulação econômica dos bens e serviços. Note-se que o direito ao
creditamento está condicionado a que exista tributação sobre a operação que originou a
entrada de insumos. Os débitos são calculados pelas saídas de bens e serviços
promovidas pelo próprio contribuinte, através de uma base de cálculo (via de regra, o
valor da operação) e uma determinada alíquota (variável de acordo com a natureza da
mercadoria e da operação, como veremos adiante).
13
Art. 155, § 2°, I e II da CF/88.
14
Art. 68, inc. I e art. 7, inc. V do RICMS/SP.
15
Daí, ser o ICMS chamado de “imposto indireto”.
Gestão de Tributos
23
2.3.2 Alíquotas
A alíquota genérica mais utilizada nas operações internas, é 17% nos estados
brasileiros, exceção feita a São Paulo, Minas Gerais e Paraná, para os quais a alíquota é
de 18% e, Rio de Janeiro, que é 19%16. A EC n° 42/03 de 19/12/03, DOU de 31/03/03,
prevê que poderá ser criado adicional de até 2% na alíquota do ICMS sobre produtos
supérfluos para fins de financiar a instituição do Fundo de Combate à Pobreza 17 a ser
criado pelos Estados.
De Para Alíquota
Estados do Norte,
Nordeste, Centro- 12%
Para qualquer Estado
Oeste e Espírito Santo
Vale ressaltar que, a partir de 01/11/96, não há mais incidência do ICMS sobre as
exportações de produtos primários e de semielaborados (até 31/10/96, a alíquota era de
13% sobre tais operações).
16
A partir de janeiro/16, aumentaram para 18%: AM, BA, DF, MA, PB, PE, RN, RS, SE, TO.
17
Os Decretos n° 32.646/03 e 34.681/03 regulamentam o Fundo Estadual de Combate a Pobreza e às
Desigualdades Sociais, no Rio de Janeiro, nos termos da EC n° 31/00 e da Lei Estadual n° 4.056/02, criando o
adicional de 1% na alíquota do ICMS (portanto, no RJ, tem-se a alíquota de 18% e o adicional de 1%).
18
Ver comentários sobre a alíquota interestadual de 4% sobre mercadorias e bens importados, nos Slides da
Disciplina.
Gestão de Tributos
24
Por força da EC nº 87 de 16/04/15 (em vigor a partir de 01/01/16), os inc. VII e VIII
do § 2º do art. 155 da CF/88 passam a vigorar com as seguintes alterações:
No caso de operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não
contribuinte localizado em outro Estado, o imposto correspondente à diferença entre a
alíquota interna e a interestadual será partilhado entre os Estados de origem e de
destino, na seguinte proporção:
19
Cláusula 3ª do Convênio ICMS nº 38/13.
Gestão de Tributos
25
Com as alterações feitas pela LC n.º 102/00, os créditos de ICMS relativos a aquisição de
bens destinados ao ativo imobilizado apenas poderão ser utilizados para compensar os
débitos de ICMS, de forma parcelada em 48 meses, sem correção monetária (com a “Lei
Kandir”, desde 1996, a compensação podia ser feita de imediato, sem limitações) 20.
20
A ADIn n° 2.325-0, impetrada pela CNI, teve a ação cautelar indeferida pela STF, por entender aquele
tribunal que a LC n° 102/00 não feriu dispositivos da CF/88.
Gestão de Tributos
26
DADOS:
Custo = 50
Margem = 50
Contribuinte IPI e ICMS > Contribuinte IPI e/ou ICMS > Ind. ou Com.
Gestão de Tributos
27
Contribuinte IPI e ICMS > Contribuinte ou não IPI e/ou ICMS > Uso ou Cons.
[(100 + IPI) / 0,82] x 0,18 = ICMS => (18 + 0,18 IPI) / 0,82 = ICMS (A)
19,8 = 0,802 ICMS => ICMS = 19,8 / 0,802 => ICMS = 24,69
Gestão de Tributos
28
É muito útil para o Fisco nas cadeias de produção-circulação em que o varejo é muito
pulverizado, como por exemplo: produção e distribuição de bebidas e de combustíveis,
tornando a fiscalização e o controle, respectivamente, nos engarrafadores e nas
refinarias, muito mais efetivos, garantindo à arrecadação.
Passamos a demonstrar o cálculo do ICMS nas situações normais, bem como naquelas
em que há a substituição tributária, utilizando valores e alíquotas hipotéticas, bem como
considerando que as margens praticadas pelos participantes da cadeia produtiva são
exatamente aquelas presumidas pelo Fisco, apenas para fins de exemplificação. O
objetivo, nesta situação, é demonstrar que o consumidor final (contribuinte de fato) está
arcando com o mesmo ônus tributário.
Gestão de Tributos
29
A CSLL, criada em 1988, é calculada com base no resultado contábil do exercício social
da pessoa jurídica. Sua base de cálculo é muito similar à do IRPJ, mas com certas
diferenças a nível de adições, exclusões e compensações que podem ser feitas à mesma.
É uma das fontes de recursos previstas no art. 195 da CF/88 para atender o programa de
seguridade social.
21
A EC n° 42/03 de 19/12/03, DOU de 31/03/03, ampliou essa garantia ao contribuinte exigindo que a lei,
além de publicada no ano anterior (exceto para: empréstimo compulsório, imposto de guerra, II., IE, IOF e
IPI), esteja em vigor 90 dias antes da nova exigência ou da exigência majorada (exceto para: empréstimo
compulsório, imposto de guerra, II., IE, IOF e IR. O IPI passou a sujeitar-se à noventena). A noventena
também não se aplica à fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.
22
1) A aquisição de disponibilidade econômica representaria uma autorização para se tributar o produto do
crime, como por exemplo, o roubo ou o furto, que por se tratar de conduta antijurídica, os seus possuidores
dele não poderiam dispor juridicamente, mas apenas economicamente; 2) Um pagamento recebido por
antecipação, por exemplo, não poderia ser considerado na apuração da renda da pessoa, porquanto ainda não
ocorreu o fato que proporciona ao beneficiário o direito de dispor juridicamente da moeda recebida, em que
pese já possuir a disponibilidade econômica.
23
Art. 43 do CTN.
24
Art. 20 do RIR/99.
Gestão de Tributos
30
A base de cálculo do IRPJ e da CSLL deve ser determinada segundo a legislação vigente
na data da ocorrência do fato gerador, com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado
(conforme demonstrado adiante)25.
2.4.4 Alíquotas
2.4.5 Pagamento
O IRPJ e a CSLL devidos deverão ser pagos em cota única, até o último dia útil do mês
subsequente ao do encerramento do período de apuração. À opção da pessoa jurídica, o
tributo devido poderá ser pago em até 3 cotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no
último dia útil dos 3 meses subsequentes ao de encerramento do período de apuração a
que corresponder, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do sistema especial
de liquidação e custódia – SELIC, até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% de juros
relativamente ao mês do pagamento26.
25
Art. 44 do CTN.
26
Art. 856 do RIR/99.
Gestão de Tributos
31
informações sobre vários tributos inclusive IRPJ e CSLL. As pessoas jurídicas que
encerrarem suas atividades em razão de fusão, cisão, incorporação ou extinção, deverão
entregar a declaração até o último dia útil do mês seguinte ao do evento. A DIPJ está
sujeita a revisão por parte das autoridades fiscais por um período de cinco anos contados
a partir do exercício financeiro seguinte àquele correspondente à sua entrega.
Por meio da IN RFB 1.353/13 foi instituída a Escrituração Fiscal Digital do IRPJ e da CSLL
(EFD-IRPJ), cuja entrega será obrigatória para as PJ sujeitas ao Regime do Lucro Real,
Presumido ou Arbitrado, e também para as PJ imunes e isentas. A EFD-IRPJ será
transmitida anualmente ao SPED, até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte
ao ano-calendário a que se refira. A obrigatoriedade de utilização da EFD-IRPJ terá início
a partir do ano-calendário 2014.
São obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real, as pessoas jurídicas:
cuja receita total28, acrescida das demais receitas e dos ganhos de capital, no ano-
calendário anterior, tiver ultrapassado o limite correspondente a R$ 78 milhões ou,
em caso de período inferior a 12 meses, a R$ 6,5 milhões, multiplicado pelo número
de meses do período (até o ano-calendário de 2013 o limite era de R$ 48 milhões
para o período de 12 meses);
27
Art. 247 do RIR/99.
28
Receita bruta + demais receitas e ganhos de capital + ganhos líquidos de renda variável + rendimentos de
renda fixa + valor resultante da aplicação de percentuais, variáveis conforme o ramo de atividade, sobre a
parcela das receitas de exportações às pessoas vinculadas ou aos paraísos fiscais, que exceder ao valor
apropriado na escrituração contábil (IN´s 1.312/12 e 1.322/13). Quanto ao limite de R$ 78 milhões, ver Lei
12.814/13, art. 7º.
Gestão de Tributos
32
Os contribuintes tributados com base no lucro real poderão optar pelo pagamento mensal
do IRPJ e da CSLL, por estimativa, e apurar a base de cálculo em 31/dezembro do ano-
calendário (ou na data do encerramento das atividades), efetuando o ajuste entre os dois
valores na DIPJ correspondente. A opção pela apuração trimestral ou anual da base de
cálculo será manifestada com o pagamento do IRPJ e da CSLL correspondentes ao mês
de janeiro ou ao início da atividade29. O lucro real anual representa, assim, uma forma
híbrida entre o lucro real e o presumido, porquanto o pagamento mensal por estimativa
lança mão de base de cálculo assemelhada ao lucro presumido.
Existem regras na legislação que limitam ou impedem que certos custos ou despesas
sejam dedutíveis na apuração do IRPJ e da CSLL. Tais custos ou despesas, ao serem
registrados contabilmente, reduzem o resultado contábil. Para que esta redução não
afete estes tributos, devem ser adicionados, fiscalmente, ao resultado30.
Assim como os custos e as despesas devem atender a certas condições e limites para
que sejam consideradas dedutíveis, existem regras que atribuem tratamento especial
para determinadas receitas. Tal tratamento visa permitir a exclusão destas receitas da
base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
29
Art. 222 do RIR/99.
30
A lei fiscal prescreve uma regra geral que condiciona a validade da dedutibilidade das despesas à real
necessidade destas às atividades exercidas pela pessoa jurídica (art. 299 do RIR/99).
Gestão de Tributos
33
São aqueles custos ou despesas que, embora indedutíveis num primeiro momento,
podem ser excluídas posteriormente, quando atenderem determinadas condições
exigidas pela legislação fiscal. O mesmo raciocínio aplica-se às receitas, de forma
inversa. Ou seja, são receitas que, no momento do seu registro por competência,
integram o resultado das empresas, porém têm a sua tributação diferida. Exemplos:
depreciação acelerada incentivada e provisões diversas (consideradas indedutíveis até o
momento de sua realização).
A legislação do IRPJ e CSLL permite a pessoa jurídica reduzir o lucro real e a base de
cálculo da CSLL, apurados no período-base, mediante a compensação de prejuízos fiscais
e base negativa apurados em períodos-base anteriores.
O prejuízo fiscal compensável com o lucro real é aquele apurado e registrado no LALUR.
A base negativa compensável é aquela apurada e registrada na DIPJ do ano
imediatamente anterior ao analisado.
2.5.6.1 Limite de redução de 30%
O referido limite não se aplica aos prejuízos fiscais apurados pelas empresas que tenham
como objeto social a exploração de atividade rural, bem como pelas empresas industriais
titulares de programas especiais de exportação aprovados pela comissão para concessão
de benefícios fiscais de exportação - BEFIEX. Observa-se que, no caso das titulares de
programas BEFIEX, deverá ser respeitado o prazo máximo de 6 anos para a
compensação de prejuízos fiscais. Ressalta-se que a base negativa de CSLL somente
começou a poder ser compensada a partir de 1992.
Gestão de Tributos
34
O lucro contábil do período de apuração contém resultados que pouco tem a ver com as
atividades especificadas, corno por exemplo:
Gestão de Tributos
35
e) a instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos
não beneficente que aderir ao Programa Universidade para Todos (PROUNI) nos
termos do art. 5º, da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, no período de vigência do
termo de adesão e que terá direito à isenção do imposto;
Gestão de Tributos
36
Notas:
2. A prática de atos que configurem crimes contra a ordem tributária, bem como
a falta de emissão de notas fiscais, acarretarão à empresa infratora a perda,
no ano-calendário correspondente, dos incentivos e benefícios de redução ou
isenção do IRPJ (Leis nº 8.846/94 e 9.069/95);
A fruição dos incentivos mencionados nas letras “a” a “e” não pode ensejar restituição
do imposto e adicional devidos pela pessoa jurídica beneficiária, conforme já mencionado
na nota “1”. Por essa razão, a redução do imposto decorrente de incentivos está
limitada ao resultado da seguinte soma algébrica:
Gestão de Tributos
37
Essas pessoas jurídicas poderão optar por depositar, no Banco do Nordeste do Brasil S/A
(BANEB) ou no Banco da Amazônia S.A. (BASA), respectivamente, para reinvestimento
em projetos técnico-econômicos de modernização ou complemento de equipamentos dos
referidos empreendimentos, 20% do valor do imposto devido sobre o lucro da
exploração dessas atividades, acrescido de 50% de recursos próprios.
A liberação desses recursos fica condicionado à aprovação pela SUDAM ou SUDENE dos
respectivos projetos. Esse incentivo pode ser gozado, cumulativamente, com o incentivo
de isenção ou redução mencionado na letra “a”. Ele aplica-se apenas em relação aos
empreendimentos dos setores considerados prioritários para o desenvolvimento
regional.
Notas:
Gestão de Tributos
38
Limite do benefício
A redução do imposto devido em virtude do depósito para reinvestimento não poderá ser
superior à seguinte soma algébrica:
Imposto devido à alíquota de 15% sobre o Lucro Real da pessoa jurídica exclusive o
incidente sobre lucros auferidos no exterior
O objetivo desse limite é evitar que esse incentivo gere imposto a restituir para a pessoa
jurídica beneficiada ou redução do valor pago a título de adicional do IRPJ.
Exemplo:
A Cia. LMN, com sede em São Paulo, tem um empreendimento industrial na área da
SUDENE, beneficiado com 25% de redução do imposto devido com base no lucro da
exploração dessa atividade e deseja gozar do incentivo do depósito para reinvestimento.
Apresentou Os seguintes dados referentes ao 4º trimestre/20XX:
Gestão de Tributos
39
Por meio da IN RFB 1.353/13 foi instituída a Escrituração Fiscal Digital do IRPJ e da
CSLL (EFD-IRPJ), cuja entrega será obrigatória para as PJ sujeitas ao Regime do
Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, e também para as PJ imunes e isentas. A EFD-
IRPJ será transmitida anualmente ao SPED, até o último dia útil do mês de junho do
ano seguinte ao ano-calendário a que se refira. A obrigatoriedade de utilização da
EFD-IRPJ terá início a partir do ano-calendário 2014.
Gestão de Tributos
40
A empresa eficiente do ponto de vista tributário seria aquela que, através de uma
atividade lícita, busca identificar, com a indispensável antecedência, a alternativa legal e
tributária menos onerosa para atingir um determinado objetivo negocial ou patrimonial.
Não é demais lembrar que, do ponto de vista dos proprietários, constitui obrigação da
administração da empresa planejar seus negócios, com vistas a: 1) proteger o seu
patrimônio; 2) maximizar o retorno do investimento dos acionistas, agregando valor ao
empreendimento; 3) aumentar as suas receitas; e, 4) reduzir seus custos, inclusive, os
tributários.
A redução da carga tributária de uma empresa pode ser obtida através de elisão fiscal
(forma lícita, recomendável) ou de evasão fiscal (forma ilícita, não recomendável). Nas
palavras do professor José Carlos Moreira Alves, ministro do STF, durante o XIII
Simpósio Nacional de Direito Tributário, elidir é evitar, reduzir o montante ou retardar o
pagamento do tributo por atos ou omissões lícitos do sujeito passivo anteriores à
ocorrência do fato gerador.
Por outro lado, evadir é evitar o pagamento do tributo devido, reduzindo-lhe o montante,
ou postergar o momento em que se torne exigível, por atos ou omissões do sujeito
passivo, posteriores à ocorrência do fato gerador
Gestão de Tributos
41
2.7 Conclusão
Diante de todo o exposto neste material didático, nas aulas expositivas do professor, nos
casos práticos discutidos e exercícios feitos pelos alunos, podemos observar que, apesar
da complexidade e dinamismo da legislação fiscal brasileira e da infinidade de tributos
existentes, é possível às empresas organizarem seus negócios sob apropriado
planejamento tributário. Mesmo porque, constitui-se obrigação do administrador
empresarial planejar os negócios da pessoa jurídica, com vistas à redução de seus
custos, inclusive os tributários.
Enfatizamos que a empresa eficiente do ponto de vista tributário é aquela que, através
de uma atividade lícita, busca identificar, com a indispensável antecedência, a alternativa
legal e tributária menos onerosa para atingir um determinado objetivo negocial ou
patrimonial.
Gestão de Tributos
42
3. MATERIAL COMPLEMENTAR
(b) cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou;
(c) instituir tributos que não sejam uniformes em todo o território nacional;
(d) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei que os houver instituído ou aumentado;
Gestão de Tributos
43
4) Para que a contribuição de melhoria seja cobrada, é necessário que uma obra
pública:
(b) Sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI) e sobre operações financeiras (IOF).
Gestão de Tributos
44
9) O tributo que tem como fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica relativa ao contribuinte é denominado:
(d) Imposto.
(e) Tarifa.
11) O lucro presumido para fins de IRPJ e para fins de CSLL são, respectivamente:
Gestão de Tributos
45
DRE R$
Receita de Vendas ou de Prestação de Serviços 5.000
(-) CMV/CSP (3.780)
(-) Doações* (1.750)
(-) Provisão para Contingências Fiscais* (2.700)
(-) Despesas Sem Comprovação* (1.870)
(+) Dividendos Recebidos - Investida D** 1.100
(-) Despesas Operacionais (200)
(=) LAIR/ CSLL (4.200)
* Indedutíveis
** Não Tributável
Gestão de Tributos
46
DRE R$
Receita de Vendas 26.000.000
(-) CMV/CSP -7.020.000
(-) Despesas Financeiras -20.000
16) Com os dados da questão anterior calcule a base de cálculo da CSLL, a CSLL Devida e
a CSLL a Pagar.
Gestão de Tributos
47
DRE R$
Gestão de Tributos
48
18) Com os dados da questão anterior calcule a base de cálculo da CSLL, a CSLL Devida e
a CSLL a Pagar.
19) Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas (assinale “V” ou “F”):
20) A empresa optante pelo lucro presumido que só tem livro caixa e inventário, pode
distribuir lucros aos sócios, com isenção do IRPF:
(h) até o valor correspondente à receita menos despesa, diminuído dos impostos e
contribuições federais a que estiver sujeita a empresa
Gestão de Tributos
49
(b) o fabricante;
25) A alíquota do ICMS aplicável numa operação de saída de mercadoria com o remetente
no Paraná e o destinatário, um comerciante, em Santa Catarina é de:
(a) 9%; (b) 12%; (c) 13%; (d) 16%; (e) 17%.
(a) no final de cada período de apuração (que é mensal), mediante confronto entre
os débitos e os créditos correspondentes ao mesmo período;
Gestão de Tributos
50
(c) a cada operação ou prestação realizada pelo sujeito passivo, pois o fato gerador é
instantâneo;
(d) através da soma dos débitos do período para recolhimento do montante através
de guia no prazo legal;
(e) pela aplicação da alíquota cabível (18%, 7%, 12% ou 13%), sobre as operações
de saídas de mercadorias ocorridas no mês.
(a) R$ 509,00; (b) R$ 266,00; (c) R$ 456,00; (d) R$ 646,00; (e) R$ 684,00.
30) O princípio constitucional da seletividade, atribuído ao IPI, é exercido em lei pelo (a):
Gestão de Tributos
51
32) A regra geral para utilização mensal dos créditos do IPI referentes aos insumos
adquiridos para emprego na industrialização é:
(a) Contribuinte;
(b) Responsável;
Gestão de Tributos
52
(a) São considerados contribuintes do ISS quem presta serviços como trabalhador
avulso, bem como os diretores e membros dos conselhos consultivos e fiscais;
37) Uma construtora com sede no Município do Rio de Janeiro constrói um edifício na
cidade de Nova Iguaçu, onde não possui estabelecimento. A competência para a
imposição e cobrança do ISS caberá ao Município de (do):
(a) Rio e Janeiro porque é o município onde a construtora tem a sua sede social.
(b) Nova Iguaçu porque é o local onde foi construído o edifício (prestado o serviço).
(c) Rio de Janeiro porque construção civil não é prestação de serviços.
(d) Rio de Janeiro porque a construtora não tem estabelecimento em Nova Iguaçu.
38) Com base nas seguintes informações e após realizar o confronto entre débitos e
créditos do ICMS, indique se a empresa comercial apuraria saldo credor ou devedor
de ICMS e qual seria o respectivo montante.
Gestão de Tributos
53
Obs: Lembrar que as alíquotas interestaduais do ICMS são as do quadro abaixo. Já nas
vendas efetuadas dentro do próprio Estado, utilizar a alíquota interna genérica de 17%,
exceto para o RJ (cuja alíquota é 19%) e para SP, MG, PR, AM, BA, DF, MA, PB, PE, RN,
RS, SE, TO (cuja alíquota é 18%):
De Para Alíquota
Gestão de Tributos
54
39) A empresa TANA MAODEDEUS LTDA., que atua no Comércio Varejista, apresentou os
seguintes faturamentos, referentes aos exercícios de 2017 e de 2018. Calcule os
valores que devem ser recolhidos mensalmente, pela sistemática do Simples
Nacional, referentes aos meses de janeiro e fevereiro de 2018, bem como o total que
deverá ser pago considerando-se esses 02 meses de 2018.
Gestão de Tributos
55
1) Defina o que é “fato gerador” e qual a diferença entre o Fato Gerador Instantâneo e o
Fato Gerador Complexivo;
2) Diferencie o Contribuinte de Direito e o Contribuinte de Fato;
3) Explique as Técnicas Especiais de Tributação: Incidência, Não-Incidência, Isenção e
Imunidade;
4) Explique o Princípio da Não Cumulatividade do ICMS;
5) Explique suscintamente em que consiste a sistemática do lucro real e do lucro
presumido, para fins de apuração do imposto de renda da pessoa jurídica.
Gestão de Tributos
56
ANEXO I
LAUDÊMIO
O laudêmio não é um tributo (este sim, cobrável na forma que a lei determinar, em razão
da soberania do ente público), mas uma relação contratual, de direito obrigacional, na
qual o ente público participa na condição de contratante e como tal sujeito aos princípios
gerais dos contratos.
AFORAMENTO
O foro, o laudêmio e a taxa de ocupação não são tributos, receitas derivadas, mas sim
receitas originárias, às quais a União tem direito em razão do uso por terceiros de seus
bens imóveis. Não estão sujeitos, portanto, às normas do Código Tributário Nacional.
Dentre as diversas receitas públicas que o Estado aufere, algumas são de índole não
tributária, como, por exemplo:
O preço público não é nenhuma espécie de tributo (não é receita tributária), pois sua
exigência não é compulsória e nem tem por base o poder fiscal do Estado.
O preço público representa um valor monetário (em termos de moeda, em dinheiro) que
o Estado (órgão público empresa associada, permissionária ou concessionária) exige, do
adquirente (pessoa física ou jurídica), pela venda de um bem material (produto,
mercadoria ou simples bem material) ou imaterial (serviços, locação e outros).
Gestão de Tributos
57
TARIFAS
A taxa é uma receita pública derivada, isto é, retirada de forma coercitiva do patrimônio
dos particulares, vindo a se integrar no patrimônio do Estado.
A tarifa visa o lucro, a taxa visa o ressarcimento. Na tarifa o serviço é facultativo, sendo,
pois, o pagamento voluntário, isto é, paga-se somente se existir a utilização do serviço.
A tarifa é uma contraprestação de serviços de natureza comercial ou industrial.
PEDÁGIO
Receita cobrada sob a forma de taxa ou tarifa pela utilização de qualquer via de
transporte por pessoa, veículo ou animal, com ou sem carga, levando-se em
consideração seu peso, unidade e capacidade de carga, destinada à construção,
conservação e melhoramentos das mesmas vias.
Por estar citado no art. 150 da Constituição Federal, o STF declarou sua natureza
tributária (taxa), em julgado de 1999 (RE 181.475). Porém, o julgamento em questão
tratou do "selo-pedágio", cobrado na época de todos os usuários de veículos que
trafegassem em estradas federais (Lei 7.712/1988). O pagamento do selo era mensal,
independentemente se o veículo transitasse pelas vias federais uma única vez no mês ou
Gestão de Tributos
58
Desta forma, o julgado do STF foi específico para tal forma de cobrança (chamada
"cobrança não concessionada"), pelo conclui-se que pedágio, quando concessionado
(que é o modelo atual de cobrança de pedágio utilizado no Brasil), é tarifa.
******
Gestão de Tributos
59
ANEXO 2
Fonte: www.portaltributario.com.br
1. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM - Lei
10.893/2004
2. Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968
3. Contribuição à Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional - CCCCN -
art. 11 da Lei 7.291/1984
4. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -
FNDCT - Lei 10.168/2000
5. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),
também chamado "Salário Educação" - Decreto 6.003/2006
6. Contribuição ao Funrural - Lei 8.540/1992
7. Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei
2.613/1955
8. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT), atualmente com a
denominação de Contribuição do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa
decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho (GIIL-RAT)
9. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei
8.029/1990
10. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-Lei
8.621/1946
11. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei
8.706/1993
12. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei
4.048/1942
13. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991
14. Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946
15. Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946
16. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP
1.715-2/1998
17. Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993
18. Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)
19. Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)
20. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis - Lei
10.336/2001
21. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior -
Lei 10.168/2000
Gestão de Tributos
60
Gestão de Tributos
61
Gestão de Tributos
62
74. Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - Lei
10.834/2003
75. Taxa de Fiscalização dos Mercados de Seguro e Resseguro, de Capitalização e de
Previdência Complementar Aberta - art. 48 a 59 da Lei 12.249/2010
76. Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - Entidades
Fechadas de Previdência Complementar - art. 12 da Lei 12.154/2009
77. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo - art. 130 da Lei 9.503/1997
78. Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e
Radioativos e suas instalações - Lei 9.765/1998
79. Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal
80. Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999
81. Taxa de Serviços - TS - Zona Franca de Manaus - MP 757/2016
82. Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus - Lei
9.960/2000 - extinta a partir de 20.03.2017 pelo art. 16 da MP 757/2016
83. Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999
84. Taxa de Utilização de Selo de Controle - art. 13 da Lei 12.995/2014
85. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)
86. Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e
13, da Lei 9.427/1996
87. Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e
42 do Decreto 2.615/1998
88. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários - art. 77,
incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001
89. Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art. 18
90. Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006
91. Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004
92. Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)
93. Taxas Judiciárias
94. Taxas Processuais do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - art.
23 da Lei 12.529/2011
*****
Gestão de Tributos