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Aula 2

Corrosão e Protecção de Metais

Engº. Júlio Augusto Mussane, MSc


9/15/202
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MECANISMOS DA CORROSÃO
• Mecanismo químico
No mecanismo químico de um processo corrosivo,
ocorrem reacções químicas directas entre o material
metálico com o meio corrosivo, podendo ou não haver
transferência de cargas ou de electrões e, portanto, a
formação de uma corrente eléctrica. A corrosão química
pode ocorrer em um material metálico, em temperaturas
elevadas, por gases ou vapores e na ausência de
humidade ou em materiais metálicos onde ocorre o
ataque de metais por solventes orgânicos isentos de
água. A corrosão química pode também ocorrer em
materiais não-metálicos.

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Cont.
• Mecanismo electroquímico
Na corrosão electroquímica ocorrem reacções químicas que
envolvem transferência de carga ou electrões através de uma
interface entre metal e electrólito, esse processo
electroquímico de corrosão pode ser decomposto em três
etapas principais:
Processo anódico: passagem dos iões metálicos para a
solução.
Deslocamento dos electrões e iões : observa-se a
transferência dos electrões das regiões anódicas para as regiões
catódicas.
Processo catódico: recepção de electrões, na área catódica,
por iões ou moléculas existentes na solução.

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Cont.
Mecanismo electroquímico
A corrosão electroquímica pode ser verificada
sempre que existir heterogeneidade no sistema
material metálico meio corrosivo, pois a
diferença de potencial resultante possibilita a
formação de áreas anódicas e catódicas.
A maioria das reacções de corrosão ocorre por
um processo electroquímico. Este mecanismo é
espontâneo.

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Cont.
Mecanismo electrolítico
• A corrosão electrolítica difere da
electroquímica, principalmente, pelo facto desta
não ser espontânea. Para que ela ocorra existe a
necessidade de fornecimento externo de
corrente eléctrica.

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FORMAS E TIPOS DE
CORROSÃO

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FORMAS DE CORROSÃO
Corrosão uniforme
A corrosão se processa em toda a extensão da
superfície, ocorrendo perda uniforme de espessura. É
chamada, por alguns, de corrosão generalizada, mas
essa terminologia não deve ser usada só para corrosão
uniforme pois pode-se ter, também, corrosão por pite
ou alveolar generalizadas, isto é, em toda a extensão
da superfície corroída.

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CORROSÃO UNIFORME

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FORMAS DE CORROSÃO
Corrosão localizada
É uma forma de corrosão distribuída na superfície de
forma não uniforme, embora possa estar generalizada.
A maior parte dos tipos de corrosão apresentam-se
nesta forma.

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CORROSÃO LOCALIZADA

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão por Placas
• A corrosão por placas se dá quando os produtos
da reacção de corrosão formam-se em placas que
progressivamente se desprendem do volume do
material. É comum em metais que formam
películas protectoras a princípio, mas ao
ganharem espessura pelo aumento do volume do
produto de corrosão, estas causam fracturas,
perdem aderência no material principal,
desprendem-se e expõe novas massas de metal ao
ataque.
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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão por Pites (pitting)
• A corrosão processa-se em pontos ou em pequenas áreas
localizadas na superfície metálica produzindo pites, que são
cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e
profundidade, geralmente, maior do que o seu diâmetro. A
forma da cavidade é, com frequência, responsável por seu
crescimento contínuo.
• O pitting é uma das formas mais destrutivas e insidiosas de
corrosão. Causa a perfuração de equipamentos, com apenas
uma pequena perda percentual de peso de toda a estrutura. É,
geralmente, difícil de detectar pelas suas pequenas dimensões e
porque os pites são, frequentemente, escondidos pelos
produtos de corrosão. Os aços, quando em ambientes
agressivos contendo cloretos, sofrem pitting.
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CORROSÃO POR PITES

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão alveolar
• A corrosão se processa na superfície metálica
produzindo sulcos ou escavações semelhantes a
alvéolos apresentando fundo arredondado e
profundidade geralmente menor que o seu diâmetro.
Normalmente iniciam por corrosão por pite. São
frequentes em metais que formam películas semi-
protectoras ou quando o processo de corrosão se dá
por depósito, como em casos de corrosão por
aeração.

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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
• Em alguns processos corrosivos pode ocorrer
dificuldade de se caracterizar se as cavidades
formadas estão sob a forma de placas, alvéolos ou
pites, criando divergências de opiniões entre os
técnicos de inspecção e/ou manutenção. Entretanto,
deve-se considerar que a importância maior é a
determinação das dimensões dessas cavidades, a fim
de se verificar a extensão do processo corrosivo.
Tomando-se como exemplo o caso de pites, é
aconselhável considerar:
• o número de pites por unidade de área:
• o diâmetro;
• a profundidade.

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TIPOS DE CORROSÃO
• Os dois primeiros valores são facilmente
determinados e a profundidade pode ser medida
das seguintes formas:
• com micrômetro;
• cortando-se secção transversal do pite e medindo-
se directamente;
• com auxílio de microscópio, focalizar,
inicialmente, no fundo do pite e, em seguida, na
superfície não corroída do material. A distância
entre os dois níveis de foco representa a
profundidade do pite.

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TIPOS DE CORROSÃO
• Usualmente, procura-se medir o pite de maior
profundidade ou tirar o valor médio entre, por
exemplo, cinco pites com maiores profundidades. À
relação entre o valor do pite de maior profundidade
(Pmp) e o valor médio (PM) dos cinco pites mais
profundos dá-se o nome de factor de pite (Fpite ),
tendo-se, então:

Fpite= Pmp/ PM

• Pode-se verificar que quanto mais esse factor se


aproximar de 1 (um) haverá maior incidência de pites
com profundidades próximas.
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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão intergranular (Intercristalina)
• Quando o ataque se manifesta no contorno dos grãos,
ocorre com mais frequência nos aços inoxidáveis
austeníticos, quando sintetizados e expostos a meios
corrosivos, porém ocorre também no alumínio,
duralumínio, cobre e suas ligas, além de outros
materiais.

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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão intragranular (ou Transgranular ou
transcristalina)
• Se processa nos grãos da rede cristalina do material
metálico, o qual, perdendo suas propriedades
mecânicas, poderá fracturar à menor solicitação
mecânica. tendo-se também corrosão sob tensão
fracturante.
• É muito comum nos aços inoxidáveis austeníticos.

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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão filiforme
• A corrosão se processa sob a forma de finos filamentos,
mas não profundos, que se propagam em diferentes
direcções e que não se ultrapassam, pois admite-se que
o produto de corrosão, em estado coloidal, apresenta
carga positiva, daí a repulsão. Ocorre geralmente em
superfícies metálicas revestidas com tintas ou com
metais, ocasionando o deslocamento do revestimento.
Tem sido observada mais frequentemente quando a
humidade relativa do ar é maior que 85% e em
revestimentos mais permeáveis à penetração de
oxigénio e água ou apresentando falhas, como riscos,
ou em regiões de arestas.

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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão por esfoliação
• A corrosão se processa de forma paralela à superfície
metálica. Ocorre em chapas ou componentes extrudados
que tiveram seus grãos alongados e achatados, criando
condições para que inclusões ou segregações, presentes
no material, sejam transformadas, devido ao trabalho
mecânico, em plaquetas alongadas. Quando se inicia um
processo corrosivo na superfície de ligas de alumínio,
com essas características, o ataque pode atingir as
inclusões ou segregações alongadas e a corrosão se
processará através de planos paralelos à superfície
metálica e, mais frequentemente, em frestas.

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Cont.
Corrosão por esfoliação
• O produto de corrosão, volumoso, ocasiona a
separação das camadas contidas entre as regiões que
sofrem a acção corrosiva e, como consequência,
ocorre a desintegração do material em forma de
placas paralelas à superfície. Essa forma de corrosão
tem sido observada mais comummente em ligas de
alumínio.

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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão Selectiva
• Corrosão onde o agente corrosivo ataca, preferencialmente,
um determinado elemento químico presente na liga
metálica deixando os outros praticamente intactos.
• O exemplo mais comum deste grupo é a dezincificação,
que ocorre em ligas de cobre-zinco (latões), observando-se
o aparecimento de regiões com coloração avermelhada
contrastando com a característica coloração amarela dos
latões. Admite-se que ocorre uma corrosão preferencial do
zinco, restando o cobre com sua característica cor
avermelhada.
• A dezincificação e a corrosão grafítica são exemplos de
corrosão seletiva, pois tem-se a corrosão preferencial de
zinco e ferro, respectivamente.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão grafítica
• A corrosão se processa no ferro fundido cinzento
em temperatura ambiente e o ferro metálico é
convertido em produtos de corrosão, restando a
grafite intacta.
• Observa-se que a área corroída fica com aspecto
escuro, característico da grafite, e esta pode ser
facilmente retirada com espátula: colocando-a
sobre papel branco e atritando-a, observa-se o
risco preto devido a grafite.
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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão em torno do cordão de solda
• Após a solda de algum material, tem-se a
formação de corrosão em torno da solda e não
propriamente sobre ela. Isto se deve ao
surgimento de regiões onde há electrões que
ficaram sob uma certa tensão devido à solda.
Ocorre a poucos milímetros do local onde foi
aplicada a solda e é mais comum em aços inox
não estabilizados ou com teores de carbono
inferiores a 0,03 %. O processo se dá
intergranularmente.

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CORROSÃO EM TORNO DO CORDÃO DE
SOLDA

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TIPOS DE CORROSÃO
Empolamento pelo hidrogênio
• O hidrogénio atómico penetra no material
metálico e, como tem pequeno volume
atómico, difunde-se rapidamente e em regiões
com descontinuidades, como inclusões e
vazios, ele se transforma em hidrogénio
molecular, H2 exercendo pressão e originando
a formação de bolhas, daí o nome de
empolamento.
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EMPOLAMENTO PELO
HIDROGÊNIO

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão Bacteriológica
• Também chamada de biocorrosão, são formas de
corrosão devido à acção de microorganismos, que
podem atacar materiais metálicos de varias
maneiras entre as quais:
• Produzindo ácidos minerais (H2SO4, H2S etc) ou
ácidos orgânicos (acético, fórmico);
• Destruindo a camada passivadora ou
revestimentos protectores;
• Despolarizando áreas catódicas pelo consumo de
hidrogênio.
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TIPOS DE CORROSÃO
• Corrosão microbiológica refere-se à corrosão e perda
de metal causada por microorganismos. É
caracterizada por pequenas colônias dispersas. Ex.
corrosão da hélice de barcos quando microorganismos
a ela se agregam liberando ou absorvendo oxigénio.
Este fenómeno é particularmente observado em
indústrias de conservas alimentícias.
• A biocorrosão pode ocorrer depois do teste
hidrostático, caso a água do teste esteja contaminada,
recomenda-se o uso de biocidas ou cloração nas águas
de teste hidrostáticos.
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CORROSÃO BACTERIOLÓGICA

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão por correntes de fuga
• Caracteriza por ser um processo eletrolítico, que se dá
com a aplicação de corrente eléctrica externa, ou seja,
trata-se de uma corrosão não-espontânea. Esse
fenómeno é provocado por correntes de fuga também
chamadas de parasitas ou estranhas, e ocorre com
frequência em tubulações de petróleo e de água
potável, em cabos telefónicos enterrados, em tanques
de postos de gasolina etc. Geralmente, essas correntes
são devidas a deficiências de isolamento ou de
aterramento, fora de especificações técnicas.
Normalmente, acontecem furos isolados nas
instalações, onde a corrente escapa para o solo.
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TIPOS DE CORROSÃO

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão Galvânica
• A corrosão galvânica é um processo eletroquímico em
que um metal sofre corrosão preferencialmente em
relação a outro quando os dois metais estão em
contacto eléctrico e imersos em um eletrólito. Esta
mesma reacção galvânica é explorada em baterias
primárias (como as vulgarmente chamadas de pilhas)
para gerar uma tensão. A corrosão galvânica e seus
processos pode ser uma das formas mais comuns e
frequentes de corrosão na natureza, bem como um dos
mais destrutivos.
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Cont.
• Devido a que metais e ligas diferentes possuem
potenciais de eléctrodo diferentes e quando dois ou
mais entram em contacto imersos em um eletrólito
configura-se um par galvânico. Um par galvânico
também pode ser configurado em um único metal ou
liga, devido à superfície de metal não ser homogênea
ou se o eletrólito varia em composição, formando
uma célula de concentração.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão sob tensão
• A corrosão sob tensão é o fenómeno de deterioração
de materiais causada pela acção conjunta de tensões
mecânicas (residuais ou aplicadas) e meio corrosivo.
Ela é caracterizada pela formação de trincas, o que
favorece a ruptura do material. Por essa razão, a
corrosão sob tensão é comummente chamada de
corrosão sob tensão fracturante. Acontece
comummente com metais dúcteis.

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Cont.
Praticamente não se observa perda de massa do material,
como é comum em outros tipos de corrosão. Assim, o
material permanece com bom aspecto, até que a fratura
ocorre. O tempo necessário para a fratura ocorrer depende:
• da tensão (quanto maior a tensão, menor o tempo.
Dessa maneira é aconselhável evitar concentrações de
tensões);
• do meio corrosivo;
• da temperatura e
• da estrutura e composição do material (geralmente,
materiais com grãos maiores são menos resistente que
materiais com grãos menores, por exemplo).
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Cont.

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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão Cavernosa
• A corrosão cavernosa ocorre em áreas onde há
depósitos externos na superfície do metal, nas
junções metal-metal, ou seja, em áreas que permitam
acesso limitado do oxigénio. Assim, as áreas de
dentro da cavidade já formada, com baixa
concentração de oxigénio são anódicas (áreas onde
ocorrem reacções de oxidação) e as áreas de fora da
cavidade são catódicas (áreas onde ocorrem reacções
de redução). O interior da cavidade é corroído da
mesma maneira que na corrosão alveolar.
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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão-erosão
• Define-se erosão, neste caso, como o desgaste mecânico de
uma substância sólida, no caso o material de componentes ou
condutores de um sistema causado pela abrasão superficial de
uma substância sólida, pura ou em suspensão num fluido, seja
ele líquido ou gasoso.
São casos comuns e frequentes deste tipo de acção:
• no deslocamento de materiais sólidos, de qualquer
granulometria, como rochas britadas, minérios ou produtos
industriais diversos, como o cimento;
• no deslocamento de um líquido contendo um sólido em
suspensão;
• no deslocamento de gases contendo partículas líquidas ou
sólidas, como no caso de cinzas abrasivas resultantes da
queima de carvão mineral juntamente com os gases de
exaustão da combustão de usinas termoeléctricas.
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Cont.
• A acção erosiva ocorre normalmente no caso de líquidos e
gases, em tubulações, em permutadores de calor, em pás de
turbinas, em parafusos de bombas de Arquimedes, etc. O
desgaste superficial causado pela erosão é capaz de
destruir, ainda que pontualmente, a princípio, as camadas
protectoras (passivas) formadas pelos próprios produtos de
corrosão. Por outro caminho, o processo corrosivo leva à
produção de películas de produtos de corrosão, que são
passivadoras da superfície, mas tais camadas são
removidas continuamente pelo processo erosivo, levando
ao contínuo desgaste pelas duas vias do material. Assim,
quando associado com o processo erosivo, mais intenso se
torna o processo corrosivo, tendo como somatório um
desgaste maior que se apenas estivesse em acção o
processo corrosivo ou o erosivo.
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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão com cavitação
• Define-se cavitação como o processo de desgaste
provocado em uma superfície, especialmente metálica,
devido a ondas de choque no líquido, oriundas do
colapso de bolhas gasosas (cavidades) nele
temporariamente formadas por ebulição, normalmente,
a baixa pressão.
• Do mesmo modo que a erosão por partículas em
suspensão nos fluidos, a cavitação provoca a destruição
das camadas de oxidação protectora das superfícies,
propiciando de maneira similar o ataque corrosivo, com
o acréscimo de provocar a deformação plástica com o
encruamento causado pela acção das ondas de choque
de alta pressão e portanto a formação de novas regiões
anódicas.
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Cont.
• Igualmente a processo de corrosão com acção
conjunta da erosão, a acção dos dois factores somados
causa maiores perdas de material que a acção isolada
da cavitação ou da corrosão.
• É de salientar, igualmente, a formação, propiciando a
maior formação de bolhas, de "focos de ebulição",
que são regiões de maior aspereza (ou pontas e
arestas) no material, de onde há a mais fácil formação
de bolhas de vapor, exactamente pela acção inicial da
corrosão ou da cavitação, propiciando ainda mais
cavitação.
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TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão por aeração diferencial
• Em razão da porosidade dos solos, pode-se ter
diferentes teores de oxigénio nos mesmos.
Assim, por exemplo, solos argilo-sos se
apresentam menos aerados do que solos
calcáreos ou arenosos. Essa diferença de
aeração cria a conhecida pilha de aeração
diferencial ou de oxigenação diferencial, na
qual a área anódica, e portanto aquela em que
ocorre corrosão, é a menos aerada.
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Cont.
Essa corrosão pode aparecer quando:
• longas extensões de tubulações atravessam solos de
diferentes teores de água e de oxigénio -a corrosão vai
se processar com mais intensidade na área menos aerada
da tubulação;
• tubulações são instaladas parcialmente enterradas -as
áreas menos aeradas são aquelas abaixo, alguns
centímetros, da superfície do solo, logo, nessas áreas, ao
longo das tubulações, a corrosão será localizada;
• tubulações com partes enterradas em solo argiloso e
partes em solo arenoso-a parte corroída é aquela
colocada em argiloso, por ser menos aerada.

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MECANISMO DE CORROSÃO
ELECTROQUIMICA
O electrólito fornece um meio para a migração de
iões através do qual os iões metálicos podem se
mover do ánodo para o cátodo. O resultado é uma
reacção electroquímica. Isso conduz à corrosão do
metal anódico mais rapidamente do que ocorreria
sem tal cenário, e a corrosão do metal catódico é
retardada até ao ponto de parar. Células
galvânicas são células em que as reacções redox
ocorrem espontaneamente em geral. A presença de
electrólito e um caminho de condução entre os
metais pode causar corrosão onde de outra forma
um metal apenas seria corroído.

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