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DE PROCESSOS
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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N469p Neto, Edmundo Sebadelhe Valério
Práticas de gestão de processos / Edmundo Sebadelhe
Valério. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
111 p. : il.
ISBN 978-85-69910-99-2
1.Gestão Empresarial.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Msc. Edmundo Sebadelhe Valério Neto
APRESENTAÇÃO.....................................................................01
CAPÍTULO 1
Introdução à Gestão de Processos......................................9
CAPÍTULO 2
Papéis na Orientação por Processos.................................41
CAPÍTULO 3
Gestão Corporativa de Processos......................................77
APRESENTAÇÃO
O tema gestão de processos tem como objetivo principal servir de instrumento
para conectar tudo o que é realizado em uma organização, fornecendo boas e inúmeras
ferramentas para facilitar a comunicação e a cooperação, servindo de ponte entre
as estratégias organizacionais e as atividades diárias realizadas junto aos processos
organizacionais. Todavia, o modelo de gestão necessita ser bem difundido e praticado,
pois para alcançar uma maior aceitação da gestão de processos na cultura organizacional,
ainda é necessário percorrer um longo e árduo caminho.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
Contextualização
O Gerenciamento de Processos é utilizado para melhorar a forma como os
negócios das organizações são realizados e administrados. É uma abordagem
disciplinada para identificar, desenhar, executar, medir, monitorar e controlar pro-
cessos de negócio ponta-a-ponta com o objetivo de atender as estratégias da
organização.
A Gestão de Processos
O estudo de processos sempre teve uma grande demanda por parte
das organizações em todo o planeta. No início da década de 90, houve uma
maior concentração do foco na melhoria das operações, com as lógicas da
Administração Científica de Taylor, o qual é considerado um dos precursores da
engenharia de produção. A utilização de técnicas e instrumentos para entender
e melhorar os processos organizacionais, sempre acompanhou os profissionais
nas organizações produtivas. No fim da década de 80 e no início da década de
90, houve uma intensificação no uso do conceito de processos sob a alcunha de
reengenharia, a qual foi sucedida por uma deterioração do conceito de processos
(PAIM et al., 2009).
Paralelamente, as propostas do Sistema Toyota de Produção, em particular
o Controle da Qualidade Total (TQC), continuaram a se disseminar, em muito
baseados na abordagem processual, ainda que de modo aparentemente periférico,
mas sem movimentos objetivos de adoção da gestão de processos. A primeira
década dos anos 2000, em especial nos últimos anos, está assistindo novamente
a uma corrida das organizações para o conceito de processos. Diversos estudos
reforçam uma retomada do crescimento da demanda das organizações pelo
conceito de gestão de processos (PAIM et al., 2009).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Companhia Companhia
Processo
Evento Evento
Fonte: <https://tecproit.wordpress.com/2009/08/12/gestao-por-processos-diferenca-
entre-a-visao-departamento-e-visao-por-processos/>. Acesso em: 24 jan. 2018.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Fonte: O autor.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
Visto tudo, nota-se que a maioria das organizações ao longo de sua operação,
acabam descobrindo que para serem eficazes e eficientes em suas operações de
gestão dos processos, as mesmas devem atribuir claramente as responsabilidades
pelo desenho, documentação, manutenção dos processos, aparelhos e saúde em
longo prazo. Além disso, com o passar do tempo e aprimoramento das atividades,
novas funções, atribuições, responsabilidades e estruturas funcionais podem surgir.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
as matérias, e leva esse hábito para a vida adulta e profissional; e isso é normal.
Entretanto, esse “molde” mental pode e deve ser alterado, resultando em uma
mudança de paradigma. Assim, é importante que se tenha consciência de que
não se deve levar em consideração que uma organização irá conseguir mudar a
sua visão rapidamente, partindo de uma visão de departamentos separados para
um modelo orientado por processos. Essa mudança significa que a organização
irá evoluir de uma visão de processos verticais (processos departamentais) para
uma visão em que processos são desenhados e executados horizontalmente
(orientado por processos) (ASSESPRO, 2011).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
Na gestão por
processos,
Na gestão por processos, há alterações na estrutura organizacional
há alterações
e em outros elementos integrantes do projeto organizacional visando na estrutura
priorizar os processos como um eixo gerencial de maior importância organizacional e em
que o eixo funcional. Há mudanças maiores do que simplesmente outros elementos
enfatizar os processos em oposição a hierarquia e colocar ênfase integrantes
especial sobre os resultados dos clientes. Isso acaba implicando em do projeto
organizacional
mais do que orientar a gestão para entender os processos transversais
visando priorizar os
e incluir ou alterar elementos integrantes do projeto organizacional processos como um
para além da orientação por processos e para além de uma estrutura eixo gerencial de
organizacional por processos (PAIM et al., 2009). maior importância
que o eixo funcional.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Quadro 3 – Principais diferenças entre gestão por função e gestão por processos
Cultura de Processos
Algumas organizações encontram dificuldades em amadurecer na gestão
dos processos devido a questões exclusivamente culturais. A depender da cultura
da organização implementada, os colaboradores podem ser acomodar, sentindo-
se desestimulados para toda e qualquer tentativa de inovação, renovação ou
revisão de processos. Muitas vezes, a cultura organizacional acaba funcionando
como uma barreira, que acaba fazendo com que muitos gestores encontrem
dificuldades durante a implementação da gestão de processos ou projetos de
maneira eficiente (PROJECT BUILDER).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
A partir dos anos 1960, com o surgimento da visão voltada para a qualidade
dos processos, as organizações passaram a utilizar indicadores não financeiros
focados em qualidade e em outras categorias, como a velocidade e a flexibilidade,
ao lado do custo, como fatores importantes para o sucesso, fazendo com que
os indicadores financeiros que eram tradicionalmente utilizados, se tornassem
menos importantes. Dessa maneira, iniciava-se uma ruptura e aqueles velhos e
obsoletos indicadores financeiros que eram utilizados em meados dos anos 80,
e assim, a visão das organizações começou a se voltar para os mais diversos
tipos de abordagens teóricos, práticos, financeiros, não financeiros, estratégicos,
táticos, operacionais, focados em processos e nas pessoas, e muitas outras
variações (TEZZA, BORNIA e VEY, 2010).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
• medir somente aquilo que é importante. Não medir demais. Medir coisas que dê
impacto ou sejam indicadores do sucesso organizacional. Entretanto, deve ser
ressaltado que medir gera custos;
• equilibrar o conjunto de medidas. Procurar, no momento de definição das
medidas, e considerar as perspectivas das pessoas que tomam as decisões, ou
seja, questionar para as pessoas o que elas acham que deva ser medido;
• oferecer uma visão, tanto vertical quanto horizontal do desempenho da
organização. A visão vertical se refere à gestão dos recursos da organização e a
visão horizontal, à gestão dos resultados;
• envolver os funcionários no desenho e na implementação dos sistemas de
medição. Proporcionar aos funcionários o senso de propriedade, o que leva a
melhorar a qualidade do sistema de medição;
• alinhar as medidas com os objetivos e as estratégias organizacionais. As medidas,
em todos os níveis de organização, devem dar suporte à tomada de decisões e
alavanca à orientação dos esforços para o alcance das metas estabelecidas.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Fonte: O autor.
Em que:
Fonte: O autor.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Matriz de Desempenho
A matriz de desempenho reflete o conceito de uma abordagem integrada para
que ocorra a melhoria do desempenho do processo. Aqui, o principal é a ênfase
em uma abordagem integrada e a interação dinâmica entre os demais níveis e as
variáveis da matriz. As organizações que colocam em prática o conceito da matriz
de desempenho são aquelas que realmente fizeram uma transição significativa
rumo a organização orientada por processos (ABPMP, 2013). O quadro a
seguir apresenta a visão de uma organização que adotou a visão orientada por
processos.
Desenho e
Objetivos e medições de proces-
Processo. implementação De processo.
so para o sucesso do processo.
de processo.
Trabalho ou Desenho e
Objetivos e medições de suces- Do trabalho
executor do implementação
so do trabalho ou executor. ou executor.
trabalho. de trabalho.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
Atividades de Estudos:
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Algumas Considerações
Este capítulo teve como objetivo principal apresentar uma revisão bibliográfica
detalhada, expondo e explicando em detalhes os principais conceitos envolvidos na
gestão dos processos. O modulo é iniciado com uma introdução que busca fazer com
que o aluno entenda o porquê de melhorar os processos dentro de uma organização,
apresentando as diferenças entre a visão departamental e a visão por processos.
Em seguida, o leitor é apresentado ao conceito de ciclos de vida de BPM e a alguns
modelos principais de ciclos de vida. Esses ciclos de vida, simplificadamente, são
uma espécie de “receita” contendo uma lista de ações cíclicas que vão se repetindo
nas fases seguintes. Vários modelos de ciclo de vida foram apresentados, os quais
podem ser aplicados para alcançar o sucesso na gestão de uma organização,
entretanto, ressalta-se que esses modelos apresentados não correspondem ao que é
realmente encontrado em uma organização.
Embora tudo o que foi apresentado no decorrer desse modulo foi apresentado
com um bom nível de detalhe, perceba que mesmo assim há uma necessidade de
o leitor buscar mais formas para explorar a literatura disponível e ampliar os seus
conhecimentos sobre o assunto.
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Capítulo 1 Introdução à Gestão de Processos
Referências
ABPMP – Association of Business Process Management Professionals. Guia para
o gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento.
v. 3, 1. ed. Brasil, 2013.
CRUZ, T. BPM & BPMS. Business process management & business process
management Systems. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2010.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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C APÍTULO 2
Papéis na Orientação por Processos
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
Contextualização
Organizações orientadas por processos nos diversos estágios de
desenvolvimento incluem indivíduos que realizam ou dão suporte à execução e
transformação de processos, dentre os quais se destacam os seguintes papéis: Dono
de processos; Gerente; Analista; Designer; Arquiteto de processos entre outros.
Para ter sucesso, a organização precisa ter esses papéis bem definidos.
Mas apenas rotular não basta, é fundamental entender por que esses papéis e
responsabilidades existem e por que são importantes. Assim como, o entendimento
de que um único indivíduo pode realizar vários papéis, isso irá variar conforme o
tamanho da organização e a extensão de seus processos.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
a) Equipe de BPM
b) Equipe do processo
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Donos do Processo
Todo processo organizacional precisa ter um “dono”, ou seja, aquela
O dono do processo
é a pessoa que tem pessoa que será responsável por cuidar do ciclo de vida do processo
a responsabilidade e seus resultados, e isso é um fator crítico para que a organização
pelo resultado
e desempenho tenha sucesso em sua gestão. O dono do processo é a pessoa que
do mesmo; tem tem a responsabilidade pelo resultado e desempenho do mesmo;
autoridade e tem autoridade e habilidades para fazer as melhorias necessárias, no
habilidades para
fazer as melhorias momento em que for necessário (SANTOS, 2012). Além de poder ser
necessárias, no uma pessoa ou até mesmo grupo de pessoas com responsabilidade e
momento em que for
necessário a prestação de contas pelo desenho, desempenho, execução de um ou
mais processos de negócios.
O dono do processo desenvolve um papel central durante a implementação de
um BPM, possuindo a responsabilidade central sobre os processos organizacionais
de ponta a ponta. Isso significa dizer que o dono do processo é responsável,
em última instância, por assegurar que o processo atenda às expectativas de
desempenho estabelecidas previamente (eficácia e eficiência), satisfazendo
plenamente os clientes (GUIA ABPM CBOK, 2013).
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
• mitigar riscos: deve ser capaz de propor ações para mitigar os riscos dos
processos. Esta atividade pode ser realizada em colaboração com as demais
partes interessadas, juntamente com o pessoal da gestão de risco;
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
a) Gerente de processos
O gerente de
processos é
Uma das mudanças mais significativas em relação à estrutura definido como uma
organizacional orientada ao cliente foi o aumento da ênfase no gerente da designação de uma
organização e o estabelecimento de gerentes por segmento de clientes pessoa especial
dentro da organização dos processos e das vendas. Nesse contexto, o responsável pelo
gerente de processos é definido como uma designação de uma pessoa desempenho das
atividades dirigidas
especial responsável pelo desempenho das atividades dirigidas para
para os clientes da
os clientes da organização. Além disso, o gerente organizacional é organização. Além
responsável pelo desenvolvimento de diferentes habilidades, atitudes, disso, o gerente
expectativas e percepções. Muitas organizações, no intuito de organizacional é
desenvolver e aprimorar a relação com os clientes mais próximos e com responsável pelo
os melhores clientes, vislumbraram na institucionalização do gerente de desenvolvimento
de diferentes
processos uma maneira de atingir os seus objetivos mais rapidamente
habilidades,
(XAVIER; DORNELAS, 2006). atitudes,
expectativas e
O estilo decisório destes gerentes, aquilo que lhes dá mais percepções.
categoria ou visibilidade no cenário externo a organização, é justamente
a capacidade cognitiva e o modo de pensar. Nesse contexto, os
gerentes organizacionais devem explorar a proatividade no comportamento
organizacional, identificando as diferenças entre pessoas e em que grau suas
ações influenciam o ambiente, quanto à iniciativa, identificação de oportunidades
e tomada de decisão. Assim, a disposição para a proatividade é uma tendência
para iniciar e manter ações que alteram o ambiente organizacional (XAVIER;
DORNELAS, 2006), sendo uma característica muito importante em um gerente
de processos organizacionais. Perceba que neste cenário, proatividade significa o
comportamento de antecipação e de responsabilização pelas próprias escolhas e
ações durante as situações impostas pelo ambiente organizacional.
Segundo o Guia ABPM CBOK (2013), em organizações mais maduras, um
dono de processos tem subordinado a si um gerente de processos com atribuições
de apoio no dia a dia. Assim, gerente de processos é definido como: “Gerente de
processos coordena e gerencia o desempenho dos processos no dia a dia e lidera
iniciativas de transformação de processos”.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
sua equipe utiliza, para que tenha noção de prazos, riscos e impedimentos.
Um gerente sem habilidade técnica fica refém da opinião da equipe e se torna
facilmente manipulável por ela.
b) Analista de processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
Para o analista, o primeiro passo é mostrar para os integrantes do processo
que o mesmo está lá para ajudar e diminuir os problemas encontrados por todos
durante o processo, no dia a dia organizacional. Quando houver uma reunião, todos
os participantes devem se sentir confortáveis e envolvidos por um sentimento de
empatia. Além disso, o analista deve deixar extremamente claro quais resultados
almeja atingir e por quais meios vai consegui-los, não devendo entrar em uma
reunião sem uma pauta que esclareça todas as situações, deixando clara a
metodologia a ser empregada e o escopo da reunião. Durante a reunião, é muito
importante que o analista saiba proporcionar momentos de descontração, pois
assim a reunião fica menos cansativa. Outro ponto muito importante é que o analista
nunca deve deixar de ressaltar e apresentar todas as melhorias já alcançadas,
mesmo que sejam poucas, analisando os processos constantemente e enfatizando
as melhorias alcançadas, tratando problemas e as dificuldades encontradas pelo
caminho. Por fim, talvez o mais importante, o analista deve ouvir atentamente a tudo
o que é discutido na reunião, para tentar formar uma imagem geral do cenário em
que o ator do processo está inserido e jamais se “contaminar” com o pessimismo
dos funcionários ou descrença de melhoria (NEPOMUCENO, 2015).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
c) Designer de processos
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
O desenho dos processos, por sua vez, é uma etapa que ocorre depois da
análise dos processos. Os sete princípios do desenho dos processos são:
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
mesma. Assim, a arquitetura de processos é uma atividade que tem como objetivo
principal garantir que uma organização automatize os seus processos de negócio
de maneira eficiente. Pode-se afirmar que a arquitetura de processos é a definição
geral de todo um sistema de processos envolvidos na organização (VENKI, 2016).
• modelagem de processos;
• modelagem de dados;
• definição do formulário;
• definição de regras do negócio;
• definição dos participantes do negócio;
• definição das integrações;
• simulação dos processos;
• execução dos processos;
• monitoramento dos processos.
Assim, quanto melhor for executada cada uma dessas fases citadas
anteriormente, melhor será a execução da arquitetura dos processos. Nesse
contexto, de arquitetura de processos, surge a função de arquiteto de processos.
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
Outros Papéis
Os papéis relacionados à gestão dos processos de negócios buscam cobrir
as perspectivas necessárias para se atingir resultados satisfatórios por meio de
processos. Como a gestão é um processo bem amplo, apenas uma pessoa não
consegue desempenhar bem todas as atividades que envolvem análise, desenho,
transformação, gerenciamento de desempenho e automação. Assim como existem
vários outros papéis que as pessoas podem assumir, devendo ter a capacitação
necessária para tratar os processos. A seguir serão apresentados outros papéis
que as pessoas podem assumir durante a gestão dos processos.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
a) Analista de negócios
b) Facilitador
c) Executores do processo
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
d) Especialista
e) Tecnólogos
Atuam ajudando na definição de soluções de tecnologias de suporte,
podendo também ajudar na definição de novas capacidades para os processos de
negócio com base em tecnologias habilitadoras. Prestam suporte em iniciativas
de transformação de processos por meio da implementação de novas tecnologias
enquanto asseguram que os padrões técnicos da organização são respeitados
(GUIA ABPM CBOK, 2013).
f) Patrocinador
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Organismos de Governança
A governança tem como objetivo organizar e ordenar a gestão de processos
nas organizações de forma a viabilizá-la como um elemento da gestão
organizacional capaz de contribuir para a melhoria da eficiência dos processos
e, consequentemente, da eficiência organizacional. A ausência de organismos
de governança na gestão de processos é colocada pelos especialistas como um
dos principais problemas encontrados, pois diminui e até mesmo impossibilita os
retornos que podem ser alcançados com a aplicação do BPM, configurando-se
como um grande desafio a ser superado.
Atualmente, existem dois motivos que impulsionam a gestão de processos
nas organizações, um fator externo que provém das demandas exigidas pelo
novo contexto em que as organizações estão inseridas, e outro fator interno, que
deriva da evolução das ações de processos realizadas pelas organizações ao
longo dos anos. Ambas situações exigem um escopo de atuação mais abrangente
e a inserção do BPM como um mecanismo cotidiano de gestão das organizações.
Essa passagem de BPM para uma ferramenta de gestão cotidiana não é trivial
e, além da ausência de governança, outros problemas são encontrados nesse
sentido, tais como: falta de padronização nas ações de processos, falta de
métodos e o não alinhamento das iniciativas de processo entre si e com os
objetivos estratégicos da organização, o que faz com que a governança de BPM
ganhe destaque e importância nos estudos do BPM. Percebe-se que a governança
é um assunto emergente, não possuindo, portanto, uma definição amplamente
difundida e de consenso entre autores (ELOGROUP, 2015).
As organizações devem possuir uma estrutura de governança clara para que
dessa maneira forneça direcionamento e esclareçam limites de alçada de decisão,
a fim de habilitar a transformação de processos interfuncionais e intrafuncionais
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
• estratégia e objetivos;
• papéis de governança;
• divisão de tarefas;
• estrutura e critérios para escalonamento (priorização de projetos e processos);
• padrões e instrumentos (metodologia e ferramentas);
• mecanismos de controle e avaliação (verificação de conformidades e
qualidade).
a) Conselho de BPM
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
b) Comitê de processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
c) Escritório de processos
O escritório de processos é o dono do processo de gerenciamento de
processos de negócio. São menos centrados no conteúdo dos processos e mais
sobre como o processo é gerenciado, incluindo as seguintes responsabilidades
(GUI ABPM CBOK, 2013):
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
• proporcionar governança;
• integrar processos de negócio em nível corporativo;
• criar e manter um repositório de processos;
• fomentar a inovação e mudança de paradigma.
Alguns exemplos das áreas com as quais o escritório de processos tem que
se relacionar estão apresentados na figura a seguir. Essa figura, no entanto, não
esgota todos os tipos de relacionamentos, e, por exemplo, podem ser incluídos
relacionamentos com agências reguladoras, conselho de administração, comitê
de processos e outros. O escritório de processos busca a criação de um espaço
comum, com visão compartilhada dos processos, capaz de apoiar cada uma das
partes na gestão de seus processos e no alcance de resultados globais. Mesmo
com o escritório no centro da figura a seguir, não há a intenção de definir que
o escritório de processos centraliza (ou descentraliza) a gestão de processos.
O escritório auxilia na promoção da articulação da gestão de processos. Além
disso, o escritório conforma uma área fortemente focada na permanência na
organização – a garantia de que práticas e a lógica da gestão de/ou por processos
vão continuar internalizadas e atualizadas (PAIM et al., 2009).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Atividades de Estudos:
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Algumas Considerações
Este módulo teve como objetivo principal apresentar uma revisão bibliográfica
detalhada, expondo e explicando em detalhes os principais papéis envolvidos
na gestão dos processos. Primeiramente, foi apresentado ao leitor o conceito de
dono do processo, o qual se configura como a pessoa que será responsável pelo
resultado e desempenho do processo, tendo autoridade para tomar as devidas
ações para colocar o processo em ordem. Em seguida, surge o conceito de instância
de processo e o leitor é apresentado ao conceito de responsável pela instância de
processo. Assim, instância de processo é um ciclo do processo e o responsável é
aquela pessoa que irá cuidar pessoalmente e de ponta a ponta do atendimento do
cliente, integrando várias funções para atender aos requisitos dos clientes.
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
Referências
ALMEIDA, M. Sistemas de medição de desempenho. Disponível em: <http://
marcioqualy.blogspot.com.br/2013/06/sistemas-de-medicao-de-desempenho.
html>. Acesso em: 15 jul. 2017.
CRUZ, T. BPM & BPMS: Business process management & business process
management systems. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2010.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Papéis na Orientação por Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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C APÍTULO 3
Gestão Corporativa de Processos
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
Contextualização
Melhorar os processos é uma ação fundamental para que as organizações
possam responder ativamente às mudanças que estão sempre ocorrendo em seu
ambiente de atuação. A expressão “gestão de processos” passou a ter uma maior
utilização no final da década de 1990 e, principalmente, no início da primeira
década do século XXI (PAIM et al., 2009).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
• Identifica os processos.
• Modela, estuda, analisa e identifica os problemas.
• Identifica formas de melhoria e projeta os processos melhorados.
• Implanta novos processos.
• Registra, avalia e acompanha os resultados.
• Registra os caminhos percorridos e gera aprendizado.
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
O EPM diz respeito a uma aplicação de alto nível de processos, a qual está
relacionada à criação de valor para os clientes (conforme citado anteriormente),
através de estratégias e avaliação de desempenho. Além disso, a modelagem e
análise detalhada de processos fazem parte das etapas iniciais de implantação,
e nesse ponto já devem ter sido superadas há tempos. No gerenciamento
corporativo de processos deve-se proporcionar a identificação dos papéis de cada
parte funcional da organização na busca pela satisfação do cliente, o que, por sua
vez, irá envolver os colaboradores, deixando claro o que se espera deles. Aqui,
os indicadores tradicionais de desempenho não desempenham o papel de buscar
a satisfação dos clientes. O ideal é conseguir medir fielmente o que realmente
importa para os clientes e quais atividades e/ou serviços irão agregar valor no seu
produto ou serviço (IDEIA CONSULTORIA, 2016).
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
• fazer rápido: não se deve perder muito tempo buscando uma modelagem
perfeita. Ao invés disso, a organização deve desenvolver um modelo útil,
aplicando e reaplicando as análises;
a) Cadeia de valor
O conceito de cadeia de valor foi introduzido primeiramente
Cadeia de atividades por Michael Porter (1985) e consiste em uma cadeia de atividades
relacionadas e
desenvolvidas por relacionadas e desenvolvidas por uma instituição que busca satisfazer
uma instituição que de forma mais completa as necessidades de seus clientes. A cadeia
busca satisfazer de de valor comporta os macroprocessos da organização e estão
forma mais completa
as necessidades de relacionados de forma hierárquica (MANUAL DE GESTÃO POR
seus clientes. PROCESSOS, 2013).
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
GERENCIAR BPM
PLANEJAR BPM
MODELAR E OTIMIZAR
PROCESSOS
IMPLANTAR PROCESSOS
CONTROLAR E ANALISAR
PROCESSOS
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
b) Efeito silo
O efeito silo em uma
organização é quando
O efeito silo em uma organização é quando uma organização uma organização
realiza as suas atividades sem levar em consideração as diversas áreas realiza as suas
da organização. Assim, esses “silos” operam em um vácuo e podem atividades sem levar
existir em todas as organizações, incluindo os ministérios. Quando eles em consideração as
existem, os líderes e gestores vão travar uma luta árdua para mover diversas áreas da
organização.
a sua organização para frente. Uma organização deve parecer muito
mais com uma plantação do que com uma grande silagem de grãos,
em que cada silo pensa somente naquilo que lhe deve e é confiado.
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
Modelos de Referência e
Estruturas de Trabalho Para
Processos
Em essência, um modelo de referência de processo é uma noção
É uma representação
utilizada em padronização conceitual para diversos segmentos da
abstrata das
indústria. É uma representação abstrata das entidades e relações
entidades e relações
envolvidas em um tema, criando uma base conceitual para o envolvidas em um
desenvolvimento de modelos mais concretos e aplicáveis a casos reais, tema, criando uma
e em última instância, a sua implementação. Serve assim como um base conceitual para
modelo abstrato para o desenvolvimento de modelos mais específicos o desenvolvimento
em um determinado domínio, e permite comparação entre modelos de modelos mais
similares (BALDAM et al., 2014). concretos e aplicáveis
a casos reais, e em
última instância, a sua
implementação.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
Fundada em 1977, a APQC é uma organização sem fins lucrativos que provê
pesquisas de benchmarking e melhores práticas para aproximadamente 500
organizações espalhadas pelo mundo em todos os segmentos de indústrias. Criou
em 2004, baseado no amplamente adotado Process Classification Framework,
o OSBC, que é projetado para apoiar melhorias e mudança de pontos de vista
sobre processos pela (BALDAM et al., 2014):
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
2. Projetar e 3. Executar
1. Desenvolver 4. Entregar 5. Gerenciar
desenvolver marketing e vender
visão e estratégia produtos e serviços serviços a clientes
produtos e serviços produtos e serviços
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
Clientes
Gerenciamento da Empresa
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
e) Rosettanet
f) Modelo DOMP
O modelo DOMP foi criado por Cruz (2010) ao longo de mais de 20 anos
de prática em projetos de análise, desenho, redesenho, modelagem, melhoria,
organização, documentação, otimização e gerenciamento de processos de
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
Sejam simples ou complexos, os processos têm que ter (são) pelo menos
uma cadeia de eventos, porque têm que ter (são) pelo menos uma cadeia de
atividades. Na vida real, os processos em geral têm muitas cadeias de eventos
também porque têm muitas cadeias de atividades. Atividades estão sempre
ligadas a eventos e estes estão, às vezes, ligados a microeventos (CRUZ, 2010).
Por isso, a rigor:
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
• Genérica: para ser aplicada a toda a equipe profissional dos setores envolvidos;
• Técnica: profissionais para os diretamente envolvidos no projeto.
Para progredir, a organização deve possuir ou, ainda não tendo, deve
construir uma “visão” para o que deseja ser no futuro, onde pretende chegar em
seu segmento, no mercado em geral, no país ou no mundo. Deve ser identificada
a estratégia sob a qual será lançado esse objetivo.
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
• Obter sugestões dos profissionais que atuam no processo para que contribuam
na otimização;
• Eliminar ou modificar as atividades que não agreguem valor ou que sejam
explicitamente retrabalho;
• Identificar e implementar melhorias na sequência das atividades, evitando
repetições ou retrocessos desnecessários;
• Selecionar e designar o melhor executor para cada atividade;
• Agrupar as atividades complementares;
• Transferir as decisões operacionais para o nível do processo;
• Racionalizar os controles mantendo apenas os essenciais;
• Reduzir o tempo de atividade com a substituição do recurso;
• Eliminar os pontos de retenção e os gargalos.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Etapa 2 – Implementação
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
a) Natura
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
b) CSC da Vale
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
situação/lugar. Além disso, deve estabelecer prazos para ações que envolvam
processos, garantir que todas as iniciativas estejam alinhadas à estratégia da
empresa, definir as iniciativas prioritárias e garantir que existam indicadores que
medirão a evolução das iniciativas depois das implantadas (PAIM et al., 2009).
Atividades de Estudos:
1) Conceitue EPM.
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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PROCESSOS
Algumas Considerações
Este capítulo teve como objetivo principal apresentar uma pesquisa
detalhada sobre a gestão corporativa de processos (do inglês EPM: Enterprise
Process Management), buscando mais especificamente apresentar meios de
como realizar a introdução dessa prática no meio organizacional e como manter
a mesma. Sempre buscando estabelecer um diálogo com o aluno, de maneira a
facilitar o entendimento do assunto, explicando detalhadamente conceitos e/ou
técnicas disponíveis para se realizar a transição para o EPM, corretamente. Nesse
sentido, foi realizada uma revisão bibliográfica, em que o aluno foi posicionado em
um cenário atual de uma organização, sendo introduzidos ao aluno os requisitos
para o gerenciamento corporativo de processos e dois conceitos novos: cadeia de
valor e efeito silo.
Embora tudo o que foi apresentado no decorrer desse capítulo foi exposto
com um bom nível de detalhe, perceba que mesmo assim há uma necessidade de
o leitor buscar mais formas para explorar a literatura disponível e ampliar os seus
conhecimentos sobre o assunto.
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Capítulo 3 Gestão Corporativa de Processos
Referências
ALMEIDA, M. Sistemas de medição de desempenho. Disponível em: <http://
marcioqualy.blogspot.com.br/2013/06/sistemas-de-medicao-de-desempenho.
html>. Acesso em: 15 jul. 2017.
CRUZ, T. BPM & BPMS: Business Process Management & Business Process
Management Systems. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2010.
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