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PROPÓSITO
Compreender a evolução da internet e seu panorama atual e descrever os conceitos básicos
de Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Big Data.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever o processo da transformação digital, a evolução e o panorama atual da internet no
Brasil e no mundo
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
Identificar os conceitos básicos de Big Data e seus impactos nas rotinas de consumidores e
organizações
INTRODUÇÃO
Para entender o processo de transformação digital pelo qual estamos passando, é necessário
conhecer a evolução e o panorama atual da internet no Brasil e no mundo.
A partir do entendimento dos conceitos básicos de Inteligência Artificial (IA), Internet das
Coisas (IoT) e Big Data, é possível identificar as mudanças inevitáveis que a evolução digital
vem causando em nosso cotidiano e na cadeia de valor das organizações.
É importante, ainda, refletir sobre os impactos e as questões éticas que envolvem essa nova
relação estabelecida com a internet e os dispositivos conectados, que passam a tomar
decisões e executar atividades, antes exclusivas dos seres humanos.
MÓDULO 1
REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
Um dos grandes marcos para a evolução histórica da humanidade foi o surgimento da
indústria.
O mundo assistiu a alguns processos de revolução industrial, que foram ocasionados pela
busca de trabalhos mais dinâmicos, eficientes e qualificados.
Aconteceu entre meados dos séculos XVIII e XIX, inicialmente na Inglaterra e, em seguida,
abrangendo os demais países da Europa, EUA e Japão.
Foi marcada pela descoberta do carvão como fonte de energia, aplicado às tecnologias
mecânicas como máquinas a vapor e as ferrovias.
Essas máquinas substituíram processos manuais e o uso de animais para gerar força. Nesse
período, o processo de produção atingiu patamares nunca vistos na época.
Fonte: oluuuka/Shutterstock.com
Foi marcada pelo surgimento da eletricidade e seu emprego na produção de bens de consumo
e eletrodomésticos.
A linha de montagem e a difusão da produção em massa também tiveram início nesse período.
Teve início após a Segunda Guerra Mundial, inicialmente nos Estados Unidos, no Japão e na
Alemanha e, posteriormente, se expandiu para o mundo todo.
O avanço tecnológico provocou uma mudança na relação entre tempo e espaço, influenciou as
relações sociais e as relações entre o homem e o meio. Foram derrubadas barreiras físicas e
temporais em função da internet, e pessoas de culturas, tradições, línguas e história distintas
passaram a se falar instantaneamente.
A competitividade e a busca pelo lucro moldaram uma nova economia informacional, global e
em rede.
Fonte: shutting/Shutterstock.com
Neste momento de nossa história, estamos vivendo a Quarta Revolução Industrial, um conceito
desenvolvido pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial.
De acordo com o Weforum (2016), Cingapura lidera o índice de preparo tecnológico, seguido
por Finlândia, Suécia, Noruega e Estados Unidos.
Agora é a vez dos dispositivos inteligentes e conectados através de sensores − Internet das
Coisas ( IoT), gerando, processando e armazenando dados como nunca antes − Big Data,
somados a evoluções na área de Inteligência Artificial (IA) através do aprendizado de
máquinas, computação na nuvem, informática, impressão 3D, drones, biotecnologia,
blockchain, dentre outros.
BLOCKCHAIN
Fonte: Wikipedia
A EVOLUÇÃO DA INTERNET
Desde a sua criação, a internet aponta para uma realidade hiperconectada, na qual nossa
existência não é mais passível de separação entre universos físicos e digitais.
EXPANSÃO
Entre as décadas de 1970 e 1980, seu alcance foi ampliado para grande parte das instituições
de ensino dos Estados Unidos, interligando grupos de pesquisa de Ciência da Computação
aplicada. No começo da década de 1980, com o início da comercialização dos primeiros
computadores pessoais, houve um crescimento exponencial da utilização da internet como
ambiente digital tecnológico.
A CRIAÇÃO DA WORLD WIDE WEB
No final da década de 1980, o cientista Tim Berners-Lee − com os cientistas do CERN (Conseil
Européen pour la Recherche Nucléaire) − criou um protocolo eficiente para distribuição de
informação: a world wide web, o famoso www. O termo web simplificou a nomenclatura, mas
vale ressaltar que web em si não é a internet, ela é uma aplicação criada para
compartilhamento de arquivos (HTML, por exemplo). Para isto, ela se utiliza de:
(1) Navegadores (browsers como Internet Explorer, Safari e Chrome) como ferramentas de
acesso.
(2) Linguagens usadas para criar um website (HTML, CCS, JavaScript, entre outras).
WEB 1.0
Nessa primeira versão, os websites eram estáticos, não havia interação entre produtores e
consumidores de conteúdo (ready-only web). Mas vale ressaltar que foi a primeira vez que o
mundo teve acesso a uma quantidade tão grande e tão diversa de informações, de forma
gratuita.
Um exemplo são os primeiros sites de e-commerce que disponibilizavam seus catálogos online
apenas para ampliar o acesso dos consumidores.
WEB 2.0
A web evoluiu rapidamente e ganhou novas ferramentas que a tornaram mais dinâmica, dando
início à fase 2.0. Foi assim nomeada por Tim O’Reilly, da O´Reilly Media, em uma conferência,
em 2004. A web 2.0 é marcada pela interação, compartilhamento, colaboração e cocriação
constante entre usuários. Ou seja, nesse momento as conversas na internet são múltiplas e
simultâneas e não há mais um único dono do discurso. Esse novo paradigma comunicacional é
marcado pelo surgimento de plataformas Wiki, como a Wikipedia, redes sociais e blogs.
Na read-write web, agora surgem os prosumers: Quem só consumia também produz conteúdo.
E nesse mar de informações, os mecanismos de busca, como o Google, criado em 2004,
tornaram-se imprescindíveis.
De acordo com REID (2020), estima-se que atualmente o Google tenha uma média de 5,5
bilhões de buscas por dia, ou seja, mais de 63.000 buscas realizadas por segundo, com um
número de 8.910.000.000 de resultados disponíveis para acesso.
Ainda na década de 1990, surgiram as redes sociais, que elevaram a internet a um novo
patamar de usabilidade e interação entre milhões de usuários espalhados pelo globo.
WEB 3.0
Estamos a caminho do que se entende por web 3.0 ou web semântica, baseada em um
consumo de conteúdo mais inteligente e relevante, com o propósito de disponibilizar o acesso
às informações mais alinhado aos interesses e hábitos dos usuários.
A web 3.0 foi assim nomeada pelo jornalista John Markoff, do The New York Times, com base
na evolução do termo web 2.0, e é marcada pelo uso da internet para cruzamento de dados e
pela conexão não só de pessoas, mas de objetos que interagem com pessoas e também com
outros objetos.A web 3.0 foi assim nomeada pelo jornalista John Markoff, do The New York
Times, com base na evolução do termo web 2.0, e é marcada pelo uso da internet para
cruzamento de dados e pela conexão não só de pessoas, mas de objetos que interagem com
pessoas e também com outros objetos.
USABILIDADE
Usabilidade é um termo usado para definir a facilidade com que as pessoas podem
empregar uma ferramenta ou um objeto a fim de realizar uma tarefa específica e
importante. A usabilidade pode também se referir aos métodos de mensuração da
usabilidade e ao estudo dos princípios por trás da eficiência percebida de um objeto
Fonte: Wikipedia
Inteligência
compartilhamento nas Artificial
individual, a partir redes sociais na viabilizando
interação de uma lista de internetcompartilhamento distribuição e
amigos nas redes sociais na compartilhamento
internet de conteúdo
personalizado
descentralização e
centralização nas personalização
participação do público,
aplicações organizações, com através de busca
com blogs e mídias
sites institucionais semântica
sociais
experiência
personalizada em
portais de plataformas, conteúdo sistema virtual e
informação, sites orgânico, com pessoas realidades
conteúdos
institucionais conectadas em mistas, com
estáticos comunidades virtuais pessoas,
conteúdos e
objetos.
INTERNET NO MUNDO
Fonte: fizkes/Shutterstock.com
As conexões máquina a máquina (M2M) com suporte para uma ampla gama de
aplicações de Internet das Coisas (IoT) representarão cerca de 50% (14,7 bilhões) do
total mundial de dispositivos e conexões.
INTERNET NO BRASIL
4% de todos os dispositivos em rede terão conexão móvel até 2023 e 56% serão
conectados ou conectados via Wi-Fi.
COMENTÁRIO
Vale destacar que cada pesquisa possui um método de coleta e análise de dados, o que pode,
eventualmente, gerar números de usuários diferentes.
Atividades de comunicação são as mais comuns, com crescimento de chamadas por voz
ou vídeo (73%).
Levando em conta, ainda, que todas as atividades de uma organização são atos de
comunicação e de construção de valor, tanto para o público interno quanto para o externo,
identificamos cinco dimensões que fundamentam a transformação digital e, consequentemente,
impactam em suas estratégias:
CONSUMIDORES
Fonte: bioraven/Shutterstock.com
CONCORRENTES
Fonte: Pensiri/Shutterstock.com
DADOS
INOVAÇÃO
Fonte: eViola/Shutterstock.com
VALOR
Fonte: Adaptado de Rogers, 2017.
A partir dessas cinco dimensões, as tecnologias digitais estão redefinindo as premissas dos
modelos de negócios e práticas de marketing, o que pressupõe que os gestores devem estar
atentos às novas dinâmicas do mercado.
O quadro a seguir mostra os principais desafios e as premissas que devem ser consideradas
no processo de transformação digital dos negócios:
De Para
Consumidores
Consumidores como um Os consumidores como
mercado de massa. uma rede dinâmica de
relações.
Comunicação de massa é
a utilizada. Comunicação é
multilateral.
A empresa é a principal
influenciadora de Os consumidores são os
influenciadores e
marketing para a advogados de marca.
persuasão de compra.
Dinâmica recíproca de
Dinâmica unilateral de criação de valor.
criação de valor.
Lucros pela satisfação.
Lucros pela escala.
Concorrentes em
diversas indústrias.
Concorrentes de uma
mesma indústria.
Falta de separação clara
entre parceiros e
Concorrentes claramente
concorrentes.
identificados.
Cooperação entre
Concorrência como um
concorrentes em
jogo de “soma zero”.
determinadas áreas.
Dados
Aquisição e tratamento de Dados gerados em todos
dados onerosos. os ambientes – dentro e
fora da empresa.
O desafio é o
armazenamento e O desafio é transformar
manipulação. o dado em informação.
Inovação
Decisões baseadas em Decisões baseadas em
intuição e senioridade. testes e validações.
A proposição de valor é
definida pelas
necessidades e desejos
dos consumidores.
A proposição de valor é
definida pela indústria.
Descoberta da próxima
necessidade ou desejo
Realização da proposição
do consumidor.
de valor.
Evoluir antes do
Otimização do modelo de
Valor necessário para se
negócios o quanto antes.
manter relevante e
único.
Gestores são trocados
em função da oferta atual.
Gestores são
direcionados para a
O sucesso no mercado
criação de novos
promove complacência.
negócios.
Apenas os mais
proativos sobrevivem.
Como será apresentado nos módulos seguintes, tecnologias como a Inteligência Artificial, a
Internet das Coisas e o Big Data estão diretamente relacionadas à inovação, à solução de
problemas e à geração de valor e vantagem competitiva para as empresas.
Fica claro, então, que transformação digital tem a ver mais com estratégia e inovação do que
com tecnologia.
PARA REFLETIR
Não há dúvidas de que a transformação digital afetou não só a nossa vida, como a dinâmica de
negócios para organizações de todos os tamanhos e setores de atividade. Mas é preciso
pensar sobre as questões do ciberespaço que o tornam um ambiente vulnerável.
No final de 2019, o criador da web, Tim Berners-Lee, apresentou o “Contract for the web”
(“Contrato para a rede”), de sua ONG, a World Wide Web Foundation.
Com uma série de boas práticas online para governos, indivíduos e organizações, a proposta
do documento é lutar contra cyberbullying, fake news, manipulações e melhorar a privacidade
na rede, ao mesmo tempo em que propõe a garantia do acesso global e irrestrito à internet.
A iniciativa não é uma solução para as questões éticas e morais relacionadas ao uso da
internet, mas representa um importante passo para que essas discussões sejam ampliadas e
ganhem força globalmente, ajudando a transformar a internet em um lugar mais inclusivo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL REPRESENTA:
C) Uma mudança na relação entre tempo e espaço, que influenciou as relações sociais e as
relações entre o homem e o meio.
A) Consumidores, plataformas digitais, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Big Data
GABARITO
As cinco dimensões que estão redefinindo as premissas dos modelos de negócios e práticas
de marketing a partir da transformação digital são: Consumidores, concorrentes, dados,
inovação e valor. Elas impõem novos desafios e premissas que devem ser consideradas no
processo de transformação digital.
MÓDULO 2
Segundo Luger (2013), a IA (Inteligência Artificial) (ou AI (Artificial Intelligence) ) pode ser
definida como um campo da Ciência da Computação destinado à automação do
comportamento inteligente.
Ou seja, a IA – como chamaremos a Inteligência Artificial daqui para frente – busca criar
mecanismos que capacitem máquinas a pensarem como seres humanos: Aprendam,
percebam e decidam, diante de uma determinada situação, quais caminhos seguir, de forma
racional. Tudo isso baseado em padrões enormes de Big Data.
O homem ainda não foi capaz de reproduzir um mecanismo totalmente semelhante ao cérebro,
com as células e as ligações nervosas que existem entre elas.
Por isso, a imitação que podemos obter é apenas aproximada. Ou seja, os pesquisadores da
IA conseguem replicar programas computacionais que imitam nossa capacidade de raciocinar,
de perceber o mundo e, até mesmo, que sejam capazes de falar e compreender a nossa
linguagem. Mas eles ainda dependem da alimentação de dados feita pelas mãos humanas.
A profusão de películas para o cinema que abordaram esse tema evidenciam essa fascinação
e trouxeram o eterno conflito homem versus máquina, em que robôs, computadores e
programas computacionais agem ora para nos ajudar, ora para destruir a humanidade.
Ainda no século XVII, por exemplo, Gottfried Wilhelm von Leibniz concluiu uma máquina
funcional que ficou conhecida como Roda de Leibniz, que integrava um tambor e uma
manivela que impulsionavam as rodas e os cilindros para realização de operações complexas
de multiplicação e divisão.
Fonte: pathdoc/Shutterstock.com
RODA DE LEIBNIZ
Fonte:Wikipedia
Mas a IA como campo de pesquisa consolidou-se a partir da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945). Em um encontro conhecido como o Simpósio de Hixon, nos Estados Unidos, ao final da
guerra, pesquisadores apresentaram suas descobertas acerca de mecanismos que imitavam
ações humanas e estudos desenvolvidos sobre o cérebro. As décadas seguintes foram de
grande desenvolvimento.
DÉCADA DE 1950
DÉCADA DE 1960
DÉCADA DE 1980
DÉCADA DE 2000
A DARPA (parte do departamento de defesa dos EUA) criou os primeiros assistentes pessoais
inteligentes, muito antes da voz Siri, da Apple, ou Alexa, da Amazon, começarem a fazer parte
do nosso dia a dia.
CAMPOS DE ESTUDOS DA IA
A IA pode ser dividida em:
Na Weak AI, não há vontades da máquina, uma vez que o conhecimento da IA depende do
fator humano.
Aqui, será possível que, por exemplo, o sistema escreva uma poesia não apenas pela
composição das palavras, mas pela intenção de construção de significados em uma dada
cultura, da mesma maneira que um humano o faz. Nesse cenário, a IA atingiria o estado que é
chamado de singularidade.
Atualmente, a IA disponível para nosso uso se encontra no estágio de fraca (Weak AI).
Os bots rodam uma série de rotinas previstas pelos programadores para fundamentar e
alimentar o aprendizado contínuo da IA.
Lembrando que os bots são alimentados por uma programação de dados feita por um ser
humano, pois, como já mencionamos, os dispositivos de IA não têm capacidade de autonomia
e nem independência do fator humano.
Ensinar os computadores a pensar, porém, não é tão simples assim. A SAS, empresa
americana pioneira em Business Intelligence, descreve a IA como um campo de estudo vasto e
complexo, englobando diversas teorias, métodos de desenvolvimento e tecnologias, e está
baseada em três pilares:
BOTS
Programas de computador criados para rodar pela internet realizando tarefas repetitivas e
automatizadas
COMPUTAÇÃO COGNITIVA
Tratado como um subcampo da IA, objetiva a melhoria da interação entre pessoas e máquinas.
Aqui, a ideia é que, a cada interação entre as partes, o sistema aprenda e melhore a
interpretação do que é falado, como no caso da BIA, o sistema utilizado pelo Banco Bradesco
no aplicativo para atendimento dos seus clientes.
HAWKING, 2011
Nessa frase, o brilhante físico e cientista Stephen Hawking profetizava o futuro da IA. Ainda
não chegamos lá, mas ela está evoluindo rápido, tornando-se cada vez mais presente em
nossas vidas e se expandindo para diferentes setores do trabalho e dos negócios.
É possível, por exemplo, que você já esteja utilizando dispositivos e plataformas de IA sem
nem mesmo ter percebido. Veja só:
Já experimentou procurar fotos a partir de objetos e situações específicas no Google
Fotos, como “abraços”, “cores”, “árvore”? E aqueles GIFs, montagens ou efeitos nas fotos
sugeridas pelo aplicativo? Isso é IA.
Sabe aquele texto em inglês que você não estava conseguindo traduzir e colocou no
Google Tradutor? Isso é IA.
Já consultou seu feed do Facebook hoje? Atualizações de status, fotos, vídeos, links,
atividades do aplicativo e curtidas de pessoas, páginas e grupos que você segue no
Facebook. Isso é IA.
Sabe quando você visita o site de uma empresa e uma janela pop-up surge no canto da
tela, colocando-se à disposição para tirar dúvidas? Isso é IA.
As aplicações da IA nas empresas são variadas e, sem dúvida, de alto impacto, tanto no
processo de criação e captura de valor como no processo de tomada de decisão − desde o
lançamento de produtos, passando pelo seu abastecimento nas lojas, até o relacionamento
com os clientes.
Bem informado.
Tem como hábito pesquisar, comparar preços e consultar outras pessoas por meio das
redes sociais.
Na loja física, já entra conectado ao celular, sabendo que ali irá encontrar uma
determinada marca e modelo do produto que deseja, sabendo suas principais
características e com uma boa noção de preço.
Fonte: Chaay_Tee/Shutterstock.com
Veja como a IA pode ser aplicada para agregar valor para o cliente:
A Inteligência Artificial é uma das principais responsáveis por transformar a jornada de compras
do cliente em algo único. Através do conhecimento do perfil e do comportamento do
consumidor, é possível às empresas gerar uma abordagem mais personalizada, como em
ações de:
MARKETING PROGRAMADO
Anúncios programados para oferecer exatamente aquele produto que o cliente estava
procurando, naquele momento, através de uma pesquisa relacionada − feita pelo cliente ou por
algoritmos de IA que calculam corretamente os fatores demográficos da sua região.
RANKABRAIN
Fonte: Wikipedia
Isso contribui para melhorar a otimização de sites e o conjunto de estratégias, com o objetivo
de potencializar e melhorar o posicionamento de um site (SEO − Search Engine Optimization)
nas páginas de resultados nos sites de busca.
PREÇO DINÂMICO
Os preços flutuantes das passagens de avião ou a tarifa dinâmica do Uber, que varia de acordo
com horário e dia em que o cliente utiliza o serviço, são calculados graças ao machine learning.
Essas ferramentas permitem determinar um preço dinâmico, com base em fatores diversos,
entre eles:
Análise da concorrência.
Comportamento do consumidor.
Período do ano.
Giro de mercadorias.
Nível do estoque.
Margem de lucro.
RETENÇÃO DE CLIENTES
Um exemplo é o chamado pop-up de retenção. Durante uma navegação para uma compra,
uma IA coleta dados das pesquisas do cliente. Ao fechar o pedido, a página dispara um pop-up
em sua tela com uma foto do produto com um valor promocional ou um cupom de desconto
com uma contagem regressiva. Ou seja, é uma promoção vinculada ao carrinho de compras
com o objetivo de estimular o cliente a fechar a compra.
OMNICHANNEL
A IA tem um impacto positivo de ponta a ponta na cadeia de suprimentos. Seu funcionamento é
todo voltado à otimização dos processos, desde sistemas de reabastecimento autônomos até
softwares que calculam com precisão o momento de disparar um novo pedido.
Para otimizar estoques, por exemplo, a IA é utilizada na captura de dados do consumo real das
lojas e propõe o reabastecimento de acordo com a demanda, indicando a quantidade de
produtos que deve ser comprada ou distribuída, especificando por cada item e loja.
PARA REFLETIR
Em sua obra clássica da ficção científica –Eu, Robô −, Isaac Asimov, considerado um dos
maiores escritores desse gênero literário da história, criou as Três Leis da Robótica, que
serviram como base para outras obras de ficção e, em algumas circunstâncias, até para a
realidade. São elas:
1ª
Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra
algum mal.
2ª
Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais
ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª
Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito
com a Primeira ou a Segunda Lei.
Alguns cientistas defendem que o medo que a humanidade tem dos robôs é infundado e
construído, entre outras coisas, pelos estereótipos criados pela literatura sobre robótica e
Inteligência Artificial.
Mas, tratando da realidade, segundo o We Forum (2016), há, sim, desafios éticos e morais que
se impõem ao desenvolvimento da IA e que precisam ser discutidos e considerados pelos
governantes e pela sociedade:
DESEMPREGO
DESIGUALDADE ECONÔMICA
RESPONSABILIDADE
SEGURANÇA E PRIVACIDADE DE DADOS
LIMITES DA APRENDIZAGEM DAS MÁQUINAS
DESEMPREGO
Há uma automação crescente das atividades (estima-se que 45% dos empregos que existem
atualmente serão automatizados em apenas 20 anos) e máquinas já estão migrando, inclusive,
para trabalhos cognitivos e estratégicos.
DESIGUALDADE ECONÔMICA
RESPONSABILIDADE
Não existe uma legislação com regras para a IA. Quem reponde por acidente causado por um
carro autônomo, por exemplo? O dono do carro ou a empresa de tecnologia?
SEGURANÇA E PRIVACIDADE DE DADOS
Quem determinará os limites de aprendizado de uma IA? Como ensinar ética e moral a uma
máquina?
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) Weak IA (Inteligência Artificial fraca), Strong IA (inteligência artificial forte); deep learning
(aprendizagem profunda).
GABARITO
Segundo Luger (2013), a IA (Inteligência Artificial) pode ser definida como um campo da
Ciência da Computação destinado à automação do comportamento inteligente. Ou seja, a IA
busca criar mecanismos que capacitem máquinas a pensarem como seres humanos: Que
aprendam, percebam e decidam, diante de uma determinada situação, quais caminhos seguir,
de forma racional. Tudo isso baseado em padrões enormes de Big Data.
MÓDULO 3
Essencialmente, a internet faz a conexão das pessoas via máquinas e digitaliza, em muitos
casos, as relações sociais que existem no mundo físico.
De maneira geral, pode ser entendida como um ambiente de objetos físicos, interconectados
com a internet, criando um ecossistema de computação onipresente (ubíqua), para executar de
forma coordenada uma determinada ação.
Ou seja, a IoT conecta objetos e pessoas, dados e ambientes virtuais, que interagem uns com
os outros no espaço e no tempo − conforme explica Magrani (2018) − e se materializa em:
PRODUTOS IOT
SISTEMAS IOT
AMBIENTES INTELIGENTES
COMENTÁRIO
Aliada à IA e à Big Data, a IoT possibilita o que conhecemos como inovação disruptiva, ou
seja, inovações que transformam um mercado ou setor existente apresentando uma solução
inovadora superior para um produto ou serviço.
Para os consumidores, essa superioridade deve ficar evidente pela maior acessibilidade,
conveniência ou simplicidade, a ponto de resultar em uma quebra de paradigma, uma mudança
no comportamento de consumo da sociedade em geral, resultando no total ou parcial
desaparecimento da solução anterior.
EXEMPLO
ORIGEM DA IOT
A IoT é, de forma simplificada, uma evolução da internet, e reflete também a evolução da
sociedade.
VOCÊ SABIA
Kevin Ashton, do MIT, que propôs o termo Internet das Coisas, em 1999, apontou que as
pessoas precisavam se conectar com a internet, a partir de meios variados, em função da falta
de tempo imposta pela contemporaneidade.
Segundo ele, através da IoT, deverá ser possível armazenar dados, até sobre movimentos dos
nossos corpos, com uma precisão cada vez maior.
Em sua base, trata-se de uma revolução tecnológica, mas configura-se como uma
transformação definitiva nas relações entre pessoas e objetos.
De fato, objetos interconectados podem nos ajudar nas resoluções das questões do nosso dia
a dia.
WEARABLES
Uma das categorias mais vendidas no mundo são os wearables ou tecnologias vestíveis. Ou
seja, trata-se de peças de vestuário com conectividade de IoT que produzem informações
sobre os usuários. Destacam-se na categoria pulseiras e tênis que monitoram a atividade física
do usuário. Todas essas tecnologias vestíveis geram uma tonelada de dados que as empresas
começam a entender para pensar em aplicações futuras.
CARROS AUTÔNOMOS
Os carros autônomos são outra categoria de produtos conectados. Eles se comunicam entre si
e definem o melhor momento (velocidade e trajeto, por exemplo) de fazer um cruzamento em
vias urbanas.
A montadora Tesla já possui em sua frota carros com diversos recursos para comunicação com
outros equipamentos portadores de sensores e Inteligência Artificial. Com o objetivo de
produzir carros cada vez mais autônomos, a Tesla possui uma vantagem competitiva que as
outras montadoras não têm: A atualização e eventuais ajustes nos seus carros de maneira
remota, sem custos aos seus clientes.
Por causa desse dispositivo, durante o furacão Irma, que atingiu o estado americano da
Flórida, em 2017, a Tesla, baseada nas informações de sensores nas ruas, alterou,
remotamente, a maneira como os automóveis no caminho da tempestade consumiam as suas
baterias. Desse modo, não foi preciso parar e recarregar o carro elétrico. Esse pequeno ajuste
fez com que os clientes conseguissem chegar em locais seguros a tempo. Em outra situação, a
montadora fez a manutenção de um erro no sistema de carga dos carros sem que os clientes
precisassem ir até uma concessionária apenas enviando a atualização pela internet, como se
faz com um smartphone.
CASAS INTELIGENTES
As casas inteligentes também estão na lista de produtos com conectividade IoT que já estão
entre nós. A automação da casa é um cenário mais próximo do mercado brasileiro em se
tratando de IoT, pois já é possível encontrar diversos dispositivos para a formação de uma
pequena rede doméstica de objetos inteligentes, como: lâmpadas Philips Hue, cafeteiras
Nespresso, Apple HomeKit e outros mais.
Fonte: REDPIXEL.PL/Shutterstock.com
APPLE HOMEKIT
O HomeKit é a plataforma da Apple para automação residencial. Ele permite aos usuários
configurar, comunicar-se e controlar eletrodomésticos inteligentes usando dispositivos
Apple, inclusive a Siri, assitente de voz da Apple.
Um poste na rua envia uma mensagem para o carro do João, avisando sobre bloqueio no
caminho. Automaticamente, o Waze calcula uma rota alternativa, o que acrescenta 60 minutos
na previsão de chegada em casa para jantar com a sua família.
O carro informa ao condutor sobre a alteração na rota e sugere uma pausa para lanchar, tendo
em vista a última refeição registrada pela Apple Watch.
O motorista aprova a nova rota e segue para uma padaria no caminho. Baseando-se nas
informações dos postes, das calçadas e da rua, o carro informa à padaria que haverá uma
parada e já exibe a informação de uma nova fornada de pães para o motorista.
O iPhone envia uma mensagem para as pessoas na casa e informa do atraso. Como a
Nespresso Expert está programada para preparar um café exatamente no momento da
chegada do João, a máquina verifica se há cápsula para ser consumida no momento da sua
chegada, uma vez que o seu filho consumiu café minutos antes das mensagens.
Devido à falta de cápsulas, a máquina envia um pedido de compra para a Nespresso que, com
o seu serviço de entrega no mesmo dia, já realiza a entrega.
Ao chegar em casa, com a temperatura automaticamente ajustada para 21° pelo termostato
conectado pelo Apple HomeKit, João acompanha a entrega das suas cápsulas e aguarda o
jantar com a sua família.
Fonte: EnsineMe
Segundo Kotler (2018), as empresas precisarão identificar maneiras de utilizar a IoT para criar
valor, especialmente através do uso de dados para alinhar seu modelo de negócios aos
interesses do cliente.
VAREJO
MANUTENÇÃO PREDITIVA
Usada no gerenciamento de energia, na prevenção de falhas ou na detecção de outros
problemas. Em um supermercado, por exemplo, sensores acoplados a produtos dos setores de
frios e laticínios podem monitorar as possíveis variações de energia a fim de garantir a
qualidade dos alimentos.
TRANSPORTE INTELIGENTE
Manutenção, rastreamento e otimização de rotas com mais precisão do que o uso de GPS.
CLIENTE CONECTADO
Serviços com base na geolocalização podem oferecer de forma personalizada a um cliente que
já está dentro de uma loja física, por exemplo, um desconto ou uma oferta especial.
LOJA INTELIGENTE
Em um shopping center, por exemplo, a IoT pode analisar o tráfego de pessoas, o que ajuda a
entender sua jornada de compras completa, possibilitando a personalização desta.
INDÚSTRIA
No caso das indústrias fabricantes de produtos IoT, é preciso que tenham em mente que um
produto, simplesmente porque se conecta à internet e pode ser acessado e controlado a
distância, não cria valor por si só. Ou seja, só porque podemos conectar um produto, não
necessariamente queremos e vamos conectá-lo.
Esta é uma questão importante, tendo em vista que os custos para produção de um dispositivo
com conectividade são mais altos e a organização precisa criar valor suficiente para cobrir
esses custos extras.
E COMO CRIAR VALOR PARA O CLIENTE EM UM
PRODUTO DE IOT?
Bruce Sinclair (2018), em seu livro IoT: como usar a Internet das Coisas para alavancar seus
negócios, sugere quatro maneiras de criar valor em IoT:
Criar melhor os novos produtos, para que eles não sejam engavetados após três ou
quatro meses de uso, como acontece com alguns wearables, como as pulseiras da marca
FitBit. Visivelmente, há espaço para melhorias ou até para novos produtos. É possível
identificar para que eles estão sendo utilizados e comparar ao uso pretendido, por
exemplo. A proposta aqui, então, é usar os dados coletados de um produto para inspirar
novos, sejam físicos ou digitais.
SETOR PÚBLICO
A IoT pode ser aplicada também para inovar ou otimizar soluções no setor público, como a
implementação de dispositivos para transformar a cidade em um espaço inteligente ou
melhorar o atendimento à saúde pública.
Fonte: metamorworks/Shutterstock.com
Cidades inteligentes
Na mobilidade urbana, os meios de transporte podem ser monitorados por GPS para
otimização conforme a demanda; e também é possível organizar os sinais de trânsito
conforme informações coletadas do tráfego.
Saúde pública
Na análise de imagens.
PARA REFLETIR
A IoT pode trazer grandes benefícios para o mundo e já é possível ver suas aplicações na
organização do trânsito, na agilização de tratamentos médicos e também na preservação do
meio ambiente. Mas há questões relacionadas ao seu uso que podem provocar distorções que
precisam ser consideradas com cautela.
E-WASTE
Parece piada, mas esses produtos incomuns e de utilidade duvidosa para a vida prática
contribuem para um dos grandes problemas relacionados à IoT: o e-waste, ou seja, o lixo
gerado pelo descarte desses produtos, que se tornam obsoletos mais rapidamente em relação
aos não inteligentes.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DE ACORDO COM O CONTEÚDO, NÃO HÁ UMA UNANIMIDADE EM
RELAÇÃO AO CONCEITO DE IOT. MAS, PARTINDO DO ENTENDIMENTO
DE MAGRANI (2018), PODEMOS DIZER QUE A IOT:
A) Conecta somente objetos e dados em ambientes virtuais, que interagem uns com os outros
no espaço e no tempo.
B) Conecta objetos e pessoas, dados e ambientes virtuais, que interagem uns com os outros
no espaço e no tempo.
C) Conecta objetos e pessoas que interagem uns com os outros no espaço e no tempo.
D) Conecta dados e ambientes virtuais que interagem uns com os outros no espaço e no
tempo.
E) Conecta as pessoas através de ambientes virtuais, que interagem uns com os outros no
espaço e no tempo.
B) Rastrear e otimizar rotas com mais precisão; armazenar dados sob demanda; suportar
melhor os produtos, a partir de uma manutenção preditiva, proativa e prescritiva; criar melhor
os novos produtos, para que eles não sejam engavetados após três ou quatro meses de uso.
C) Analisar o tráfego de clientes nas lojas para oferecer os novos produtos; aumentar a
eficiência operacional de um produto; analisar o tráfego de pessoas nas lojas físicas; o que
ajuda a entender sua jornada de compras completa, possibilitando a personalização desta.
GABARITO
De maneira geral, a IoT pode ser entendida como um ambiente de objetos físicos,
interconectados com a internet, criando um ecossistema de computação onipresente (ubíqua),
para executar de forma coordenada uma determinada ação. Ou seja, como propõe Magrini
(2018), a IoT conecta objetos e pessoas, dados e ambientes virtuais, que interagem uns com
os outros no espaço e no tempo.
Bruce Sinclair (2018), em seu livro IoT: como usar a Internet das Coisas para alavancar seus
negócios, sugere quatro maneiras de criar valor em IoT: Tornar os produtos melhores, através
da inovação, ou seja, entregar ao cliente um produto que faça de uma maneira nova ou melhor
algo que para ele é valioso; aumentar a eficiência operacional de um produto; suportar melhor
os produtos, a partir de uma manutenção preditiva, proativa e prescritiva, contra uma
manutenção reativa ou preventiva, apenas; criar melhor os novos produtos, para que eles não
sejam engavetados após três ou quatro meses de uso, como acontece com alguns wearables.
MÓDULO 4
Identificar os conceitos básicos de Big Data e seus impactos nas rotinas de
consumidores e organizações
Rogers (2018) descreve o Big Data como qualquer quantidade volumosa de dados
estruturados, semiestruturados ou não estruturados que podem fornecer algum tipo de
informação.
Fonte: Jirsak/Shutterstock.com
VOLUME
É a definição mais tradicional do Big Data, representada pela grande quantidade de dados que
são gerados e os desafios relacionados com seu armazenamento, acesso e proteção. Segundo
a Cisco (2017), nos próximos anos o cálculo de dados passará a ser feito a partir de zettabytes
e yottabytes, e não mais de gigabytes.
VARIEDADE
Dados estão cada vez mais desestruturados, vindos de fontes distintas e com tipos de
informações e formatos diferentes (textos, imagens, sons, vídeos etc.). Estima-se que quase
90% dos dados gerados sejam não estruturados, o que impõe um desafio, que é transformá-los
em informações úteis.
VELOCIDADE
A capacidade de coleta e análise dos dados e tomada de decisão precisa ocorrer muito
rapidamente, às vezes em tempo real.
VALOR
Qual o valor agregado dos dados? O valor para coleta e uso dos dados justifica os custos de
sua obtenção?
VERACIDADE
O quão íntegros, exatos, confiáveis, relevantes e consistentes são os dados? De nada
adiantam os outros V’s se os dados estiverem errados.
GIGABYTE
A Nomenclatura→→→Bytes
Quilobyte (KB)→→→→1.024
Megabyte→→→→→→1.048.576
Gigabyte→→→→→→1.073.741.824
Petabyte →→→→→→ 1.125.899.906.842.620
Exabyte→→→→→→→1.152.921.504.606.850.000
Zettabyte →→→→→→1.180.591.620.717.410.000.000
Yottabyte→→→→→→1.208.925.819.614.630.000.000.000
Armazenar e analisar dados não é um fenômeno novo, mas as empresas faziam (e a maioria
ainda faz) isso a partir de dados estruturados, que contêm uma organização para serem
recuperados.
Especialmente com o casamento entre Big data, IoT e IA, as possibilidades de geração de
dados são aparentemente ilimitadas. Temos visto que a contínua hiperconectividade e
interação entre diversos aparelhos, sensores e pessoas vêm mudando a forma como nos
comunicamos e também como as empresas se comunicam entre si, com seus clientes e como
tomam decisões.
A seguir, um quadro comparativo entre as mudanças provocadas pelo Big Data nas estratégias
empresariais:
De Para
As empresas usam apenas dados Os dados não estruturados são cada vez
estruturados mais úteis e valiosos
O aplicativo Waze, de geolocalização, por exemplo, construiu os dados sobre mapas e também
sobre as condições do trânsito, em tempo real, com a colaboração dos usuários. Depois de
atingir 30 milhões de usuários, o Waze foi comprado pelo Google por US$1,3 bilhão.
Segundo Rogers (2017), nós nos disponibilizamos a compartilhar nossas informações com as
empresas a partir de quatro fatores-chave:
Fato é que quem não é extremamente atento, ou capaz de configurar sua privacidade em todas
essas plataformas, está ainda mais vulnerável no ambiente digital.
APLICAÇÃO DO BIG DATA NAS
ORGANIZAÇÕES
Há uma tendência atual de que o Big Data participe de todos os processos de tomadas de
decisões nas empresas: Desde o serviço aos clientes, passando pela detecção de fraudes até
o planejamento de comunicação e mídia. As empresas precisam mudar, assim, sua forma de
pensar os dados. Eles devem ser entendidos como ativos estratégicos.
PERSONALIZAÇÃO DE OFERTA
A Netflix é um exemplo de empresa que, a partir dos próprios dados, avalia, renova e
personaliza sua grade de programação. Coletando dados de quem assistiu quais programas,
em que horário, em qual dispositivo, se assistiu até o final, pausou, assistiu mais de uma vez,
por exemplo, a empresa retém cerca de 80% dos clientes com seu sistema de recomendações.
INOVAÇÃO
Atualmente, a possibilidade de inovação baseada em ferramentas tecnológicas, sejam para
pesquisa ou mesmo teste, permite um processo criativo e de experimentação como nunca foi
possível. A prototipagem e o teste em pequenas comunidades, os sites de crowdsourcing
para geração de ideias − como o Dell IdeaStorm e o My Starbucks Idea − são viabilizadores de
projetos inovadores a partir da participação do público na solução de problemas e novas
versões de produtos antes mesmo do lançamento oficial no mercado.
OTIMIZAÇÃO DO E-COMMERCE
Quando fazemos uma compra e o site nos mostra informações como “quem comprou esse
produto comprou também” ou “esses outros produtos podem interessar”, as empresas de e-
commerce estão utilizando ferramentas de Big Data para indicar produtos baseados no perfil
de cada consumidor e, assim, ampliar suas oportunidades de vendas.
EXEMPLO
Segundo a empresa, 30% de suas vendas são derivadas das recomendações “you might also
want” (você pode querer também).
REDUÇÃO DE CUSTOS
Como já vimos, em parceria com a IA, o Big Data ajuda a otimizar as operações logísticas,
como o controle da frota da empresa por telemetria e o rastreamento por satélite para coletar
dados.
CROWDSOURCING
Modelo de produção e estruturação de processos que utiliza a sabedoria e os
aprendizados coletivos para a resolução de problemas ou desenvolvimento de uma
solução.
PARA REFLETIR
Esse volume extraordinário de dados circulando livremente pela internet gera um debate
importante que envolve algumas questões éticas quanto ao seu uso e armazenamento:
FILTRO BOLHA
Essa concentração de dados sobre os usuários nas mãos de poucas empresas de alta
tecnologia e o uso de algoritmos para organizar, classificar e sugerir conteúdos – o chamado
“filtro bolha” – podem nos tirar a possibilidade de relacionamento com as pessoas diferentes de
nós, fazer descobertas ao acaso, descobrir novas informações.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) Volume grande de dados que ficam disponíveis na internet e são armazenados na nuvem.
B) Atualmente, apenas grandes empresas têm acesso ao armazenamento e análise dos dados
disponíveis para coleta.
C) Não há grande variedade de dados disponíveis atualmente para acesso das empresas.
E) Não é necessário tratar e normalizar os dados. Apesar do seu grande volume, sua natureza
é homogênea e padronizada.
GABARITO
O Big Data não é um conceito novo e já estava presente nas empresas, que utilizavam dados
na avaliação e no gerenciamento de processos e nas previsões e no planejamento em longo
prazo. Mas o surgimento da internet o impulsionou, dando uma nova dimensão para seu
volume e armazenamento. Rogers (2018) descreve o Big Data como qualquer quantidade
volumosa de dados estruturados, semiestruturados ou não estruturados que podem fornecer
algum tipo de informação.
2. Com relação às três tendências que explicam o diferencial do Big Data, é correto
afirmar que
O crescimento rápido dos tipos de dados disponíveis para as empresas atualmente é uma das
três tendências que diferenciam o Big Data.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme visto neste tema, as tecnologias vêm sendo introduzidas em velocidade exponencial.
A antiga internet 1.0, tal qual criada nos anos 1990 pelo físico Tim Berners-Lee, basicamente
formada por sites, ficou para trás com sua interatividade de mão dupla.
Inteligência Artificial (AI), Internet das Coisas (IoT) e Big Data influenciam e impactam nossa
vida em sociedade e nossas relações no mundo dos negócios.
Para nós, usuários, a internet aliada às novas tecnologias traz conforto e agilidade para nosso
modelo de vida acelerado. É cada vez mais difícil não estar conectado a plataformas digitais e
dispositivos inteligentes.
Para as empresas, a Era Digital representa o futuro dos negócios, a possibilidade de inovar.
Um cenário cheio de oportunidades para gerar valor, entender e atender, da melhor forma, às
expectativas e necessidades dos clientes.
Por isso, é importante refletir sobre as questões éticas e morais que perpassam a internet, o
aprendizado das máquinas, os dispositivos conectados e os grandes volumes de dados
disponíveis nas redes nos dias atuais. Afinal, ainda não temos plena consciência dos
potenciais benefícios e riscos trazidos pela Era Digital.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ANALYTICS SOFTWARE & SOLUTIONS. Consultado em meio eletrônico em: 24 nov. 2020.
GARTNER. Leading the IoT: Gartner insights on how to lead in a connected world. Consultado
em meio eletrônico em: 24 nov. 2020.
KEMP, S. Digital in 2018: World’s internet users pass the 4 billion mark. In: We are Social.
Publicado em: 30 jan 2018.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
MADAKAM, S.; TRIPATHI, S. Internet of Things (IoT): Aa literature review. In: Journal of
Computer and Communications. vol. 03, n. 5, 2015.
ROGERS, D. L. Transformação digital: Repensando o seu negócio para a era digital. São
Paulo: Autêntica Business, 2017.
SINCLAIR, B. IoT: como usar a Internet das Coisas para alavancar seus negócios. São Paulo:
Autêntica, 2018.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
O artigo How Netflix used big data to generate billions, SeleritySAS (em inglês).
Pesquise na internet:
Para acessar mais dados sobre a internet no Brasil, acesse os sites do IBGE e da Cetic.
Para conhecer a agenda brasileira para a Indústria 4.0, acesse o site Industria 4.0.
Assista:
Web 2.0 Expo NY 09: Tim O'Reilly − The O'Reilly Radar, para aprofundar seus
conhecimentos sobre web 2.0 (em inglês).
Para conhecer a agenda brasileira para a Indústria 4.0, acesse o site Industria 4.0.
O documentário O dilema das redes, disponível na plataforma Netflix, propõe uma vasta
discussão sobre as questões éticas envolvendo a utilização e a manipulação de nossos
dados.
CONTEUDISTA
Flávia Barroso de Mello
CURRÍCULO LATTES